Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

CAMINHO PARA DEUS 
 
7º ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secretaria de 
Educação 
Prefeitura de 
Petrópolis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dr. Rubens Bomtempo 
PREFEITO 
 
 
 
 
Maria Elisa Peixoto da Costa Badia 
Secretária de Educação 
 
 
 
Jaqueline Azevedo de Assis 
Subsecretária de Educação Infantil 
 
 
Mônica Vieira Freitas 
Subsecretária de Ensino Fundamental 
 
 
Kelly Cristina Félix Gonçalves Grandi 
Diretora da Casa de Educação Visconde de Mauá 
 
 
Cristiane Noel Souza da Cruz 
Coordenadora do Ensino Religioso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colaboradores 
Professora Anna Maria Nardi 
Professora Maria Marta Cabral Camacho 
Professora Maria Cristina Julio da Silva Amorim 
Professora Maria Nilva Corsini 
Professora Neide de Araújo Chaves 
Monsenhor Paulo Elias Daher Chédier 
Professora Cristiane Noel Souza da Cruz 
Professora Pathricia Maria da Silva Bittencourt 
Pe. João Rosa de Miranda 
Professora Mariangela Monteiro Nascimento 
Professora Aline Nonato da Silva 
Professora Rita de Cássia de Freitas Cordeiro de Oliveira 
Professora Roberta Mantovani Heinen 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação 
Professora Bianca Della Nina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aulas de Ensino Religioso? 
 
A educação da consciência religiosa é direito de todos. Para garantir esse direito, a Lei 
de Diretrizes e Bases, artigo 33, apresenta o Ensino Religioso (ER) como parte integrante da 
educação básica. Há quatro grandes temas que fundamentam esse ensino. São eles: a 
compreensão da história, a interpretação da cultura, a busca de sentido e a compreensão da 
experiência religiosa. 
 
A compreensão da história 
O fato religioso está presente em diferentes grupos, nações e períodos e quem não o 
compreende também não compreenderá a história humana. A saga dos faraós do Egito, dos 
imperadores romanos, dos índios americanos; as carrancas escandinavas e asiáticas; a 
colonização do Brasil; a história da arte, da arquitetura; a relação entre sagrado e profano e 
tantos outros aspectos culturais não seriam entendidos na sua essência sem o reconhecimento 
do fato religioso. O ER oferece uma outra perspectiva para a análise da história. 
 
A interpretação da cultura 
A antropologia fala do processo espontâneo que se dá no interior das culturas, responsável 
pela manutenção e transmissão das tradições de geração em geração. Quanto mais consciente 
e intencional for esse processo, tanto mais serão fortalecidas a própria identidade cultural e a 
capacidade de conviver com o diferente e respeitá-lo. O ER será responsável por desenvolver 
essa competência da questão religiosa. 
 
A busca de sentido 
As perguntas fundamentais da existência humana - De onde vim? Para onde vou? etc. - não 
são apenas capricho de mentes desocupadas. Elas compõem a busca necessária ao 
desenvolvimento humano. O papel fundamental da educação é abrir possibilidades de 
respostas, para que o sentido da vida vá além da própria vida. O objetivo do ER não é 
responder às questões, mas criar condições para que essa reflexão se dê num ambiente 
educativo onde haja espaço para o diálogo, o debate, a pesquisa e a síntese pessoal e 
coletiva. 
 
Compreensão da experiência religiosa 
O que caracteriza a experiência é a mudança gerada na relação sujeito e fato 
(acontecimentos). Toda grande mudança nasce de um momento interior, íntimo, vivido na 
relação com o eu e o não-eu. Por isso, podemos dizer que a experiência corresponde sempre a 
um aspecto de envolvimento pessoal e um aspecto de interpretação do que foi vivido. Paulo 
Freire, sobre isso, diz o seguinte: “O homem é um ser que está no mundo e com o mundo. Se 
apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo. Mas 
como pode objetivar-se, pode também distinguir entre um eu e um não-eu. Isso o torna um ser 
capaz de relacionar-se; de sair de si; de projetar -se nos outros; de transcender. Essas 
relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo 
mundo, nisso se apoiaria o problema da religião”. (FREIRE, 1981) A religiosidade é inerente ao 
ser humano. Se não a educamos estamos empobrecendo a sua humanidade. Dessa forma, o 
ER deve criar condições para que o educando possa interpretar suas experiências religiosas, 
trazê-las ao nível consciente e, assim, gerar mudanças significativas na própria vida e nas 
relações sociorreligiosas. 
 
