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TCC NINA PDF

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CENTRO UNNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI 
CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
NINA MARA SARAIVA MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO ASSISTENTE NO AMBIENTE 
HOSPITALAR: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA QUITÉRIA – CE 
2022 
 
 
NINA MARA SARAIVA MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO ASSISTENTE NO AMBIENTE 
HOSPITALAR: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
Projeto de trabalho de Conclusão de curso 
apresentado a disciplina de de Projeto de 
TCC – do Curso de Serviço Social – do 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – 
UNIASSELVI, como exigência para 
obtenção de título de Bacharel em Serviço 
Social. 
Orientador: Maria Resisglaucia Lôbo de 
Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA QUITÉRIA – CE 
2022 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
NINA MARA SARAIVA MOURA 
 
 
 
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO ASSISTENTE NO AMBIENTE 
HOSPITALAR: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do 
grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe 
atribuída à nota “______” 
(_____________________________), pela 
banca examinadora formada por: 
 
 
 
 
 
___________________________________________ 
Presidente: Prof. Maria Reisglaucia Lobo de Oliveira – Orientador Local 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Membro: Ana Sheyla Cesar de Almeida 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Membro: Antônia Geliane Mesquita de Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA QUITÉRIA – CE 
2022 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico a produção deste trabalho aos 
meus pais Raimundo Nonato e Francisca 
Juvina. E ao meu segundo Pai (In 
Memória) Joaquim Vieira. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço ao meu Deus a quem eu deposito toda as minhas conquistas sem 
ele eu não estaria aqui. Gratidão ao meu Deus por tanto. 
 Agradecer a minha família que são a base de tudo na minha vida aos meus 
pais Raimundo Nonato Lima de Moura e Francisca Juvina Saraiva Bié, que desde 
muito cedo me ensinaram o valor de cada caminho trilhado e que nunca desistiram de 
mim, a minhas irmãs e irmão Marcia Saraiva Moura, Rafaela Saraiva Moura, Bruna 
Keyla Saraiva Moura, Isabele Saraiva Moura e Felipe Atila Saraiva Moura, que sempre 
foram e serão meus companheiros de lutas. 
 A Minha amada filha Anna Laura Moura Muniz, que me incentiva todos os dias 
a lutar pelos meus sonhos a tentar ser alguém melhor, para dar a ela o meu melhor. 
 Ao meu companheiro de vida Arnobio Andrade que me incentivou e me 
incentiva todos os dias, como ele mesmo diz a única coisa que ninguém pode nos 
roubar é os nossos conhecimentos, são verdadeiramente seus. 
 Agradecer também a minha segunda família que sempre disponibilizaram para 
me ajudar em que fosse necessário Jacira Vieira de Sousa, Jaciara Alves de Sousa, 
Sara Debora Alves de Sousa e Klebiana Vieira de Sousa. E a pessoa que eu jamais 
poderia esquecer que estaria muito feliz com essa minha conquista, um homem 
integro e que acreditava tanto em mim Joaquim Vieira de Sousa, Sei que de onde ele 
estiver estará feliz e celebrando comigo essa grande Conquista. Obrigada família por 
está sempre comigo. 
 Agradecer também minhas colegas de sala em especial minhas amigas, que 
sempre seguraram a minha mão e que estiveram comigo nessa longa caminhada 
Marinalva, Evania, Daniela, Alzeane. E aquelas que também contribuíram mas que 
trilharam outros caminhos Priscila, Priscila Sales e Rafaela. 
 Agradecer a minha tutora Reisglaucia Lobô por me aturar e ser firme em todas 
as minhas tentativas de desistir, a Sheila nossa secretaria, coordenadora que sempre 
deu um jeitinho para que hoje eu possa está aqui. 
 Agradecer a equipe do hospital Municipal de Santa Quitéria por tamanha 
receptividade, a todos aqueles profissionais que se dedicam e dão o seu melhor todos 
os dias, em especial minhas supervisoras de campo Antônia Geliane Mesquita de 
Sousa e Maria Meire Ribeiro. Por terem contribuído tanto para a minha vida acadêmica 
como para a vida profissional. 
 
 
 Quero gradecer a todos que contribuíram direta ou indiretamente na minha 
formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, 
ensina-se as tuas veredas; guia-me com a 
tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, 
meu Salvador, e a minha esperança está 
em ti o tempo todo (Salmos 25:4-5). 
 
 
RESUMO 
 
Desse modo, o assistente social se insere no setor saúde como um profissional que 
visa contribuir para efetivação dos princípios do SUS e para o acesso aos direitos dos 
cidadãos compreendendo que esta profissão possui o entendimento sobre o processo 
saúde e doença em sua totalidade e não considera somente o caráter biológico mas 
também os determinantes sociais, econômicos e políticos que envolvem todo esse 
processo. Este trabalho tem como objetivo Identificar na Literatura atual as principais 
competências do assistente social no ambiente hospitalar. Para isso realizou-se uma 
revisão integrativa de literatura nas seguintes bases de dados: LILACS, MEDLINES, 
IBECS disponíveis na BVS através da seguinte operação de busca: assistentes 
sociais AND Centros de atenção terciária OR Hospitais, resultando em um total de 
146 produções. Gerou-se um total de 07 artigos como amostra final do estudo. Como 
questão norteadora utilizou-se Quais as evidências na literatura atual sobre as 
competências do Assistente Social no âmbito hospitalar?. permite identificar a 
importância do profissional assistente social no espaço hospitalar e múltiplas facetas 
da sua atuação profissional nesse espaço de prática, apesar de ser muitas vezes 
pouco visto como componente da equipe hospitalar, fica evidente através dos achados 
que o profissional assistente social atua notoriamente nas mais variadas 
circunstâncias assistenciais. Assim, foi observado que o papel do assistente social é 
essencial no ambiente hospitalar seja para atuação direta ao paciente/usuário ou para 
atuação junto às famílias destes vistos que ele é responsável por lidar com a questão 
social inerente ao processo saúde-doença que garante a prestação de um cuidado 
mais qualificado e humanizado. 
 
Palavras-Chave: Assistentes Sociais. Centros de Atenção Terciária. Hospitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
In this way, the social worker is inserted in the health sector as a professional who 
aims to contribute to the realization of the principles of the SUS and to the access to 
the rights of citizens, understanding that this profession has an understanding of the 
health and disease process in its entirety and does not consider only the biological 
character but also the social, economic and political determinants that involve this 
whole process. This work aims to identify in the current literature the main 
competences of the social worker in the hospital environment. For this, an integrative 
literature review was carried out in the following databases: LILACS, MEDLINES, 
IBECS available in the VHL through the following search operation: social workers 
AND tertiary care centers OR Hospitals, resulting in a total of 146 productions. A total 
of 07 articles were generated as the final sample of the study. As a guiding question, 
What is the evidence in the current literature on the competences of the Social Worker 
in the hospital environment?. allows us to identify the importance of the professional 
social worker in the hospital space and multiple facets of their professional 
performance in this space of practice, despite beingoften little seen as a component 
of the hospital team, it is evident through the findings that the professional social worker 
works notoriously in the most various assistance circumstances. Thus, it was observed 
that the role of the social worker is essential in the hospital environment, whether for 
direct action with the patient/user or for acting with the families of these visas, which 
he is responsible for dealing with the social issue inherent to the health-disease 
process that guarantees the provision of a more qualified and humanized care. 
 
