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Seminário IV

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INFORMAÇÕES SOBRE O SEMINÁRIO PRESENCIAL IV 4º SEMESTRE – ADMINISTRAÇÃO 
 
TEMA: A EDUCAÇÃO FINANCEIRA COMO POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO E ECONÔMICO NO BRASIL 
 
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· Introdução
A instrução financeira vem se mostrando cada vez mais importante como política de progresso financeiro e econômico no Brasil. Com a crescente complexidade do sistema financeiro e a necessidade de uma maior autonomia e responsabilidade na gestão do próprio dinheiro, a falta de conhecimentos básicos sobre finanças pode se tornar um obstáculo para o crescimento e o bem-estar econômico dos indivíduos e da sociedade como um todo.
Ainda que o país possua um sistema bancário sólido e uma economia em expansão, é alarmante a falta de instrução financeira da população brasileira. Estudos mostram que uma parcela significativa dos brasileiros não sabe como administrar seu dinheiro de maneira eficiente, não possui noções básicas de investimentos e endividamento consciente, e muitas vezes se encontra em situações de inadimplência e desequilíbrio financeiro.
Diante desse cenário, é fundamental promover a instrução financeira como uma política de progresso financeiro e econômico no Brasil. Investir em programas educacionais que ensinem às pessoas desde cedo como fazer um orçamento, poupar, investir, lidar com as dívidas e fazer escolhas financeiras conscientes é uma forma eficiente de contribuir para o desenvolvimento econômico do país.
Além disso, a instrução financeira também auxilia na redução da desigualdade social, uma vez que pessoas com conhecimento sobre finanças tendem a tomar melhores decisões relacionadas ao seu dinheiro e possuem mais chances de prosperar economicamente. Essa maior autonomia financeira contribui para o desenvolvimento individual e, consequentemente, para o crescimento econômico do país.
Portanto, é essencial que o governo, as instituições financeiras e educacionais, além da sociedade em geral, reconheçam a importância da instrução financeira como política de progresso financeiro e econômico no Brasil. Ao investir na capacitação da população e promover uma mudança de mentalidade em relação ao dinheiro, estaremos promovendo o desenvolvimento sustentável e a prosperidade econômica do nosso país.
· Referencial teórico 
Economistas clássicos como John Maynard Keynes (1883-1946) defendiam a lógica de que as pessoas usam os dados relevantes disponíveis para tomar decisões. A principal contribuição de Keynes diz respeito à propensão marginal a consumir, que é a flutuação dos níveis de consumo em relação à renda disponível. Em outras palavras, é a quantidade de dinheiro gasto em consumo por dólar que aumenta a renda disponível. Segundo Keynes (1988), um aumento da renda disponível leva a um aumento do consumo, mas não necessariamente na mesma proporção, pois parte desse dinheiro é colocado na poupança.
Após a Segunda Guerra Mundial, no entanto, outros campos, como psicologia empresarial, economia comportamental, socioeconomia e neuroeconomia, começaram a estudar o comportamento econômico. Esses campos não negam que a maioria das decisões é tomada logicamente, mas acreditam que os modelos econômicos não podem explicar a tomada de decisão humana se não levarem em conta as escolhas emocionais. Esses fatores emocionais incluem heurística de julgamento, heurística e efeitos de enquadramento, que são pensamentos automáticos ou hábitos mentais (FERREIRA, 2008).
O conceito de instrução financeira envolve o conhecimento, o desenvolvimento e a prática de hábitos relacionados ao dinheiro no dia a dia das pessoas. Esses hábitos incluem o uso de produtos financeiros, como cartões de crédito e cheques, controle de orçamentos, tomada de decisões de investimento e outras atividades de gerenciamento financeiro. Adotar boas práticas de instrução financeira é importante para o bem-estar pessoal (SANTANA, 2014).
No entanto, esse entendimento é mais do que simplesmente fornecer informações. O processo de desenvolvimento dessas habilidades forma indivíduos importantes, capazes de administrar as finanças e dispostos a planejar a utilização dos recursos acumulados ao longo da vida para atingir objetivos pessoais e familiares (SAITO, 2007).
2.1 A INCLUSÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO NO BRASIL 
Nos últimos anos, o tema da instrução financeira tem ganhado cada vez mais popularidade em todo o mundo, especialmente no Brasil, por várias razões, mas a crise econômica pode ser citada como a principal. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, cerca de 14,1 milhões de pessoas perderam o emprego, exigindo um uso mais consciente do dinheiro. Tem havido muita pesquisa sobre a prática da instrução financeira desde a crise financeira, mas para acertar, primeiro é preciso entender o que é instrução financeira.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) (2005), instrução financeira é o processo de conscientização sobre produtos e serviços financeiros que possibilitam escolhas informadas. Assim, com a instrução financeira, você consegue entender basicamente como o dinheiro funciona, não apenas aprender a economizar, guardar dinheiro e acumular capital.