 
OLIVEIRA, Adalgisa A. Mundo Jovem. Ano XLI, nº 333, Fevereiro, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Hoje em dia, a lei brasileira garante o respeito a todas as religiões e culturas. Veja 
o que diz a Constituição brasileira, a lei máxima que rege nosso país, assinada em 5 de 
outubro de 1988: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de 
culto e as suas liturgias. 
Por isso, colocamos à disposição dos alunos da Rede Pública de Ensino de 
Petrópolis um livro de orientação moral e religiosa para o Ensino Religioso do 6º ao 9º 
ano. 
A forma prática que achamos oportuna foi escolher textos próprios que ajudassem 
no conhecimento e debates sobre os temas estabelecidos, seguidos de atividades e 
dinâmicas. 
A este livro denominamos: Caminho para Deus. 
É uma oportunidade para proporcionar momentos de reflexão, de busca de 
experiência espiritual que despertem maior amor a Deus e às pessoas. 
Este tempo é de formação e preparação para a escolha de uma profissão. Para 
isso, é preciso que conheçamos valores morais, éticos e religiosos para poder vivenciá-
los no dia a dia atual e no futuro. 
Este caderno estrutura-se em quatro partes, a saber: 
1) Textos e atividades que atendem aos conteúdos e objetivos do referencial 
curricular. Os textos contemplam uma variedade de gêneros, como textos 
religiosos, canções, fábulas, textos informativos, histórias em quadrinho, 
charges, tiras, tabelas e gráficos a fim de subsidiar de forma ampla o trabalho do 
professor; 
2) Exemplos de vida, que expõem a história de pessoas que se tornaram 
referências a serem seguidas por suas ações e por seus pensamentos; 
3) Atividades interdisciplinares, que promovem a articulação com as demais 
disciplinas do currículo. 
4) Textos complementares, que podem ser utilizados pelo professor, conforme o 
interesse e a necessidade da turma; 
 Sugestões de filmes, de documentários e de dinâmicas perpassam por todo o 
conteúdo do livro de modo a oferecer ao professor uma maior variedade de recursos a 
serem utilizados durante as aulas. 
 
 
 
Face à variedade de textos, atividades e recursos oferecidos, faz-se necessário um 
planejamento cuidadoso para uma utilização mais eficaz destas propostas aqui 
contempladas. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Conhecimento 
1.1 Autoconhecimento 13 
1.2 Conhecimento da realidade 18 
1.3 Conhecimento do outro 25 
 
2. A opção por Deus 
2.1 O projeto de Deus 30 
2.2 A falsa idolatria 34 
2.3 O que é religião 37 
2.4 Como surgiram as religiões 41 
2.5 Líderes religiosos 47 
 
3. Valores 52 
3.1 Solidariedade 56 
3.2 Gratidão 62 
3.3 Verdade 64 
3.4 Esperança 69 
 
Exemplos de Vida 72 
Atividades Interdisciplinares 75 
Textos Complementares 78 
Sugestões de Filmes 94 
Referências 95 
 
 
- 13 -1 – Conhecimento 
 
1.1 Autoconhecimento 
 
AUTOCONHECIMENTO 
 
Autoconhecimento é conhecer a si mesmo, as características da personalidade, os próprios 
sentimentos, inclinações, gostos, preferências, necessidades, sonhos, etc. O 
autoconhecimento é muito importante para a nossa vida. Quando nos conhecemos 
compreendemos melhor nossas próprias atitudes. Somos capazes de nos perdoar, porque 
somos capazes de reconhecer nossos erros e recomeçar. Quando compreendemos as razões 
das nossas ações é muito mais fácil mudá-las quando preciso. 
 
 
Texto 1: O leão e o mosquito 
 
Certa tarde, numa floresta distante, o rei dos animais 
ridicularizava impiedosamente um mosquito dizendo: 
- Saia de perto de mim, seu inseto imundo, excremento 
do esgoto! Bicho nojento! 
Muito irritado, o pequeno mosquito resolve declarar 
guerra ao leão: 
- Não pense você que conseguirá intimidar-me com a 
altivez de sua cabeleira e com a posição que ocupa na cadeia 
alimentar. Você está enganado! Eu não tenho medo de você, 
pois muito mais corpulento é o touro e eu o conduzo de 
acordo com a minha vontade! 
E, decidida, toma distância e num voo rápido e certeiro 
atinge o rei dos animais bem no peito. E tem início a batalha! 
O felino põe-se a rugir encolerizado, seus olhos saltam de raiva, a boca incha-se, as 
presas ficam à vista e toda a floresta se afasta e se esconde em lugar seguro. 
- 14 - 
 
