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1 2 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA ......................................................................................... pág 01 Planejamento 1: Conexão sintática, semântica e discursiva: articuladores e operadores argumentativos .................................................................. pág 01 Planejamento 2: A Literatura Brasileira e outras Manifestações Culturais .... pág 10 Planejamento 3: Texto dissertativo-argumentativo ................................... pág 20 LÍNGUA INGLESA .................................................................................. pág 36 Planejamento 1: Minas Gerais Then and Now. .......................................... pág 36 Planejamento 2: State Soccer League of Minas Gerais - Campeonato Estadual de Futebol de Minas Gerais. ....................................................... pág 43 ARTE ...................................................................................................... pág 53 Planejamento 1: A produção de obras de Artes visuais contemporâneas e seus discursos ..................................................................................... pág 53 Planejamento 2: Artes Visuais contemporânea e identidade ...................... pág 58 Planejamento 3: Muralismo contemporâneo ............................................. pág 62 Planejamento 3: Estudo da obra de Artes visuais contemporânea .............. pág 67 EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................................ pág 71 Planejamento 1: Danças contemporâneas e mídia .................................... pág 71 Planejamento 2: Principais diferenças entre o anabolizante e o suplemento ...................................................................................... pág 76 Planejamento 3: Diferenças entre futsal e futebol, elementos técnicos e sistemas táticos de ambos esportes ...................................................... pág 81 1 3º ano REFERÊNCIA Ensino Médio 2023 MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA EIXO TEMÁTICO: A Literatura Brasileira e outras manifestações culturais. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Conexão sintática, se- mântica e discursiva: articuladores e opera- dores argumentativos. Conjunções e locuções conjuntivas. Preposições e locuções prepositivas. Advérbios e locuções adverbiais. Reconhecer e usar mecanismos de conexão textual e frasal, produtiva e autonomamente. Reconhecer princípios sintáticos de estruturação e encadeamento de sequências textuais (frase, parte de frase, conjunto de frases, etc.) por subordinação, coordenação e correlação. Reconhecer efeitos de sentidos do uso de operadores argumentativos em um texto ou sequência textual. Reconhecer o papel sintático, semântico e discursivo de articuladores em um texto ou sequência textual. Identificar, em um texto ou sequência textual, efeitos de sentido de construções aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Conexão sintática, semântica e discursiva: articuladores e operadores argumentativos. DURAÇÃO: 4 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: Os conectivos permitem a articulação das ideias no texto; a construção da sequência discursiva; a coesão e coerência textual; a estruturação do texto em introdução, desenvolvimento e conclusão; e a melhor transmissão e compreensão da mensagem que se está querendo passar. Essas palavras são as preposições, conjunções, pronomes, advérbios e suas locuções correspondentes que ligam palavras, orações e parágrafos de um texto, promovendo a coesão textual. B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1: SENSIBILIZAÇÃO Professor(a), a aula iniciará com uma dinâmica que tem como objetivo levar os estudantes a refletirem sobre os elementos que promovem a clareza, a coerência e coesão textual. Será distribuído um texto (ou exibido em projetor multimídia) para leitura coletiva e o mesmo estará sem os conectivos. Os estudantes serão convidados a reescreverem o mesmo, usando palavras que façam a ligação adequada nas sentenças. Em seguida, lerão o texto novamente. É importante que percebam as alterações sintáticas e semânticas que foram estabelecidas após o uso dos conectivos. Língua Portuguesa Linguagens 2 Sugestão de texto: Sugestão de Vídeo: → O texto argumentativo dissertativo. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/18z03OBimJnUtbC6AyvHWjxMqGbD6RnrF/view. AULA 2 E 3: CONCEITUALIZAÇÃO Após a atividade do texto, é hora de entender a ideia de conexão. Para isso, apresente aos estudantes uma ilustração de um tipo de conexão (a sua preferência). Explore a ideia do que é estar conectado e transfira esse conceito para as palavras em um texto, de forma que o estudante entenda que as palavras também precisam estar ligadas umas às outras. Em seguida, apresente os seguintes vídeos a eles. Sugestões de vídeos que apresentam o uso dos conectivos em textos diversos: → 3º ANO EM - CONECTIVOS | PORTUGUÊS (SE LIGA NA EDUCAÇÃO). Disponível em: HTTPS://YOUTU.BE/C0ODGPHAZKU. → Coesão e Coerência textual: aula, exemplos e exercícios. Disponível em: HTTPS://YOUTU.BE/QYGQATBBEAU. Para deixar a exibição dos vídeos mais dinâmica, use alguma estratégia para prender a atenção dos estudantes em relação aos vídeos. Sugestões: Assista aos vídeos com antecedência, elabore algumas perguntas sobre as informações expostas por eles e faça um jogo de perguntas e respostas com os estudantes. − Organize os estudantes em quatro grupos, atribua um vídeo para cada grupo e cada grupo deverá elaborar três perguntas sobre o vídeo atribuído, por fim, faça rodadas de perguntas e respostas. Um grupo fará uma pergunta para cada um dos três grupos. O grupo que acertar a resposta ganha um ponto. O grupo que errar não marca ponto e o grupo que realizou a pergunta recebe o ponto e assim por diante. O grupo que não souber responder pode passá-la para o próximo grupo. O grupo que marcar mais pontos ganha o jogo. − Peça aos estudantes que elaborem mapas mentais sobre os vídeos. AULA 4: PRODUÇÃO TEXTUAL Agora é o momento de apresentar aos estudantes uma proposta de redação, com base nas exigências dos textos para o ENEM. Pode ser um tema que já tenha sido alvo de discussões anteriores, isso facilitará a produção do mesmo pelos estudantes. Cada um deve produzir seu próprio texto, que pode ser lido em sala para os demais colegas e avaliado coletivamente. https://drive.google.com/file/d/18z03OBimJnUtbC6AyvHWjxMqGbD6RnrF/view 3 RECURSOS: Caderno, caneta, lousa, pincel, projetor multimídia e/ou cópias de atividades com o texto. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: Interação e envolvimento do estudante nas dinâmicas e reflexões. Detectar se o estudante consegue reconhecer os elementos coesivos no texto e sua relação semântica. 4 ATIVIDADES Leia a tira abaixo. (Fonte: ERA uma vez, 2008.) 1 – Relacione as partes verbal e não verbal da história e deduza: a) Quem é o narrador cuja voz é representada pelo texto da parte superior dos cinco primeiros quadrinhos? b) Por que as cores, o fundo e a moldura dos cinco primeiros quadrinhos são diferentes dos utilizados no último quadrinho? c) Quem são “ele” e “ela” mencionados nos dois primeiros quadrinhos, em relação a esse narrador? d) Por que o “povo” não entendeu bem a união dos dois, conforme relata o 4º. quadrinho? 2 – O desenvolvimento da narrativa da história em quadrinhos lida é construída com base no emprego de diversos conectivos. a) Identifique, no texto, os conectivos que estabeleça as seguintes relações entre as orações que conectam: relação de oposição: _____________relação temporal: _______________ relação de conclusão: ____________ relação de adição: _______________ relação de finalidade: ____________ b) Qual é a função das palavras listadas na questão anterior, em relação ao texto em estudo? 5 3 – Releia o último quadrinho. a) Identifique o elemento articulador empregado e indique o seu sentido. b) Quais outros elementos articuladores poderiam ser empregados com o mesmo sentido? c) Explique a relação do sentido desse termo com a história contada. 4 – (Enem 2015) Da Timidez Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. [...] O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó. VERÍSSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos conectores. Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados em: a) "Se ficou notório por ser tímido" e "[...] então tem que se explicar." b) "Então tem que se explicar" e "[...] quando as estrelas virarem pó." c) [...] ficou notório apesar de ser tímido [...] e "[...] mas isto não é vantagem [...]