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ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSORES Me. Audrey Cristine Esteves Linhas de Transmissão de Energia https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12629 FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. ESTEVES, Audrey Cristine. Linhas de Transmissão de Energia. Audrey Cristine Esteves. Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 312 p. ISBN: 978-65-5615-706-1 “Graduação - EaD”. 1. Linhas 2. Transmissão 3. Energia. EaD. I. Título. Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula Renata dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina da Silva Gerência de Tecnologia Educacional Marcio Alexandre Wecker Gerência de Produção Digital Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Edison Rodrigo Valim Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Coordenador de Conteúdo Fábio Augusto Gentilin Designer Educacional Lucio Carlos Ferrarese, Agnaldo Ventura Curadoria Rafaela Benan Zara Revisão Textual Ariane Andrade Fabreti Editoração Matheus Silva de Souza Ilustração André Azevedo, Eduardo Aparecido Alves Realidade Aumentada Maicon Douglas Curriel, Matheus Alexander de Oliveira Guandalini Fotos Shutterstock. CDD - 22 ed. 621.31 Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Reitor Wilson de Matos Silva A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio importante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transformação na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade de fazer a sua mudança! Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Me. Audrey Cristine Esteves Meu nome é Audrey C. Esteves, e irei acompanhá-los no decorrer desse curso de linhas de transmissão, onde poderei contribuir um pouco com minha vivência na área. Amo Física e matemática, onde iniciei minhas atividades do- centes em cursinhos pré-vestibulares. Após isso, fui para áreas mais técnicas em faculdades de engenharias. Sempre tive muita curiosidade em novas tecnologias empregadas na área, então pesquisas que tornam a transmissão de energia mais eficaz e segura sempre me despertaram interesse, ainda mais quando os parâmetros empregados e as metodologias são bem inova- doras e promissoras. http://lattes.cnpq.br/5487432329942981 http://lattes.cnpq.br/5487432329942981 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12931 Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA Em algum momento você já parou para pensar como seria nossa vida sem energia elétrica? Pois bem, seria um caos! Para que as pessoas possam usufruir de pequenas parcelas das instalações, que proporcionam um conforto e funcionalidade indispensáveis ao cotidiano, é necessário que exista toda uma estrutura voltada para a geração e distribuição de energia, desde as fontes primárias até os centros de consumo. Enquanto tudo funciona, a satisfação das pessoas é plena. Porém, quando as demandas começam a aparecer, o que acontece realmente? A energia elétrica foi fundamental para o desenvolvimento da humanidade, tornando-se fundamental para o desenvolvimento econômico de um país, e por isso requer constante planejamento; além de que seu uso vem sendo ampliado com a evolução da tecnologia, po- de-se dizer que tudo de alguma forma precisa ou precisou de eletricidade para funcionar ou ser produzida, desta forma, se faz necessário desenvolver uma geração de energia segura e confiável para atender a demanda energética crescente. Contudo, o fornecimento de energia para atender a imensa demanda tem sido realizado de forma insustentável ao longo dos anos, utilizando os recursos naturais como se os mesmos fossem inesgotáveis. Mas, aqui, eu e você iremos verificar como a energia é transmitida ao longo de grandes distâncias, onde quaisquer problemas na estrutura e manutenção causam uma interrupção total ou parcial de energia. Tudo que será abordado neste curso, lhe dará respaldo para a atuação e o conhecimento em sua profissão. Lembre-se que os pilares deste curso estão dispostos em como essa energia irá atravessar longas distâncias! Tratarei sobre como se dá a transmissão de energia elétrica, do ponto gerador até o centroconsumidor, para que você possa compreender a estrutura física dessas redes e todos os elementos necessários das linhas de transmissão. Além disso, tratarei dos princípios teóricos e as dificuldades práticas encontradas nos projetos de linhas de transmissão. O objetivo de todo aprendizado é que aumente sua gama de conhecimento e habilidades para atuação em sua profissão, então vamos lá! Neste material, você terá acesso aos principais conteúdos relativos às linhas de transmis- são, de elementos até os cálculos de parâmetros indispensáveis. Então, inicie seus estudos sempre na tentativa de antecipação de cada situação abordada nos capítulos, e no decorrer do curso você compreenderá a complexidade que envolve um projeto de linha de transmissão. Sua compreensão acerca dessas linhas estará vinculada à sua reflexão sobre todo o pro- cesso, desde os elementos que os compõem até às solicitações que lhes são impostas por fatores ambientais. Nesse momento, você estará adquirindo conhecimentos sobre a importância de escolhas corretas, cálculo preciso e manutenção muito bem coordenada, proporcionando segurança e eficiência durante todo o processo de transmissão de energia elétrica. Sua visão ampla dependerá de buscar sempre novas soluções, novas tecnologias ou a re- solução rápida e com menor custo para atender toda e qualquer demanda necessária. Vamos então identificar e entender situações que possam ocorrer nos sistemas responsá- veis pela transmissão de energia, das geradoras aos centros de consumo, e todos os fatores que possam interferir nesse processo. A interligação dos sistemas de transmissão de energia prevê uma rede capaz de suprir toda e qualquer demanda a partir de suas necessidades, e para tal essa interligação deve estar equalizada de forma a realizar desvios conforme solicitações ou problemas identificados em trechos. O conhecimento geográfico e climático permite o desenvolvimento de linhas de transmissão capazes de suportar solicitações mecânicas e elétricas, além de transpor distâncias longas em terrenos muito acidentados. Os maiores desafios estão em prever as possíveis patologias físicas associadas às estruturas, bem como assegurar sua resistência. Aqui desenvolvemos um material que possa orientar e esclarecer os principais desafios. Desde: a sondagem geográfica; a escolha dos melhores componentes; seus dimensiona- mentos conforme a necessidade, distância e solicitações. Todos estes elementos seguindo as normas, e que você, futuro(a) engenheiro(a), possa se utilizar dessas informações em sua prática profissional. Tenhamos sempre ao final do processo uma mente aberta na busca de novas técnicas, diminuição de custos e sustentabilidade que hoje é um aspecto importante nesse tipo de planejamento. Ser um engenheiro criativo é saber usar dos recursos já disponíveis com maior eficiência. Neste livro, trabalharemos a base das Linhas de Transmissão de Energia. Na Unidade 1, você aprenderá sobre o transporte de energias e essas linhas de transmissão. Na Unidade 2, falarei especificamente da estrutura física das linhas de transmissão. Na Unidade 3, o es- tudo continua a partir da teoria da transmissão de energia elétrica. Na Unidade 4, você verá como são feitos os cálculos, especialmente cálculos práticos para sua profissão. Na Unidade 5, continuo a apresentar os cálculos, em especial por meio de métodos gráficos. Na Unidade 6, falarei sobre a questão da operação das linhas de transmissão, em regime permanente. Na Unidade 7, também falarei sobre operação, todavia no regime transitório. Na Unidade 8, você verá como é o comportamento mecânico dos cabos condutores. Por fim, na Unidade 9, abordarei a questão das vibrações e tensões dos cabos condutores. Espero que a condução do curso o faça se aprofundar cada vez mais nesses conceitos e os transfira para a prática. Que esse livro torne mais fácil a tomada de decisões frente a desafios encontrados em projetos e manutenção, e que consiga oferecer, cada vez mais, melhores opções na resolução de problemas. Tenha em mente que a segurança é muito importante, e essa está aliada à qualidade de todos os materiais usados. Caro aluno, espero que você tenha a dedicação e interesse necessários ao processo de entendimento do que lhe foi aqui apresentado e que claro, estaremos ofertando ao longo dessas 9 unidades. Seja bem-vindo ao iniciar mais uma etapa e espero poder ajudar em cada abordagem feita. Grande abraço! 