Keywords: Social Workers. Tertiary Care Centers. Hospitals. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS 
AIS AÇÕES INTEGRADAS EM SAÚDE 
BVS BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE 
CF CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
CNS CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE 
CONASP CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA 
JBI JOANNA BRIGGS INSTITUTE 
LOS LEI ORGÂNICA DE SAÚDE 
NOB NORMA OPERACIONAL BÁSICA 
RAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA ............................................................................ 15 
2.1 Aspectos Históricos do Serviço Social no Brasil.................................... 15 
2.2 A inserção do Serviço Social na Saúde ................................................... 18 
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL
 21 
3.1 O Sistema Único de Saúde (SUS) ............................................................. 21 
4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 25 
5. OBJETIVO DA PESQUISA ................................................................................ 26 
5.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 26 
6. METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................... 27 
6.1 Tipo de estudo ............................................................................................ 27 
6.2 Construção da Questão Norteadora ......................................................... 27 
6.3 Período do Estudo ..................................................................................... 27 
6.4 Busca em Bases de dados e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS)
 27 
6.5 Estabelecimento dos Critérios de Inclusão e Exclusão ......................... 28 
6.6 Análise das Informações ........................................................................... 29 
6.7 Aspectos Éticos ............................................................................................. 29 
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30 
7.1 Caracterização dos estudos incluídos ..................................................... 30 
7.2 Compreendendo a prática profissional do Assistente Social no 
Ambiente hospitalar ............................................................................................. 32 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 36 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
A saúde é marcada por intensas lutas e percorreu um caminho árduo nesse 
processo de concretização para garantia da sua qualidade e totalidade, de forma 
contemporânea, as práticas em saúde apontam a necessidade da humanização no 
atendimento principalmente após a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) 
com a Constituição Federal de 1988, que estabeleceu a saúde como um direito de 
todos e um dever do estado na qual acarretou uma série de discussões a respeito da 
forma de fazer saúde em todos os níveis de atenção (BRASIL, 1988). 
Nessa perspectiva a saúde na atualidade é organizada por meio de um sistema 
de redes que visam modificar o sistema fragmentado de atenção à saúde isolado e 
incomunicados em que há uma estruturação hierárquica marcada por diferentes níveis 
de complexidade (MENDES, 2011). 
Desse modo, surge as Redes de Atenção à Saúde (RAS) como uma forma de 
comunicar atenção primária, secundária e terciária de maneira a prestar uma atenção 
contínua a população e proporcionar um sistema de saúde integrado organizando-se 
por conjuntos coordenados de pontos para prestar assistência (ARRUDA et al., 2015). 
Esse processo permite uma agregação dos níveis de assistência a saúde de 
forma a proporcionar uma atenção mais integral e dessa forma mais qualificada 
possibilitando a garantia do atendimento a todas as necessidades da população que 
procuram os serviços de saúde. 
No que se refere ao nível terciário, especificamente a atuação no ambiente 
hospitalar é requerida uma atenção multiprofissional mínima para o atendimento de 
qualidade aos usuários, sendo o assistente social um dos profissionais que compões 
esta equipe, tendo em vista ser um espaço sócio-ocupacional que expressa 
manifestações da questão social (VIDAL; GUILHERME, 2019). 
Desse modo, o assistente social se insere no setor saúde como um profissional 
que visa contribuir para efetivação dos princípios do SUS e para o acesso aos direitos 
dos cidadãos compreendendo que esta profissão possui o entendimento sobre o 
processo saúde e doença em sua totalidade e não considera somente o caráter 
biológico mas também os determinantes sociais, econômicos e políticos que envolvem 
todo esse processo (RUEDA; CARNEIRO E SILVA, 2021). 
O seu exercício profissional nesta área tem, ao longo dos anos, juntamente com 
as transformações ocorridas na sociedade seja de teor político, econômico ou 
13 
 
ideológico, juntamente com os profissionais de Serviço Social enquanto categoria, 
sofrido transformações que conseqüentemente, traz consigo rebatimentos da prática 
profissional do Assistente Social, este enquanto defensor dos direitos humanos, tem 
como princípios a busca pela concretização desses direitos e, no caso da saúde em 
particular acesso a tudo que prevê a Constituição Federal de1988 e a Lei orgânica de 
saúde – LOS (Lei federal nº 8.080/1990). 
De fato, o exercício deste profissional nessa área tem, ao longo dos anos, 
juntamente com todas as transformações ocorridas na sociedade seja no âmbito 
político, econômico ou ideológico juntamente com os profissionais do serviço social 
enquanto categoria sofrido transformações diversas que consequentemente traz 
rebatimentos quanto aos princípios pela busca e concretização dos direitos aos 
usuários pela sua saúde (BRASIL, 1990). 
Assim, diante dos limites impostos pela burocratização ao acesso à saúde o 
Assistente social tem como instrumento legal que regulamenta sua prática profissional 
o seu respectivo código de ética que lhe dá subsídios na busca de estratégias de 
abordagem para a atuação como uma forma de tornar real seus serviços e o pleno 
desfrute dos direitos. 
Diante disso, estabelece-se a seguinte questão norteadora para o estudo: 
Quais as evidências na literatura atual sobre as competências do Assistência Social 
no âmbito hospitalar? Para isso, pretende-se realizar uma buscar na literatura 
brasileira acerca das principais atribuições deste profissional neste local de trabalho e 
principalmente relacionadas ao nível terciário de assistência. 
Diante dos limites postos pela burocratização ao acesso à saúde, o Assistente 
Social tem como instrumento legal a lei que regulamenta a profissão e o Código de 
Ética profissional, que lhe dão subsídios na busca de estratégias de abordagem para 
que o seu agir profissional seja omeio de tornar real, ao usuário de seus serviços, o 
pleno desfrute desse direito na sua totalidade e integralidade, conforme rege a CF/88 
e a LOS. 
 Para isso, realizar-se-á, uma revisão integrativa de literatura em bases de 
dados nacionais a partir de publicações brasileiras, nos últimos 5 anos que visem 
responder a seguinte questão norteadora: Quais as evidências na literatura atual 
sobre as competências do Assistente Social no âmbito hospitalar?. 
Acredita-se que este trabalho seja relevante para a disseminação da prática 
profissional do assistente social bem como contribuir para a garantia de direitos dos 
14 
 