." d) [...] um estratagema para ser notado [...] e "Tão secreto que ele nem sabe". e) [...] como num paradoxo psicanalítico [...] e "[...] porque só ele acha [...]." 5 – (ENEM 2016) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade? Não. O riso básico – o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da vocalização – nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas – que nós não somos capazes de perceber – e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada. Disponível em: https://descomplica.com.br/gabarito-enem/questoes/2016/segundo-dia/o-senso-comum-e-que- so-os-seres-humanos-sao-capazes-de-rir-isso-nao-e-verdade/ Texto adaptado (Acesso em 09/05/23) https://descomplica.com.br/gabarito-enem/questoes/2016/segundo-dia/o-senso-comum-e-que-so-os-seres-humanos-sao-capazes-de-rir-isso-nao-e-verdade/ https://descomplica.com.br/gabarito-enem/questoes/2016/segundo-dia/o-senso-comum-e-que-so-os-seres-humanos-sao-capazes-de-rir-isso-nao-e-verdade/ 6 A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos. b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos. c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos. d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro. e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos. 6 – (ENEM 1999) SONETO DE FIDELIDADE De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou ao seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama. Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. (MORAES, Vinícius de. Antologia poética. São Paulo: Cia das Letras, 1992) A palavra mesmo pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua função na frase. O sentido de mesmo equivale ao que se verifica no 3º. verso da 1ª. estrofe do poema de Vinícius de Moraes nos seguintes versos: a) “Pai, para onde fores, / irei também trilhando as mesmas ruas...” (Augusto dos Anjos) b) “Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é modesta, com a exterior, que é ruidosa.” (Machado de Assis) c) “Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, mesmo em doses variáveis.” d) (Raimundo Faoro) e) “Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre?” (Machado de Assis) f) “Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo.” (Aurélio) 7 – (FUVEST) Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas) 7 A palavra assinalada pode ser substituída, sem que haja alteração de sentido, por a) mas sim. b) de outro modo. c) exceto. d) portanto. e) ou. 8 – (ENEM MEC/2020/2ª Aplicação) Como ocorrem os eclipses solares? Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por alguns minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para estudar melhor o Sol. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado). Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de a) indicar uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido. b) conectar a informação da frase anterior com a da posterior. c) salientar a negação expressa na frase posterior. d) promover uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior. e) conferir um caráter mais coloquial à reportagem. 9 – (ENEM MEC/2013/2ª Aplicação) Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em vinte anos, mas continua líder entre os países que mais desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para a agricultura). A entidadeapresentou ontem estudo sobre a cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante: em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho de dois estados de São Paulo desapareceu do país. De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999, 16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares. Mas o número é considerado alto. A América do Sul é apontada como a maior responsável pela perda de florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de hectares/ano. O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010. Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo) estabelece uma relação de oposição entre as sentenças: “Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares” e “o número é considerado alto”. Uma das formas de se reescreverem esses enunciados, sem que lhes altere o sentido inicial, é: a) Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto. b) Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha caído para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto. 8 c) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, uma vez que o número é considerado alto. d) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, por isso o número é considerado alto. e) Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto. 10 – (Enem 2018) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio da minha mãe: o culpado era o nó. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998. Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é indicado pela: a) Alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo. b) Utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados. c) Indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados. d) Justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados. e) Recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa. 9 REFERÊNCIAS CEREJA, William. Gramática: Texto, reflexão e uso: volume único/ William Cereja, Carolina Dias Vianna. – 6. ed. – São Paulo: Atual Editora, 2020. COESÃO Textual. Blog do ENEM. [s. l], [2023]. Disponível em: https://blogdoenem.com.br/exercicios- sobre-coesao-textual/. Acesso em: 9 mai. 2023. ERA uma vez, Bichinhos de Jardim. [s. l.], 24 mai. 2008. Disponível em: http://farm4.static.flickr.com/3070/2519126224_76ac1f0e1a_o.jpg. Acesso em: 8 mai. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2023. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%A Ancia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 09 mai. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2023 Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1AW0hZMb98aE_A82FKr7H2_EqIGNkcqs6/view. Acesso em: 09 mai. 2023. https://blogdoenem.com.br/exercicios-sobre-coesao-textual/ https://blogdoenem.com.br/exercicios-sobre-coesao-textual/ http://farm4.static.flickr.com/3070/2519126224_76ac1f0e1a_o.jpg https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf https://drive.google.com/file/d/1AW0hZMb98aE_A82FKr7H2_EqIGNkcqs6/view 10 EIXO TEMÁTICO: A Literatura Brasileira e outras Manifestações Culturais. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Escola literária Moder- nismo. Discussão acerca das diversas outras mani- festações artísticas do Modernismo, além da Literatura e a relação desse período com a redação e as questões do ENEM. Localizar, numa linha de tempo, as principais tendências da poesia (primitivismo, antropofagia, nacionalismo, universalismo, intimismo, experimentalismo) e da prosa de ficção (neorrealismo, intimismo, experimentalismo) do Modernismo brasileiro. Reconhecer as propostas das diferentes correntes modernistas, especialmente a primitivista, a nacionalista, a regionalista e a universalista. Reconhecer a importância do Modernismo brasileiro para a formação da consciência nacional e a consolidação da literatura brasileira. Identificar, em textos literários do Modernismo, marcas discursivas e ideológicas das principais tendências da poesia e da prosa de ficção desse estilo de época e seus efeitos de sentido. Relacionar características discursivas e ideológicas de obras do Modernismo brasileiro ao contexto histórico de sua produção, circulação e recepção. Reconhecer e caracterizar a contribuição dos principais autores do Modernismo brasileiro para a literatura nacional. Estabelecer relações intertextuais entre textos literários do Modernismo e outras manifestações literárias e culturais de épocas diferentes. Identificar efeitos de sentido da metalinguagem e da intertextualidade em textos literários do Modernismo brasileiro. Posicionar-se, como pessoa e como cidadão, frente aos valores, às ideologias e às propostas estéticas representadas em obras literárias do Modernismo brasileiro. