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Em “o trabalhador e o homem”, Sertillanges frisa isso, e ainda pergunta, depois de tantas e tantas reflexões: “é uma ironia dizer-lhe que mantenha sua alma livre?” E ele responde: “o que mais importa na vida não são os conhecimentos, é o caráter”. Dizia Goethe: “o talento se aprimora na solidão; e o caráter na agitação do mundo.” Um intelectual, mais uma vez repito, não deve se isolar em seu trabalho. Deve a todo instante buscar a natureza, a sociedade, a fé, o lar, pois “a finalidade do nosso estudo é permitir a ampliação do nosso ser: não podemos permitir que ele nos estreite.” É necessário descontrarir. Assistir a um bom filme, ouvir boa música, ter boas conversas, praticar bons esportes, tudo isso ajuda na formação do intelecto. Sertillanges parafraseia Santo Agostinho ao defender o descanso, “quero que poupes a ti mesmo”. E tem trechos memoráveis nesse capítulo: “quando não prevemos o repouso, o repouso que não tomamos toma-nos”; o repouso é um dever, como a higiene, que o inclui, como a conservação das forças”. E pra finalizar, Sertillanges nos põe cara a cara com a realidade do trabalho: nem sempre é como a gente quer. Cabe a nós aprender com os erros, bater de frente com a dificuldade, rezar e recomeçar sempre que estivermos desmotivados. Ao fim, o trabalhador colherá os frutos e se alegrará com as realizações de sua vocação. O autor pede ainda que nos apoiemos e confiemos sempre em Deus. Já me alonguei demais. Era pra ser só uma resenha, mas o conteúdo deste livro é muito rico… são tantas lições que não dá para comprimir tudo em poucas páginas. Ainda mais em meu caso, que sou péssimo em sínteses e sou extremamente verborrágico. Quero pôr o mundo em dez páginas. Mas fique o leitor sabendo: muita coisa ficou de fora desta pequena síntese. Selecionei aqui o que minha sensibilidade julgou indispensável. Que o leitor leia essa pequena obra, que é um grande tesouro, medite seu conteúdo, e volte para ele sempre que puder.
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