usuários aos serviços de saúde tendo em vista que este é um profissional que atua 
diretamente na efetivação destes. Assim, compreende-se que o acesso a saúde não 
equivale à simples utilização do serviço, mas também a oportunidade de utilização 
dos serviços fornecidos em circunstâncias que permitem o apropriado uso dos 
mesmos a partir de padrões eficazes (SANCHEZ; CICONELLI, 2012). E é nesse 
processo que este profissional visa atuar. 
A escolha pela temática se deu em razão da aproximação com ela em virtude 
das práticas realizadas durante o estágio supervisionado realizado no Hospital 
Municipal de Santa Quitéria (Zezé Benevides) que possibilitou a vivência prática com 
as atribuições do assistente social no ambiente hospitalar, a rotina diária com os 
usuários neste serviço bem como operacionalizar o papel burocrático inerente a ele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA 
2.1 Aspectos Históricos do Serviço Social no Brasil 
O serviço social surge no Brasil, na década de 30, neste período o país passava 
por uma intensificação do processo de urbanização e industrialização, a carência pela 
profissão foi decorrente da necessidade de conter as camadas populares e assim 
impossibilitar um avanço do comunismo. Essas mudanças no contexto sociopolítico e 
econômico brasileiro iniciaram com a Revolução de 1930, nesse período a questão 
social era vista como o conjunto de desigualdades sociais marcada pela sociedade 
capitalista que não possuía intermediação do Estado possuindo caráter coletivo e 
sendo fruto da própria atividade humana (IAMAMOTO, 2007). 
Nesse contexto, o serviço social possuía características assistencialistas e 
controladoras que eram tipicamente ligadas à aspectos catolicistas e ao estado pois 
possuíam mediação com o capital e trabalho, com vistas a manter o controle da classe 
trabalhadora e a legitimidade da classe dominante. 
Assim, para que essa nova atividade se firmasse como profissão e ganhasse o 
reconhecimento social tornou-se necessário a elaboração de um conjunto de 
conhecimentos próprios assim como a formação de profissionais competentes que 
dessem uma contribuição significativa a sociedade. Com isso, foram organizados 
cursos de Serviço Social, sendo fundada, em 1936, a primeira escola de Serviço 
Social em São Paulo. 
A década de 60 tem como marco a crise ideológica, política e de eficiência da 
profissão, questionando a burocratização do Serviço Social, seu caráter importador e 
a sua ligação com as classes dominantes. Foi quando no ano de 1965 aconteceu o I 
Seminário Latino americano onde foram questionados os métodos tradicionais do 
Serviço Social e seus fundamentos ideológicos, teóricos e metodológicos de suas 
raízes sociopolíticas da direção social gerando a necessidade de uma reconceituação 
da profissão. 
O movimento de reconceituação do Serviço Social contribuiu com a ruptura do 
seu conservadorismo que serviu de referência para um projeto e prática profissional 
vinculada a projeto social colaborando com a desalienação do cotidiano e exigindo do 
profissional uma postura crítica (IAMAMOTO, 2007). 
16 
 
Nos anos 1970, a sociedade brasileira foi marcada pelas discussões de um 
método único de intervenção com diagnóstico, tratamento e avaliação que trás de 
volta o método conservador e aborda uma visão liberal da intervenção social 
embasada em um esforço individual do Código de Ética de 1975 norteado pelas 
concepções apontadas pelo neotomismo. 
O Neotomismo reconhece o homem como um ser repleto de razão, sendo 
responsável por realizar escolhas e ao mesmo tempo uma criatura finita e imagem e 
semelhança de Deus e que portanto, possui a capacidade de aperfeiçoar-se 
materialmente e espiritualmente baseada em aspectos perfeitos (SOARES, 2017). 
Durante isso, a profissão manteve seu viés conservador, controlando a classe 
trabalhadora, desde o seu surgimento até a década de 70. 
Com as lutas contra a ditadura e pelo acesso a melhores condições de vida, ao 
longo de 1980, o Serviço Social também experimentou novas influências, a partir de 
então, a profissão começou a negar seu viés conservador e começa a afirmar um 
projeto profissional comprometido com a democracia e com o acesso universal aos 
direitos sociais, civis e políticos (IAMAMOTO; CARVALHO, 1995; NETTO, 1996; 
PEREIRA; 2008). 
O compromisso com a democracia começa a dar ao serviço social uma 
característica que mais próxima a população a que busca e enaltece realmente os 
direitos individuais e coletivos e que dessa forma procura garantir o acesso aos bens 
e serviços essenciais à população. 
Nessa perspectiva, a década de 1980 é marcada por uma fase em que passa-
se por um amadurecimento da produção teórica profissional e do reencontro do 
Serviço Social consigo mesmo, pois se instituiu o debate acadêmico que é marcado 
pelo processo de ruptura com o conservadorismo, pelo fortalecimento da orientação 
marxista para a construção do projeto ético-político profissional que coloca como valor 
princípios de democracia, liberdade, justiça social e dignidade pelas políticas sociais 
em especial na área do tripé da seguridade social: Previdência Social, Assistência 
Social e Saúde (BOURGUIGNON, 2007). 
Na década de 1990, o serviço social com densas mudanças tem que reavaliar o 
mundo capitalista em que a sociedade está inserida sem meios de proteção social que 
ajudam na reiteração das desigualdades sociais dessa vez mais nítidas e sem 
políticas relacionadas às questões sociais, tais como direitos essenciais na vida da 
população como o direito a saúde e a educação. 
17 
 
Segundo Yazbek (2000), o Serviço Social nos anos 90 se vê confrontado com 
as transformações da sociedade, a qual é desafiada a compreender as novas 
configurações e manifestações da questão social que expressam a precarização do 
trabalho e a penalização dos trabalhadores na sociedade capitalista e nelas intervir. 
 
“[...] num ordenamento social com regras democráticas, uma profissão 
é sempre um campo de lutas, em que os diferentes segmentos da 
categoria, expressando a diferenciação ideopolítica existente na 
sociedade, procuram elaborar uma direção social estratégica para sua 
profissão” (NETTO, 1996, p. 116). 
 Assim, o que se observa é que em meio a um processo tão burocrático cheio 
de normas e regras a existência de uma profissão dotada de preceitos que englobam 
a luta por direitos sociais que viabilizam também a busca por garantir o direito da 
população torna-se importante nos dias atuais. 
Desse modo, o código de ética do Profissionais Assistentes Sociais apontam 
que a profissão envolve uma série de desafios que envolve ainda escolhas teóricas, 
ideológicas e políticas das categorias e dos profissionais a partir de uma identificação 
ética dos casos que os profissionais assistem (NETTO, 1999). 
Assumir o projeto ético-político supõe que o profissional faça a opção política 
de contrapor-se ao projeto, hoje, hegemônico, o que significa um compromisso de 
remar na contracorrente da história e/ou contra a maré. 
Também merece destaque nesse mesmo período, a construção do Sistema 
Único de Assistência Social (SUAS), como estratégia de resgate da LOAS e 
fortalecimento descentralizado e participativo. Há de salientartambém neste mesmo 
ano o Código de Ética de 1993, que é expressão de um processo de renovação teórica 
e política da categoria e de suas entidades representativas, que em 1960 iniciou-se. 
Um dos pontos marcantes da questão social é o processo de exclusão social 
que está relacionada à crise política, econômica e social do mundo, e tem como 
fenômenos significativos a reestruturação produtiva que se caracteriza por intensas 
transformações no processo produtivo passando a produzir mais em pouco tempo de 
acordo com o mercado, pois ele é quem define a oferta e a demanda, a terceirização 
da mão de obra que contribui para o desemprego, em conseqüência uma economia 
informal, a globalização que é a mundialização do capital, maior intercâmbio de idéias 
na informativa com a intensificação das trocas econômicas internacionais e o 
18 
 