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: A Literatura Brasileira e outras Manifestações Culturais. DURAÇÃO: 5 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: Este planejamento pretende dar ao estudante a oportunidade de conhecer o Movimento Modernista Brasileiro, com base nas obras de alguns de seus representantes por meio de pesquisas sobre os artistas, suas obras e a valorização da ideologia modernista como forma de progresso artístico e literário, além de mostrar outras manifestações modernistas dentro de outras artes. B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1: CONTEXTUALIZAÇÃO Comece a aula projetando a obra de arte O Abaporu (projetor multimídia ou material fotocopiado), de Tarsila do Amaral. Pergunte se alguém conhece a obra e o que sabem sobre ela. Incentive os estudantes a escutarem respeitosamente os colegas, sem interrompê-los. Ouça as respostas e complemente as informações dadas. Diga que Tarsila do Amaral foi uma grande artista brasileira, representante do Movimento Antropofágico brasileiro. Esse movimento propunha “deglutir” as influências culturais estrangeiras, como em um ritual canibal, em que se devora o inimigo com a crença de que se possa absorver as qualidades dele. 11 Tarsila do Amaral foi desenhista, pintora e tradutora brasileira. Participou do Movimento Modernista brasileiro ao lado de grandes nomes da literatura e da arte brasileiras, como Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Heitor Villa-Lobos, Menotti del Picchia dentre outros. Informe ainda que, em 1928, Tarsila do Amaral presenteou seu então marido, o escritor Oswald de Andrade, com uma de suas criações. Ambos resolveram batizá-lo com as palavras indígenas “Aba” (homem) e “poru” (aquele que come carne humana). Abaporu,portanto, significa antropófago. Logo depois desse episódio, Oswald deu início ao Movimento Antropofágico, inspirado na obra. O Abaporu é o quadro mais importante da arte brasileira. Em 1995, o quadro foi adquirido pelo colecionador argentino Eduardo Constantini por 1,4 milhão de dólares. Atualmente, a obra pertence ao Museu de Arte Latina de Buenos Aires, o Malba. Pode ser que alguns estudantes nunca tenham ouvido falar de Tarsila do Amaral, visto que ainda possuem pouco repertório cultural. Daí a importância desses esclarecimentos. Por fim, pergunte aos estudantes o que mais chama a atenção na obra, que associação podem fazer ao observar as cores que a artista usou, que comparação podem estabelecer considerando as extremidades da figura humana representada, que sensação a obra desperta etc. Não se esqueça de que a leitura das obras de arte é muito subjetiva; portanto, não existe certo ou errado em um primeiro momento de observação. Após essa apresentação, se possível, projete algumas outras obras do Modernismo brasileiro, incluindo textos e outras obras plásticas. Sugestões: A boba, O homem amarelo, O farol, de Anita Malfatti. Sugerimos também poemas de Manuel Bandeira e Oswald de Andrade. AULA 2: PREPARANDO A ATIVIDADE Nesta aula, os estudantes serão divididos em grupos de quatro ou cinco integrantes e cada grupo receberá um tema que será objeto de uma pesquisa a ser feita, se possível, na biblioteca do colégio ou no laboratório de informática, utilizando plataformas virtuais. Caso não seja possível nenhuma dessas opções, a pesquisa deverá ser feita em casa, com os recursos acessíveis ao estudante. Os temas a serem pesquisados serão os seguintes: Grupo 1 – Semana de Arte Moderna de São Paulo. Grupo 2 – Mário de Andrade, Oswald de Andrade e suas obras. Grupo 3 – Manuel Bandeira, Di Cavalcanti e suas obras. Grupo 4 – Correntes de Vanguarda, características e principais representantes no Brasil. Grupo 5 – Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e suas obras. Se a turma for muito numerosa, sugerimos que os itens de pesquisa sejam fragmentados e divididos em mais partes. Posteriormente, os estudantes apresentarão a pesquisa oralmente para a classe, com a participação de todos em círculo. Motive-os a apresentar imagens, se possível. É importante que o(a) professor(a) reitere aos estudantes que, durante todo o desenvolvimento das pesquisas, eles devem levar em consideração o momento histórico em que as produções artísticas e literárias se deram. Essa atividade propiciará o enriquecimento do repertório artístico dos mesmos e tem o objetivo de prepará-los para a próxima etapa desta sequência. AULA 3: ESTENDENDO O CONCEITO Ainda em grupos, os estudantes deverão criar uma entrevista fictícia com os artistas que pesquisaram. Nessa entrevista, deverão abordar questões pessoais e também questões que desenvolvam as ideias desse personagem em relação à sua atuação no Modernismo brasileiro. É curioso saber, por exemplo, que Tarsila do Amaral casou-se com Oswald de Andrade e eles compartilharam a mesma ideologia tanto na vida pessoal quanto na profissional. Também é 12 interessante saber que Manuel Bandeira teve tuberculose quando ainda era jovem e toda sua obra foi influenciada pela doença e a ameaça da morte iminente. Muitas outras curiosidades deverão ser veiculadas nessas entrevistas elaboradas pelos estudantes. Oriente-os para que coloquem apenas fatos verídicos nessas entrevistas. Para isso, é importante que busquem informações em fontes confiáveis. O objetivo é conhecer de perto a vida desses homens e mulheres que modificaram a maneira de os brasileiros conceberem as artes literária e plástica. O grupo que pesquisar o Tema 1, que não se refere a nenhum personagem específico, deverá fazer uma reportagem sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, mostrando a sua importância para o conceito de arte no Brasil. Essa reportagem pode ser encenada como um programa jornalístico televisivo, por exemplo. Quanto às entrevistas, os estudantes devem apresentá-las da forma mais real possível, ou seja, um dos estudantes desempenha o papel do entrevistado e os demais, dos entrevistadores. Porém, é importante que escolham a linguagem correta para as entrevistas, considerando o momento em que as personalidades viveram e o contexto histórico em que estavam inseridas. Auxilie-os para que esses parâmetros sejam respeitados. Encerre a atividade propondo aos estudantes que reflitam sobre tudo o que pesquisaram e aprenderam e de que forma esse conhecimento adquirido enriqueceu o que sabem sobre a cultura brasileira. Motive-os a compartilhar suas opiniões e seus pontos de vista. AULA 5: AMPLIANDO O CONCEITO PARA ALÉM DA LITERATURA Apresente para os estudantes as demais áreas artísticas que tiveram manifestações modernistas, como por exemplo a música que foi uma das mais importantes manifestações artísticas da Semana de Arte Moderna cujo representante foi Heitor Villa-Lobos. Pode-se demonstrar, também, o Movimento Pau- Brasil explicitando as relações entre Villa-Lobos, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade em Paris entre 1923 e 24. Vale a pena assistir o documentário sobre a música na semana de Arte Moderna, feito e divulgado pelo canal Curta, onde é exibida a entrevista com a jornalista e pesquisadora Camila Fresca sobre a música na Semana de Arte Moderna de 1922. Sugestão do vídeo acima citado: → A MÚSICA NA SEMANA DE 22. Disponível em: https://youtu.be/SOqLwvIGG-w. → Semana de Arte Moderna - Toda Matéria. Disponível em: https://youtu.be/Zg3kd6tlB20. RECURSOS: Caderno, caneta, lousa, pincel, cartolina, projetor multimídia e folhas de atividades. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: A avaliação deverá ser contínua, em todas as etapas do desenvolvimento da sequência. Podem ser avaliados o envolvimento e a participação dos envolvidos, a capacidade de trabalhar em grupo, a organização e a criatividade durante as atividades. Durante o desenvolvimento das atividades, observe se cada estudante: − participou da pesquisa em grupo e da organização da apresentação dos resultados; − participou da elaboração das pesquisas e das entrevistas apresentadas; − demonstrou interesse na realização das atividades; − soube opinar e escutar a opinião dos colegas; https://youtu.be/SOqLwvIGG-w 13 − participou da apresentação da entrevista e da reportagem, conforme a escolha do grupo. Além das observações anteriores, seguem algumas questões relativas aos temas tratados nesse planejamento. 1. Quais são as principais características do Modernismo brasileiro? Qual é a sua função na literatura? 2. O que foi o Movimento Antropofágico do Modernismo brasileiro? 3. Que elementos são importantes para se elaborar uma boa entrevista e uma boa reportagem? Sugestões de vídeo para auxiliar nessas atividades: → LITERATURA – 1ª Geração do Modernismo – Manifestos ENEM. Disponível em: https://youtu.be/mGSzr7zJ7cI. → Enem - Língua Portuguesa: Gerações do Modernismo no Brasil - 21/08/2020. Disponível em: https://youtu.be/MTfz-5Tgpnk. 