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Matemática Financeira Material teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.a Me. Rosângela Maura Correia Bonici Revisão Técnica: Prof.ª Me. Edmila Montezani Revisão T extual: Prof.a Esp. Vera Lid ia de Sá Cicaroni Juros Simples 5 Caro aluno, Nesta unidade de ensino estudaremos o sistema de capitalização de juros simples. Aprenderemos o conceito e como efetuar seu cálculo usando o método convencional (algébrico) e a calculadora HP-12C. No material complementar, você encontrará a indicação de um site com um emulador de HP-12C, que é uma calculadora virtual, e de outro com o guia do usuário HP-12C, caso precise. Para ter um melhor aproveitamento da Unidade de ensino, leia o conteúdo teórico, assista ao vídeo e ouça o Power-Point narrado, pois esses materiais são complementares. Caso tenha qualquer dúvida, consulte seu tutor; ele terá prazer em ajudá-lo. Juros Simples Ob jet iv o de Ap re nd iza do • Fórmula Para o Cálculo do Montante (M) ou Valor Futuro (Fv) • Fórmula para Cálculo do Juro Simples. • Juro Exato e Juro Comercial • Juros Simples Nesta unidade você vai conhecer o conceito de juros simples e também vai aprender a calculá-los. O conteúdo teórico apresenta exercícios resolvidos algebricamente além de mostrar como resolvê- los usando a calculadora HP-12C. Dessa forma você estará agregando conhecimentos e maximizando o entendimento do conteúdo proposto. 6 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s Por que essa chatice de juros? Por que foram inventar essas coisas tão complicadas? Algum matemático, sádico, na calada da noite, inventou essa tortura de letras e números para apavorar os estudantes? Sabe, não inventaram isso como algo para dificultar a vida das pessoas e também não é nada complicado. Pelo contrário, esses conhecimentos saíram de gente simples do comércio de esquina. Então, vamos à história! Tudo que sabemos hoje, das coisas mais simples às mais avançadas, vem dos primeiros pensamentos simples do dia a dia. Não foi a Matemática que inventou a prática; foi o contrário disso. Assim, para entendermos bem os cálculos de porcentagem é necessário conhecermos sua história. Tudo começou com a necessidade de se tomar dinheiro emprestado. Alguém emprestava dinheiro para outra pessoa, cobrava o dinheiro de volta, após algum tempo, e mais um outro valor como aluguel, inicialmente arbitrário, de acordo com a ‘cara do freguês’. Claro está que quem emprestava o dinheiro gostaria de receber o maior aluguel possível. Os tomadores de empréstimo, por sua vez, queriam pagar pouco pelo aluguel. Uns olhavam os negócios dos outros e comparavam com os próprios negócios que tinham feito antes, para ver quem era menos ganancioso na hora de emprestar. Agora, vamos supor a seguinte situação: alguém pegou R$ 10.000,00 emprestados e, após um mês, devolveu esse valor e pagou mais R$ 500,00 pelo aluguel do dinheiro. Uma outra pessoa também tomou emprestado R$ 10.000,00 e, após um mês, devolveu os R$ 10.000,00 e mais R$ 600,00 como valor do aluguel. Por um acaso, o segundo tomador do empréstimo (o que pagou R$ 600,00) encontrou o primeiro tomador (o que pagou R$ 500,00) e ficou sabendo dos valores, concluindo que pagou demais. Pagou R$ 100,00 a mais que o primeiro. A visualização do negócio foi imediata: R$ 10.000,00, emprestados por um, exigiram R$ 500,00 de aluguel; o mesmo valor, emprestado por outro, exigiu pagamento maior. Claro fica que, se o segundo tomador do empréstimo precisar novamente de dinheiro, não irá procurar aquele