neoliberalismo que defende a privatização, não intervenção estatal e redução de 
gastos em ações sociais (GUIMARÃES, 2003). 
Portanto, um profissional de Serviço Social tem que ter primeiramente 
sensibilidade para os problemas sociais, gostar de lidar com pessoas, estar disposto 
a enfrentar desafios, sentir prazer em ajudar e resolver problemas, ter habilidade para 
trabalhar em equipe; embasar as suas ações em conhecimentos teóricos das diversas 
ciências sociais, ter habilidade para utilizar os conhecimentos teóricos na prática 
profissional, ter compromissos com princípios éticos e históricos da população 
brasileira, ter capacidade para executar e elaborar políticas sociais públicas. 
2.2 A inserção do Serviço Social na Saúde 
 
O Brasil assistiu uma reorientação política e institucional da saúde iniciada em 
meada da década de 70, antes só tinha acesso a saúde quem poderia pagar por ela, 
o governo só se responsabilizava pelas endemias e epidemias como a da febre 
amarela e da Malária, portanto, grande parcela da população estava insatisfeita e 
além desse fator outro muito importante para a conquista do SUS foi o surgimento do 
Movimento de Reforma Sanitária que colaborou com mudanças na organização desta 
política resultando em um novo conceito de saúdo, incorporado na constituição de 
1988. 
A saúde não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico 
de determinada sociedade e num dado momento do seu 
desenvolvimento, devendo ser conquistada pela população em suas 
lutas cotidianas. Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a 
resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, 
meio ambiente, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e 
acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado de 
organização social da produção, as quais podem gerar grandes 
desigualdades nos níveis de vida. (Anais da 8ª Conferência Nacional 
de Saúde, 1987, p.382) 
 
 Ao reconhecer a saúde como resultado das condições econômicas, políticas, 
sociais e culturais, o Serviço Social passa a fazer parte do conjunto de profissões 
necessárias à identificação e análise dos fatores que intervém no processo 
saúde/doença, uma vez que de acordo com a constituição de 1988, a saúde é 
entendida como um direito de todos e um dever do estado garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem a redução de riscos à saúde (BRASIL, 1988). 
19 
 
Outro fato que vem contribuir para a ampliação da inserção do assistente social 
no campo foi à mudança no processo de gestão da política de saúde, tendo na 
descentralização política e administrativa a principal estratégia. 
É dentro da relação de dever e direito à saúde que o trabalho dos assistentes 
sociais vem se desenvolvendo e, a cada dia, tem se tornado uma prática necessária 
para a promoção e atenção à saúde. É assim então, considerando que a saúde é 
construída a partir de necessidades históricas e socialmente determinada, que o 
Assistente Social a defende como direito de todo cidadão e dever do Estado, 
propondo-se a contribuir para assegurar o respeito aos princípios de universalidade, 
equidade e integralidade. 
Entretanto várias foram as dificuldades enfrentadas pelo assistente social 
nesse processo, tendo em vista que nem sempre a prática profissional foi vista com 
bons olhos, principalmente quando não se tinha noções explícitas do que seria saúde 
e das necessidades da população. O assistente social inicialmente atuou em práticas 
educativas, relacionadas com a higiene nesse período o trabalho era caritativo e 
assistencialista, sendo o exercício da profissão voltado aos doentes e aos pobres. 
Neste contexto o assistente social começou a se tornar participante na saúde junto a 
uma equipe multiprofissional. 
Segundo Vasconcelos (2007) tomar como objeto o trabalho dos assistentes 
sociais é antes de tudo reconhecer esse profissional como um dos profissionais 
articuladores dentro de uma equipe multiprofissionais que poderá propiciar uma visão 
abrangente da situação de saúde de um indivíduo a partir de conjunto de práticas. 
Nessa perspectiva, o trabalho em equipe multiprofissional é compreendido como 
um eixo orientador na formação e trabalho conjuntamente com a intersetorialidade 
para a construção de uma assistência integral às necessidades de saúde da 
população no sistema pública de saúde (PAIVA et al., 2019). Assim, inserir o 
assistente social nesta equipe contribui efetivamente tanto para o processo de 
articulação profissional como articulação intersetorial. 
Para Bravo (et al., 2007) o exercício profissional do assistente social não se 
reduz à ação exclusiva sobre as questões subjetivas vividas pelo usuário e nem pela 
defesa de uma suposta particularidade do trabalho desenvolvido pelos assistentes 
sociais nas diferentes especialidades da medicina. Esta última perspectiva fragmenta 
a ação do assistente social na saúde e reforça a concepção de especialização nas 
diversas patologias médicas. 
20 
 
O trabalho do assistente social na saúde deve ter com eixo central a busca 
criativa e incessante da incorporação destes conhecimentos, articulados aos 
princípios do projeto de reforma sanitária e pelo projeto ético-político do Serviço 
Social. É sempre na referência a estes dois projetos que se poderá ter a compreensão 
se profissional está de fato dando respostas qualificadas às necessidades 
apresentadas pelos usuários do Serviço Social. 
Portanto, observa-se tudo isso afeta a Saúde Pública no Brasil que reflete a 
grave situação de pobreza, miséria, exclusão e seletividade existente no país. Depara-
se com sérios problemas na área da saúde pública como o difícil acesso da população 
aos serviços especializados, a escassez de hospitais especializados que atendam 
pelo Sistema Único da Saúde, o que leva o cidadão doente a ficar horas em uma fila 
de espera e ainda assim, não ter a garantia de receber um serviço de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 
3.1 O Sistema Único de Saúde (SUS) 
 O SUS teve seus princípios determinados na Lei Orgânica de Saúde 
8.080/1990 embasados no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 na qual são 
estabelecidos como princípios a universalidade, integralidade e equidade também 
chamados de ideológicos ou doutrinários e os princípios da descentralização, 
regionalização e hierarquização também chamados de princípios organizacionais 
(BRASIL, 1990). 
Com a promulgação da Constituição de 1988 foi oficializada a abertura da 
assistência à saúde a iniciativa privada o que foi um marco histórico no que tange ao 
modelo assistencial de saúde no Brasil. Enquanto resultante dos embates e das 
diferentes propostas em relação ao setor saúde presentes na Assembleia Nacional 
Constituinte, a CF/88 aprovou a criação do Sistema Único de Saúde, reconhecendo a 
saúde como um direito a ser assegurado pelo Estado e pautado pelos princípios de 
universalidade, equidade, integralidade e organizado de maneira descentralizada, 
hierarquizadae com participação da população (CUNHA; CUNHA, 1998). 
Hoje, compete ao Estado garantir a saúde do cidadão e da coletividade, ou 
seja, abandonou-se um sistema que apenas considerava a saúde pública como dever 
do Estado no sentido de coibir ou evitar a propagação de doenças que colocavam em 
risco a saúde da coletividade e assumiu-se que o dever do Estado de garantir a saúde 
consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais, além da 
prestação de serviços públicos de promoção, prevenção e recuperação. A visão 
epidemiológica da questão saúde-doença, que privilegia o estudo de fatores sociais, 
ambientais, econômicos, educacionais que podem gerar a enfermidade, passou a 
integrar o direito à saúde. 
Esse novo conceito de saúde considera as suas determinantes e 
condicionantes (alimentação, moradia, saneamento, meio ambiente, renda, trabalho, 
educação, transporte etc.), e impõe aos órgãos que compõem o SUS o dever de 
identificar esses fatos sociais e ambientais e ao Governo o de formular políticas 
públicas condizentes com a elevação do modo de vida da população (CARRAPATO; 
CORREIA; GARCIA, 2017). 
22 
 
