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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DOCENTE: WAGNER CABRAL DA COSTA DISCENTE: JONAS MATEUS BRTIO DE MORAIS FICHAMENTO TEXTUAL: BRONISLAW BACZKO, UTOPIA. BACZKO, Bronislaw. Utopia. In: Enciclopédia Einaudi. Lisboa, IN-CM, 1989, vol.5 - Anthropos — Homem, p.67-101. Em uma análise do filosófo e historiador polonês, Bronislaw Baczko,ele elabora uma análise da obra do britânico Thomas More ou Morus, que foi provavelmente lançada em 1516 em Lovaina (Bélgica), a obra Utopia. Em sua obra aborda-se uma sociedade criada e fundamentada de forma harmônica e igualitária, em que todos os seus habitantes vivem de forma “perfeita” e sem desigualdades, inclusive, a exclusão das propriedades privadas. A obra possui o seu “protagonista”, o navegador-filosófo, Rafael Hitlodeu, que faz o relato de uma viagem marítima. Nessa viagem, ele relata sobre uma viagem em uma determinada ilha que ficava no Novo Mundo, ela possuía um formato geográfico diferente, sendo que a ilha era dividida em quatro partes e possuía cinquenta e quatro cidades, e a sua capital, a cidade de Amaurote, que ficava bem no centro da ilha. O governante da ilha era chamado de Utopus, que conquistou a ilha deu seu nome a ela, antes a ilha era chamada de Abraxa. A vida, a organização social e política em Utopia, era baseada no coletivismo. Sendo que, o trabalho era fundamental para todos. Além disso, à abundância de gêneros em Utopia, pois, todos os prazeres eram lícitos, desde que não prejudicasse os outros habitantes. Na questão religiosa, o Cristianismo era apenas uma das religiões, sendo o proselitismo fanático rigorosamente proibido. Após uma breve análise sobre Utopia, Baczko, propõe uma explicação do texto de Thomas More, como um texto filosófico ou texto com uma análise crítica do mundo de sua época, que buscava instigar os leitores. Em destaque no parágrafo destacado abaixo: “Não podemos entrar em todos estes debates. Limitemo-nos a verificar que a Utopia, como qualquer grande texto literário e filosófico, define um campo de multiplicidade de sentidos, prestando-se assim a leituras igualmente múltiplas. Estas interpretações diversas e, por vezes, opostas constituem, em conjunto, um diálogo entre o texto e os seus leitores que dura já há séculos e que não faz mais do que reforçar o carácter paradigmático deste «verdadeiro livro de ouro» Paradigma literário em primeiro lugar: narrativa de uma viagem imaginária ao cabo da qual o narrador descobre uma Cidade até então desconhecida e que se distingue por instituições de que o narrador faz uma pormenorizada descrição. Paradigma específico do imaginário social: representação de uma sociedade radicalmente outra, situada no algures definido por um espaço-tempo imaginário; representação que se opõe à da sociedade real, existente hic et nunc, bem como aos seus males e vícios. Invenção, portanto, de um duplo paradigma cujo nome é igualmente fornecido pelo livro de Moro: utopia. Voltaremos a insistir na ambiguidade do termo, assim como do próprio paradigma. Antes disso, porém, não será inútil examinar brevemente o lugar de produção deste texto paradigmático, isto é, as condições históricas da sua produção”. Sendo assim, a Utopia de Thomas More seria o paradigma da modernidade e do imaginário social com “a representação de uma sociedade radicalmente perfeita”, na visão de um intelectual humanista. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BACZKO, Bronislaw. Utopia. In: Enciclopédia Einaudi. Lisboa, IN-CM, 1989, vol.5 - Anthropos — Homem, p.67-101.