3 1 2 4 5 6 APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 13 79 41 113 TRANSPORTE DE ENERGIA E LINHAS DE TRANSMISSÃO 179 OPERAÇÃO EM REGIME PERMANENTE TEORIA DA TRANSMISSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA ESTRUTURA FÍSICA DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO CÁLCULO PRÁTICO DAS LTS CÁLCULO PRÁTICO DAS LTs – MÉTODOS GRÁFICOS 141 7 8 9 207 235 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS CONDUTORES OPERAÇÃO EM REGIME TRANSITÓRIO 265 VIBRAÇÕES E TENSÕES EM CABOS CONDUTORES 1 Caro(a) acadêmico(a), a energia elétrica, hoje, move o mundo! A importância dela é inegável na vida das pessoas e a sua ausência causaria um impacto difícil de ser contornado. Ao pensarmos por este aspecto, podemos analisar que o consumo de energia per ca- pita e o índice de crescimento dele podem ser usados como indica- dores do desenvolvimento de uma nação. Tanto o poder aquisitivo quanto o tecnológico estão associados à produção e ao consumo de energia. Nesta unidade, abordaremos de que modo a energia sai das unidades geradoras e é transportada ao longo deste trajeto, desde as usinas até chegar à distribuição nos grandes centros urbanos. Transporte de Energia e Linhas de Transmissão Me. Audrey Cristine Esteves 14 UNICESUMAR Durante a utilização de algum equipamento, você já se deparou com problemas, como: falta de energia, pequenas interrupções no fornecimento, entre outros? Diante deste quadro, alguns questionamentos vieram à sua mente? Por exemplo: de onde vem a energia que usamos? Por que acontecem apagões? A qualidade da energia varia de região para região? Será que a fornecedora local de energia (conces- sionária) é responsável por todos os problemas energéticos? Você saberia responder a todos esses questionamentos e propor soluções a cada um deles? Nesta uni- dade, serão compreendidos a estrutura básica dos sistemas elétricos, como é feito o transporte da energia elétrica, ao longo do trajeto e, também, alguns aspectos importantes relacionados às linhas de transmissão. Você já passou por uma situação de apagão ou de instabilidade na energia que te trouxe prejuízos? Estas são experiências que não gostamos de enfrentar, pois, em sua maioria, provocam danos aos equi- pamentos ligados ou interrompem alguma atividade importante. Entretanto, se analisarmos as causas dos apagões, por exemplo, notaremos diversos fatores que facilitam a sua ocorrência, tais como: picos de consumo, falhas nos equipamentos de proteção dos cabos e fenômenos naturais, como chuvas, quedas de árvores e ventos muito fortes. Já a instabilidade da energia tem o seu fator no baixo investimento em proteção e na substituição de cabos bem como na ocorrência de fenômenos naturais. Entender a complexidade do transporte de energia desde a sua geração até o nosso consumo é um dos passos fundamentais para conscientizar os consumidores, além de capacitar profissionais que atuam na área à realização de novos projetos, servi- ços e manutenção de linhas de transmissão. Daremos ênfase, aqui, nesta unidade, ao entendimento da estrutura básica que constitui o transporte de energia elétrica bem como as suas integração, organização e subdivisão em cada etapa. 15 UNIDADE 1 Você já observou altas estruturas metálicas as quais se estendem por uma grande rede e que transportam o cabeamento de energia elétrica? Consegue entender a estrutura envolvida no transporte de energia? Os tipos de transmissão, as tensões, as localizações dos diversos subsistemas? Então, vamos lá! Localize um sistema de rede de transmissão próximo ao seu local de residência e observeas torres que levam o cabeamento aéreo até a subestação. Faça um levantamento na sua região, em seguida, tente verificar de onde vem a energia que a abastece e, também, onde é a subestação local. Caro(a) aluno(a), se você conseguiu realizar o levantamento geográfico de como a energia chega até o seu centro consumidor, deve ter verificado que há uma estrutura primordial para que ela chegue, em quantidade e qualidade, aos centros consumidores. Toda esta estruturação deve-se a um planejamento que vai dos cál- culos à escolha de localizações adequadas para suprir a demanda. Neste momento, você saberia subdividir os sistemas que com- põem as linhas de transmissão bem como os componentes e ten- sões operantes, além de explicar os níveis de tensões encontrados e as interligações entre esses subsistemas? Saberia explicar de qual modo o abastecimento é feito? No decorrer desta unidade, entenderemos de que forma a energia produzida é transportada por uma rede interligada, por meio de sistemas complexos que são subdivididos para garantir, no transporte de energia, mais eficiência, segurança e economia. DIÁRIO DE BORDO 16 UNICESUMAR Figura 1 - Linhas de energia de alta tensão sobre as torres da linha de transmissão Descrição da Imagem: a figura mostra uma fotografia da ligação dos cabos de energia de alta tensão, em cabeamento aéreo. Necessitamos de energia para iluminação, transporte, preparo de alimentos, entre outros, ou seja, ela está presente em nosso cotidiano, de modo que não temos como ficar sem. Essa energia provém de um conjunto de fontes, denominadas matrizes energéticas: elas constam de fontes renováveis e não renováveis para a produção, justamente, de energia elétrica. 17 UNIDADE 1 A quantidade de energia elétrica produzida depende da disponibilidade e do uso das fontes primárias dis- poníveis: uso das águas, dos ventos, do sol, queima de combustíveis, entre outras. Com a crescente demanda e o desenvolvimento de tecnologias, os meios para a produção energética vêm evoluindo muito, buscando novas matrizes para a geração e, também, a sustentabilidade no processo de produção. A implementação de sistemas que usam a energia solar e eólica vem promovendo novas possibilidades de energia renovável. Não importa qual seja a forma utilizada de energia primária, mas, quanto maior a potência gerada nas usinas, menor o custo associado à produção dessa energia. Vale lembrar que o preço de venda também está vinculado ao preço da geração e ao consumo (por exemplo, o acionamento de termelétricas), pois o uso de combustíveis fósseis possui custo mais elevado, assim como o seu processo de queima (FUCHS, 1977). Matriz Energética do Mundo Petróleo e derivados Gás natural Carvão Biomassa Nuclear Hidráulica Solar, Eólica, Geotérmica, maré e outros 2,4% 10,2% 38,0% 23,0%16,2% 2,9% 7,3% Figura 2 - Gráfico demonstrativo do percentual de fontes primárias de energia no mundo / Fonte: Brasil ([2021], on-line). Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico em forma de disco que exibe os percentuais das matrizes energéticas do Brasil. Petróleo e derivados (2,9%); gás natural (23,0%); carvão (38,0%); biomassa (2,4%); nuclear (10,2%); hidráulica (16,2%); solar, eólica, geotérmica, maré e outros (7,3%). Petróleo e derivados 2,9% Gás natural 23,0% Carvão 38,0% Biomassa 2,4% Nuclear 10,2% Hidráulica 16,2% Solar, eólica, geotérmica, maré e outros 7,3% Quadro 1 - Países desenvolvidos e suas indústrias energéticas / Fonte: a autora. 18 UNICESUMAR No Quadro 1, podemos verificar que, nos países mais desenvolvidos, a indústria energética está crescendo muito e tornando-se mais eficiente, contrabalanceando os custos de produção, transmissão e distribuição, de modo a suprir, com qualidade, toda a demanda. As fontes não renováveis representam, ainda, os principais componentes responsáveis por essa geração de energia. Já o cenário brasileiro, como vemos, é bem diferente do resto do mundo. Ao traçar um comparativo, observa-se que a energia renovável é muito mais usada aqui do que em outros países, totalizando quase 50% (BRASIL, [2021], on-line). Brasil Mundo 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 45% 55% 86% 14% Não Renováveis Renováveis Figura 3 - Gráfico demonstrativo do percentual de fontes renováveis e não renováveis no Brasil e no mundo / Fonte: Brasil ([2021], on-line). Descrição da Imagem: a figura mostra um gráfico de barras que traça uma comparação entre a utilização dos tipos de fontes renováveis e não renováveis no Brasil e no mundo. Quanto à diversidade das fontes energéticas usadas, a maior parte da energia advém do potencial hídrico, constituído por mais de 110 hidrelétricas em funcionamento, distribuídas ao longo do território nacional. Esse potencial pode ser, ainda mais, ex- plorado, principalmente, na Amazônia, entretanto o uso de outras formas apresenta, ultimamente, crescimento expressivo. Tecnologias de pequeno porte que permitem ao consumidor produzir a sua própria energia e despejar o excedente na rede de abastecimento vêm sendo, também, incen- tivadas, desde 2012, pela legislação da ANEEL, a qual integra esse tipo a um sistema 19 UNIDADE 1 de conexão denominado Geração Distribuída (GD). Esta caracteriza-se por uma rede próxima ao local de consumo, cuja geração atinge consumidores de pequeno porte, com uso de fonte eólica e solar, predominantemente. Esse sistema reduz perdas no sistema elétrico e possibilita o desenvolvimento de redes inteligentes, o que aumenta a eficiência, além de trazer muitos benefícios às concessionárias, tais como: • Baixo impacto ambiental. • Diversidade de matriz energética. • Surgimento de negócios aplicáveis ao setor elétrico. • Melhoria do nível de tensão em períodos de pico. • Redução das perdas e do investimento de expansão dos sistemas. Petróleo e derivados Gás natural Carvão Biomassa Nuclear Hidráulica Solar Eólica Matriz Energética do Brasil 64,9% 2,5% 8,4% 3,3% 9,3% 2,0% 8,6% 1,0% Figura 4 - Gráfico demonstrativo do percentual de fontes primárias de energia no Brasil Fonte: Brasil ([2021], on-line). Descrição da Imagem a figura apresenta um gráfico em forma de disco que exibe os percentuais das matrizes energéticas do Brasil. Em nosso país, os locais favoráveis à produção de energia, normalmente, encontram-se distantes dos centros consumidores, necessitando, então, de logística para o trans- porte dessa energia em distâncias mais longas. Com o aumento da demanda, novos locais são explorados, os quais são, também, cada vez mais distantes, o que acarreta, também, o aumento no curso desse transporte. Estes fatores são considerados para hidrelétricas e geotérmicas, mas, nas termelétricas, essa logística precisa adequar-se ainda mais e, além do transporte da energia, deve-se pensar no transporte do com- bustível primário (FUCHS, 1977; BARONI, 2012). 