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M ó d u L O 1 Calendário de vacinação Introdução A vacina é considerada como um dos mais importante avanços da medicina; O avançado declínio nos indicadores é decorrente do grande avanço tecnológico na produção de vacinas, associadas a um sistema de conservação desses imunobiológicos e o cumprimento de amplas coberturas vacinais; Retrocesso em 2016 e na pandemia. As vacinas São substancias constituídas por agentes patogênicos, vivos ou mortos, ou seus derivados. É a melhor forma de prevenção; Melhor custo benefício; No brasil: teve início em 1904, por Oswaldo cruz, diante de surto de varíola. Calendário básico de vacinas Programa nacional de imunização – PNI Função do calendário de vacinas; O calendário vacinal incorpora usos e costumes dentro de uma lógica imunológica e de saúde pública; Há diferenças entre países; Permite a padronização da prevenção das doenças em cada faixa etária por suas respectivas vacinas, do número de doses, seus intervalos e recomendações de reforços, tendo como objetivo a proteção individual e coletiva. PNI Criado em 1973; Normatização técnica de uso dos imunobiológicos; Visa estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes; Controla o calendário vacinal; Define os imunobiológicos para situações especiais e para grupos populacionais específicos. Criado através da lei 6.259 de 30/10/1975 Um das mais bem sucedidas intervenções de saúde pública do mundo; Atualmente, o PNI possui calendário voltado a grupos específicos ou situações específicas; São disponibilizadas, gratuitamente, através do SUS. Calendário de vacinas Para a escolha das vacinas do PNI, o foco é a saúde pública. Deve ser avaliado: Custo de implantação e manutenção; Manutenção dos programas de vacinação; Melhor esquema vacinal – idade e intervalo. Vacinas do 1º ano de vida da criança IDADE VACINA Ao nascer BCG + Hepatite B 2 meses Pentavalente +VIP+ Pneumo 10 + Rotavírus 3 meses Meningocócica C 4 meses Pentavalente+ VIP + Pneumo 10+ Rotavírus 5 meses Meningocócica C 6meses Pentavalente+ VIP 9 meses Febre amarela 12 meses SCR+ Pneumo 10+ meningocócica C Vacina BCG Prevenir caos de tuberculose – miliar e meníngea – administrada em menores de 5 anos – menores de 1 ano- contatos extradomiciliares de portadores de hanseníase. Composta pelo bacilo de Calmette-Guérin, obtido por atenuação. Glutamato de sódio + soro a 9% Em forma lifilizada em ampolas com múltiplas doses – 10 doses-. Acompanha diluente próprio de 1 ml. É preconizada nas seguintes situações: Ao nascer (peso maior ou igual a 2.000 g) Crianças de 0 a 4 anos, 11 meses e 29 dias, preferencialmente em menores de 1 ano de idade Pessoas expostas ao HIV Crianças de menores de 5 anos que chega ao serviço, ainda não vacinada, poderá receber BCG se assintomática e sem sinais de imunodepressão; A partir dos 5 anos de idade, pessoas portadoras de HIV NÃO DEVEM SER VACINADAS, mesmo que assintomáticas e sem sinais de imunodeficiência. Esquema de vacinação O esquema corresponde a uma dose, a partir do nascimento. O volume correspondente a cada dose é de 0,1 ml, rigorosamente, para evitar complicações. Após M ó d u L O 1 aberto, deverá ser imediatamente diluído e deve ser usado por até 6 horas. Via de administração A BCG é administrada por via intradérmica (ID); A injeção é feita na região do músculo deltoide, no nível da inserção inferior deste músculo, na face externa superior do braço direito. Vacina contra Hepatite B Os recém-nascidos (RN) de mães portadoras do vírus B têm grande risco de adquirir a infecção ao nascer e, destes, 90% evoluem para doença crônica; Para prevenir a transmissão para o recém-nascido é muito importante que a vacina contra hepatite B seja aplicada universalmente em todos os recém- nascidos, rotineiramente, logo após o nascimento, nas primeiras 12 às 24h de vida; Mudanças da vacina durantes os anos: 2011 - A vacina até então disponível na rede pública para menores de 20 anos, passou a ser direcionada ao grupo etário de 20 a 24 anos. 2012 - Ministério da Saúde ampliou esse grupo etário de 25 a 29 anos, 11 meses e 29 dias. 2013 - Ocorreu a ampliação da vacina para a faixa etária de 30 a 49 anos; 2016 - Passou a ser ampliada para toda a população, independentemente da idade ou condições de vulnerabilidade. Esquema de vacinação O volume a ser administrado é de 0,5 ml para neonatos, lactentes, crianças e adolescentes (19 anos); a partir de 20 anos, a dose é de 1,0 ml. No caso dos recém-nascidos: Administrar 1 (uma) dose ao nascer, o mais precocemente possível, nas primeiras 24 