14 ATIVIDADES 1 – (UDESC 2010) As proposições abaixo se referem ao Modernismo e aos seus Manifestos. Assinale a alternativa incorreta. a) O Manifesto Verde-Amarelo, formado por um grupo de escritores jovens, surgiu logo depois do Movimento Pau-Brasil e tinha como objetivo dar continuidade ao Romantismo, que focava o homem português como herói nacional. b) Na “Grande Noite” da Semana da Arte Moderna, Menott del Picchia fora vaiado ao apresentar o seu discurso, ilustrado com alguns poemas e excertos. c) O Manifesto Pau-Brasil (1924) propunha uma literatura autenticamente nacionalista com base nas características do povo brasileiro e combatia a influência estrangeira na literatura. d) A ideia do Manifesto Antropofágicosurgiu quando Tarsila do Amaral presenteou seu marido, Oswald de Andrade, com a sua obra – a tela Abaporu. e) O Movimento da Escola da Anta, que fazia parte do Manifesto Verde-Amarelo, representava a proposta do nacionalismo primitivo, elegendo como símbolo nacional a anta, além de valorizar a língua indígena “tupi”. 2 – (Enem 2017) VALENTIM, R. Emblema 78. Acrílico sobre tela. 73 x 100 cm. 1978. Disponível em: www.espacoarte.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012. A obra de Rubem Valentim apresenta emblemas que, baseando-se em signos de religiões afro- brasileiras, se transformam em produção artística. A obra Emblema 78 relaciona-se com o Modernismo em virtude da: a) Simplificação de formas da paisagem brasileira. b) Valorização de símbolos do processo de urbanização. c) Fusão de elementos da cultura brasileira com a arte europeia. d) Alusão aos símbolos cívicos presentes na bandeira nacional. e) Composição simétrica de elementos relativos à miscigenação racial. 15 3 – (Enem 2016 PPL) Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980) No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela: a) Atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal. b) Utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico. c) Indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada. d) Enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto. e) Apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, onde, quando e o quê. 4 – (Enem 2013) O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem: a) Direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. b) Forma clássica da construção poética brasileira. c) Rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. d) Intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética e) Lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais. 16 5 – (ENEM 2018) A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária. b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história. c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas. d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais. e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição. 17 6 – (ENEM 2019) HELOÍSA: Faz versos? PINOTE: Sendo preciso… Quadrinhas… Acrósticos… Sonetos… Reclames. HELOÍSA: Futuristas? PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acreditar na independência… Mas foi uma tragédia! Começaram a me tratar de maluco. A me olhar de esguelha. A não me receber mais. As crianças choravam em casa. Tenho três filhos. No jornal também não pagavam, devido à crise. Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei aquele instrumento (Mostra a faca) e fiquei passadista. ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003. O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos 1930 diante de determinada vanguarda europeia. Nessa visão, atribui-se ao público leitor uma postura a) Preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplificadas. b) Conservadora, ao optar por modelos consagrados. c) Preciosista, ao preferir modelos literários eruditos. d) Nacionalista, ao negar modelos estrangeiros. 7 – (ENEM 2006) NAMORADOS O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: -Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara. A moça olhou de lado e esperou. -Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada? A moça se lembrava: -A gente fica olhando… A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: -Antônia, você parece uma lagarta listrada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: -Antônia, você é engraçada! Você parece louca. Manuel Bandeira. Poesia completa 8. prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como característica da escola literária dessa época a) reiteração de palavras como recurso de construção de rimas ricas. b) utilização expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano. c) criativa simetria de versos para reproduzir o ritmo do tema abordado. d) escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época. e) recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do Realismo. 18 8 – Sobre a Semana de Arte Moderna, o intuito desses artistas era chocar o público e trazer à tona outras maneiras de sentir, ver e fruir a arte. Tendo isso em vista, dentre outras, as características desse momento foram, EXCETO: a) Ausência de formalismo. b) Ruptura com academicismo e tradicionalismo. c) Crítica ao modelo parnasiano. d) Influência das vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo). e) Valorização da cultura estrangeira. 19 REFERÊNCIAS CURTA, Canal. A MÚSICA na semana de 22 [S. l.: s. n.], 14 fev. 2022. 1 vídeo (3:53). Publicado pelo Canal Curta. Disponível em: https://youtu.be/SOqLwvIGG-w. Acesso em: 10 mai. 2023. DIAS Fabiana, Modernismo no Brasil. Educa+ Brasil. [s. l.], 30 nov. 2018. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/modernismo-no-brasil. Acesso em: 09 mai. 2023. EDUCAÇÃO, Se Liga na. Enem - Língua Portuguesa: Gerações do Modernismo no Brasil. [s. l.], 21 ago. 2020. Canal Se Liga na Educação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MTfz- 5Tgpnk&feature=youtu.be. Acesso em: 11 mai. 2023. LITERATURA – 1ª Geração do Modernismo – Manifestos ENEM. [S. l.: s. n.] 13 maio 2020. 1 vídeo (5min). Publicado pelo canal Educa Mais Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mGSzr7zJ7cI. Acessado em 11 mai. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2023. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%A Ancia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 08 mar. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1AW0hZMb98aE_A82FKr7H2_EqIGNkcqs6/view. Acesso em: 09 mar. 2023. NILA, Maria. 12 Questões sobre o Modernismo. Foco no Enem. [s. l.], [2023]. Disponível em: https://foconoenem.com/questoes-sobre-modernismo-no-enem/. Acesso em: 11 mai. 2023. SANTANA Esther, BRASIL. Obras de Tarsila do Amaral. Educa+. Brasil. [s. l.], 24 fev. 2021. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/obras-de-tarsila-do-amaral. Acesso em 10 mai. 2023. SEMANA de Arte Moderna - Toda Matéria. [s. l.: s. n.] 10 dez. 2020. 1 vídeo (11:47). Publicado pelo canal Toda a Matéria. Disponível em: https://youtu.be/Zg3kd6tlB20. Acessadoem 11 mai. 2023. SEQUÊNCIA didática sobre o Modernismo brasileiro. Moderna. [s. l.], [2023]. Disponível em: https://pnld.moderna.com.br/wp-content/uploads/2019/07/PDF_AI8_MD_4bim_SD1_G20.docx. Acesso em: 12 jun. 2023. https://youtu.be/SOqLwvIGG-w https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/modernismo-no-brasil https://www.youtube.com/watch?v=MTfz-5Tgpnk&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=MTfz-5Tgpnk&feature=youtu.be https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf https://drive.google.com/file/d/1AW0hZMb98aE_A82FKr7H2_EqIGNkcqs6/view https://foconoenem.com/questoes-sobre-modernismo-no-enem/ https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/obras-de-tarsila-do-amaral https://youtu.be/Zg3kd6tlB20 https://pnld.moderna.com.br/wp-content/uploads/2019/07/PDF_AI8_MD_4bim_SD1_G20.docx 20 EIXO TEMÁTICO: Linguagem e língua. Compreensão e produção de textos. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): Texto dissertativo-argu- mentativo padrão ENEM. Discussão sobre temas atuais da sociedade. Problematização e pers- pectivas de soluções para temas atuais da sociedade. Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias de textualização do discurso argumentativo, na compreensão e na produção de textos. Reconhecer e usar as fases ou etapas da argumentação em um texto ou sequência argumentativa. Reconhecer e usar estratégias de organização da argumentação em um texto ou sequência argumentativa. Reconhecer e usar mecanismos de coesão verbal em um texto ou sequência argumentativa. Reconhecer e usar marcas linguísticas e gráficas de conexão textual em um texto ou sequência argumentativa. Reconhecer e usar mecanismos de textualização de discursos citados ou relatados dentro de um texto ou sequência argumentativa. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Texto dissertativo-argumentativo. DURAÇÃO: 5 aulas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: Essa sequência didática se baseará na estrutura e nas competências exigidas para a redação do ENEM, por ser o texto dissertativo-argumentativo de produção mais próxima da realidade dos estudantes de 3º E.M., e na estruturação de sequência didática proposta por Dolz, Noverraz e Schneuwly. No entanto, essa sequência didática propõe um olhar abrangente ao gênero trabalhado compreendendo “a importância da produção textual como forma de domínio cultural” (VARISO, MORETTO, p. 5, 2020). B) DESENVOLVIMENTO: AULA 1: PRIMEIRO CONTATO COM O GÊNERO Primeiro contato com o gênero. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), desde seu início, tem como proposta de produção textual um texto dissertativo-argumentativo a partir de textos motivadores com tema de cunho social. O material abaixo se refere ao tema da redação do ENEM no ano de 2015, intitulado A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira, e uma redação que recebeu nota 1000. Leia-os com atenção para a resolução de questionário. TEXTO I “Debora Piccirillo e Giane Silvestre, pesquisadoras do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), publicaram nessa quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, o artigo “Aumento dos feminicídios no Brasil mostra que mulheres ainda não conquistaram o direito à vida” na plataforma do Monitor da Violência, projeto resultante de uma parceria entre o NEV/USP, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Portal G1. O texto ressalta a chegada de mais um dia comemorativo que traz consigo poucos avanços na equidade de direitos femininos e, para Piccirillo e Silvestre, torna-se ainda mais importante a 21 compreensão dessa data como um dia de luta e resistência das mulheres por garantias mínimas e por suas vidas. Entre os anos de 2021 e 2022, foi constatado um aumento de 5,5% nos casos de feminicídios no País, principalmente em estados como São Paulo (43,4%), Rio de Janeiro (25,40%), Bahia (15,1%) e Minas Gerais (9,7%).” FONTE: NEV na mídia | Monitor da Violência – G1, Aumento dos feminicídios no Brasil mostra que mulheres ainda não conquistaram o direito à vida. Disponível em: https://nev.prp.usp.br/noticias/8-3-23-nev-na-midia-monitor-da-violencia-g1- aumento-dos-feminicidios-no-brasil-mostra-que-mulheres-ainda-nao-conquistaram-o-direito-a-vida/. TEXTO II Feminicídios em relação ao total de assassinato de mulheres — Foto: Luisa Rivas/g1 TEXTO III http://www.defensoria.pi.def.br/campanha-contra-o- feminicidio/ 22 TEXTO IV Imagem: Reprodução Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021 TEXTO V: Parte desfavorecida, de Anna Beatriz Alvares Simões Wreden De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do sexo masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo. Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve presente, como por exemplo na posição do “Senhor do Engenho”, consequentemente foi criada uma noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas pessoas julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão física é a mais relatada, correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se que as mulheres têm suas imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de uma cultura geral preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração em geração, o que favorece o continuísmo dos abusos. Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Isso ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no trabalho. A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia, que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, 23 materiais históricos e produções culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação.” (Redação nota 1000) AULA 2: SENSIBILIZAÇÃO Após leitura dos textos motivadores do ENEM 2015 e a redação nota 1000, responda às seguintes questões, com base em seus conhecimentos prévios sobre o gênero texto dissertativo-argumentativo: 1. Você sabe o que é um texto dissertativo-argumentativo?Com base nos seus conhecimentos, escreva como você definiria esse gênero. 2. É possível reconhecer uma estrutura específica a partir deste material? Justifique sua resposta. 3. Como as informações dos textos motivadores I, II, III e IV são articulados no texto V? 4. Qual(is) é(são) a(s) proposta(s) de intervenção no texto V? 5. Se você fosse redigir uma redação com esse tema, que ideias e argumentos gostaria de apresentar? 6. O tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” foi proposto pelo ENEM de 2015. Com base nos textos motivadores, notícias atuais e os seus conhecimentos, você acredita que alguma mudança aconteceu nestes últimos 5 anos? AULA 3: TESE E ARGUMENTOS A partir da literatura naturalista e realista, você conheceu mais sobre a construção da argumentação a partir da análise da tese. Com os textos que você viu anteriormente, com o estudo sobre os articuladores e conectivos e a formulação de tese e argumentos, você deve ser capaz de unir tudo o que foi estudado em um texto dissertativo-argumentativo. Para o INEP, o texto dissertativo-argumentativo é aquele que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado com argumentos, a fim de influenciar a opinião do leitor, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. É argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la. O objetivo desse texto é, em última análise, convencer o leitor de que o ponto de vista em relação à tese apresentada é acertado e relevante. Para tanto, mobiliza informações, fatos e opiniões, à luz de um raciocínio coerente e consistente. CURIOSIDADE: O que é INEP? INEP é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais vinculado ao Ministério da Educação e promove estudos, pesquisas e avaliações periódicas sobre o sistema educacional brasileiro e é o órgão responsável pelas avaliações e exames, pelas estatísticas e indicadores, e pela gestão do conhecimento e estudos educacionais. Fonte: Inep, 2023. 24 AULA 4: TRABALHANDO A DIFERENÇA ENTRE FATO E OPINIÃO Aprender a separar o discutível do indiscutível, os acontecimentos das ideias pessoais são de extrema importância na hora de se produzir um texto para o ENEM. ATIVIDADE Leia e resolva as questões que seguem o texto: REDAÇÃO NOTA 1000 – ENEM 2021 Giovana Dias (PE) – (Segundo parágrafo retirado) Em sua obra “Os Retirantes”, o artista expressionista Cândido Portinari faz uma denúncia à condição de desigualdade compartilhada por milhões de brasileiros, os quais, vulneráveis socioeconomicamente, são invisibilizados enquanto cidadãos. A crítica de Portinari continua válida nos dias atuais, mesmo décadas após a pintura ter sido feita, como se pode notar a partir do alto índice de brasileiros que não possuem registro civil de nascimento, fator que os invisibiliza. Com base nesse viés, é fundamental discutir a principal razão para a posse do documento promover a cidadania, bem como o principal entrave que impede que tantas pessoas não se registrem. [...] Ademais, percebe-se que o principal entrave que impede que tantas pessoas no Brasil não se registrem é o perfil da educação brasileira, a qual tem como objetivo formar a população apenas como mão de obra. Isso acontece, porque, assim como teorizado pelo economista José Murilo de Carvalho, observa-se a formação de uma “cidadania operária”, na qual a população mais vulnerável socioeconomicamente não é estimulada a desenvolver um pensamento crítico e é idealizada para ser explorada. 25 Nota-se, então, que, devido a essa disfunção no sistema educacional, essas pessoas não conhecem seus direitos como cidadãos, como o direito de possuir um documento de registro civil. Assim, a partir dessa educação falha, forme-se um ciclo de desigualdade, observada no fato de o país ocupar o 9º lugar entre os países mais desiguais do mundo, segundo o IBGE, já que, assim como afirmado pelo sociólogo Florestan Fernandes, uma nação com acesso a uma educação de qualidade não sujeitaria seu povo a condições de precária cidadania, como a observada a partir do alto número de pessoas sem registro no país. Portanto, observa-se que a questão do alto índice de pessoas no Brasil sem certidão de nascimento deve ser resolvida. Para isso, é necessário que o Ministério da Educação reforce políticas de instrução da população acerca dos seus direitos. Tal ação deve ocorrer por meio da criação de um Projeto Nacional de Acesso à Certidão, a qual irá promover, nas escolas públicas de todos os 5570 municípios brasileiros, debates acerca da importância do documento de registro civil para a preservação da cidadania, os quais irão acontecer tanto extracurricularmente quanto nas aulas de sociologia. Isso deve ocorrer, a fim de formar brasileiros que, cientes dos seus direitos, podem mudar o atual cenário de precária cidadania e desigualdade. 