20 UNICESUMAR Figura 5 - Linhas de transmissão em alta tensão Descrição da Imagem: a figura exibe a fotografia de um conjunto de torres de trans- missão e o seu cabeamento em zonas remotas. Descrição da Imagem: a figura demonstra uma ilustração da estrutura básica do sistema de energia. Da esquerda para a direita, vê-se que essa estrutura é composta por usina geradora, transformador para elevação, linhas de transmissão, subestação rebaixadora e por tipos de consumidores. As dimensões continentais do Brasil bem como as distâncias entre as geradoras e os centros de consumo ressaltam a importância das redes de distribuição (PINTO, 2014). Desde a geração até a distribuição, toda energia é transportada por um sistema complexo que passa por diversos níveis, como mostra a Figura 6. Legenda de cores: Preto: Geração Azul: Transmissão Verde: Subtransformação/Distribuição Geração Transformador Elevador para a Geração Consumidor de Transmissão 230 KV Linhas de transmissão 500, 345, 230 KV Subestação com Transformador Rebaixador Consumidor da Subtransformação 138 KV e 69 KV ConsumidorPrimário 34,5 KV e 13,8 KV Consumidor Secundário 120 V 240 V Figura 6 - Estrutura básica do sistema de energia elétrica / Fonte: Leão (2009, p. 22). REALIDADE AUMENTADA Conhecendo o caminho da geração até a residência 21 UNIDADE 1 O caminho da energia inicia-se em grandes usinas geradoras: hidroelétrica (fonte hídrica) e termoelétrica (carvão, petróleo, gás natural, nuclear, biomassa e geotérmica). O transporte dessa energia, em longas distâncias, é realizado por meio de LTs, cujas tensões são aumentadas em transformadores, podendo variar entre 13,8-750 kV. Em seguida, essa energia dirige-se aos centros consumidores, onde as suas tensões são reduzidas aos níveis de distribuição, depois, é conduzida às unidades consumidoras (média e baixa tensão). Todo o sistema elétrico está organizado de forma a permitir integração entre alguns sistemas. Uma organização segue tanto a verticalidade interdependente quanto a horizontalidade de subsistemas que promovem interligação em níveis mais elevados, com a finalidade de flexibilizar o acesso à energia, em condições de emergência (FUCHS, 1977). G ER A Çà O D E EN ER G IA Si st em as d e tr an sm is sã o Sistemas de subtransmissão Sistemas de distribuição Primário Secundário Sistemas de subtransmissão Sistemas de distribuição Sistemas de distribuição Primário Secundário Consumidores Consumidores Primário Secundário Consumidores Consumidores Sistemas de distribuição Primário Secundário Consumidores Consumidores Consumidores Consumidores Figura 7 - Divisão dos subsistemas das linhas de transmissão / Fonte: a autora. Descrição da Imagem:a figura mostra um organograma o qual apresenta, de cima para baixo, a divisão dos subsistemas desde a geração de energia, passando pelos sistemas de transmissão, de subtransmissão e de distribuição até chegar aos consumidores. 22 UNICESUMAR Este sistema de interligação é feito por malha de transmissão, propiciando permeabilidade de energia entre os subsistemas, por meio da sinergia entre os mesmos, o que permite, com segurança, economia e suprimento da demanda de mercado. No Brasil, o chamado SIN (Sistema integrado Nacional) é composto por 16 bacias hidrográficas, juntamente com as termelétricas e algumas eólicas que já fazem parte desta logística de atendimento. Os sistemas de transmissão interligam as diferentes fontes de produção, garantindo, assim, abastecimento e reserva, além do equilíbrio do SIN. Podemos dizer que essa integração promove economia, estabilidade, confiabilidade e disponibili- dade de energia, por meio de: A energia é transportada em todos os níveis, diferenciando-se, principalmente, pelas tensões e quan- tidades, as quais são determinadas pela capacidade de transporte de seus elementos básicos. Estes elementos estão divididos em níveis, de acordo com as suas características particulares (FUCHS, 1977): • Linhas de transmissão: são as redes que fazem a ligação entre a geração e os centros de consu- mo e a interligação entre centros de produção de energia. Operam em tensões muito elevadas estabelecidas nas subestações elevadoras, em seguida, chegam até as subestações abaixadoras para que essa tensão seja reduzida e, então, distribuída, de forma diferenciada, pelas linhas de subtransmissão. • Linhas de subtransmissão: são redes que fazem a distribuição diferenciada, onde suas ten- sões estão abaixo das linhas de transmissão ou nas mesmas, quando necessário. Podemos dizer que essas linhas são subsegmentos que partem das subestações abaixadoras regionais até as abaixadoras locais. Nesse mesmo sistema, há a possibilidade de várias tensões, então, a linha de subtransmissão pode ser considerada um elo que aumenta a segurança do sistema. Os tipos de construção costumam ser aéreos ou subterrâneos e exibem determinada topografia de acordo com suas características de aplicação e funcionamento. A interligação dos sistemas de potência, a partir da transmissão, prevê que essa energia chegue aos circuitos de subtransmissão e seja, conse- quentemente, repassada ao sistema de distribuição. Tais conexões são realizadas em vários níveis de combinações, conforme as características do sistema a ser alimentado. • Intercâmbio de energia entre os sistemas. • Aumento da reserva e da confiabilidade para uso em casos emergenciais. • Investimento em novas centrais mais eficientes e econômicas. • Alto grau de automatização e otimização de sistemas no despacho da carga. • Divisão de despesas e, ainda, a consolidação de um órgão competente de pla- nejamento e execução. 23 UNIDADE 1 As figuras, a seguir, apresentam os diagramas com os tipos de sistemas usados em linhas aéreas: Barra de SEP Circuito de Subtransmissão Subestação de Distribuição Subestação de Distribuição Figura 8 - Diagrama unifilar radial simples / Fonte: Leão (2009, p. 4). N.O. N.O. Figura 9 - Diagrama unifilar radial com recurso / Fonte: Leão (2009, p. 4). Descrição da Imagem: a figura mostra um diagrama do funcionamento do sistema unifilar radial simples. Descrição da Imagem: a figura mostra um diagrama do funcionamento do sistema radial com recurso. 24 UNICESUMAR Barra do SEP Circuítos de Subtransmissão Subestações de Distribuição Subestações de Distribuição Figura 10 - Diagrama unifilar em anel / Fonte: Leão (2009, p. 5). Barra do SEP Circuítos de Subtransmissão Subestações de Distribuição Subestações de Distribuição Figura 11 - Diagrama unifilar reticulado / Fonte: Leão (2009, p. 6). Descrição da Imagem: a figura mostra um diagrama do funcionamento do sistema unifilar em anel. Descrição da Imagem: a figura mostra um diagrama do funcionamento do sistema unifilar reticulado. 25 UNIDADE 1 De acordo com Puertas e Nogueira (1987, p. 50): • Sistema radial simples: empregado em áreas rurais e de carga rarefeita, onde os requisitos de continuidade de serviço por parte dos consumidores não jus- tificam arranjos de maior complexidade. Neste sistema, quando da ocorrência de um defeito, é necessário que se façam a sua localização e o seu reparo antes de processar o restabelecimento do fornecimento. • Sistema radial com recurso: é adotado em áreas suburbanas de média densida- de de carga e permite, em caso de falha, o restabelecimento parcial ou total da alimentação aos usuários, mediante sua transferência para circuitos adjacentes. • Sistema radial seletivo: fornece aos consumidores duas alimentações, uma normal e a outra de reserva. Em caso de defeito no circuito normal, a alimen- tação é transferida, manual ou automaticamente, para a linha de reserva. Tal arranjo, em rede aérea, restringe-se ao fornecimento a consumidores atendidos em tensão de distribuição primária (fábricas, grandes centros comerciais etc.). Já as linhas de distribuição dividem-se em: • Linhas de distribuição primárias: trabalham em tensões médias as quais transmitidas em vias públicas. • Linhas de distribuição secundárias: são redes que trabalham em tensões baixas, prontas a serem distribuída aos consumidores. REDE PRIMÁRIA REDE SECUNDÁRIA TRANSFORMADOR Figura 12 - Disposição dos cabos de distribuição primária e secundária nos postes Descrição da Imagem: a figura apresenta a fotografia de um poste em que, do lado de cima, estão o trans- formador e os cabos das redes de distribuição primária, mais abaixo, está a rede de distribuição secundária. 