A partir disso, são princípios doutrinários e Organizativos do SUS: 
• Universalidade: Que tem como meta o acesso às ações e serviços a todas as 
pessoas sem distinção de sexo, raça, renda, ocupação ou outras 
características sociais, ideológicas ou pessoais; 
• Equidade: Presa pela Racionalidade. Deve organizar as ações assistenciais 
de maneira que seja oferecidos ações e serviços de acordo com as 
necessidades da população. Para isso, o SUS deve organizar a partir de 
pequenas regiões e ser planejado para suas populações, de acordo com o que 
elas precisam e não o que alguém decide. 
• Integralidade: Deve-se atuar de maneira integral, isto é, não se deve ver a 
pessoa como um amontoado de partes, mas sim como um ser integral que faz 
parte da sociedade, o que significa que as ações de saúde devem ser voltadas, 
ao mesmo tempo, para o indivíduo e para a comunidade. 
• Hierarquização: É vista como um conjunto articulado e contínuo de ações e 
serviços preventivos e curativos que são exigidos para garantir a autonomia de 
Estados e Municípios. 
• Participação Popular: deve ser democrática, ou seja, deve assegurar o direito 
de participação de todos os seguimentos envolvidos com o sistema - dirigentes 
institucionais, prestadores de serviços, trabalhadores de saúde e, 
principalmente, a comunidade, a população, os usuários dos serviços de 
saúde. 
• Descentralização: o poder de decisão deve ser daqueles que são 
responsáveis pela execução das ações, pois, quanto mais perto do problema, 
mais chance se tem de acertar sobre a sua solução. Isso significa que as ações 
e serviços que atendem à população de um município devem ser municipais; 
as que servem e alcançam vários municípios devem ser estaduais; e aquelas 
que são dirigidas a todo o território nacional devem ser federais. 
 A Lei nº. 8.080/90 estabeleceu que os recursos destinados ao SUS seriam 
provenientes do Orçamento da Seguridade Social. A mesma lei estabelece a forma 
de repasse de recursos financeiros a serem transferidos para estados e municípios, 
que são baseados nos seguintes critérios: perfil demográfico; perfil epidemiológico; 
rede de serviços instalada; desempenho técnico; ressarcimento de serviços 
23 
 
prestados. Este artigo foi substancialmente modificado com a edição das Normas 
Operacionais Básicas1 (NOBs) que regulamentaram a aplicação desta lei. 
É válido mencionar que no modelo assistencial à saúde aqui apresentado 
existem competência definidas que designam ações para cada uma das três esferas 
do governo. Assim, para esfera federal compete a formulação de políticas nacional, 
planejamento, normatização e avaliação assim como controle do sistema de 
abrangência nacional; Na esfera estadual compete a formulação da política estadual 
de saúde e a coordenação e o planejamento do sistema de abrangência estadual; E 
por fim, na esfera municipal compete-se a formulação da política municipal de saúde 
para provisão das ações e serviços de saúde que denotam as práticas assistenciais 
nessa localidade. 
Cabe citar ainda a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), ela significou um 
marco na formulação das propostas de mudança do setor saúde, consolidadas na 
Reforma Sanitária brasileira. Seu documento final sistematiza o processo de 
construção de um modelo reformador para a saúde, que é definida como resultante 
das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, 
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de 
saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da 
produção, as quais podem gerar desigualdades nos níveis de vida. Este documento 
serviu de base para as negociações na Assembléia Nacional Constituinte, que se 
reuniria logo após (CUNHA e CUNHA, 1998). 
 Entre 1981 e setembro de 1984, o país vivencia uma crise econômica explícita, 
e é quando se iniciam as políticas racionalizadoras na saúde e as mudanças de rota 
com o CONASP2 - Conselho Consultivo da Administração da Saúde Previdenciária e 
as AIS - Ações Integradas de Saúde. Este é um momento tumultuado na saúde, tendo 
em vista a quebra de hegemonia do modelo anterior (FRANÇA, 1998). 
 A partir do plano do CONASP, surgiu o Programa de Ações Integradas de 
Saúde, que ficou conhecido como AIS. Tinha o objetivo de integrar os serviços que 
 
1 As Normas Operacionais Básicas tratam da edição de normas operacionais para o funcionamento e 
operacionalização do SUS de competência do Ministério da Saúde, tendo sido editadas até hoje: a NOB-SUS 
01/91, NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96, e que serão mencionadas em outras partes deste texto. 
³Art. 1o O Conselho Nacional de Segurança Pública - CONASP, órgão colegiado de natureza 
consultiva e deliberativa, que integra a estrutura básica do Ministério da Justiça, tem por finalidade, 
respeitadas as demais instâncias decisórias e as normas de organização da administração pública, 
formular e propor diretrizes para as políticas públicas voltadas à promoção da segurança pública, 
prevenção e repressão à violência e à criminalidade, e atuar na sua articulação e controle democrático. 
24 
 
prestavam a assistência à saúde da população de uma região. No governo da Nova 
República, a proposta das Ações Integradas de Saúde - AIS são fortalecidos e este 
fortalecimento passa pela valorização das instâncias de gestão colegiada, onde esta 
gestão tem o paio e a participação de usuários dos serviços de saúde. 
Portanto, cabe ao assistente social atua por meio das suas legislações a fim de 
garantir a efetivação dessas políticas politicas públicas em todos os níveis 
assistenciais, mas como objeto desse trabalho pretende-se averiguar a sua atuação 
diante do atenção terciária, ou seja, no âmbito hospitalar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
4. JUSTIFICATIVA 
O Trabalho justifica-se pela necessidade de conhecer a importância do 
profissional assistente no âmbito da atenção terciária compreendendo sua atuação 
crítica, comprometida e dotada de competência particulares embasadas na questão 
social (BRANDÃO et al., 2018). 
 Logo, ao aprofundar os conhecimentos sobre as competências do Assistente 
Social no âmbito Hospitalar, pode-se contribuir para a compreensão da profissão e 
servir como ferramenta de apoio para o entendimento de sua organização e de seu 
projeto profissional, principalmente pela importância dos profissionais do Serviço 
Social no âmbito dos direitos sociais no âmbito do SUS, uma vez que constituem uma 
esfera exemplar na garantia e consolidação destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
5. OBJETIVO DA PESQUISA 
5.1 Objetivo Geral 
• Identificar na Literatura atual as principais competências do assistente social 
no ambiente hospitalar27 
 
