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Sistema de Segurança no Brasil - Aula 5

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- -1
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO 
BRASIL
A POLÍCIA MILITAR NO BRASIL
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer aspectos relacionados à atribuição, formas de atuação, seleção, formação e comando da Polícia
Militar;
2- Avaliar os mecanismos de controle interno e externo da Polícia Militar;
1 A polícia militar no Brasil
Nesta aula, conheceremos como as polícias militares se organizam, focando nos aspectos relacionados à atuação,
formação, seleção, hierarquia, avaliação do desempenho e mecanismos de controle interno e externo.
A partir disso, debateremos os principais desafios enfrentados para o aperfeiçoamento das Polícias Militares no
Sistema de Segurança Pública brasileiro.
2 Instituições policiais estaduais
Na aula anterior, vimos brevemente o processo histórico que resultou nas instituições policiais estaduais.
A atual Constituição estabelece para os estados e o Distrito Federal o sistema de duas polícias de ciclo
incompleto: a Polícia Militar e a Polícia Civil.
A polícia militar é responsável pelo policiamento fardado e ostensivo.
A polícia civil é responsável pela investigação e processo civil.
3 Atribuição da Polícia Militar
A Constituição Federal de 1988 (CF 1988) determina como atribuição da Polícia Militar o policiamento ostensivo
e a preservação da ordem pública (art. 144 §5º), sendo a Polícia Militar, juntamente com o Corpo de Bombeiros
Militar, força auxiliar e reserva do Exército (art. 144 §6º), assim, o Exército tem preeminência sobre a Polícia
Militar.
Ao mesmo tempo a PM de cada unidade federativa está subordinada ao governador, cabendo a cada executivo
estadual e do Distrito Federal definir o Estatuto dos Policiais Militares através de lei estadual, bem como a
diretriz política, a gestão e a forma de atuação.
- -3
Ao mesmo tempo em que os estados não têm autonomia para criar instituições policiais diferentes das definidas
pela CF 1988, as Polícias Militares vivenciam realidades distintas entre os estados no que se refere, por exemplo,
a recrutamento, formação, notas de instrução, valorização profissional, equipamentos, investimento, recurso
humano e remuneração.
4 A Polícia do “antes”
Esquema simplificado
• A Polícia Militar é classificada como sendo a força policial que atua antes e durante a ocorrência policia.
• Enquanto a Polícia Civil atuaria depois que ação tipificada como crime ou contravenção já tivesse 
acontecido.
Cabe à PM o policiamento ostensivo e a manutenção da ordem pública, o que a coloca diante de diversas
situações, pois, embora tradicionalmente, se dê maior ênfase ao aspecto repressivo e de aplicação da lei como
atribuição da PM, no dia a dia, o seu trabalho não se restringe a ocorrências criminais, sendo preenchido por
uma série de atividades e situações não criminais que não são compreendidas e valorizadas como atribuição de
polícia.
O sociólogo Egon Bittner defende que a polícia, de uma forma geral, deve atuar quando “algo que não deveria
estar acontecendo está acontecendo e alguém deve fazer algo a respeito agora”. O que possibilita pensar o
trabalho da Polícia Militar para além da atuação em ocorrências criminais.
Em um contexto democrático, cabe à polícia ostensiva manter a paz por meios pacíficos, tendo o recurso do uso
comedido da força física, o que a coloca diante de eventos criminais e não criminais.
Conforme observam Muniz e França (2010, p. 450):
Isso revela porque a polícia pode atender a emergências, respaldar a lei, sustentar a ordem pública, preservar a
paz social, mediar conflitos, auxiliar, assistir, advertir, socorrer, dissuadir, reprimir ou desempenhar quaisquer
outras funções sociais de forma reativa ou preemptiva. Esclarece porque as polícias executam as mais diversas
formas ou padrões de policiamento.
Explica por que a polícia é chamada a atuar, e deve fazê-lo em todas as situações em que a força possa ser útil.
Enfim, possibilita compreender a “decisividade” no fazer policial, sua medida de autonomia decisória, sua
discricionariedade para produzir soluções legais e legitimas, porém provisórias, para problemas inadiáveis no
tempo mesmo de sua ocorrência.