emprestador que lhe cobrou mais dinheiro. Irá, naturalmente, procurar o emprestador do outro negócio, que praticava preço de aluguel de dinheiro mais em conta. E isso foi feito. Contextualização 7 Passando o tempo, o emprestador de dinheiro que cobrava ‘mais caro’ percebeu que não estava mais sendo procurado para fazer empréstimos e foi em busca da razão disso: descobriu que alguém estava emprestando (alugando) dinheiro ‘mais barato’. Ele, então, para não perder oportunidades de negócio, passou a anunciar que iria cobrar, daquele momento em diante, R$ 499,00 de aluguel, caso alguém necessitasse de R$ 10.000,00 emprestados. Assim, nasceu o primeiro mercado de juros, em que a competição ditava os valores. Juro é o mesmo que aluguel. Repare bem que, no exemplo dado, bastou ver os valores cobrados como aluguel (juro) para ver quem fez o melhor negócio. E você sabe por quê? Porque a base de cálculo era igual nos dois casos: R$ 10.000,00. Agora, se os valores fossem R$ 2.200,00, com juros de R$ 92,00, e R$ 1.600,00, com juros de R$ 80,00, de imediato, não daria para saber, apenas olhando os valores, quem estava levando mais vantagem, não é? Isso, nos primeiros momentos, causou uma grande dificuldade, pois nem sempre as bases de cálculo (o dinheiro emprestado ou objeto do aluguel) eram em números redondos. Então alguém teve uma brilhante ideia: que tal imaginar que o valor do empréstimo é R$ 100,00 para qualquer transação? Assim, com a base de cálculo sempre a mesma, ficaria imediata, visual, a comparação entre juros (aluguéis) com base em valores diferentes (capitais). Vamos pensar com valores mais fáceis. Fizeram mais ou menos assim: Se alguém emprestou R$ 800,00 e cobrou R$ 40,00 de aluguel no fim de um mês, então era só ‘fingir’ que esse valor R$ 800,00 era R$ 100,00. Mas como assim ‘fingir’? ‘Fingir’, no caso, é separar os R$ 800,00 em blocos de R$ 100,00, o que dá 8 blocos. Agora, se por 8 blocos pagou-se R$ 40,00 de aluguel, então cada bloco ‘custou’ a quem pegou o empréstimo R$ 5,00. E pronto, resolvido o problema: para cada R$ 100,00 existentes no valor do empréstimo, cobraram-se R$ 5,00. Podemos reescrever a sentença anterior da seguinte forma. “R$ 5,00 de juros POR CADA CEM REAIS emprestados”, ou seja, “5 POR CENTO de juros”. Esse valor financeiro que você associa a cada grupo de R$ 100,00 (no caso o valor R$ 5,00) chama-se Taxa de Juros. O dinheiro emprestado inicialmente chama-se ‘Capital’. Para calcular os juros simples, basta multiplicar o capital pela taxa e pelo período que o dinheiro ficou emprestado. Assim aparece a fórmula dos juros simples J = PV . i . n, em que PV é o capital emprestado, i é a taxa de juros e n o período em que o dinheiro ficou emprestado. Fonte: Adaptado de <http://www.infoescola.com/matematica/historia-e-juros- simples-matematica-financeira/>. Acesso em 30 Maio 2011 8 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s Mês Juro (2%) Montante ou Valor Futuro 0 - 100 1 100 X 0,02 = 2 102 2 100 X 0,02 = 2 104 3 100 X 0,02 = 2 106 Vemos que, no final dos 3 meses, no regime de juros simples, a pessoa terá um montante de R$ 106,00. Observe que, neste caso, o juro incide sempre SOMENTE sobre o valor do Capital. Em Matemática Financeira, consideramos, para os cálculos, que um mês tem 30 dias (mês comercial) e um ano 360 dias (ano comercial). 