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Processo de Trefilação Como ocorre a trefilação: A trefilação ocorre pelo racionamento de uma barra, fio ou tubo através de uma matriz com perfil semelhante. Desde que a seção transversal da matriz seja sempre menor que a peça trabalhada, o processo de trefilação ocasionara uma redução em área e um aumento no comprimento. Além disso a trefilação é normalmente realizada a frio Sua finalidade: Por este processo é possível obter produtos de grande comprimento contínuo, seções pequenas, boa qualidade de superfície e excelente controle dimensional. O processo de trefilação é empregado para reduzir o diâmetro do vergalhão, que é de 9,52 mm, para aproximadamente 2,00 mm. Para isso, traciona-se o vergalhão através de uma matriz (a fieira), cuja secção transversal possui o diâmetro final desejado. Uma vez trefilados, os fios são encaminhados para o encordoamento Etapas do Processo Laminação e usinagem para a produção do fio máquina Decapagem mecânica ou química que retira os óxidos presentes na superfície do fio máquina Trefilação Tratamento Térmico de recozimento, quando é necessário restabelecer o ductilidade do material O escoamento plástico é produzido principalmente pelas forças compressivas provenientes da reação da matriz sobre o material. Forma resultante: a simetria circular é muito comum em peças trefiladas, mas não obrigatória. Condições térmicas: normalmente a frio. Uso - produtos mais comuns: Matéria prima empregada pela trefilação A matéria-prima para trefilação, comumente denominado fio-máquina, é o arame laminado a quente que não se fabrica em diâmetros menores que 5,5 mm. Por outro lado, ao longo das etapas de trefilação o material é encruado, ou seja, sua resistência mecânica cresce à medida que a redução de área aumenta. Desta forma, em função das características do fio-máquina laminado a quente, das características finais do produto ou da necessidade de uma maior redução de área, faz-se necessário um tratamento térmico de recozimento. Durante a trefilação, que é realizada abaixo da temperatura de recristalização, o fio sofre um aumento da sua resistência mecânica e de redução da sua ductilidade, devido à deformação plástica, caracterizando o denominado efeito de encruamento. Acima de um certo grau de encruamento não é mais possível trabalhar o fio, sendo então necessário, para o prosseguimento do processo de trefilação, a aplicação de um tratamento térmico, afirma que o controle das propriedades mecânicas do fio durante o processo de trefilação é muito importante para que este possa ter prosseguimento, sem ruptura do fio, e para que o fio, ao final do processo, apresente as características dimensionais, mecânicas e metalúrgicas exigidas por sua utilização. O tratamento térmico mencionado, é comumente denominado de recozimento, que pode ser contínuo em fornos contínuos ou estacionário em fornos de campânula ou poço. Portanto, a ductilidade é fator primordial, no caso da trefilação, pois é a propriedade que indica a capacidade do material sofrer grandes deformações permanentes numa determinada direção, sem ocorrer ruptura. Representa a maior ou menor possibilidade do material ser alongado. Normalmente o recozimento dá-se em fornos de atmosfera protetora isenta de oxigênio ou de outros gases contaminantes. Tipos de Trefilação Trefilação a Frio: O processo de deformação a frio consiste em reduzir a secção transversal do tubo através de uma força de tração, utilizando ferramental externo (fieira) e interno (mandril). O tubo a trefilar primeiramente recebe um tratamento térmico, depois é decapado, fosfatizado e lubrificado antes da trefilação. Entre o diâmetro interno da fieira e o externo do mandril forma-se uma coroa circular, que corresponde a espessura da parede desejada, através da qual se traciona o tubo a trefilar. Neste processo, se reduz o diâmetro e a espessura, como também melhora a superfície interna e externa. Através da trefilação a frio, ocorre um encruamento do material, isto é: o limite de escoamento, a dureza e a resistência à tração aumentam e o alongamento diminui. Tipos de lubrificação: • trefilação úmida: as fieiras e o fio ficam completamente imersos no lubrificante. • trefilação seca: o fio ou barra passa entre um reservatório de lubrificante o que deixa a superfície preparada para a trefilação. • cobertura metálica: o fio é coberto com uma camada de metal que funciona como um lubrificante sólido. • vibração ultrasônica: as fieiras e