26 UNICESUMAR Observação: as linhas de transmissão e subtransmissão, do ponto de vista elétrico, possuem caracte- rísticas bem similares, de forma que os seus cálculos são, basicamente, os mesmos. No Brasil, as linhas de transmissão estão classificadas pelas seguintes faixas de tensão, em que, para cada uma delas, há um código de representação do conjunto: • A1 – Tensão de fornecimento igual ou superior a 230 Kv. • A2 – Tensão de fornecimento entre 88 kV e 138 Kv. • A3 – Tensão de fornecimento de 69 kV. A tabela, a seguir, demonstra as tensões usuais em cada uma das etapas da geração atéa utilização. ÁREA DO SISTEMA DE POTÊNCIA CAMPO DE APLICAÇÃO TENSÃO (kV) Existente Padronizada Distribuição Distribuição secundária (BT) 0,220/0,127 0,110 0,380/0,220 0,230/0,115 Distribuição primária (MT) 13,8 11,9 34,5 22,5 Subtransmissão (AT) 34,5 88,069,0 138,0 Transmissão Transmissão 138,0 440,0 230,0 345,0 750,0 500,0 Tabela 1 - Tensões usuais em Sistemas de Potência (SEP) / Fonte: adaptada de Fuchs (1977). No passado, houve consistência na padronização nas tensões de distribuição, entretanto, as tensões de transmissão não puderam seguir da mesma forma. A sua escolha baseava-se na Lei de Kelvin, a qual fixava valores convenientes para cada caso específico, visando a fins, economicamente, viáveis. Hoje, o cenário já é um pouco diferente, com o crescimento dos sistemas, houve a necessidade de padronização regional, nacional e internacional, uma vez que a sua regulação é feita por equipamentos eletrônicos, os quais possibilitaram a automatização dos processos, agregando muito mais eficiência e estabilidade ao SEP. Seguindo as recomendações de órgãos internacionais, algumas discussões esta- beleceram os níveis de tensões em classes de extra-alta tensão como: de 330 até 345/362 kV; de 380 até 400/420 kV; de 500/525 kV; 700 até 750/765 kV, sendo que essas recomendações seriam para tensão nominal/tensão máxima em regime permanente de operação. Para tensões inferiores, a normatização é realizada a nível regional ou nacional (FUCHS, 1977). O esquema, a seguir, demonstra as faixas de tensão (classificação) em cada uma das etapas, desde a geração à utilização. O Brasil adota essa padronização para fins de normativas. 27 UNIDADE 1 Tabela 2 - Classificação das faixas de tensão / Fonte: a autora. • NBR 5422:1985 – Fixa as condições básicas para o projeto das linhas aéreas de transmis- são de energia elétrica com tensão máxima, valor eficaz fase-fase acima de 38 kV e não superior a 800 Kv. • NBR 14039:2005 – Instalações elétricas de média tensão (1 a 36,2 kV). • NBR 5410:2008 – Instalações elétricas de baixa tensão (50 V a 1 k). A tensão e o comprimento do condutor permitem a subclassificação das linhas de transmissão, cujo transporte pode ser realizado tanto em corrente contínua quanto em corrente alternada, esta escolha é feita com base em características técnicas e econômicas. Normalmente, a transmissão é realizada em corrente alternada, porém a transmissão em corrente contínua, somente, torna-se viável com distâncias acima de 650 km, como vemos, a seguir. Vamos relembrar os conceitos de corrente alternada e corrente contínua? ALTA TENSÃO TENSÃO DE TRANSMISSÃO Transmissão de energia elétrica das usinas para as cidades 750 kV 440 kV 345 kV 230 kV 138 kV 69 kV MÉDIA TENSÃO TENSÃO DE DISTRIBUIÇÃO 15,0 kV 6,6 kV 2,3 kV BAIXA TENSÃO Residencial iluminação motores tração urbana’ TENSÃO DE USO 127 / 220V 220 / 380V 380 / 440V 600V 28 UNICESUMAR Corrente Contínua (CC) Corrente Alternada (CA) Características Não alterna a direção do fluxo dentro do circuito. Há a alternância da direção do fluxo e, consequentemente, da carga. Exemplos • Pilhas • Baterias • Baterias • Dínamos • Energia fotovoltaica (energia solar) • Fontes retificadoras de corrente • Usinas elétricas • Geradores de energia • Alternadores • Inversores de corrente Utilização • Circuitos eletroele- trônicos • Circuitos de baixa tensão • Geração de energia solar • Linhas de transmis- são submarinas • Transporte de energia (linhas de transmissão) • Circuitos elétricos • Circuitos de alta tensão Linhas de transmissão A.C. C.C. Curta Média Longa Figura 13 - Classificação com base nos tipos de transmissão / Fonte: a autora. Na transmissão em Corrente Alternada (CA), o sistema elétrico de potência é formado pelos geradores, subestações elevadoras de tensão, linhas de transmissão, seccionadoras e subestações de abaixamento de tensão. Por ser em CA, exibe capacitância C, resistência R, indutância L e condutância de fuga G. O desempenho desta linha é dado por essas variáveis, juntamente, com a carga e a linha de transmissão. Por desempenho, entendemos fator de potência final, tensão final, correntes finais, eficiência da linha, regulação e limites de energia em regimes transitórios e permanentes, entre outros fatores. Descrição da Imagem: a figura apresenta um organograma com a divisão das linhas de transmissão em alternada e contínua, sendo a alternada subdividida em curta, média e longa. 29 UNIDADE 1 Essas transmissões são divididas em curta, média ou longa de acordo com a sua extensão. Linha de transmissão curta: o seu comprimento não excede 80 km ou a sua tensão não é superior a 66 kV. A capacitância é dependente do comprimento da mesma, logo, o seu efeito, na linha, é insignificante (porém, para o cabo, ela não pode ser ignorada), devido à pequena corrente de fuga, além de outros parâme- tros, para efeito de cálculo do desempenho da linha, a resistência e a indutância devem ser consideradas. CargaGerador Figura 14 - Esquema de uma linha de transmissão curta / Fonte: Linhas de Transmissão ([2021], on-line)1. A sua modelagem matemática é como um circuito CA simples, não existindo ramos de derivação, logo, a corrente é a mesma em suas extremidades. Sendo assim, a tensão na barra transmissora é: V V IZ� �' [1] onde: V’: tensão na carga; I: corrente; Z: impedância dada por: Z R iwL� � [2] Linha de transmissão média: o comprimento é de 80 a 240 km. Neste caso, a capa- citância não pode ser ignorada, sendo concentrada em um ou mais pontos das linhas e incluída no cálculo. Aqui, duas situações são previstas: Modelo π nominal, onde a metade da capacitância se encontra em cada uma das extremidades da linha. Descrição da Imagem: a figura mostra, da esquerda para a direita, gerador, resistor, indutor e carga ligados em série, formando uma malha simples. 30 UNICESUMAR CargaGerador Figura 15 - Esquema de uma linha de transmissão média do tipo π nominal / Fonte: Linhas de Transmissão ([2021], on-line)1. Modelo T nominal, onde se admite que a capacitância se encontra no centro da linha. Ca rg a VS V1 C VR R/2R/2 IC IRISIS XL/2XL/2 Figura 16 - Esquema de uma linha de transmissão média do tipo T nominal. / Fonte: River Glenn Pts ([2021], on-line)2. As equações para os dois modelos anteriores estão representadas, a seguir. A análise do circuito é deduzida a partir delas. Modelo π nominal [3] Modelo T nominal [4] V V Z Y I V Z Y V ab r ab ab ab ab ab r = = = = 1 2 V V Z I I V Z YZ ab r r ab ab ab ab � � � � 2 Descrição da Imagem: a figura representa, da direita para a esquerda, o gerador ligado a resistência, indutor e carga, com as metades capacitivas distribuídas nas duas laterais do circuito. Descrição da Imagem: a figura representa, da direita para a esquerda, o gerador ligado a uma divisão das resistência e indutâncias, com a capacitância, ao centro. Aqui, impedância de série da linha Z = R + jX; shunt admitância da linha Y = jwc; tensão final receptora = Vr; recebendo corrente final = Ir; corrente no capacitor = Iab; tensão final de envio = Vs; enviando corrente final = Is. 31 UNIDADE 1 Linha de transmissão longa: possui comprimento superior de 240 km, e os quatro parâmetros citados na linha média (resistências, indutâncias, capacitâncias e con- dutâncias) estão distribuídos ao longo do comprimento desta linha. R X R X R X CGG CCG Figura 17 - Esquema de uma linha de transmissão longa / Fonte: River Glenn Pts ([2021], on-line)2. Neste caso, o equacionamento da tensão e da corrente não é tão simples, a linha será dividida em um pequeno segmento, enquanto a impedância e a admitância serão, supostamente, distribuídas, de modo uniforme, ao longo da linha. As equações, a seguir, nos fornecem o valor eficaz da tensão e da corrente em qualquer ponto, ao longo da linha de transmissão. V Vr IrZc e Vr IrZc ex x� � � � � 2 2 g g[5] I Vr Zc Ir e Vr Zc Ir ex x� � � � � 2 2 g g [6] onde: Z Z Yc = : impedância característica da linha e g = ZY Outra forma de expressar essas equações é: V Vr x IrZcsenh x� �cosh g g [7] I Ir x Vr Zc senh x� �cosh g g [8] Descrição da Imagem: a figura representa, ao centro, um trecho curto que se encontra separado em uma linha de transmissão longa. 32 UNICESUMAR Observação: os circuitos que representam as linhas longas podem ser tratados como circuitos equivalentes p - nominal ou T-nominal, apenas, nos valores de suas extremidades. Já na transmissão em Corrente Contínua (CC) a estrutura do sistema de potência é muito similar à transmissão em Corrente Alternada (CA), porém com acréscimo de estações conversoras que são responsáveis pela retificação da corrente (CA para CC) e para inversão da corrente (CC para CA, novamente), encontradas anexadas à subestação elevadora e à subestação abaixadora, respec- tivamente. Não possui, em sua estrutura, subestações intermediárias voltadas a abaixamento ou seccionamento (FUCHS, 1977). Uma considerável vantagem da transmissão em CC é a possibilidade de trans- mitir energia entre dois sistemas assíncronos em Corrente Alternada. Embora a transmissão em CC apresente menor custo em relação à CA, as estações de con- versão apresentam custos elevados, desse modo, transmitir em Corrente Contínua torna-se vantajoso, apenas, em sistemas com frequências diferentes ou em longas distâncias percorridas (acima de 650 km). Como qualquer outro sistema elétrico, a rede de transmissão sofrerá perda de energia e quedas de tensão da extremidade de envio até a recepção, logo, o desempenho dessa rede pode ser avaliado por sua eficiência e regulação de tensão. Estes parâmetros podem ser calculados por: ELT P P er ef � �100% [9] onde: ELT: eficiência da linha de transmissão; Per: potência entregue na extremidade receptora; Pef: potência enviada na extremidade final. P H Pef linha er� � [10] Importante: o modelo da linha de transmissão a ser adotado depende do comprimento da linha e da precisão que se deseja ter da modelagem matemática. 