2 Juro Exato e Juro Comercial O juro exato considera os dias do calendário, ou seja, para o cálculo do juro exato devemos levar em conta a quantidade de dias existentes em cada mês. Como por exemplo: Fonte: poesiasletraseafins.blogger.com.br Diz-se que o regime de capitalização é simples quando o juro incide apenas sobre o valor do capital inicial (C) ou valor presente (PV). Vejamos um exemplo: Suponha que uma pessoa tenha aplicado, em uma instituição financeira sob o regime de juros simples, o capital de R$ 100,00 a uma taxa de 2% ao mês, durante 3 meses. Aevolução da aplicação, no regime de juros simples, seria a seguinte: 1. Juros Simples 9 Fonte: geografiageoradical.blogspot.com Mês Quantidade de dias Janeiro 31 dias Fevereiro 28 dias 29 dias (ano bissexto) Março 31 dias Abril 30 dias E assim por diante... Em relação ao ano exato, devem ser considerados 365 dias ou 366, se ele for bissexto. No caso do juro comercial, devemos considerar que um mês tem 30 dias e que um ano tem 360 dias. Vejamos um exemplo de aplicação. 1 Uma prestação no valor de R$ 14.500,00 venceu em 01/02/2001, sendo quitada em 15/03/2001, com uma taxa de 48% ao ano. Determine o valor dos juros exato e comercial pagos nessa operação. Dados Solução algébrica PV = 14500 i = 48% ao ano. Transformando a taxa de anual para diária i exato = 0,48/365 i comercial =0,48/360 J exato = ? J comercial = ? Vencimento: 01/02/2001 Pagamento: 15/03/2001 Calculando dias exatos = 42 niPVJ ..= 42. 365 48,0.14500=exatoJ 88,800=exatoJ 42. 360 48,0.14500=comercialJ 812=comercialJ 10 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s As Unidades de Tempo precisam ser iguais Solução HP 12-C Cálculo do numero do número de dias [ D.MY ] 01.022001 15.032001 [ ∆DYS ] 42 dias Solução HP 12-C Juro Exato 14500 0,48 42 365 R$ 800,88 g ÷ ENTER x x 6 f g ENTER 11 Solução HP 12-C Juro Comercial 14500 0,48 42 360 R$ 812,00 3 Fórmula para Cálculo do Juro Simples. Vamos admitir um capital ou Valor Presente ( PV ) aplicado sob o regime de juros simples, a uma determinada taxa ( i ), durante um certo período de tempo (n) . Assim sendo, a fórmula para calcular os juros simples será: niPVJ ..= Vejamos alguns exemplos de aplicação. 3.1 Cálculo dos Juros Simples Determine o juro simples obtido com a aplicação de um capital de R$ 1250,23 durante 5 meses com a taxa de 5,5% ao mês. ÷ ENTER x x É importante observar que essa fórmula só poderá ser aplicada se o prazo da aplicação (n) estiver expresso na mesma unidade de tempo a que se refere a respectiva taxa (i) considerada. 12 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s Dados Solução algébrica PV = 1250,23 n = 5 meses i = 5,5% a. m. (dividir por 100) J = ? AS UNIDADES DE TEMPO PRECISAM SER IGUAIS niPVJ ..= J = 1250,53 . 0,055 . 5 J = R$ 343,90 Solução HP 12-C Prazo sempre em meses Taxa sempre em meses FIN 1250,23 150 5 x 30 = 150 66 5,5 x 12 INT R$ 343,90 f n CHS PV i f 13 3.2 Cálculo do Capital ou Valor Presente Qual foi o capital que gerou rendimentos de R$ 342,96 durante 11 meses, a uma taxa de 2,5 % ao mês? Dados Solução algébrica PV = ? n = 11 meses i = 2,5% a. m. (dividir por 100) J = 342,96 AS UNIDADES DE TEMPO PRECISAM SER IGUAIS ni JPV niPVJ . .. = = 11.025,0 96,342 =PV 342,96 = PV . 0,275 342,96 / 0,275 = PV PV = R$ 1247,13 Solução HP 12-C 342,96 0,025 11 R$ 1247,13 ENTER ENTER x ÷ 14 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s 3.3 CÁLCULO DA TAXA DE JUROS SIMPLES Maria pagou ao Banco de Imóveis S/A a importância de R$ 2,14 de juros simples por dia, por um atraso sobre uma prestação de R$ 537,17. Qual foi a taxa mensal de juros aplicada pelo banco? Dados Solução algébrica PV = 537,17 n = 1 dia i = ? J = 2,14 AS UNIDADES DE TEMPO PRECISAM SER IGUAIS nPV Ji niPVJ . .. = = 1.17,537 14,2 =i 30...00398,0 xi = (1 mês) ...11951,0=i %95,11=i ao mês Solução HP 12-C 2,14 537,17 1 30 100 11,95% ao mês ENTER ENTER x ÷ x x 15 3.4 CÁLCULO DO PERÍODO Durante quanto tempo foi aplicado um capital de R$ 967,74 que gerou rendimentos de R$ 226,45 com uma taxa de 1,5% ao mês? Dados Solução algébrica PV = 967,74 n = ? i = 1,5% a.m. (dividir por 100) J = 226,45 AS UNIDADES DE TEMPO PRECISAM SER IGUAIS iPV Jn niPVJ . .. = = 015,0.74,967 45,226 =n n = 15,60 (15 meses e 0,6 do mês) 0,6 x 30 = 18 dias n = 5 meses e 18 dias Solução HP 12-C 226,45 967,74 0,015 15,60 meses ENTER ENTER x ÷ 16 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s 4. FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO MONTANTE (M) OU VALOR FUTURO (FV) Montante ou Valor Futuro é o capital inicial acrescido dos juros. JPVFV += niPVJ ..= Assim, temos: niPVPVFV ..+= Colocando PV em evidência, temos: Vejamos alguns exemplos de aplicação 4.1 CÁLCULO DO MONTANTE Qual o valor do resgate de uma aplicação de R$ 84.975,59, aplicados em um CDB de 90 dias a uma taxa de 1,45% ao mês? Dados Solução algébrica FV = ? PV = 84975,59 n = 90 d = 3 m i = 1,45% a.m. (dividir por 100) AS UNIDADES DE TEMPO PRECISAM SER IGUAIS )3.0145,01(.59,84975 +=FV )0435,01(.59,84975 +=FV )0435,1(.59,84975=FV 03,88672=FV ).1.( niPVFV += FV = PV .(1+ i . n) 17 Solução HP 12-C Prazo sempre em dias Taxa sempre em ano FIN 84975,59 90 1,45 12 INT R$ 88672,03 4.2 CÁLCULO DO VALOR PRESENTE ( PV ) OU CAPITAL ( C ) Determine o valor da aplicação cujo valor de resgate foi de R$ 84.248,00 por um período de 3 meses, sabendo que a taxa de aplicação a juros simples foi de 1,77% ao mês. Dados Solução algébrica FV = 84248,00 PV = ? n = 3 meses i = 1,77% a.m. (dividir por 100) AS UNIDADES DE TEMPO PRECISAM SER IGUAIS 00,80000 )0531,1( 84248 )3.0177,01( 84248 = = + = PV PV PV ).1( ).1.( ni FVPV niPVFV + = += n ENTER x i f + f CHS PV 18 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s Solução HP 12-C 84248 1 0,0177 3 R$ 80000,00 + ENTER ENTER ENTER x ÷ 19 Ecalculos Disponível em <https://goo.gl/jpRJCf>.Acesso em 21 Fev. 2018. Só Matemática - Site que traz teoria e exercícios sobre Matemática. Disponível em < http://www.somatematica.com.br/financeira.php>.Acesso em 31 Mai. 2011. Mundo Vestibular - Site que traz teoria e exercícios sobre Matemática. Disponível em < http://www.mundovestibular.com.br/articles/6497/1/Como-Calcular-Juros/ Paacutegina1.html>. Acesso em 31 Mai. 2011. Oficina da Net – Site que traz teoria sobre juros simples e ensina a calculá-los, usando o Microsoft Excel. Disponível em < http://www.oficinadanet.com.br/artigo/2096/calculo_de_juros_simples_e_composto_no_excel_ - _parte_1>. Acesso em 31 Mai. 2011. EPx - Web HP 12C Emulator –Site que traz a calculadora HP-12C virtual. Disponível em <http://epx.com.br/ctb/hp12c.php>. Acesso em 31 Mai. 2011. HP 12C Calculadora Financeira – Site que traz o manual da calculadora HP 12C. Disponível em <http://epx.com.br/ctb/hp12c.php>. Acesso em 31 Mai. 2011. Material Complementar 20 U n i d a d e : J u r o s S i m p l e s _________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Anotações 21 PUCCINI, A. L. Matemática Financeira: Objetiva e aplicada. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. CRESPO, A. A. Matemática Comercial e Financeira. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2002. BRANCO, A. C. C. Matemática Financeira Aplicada : métodos algébricos. HP-12C, Microsoft Excel. 2 ed. Ver. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005 Referências
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