os mandris, ou carcaças de aço, são vibrados, o que ajuda a reduzir os esforços mecânicos e permitir maiores reduções por passada. Existem vários tipos de lubrificantes. Um dos métodos é mergulhar o fio numa solução de Sulfato de cobre fazendo com que uma camada de cobre fique depositada formando uma espécie de lubrificante. Em alguns tipos de fio, o cobre continua envolvendo o fio prevenindo contra oxidação ou então para permitir uma boa separação dos fios. Trefilação a quente: Essa trefilação aplica-se a metais de rede CCC (Cúbico de Corpo Centrado) e raramente em metais de rede HC (Hexagonal Compacto). Por esses metais serem pouco maleáveis, é necessário aquecê-los até uma temperatura adequada em que obterão empacotamento igual às redes CFC, para poderem, então, serem trefilados. Após resfriamento recuperam sua característica original. GEOMETRIA DA FIEIRA (Matriz) A fieira (matriz) é o dispositivo básico da trefilação e compõe todos os equipamentos trefiladores. A Geometria da fieira: é dividida em quatro zonas: (1) de entrada (2) de redução (a = ângulo de abordagem) (3) (guia) de calibração-zona cilíndrica (acabamento é crítico) (4) de saída Estrutura da Fieira (Matriz) TREFILAÇÃO DE TUBOS Os Tubos podem ser trefilados dos seguintes modos: • Sem apoio interno (REBAIXAMENTO ou AFUNDAMENTO - fig.a) • Com mandril passante (fig.b) • Com plug (bucha) interno (fig. c) • Com bucha flutuante (fig.d) TREFILAÇÃO DE ARAMES DE AÇO Etapas do processo: Os passos a percorrer são discriminados no esquema abaixo. Observe que a trefilação propriamente dita é precedida por várias etapas preparatórias que eliminam todas as impurezas superficiais, por meios físicos e químicos. • Matéria-prima: fio-máquina (vergalhão laminado a quente); • Descarepação: - Mecânica (descascamento): dobramento e escovamento. Química (decapagem): com HCl ou H2S04 diluídos; • Lavagem: em água corrente; • Recobrimento: comumente por imersão em leite de cal Ca (OH)2 a 100°C a fim de neutralizar resíduos de ácido, proteger a superfície do arame, e servir de suporte para o lubrificante de trefilação; • Secagem (em estufa) - Também remove H2 dissolvido na superfície do material; • Trefilação - Primeiros passes a seco. Eventualmente: recobrimento com Cu ou Sn e trefilação a úmido. Tratamentos térmicos dos arames Depois da trefilação os arames são submetidos a tratamentos térmicos para alívio de tensões e/ou obtenção de propriedades mecânicas desejadas. Abaixo, os principais tratamentos utilizados. Recozimento: Indicação: principalmente para arames de baixo carbono. Tipo: subcrítico, entre 550 a 650°C. Objetivo: remover efeitos do encruamento. Patenteamento: Indicação: aços de médio a alto carbono (C> 0,25 %) Tipo: aquecimento acima da temperatura crítica (região g) seguido de resfriamento controlado, ao ar ou em banho de chumbo mantido entre 450 e 550°C. Objetivo: obter uma melhor combinação de resistência e ductilidade que a estrutura resultante (perlita fina ou bainita) fornece. TREFILADORAS DE TAMBOR As trefiladoras de tambor podem ser classificadas em três grandes grupos: · Simples (1 só tambor) - para arames grossos ·Duplas para arames médios · Múltiplas (contínuas) para arames médios a finos. Material da Fieira: Os materiais dependem das exigências do processo (dimensões, esforços) e do material a ser trefilado. Os mais utilizados são: • Carbonetos sinterizados (sobretudo WC) – widia • Metal duro, etc. • Aços de alto C revestidos de Cr (cromagem dura) • Aços especiais (Cr-Ni, Cr-Mo, Cr-W, etc) • Ferro fundido branco • Cerâmicos (pós de óxidos metálicos sinterizados) • Diamante (p/ fios finos ou de ligas duras) Defeitos: Podem resultar: - de defeitos na matéria-prima (fissuras, lascas, vazios, inclusões); - do processo de deformação. Quando a redução é pequena e o ângulo de trefilação é relativamente grande (tipicamente, quando D/L > 2) a ação compressiva da fieira não penetra até o centro da peça. Durante a trefilação as camadas mais internas da peça não recebem compressão radial, mas são arrastadas e forçadas a se estirar pelo material vizinho das camadas superficiais, que sofrem a ação direta da fieira. Tal situação (deformação heterogênea) gera tensões secundárias trativas no núcleo da peça, que pode vir a sofrer um trincamento característico, em ponta de flecha. A melhor solução é diminuir a relação D/L, o que pode ser feito empregando-se uma fieira de menor ângulo (a), ou então aumentando-se a redução no passe (em outra fieira com saída mais estreita).