horas, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade; Esta dose pode ser administrada até 30 dias após o nascimento; Em RN de mães portadoras da hepatite B, administrar a vacina e a imunoglobulina humana anti-hepatite B, preferencialmente nas primeiras 12 horas, podendo a imunoglobulina ser administrada no máximo até 7 (sete) dias de vida. Via de administração É administrada por via intramuscular (IM); Em crianças menores de 2 anos a vacina é administrada na face lateral da coxa; Em crianças maiores e nos adultos é administrada na região do deltoide, na face externa superior do braço. Neste grupo, deve ser evitada a região glútea, pois, muitas vezes, a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica. Vacina Pentavalente Também chamada de Penta Brasil, é uma vacina combinada do tipo injetável; Ela é uma união da vacina Tetravalente com a vacina Hepatite B, que entrou em vigor em 2012; A combinação DTP/HB/Hib é usada na vacinação primária de lactentes que já receberam a 1ª dose de hepatite B ao nascimento; A vacina imuniza contra: Difteria; ATENÇÃO! Pessoas que apresentaram reações graves após a vacinação (Ex: anafilaxia), não devem continuar o esquema e em gestantes e nutrizes ela é contraindicada. M ó d u L O 1 Tétano; Coqueluche; Meningite; Outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b; Hepatite B. Esquema vacinal O esquema consiste na aplicação de 3 doses, com intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias), a partir de 2 meses de idade; Os dois reforços necessários serão realizados com a vacina DTP; O primeiro reforço aos 15 meses de idade e o segundo reforço aos 4 anos de idade; Em recém-nascidos, a primeira dose é nas primeiras 24 horas (preferencialmente até as 12 horas) da vacina Hepatite B; A vacina pentavalente pode ser administrada simultaneamente com qualquer outra vacina recomendada pelo PNI. Via de administração Administrar dose de 0,5 ml da vacina DTP/HB/Hib por via intramuscular; No vasto lateral da coxa, em crianças menores de 2 anos de idade e na região deltoide nas crianças acima dessa faixa etária. Vacina Oral contra Poliomielite (VOP) e vacina inativa Poliomielite (VIP) Visa prevenir a Poliomielite. As campanhas servem para estabelecer proteção coletiva nas comunidades, mediante a substituição do vírus selvagem circulante pelo vírus vacinal; Em maio de 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), em virtude da situação epidemiológica da poliomielite, com ocorrência de 62 casos em 10 países da Ásia Central, Oriente Médio e África Central; Em 2016, iniciou-se e houve a substituição da 3ª dose, até então administrada com a VOP. Esquema vacinal IDADE VACINA DOSE 2 MESES VIP Primeira 4 MESES VIP Segunda 6 MESES VIP Terceira 15 MESES VOP Reforço 4 ANOS VOP CAMPANHAS VOP Viade administração A VOP é administrada por via oral (VO). Cada dose, em geral, corresponde a 02 gotas; A VIP é administrada por via intramuscular (IM), 0,5mL no vasto lateral da coxa para os menores de 2 anos de idade; A VOP pode ser oferecida junto a todas as vacinas do calendário básico. Ao contrário, recomenda-se um intervalo de 15 dias para a vacinação com Rotavírus; A VIP pode ser administrada simultaneamente com qualquer outra vacina recomendada pelo Programa Nacional de Imunizações. ATENÇÃO! Não deve ser administrada em indivíduos com reação anafilática após a aplicação de dose anterior da mesma ou de qualquer de seus componentes. Em hipótese alguma, poderá ser administrada em pessoas com sete anos de idade ou mais. M ó d u L O 1 Vacina Pneumocócica 10 – Valente A vacina pneumocócica 10-valente passou a integrar o calendário básico de vacinação para crianças menores de dois anos; A inclusão visa proteger esse público contra infecções respiratórias e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumonia e sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9 v, 14, 18C, 19F e 23F. Esquema Vacinal IDADE VACINA 2 MESES Primeira dose 4 MESES Segunda dose 12 MESES Reforço (podendo ser administrado até os 4 anos) Via de administração A vacina deve ser administrada por via intramuscular (IM), de preferência na área do vasto lateral da coxa da criança; A vacina não deve, sob nenhuma circunstância, ser administrada por via EV ou ID. Vacina oral de Rotavírus Humano (VORH) O rotavírus é um vírus da família Reoviridae que provoca diarreia grave frequentemente acompanhada de febre e vômitos, sendo considerado um dos mais importantes agentes causadores de gastroenterites e de óbitos em crianças menores de cinco anos em todo mundo; O Brasil foi o primeiro país a incluir