33 UNIDADE 1 onde: Per: potência entregue na extremidade receptora; Pef: potência enviada na extremidade final; HLinha: perdas na linha. %reg U U U sc ct ct � � �100 [11] onde: %reg: percentual de regulação de tensão da linha de transmissão; Usc: tensão na condição sem carga; Uct: tensão na condição carga total. A regulagem da tensão da linha de transmissão é: a medida da variação da tensão final de recepção na condição sem carga para a condição de carga total. A transmissão em tensão superior à geração faz-se necessária pela impossibilidade de transmissão direta da potência gerada nas usinas, pois as correntes seriam muito altas e tanto as quedas de tensão quanto as perdas de potência no trajeto se tornariam, eco- nomicamente, inviáveis, problema que se agravaria quanto maiores a distância e a potência a ser levada. Vimos que o Brasil tem uma extensa malha de linhas de trans- missão que percorrem distâncias muito longas. Você já parou para pensar como essas malhas estão interligadas e de que forma é feita a transmissão de toda essa energia, ao longo do território brasileiro? Mas toda essa transmissão é realizada em CA e com condutores em cobre? Nesta unidade, abordamos alguns pontos importantes sobre as linhas de transmissão, principalmente, as características de tensão adotadas, os tipos de linhas e as suas particularidades. Conside- rando as transmissões em CA e CC bem como o fato de que esta última vem ganhando espaço, quando se trata de longas distâncias, a entenderemos, então, um pouco mais. No geral, a transmissão de energia no Brasil é realizada em CA, porém a linha que liga Itaipu-PR a Ibiúna e Tijuco Preto, ambos em São Paulo, é realizada em corrente contínua, essas duas linhas operam em, mais ou menos, 600kV, sendo que o total de linha de interligação tem 1612 km. A subestação de Ibiúna, considerada a maior conversora do mundo, é responsável por 43% da energia consumida no estado de São Paulo, cerca de 37000 GWh (FURNAS..., 2004). Vamos relembrar o que foi abordado nesta unidade? Ligue o play e ouça! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10460 34 UNICESUMAR Aqui, entenderemos algumas peculiaridades que foram consideradas na escolha da transmissão em CC entre Itaipu e Ibiúna. Primeiramente, em uma transmissão em CC, as subestações realizam a conversão, recebendo a potência em CA, conver- tendo-a, depois, em CC, para que seja efetuada essa transmissão. + - + - AC AC HVAC Reti�cador HVDC Inversor HVAC Figura 18 - Esquema de uma rede HDVC / Fonte: Glover, Sarma e Overbye (2014, p. 133). A escolha desta tecnologia, denominada HVDC, pauta-se e justifica-se por aspectos técnicos, econômicos e ambientais, favorecendo a escolha do tipo de demanda solicitada. • Aspectos técnicos: além de permitirem a transmissão de potência de diferentes frequências, os parâmetros capacitivos e indutivos não limitam essa transmissão. Pela característica da rápida modulação na conversão, melhora a estabilidade do sistema, diminuindo oscilações que acontecem em CA. • Aspectos econômicos: custos das estações de conversão, das linhas de transmis- são e dos ganhos relativos à diminuição das perdas na transmissão. • Ambientais: além do seu melhor aproveitamento de potência, as linhas são meno- res em comparação com a HVAC, aumentando a capacidade de transmissão delas. São muitos os fatores que ocasionam perdas no sistema de transmissão de energia elétrica, o conhecimento dos efeitos físicos que as provocam faz-se necessário para conseguir minimizá-las. Dentre os principais efeitos relacionados aos condutores estão os efeitos corona e skin. Um dos aspectos determinantes e preocupantes em um projeto de linhas de trans- missão é a escolha dos condutores para obter bons resultados em qualidade da energia transportada. Em linhas de transmissão de extra ou de ultra-alta tensão, o efeito corona é a principal causa de perdas no transporte de energia (FUCHS, 1977). Descrição da Imagem: a figura apresenta, do lado esquerdo, a Corrente Alternada chegando ao retificador, onde passa para Corrente Contínua. Esta energia é transmitida e chega em outra subestação, representada, do lado esquerdo, a qual faz a inversão dessa corrente para alternada, novamente, em seguida, ela é distribuída. 35 UNIDADE 1 Essas descargas promovem a perda de energia cinética, pois resultam de colisões entre elétrons e átomos presentes no ar. Em alguns casos, o elétron muda o seu estado de energia ao se excitar, depois, ao retornar ao seu nível energético, libera o excesso de energia em forma de calor, luz, som e radiação eletromagnética. As redes de transmissão têm um limite de tensão, desse modo, após o limite de interrupção ser atingido, há, junto com as faíscas, o surgimento do efeito corona. Normalmente, as perdas das LTs estão associadas a esse efeito, a sua amplitude depende da tensão de operação, do diâmetro dos condutores, do posicionamento relativo bem como da distância, altitude, condições atmosféricas e ambientais e, também, da variação do potencial de superfície desses condutores, logo, a tensão de linha mais baixa reduz o aparecimento do efeito corona. Outros fatores que favorecem a ocorrência desse efeito são os estados dos cabos (sujos ou com superfície rugosa) bem como dos isoladores e outros acessórios (FUCHS, 1977). Para evitar, em LTs, a ação indesejada do efeito corona, Pinto (2014, p. 71) afirma: “o campo elétrico superficial do condutor deve ser menor do que o campo elétrico crítico da corona (E)”. O efeito pode causar descargas eletrostáticas entre condutores ou entre con- dutores e estruturas metálicas, ocasionando curtos-circuitos que podem gerar arcos elétricos e, assim, destruir isoladores e outros elementos da linha, fora que a indução de corrente nas estruturasmetálicas apresenta perigo de eletrocussão. Além das perdas nas linhas de transmissão, os seus resultados são sentidos por pessoas e sistemas que se encontram próximos, como: interferências em rádios, ruídos e produção de gases nocivos. Nas linhas de extra-alta tensão, em condições de chuva, as perdas podem impactar a demanda do sistema, forçando as geradoras a suprirem essas mesmas perdas, o que, consequentemente, gera aumento no gasto. O efeito corona é um fenômeno que ocorre na superfície de condutores. Nela, ocorre a ionização do ar ao redor desses condutores e, assim, é provo- cado um estalo luminoso. Além do campo elétrico uniforme, cujos elementos influenciadores são a pressão do ar, o vapor d’água, a fotoionização e o tipo de tensão aplicada, há, ainda, a presença de um campo não uniforme que desencadeia algumas descargas. 36 UNICESUMAR Outro efeito importante é o skin ou efeito pe- culiar. Ele caracteriza-se por um fenômeno que aumenta a resistência aparente de um condutor, quando há aumento da frequência de corrente elétrica. Em Corrente Alternada, a distribuição no condutor não é uniforme, assim, quanto maior a frequência, maior o campo magnético e, con- sequentemente, maior a reatância local. O efeito do aumento dessa reatância é o deslocamento da corrente elétrica para a periferia desse condutor, o que implica o aumento da resistência aparen- te (ROBERT, 2000). Isto ocasiona mais perda de energia sob a forma de calor por unidade de com- primento desse condutor, modificando, também, a reatância interna. Este problema ocorre em linhas de transmissão e é contornado pelo uso de con- dutores ocos e cabos entrelaçados. As linhas de transmissão são usadas para o escoamento da energia elétrica produzida nas geradoras até os centros de carga. Devido ao au- mento da demanda de consumo bem como da impossibilidade de armazenamento dessa energia, surgiu a necessidade de desenvolver sistemas de transmissão que garantissem o fornecimento. Quanto maior a quantidade de energia para transporte, maior a perda associada, logo, por questões de dissipação por calor (efeito Joule), a elevação da tensão é necessária a fim de que essas sejam minimizadas, além de outros fatores, tais como: dilatação de cabos, impedância da linha e fenômenos naturais (por exemplo, chuvas e ven- tos). É importante encontrar parâmetros ótimos, como nível de tensão, potência, distância, tecno- logia e, claro, recursos financeiros. Tal transmissão não é irradiada, mas sim, conduzida de uma fonte de geração a uma fon- te consumidora. Entender todo este processo de transmissão de energia dará a você suporte para atuar em sistemas de potência. 37 Aqui, você deve testar os seus conhecimentos sobre o que foi exposto nesta unidade, assim, serão fixados, com mais efetividade, os tópicos e conceitos mais importantes relacionados às linhas de transmissão e ao transporte de energia elétrica. Com esta finalidade, dei início a um Mapa Mental e o deixei organizado de forma básica. A partir disso, gostaria que você continuasse a preenchê-lo, evidenciando o maior número de tópicos importantes que puder elencar. Vamos lá? Vertical Co n� ab ili da de Interligações 22 0 V Média Transmissão de energia Descrição da Imagem: a figura mostra um Mapa Mental que divide, em suas camadas vertical e horizontal, a transmissão de energia bem como especifica as suas interligações com as classes de tensão e níveis de distribuição. 