 
Quem diria... e tudo por causa de um mísero inseto! Um mosquito! E o mosquito 
continuava a ofender o rei da floresta de todos os modos. Foram picadas nas costas, no 
focinho, nas patas, barriga, entrava pelas narinas deixando o leão tão desesperado que, sem 
controle, se arranhava, mordia sem parar. 
E, no máximo de sua ira, numa investida final sobre o mosquito, erra o alvo e acerta a si 
próprio, rasgando seu ventre. A fera ainda golpeia o ar e, furioso e inconformado, já exausto, 
lança-se ao chão. 
Após a batalha sangrenta, o mosquito, orgulhoso é vitorioso, sai cantando vitória... E na 
vontade de contar a novidade a todos da floresta, em voo veloz e hilariante, o mosquito é 
interceptado por uma simples e delicada teia de aranha. Apanhado, mantém-se imóvel 
esperando pela morte, fim de suas aventuras. 
Moral: É preciso acreditar em si mesmo, mas também reconhecer suas limitações e 
buscar superá-las. 
La Fontaine 
 
ATIVIDADE 
Pense nas suas limitações e crie estratégias de como superá-las: 
 
 
Texto 2: IDENTIDADE 
 
Às vezes nem eu mesmo 
sei quem sou. 
às vezes sou. 
"o meu queridinho", 
às vezes sou 
"moleque malcriado". 
Para mim 
tem vezes que eu sou rei, 
herói voador, 
cowboy, lutador, 
jogador campeão. 
às vezes sou pulga, 
sou mosca também, 
que voa e se esconde 
de medo e vergonha. 
Às vezes eu sou Hércules, 
Sansão vencedor, 
peito de aço 
goleador! 
Mas o que importa 
- 15 - 
 
 
o que pensam de mim? 
Eu sou quem sou, 
eu sou eu, 
sou assim, 
sou menino. 
Pedro Bandeira 
 
 
ATIVIDADES 
Reflita sobre as seguintes questões: 
Como eu sou? Aceito-me ou não como sou? O que posso mudar para viver melhor? O 
que os adultos pensam que sou? 
A Partir destas reflexões crie um poema com a mesma forma e estrutura do poema 
lido, tendo como título: QUEM SOU EU? 
 
 
Texto 3: Sonhar é preciso 
 
Sem sonhos, as pedras do caminho se tornam 
montanhas, os pequenos problemas ficam insuperáveis, 
as perdas são insuportáveis, as decepções se 
transformam em golpes fatais e os desafios se 
transformam em fonte de medo. 
Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos 
foram dados como compensação às dificuldades da vida. 
Mas precisamos compreender que sonhos não são 
desejos superficiais. Sonhos são bússolas do coração, 
são projetos de vida. Desejos não suportam o calor das 
dificuldades. Sonhos resistem às mais altas temperaturas 
dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo 
desaba sobre nós. 
John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca 
foram. Tem fundamento seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a 
emoção e produzem um agradável romance com a vida. Quem não vive um romance com sua 
vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros 
luxuosos, viaje de primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo. 
Precisamos perseguir nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem que 
ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas 
sejam atingidas. Não se esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar, 
- 16 - 
 
 
vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não 
ousar caminhar. 
Como disse o filósofo da música Raul Seixas: “Tenha fé em Deus, tenha fé na vida, 
tente outra vez...” Se você sonhar, poderá sacudir o mundo, pelo menos o seu mundo... 
Se você tiver de desistir de alguns sonhos, troque-os por outros. Pois a vida sem 
sonhos é um rio sem nascente, uma praia sem ondas, uma manhã sem orvalho, uma flor sem 
perfume. Sem sonhos, os ricos se deprimem, os famosos se entediam, os intelectuais se 
tornam estéreis, os livres se tornam escravos, os fortes se tornam tímidos. Sem sonhos, a 
coragem se dissipa, a inventividade se esgota, o sorriso vira um disfarce, a emoção envelhece. 
Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro 
da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe 
são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. Por isso, desejo sinceramente 
que você... 
 
