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Organização e funções básicas dos componentes de um sistema de computação: Parte II SST ANCELMO, J. Organização e funções básicas dos componentes de um sistema de computação: Parte II / José Ancelmo Ano: 2020 nº de p.: 10 páginas Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 3 Organização e funções básicas dos componentes de um sistema de computação: Parte II Apresentação Neste material, vamos nos dedicar a conhecer melhor aquilo que está dentro de um computador, seus componentes e suas funcionalidades. Começaremos pela memória, passaremos pelos processadores e características, até, por fim, compreendermos a organização RAID. Tipos de memória Na informática, “memória” é um termo genérico utilizado para designar tanto as partes de um sistema de computação quanto de um dispositivo periférico (E/S), nas quais é possível armazenar dados e programas. Embora o seu conceito seja aparentemente simples, a memória é, provavelmente, o componente do computador que apresenta um maior número de variedade em relação ao tipo, tecnologias, organizações, desempenhos e custos. De modo geral, toda memória permite a realização de dois tipos de operações: escrita (armazenamento da informação na memória) e leitura (recuperação da informação armazenada). No caso da memória primária, por exemplo, essas operações são realizadas por intermédio da CPU e efetuadas através dos registradores. Atenção O uso de mais de um nível de memória explora o fato de que existe uma variedade de tipos de memória que utilizam a mesma tecnologia, porém diferem quanto à velocidade e custo. Desse modo, é possível combinar memórias menores, mais caras e mais rápidas com memórias maiores, mais baratas e mais lentas. 4 Principais diferenças entre as memórias internas e externas Memória RAM Memória ROM Localização Interna / primária Externa / Secundária Capacidade Bytes ou palavras Bytes Tecnologia Semicondutores Mídias Magnéticas ou Ópticas Volatilidade Sim Não Categoria Leitura e Escrita Somente leitura Método de Acesso Direto Indireto Fonte: Elaborada pelo autor (2020). A memória interna (RAM) corresponde à memória que o processador precisa acessar para enviar dados e, assim, executar suas ações. De acesso mais rápido, porém com uma capacidade mais restrita, esse tipo de memória armazena informações temporariamente durante um processamento realizado pela CPU, ou seja, na falta de energia ou quando o computador for desligado, todos os dados serão perdidos. Embora a memória interna seja geralmente identificada apenas como a memória principal, outras formas de memória interna também fazem parte do sistema de computação, como os registradores e a memória cache, sobre a qual falaremos a seguir. Do ponto de vista físico, a memória cache pode ser considerada uma pequena peça presente dentro do circuito interno do processador, onde, sem observar arquiteturas específicas, poderíamos imaginá-la como um pequeno módulo contendo os seus próprios subcomponentes. Já, do ponto de vista funcional, esta compreende um tipo de memória de linguagem simples e objetiva que trabalha em conjunto com o processador, organizando a movimentação de dados entre a memória principal e seus registradores a fim de potencializar o seu desempenho. Algumas operações e tarefas de programas podem ser complexas e demandam um grande tempo e robustez de processamento para sua execução. Desse modo, o processador organiza a execução dos cálculos de dados através de forma inteligente e eficaz onde, para realizar as ações de um operador/usuário, a CPU divide as informações a serem processadas entre dados e instruções. 5 Memória Fonte: Plataforma Deduca (2020). Conhecida como memória secundária ou, ainda, memória de mercado, a memória externa é popularmente denominada de Memória ROM (Read Only Memory). Ao contrário da memória RAM, a memória ROM é utilizada para armazenar dados e/ou instruções permanentes ou que raramente serão alterados, de modo que, ainda que o computador seja desligado, essas informações continuarão salvas. Para isso, a memória ROM é fabricada com um chip de armazenamento que possui um software próprio não editável, o qual não permite que a memória seja alterada por um programa do usuário, tornando-se, portanto, uma memória somente de leitura. A esse conjunto de instruções operacionais (hardware + software) dá-se o nome de firmware. Assim como a memória cache, a utilização da memória externa na hierarquia de um computador visa contribuir com a melhora do desempenho do sistema e, para isso, atua essencialmente de duas maneiras: Forma 1 As operações de escrita em disco são agrupadas, ou seja, em vez do processador realizar diversas transferências contendo uma pequena quantidade de dados, são feitas poucas transferências em grandes blocos de dados; 6 Forma 2 Alguns dados a serem escritos em um disco podem ser referenciados novamente pelo programa antes que seja realizada a próxima transferência de dados da memória cache para esse mesmo disco. Dos sistemas de memória externa, o disco magnético é por muitos considerado o mais importante até hoje, por compor a base de quase todos os sistemas de computação em uso na atualidade. O disco magnético é composto por um prato circular de metal, plástico ou outro material rígido que, por sua vez, é revestido por um material que possa ser magnetizado, no qual ocorrerá a escrita e a leitura dos dados por meio de uma bobina, denominada cabeçote, ou também cabeça de leitura e gravação. Para que esse processo ocorra, o cabeçote é mantido imóvel enquanto o prato gira embaixo dele. Elementos do disco magnético Fonte: Plataforma Deduca (2020). A escrita, nesse sistema, é realizada através de pulsos de corrente elétrica transmitidos