•
•
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5 O modelo organizacional
A Polícia Militar, cuja base é a hierarquia e a disciplina, tem uma organização militar inspirada no Exército
Brasileiro, possuindo, por exemplo, Estado Maior, cadeias de comando, batalhões, insígnias, companhias, tropas,
destacamentos e regimentos. Nesse sentido, por ser militar, o PM usa farda, enquanto guardas municipais usam
uniformes.
Muitas instituições possuem alguma forma de hierarquia. Na PM, a hierarquia de postos reproduz o modelo do
Exército Brasileiro, excluindo apenas a patente máxima de general, dessa forma, os mais graduados da PM
sempre estarão uma patente abaixo do militar das forças armadas.
Os postos na PM são:
O atributo “militar”, nas polícias ostensivas estaduais brasileiras, imprime características relevantes e específicas
à força policial e suscita veementes debates acerca do “militarismo” na PM. Vale a pena ressaltar que
"militarismo" não é sinônimo de organização militar.
A crítica mais contundente se refere a “ideologia militar” identificada ainda hoje nas policias militares como uma
herança da ditadura militar, quando sob a égide da Doutrina de Segurança Nacional, a Polícia Militar assumiu a
missão da segurança interna através do “combate” ao “inimigo” do Estado.
Fique ligado
Na Bahia, não há os postos de 2º e 3º sargento e 2º tenente.
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A ideia de inimigo a ser combatido não se adéqua ao papel da polícia em contexto democrático, que se baseia no
fortalecimento da cidadania e na construção da ordem pública com a participação de diferentes grupos sociais.
6 Os policiais militares
O efetivo da Polícia Militar é composto por: praças e oficiais seguindo a mesma hierarquia de patentes e
graduações do Exército e, assim como nas forças armadas, há duas formas de ingresso na corporação: uma para
os praças e outra para oficiais.
• Praças
Os praças constituem a maior parte do efetivo da PM e se dividem nos postos de soldado, cabo, 1º, 2º e
3º sargento e subtenente. As duas graduações mais baixas, ou seja, soldado e cabo estão
majoritariamente encarregados do policiamento propriamente dito, enquanto sargento e subtenente
estão alocados em atividades de supervisão e administração. Assim, devido à natureza das suas
atribuições, os praças adquirem um rica vivência das dinâmicas sociais e criminais do espaço público.
• Oficiais
Os oficiais estão no topo da hierarquia militar sendo o mais alto posto o de coronel, as patentes seguintes
são tenente-coronel, major, capitão e 2º e 1º tenentes.
As patentes coronel , tenente-coronel e major são oficiais superiores. O capitão é oficial intermediário. E
os 2º e 1º tenentes são oficiais subalternos.
Os oficiais exercem funções de comando, chefia e direção.
•
•
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Como já foi ressaltado, as polícias militares têm autonomia em relação aos seus processos seletivos e de
formação, mas é possível apontar algumas recorrências nas PMs, uma vez que a “dupla entrada” na Polícia
Militar produz implicações dentro da corporação no que tange a diferenciação de salários, poder, prestígio e
expectativas de ascensão entre praças e oficiais.
Tanto os candidatos a praça quanto a oficial se submetem a concurso público, porém são realizados em
momentos diferentes.
Aprovado no concurso, o recruta realiza um curso cuja tempo de duração pode variar.
Após o Curso de Formação, o indivíduo assume a graduação de soldado, na qual deverá permanecer durante 9 a
15 anos, dependendo de qual Polícia Militar pertença, enquanto o tempo médio para promoção de um oficial de
2º para 1º tenente pode ser de apenas 2 anos.
Normalmente, os critérios de promoção são:
• Meritocrático;
• Por tempo de serviço;
• Por cursos realizados;
• Por bravura e “post-mortem”.
O candidato a oficial aprovado em concurso realiza o Curso de Formação de Oficiais, com duração média de 3
anos em regimede internato. Durante esse tempo, além do conteúdo programático do curso, o aluno oficial
“aprende” a ser policial militar, conforme destacam Caruso, Patrício e Pinto (2010).