É a busca por uma melhor qualidade de vida, que pode proporcionar segurança material necessária e, ao mesmo tempo, garantias de que mesmo com qualquer imprevisto no presente ou futuro, as pessoas estejam resguardadas. Para quem deseja valorizar o seu trabalho, a instrução financeira é fundamental. Isso ocorre porque trabalha-se muito para conseguir o dinheiro a partir de seus esforços diários e não se quer vê-lo desperdiçado.De acordo com a página do BTG Pactual digital (2017), uma empresa especializada em economia e finanças, a educação financeira ensina como alcançar seus objetivos de vida através de dois pilares fundamentais: organização de despesas e alocação de recursos. Isso requer planejamento. “O planejamento financeiro é um aspecto importante das operações nas empresas e famílias, pois ele traça os caminhos para orientar, coordenar e controlar as ações das empresas e das famílias para atingir seus objetivos” (GITMAN, 2001, p. 434).
 Além de evitar um orçamento apertado no final do mês, aqueles que fazem planos financeiros para gerenciar seus próprios recursos também podem se proteger de situações ruins, como dívidas impagáveis. As ações futuras dependem de como os indivíduos se organizam e consideram que “o planejamento financeiro formaliza o método pelo qual as metas financeiras tanto das empresas quanto das famílias devem ser alcançadas” (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 1995, p.525).
Quem tem uma boa gestão financeira tende a viver em um ambiente mais tranquilo e seguro sem se preocupar se as contas serão pagas no final do mês e/ou se ainda sobra dinheiro. Isso sem falar que quando a situação financeira é boa, é possível formar reservas para começar a investir.
Um erro muito comum é pensar que a gestão financeira pessoal se destina apenas a pessoas com rendimentos mais elevados, como grandes empresários, celebridades ou outras pessoas com altos rendimentos. Entretanto, qualquer pessoa, independentemente do nível salarial, pode e deve aprender sobre finanças pessoais, principalmente para aplicá-las no dia a dia.
Kiyosaki (2002, p.5) entende que a instrução financeira deveria ser ensinada às pessoas desde os primeiros anos de vida. Mas esse não é um tema amplamente discutido em nosso País. Existe ainda um antigo hábito de não se ensinar o princípio do funcionamento do dinheiro desde a infância, principalmente um método de gestão mais adequado. Com isso, é comum que as pessoas cheguem à idade adulta sem saber como lidar com sua própria situação financeira.
· Considerações Finais ( Conclusão)
A instrução financeira é um instrumento crucial para o progresso financeiro e econômico do Brasil. Por meio de programas de instrução financeira, os cidadãos podem adquirir habilidades para gerir melhor seus recursos, tomar decisõesfinanceiras mais conscientes e contribuir para o crescimento econômico do país.
Ademais, a instrução financeira pode auxiliar na redução da desigualdade social e promover a inclusão financeira, possibilitando que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros e possam participar da economia formal.
Portanto, é imprescindível que o governo invista em políticas de instrução financeira como parte de sua estratégia de progresso financeiro e econômico. Isso pode incluir programas de educação nas escolas, campanhas de conscientização pública e incentivos para que as instituições financeiras ofereçam produtos e serviços acessíveis e adequados às necessidades da população.
Em suma, a instrução financeira é uma política importante para o progresso financeiro e econômico do Brasil e deve ser priorizada pelo governo e pela sociedade como um todo.
· Referências
FERREIRA, Vera Rita de Mello. Psicologia Econômica: como o comportamento econômico influencia nas nossas decisões / Vera Rita de Mello Ferreira; organização Gustavo Cerbasi. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira: Essencial: 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda / John Maynard Keynes; tradução de Mario R. da Cruz; revisão técnica de Cláudio Roberto Contador; tradução dos prefácios de Paulo de Almeida. – São Paulo: Nova Cultura, 1988.
KIYOSAKI, Robert. Independência Financeira. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2022.
ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W; JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995.
SAITO, A. T. Uma Contribuição ao Desenvolvimento da Educação em Finanças Pessoais no Brasil. 2007. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.
 SANTANA, M. V. S. Educação Financeira no Brasil: Um estudo de caso. 2014. Dissertação (Mestrado em Administração) – Centro Universitário UNA, Belo Horizonte.
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