6. METODOLOGIA DA PESQUISA 
6.1 Tipo de estudo 
 Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa do tipo revisão 
integrativa de literatura, esse tipo de estudo possibilita a síntese de múltiplos estudos 
já publicados de maneira que permite tirar conclusões através da interpretação e 
síntese dos achados permitindo a construção de uma análise ampla da literatura 
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). 
 No que se refere a pesquisa qualitativa, Gil (2017) relata que a mesma é 
empregada para que o pesquisador possa analisar a qualidade dos resultados 
possíveis de uma determinada pesquisa para isso torna-se necessário saber como os 
dados foram obtidos como também os procedimentos adotados durante sua análise e 
interpretação. 
6.2 Construção da Questão Norteadora 
 Para a escolha da questão norteadora será utilizada a estratégia PICo 
considerando a dimensão qualitativa da Revisão Integrativa, a partir da recomendação 
do Joanna Briggs Institute (JBI, 2015) que direciona a modificação do acrômio para 
PICo (na qual P constituem os participante, I o fenômeno, e Co o contexto). Assim, a 
condução da questão norteadora da presente revisão integrativa está devidamente 
delineada no quadro 1. 
P - Assistente 
Social 
 
 
Quais as evidências na literatura atual sobre as competências 
do Assistente Social no âmbito hospitalar? I - Competências 
Co - âmbito 
Hospitalar 
Fonte: Dados da pesquisa (2022). 
 
6.3 Período do Estudo 
O estudo teve início no mês de junho de 2022 com a elaboração do pré-
projetação de trabalho de Conclusão de Curso. A busca nas bases de dados foi 
realizada nos meses de setembro e outubro de 2022. E a finalização do estudo 
ocorreu no mês de Novembro de 2022 com a defesa da Monografia. Assim, o estudo 
teve duração de 04 meses. 
6.4 Busca em Bases de dados e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) 
 
28 
 
 As buscas serão realizadas nas bases de dados National Library of Medicine 
(MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), 
Portais das Secretárias dos Estados de Saúde, Índice Bibliográfico Español en 
Ciências de la Salud (IBECS) disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) 
através da seguinte operação de busca: assistentes sociais AND Centros de atenção 
terciária OR Hospitais, resultando em um total de 146 produções. 
6.5 Estabelecimento dos Critérios de Inclusão e Exclusão 
Como critérios de inclusão irão ser adotados a disponibilidade online e na 
íntegra, serem publicados nos últimos 05 anos (2017-2022) e em idioma inglês, 
português e espanhol. Após a adoção dos critérios, o estudo obteve uma amostra 
inicial de 62 artigos. Como ferramenta de suporte a análise e organização dos achados 
será utilizado o Software online Rayan. Após a análise de títulos e rastreio inicial foram 
incluídos 16 estudos para leitura na íntegra. 
Como critérios de exclusão irão ser adotados a duplicidade, sendo mantida 
somente a primeira versão do estudo, a ausência de resposta para a questão 
norteadora e estudos que tenham em sua metodologia a revisão de literatura. Após a 
leitura dos estudos incluídos na íntegra e adoção dos critérios de inclusão gerou-se 
uma amostra final de 07 estudos para compor a presente revisão integrativa. O 
Fluxograma de seleção de estudos está corretamente identificado na figura 1. 
 
Figura 1. Fluxograma de Seleção de estudos incluídos na revisão integrativa. Santa 
Quitéria, CE, Brasil, 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.nlm.nih.gov/medline/medline_overview.html
https://www.nlm.nih.gov/medline/medline_overview.html
https://www.nlm.nih.gov/medline/medline_overview.html
https://www.nlm.nih.gov/medline/medline_overview.html
https://www.nlm.nih.gov/medline/medline_overview.html
29 
 
6.6 Análise das Informações 
Para análise das informações será utilizada a análise temática de Minayo 
(2014), na qual é divida em três fases: a pré-analise: na qual se baseia na escolha 
inicial dos documentos que serão utilizados para construção dos indicadores de 
análise. A segunda é a exploração do material: Faz referência aos índices e 
elaboração dos indicadores propriamente ditos, preparando o material para 
exploração. E por fim, o tratamento e Interpretação: São estabelecidos os resultados 
e as informações são fornecidas pela análise. 
6.7 Aspectos Éticos 
A pesquisa não envolverá seres humanos, entretanto, a autora garante o 
atendimento a ausência de plágios de forma que todas as produções que serão 
utilizadas neste estudo estarão rigorosamente refincadas de acordo com as normas 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
7.1 Caracterização dos estudos incluídos 
 Foram incluídos para compor a presente revisão integrativa 07 estudos que 
estão devidamente identificados no quadro 02 no que se refere a título, autoria, ano, 
idioma e objetivo do estudo. No que se refere ao ano de publicação, pode-se perceber 
que aproximadamente 42,8% (n = 3) foram publicados no ano de 2022, 14,2% (n = 1) 
foi publicado no ano de 2019, 14,2% (n = 1) foi publicado no ano de 2018 e 28,8% (n 
= 2) foram publicados no ano de 2017). Quanto ao idioma de publicação 
aproximadamente 14,2% (n = 1) foram publicados em espanhol, 14,2% (n = 1) foram 
publicados em português) e 71,6% (n = 5) foram publicados em idioma Inglês. 
 Os dados refletem a importância da busca em bases de dados diversificadas 
para contemplar maiores dados de pesquisas, assim como a importância de 
contemplar estudos internacionais nos resultados para abarcar um quantitativo maior 
de estudos e resultados mais confiáveis considerando o alto potencial científico dos 
estudos internacionais. 
TÍTULO AUTORIA ANO IDIOMA OBJETIVO 
Biblioteconomía y trabajo 
social: uma combinación 
estratégica para enfrentar 
pandemias 
CHÁVEZ-
MARTÍNEZ, 
Omar 
2022 Espanhol Identificar como as 
intervenções de profissionais 
dos trabalhos sociais e 
bibliotecários podem 
satisfazer as necessidades de 
informação durante a 
pandemia 
In the centre or caught in 
the Middle? – Social 
workers’ and healthcare 
professionale views on 
user involvement in 
Coordinated Individual 
Plans in Sweden 
MATSCHECK, 
David; PIUVA, 
Katarina 
2022 Inglês como os profissionais veem o 
envolvimento do usuário em 
esforços colaborativos no 
planejamento do cuidado, 
usando como exemplo o 
Plano Individual Coordenado 
(CIP) na Suécia. 
“I Have Failed Them and 
Failed My Duties”: 
Experiences of Hospital 
Social Workers 
Discharging Patients into 
Homelessness 
MORRIS, Rae 
et al 
2022 Inglês Elucidar observações e 
experiências de assistentes 
sociais hospitalares que dão 
alta a pacientes em situação 
de rua 
Social Worker Integrated 
Care Competencies 
Scale (SWICCS): 
Assessing social worker 
clinical competencies for 
health care settings 
DAVIS, Tamara 
S et al. 
2019 Inglês Avaliar as competências 
clínicas dos assistentes 
sociais para ambientes de 
saúde através da Escala de 
Competências de Cuidado 
31 
 