38 1. O Brasil opera em um sistema interligado de energia, de forma a coordenar e otimizar a sua transmissão. A escolha desse sistema pode ser justificada da melhor forma, porque: a) A rede básica de transmissão sofreria maiores variações de tensões, se elas fossem isoladas, logo, esse sistema estabiliza a rede. b) A interligação regional permite a exploração das bacias hidrográficas. c) Permite economia nas despesas com manutenção e equipe técnica. d) Centraliza as decisões a respeito de quando e como fazer a distribuição de energia. e) A influência política diminui, uma vez que existem outras pessoas que podem influen- ciar as decisões. 2. No trajeto de saída da usina geradora até o centro de carga, são utilizadas linhas de transmissão que transportam a energia em tensões em CA. Cite e classifique essas tensões. 3. As perdas geradas pelos condutores nas linhas de transmissão são causadas por dois efeitos, em especial: o efeito corona e o efeito skin. Assinale a alternativa correta em relação a eles: a) O efeito skin tem, como consequência, a diminuição da reatância e da resistência do condutor, facilitando a circulação de correntes de baixa frequência. b) O efeito corona ocorre quando há ionização do ar ao redor do condutor, o que provoca ruídos audíveis e vibrações mecânicas, além de atuar como para-raios, ao atrair essas descargas às torres de transmissão. c) As perdas relativas do efeito corona chegam a 50% das perdas por efeito Joule, logo, a sua redução não deixa os cabos aquecerem. d) O efeito corona nem exerce influência sobre os sistemas de comunicação, nem riscos aos seres humanos. e) Alguns dos fatores associados ao efeito corona são altura e espaçamento dos con- dutores. 39 4. Uma rede de transmissão é dividida em malhas, que, para melhor funcionamento, são conectadas a elementos de outras redes. Considere a topologia do sistema de sub- transmissão operando na faixa de 69 kV a 138 kV e associe os números dos sistemas à esquerda com os seus tipo e emprego, à direita. 1. Radial simples ( ) Fornece aos consumidores duas alimentações, uma normal e outra de reserva. 2. Radial com recurso ( ) Os alimentadores primários são radiais, e a rede de baixa tensão é malhada, totalmente, interligada. 3. Radial seletivo ( ) Adotado em áreas suburbanas de média densidade de carga, permite reestabelecimento total ou parcial da alimentação, em caso de falhas. 4. Anel ( ) Empregado em áreas rurais e de carga rarefeita. 5. Reticulado ( ) Todos os transformadores de distribuição estão conectados a chaves que permitem a segregação dos mesmos, no trecho do circuito com defeito. A sequência correta para a resposta da questão é: a) 4, 5, 1, 3, 2. b) 2, 4, 1, 3, 5. c) 3, 5, 2, 1, 4. d) 1, 3, 5, 4, 2. e) 5, 3, 4, 1, 2. 40 2 Nesta unidade, abordaremos os elementos e acessórios que com- põem a estrutura física das linhas de transmissão e as características que permitem o funcionamento delas em condições normais bem como em situações de sobrecarga. Estrutura Física das Linhas de Transmissão Me. Audrey Cristine Esteves 42 UNICESUMAR Caro(a) acadêmico(a), a capacidade de expansão do setor elétrico define todo o desenvolvimento de uma região ou um país, implicando a necessidade crescente de investimento em infraestrutura, para que a energia seja gerada e transportada de forma a atender ao aumento da demanda. Suprir o mercado brasileiro, em termos de energia, é uma tarefa difícil, dada a extensão territorial do mesmo, o que exige a viabilização de uma extensa e confiável rede de transmissão. Um sistema de transmissão de energia elétrica compreende toda uma estrutura complexa cujo desempenho está associado às suas geometria e características físicas. Levando em consideração esta breve conversa que tivemos, mais o seu conhecimento prévio do conteúdo abordado, você sabe quais elementos compõem uma linha de transmissão e quais tipos de materiais são usados no transporte de energia elétrica? Como assegurar esse trans- porte com qualidade? Como tornar o caminho da energia mais seguro e confiável? Estima-se que o Brasil, em 2013, tinha a capacidade total de geração de energia em torno de 127 GW, sendo as principais matrizes as bacias hidrográficas. Entretanto muito deste potencial, ainda, não é explorado por causa da dificuldade de acesso. A extensão territorial apresenta um consi- derável desafio tanto à geração quanto à distribuição de energia, então, deriva desse aspecto a necessidade decompreensão do trajeto percorrido pela eletricidade, a fim de corrigir os erros bem como aplicar novas tecnologias aos sistemas de transmissão. A construção de sistemas resistentes e seguros esbarra em dois problemas básicos: a redução de perdas, durante o trajeto, e a adequação dos custos para a cons- trução. A importância deste serviço está, direta- mente, ligada à compreensão das metodologias utilizadas e, também, ao desenvolvimento de novas técnicas, para conseguir cada vez mais, aprimorar esses processos. As distâncias dos cabos acar- retam instabilidades das redes, perdas na qualidade de ener- gia e, ainda, a suscetibilidade das estruturas aos fenô- menos naturais, o que pode causar inter- rupção, ao longo do percurso. 43 UNIDADE 2 Daremos ênfase, nesta unidade, à descrição da estrutura física das linhas de transmissão, assim como dos componentes que as integram, com o objetivo de entender as configurações mais adequadas de Linhas de Transmissão (LTs) para cada região. Convido você, aluno(a), a realizar uma pesquisa sobre as principais LTs que fazem a interligação aos grandes centros urbanos. Tente encontrar, na sua região, o modo como as linhas de transmissão estão dispostas, em seguida, identifique as características de cada uma delas, tais como: os tipos de estruturas, as configurações, os seus componentes e materiais utilizados. O Brasil possui, hoje, a maior rede de LTs do mundo, sendo a principal a linha que liga Itaipu a Ibiúna. As tendências tecnológicas aplicadas no Brasil, quanto à geometria e à funcionalidade, variam de acordo com cada região, as quais definem o seu desempenho. As principais causas de instabilidade ou de interrupção de energia elétrica são eventuais falhas nos equipamentos de proteção dos cabos, picos de consumo ou acidentes provocados por fatores ambientais. Ao longo desta unidade, você será capaz de identificar os componentes dos sistemas de transmissão elétrica, os tipos de materiais adequados para cada situação bem como as configurações para melhor atender às demandas. Caro(a) aluno(a), ao realizar a pesquisa em sua região, você foi capaz de identificar e comparar as es- truturas de duas ou mais linhas de transmissão, assim como as características exibidas por cada uma delas, de acordo com as suas exigências de complexidade e da região. Agora, procure elencar pontos importantes observados e vinculá-los aos conteúdos abordados em outras disciplinas que serão aplicados, aqui. Anote as suas ideias no seu Diário de Bordo. DIÁRIO DE BORDO 44 UNICESUMAR Uma linha de transmissão é composta, basica- mente, por cabos condutores, cabos para-raios (cabos de guarda), ferragens, isoladores e estru- turas de suporte. Embora pareça que os cabos condutores de fase sejam os mais importantes, por assegurarem a corrente, os demais compo- nentes mantêm a tensão, logo, cada estrutura física exerce o seu papel para garantir o bom desempenho no transporte da energia elétrica até os centros de consumo. A escolha da melhor configuração e dos mate- riais para essa composição definirá os parâmetros elétricos desejáveis em cada situação, operando, assim, em situações adversas (FUCHS, 2015). Vamos explorar, um pouco, essas estruturas, an- tes de iniciarmos os nossos estudos? Acesse o QR- -Code do nosso podcast! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10461 45 UNIDADE 2 Condutores Isoladores A B C C A B PR Estruturas suporte Fundações Cabo de guarda ou para-quedas PR Figura 1 - Tipos de suportes aplicados nas linhas de transmissão / Fonte: Labegalini et al. (1992). Então, iniciaremos com a descrição de cada um dos elementos que fazem parte dessa extensa e com- plexa malha de transmissão de energia. Primeiramente, falaremos sobre os cabos condutores, os quais são considerados os elementos ati- vos desta rede de estrutura, pois realizam o transporte de corrente. Os cabos condutores devem exibir algumas características, tais como: alta condutibilidade, baixo custo, boa resistência mecânica, baixo peso específico, alta resistência à oxidação e à corrosão (agentes químicos poluentes). Os materiais não atendem a estes requisitos em sua totalidade, porém os que atendem, parcialmente, são o cobre, o alumínio e as suas ligas, sendo o alumínio a escolha principal, por seu baixo custo. Por muito tempo, o cobre predominou nas construções das LTs, por sua excelente condutividade e resistência mecânica. O alumínio foi incorporado à medida que os problemas de sua implantação foram resolvidos. A escolha do tipo de cabo está relacionada, também, com o tipo de instalação a ser reali- zada. No cabeamento subterrâneo, a opção é o cobre, já no cabeamento aéreo, deve-se cuidar da carga mecânica de ruptura. Comparando as características físicas entre os dois elementos, podemos verificar, de forma bem simples, como o alumínio ganhou espaço. Além do fato de ter baixo custo e provocar menos perdas por efeito Joule, o seu peso específico torna-o uma boa escolha. Descrição da Imagem: a figura apresenta a ilustração de três torres de metal interligadas por fios, uma à esquerda, e duas, próximas, à direita. Trata-se de uma seção da rede de transmissão cujos cabos estão interligados entre duas torres, demonstrando os condutores (fios), isoladores (cabos metálicos envolvidos por plástico, elaborados, que se conectam aos fios nas torres), para-raios (cabos metálicos no topo da torre), estruturas de suporte armação de metal) e fundações (base sólida no chão da torre). 