do cabeçote para o disco que gravam os dados magnéticos digitais na sua superfície localizada logo abaixo do prato. Nesse sistema, a indução de correntes positivas gera padrões magnéticos diferentes da indução de correntes negativas, possibilitando assim, diferentes impressões digitais da informação a ser armazenada. Já o processo de leitura ocorre pela reprodução dessa informação armazenada no prato, que quando em movimento, a superfície logo abaixo do 7 cabeçote emite uma corrente idêntica à que fora transmitida no momento da gravação desses dados. A transferência de dados para o disco ocorre em forma de blocos, que por sua vez comumente têm dimensões de armazenamento inferior ao de uma trilha. São denominadas setores as regiões do mesmo tamanho de um bloco, tipicamente dispostas entre 10 a 100 setores por trilha, que podem ter tamanho fixo ou variável. Setores adjacentes contam com espaços internos à trilha (ou espaços entre setores) para evitar impor requisitos de precisão do posicionamento do disco exagerados ao sistema. Para permitir a existência de um mecanismo que identifique um setor dentro de uma trilha, o disco é formatado com alguns dados extras, invisíveis para o usuário, que permitem identificar o início e o fim de cada setor, e o início de cada trilha. Organização dos dados no disco magnético Setores Trilhas Espaço entre Trilhas Espaço entre Setores Fonte: Adaptada de Stallings (2002). No tópico a seguir, vamos estudar as características dos processadores atuais. 8 Características dos processadores atuais Atualmente, a maioria dos sistemas de computação é fabricada em torno de processadores que buscam maior velocidade na realização de suas atividades. Para atingir esse objetivo, os processadores se utilizam de uma tecnologia denominada pipeline, na qual a CPU se divide em várias partes funcionais distintas (estágios), cada uma correspondendo a uma determinada atividade. Assim, várias instruções são realizadas de forma simultânea, embora em estágios diferentes. Modelo com visão expandida de um Pipeline de Instrução de dois estágios Espera Instrução Instrução Descarte Resultado Novo Endereço Espera BuscaExecução Fonte: Elaborada pela autora (2020). Tomando como base um ciclo de instrução com dois estágios (busca e execução da instrução), como mostra o modelo acima, existem dois momentos durante a execução de uma instrução em que a memória principal não está sendo usada. Desse modo, esse intervalo pode ser usado para buscar a próxima instrução, concomitantemente com a execução da instrução em curso. A pipeline tem dois estágios independentes. O primeiro busca a instrução e a guarda em uma área de armazenamento temporário enquanto o segundo está livre e, então, o primeiro passa para ele a instrução armazenada. Por sua vez, enquanto o segundo está executando a instrução enviada, o primeiro tira proveito de ciclos de memória que não são usados para buscar e armazenar a próxima instrução. Esse processo é chamado de “busca antecipada de instrução” (instruction prefetch) ou “superposição de busca” (fetch overlap) e é a partir dele que, portanto, a execução de instruções é acelerada. 9 Características e organização RAID Assim como acontece com a programação de processadores e da memória primária, a melhoria no desempenho de memórias secundárias também tem sido alvo da preocupação dos projetistas dessa geração. No entanto, sabe-se que, como em todas as outras áreas da programação, os dispositivos de um sistema de computação podem ser melhorados até certo ponto, portanto, para conseguir ganhos adicionais de desempenho, são utilizados componentes em paralelo ao sistema. Em relação à tecnologia de armazenamento de discos, houve uma sensível melhora no espelhamento de vários hard disks, onde um bloco de dados a ser acessado é distribuído em diversos discos. Com isso, os dados podem ser organizados de diferentes maneiras, podendo ser empregada alguma redundância para melhorar a confiabilidade dos resultados. Para isso, adota-se um padrão para o projeto de banco de dados de vários discos, conhecido como RAID. Do inglês Redundant Array of Independent Disks (RAID), os arranjos redundantes de disco independentes constituem parte da capacidade física de armazenamento de dados de um sistema de computação, na qual informações repetidas sobre os dados são guardadas no restante da capacidade de armazenamento de memória. Essa informação redundante possibilita a regeneração de dados em caso de falha de um dos elementos do arranjo de discos ou em um dos caminhos de dados. Atenção De modo geral, o esquema RAID consiste em sete níveis que variam de zero a seis, os quais implicam em uma relação hierárquica e, ao mesmo tempo, designam diferentes arquiteturas de projeto com três características em comum: • o RAID consiste em um agrupamento de unidade de discos físicos, entendido pelo sistema operacional como uma única unidade de disco lógico; • os dados são distribuídos pelas unidades de discos físicos do agrupamento; • a capacidade de armazenamento redundando é utilizada para armazenar in- formação de paridade, garantindo a recuperação dos dados em caso de falha em algum disco. 10 Fechamento Nesta unidade, você aprendeu: quais são os componentes de um sistema de computação e suas funções; como ocorre a interconexão entre os componentes do sistema de computação; como ocorre a execução de um processamento de dados; quais os tipos de memórias que compõem um sistema e seu funcionamento; as características da Organização RAID; e sobre os diferentes tipos de mídia (magnética e óptica). 11 Referências STALLINGS, W. Arquitetura e organização de computadores. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
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