Vale destacar que o processo de ensino e aprendizagem, em uma instituição que carrega a marca militarista
implica, sobretudo, na internalização do ethos militar, isto é, na disciplinarização dos alunos às regras deste
mundo, buscando efetivamente distanciá-lo das marcas que carregam do mundo civil. (p. 110)
•
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•
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Além dos cursos de formação, a questão salarial e a cobrança disciplinar também distanciam esses dois grupos
de policiais.
Ressaltando que, salvo algumas exceções, o indivíduo que entra na corporação como praça não ascende a oficial.
De forma geral, no que se refere à formação profissional, é corriqueiro ouvir tanto de praças quanto de oficiais
que “a prática é outra coisa” evidenciando um saber que se adquire nas ruas que não apenas se sobrepõe ao
conhecimento adquirido nas aulas do curso de formação, mas o desqualifica.
Vários autores identificam a dissonância entre o saber prático e teórico, para Caruso, Patrício e Pinto (2010) isso
decorre de uma “inversão de prioridades”, enquanto na formação a ênfase no “cumprimento da ritualística
militar”, na execução do policiamento o foco é o “desempenho profissional”.
Além disso, a supervalorização do saber prático em detrimento do teórico através do “aprender fazendo” resulta
na adoção de procedimentos próprios, por outro lado, o conhecimento das dinâmicas sociais pelos praças é
comumente subutilizado pelos oficiais no planejamento das ações, evidenciando uma falta de integração dentro
da própria instituição.
Matriz Curricular Nacional
Visando à construção de cursos que dialoguem com as necessidades cotidianas, na perspectiva de polícia cidadã,
a Secretaria Nacional de Segurança Pública elaborou a Matriz Curricular Nacional, que esta sendo utilizada como
base para os cursos de Policia nas 27 Unidades Federativas.
Nesse sentido, seria oportuno avaliar a forma de incorporação e o impacto da adoção da Matriz Curricular na
formação e exercício profissional dos policiais militares.
7 Controle Interno e Externo da Polícia Militar
O trabalho policial possui a especificidade da prerrogativa do uso comedido da força física, o que torna
indispensável a existência de mecanismos de controle interno e externo da sua atividade.
Controle interno
O controle interno da Polícia é realizado pela Corregedoria da Polícia Militar, formada pelos próprios policiais e
tem a atribuição de investigar desvio de condutas.
Controle externo
O controle externo é realizado pelas ouvidorias de polícia, que são normalmente criadas pelos governos
estaduais e coordenada por integrantes da sociedade civil.
O Ministério Público também é responsável pelo controle externo das polícias.
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Tanto a Ouvidoria quanto a Corregedoria são mecanismos capazes de identificar e punir desvio de condutas, mas
também são capazes de abrir o debate e democratizar as políticas públicas de segurança pública.
A ouvidoria de polícia é um recurso da sociedade para investigar desvio de conduta policial, porém, para ser
eficaz, é necessário ter autonomia política e funcional.
Em uma pesquisa publicada em 2003 (Lemgruber, Musumeci e Cano), indicava que, devido à falta de estrutura e
autonomia, denúncias recebidas pela Ouvidoria de Polícia eram remetidas aos Batalhões de Polícia Militar para
serem investigadas pelos próprios policiais, o que comprometia sobremaneira o resultado da denúncia.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Aspectos relacionados à atribuição, formas de atuação, seleção, formação da Polícia Civil;
• Mecanismos de controle interno e externo da Polícia Civil;
• A Reforma da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu o ciclo incompleto de polícia;
• Compreendeu a importância dos mecanismos de controle interno e externo de polícia para a 
consolidação da democracia;
• Aprendeu os princípios que organizam as polícias militares estaduais;
• Analisou os desafios da formação profissional do policial.
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	Olá!
	1 A polícia militar no Brasil
	2 Instituições policiais estaduais
	3 Atribuição da Polícia Militar
	4 A Polícia do “antes”
	5 O modelo organizacional
	6 Os policiais militares
	Praças
	Oficiais
	7 Controle Interno e Externo da Polícia Militar
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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