46 UNICESUMAR CARACTERÍSTICA FÍSICA Alumínio (duro) Cobre (duro) Padrão IACS* Densidade a 20 ºC (g/cm3) 2,70 8,89 8,89 Condutividade mínima percentual a 20 ºC 61 97 100 Resistividade máxima a 20 ºC (Ωmm2/m 0,0282 0,0177 0,0172 Relação entre pesos de condutores de igual resistência em CC (igual comprimento) 0,48 1,03 1,00 Coeficiente de variação da resistência por ºC a 20 ºC 0,0040 0,0038 0,0039 Calor específico (cal/g ºC) 0,214 0,092 0,092 Condutividade térmica (cal/cm3 s ºC) 0,48 0,93 0,93 Módulo de elasticidade do fio sólido (kgf/mm2) 7000 12000 - Coeficiente de dilatação linear/°C 23x10-6 17x10-6 17x10-6 *Padrão IACS: padrão internacional do cobre recozido, tomado como referência de 100% de condutividade (International Annealed Copper Standard). Tabela 1 - Comparativo entre as características físicas do alumínio e do cobre / Fonte: adaptada de Cavalcante (2002). Os fios foram substituídos por cabos, que são entrelaçamentos de fios. A norma ABNT padronizou os cabos de acordo com a norma AWG (American Wire Gauge), a qual adotou uma base de cálculo chamada “circular mil”, correspondente à área de um círculo cujo diâmetro é igual a 1 milésimo de polegadas (0,00064516 mm2). No Brasil, a medida desse diâmetro é dada em milímetros (BEZERRA, 2019, on-line). O cálculo dos circulares mils é dado pela equação: An n � � � ( )5 92 36 39 [1] Associar a bitola de um fio com sua área ou diâmetro é uma comparação por tabe- lamento da AWG. Vamos entender como isso funciona, a seguir. Calcular o diâmetro em circular mils: d mils d mm( ) ( ) , � � 25 4 1000 [2] escrever o perímetro: P r= 2p [3] r P= 2p [4] calcular a área: A r= p 2 [5] 47 UNIDADE 2 aplicando 4 em 5: A P P� � � � � � � �p p p2 4 2 2 [6] Normalmente, os cabos de transmissão possuem fios dispostos em camadas (encor- doamento), visto que, sozinhos, apresentariam aos isoladores pela vibração alguma ruptura em seus pontos de interconexão. Logo, o cálculo para o número de fios de mesmo diâmetro é dado pela equação: N x x� � �3 3 12 [7] onde: N: número de fios componentes; x: número de coroas (camadas). A norma brasileira contém especificações de características exigíveis para os con- dutores elétricos, de acordo com a sua composição e utilização. Algumas delas estão descritas a, seguir (FUCHS, 2015; LABEGALINI et al., 1992). 1. Condutores de cobre: são fabricados com bitolas de 13,3 mm2 até 645,2 mm2, nas têmperas dura e semidura.Consistem em cabos nus de cobre com especificações por: • Secção em mm2. • Número de filamentos. • Classe de encordoamento. As suas características são: • Qualidade do material, características elétricas e físicas. • Acabamento. • Encordoamento e passo do encordoamento. • Emendas. • Variação do peso e da resistência elétrica. • Dimensões, construção e formação. • Tolerâncias nos comprimentos dos cabos. • Embalagens e marcações. • Propriedades mecânicas e elétricas. • Ensaios de aceitação. • Responsabilidade dos fabricantes. 48 UNICESUMAR 2. Condutores de alumínio e alumínio-aço: condutores concêntricos com camadas de fios de alumínio envolvendo um centro em aço galvanizado, com várias combinações possíveis. A sua referência é feita por palavras-código, em que são usadas flores para os cabos de alumínio (CA) e aves para os cabos de alumínio-aço (CAA). O alumínio tem elevada condutividade, e o aço, alta resistência mecânica. Exemplo: Código: Tulip – Cabo CAA, composição: um fio de aço e seis de alumínio com secção de 125,1 mm2. Tulip • Diâmetro dos filamentos: 3381 mm. • Diâmetro do cabo (nominal): 16,92 mm. • Peso do cabo: 467,3 kg/km. • Carga de ruptura: 2995 kg. • Resistência elétrica (CC 20 ºC): 0,168Ω/km. FIOS DE ALUMÍNIO FIOS DE AÇO GALVANIZADOS Figura 2 - Estrutura cabos ASCR / Fonte: Alubar... (2015, p. 35). 3. Condutores em ligas de alumínio: possui encordoamento concêntrico com uma ou mais camadas de fios de liga 6101/6201-T81. Baixo custo, maior resistência mecânica e à corrosão. Na Europa, usa-se a liga Aldrey (Si, Mg, Fe, Al). Os seus tipos podem ser AAC e ACAR. Descrição da Imagem: a figura apresenta um desenho que mostra um condutor cujo centro é composto por fios de aço galvanizado. O condutor é coberto por camadas de fios de alumínio. 49 UNIDADE 2 4. Condutores em ligas de alumínio com alma de aço: estes cabos são condutores concêntricos encordoados em camadas e reforçados por uma alma de aço, o que lhes confere mais dureza e, consequentemente, mais resistência à abrasão. Indicado para grandes vãos. 5. Condutores de alumínio termorresistente: os tipos são T-CA e T-CAA e são cabos concêntricos similares ao CA, porém ambos com capacidade para suportar temperaturas de até 150 ºC, mantendo as suas propriedades mecânicas. Têm eficiência de 50% no transporte de energia em relação ao cabo tradicional. 6. Cabos copperweld e alumoweld: direcionados para aterramento, os seus filamentos são constituídos por um centro de aço de alta resistência envolto por uma capa de alumínio ou cobre. 7. Condutores tubulares e expandidos: confeccionados por meio do em- prego de diversos materiais, como o bronze, os seus diâmetros são, apro- ximadamente, 15% maiores e atuam reduzindo os gradientes de potencial nas superfícies. Outros grupos, tais como: cabos múltiplos, cabos com compósitos e cabos refor- çados com INVAR também vêm sendo, largamente, estudados e empregados nas linhas de transmissão. As LTs de alta e extratensão brasileiras usam, predominantemente, os cabos do tipo ASCR. Estes envolvem perdas, efeito corona e critérios econômicos, mas levam em consideração a pressão barométrica, os ventos, as temperaturas ambiente e máxima do condutor. A escolha dos cabos influencia, diretamente, a escolha dos demais componentes, por exemplo, torres e isoladores. Você sabe por que, em LTs de extra-alta tensão, são usados os cabos CAA e variantes? E quais são os utilizados nas linhas aéreas? 50 UNICESUMAR Em LTs de extra-alta tensão, são usados os cabos CAA (alumínio com alma de aço) e variantes, pelo custo ser mais acessível. Nas linhas aéreas, eles são instalados nus, a fim de maximizar a ampacidade (a qual é determinada pelo equilíbrio térmico). Já que falamos sobre ampacidade, você saberia defini-la? E dizer como é calculada? Cálculo da ampacidade: todo condutor, quando percorrido por corrente elétrica, está sujeito a perdas por calor (efeito Joule). A capacidade de condução contínua de uma corrente (máxima), sem que a sua temperatura ultrapasse o valor limite, em regime permanente, é chamada de ampacidade. Em uma linha de transmissão, devem ser considerados tanto o aspecto técnico como o econômico envolvido. No econômico, a especificação das áreas de secção transversal dos condutores, de acordo com a Lei de Kelvin; no aspecto técnico é o efeito da temperatura no comportamento mecânico desses condutores, sem que haja prejuízo físico ao cabo. As temperaturas máximas suportadas pelos cabos CA, CAA e CAL circulam nas faixas de 70 a 85 °C, podendo chegar a 100 °C em condições críticas que tenham curta duração. Vários fatores afetam a temperatura em uma LT e várias pesquisas traçam com- parativos acerca da perda energética apresentada por condutores ao longo de um período. O equilíbrio entre o calor ganho e o perdido, pelo cabo, são determinados por fenômenos físicos bem conhecidos. Em regime permanente, um cabo atinge a temperatura por meio do equilíbrio entre calor ganho e perdido. O ganho dá-se por efeito Joule e radiação solar qj e qs; a perda, por irradiação e convecção qr e qc. Então, a equação que equilibra o sistema é dada por: q q q qj s r c� � � com q I r W kmj � � 2 [ / ] . Rearranjando os termos, obtemos: I q q q r Ar c s� � �� ��103 [ ] onde temos: r: a resistência do condutor à temperatura de equilíbrio [Ω/km]. Pelas leis da transmissão de calor da Física: q d T T W m q r c � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 179 2 10 1000 1000 3 4 0 4 , [ / ]e 9945 6 10 0 32 0 43 45946 80 4 0 52 , , , , ,t t V d�� �� � � �� ��� � � � e q d W ms � �204 [ / ] , que é o valor médio em regiões temperadas. 51 UNIDADE 2 Para tais condições, teremos que ε é a emissividade, cujo valor está entre 0,23 e 0,90, de acordo com a cor de cabo. O recomendado para cabos de alumínio é e ≅ 0 5, . Descrevendo as variáveis, temos: d: diâmetro nominal do cabo [m]; t: temperatura final do cabo; t0: temperatura do ambiente [ºC]; T: temperatura absoluta do final do cabo; T0: temperatura absoluta do meio ambiente [K]; V: velocidade do vento (em geral, 0,6 a 1,0 m/s). Então, entenderemos como é feito e qual a funcionalidade de obter valores relacio- nados à ampacidade. Desejamos obter a ampacidade de um cabo tipo CAA Drake, onde temos as seguintes condições: t ºC t ºC V , m/ s , r , / km d , m 0 35 85 0 67 0 5 0 09 0 02814 = = = = = = e W convertendo as temperaturas: T K T K 0 273 35 308 273 85 358 � � � � � � substituindo os valores nas expressões: qr � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 179 2 10 0 5 0 02814 358 1000 308 1000 3 4 4 , , , �� � � � � � �� � � �� q W m q r c 18 762 945 6 50 10 0 32 0 43 45946 8 0 67 0 04 , / , , , , , , 22814 70 018 204 0 02814 5 4056 0 52� ��� � � � � � � , , / , , / q W m q q W m c s s Observação: para cabos novos, e = 0 23, . 