1 – (Saeb D7) Para escrever um texto dissertativo-argumentativo é preciso, antes de tudo, ter uma tese muito clara para defender diante de uma questão polêmica. Uma parte da tese defendida pela autora pode ser identificada em: a) “... os quais, vulneráveis socioeconomicamente, são invisibilizados enquanto cidadãos.” b) “... como se pode notar a partir do alto índice de brasileiros que não possuem registro civil...” c) “... é fundamental discutir a principal razão para a posse do documento promover a cidadania...” d) “... a qual tem como objetivo formar a população apenas como mão de obra.” e) “... essas pessoas não conhecem seus direitos como cidadãos, como o direito...” 2 – (Saeb D8) Há um argumento de autoridade utilizado pela escritora Giovana Dias em: a) “... segundo o IBGE, já que, assim como afirmado pelo sociólogo Florestan Fernandes, uma nação com acesso a uma educação de qualidade não sujeitaria seu povo a condições de precária cidadania...” b) “... é necessário que o Ministério da Educação reforce políticas de instrução da população acerca dos seus direitos. Tal ação deve ocorrer por meio da criação de um Projeto Nacional de Acesso à Certidão...” c) “... percebe-se que o principal entrave que impede que tantas pessoas no Brasil não se registrem é o perfil da educação brasileira, a qual tem como objetivo formar a população apenas como mão de obra.” d) “Nota-se, então, que, devido a essa disfunção no sistema educacional, essas pessoas não conhecem seus direitos como cidadãos, como o direito de possuir um documento de registro civil.” e) “Isso deve ocorrer, a fim de formar brasileiros que, cientes dos seus direitos, podem mudar o atual cenário de precária cidadania e desigualdade.” 3 – (Saeb D2) No último parágrafo, em: “os quais irão acontecer tanto extracurricularmente”, a expressão grifada se refere a) aos 5570 municípios. b) às aulas de sociologia. c) aos documentos civis. d) aos brasileiros. e) aos debates. 26 4 – (Saeb D14) O trecho cuja palavra grifada expressa uma opinião é: a) “precária cidadania”. b) “preservação da cidadania”. c) “educação brasileira”. d) “cidadania operária”. e) “atual cenário”. AULA 4: A CIRCULAÇÃO DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO Leia o artigo Apenas a guerra de classes pode frear a crise climática e a hipocrisia do “capitalismo verde”, escrito pelo escritor Paris Marx para o blog da Jacobin Brasil, em 15 de dezembro de 2020. Apenas a guerra de classes pode frear a crise climática e a hipocrisia do “capitalismo verde” Um novo relatório mostra que o 1% mais rico do mundo é responsável pelo dobro das emissões de carbono de toda a metade inferior, mais pobre, da população mundial. A mensagem é clara: para combater as mudanças climáticas, temos que lutar contra a classe dominante. Enquanto os incêndios aumentamna Califórnia, o permafrost (solo congelado) derrete na Sibéria, as ondas de calor atingem a Europa e os furacões e tufões ficam cada vez mais fortes, há uma necessidade urgente de uma ação climática ambiciosa. A questão é como será e quem arcará com o custo da transição para um mundo mais sustentável. Por várias décadas, a mensagem ambiental dominante diz respeito à ação individual. Dizem que, para resolver a crise climática, é preciso trocar as lâmpadas, adotar eletrodomésticos eficientes, comprar veículos híbridos ou elétricos, isolar melhor as casas, parar de usar sacolas plásticas e alterar o consumo pessoal de outras maneiras. Essas coisas são, sem dúvida, mudanças positivas, mas não são suficientes para enfrentar a escala da crise que há, e podem levar a más conclusões sobre onde realmente está a culpa pela crise climática. Há um argumento crescente de que uma das forças motrizes da crise climática é a população global. Esse argumento diz que o mundo está superpovoado, e é por isso que as emissões são tão altas. Essa visão é mais comumente expressa por ecofascistas, que acreditam na necessidade de um genocídio para reduzir a população humana. Mas a superpopulação também é citada por importantes figuras liberais, como a primatologista Jane Goodall e o naturalista Sir David Attenborough, e isso ajuda a formular conclusões enganosas e preocupantes sobre o que alimenta a mudança climática. Embora o foco no consumo pessoal coloque a responsabilidade igualmente sobre todas as pessoas, o foco no crescimento populacional transfere a culpa para os países da África e da Ásia, onde as populações continuam crescendo. Na verdade, são pessoas que têm uma das pegadas de carbono mais baixas do mundo, e quando se olha quais regiões emitiram os gases de efeito estufa que aquecem o planeta, a resposta é definitiva: os EUA e a Europa. Mas mesmo culpar totalmente os estadunidenses e europeus é não entender o quadro geral. Um novo relatório da Oxfam concluiu que apenas 1% das pessoas mais ricas é responsável pelo dobro das emissões dos 50% mais pobres da população mundial. Isso significa que mesmo que a classe trabalhadora do Norte Global tomasse todas as ações individuais recomendadas ou se os pobres do Sul Global fossem obrigados a parar de ter filhos, isso ainda não resolveria o problema. A luta pela redução de carbono está sendo sacrificada para que a elite global possa manter seu estilo de vida luxuoso, com seus jatos particulares que os levam para conferências sobre o clima onde possam dar a impressão de que se importam. O fundador da Virgin, Richard Branson, tem sido um líder nesta bilionária greenwashing (lavagem verde), fazendo promessas climáticas que não cumprirá, enquanto expande seu negócio de aviação. Da mesma forma, Elon Musk que, entre outras atividades, 27 dirige a Tesla Motors, afirma se preocupar com o clima para vender mais automóveis, enquanto critica o transporte público e tenta impedir projetos de ferrovias de alta velocidade. Mas talvez o mais proeminente desses bilionários que esverdearam suas atividades insustentáveis seja Jeff Bezos, executivo da Amazon. No início deste ano ele foi elogiado na imprensa por seu Fundo Bezos Earth de US$ 10 bilhões – ele até comprou os direitos para renomear um estádio de Seattle após sua promessa climática! Mas nenhum subsídio ainda foi emitido pelo fundo, enquanto a Amazon continua a ajudar as empresas de petróleo e gás a extrair combustíveis fósseis de forma mais eficiente. Esses bilionários dizem que o capitalismo pode resolver a crise climática e que seus investimentos ajudam a criar uma nova forma de “capitalismo verde” que promete reduzir as emissões e inaugurar um futuro sustentável. Os governos se rendem a esse mito e o colocam no centro de seus planos de recuperação da pandemia. Em julho, o governo britânico anunciou um plano de recuperação de 350 milhões de libras para colocar o país na vanguarda da “inovação verde” – uma gota no oceano do investimento necessário. Previsivelmente, esse plano não inclui nenhuma sugestão de diminuir as emissões dos ricos reduzindo sua riqueza, banindo jatos particulares ou fechando as indústrias poluentes com as quais lucram. Enquanto isso, nos EUA, o presidente Donald Trump não tem um plano climático, enquanto Joe Biden se concentra em energias renováveis e carros elétricos, e promete novas rodovias com estações de recarga, mas se recusa a proibir o “fracking” [técnica usada para extrair o gás de rochas]. Ao Norte, o discurso recente do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau prometeu fazer da ação climática uma “pedra angular” da recuperação da pandemia no Canadá e, ao mesmo tempo que se concentrava nos veículos elétricos, minerava mais componentes para eles e investia mais em energia hidrelétrica. Ele não mencionou os impactos ambientais dessas iniciativas. O capitalismo verde nunca facilitará a escala de ação necessária para manter o aquecimento abaixo de 1,5ºC ou mesmo 2ºC, porque se recusa, em primeiro lugar, a enfrentar os poderosos e as indústrias que alimentam a crise climática. Ele continua a garantir que os benefícios fluam para o topo enquanto esvazia a classe média e produz narrativas climáticas que transferem a responsabilidade para aqueles que têm menos para fazer as mudanças necessárias: o público, se não os pobres do mundo. O tipo da ação climática necessária requer o enfrentamento dos ricos e a organização em torno de uma visão para um tipo diferente de sociedade. Isso significa não apenas fazer os ricos pagarem impostos mais altos, mas ativamente desmantelar as estruturas econômicas que facilitam seu acúmulo de riqueza, tratam o planeta como uma abundância ilimitada de matérias-primas gratuitas e geram todas as