a VORH no sistema público de saúde, desde 2006. Esquema Vacinal A vacina deve ser realizada em duas doses. Cada dose corresponde a 1,5mL.; Por ser dose única, via oral. Após aplicação, o frasco deve ser desprezado. Desde 2013, houve ampliação da faixa etária, mantendo-se o esquema de duas doses (2-4), como descritos a seguir: 1ª dose, indicada aos 2 meses (podendo ser administrada entre 1 mês e 15 dias a 3 meses e 15 dias); 2ª dose, indicada aos 4 meses (3 meses e 15 dias a 7 meses e 29 dias). Via de administração É administrada por via oral (VO); Pode ser utilizada simultaneamente com qualquer outra vacina; Porém, aguardar 15 dias entre a VOP se a vacinação não for simultânea. É contraindicada: Reação alérgica grave a um dos componentes da vacina ou em dose anterior, até 02h após a aplicação da vacina; História de doença gastrointestinal crônica; Malformação congênita do trato digestivo; IMPORTANTE! Manter um intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses. Nunca administrar a 1ª dose fora do intervalo descrito acima, pois pode intensificar os efeitos colaterais. Nenhuma dose aplicada fora dos prazos recomendados poderá ser repetida. Nestas situações, como precaução, esta criança deverá ser acompanhada ambulatoriamente por 42 dias, para afastarmos a possibilidade de ocorrência de eventos adversos. vacinação, NÃO repetir a dose. Crianças com quadro agudo de gastroenterite (vômitos, diarreia, febre), adiar a vacinação até a resolução do quadro. Crianças com imunodepressão deverão ser avaliadas e vacinadas mediante prescrição médica. M ó d u L O 1 História prévia de invaginação intestinal ou com malformação congênita não corrigida do trato gastrointestinal. Vacina Meningocócica C Visa proteger esse público contra infecções invasivas graves como a meningite e a meningococcemia, causada pela Neisseriameningitidis do sorogrupo C (meningococo C); Essas infecções geralmente têm início abrupto e poderão evoluir rapidamente alcançando uma taxa de letalidade de 10-20%; Em alguns casos evoluem com sequelas como surdez, déficit neurológico e amputação de extremidades. Esquema Vacinal O esquema de vacinação primário consiste na aplicação de duas doses, em crianças menores de um 01 de idade, com intervalo de 60 dias, e mínimo de 30 dias entre as doses, sendo indicado aos 3 e 5 meses de idade. (3 - 5); O reforço é recomendado aos 12 meses de idade, respeitando-se o intervalo mínimo de 60 dias, após a aplicação da última dose, podendo ser administrado até os 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade; Para crianças de 12 meses a 4 anos, não vacinadas, administrar uma dose única até os 4 anos, 11 meses e 29 dias. Via de administração A vacina deve ser administrada por via IM, de preferência na área do vasto lateral da coxa da criança. A vacina não deve, sob nenhuma circunstância, ser administrada por via EV ou ID. Febre Amarela (FA) Indicada para prevenir a febre amarela; A finalidade da vacinação é imunizar determinado número de pessoas, de forma a constituir uma barreira de proteção que se oponha à propagação geográfica da doença; Faz parte do calendário vacinal apenas em áreas endêmicas e regiões limítrofes dessas áreas, tais como: todos os estados da região Norte e Centro Oeste; Minas Gerais e Maranhão; alguns municípios do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; Desde 2020, o PNI oferece uma dose de reforço para as crianças aos quatro anos de idade; O Ministério da Saúde vem expandindo as áreas com recomendação de vacinação gradativamente. Esquema vacinal O esquema básico da vacina contra a febre amarela corresponde a 01 dose aos 09 meses de idade a 59 anos de idade; O Ministério da Saúde determinou a idade mínima de 06 meses, em caso de surto. O volume correspondente a uma dose é de 0,5 mL; Via de administração A vacina contra a febre amarela é administrada por via subcutânea (SC); A injeção é feita, de preferência, na região do deltoide, na face externa superior do braço, ou na face ântero lateral externa do antebraço, podendo, também, ser administrada na região do glúteo, no quadrante superior externo. Em 2017, o Ministério da Saúde também passou a disponibilizar a vacina meningocócica C (conjugada) para adolescentes de 11 a 14 anos. IMPORTANTE! Em situações de epidemia considerar a necessidade de vacinar a partir dos 06 meses, entretanto, a administração da vacina nos menores de 6 meses, especialmente os menores de 4 meses, apresenta maior risco de complicações neurológicas; A vacina febre amarela NÃO está indicada para gestantes e mulheres que estejam amamentando.