52 UNICESUMAR Na condição com sol e vento, então, encontramos: I A� � �� �� �18 716 70 018 5 406 10 962 283, , , , Nos projetos das LTs, é importante saber a temperatura máxima que esses con- dutores podem atingir sob a ação da corrente na linha somada à temperatura ambiental, uma vez que o valor da flecha nos cabos dependerá dessa temperatura e, consequentemente, a distância do condutor ao solo. Vemos, aqui, o problema inverso, em que dadas as condições ambientais, se deseja obter a temperatura a qual o cabo chegará. Para resolver este processo, métodos iterativos são bem aplicados, uma vez que não conseguimos, diretamente, obter os valores. A composição de uma linha aérea de transmissão dá-se por: elementos ativos (condutores) — que realizam, efetivamente, o transporte de energia; — os passivos (estruturas em geral e isoladores) — os quais garantem o apoio e o afastamento desses cabos; — as estruturas extras, por exemplo, as que compõem o sistema de para-raios. Todos esses elementos, para garantir segurança, seguem regras muito bem definidas em sua construção, pois trabalhamem tensões muito elevadas. O dimensionamento de toda e qualquer estrutura deve ser feito a partir dos elementos ativos dessas linhas (cabos), considerando as condições mais desfa- voráveis que esses elementos enfrentarão, logo, a temperatura máxima desses condutores deve ser prevista já na fase de projeto. Obviamente, os valores obtidos nessa fase devem ser superiores aos que serão, efetivamente, submetidos, porém não devem ser superdimensionados, para que os seus custos não sejam muito elevados na construção. A ampacidade, a qual representa a capacidade de corrente em regime perma- nente, é determinada a fim de que os valores de flecha e recozimento dos cabos não sejam violados, logo, esta grandeza varia de acordo com a região e as con- dições ambientais adversas. Todas as pesquisas vêm ao encontro de resultados que não são precisos no âmbito de previsão ambiental, mas que atendem, por métodos estatísticos, ao comportamento de cada região. Na parte superior de uma LT, encontram-se os cabos para-raios destinados à proteção. Eles são conectados às torres por meio das ferragens de fixação, estas, por sua vez, conduzem os raios por cabo, torre e sistema de aterramento. O uso de isoladores de baixa resistência disruptiva migrou, também, para as telecomunicações, sem perder a capacidade de proteção. Os seus diâmetros encontram-se entre 3/8” e ½”, nos tipos: cabo de aço galvanizado (HS, HSS ou SM), aluminoweld, copperweld e CAA de resistência mecânica alta. 53 UNIDADE 2 Condutores Para-raios Figura 3 - Cabos para-raios em uma LT / Fonte: Moura, Moura e Rocha (2019, p. 90). Descrição da Imagem: a figura mostra a ilustração de uma torre de metal, no centro, conectada por fios a outros locais, não definidos, à direita. Os fios de baixo são chamados de condutores, os fios de cima são chamados de para-raios. Isoladores e ferragens: a função dos isoladores é suspender os condutores das estruturas e do solo, portanto, estão submetidos a algumas solicitações mecânicas e elétricas. Esforços mecânicos Esforços elétricos Forças verticais devido ao peso das estruturas. Tensão normal e sobretensões de origem industrial. Forças horizontais axiais ocasionadas pela diferença de tração entre vãos. Surtos de sobretensões de manobra. Forças horizontais transversais pela ação do vento nos cabos. Sobretensões de impulso de origem atmosférica. Tabela 2 - Esforços elétricos e mecânicos nas linhas de transmissão / Fonte: adaptada de Fuchs (2015). 54 UNICESUMAR Os isoladores são confeccionados em: Porcelana vitrificada: devem possuir composição homogênea e compacta para que a sua rigidez não seja comprometida. A sua superfície deve ser impermeável, por isso, o revestimento em vidro. O seu custo é elevado quando comparado aos de vidro temperado. Vidro temperado: de custo mais barato, sofre tratamento térmico de forma a aumentar as suas resistência mecânica e rigidez dielétrica. No Brasil, há preferência em sua utilização. Material sintético composto: composto por fibra de carbono ou de vidro ligada por resina tipo epóxi, além disso, é revestido por materiais poliméricos ou borrachas, tornando-se mais leves. São classificados de acordo com sua forma (LABEGALINI et al., 1992): • Isoladores de pino: isoladores fixados às estruturas por meio de um pino de aço encaixado ao centro. Vantagens Desvantagens Alta resistência mecânica. Deve ser usado com fuso. Boa distância de fuga. Tensão nominal limitada até 36 kV com a configuração original. Usado em distribuição de alta tensão. Limitação de uso, apenas, em classes de até 75 Kv. Menor manutenção e construção fácil. Para uso em tensões maiores, ficam mais volumosos.Usado vertical ou horizontalmente. Tabela 3 - Vantagens e desvantagens dos isoladores de pino / Fonte: a autora. 55 UNIDADE 2 • Isoladores do tipo pi- lar ou coluna: pouco usados no Brasil, são empregados em siste- mas elétricos industriais. Consistem em uma úni- ca peça com uma barra de ferro maleável galva- nizada e um furo no cen- tro para fixação. Podem ser de porcelana, vidro temperado ou polimé- ricos. Têm limitação nas intensidades de carga, pois trabalham quando submetidos à flexão e à compressão. Esmalte vitri�cado Argamassa de cimento Pino de ferro fundido Figura 4 - Vista, em corte, de um isolador de pino Fonte: adaptada de Luna (2006). Descrição da Imagem: a figura exibe a ilustração, em corte, de um isolador do tipo pino. Descrição da Imagem: a figura exibe a ilustração do encaixe de um isolador do tipo pilar, em sua estrutura. Isolador tipo pilar Pino autotravante para isolador tipo pilar Suporte para isolador tipo pilar Parafuso de cabeça quadrada ou parafuso de rosca dupla Figura 5 - Isolador do tipo pilar encaixado no topo de poste Fonte: adaptada de Luna (2006). 56 UNICESUMAR Com o aumento das cadeias de isoladores e o crescimento das classes de tensão, surgiram os isoladores do tipo disco, empregados em linhas de extra e ultratensão e que possibilitavam a combinação em cadeias, conforme a necessidade da linha. Dois sistemas de engate foram padro- nizados (concha-bola, garfo-olhal), de forma a atender aos tipos de montagem e às adversidades das condições climáticas. Podemos perceber que a concepção de poliméricos foi incorporada como componente desses isola- dores, envolvendo as estruturas para proteção e aumento das distâncias elétricas bem como agregando muito valor à construção e à manutenção das linhas de transmissão. Esses materiais são leves, facilitam a manutenção e a montagem, além de reduzirem as ações de corrosão. As falhas desses componentes são de difícil detecção, o que reduz o tempo de vida dos mesmos. Descrição da Imagem: a figura mostra duas ilustrações os cortes de isoladores de pinos de porcelana. Figura 6 (a) - Isoladores de pinos de porcelana monocorpo; Figura 6 (b) - Isoladores de pinos de porcelana multicorpo. O 98 O 125 150 O 220 O 180 O 140 260 O 330 O 275 Figura 6 (a) - Isoladores de pinos de porcelana monocorpo 25 kV; Figura 6 (b) - Isoladores de pinos de porcelana multicorpo 69 kV Fonte: Fuchs (1977, p. 27). Isoladores de suspensão: confeccionado para substituição dos convencionais de vidro ou porcelana, é fabricado a partir de um bastão denominado “alma” com fibra de vidro fixado nas ferragens do iso- lador e revestido com borracha ou silicone. Muito resistente, mecanicamente, e às variações de clima. Características físico-geométricas agrupam os isoladores de suspensão em monocorpo ou de disco. O monocorpo é constituído de peça única, em porcelana ou vidro. Apresenta isolamento até 220 kV e, em caso de tensões mais altas, as suas peças podem ser interligadas (BEZERRA, 2019, on-line). 57 UNIDADE 2 155 450 105 1305 145 250 (A) (B) (C) (D) 250 145 Figura 7 - Isoladores variados / Fonte: Fuchs (1977, p. 28). Os isoladores são submetidos a cargas mecânicas e a intensos campos elétricos pre- sentes nas LTs. Para que possam resistir a essas solicitações, os isoladores devem exibir algumas características ensaiadas, como: carga de ruptura, resistência ao impacto e aos choques térmicos. Da mesma forma, as solicitações elétricas comprometem as estruturas dos isoladores de duas formas: por perfuração do dielétrico, quando as suas espe- cificações físicas não suportam o gradiente superficial transversal e rompem a rigidez (porcelana 6 a 6,5 kV/mm e vidro temperado 14 kV/mm), consequente- mente, inutilizando-o; ou por disrupção superficial, causada pela distância de escoamento, caracterizada pelas influências do meio ambiente sobre a geometria do isolador (LABEGALINI et al., 1992). Descrição da Imagem: a figura apresenta a ilustração de isolantes variados. À esquerda, um isolador de porcelana; acima e à direita, um isolador de suspensão monocorpo; abaixo, isoladores de suspensão. Estes últimos estão subdivididos em engates do tipo concha-bola e garfo-olhal. 58 UNICESUMAR As distâncias elétricas relacionam-se
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