emissões que aquecem o planeta. Ou enfrentamos o capitalismo, ou seremos incapazes de deter a mudança climática descontrolada, ajudar os refugiados do clima que ela criará ou parar o mito ecofascista da superpopulação que surgirá como resultado. A escolha é entre socialismo ou barbárie, como disse Rosa Luxemburgo. O capitalismo verde não salvará o mundo. Fonte: MARX, Paris. Apenas a guerra de classes pode frear a crise climática e a hipocrisia do “capitalismo verde”. Tradução de José Carlos Ruy. Brasil, 2020. Disponível em: https: /jacobin.com.br/2020/10/apenas-a-guerra-de-classes-pode-frear-a-crise-climatica-e-a-hipocrisiado-capitalismo-verde/. Acesso em 15 de dezembro de 2020. Responda as questões seguintes: • Como já apresentado anteriormente, todo texto argumentativo possui uma tese. Localize a tese do texto lido e transcreva-a. • Quais são os argumentos utilizados pelo autor para embasar sua tese? Escolha alguns e classifique-os de acordo com as explicações anteriores. • Retome o texto “Parte desfavorecida”. Relembre sua estrutura argumentativa, a tese e a proposta de intervenção. Você reconhece semelhanças e diferenças entre este texto e "Apenas a guerra de classes pode frear a crise climática e a hipocrisia do “capitalismo verde””? Cite-os. • A qual conclusão o autor pretende que o leitor chegue ao utilizar o conectivo “embora” no trecho “Embora o foco no consumo pessoal coloque a responsabilidade igualmente sobre todas 28 as pessoas, o foco no crescimento populacional transfere a culpa para os países da África e da Ásia, onde as populações continuam crescendo. Na verdade, são pessoas que têm uma das pegadas de carbono mais baixas do mundo, e quando se olha quais regiões emitiram os gases de efeito estufa que aquecem o planeta, a resposta é definitiva: os EUA e a Europa.”? Qual é o efeito de sentido desse enunciado iniciado por um conectivo? • O autor utiliza o termo “ecofascista”. Retome a leitura do quarto parágrafo e explique esse termo e como o autor articula essa denominação com os argumentos apresentados. AULA 5: O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO E A MODALIZAÇÃOA modalização é um mecanismo discursivo com função de manifestar o posicionamento do enunciador em relação àquilo que é dito. Um modalizador é um elemento gramatical ou lexical – palavra ou expressão – por meio do qual o enunciador revela alguma atitude sobre o conteúdo enunciado. Assim, o enunciador deixa seus posicionamentos subentendidos ou sugeridos. Esses elementos podem ser: − advérbios: talvez, sem dúvidas, a meu ver, ao nosso ver, etc. que expressam que o conteúdo do enunciado foi ou não foi completamente assumido pelo autor; “Mas talvez o mais proeminente desses bilionários que esverdearam suas atividades insustentáveis seja Jeff Bezos, executivo da Amazon. No início deste ano ele foi elogiado na imprensa por seu Fundo Bezos Earth de US$ 10 bilhões (...) enquanto a Amazon continua a ajudar as empresas de petróleo e gás a extrair combustíveis fósseis de forma mais eficiente.” − modo verbal: indicativo e/ou subjuntivo que indicam se o enunciado expressa um desejo ou um fato; − verbo auxiliar no modal que indica necessidade ou possibilidade e; − oração principal cujo verbo expressa modalidade. Através da escolha do verbo, a modalização pode ser: − constatação “Dizem que, para resolver a crise climática, é preciso trocar as lâmpadas, adotar eletrodomésticos eficientes, comprar veículos híbridos ou elétricos, isolar melhor as casas, parar de usar sacolas plásticas e alterar o consumo pessoal de outras maneiras.” Paris Marx nota que essa concepção de capitalismo não prevê uma solução eficiente para o problema ecológico. − saber Sabe-se que a herança patriarcal contribui para a inferiorização das mulheres na sociedade brasileira. Eu sei que a sociedade brasileira é machista devido sua construção com bases patriarcais. − certeza (em uma escala entre mais forte e mais fraco) Creem que o problema do mundo atual são os falsos discursos de salvação promovidos pelas instituições capitalistas. Creio na parceria de ONGs com o Governo federal para o efetivo encaminhamento de casos de agressão contra mulheres para as delegacias. − pressentimento ou suposição Supõem-se que o “capitalismo-verde” é a solução para os problemas ecológicos do planeta. Anna Beatriz desconfia que a manutenção da violência contra mulher está ligada à lentidão e burocracia do sistema punitivo. − possibilidade É possível que no futuro se discuta um novo modelo de sistema social e econômico. 29 − desejo Deseja-se que os ricos reconheçam sua maior contribuição na emissão de gases tóxicos na atmosfera. Eu desejo que os homens reconheçam sua culpa na desigualdade da sociedade. − confirmação Os dados confirmam que instituições capitalistas são responsáveis pelas maiores taxas de emissão de gases tóxicos. Para relembrar: Como analisado na ação de narradores em primeira pessoa em comparação com os narradores de terceira pessoa, o enunciador em um texto dissertativo-argumentativo também se altera pela pessoa que enuncia. Enunciador em 1ª pessoa: subjetivo, falta de confiabilidade no dito. O enunciador em 1ª pessoa assume as informações ditas. Enunciador em 3ª pessoa: objetivo, distanciamento do que se enuncia. O enunciador em 3ª pessoa enuncia a informação sem apresentar opiniões. Atenção: Mas será que um texto em 3ª pessoa realmente não apresenta marcas de seu enunciador e não demonstra opiniões? É importante ressaltar que apesar da 3ª pessoa visar objetividade e neutralidade, todas as escolhas textuais são feitas por um sujeito que se posiciona e demonstra suas crenças e valores a partir do texto. Praticando: Agora, leia o texto Não existe hierarquia de opressão, da escritora caribenha Audre Lorde, que compõe a coletânea “Pensamento feminista” (ed. Bazar do Tempo, 2019). Não existe hierarquia de opressão Eu nasci negra, e mulher. Esforço-me para ser a pessoa mais forte que conseguir para viver a vida que me deram e para promover algum tipo de mudança que leve a um futuro decente para esta terra e para os meus filhos. Sendo uma pessoa negra, lésbica, feminista, socialista, poeta, mãe de duas crianças — uma delas, um garoto — e parte de um casal interracial, eu me lembro a todo momento de que sou parte daquilo que a maioria chama de desviante, difícil, inferior ou um escancarado “errado”. Por estar em todos esses grupos, aprendi que a opressão e a intolerância com o diferente existem em diversas formas, tamanhos, cores e sexualidades; e que, dentre aqueles de nós que têm o mesmo objetivo de libertação e de um futuro possível para as nossas crianças, não pode existir uma hierarquia de opressão. Eu aprendi que sexismo (a crença na superioridade inerente de um sexo sobre todos os outros e, assim, seu direito de dominar) e heterossexismo (a crença na superioridade inerente de uma forma de amar sobre todas as outras e, assim, seu direito de dominar) vêm, os dois, do mesmo lugar que o racismo - a crença na superioridade inerente de uma raça sobre todas as outras e, assim, seu direito de dominar. (...) É inconcebível, para mim, que certa parte de minha identidade possa se beneficiar com a opressão de outra. Eu sei que meu povo não vai se beneficiar com a opressão de qualquer outro grupo que esteja também na busca de direito de existir em paz. (...) Crianças que precisam aprender que elas não têm de ser todas iguais para trabalhar umas com as outras, por um futuro que elas vão dividir. Os ataques cada vez mais frequentes a lésbicas e homens gays são só o estopim para ataques cada vez mais frequentes a todas as pessoas negras, pois onde quer que formas de opressão se manifestem neste país, pessoas negras são vítimas em potencial. E encorajar membros de grupos oprimidos a se lançarem uns contra os outros é um procedimento-padrão da direita cínica. Enquanto estivermos 30 divididos por causa de nossas identidades particulares, não teremos como estar juntos em ações políticas efetivas. Entre as mulheres lésbicas, eu sou negra; e entre as pessoas negras, eu sou lésbica. Qualquer ataque contra as pessoas negras é um problema para lésbicas e gays, porque eu e milhares de outras mulheres negras somos parte da comunidade lésbica. (...) Não existe hierarquia de opressão. Não é uma coincidência que a Lei de Proteção da Família, que é violentamente antimulher e antinegra, também seja antigay. Sendo uma pessoa negra, sei quem são meus inimigos. E quando a Ku Klux Klan move uma ação judicial em Detroit para fazer o comitê de educação da cidade tirar das escolas livros que ela acredita “fazerem apologia à homossexualidade”, sei que não posso me dar ao luxo de lutar contra uma única forma de opressão. Não tenho como achar que estar livre da intolerância é direito de apenas um grupo específico. E não tenho como escolher em que frente vou lutar contra essas forças discriminatórias, independente de que lado elas estejam vindo me derrubar. E quando eles aparecerem para me derrubar, não irá demorar a que apareçam para derrubar você. Fonte: LORDE, Audre. Não existe hierarquia de opressão. In: Pensamento feminista, organização:Heloisa Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. p. 239 - 240. 