Os sonhos e a juventude 
Jovens, vocês não precisarão de sonhos se optarem por gastar o dinheiro dos seus 
pais, explorá-los e achar que eles são obrigados a satisfazer seus desejos. Também não 
precisarão de sonhos para dizer que eles são chatos, caretas, ultrapassados, controladores, 
impacientes e incompreensivos. 
Mas precisarão de muitas lágrimas para garimpar o ouro que se esconde no coração de 
seus pais. Precisarão de sonhos para entender que eles não deram tudo o que vocês 
quiseram, mas deram tudo o que puderam. Precisarão dos “sonhos sábios” para entender e 
suportar os “nãos” dos seus pais, pois os “nãos” de quem os amam irão prepará-los para 
suportar um dia os “nãos” da vida. 
Precisarão de sonhos para descobrir que seus pais perderam noites de sono para que 
vocês dormissem tranquilos, derramassem lágrimas para que vocês fossem felizes, adiaram 
alguns sonhos para que vocês sonhassem. 
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o índice de desemprego entre os 
jovens é altíssimo. Muitos não terão chance no mercado competitivo e agressivo. A situação 
piora porque muitos estão despreparados para ousar, criar, empreender. Mas não tenham 
medo. Saibam que seus pais e outras pessoas apostam em vocês, apesar das suas falhas; 
acreditam em vocês, apesar dos seus defeitos. 
Por isso, agora, vocês precisam de grandiosos sonhos para enfrentar a vida de peito 
aberto, se preparar para trabalhar seus medos, vencer suas crises, superar sua passividade e 
amar os desafios. Assim, escaparão do rol dos frustrados, sairão da sombra dos seus pais e 
construirão sua própria história. 
CURY, Augusto. Nunca desista de seus sonhos. Ed. Sextante, 2004. 
NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS! 
- 17 - 
 
 
ATIVIDADE 
Responda 
Faça uma relação das coisas de que você já desistiu. Você pensaria em retomá-las? Como? 
 
MINHA BANDEIRA PESSOAL 
 
Faça um desenho de uma bandeira, no caderno, e divida-a em 6 partes 
Lembre-se que a bandeira geralmente representa um país e significa algo da história desse país. 
Nesta atividade cada um vai construir sua própria bandeira a partir das seis perguntas: 
 
1-Qual o seu maior sucesso individual? 
2- O que gostaria de mudar em você? 
3- Qual a pessoa que você mais admira? 
4- Em que atividade você se considera muito bom? 
5- O que mais valoriza na vida? 
6- Quala sua maior dificuldade? 
 
As respostas podem ser por intermédio de um desenho ou de um símbolo na área adequada. Os 
que não quiserem desenhar poderão escrever, não esqueça de colocar o número correspondente a 
pergunta. 
Pintar e enfeitar como quiser a sua bandeira. 
Compartilhar a bandeira com a turma. 
Os alunos comentam o que mais chamou a atenção de cada um em sua própria bandeira e na dos 
companheiros. Contar o que descobriu sobre si mesmo e sobre o grupo. 
 http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/minha-bandeira-pessoal 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema texto complementar: 
 
- Por que falam tanto de nós? – pág.81. 
 
 
 Sugestão de filme: Um doce olhar (1h43min) – sinopse pág.97. 
https://www.youtube.com/watch?v=h68gsvNP05M 
 
 
 
 
 
 
 
- 18 - 
 
 
1.2 Conhecimento da realidade 
 
Texto 1: A violência 
Drogas e violência são irmãs 
 
 “Os dados são assustadores: segundo dados do Ministério da Justiça, no Brasil, a cada 
13 minutos uma pessoa é assassinada; 50% dos moradores das capitais evitam sair a noite 
com medo de assaltos; o Brasil é o terceiro maior mercado de carros blindados no mundo. 
Enfim, se continuássemos nessas estatísticas, ficaríamos literalmente assustados. Surge 
então a pergunta: Qual a causa de tanta violência? É dever da sociedade e de cada um tentar 
analisar as causas mais profundas desse problema que deixa a população amedrontada e as 
instituições governamentais constantemente em pé de guerra. 
FALTAM OPORTUNIDADES 
Uma sociedade que não trabalha para eliminar as desigualdades sociais, acabará 
pagando muito caro pelas consequências dessa situação injusta. Aquela roupa da moda, o 
carro, a casa própria… tão enaltecidos pela propaganda e que muitos já possuem e usam 
normalmente, tornam-se bens praticamente proibidos por uma fatia considerável de pessoas da 
mesma sociedade que, por diversos motivos, não tem poder de compra. 
Dessa forma, o cidadão, não tendo possibilidade de obter seus direitos, tenta consegui-
los apelando à violência. O mercado das drogas emprega, atualmente, milhares de crianças e 
adolescentes, dando, embora de forma imprópria, uma esperança econômica para eles e para 
toda a família. É dinheiro fácil que chega ao bolso do traficante através do dependente químico, 
cliente fiel." 
https://portaldovoluntario.v2v.net/posts/9728 
 
ATIVIDADES 
Responda 
1. Você concorda com a afirmação: “Quem compra drogas financia a violência?” Por 
quê? Você acredita que você possa ser vítima dessa violência? 
2. O que você faria para ajudar alguém que caiu nas garras da droga? 
 
