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03 - Direito das Coisas

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Resumos da Fran 
 
Direito das Coisas 
 
 
 
 
O Direito das Coisas é uma das áreas 
fundamentais do Código Civil Brasileiro (C C), encontradas nos 
artigos 1.225 a 1.510. Também conhecido como Direito Real, 
esse ramo do direito regula os direitos e as relações jurídicas 
referentes aos bens materiais e imateriais, estabelecendo os limites 
e os deveres dos proprietários, possuidores e demais envolvidos. 
 
De acordo com o Código Civil brasileiro, os 
direitos reais possuem características específicas que os 
distinguem de outros tipos de direitos. Essas características são 
essenciais para compreender a natureza e o alcance dos direitos 
reais. A seguir, estão as principais características dos direitos 
reais conforme o C C: 
 
 Absolutismo: Os direitos reais são absolutos, 
o que significa que são oponíveis erga omnes, ou seja, podem ser 
exercidos contra todos. Isso implica que o titular do direito real 
possui poderes diretos e exclusivos sobre a coisa, podendo 
exercê-los em relação a terceiros. 
 
 Preferência: Os direitos reais têm preferência 
sobre os direitos pessoais ou obrigacionais em caso de conflito. 
Isso significa que, em situações de concorrência entre um direito 
real e um direito pessoal, o direito real prevalece sobre o direito 
pessoal. 
 
 Adesão: Os direitos reais aderem à coisa, ou 
seja, estão ligados à coisa independentemente de quem seja o 
proprietário. Isso significa que o direito real persiste mesmo que 
o bem seja transferido a um novo proprietário. O direito real 
acompanha a coisa. 
 
 Diretividade: Os direitos reais são exercidos 
diretamente sobre a coisa. O titular do direito real possui poderes 
diretos de uso, gozo, disposição e reivindicação em relação ao 
bem. Essa característica é uma das principais diferenças em 
relação aos direitos pessoais, que são exercidos contra pessoas 
específicas. 
 
 Sequela: A sequela é uma característica 
específica da propriedade, um dos principais direitos reais. Ela 
confere ao proprietário o direito de reivindicar a coisa, mesmo 
que esteja em posse de outra pessoa. Essa característica permite 
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que o proprietário exerça seu direito de propriedade contra 
terceiros. 
 
 Indisponibilidade: Os direitos reais são, em 
regra, indisponíveis, o que significa que não podem ser objeto de 
renúncia ou desistência pelo seu titular. No entanto, existem 
exceções previstas em lei, como a renúncia ao direito de usufruto. 
 
Essas características dos direitos reais são 
fundamentais para compreender a natureza desses direitos e suas 
implicações nas relações jurídicas. Elas estabelecem os limites e 
os direitos dos titulares desses direitos em relação aos bens, 
garantindo segurança e proteção em suas relações com terceiros. 
 
A propriedade é um dos principais temas 
abordados pelo Direito das Coisas. Ela é definida como o direito 
mais amplo que uma pessoa pode ter sobre uma coisa, 
conferindo-lhe o poder de usar, gozar, dispor e reivindicar o bem. 
O direito de propriedade é garantido constitucionalmente e possui 
características essenciais, como a segura, a perpetuidade, a 
elasticidade e a sequela. 
 
A segura significa que o proprietário tem o direito 
exclusivo de usar o bem, impedindo que terceiros o utilizem sem 
sua autorização. A perpetuidade indica que o direito de 
propriedade é duradouro e não se extingue naturalmente, a 
menos que tenha permitido uma transferência legal. A 
elasticidade se refere à possibilidade de o proprietário modificar, 
alienar ou onerar o bem, desde que dentro dos limites alcançados 
pela lei. Já a sequela é o direito do proprietário de reivindicar a 
coisa, mesmo que ela esteja em posse de outra pessoa. 
 
Além da propriedade, o Direito das Coisas trata 
de outros direitos reais sobre coisas alheias. Entre eles, destacam-
se: 
 Usufruto: é o direito de usar e frutificar um 
bem, sendo temporário e vitalício em alguns casos. O usufrutuário 
tem o direito de utilizar o bem e de receber seus frutos, mas não 
pode aliená-lo ou modificar sua destinação. 
 
 Uso e habitação: são direitos reais em que o 
titular tem o direito de usar um bem (uso) ou de habitá-lo 
(habitação) por determinado tempo, sem possibilidade de 
alienação. 
 
 Servidões: são ônus que recebem sobre um 
imóvel em benefício de outro. Existem diversos tipos de serviços, 
como a passagem, a luz, a água e a vista, cada uma com suas 
características específicas. 
 
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 Direito de superfície: é o direito de construir 
ou manter construções em terreno alheio, estabelecer por contrato 
ou por lei. 
 
 Enfiteuse: é um direito real de origem histórica 
que permite o uso e a exploração de um imóvel por longo prazo, 
mediante o pagamento de uma taxa anual, chamada de foro. 
 
Além dos direitos reais, o Direito das Coisas 
também aborda questões relacionadas à posse, que é o poder de 
fato exercido sobre a coisa com intenção de tê-la como sua. 
Embora a posse não seja um direito real, ela é essencial para a 
proteção da propriedade e possui suas próprias regras e 
características. 
 
O Direito das Coisas também trata de temas 
como o condomínio, que ocorre quando duas ou mais pessoas têm 
direitos reais simultâneos sobre uma mesma coisa, e os direitos de 
vizinhança, que regulam as relações entre proprietários de 
vizinhos. 
 
Em suma, o Direito das Coisas do Código Civil 
Brasileiro estabelece como normas e os princípios que regulam 
os direitos reais sobre bens, como a propriedade, o usufruto, as 
servidões, entre outros. Essa área do direito visa garantir a 
segurança jurídica, a proteção dos direitos e a organização das 
relações envolvendo os bens materiais e imateriais.

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