1. Quais são os argumentos da autora Audre Lorde para explicar que não há hierarquia de opressão? 2. Sabemos que a utilização, ou não, da pontuação é capaz de produzir efeitos de sentido diversos dentro de um texto. Dessa forma, qual efeito de sentido produzido pela autora no trecho “Eu nasci negra, e mulher” pela utilização da vírgula? 3. Há alguma frase no texto que apresenta oração subordinada substantiva? Se sim, transcreva-o e explique qual é o sentido da modalização em questão. Essa explicação estará baseada na escolha do verbo utilizado pela autora. 4. Como seria o trecho “É inconcebível, para mim, que certa parte de minha identidade possa se beneficiar com a opressão de outra. Eu sei que meu povo não vai se beneficiar coma opressão de qualquer outro grupo que esteja também na busca de direito de existir em paz”, a partir de um enunciador em 3ª pessoa? 5. E para você, existe hierarquia de opressão? Explique utilizando como base o texto apresentado, algum outro texto de seu conhecimento ou a sua experiência de vida. RECURSOS: Caderno, caneta, lousa, pincel, projetor multimídia e folhas de atividades. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: Avalie se o estudante consegue diferenciar tema de tese, construir uma tese apontando problemas em relação a um tema, reconhecer estratégias argumentativas para compreender um texto e usar e interpretar elementos coesivos, além de diferenciar Fato de Opinião, na construção textual. 31 ATIVIDADES De acordo com os textos apresentados, é possível observar o apontamento ao sistema capitalista como maior responsável pela grande desigualdade vivenciada na atualidade, bem como um forte mecanismo de opressão de minorias. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa em até 30 linhas sobre o tema: As desigualdades vivenciadas pelas mulheres e potencializadas pela pandemia, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Em meio à pandemia, com empresas fechando postos de trabalho, escolas operando a distância e idosos precisando de cuidados extras, a participação das mulheres no mercado de trabalho alcançou o patamar mais baixo dos últimos 30 anos. Os hábitos e a cultura da sociedade têm impedido muitas mulheres não só de trabalhar, mas até de procurar emprego. E, dentro de casa, elas ficaram ainda mais sobrecarregadas. Em função da sobrecarga nas tarefas domésticas e nos cuidados com crianças e idosos, parcela do total de mulheres que estão ocupadas ou em busca de um trabalho chegou a 46,3% no segundo trimestre; desde 1991 esse número não ficava abaixo de 50%, e, desde 1990, não atingia valor tão baixo - quando ficou em 44,2%, segundo dados do IBGE. Entre as mulheres que têm criança de até 10 anos em casa, a queda na participação no mercado de trabalho foi de 7,7 pontos porcentuais entre o segundo trimestre de 2019 e o mesmo período deste ano. Já entre as mulheres em geral, a redução foi de 7,1 pontos percentuais e, entre os homens, de 6,3 pontos porcentuais. Fonte: DYNIEWICZ, Luciana. Participação das mulheres no mercado de trabalho é a menor em 30 anos. Disponível em: https://www.estadao.com.br/infograficos/economia,com-pandemia-participacaodas- mulheres-no-mercado-de-trabalho-e-a-menor-em-30-anos,1130056. Acesso em 22 dez. 2020. 32 TEXTO II FONTE: Amazônia Real et. al. Uma mulher é morta a cada 9 horas durante a pandemia no Brasil. Revista Azminas. Disponível em: https://azmina.com.br/reportagens/um-virus-e-duas-guerras-umamulher-e-morta-a- cada-nove-horas-durante-a-pandemia-no-brasil/. Acesso em 22 dez. 2020. TEXTO III Brasil registrou 140 assassinatos de pessoas trans em 2021 São Paulo foi o estados com maior número de ocorrências Publicado em 29/01/2022 - 08:01 Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil - Brasília Em 2021, foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil. Deste total, 135 tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas. O número foi menor do que o do ano anterior, quando foram registrados 175 assassinatos de pessoas trans. Mas foi superior ao de 2019, no período pré-pandemia, quando foram contabilizados 124 óbitos. O número de 2021 está acima da média desde 2008, de 123,8 homicídios anuais de pessoas pertencentes a esse segmento. 33 Os dados estão no Dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2021. O estudo foi realizado pela da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) com apoio de universidades como a Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Federal de São Paulo (Unifesp) e Federal de Minas Gerais (UFMG). O Brasil foi, pelo 13º ano consecutivo, o país onde mais pessoas trans foram assassinadas. Em relação à distribuição geográfica, São Paulo foi o estado com mais homicídios (25), seguido por Bahia (13), Rio de Janeiro (12) e Ceará e Pernambuco (11). Além dos casos no Brasil, foram identificados dois assassinatos de brasileiras trans em outros países, um na França e outro em Portugal. Os perfis das vítimas não puderam ser completamente traçados. Dos assassinatos com informações sobre a idade - 100 casos -, 53% tinham entre 18 e 29 anos; 28% entre 30 e 39 anos; 10% entre 40 e 49 anos; 5% entre 13 e 17 anos e 3% entre 50 e 59 anos. Quanto à raça, 81% das vítimas se identificavam como pretas ou pardas, enquanto 19% eram brancas. Em 2021 ocorreram 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil. - Dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2021 As principais vítimas foram as profissionais do sexo - 78% das pessoas mortas identificadas na pesquisa. Segundo a autora, esse perfil majoritário das vítimas indica pessoas “empurradas para a prostituição compulsoriamente pela falta de oportunidades, onde muitas se encontram em alta vulnerabilidade social e expostas aos maiores índices de violência, a toda a sorte de agressões físicas e psicológicas.” O texto informa que as pessoas trans também sofreram intensamente os efeitos da crise sanitária, econômica e social da pandemia da covid-19, com dificuldade de acesso a auxílios governamentais e de obtenção de empregos em empresas. A pesquisa chama a atenção para a dificuldade de obtenção de dados. Isso ocorre pela ausência de um recorte que contemple as pessoas trans nas estatísticas de secretarias de segurança e de instituições de direitos humanos que recebem denúncias de violações, como no caso do Disque 100. “Nos casos de assassinatos, muitas vezes esses dados se perdem nos próprios registros de ocorrência. Da mesma forma, nos laudos dos Institutos Médicos Legais, ignora-se a identidade de gênero da pessoa, se destoante do padrão sexual binário”, pontua a autora do estudo, Bruna Benevides. A autora destaca que há um crescimento de iniciativas com repercussões na ampliação da violência contra pessoas trans e que esse segmento é o que sofre mais violações de direitos humanos entre a comunidade LGBTQIA+. 34 “Temos assistido a um levante contra as discussões sobre linguagem inclusiva de gênero para pessoas não-binárias, projetos de lei antitrans e o discurso que incluiu o ódio religioso contra direitos LGBTQIA+ tem ganhado mais espaço, trazendo impactos significativos no dia a dia”, observa. [...] FONTE: VALENTE, Jonas. Brasil registrou 140 assassinatos de pessoas trans em 2021, diz estudo realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) com apoio da UFRJ, UFMG e Unifesp. Publicado pela Agência Brasil, 29/01/2022 - 08:01. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-01/brasil-registrou-140-assassinatos- de-pessoas-trans-em-2021. Acesso em 16 mai. 2023. LEMBRE-SE: ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor: exemplos; dados estatísticos; pesquisas; fatos comprováveis; citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto; pequenas narrativas ilustrativas; alusões históricas e comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos. CUIDADO: Não tangenciar o tema, ou seja, não deixar em segundo plano a discussão em torno do eixo temático objetivamente proposto. Ao elaborar sua proposta, procure
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