Integrado do Assistente 
Social 
Cohort study of a 
specialist social worker 
intervention on hospital 
use for patients at risk of 
long stay 
OSBORNE, 
Sonya et al 
2018 Inglês Determinar se um modelo de 
atendimento especializado 
liderado por assistente social 
estava associado a uma 
redução no tempo de 
permanência para pacientes 
clinicamente estáveis com 
necessidades psicossociais 
complexas que estavam em 
risco de longa permanência e 
determinar o valor econômico 
desse modelo em relação a a 
disposição dos tomadores de 
decisão em pagar pelos dias 
de cama liberados. 
Cultural Psychiatry: A 
Spotlight on the 
Experience of Clinical 
Social Worker’s 
Encounter with Jewish 
Ultra-Orthodox Mental 
Health Clients 
FREUND, Anat; 
BAND-
WINTERSTEIN, 
Tova 
2017 Inglês Explora a experiência de 
encontro de assistentes 
sociais com as percepções 
culturais de clientesde saúde 
mental na comunidade Haredi 
à luz da Psiquiatria Cultural 
Comunitária 
Avaliação da cultura de 
segurança do paciente 
em unidades de 
neonatologia na 
perspectiva da equipe 
multiprofissional 
NOTARO, 
Karine Antunes 
Marques 
2017 Português Analisar a cultura de 
segurança do paciente em 
três unidades de neonatologia 
de hospitais públicos na 
perspectiva da equipe 
multiprofissional. 
 
 A análise dos objetivos permite identificar a importância do profissional 
assistente social no espaço hospitalar e múltiplas facetas da sua atuação profissional 
nesse espaço de prática, apesar de ser muitas vezes pouco visto como componente 
da equipe hospitalar, fica evidente através dos achados que o profissional assistente 
social atua notoriamente nas mais variadas circunstâncias assistenciais. Assim, 
percebe-se que A prática profissional do assistente social vem se desenvolvendo e 
tornando-se cada vez mais necessária frente à política de promoção da saúde dos 
cidadãos, desta forma sua prática institucionalizada anda junto às diretrizes da política 
de saúde. 
Nessa perspectiva, elucida-se que é na prática profissional cotidiana que o 
sujeito se defronta com atividades normatizadas, técnico-burocráticas, visto que a 
preocupação está mais voltada para a produção quantitativa de aparência imediata, 
32 
 
que para os resultados qualitativos e duradouros exigindo do profissional todos os 
seus sentidos, suas habilidades, seus conhecimentos, suas ideologias em 
funcionamento, a fim de responder os desafios permanentes que lhe são colocados 
(BAPTISTA, 1998). 
7.2 Compreendendo a prática profissional do Assistente Social no Ambiente 
hospitalar 
 De forma geral, precisa iniciar esta discussão compreendendo que o assistente 
social começa sua prática profissional imerso em uma equipe multiprofissional e como 
componente dela exerce diversas atividades relacionadas a questão social, passa isso 
realiza a articulação e o debate com outros profissionais para ampliar os seus 
conhecimentos sendo capacitados para trabalhar as determinações sociais no 
processo saúde e doença de forma comprometida com o aprofundamento dos direitos 
tendo como objetivo principal atuar junto as demanda sociais que influenciam na 
saúde do usuário (MOURA; MIRANDA; SILVA, 2021) 
 Além disso, esse trabalho na equipe multidisciplinar é visto por Chávez-
Martínez na saúde uma forma de melhorar os canais de fluxo de informação no âmbito 
hospitalar, fomento a ações humanizadas em saúde e ações de inclusão social em 
atitudes voltadas ao apoio de familiares durante a pandemia da COVID-19 tendo em 
vista a necessidade de hospitalizações que impediram o contato com destes com seus 
familiares internados (CHÁVEZ-MARTÍNEZ, 2022). 
 Desde o início de sua atuação, em todo o processo histórico, o serviço social 
traz em sua atuação a família como objeto de trabalho, no entanto, ainda exige-se 
consensos quanto a concepção do trabalho que estes executam junto a elas trabalhos 
voltados a emancipação, desenvolvimento e proteção concreta além de buscar 
despertar consciência crítica dos seus componentes para conquista da cidadania 
(PROENÇA; TEIXEIRA; OLIVEIRA, 2012). 
 Existem de fato dos eixos que abordam o trabalho do assistente social junto as 
famílias o eixo da normatividade ou estabilidade e o eixo do conflito ou transformação 
sendo este primeiro relacionado a modelos clássicos de intervenção profissional e o 
segundo por medidas socioeducativas que visam direitos e construção da cidadania 
(MIOTO, 2002). 
 Quanto a sua atuação ficou evidente que enquanto componente dessa equipe 
houve uma relação da sua prática a um menor risco de eventos adversos comparado 
a outros profissionais (NOTARO, 2017). Sabe-se que os eventos adversos são 
33 
 
sabidamente o maior agravo que aumenta os custos e diárias de internação dos 
pacientes, dessa forma, contribuir para a diminuição desses casos torna-se prática 
fundamental no espaço hospitalar (BRANDÃO; BRITO; BARROS, 2018). 
 Espera-se que o assistente social atue como defensor do usuário/paciente ao 
mesmo que atue em uma função de controle, acredita-se que a atuação embasada 
em um Plano Individual Coordenado para Assistente Sociais prevê suficientemente 
fatores que possam contrabalancear o poder de profissionais em relação aos usuários 
no processo de planejamento de cuidados (MATSCHECK; PIUVA, 2022). 
 A organização do cuidado social a partir da construção desse processo 
terapêutico realizado de forma embasada pelo assistente social é feita de forma 
dinâmica e que requer conhecimentos suficientes tanto científicos quanto clínicos 
sobre os casos dos pacientes. 
 Outro processo constantemente enfrentado pelos assistentes sociais nos 
hospitais foi estudado por Morris e colaboradores (2022) que são os sem-teto que 
procuram os serviços hospitalares muitas vezes sem documentações e imersos por 
questões sociais complexas e difíceis de resolver, assim, a alta desses pacientes pode 
exacerbar lacunas e encargos nos sistemas de saúde dos locais que prestaram 
assistência. 
 Assim, pode-se perceber que esses pacientes sem moradia são realmente 
pacientes complexos para o serviço de saúde hospitalar que geram barreiras 
sistêmicas, lacunas de recursos socioassistenciais que por diversas vezes devem 
gerar a necessidade de acionamento de outros serviços (atuação intersetorial) como 
o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e/ou Centro de Referencial 
Especializado em Assistência Social (CREAS) entre outros, assim como impacto 
negativo nos assistente sociais, outrora, essas mudanças são múltiplas e cruzam a 
necessidade da soma de esforços para superação de iniquidades sociais no esforço 
de identificar as políticas públicas necessárias (MORRIS et al., 2022). 
 As competências da assistência social no Cuidado Integrado em Saúde ainda 
visam a redução das disparidades sociais e das desigualdades nos serviços entre as 
pessoas de maior de risco, para isso, esses profissionais devem possuir 
conhecimentos e habilidades relevantes para prestar cuidados de qualidade a 
diversas populações (DAVIS et al., 2019). 
 Osborne et al (2018) realizou um estudo na qual identificou a intervenção do 
assistente social especialista em uso hospitalar para risco de longa permanência na 
34 
 
qual foi possível perceber que os profissionais realmente capacitados reduzem o 
tempo e custos de internação de pacientes. Percebe-se então, que a atuação do 
assistente social é além de meramente social, mas amplamente clínica também. 
 Sob uma perspectiva de atuação dos pacientes que possuem enfoque mais 
psiquiátrica e que por essa forma precisam de assistência hospitalar, observou-se que 
o profissional assistente social tem atuação voltada a busca de ajuda para a saúde 
mental, busca também de sistema de apoio e preservação das estruturas informais 
de ajuda existentes (FREUND; BAND-WINTERSTEIN, 2017). 
 É no sentido e garantia do exercício da cidadania, inserido no contexto da 
saúde enquanto “dever do Estado e direito do cidadão”, que a prática do serviço social 
se desenvolve de forma a trabalhar com a mediação entre os interesses institucionais 
e dos usuários. Assim, nas instituições prestadoras dos serviços de saúde, os 
assistentes sociais podem empreender o papel de viabilizar da questão da cidadania. 
 No contexto hospitalar considera-se como campo de atuação do assistente 
social as unidades de internação, emergências e ambulatório e como principais 
atribuições e competências desses profissionais configura-se a: visita de pacientes 
nos mais diversos contextos de internação para resolução de problemas sociais, 
fornecimento de orientação e esclarecimentos acerca de normas e rotinas do hospital, 
notificações as conselhos municipais de saúde, comunicar alta, tomar providências 
relacionada a alta de paciente de portadores de doenças infecto-contagiosas e vítima 
de violênciasseja urbana ou doméstica, informar postos de saúde, regionais sobre 
alta, remoção e transferência de pacientes, orientar casos de óbitos, informar sobre 
direitos, informar sobre data e horário de cirurgias, contatar por telefone e/ou 
telegrama alteração de datas de consultas e cirurgias, orientar familiares e/ou 
pacientes no caso de cirurgias de grande ou médio porte sobre a importância ou 
necessidade de doação de sangue, inserir usuários na rotina, Trabalhar 
preventivamente na democratização de informações e conhecimentos voltados para 
a promoção da saúde, prevenção de doenças, danos, riscos e agravos para o 
tratamento médico. Reforçar a importância de campanhas e multidões que o hospital 
realiza (OLIVAR; VIDAL, 2006). 
 Desta forma, percebe-se a ação dos profissional tanto junto ao paciente como 
junto a família, com o objetivo de implantar as medidas políticas adotadas pela 
instituição no qual está inserido, além de agir levando em consideração a rotina do 
35 
 
local, o código de ética que rege a profissão e os acordos com a equipe 
multidisciplinar. 
 Ao compor essa equipe o assistente social dispõe de diretrizes particulares na 
interpretação das condições de saúde do usuário, apesar de muitas vezes esse 
profissional ter dificuldades no diálogo com a equipe de saúde para esclarecer suas 
atribuições e competências face à dinâmica de trabalho imposta nas unidades de 
saúde. 
Neste sentido, os assistentes sociais têm a organização de suas atividades 
subordinadas a essas instituições, no caso em particular, do Estado, através dos 
meios e recursos, do estabelecimento de prioridades, da interferência na definição de 
papéis e funções que conformam o cotidiano do trabalho profissional nessas 
instituições (IAMAMOTO, 1998,p. 63) 
Assim, são múltiplas as atribuições do assistente social no contexto hospitalar 
cabe então a este profissional estar compromissado com a equipe multidisciplinar na 
qual se insere, com o seu serviço de saúde e, sobretudo, com o paciente/usuário do 
SUS na garantia e defesa dos seus direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Este estudo teve como intuito demonstrar as principais competências do 
assistente social no ambiente hospitalar e a importância do profissional do serviço 
social neste ambiente através da realização de uma revisão integrativa de literatura, 
percebeu-se que o objetivo foi alcançado a medida que identificou-se diversas 
atribuições desse profissional e consequentemente como sua participação é 
fundamental. 
 Assim, foi observado que o papel do assistente social é essencial no ambiente 
hospitalar seja para atuação direta ao paciente/usuário ou para atuação junto às 
famílias destes vistos que ele é responsável por lidar com a questão social inerente 
ao processo saúde-doença que garante a prestação de um cuidado mais qualificado 
e humanizado. 
 Assim foi observado que são muitas as atribuições desses profissionais como 
na prestação de cuidados direitos voltados a visitas nas mais diversas unidades de 
internação hospitalar, composição da equipe multiprofissional, defesa de direitos e 
garantia dos mesmos na elucidação de políticas públicas, orientações quanto a 
normas e rotinas entre outros aspectos que contemples todo o processo de social do 
indivíduo além da construção de Plano individualizado que contribui positivamente 
para a perspectiva clínica do cuidado. 
 No entanto, são muitas as dificuldades do profissional no serviço hospitalar, 
considerando que muitas pessoas não encaram o profissional como um integrante 
importante da equipe multiprofissional o que gera a falta de reconhecimento. Acredita-
se que o desenvolvimento desta pesquisa possa contribuir positivamente para reverter 
esse processo visto que foram identificadas competências e atribuições importantes 
do assistente social no contexto hospitalar. 
 A prática profissional do assistente social frente a um serviço de saúde é muito 
importante no que diz respeito a um atendimento mais humanizado e que priorize as 
necessidades sociopolíticas do cidadão a fim de garantir os seus direitos e assim 
proporcionar um serviço mais qualitativo no que diz respeito a sua saúde, além de 
proporcionar um acolhimento e observar o paciente de maneira integral, atendendo 
os princípios doutrinário do Sistema único de saúde – SUS. 
 Do ponto de vista desse estudo, o Assistente Social, tem intenção de articular 
seu trabalho com os interesses e necessidades dos usuários dos seus serviços, mas 
não têm tido condições objetivas para que a partir de uma leitura crítica da realidade 
37 
 
específica com a qual trabalham possam reafirmar os interesses e necessidades dos 
usuários, captando possibilidades de ações contidas na realidade. Ao não se 
apropriarem constantemente do referencial teórico ético e político necessário ficam 
impossibilitadas de prever, projetar e, consequentemente de realizar um trabalho que 
rompa com práticas conservadoras e/ou de dominação. 
Acredita-se que algumas limitações foram observadas com o desenvolvimento 
desse estudo como a utilização de poucas bases de dados internacionais que gerou 
uma amostra reduzida de estudos. Assim, sugere-se para novas pesquisas uma 
ampliação da temática com uma abrangência maior de estudos internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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