 
 
- 19 - 
 
 
Texto 2: A violência contra a mulher 
 
O que faz com que um homem reaja violentamente contra uma mulher? 
• A genética 
• O machismo 
• A educação 
• As mulheres 
• Os amigos 
• A bebida 
• O estado de ânimo do homem 
• Insegurança 
• Ciúme 
• Todas as anteriores 
• Nenhuma das anteriores 
Acho que a melhor resposta para essa pergunta é: nenhuma das anteriores. Nada 
justifica a violência que milhares de mulheres sofrem no mundo inteiro. 
Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos: 
desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima 
de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores. Esses dois últimos itens são os 
maiores aliados desse crime contra as mulheres. 
A falta de compromisso das autoridades e das próprias vítimas, o medo de denunciar, o 
desconhecimento da lei ou a total ausência de normas que punam o delito, entre outras coisas, 
são o que tornaram essa prática tão comum nas sociedades latino-americanas e em todos os 
lugares do mundo marcados por uma conduta machista. 
A violência contra a mulher se define por todo ato que possa resultar em dano ou 
sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ameaças, coação ou privação de liberdade, violência 
doméstica e qualquer outro tipo de ação, crimes passionais, exploração sexual de mulheres e 
meninas, violação, mutilação genital feminina, casamento precoce e forçado, infanticídio de 
meninas, ataques com ácido, entre outros. 
De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é 
maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos. Entre 30% e 
60% das mulheres que já tiveram um parceiro sofreram alguma vez violência física ou sexual 
por parte do companheiro, e 48% das meninas e jovens com idades entre 10 e 24 anos 
afirmam ter tido suas primeiras relações sexuais sob coação”. 
Como podemos observar, essa é uma realidade para mulheres de todo o planeta, o que 
confirma a necessidade de intervenção dos estados, das autoridades, da sociedade, da família 
e, acima de tudo, das próprias mulheres. 
Esses dados são um chamado às mulheres que vivem esta situação e às que ocupam 
cargos políticos ou posições de liderança, para que conscientizem o mundo sobre essa 
realidade. 
Este é um convite a todas as mulheres, para que superem seus medos, ergam a voz, 
superem os preconceitos e façam valer seus direitos como seres humanos. 
Se você for vítima de: 
Lesões à integridade física, emocional e sexual – o que inclui socos, empurrões, puxões de 
cabelo, beliscões, insultos, gritos, ameaças, humilhações e relações sexuais não consentidas, 
por exemplo, a primeira 
- 20 - 
 
 
Coisa que deve fazer é: 
Quebrar o silêncio e falar com alguém sobre essa situação. Esse “alguém” pode ser sua melhor 
amiga, um parente, um vizinho ou as autoridades da sua cidade. 
O silêncio é seu pior inimigo e um dos principais motivos de você estar passando por isso. 
Em caso de agressão, tente sair de perto ou fugir do agressor. Chame a polícia, vá a um 
hospital ou à casa de um amigo que possa ajudá-la. E, o mais importante, DENUNCIE. 
É preciso mudar a mentalidade de todas as mulheres. Nada justifica esses atos. Nem o álcool 
ou as drogas, nem o ciúme ou a insegurança, nem o amor ou a falta dele, nem a religião, a 
raça ou os fatores econômicos. 
Nada justifica e nenhum homem, por qualquer motivo, tem o direito de maltratar, agredir, 
ameaçar ou insultar a mulher. 
http://discoverymulher.uol.com.br/familia/atitude-e-superacao/violencia-contra-a-mulher/ 
 
ATIVIDADE 
Reflita 
Reflita e discuta sobre as questões abaixo: 
a) Menino não chora. 
b) Meninas brincam de boneca. Meninos só brincam de luta, guerrinha. 
c) Mulher deve aprender a cozinhar, lavar e passar. 
 
Texto 3: Violência na escola 
 
BULLYING 
 
Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de 
intimidar ou agredir outra pessoa. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que 
se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, 
que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor 
e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou 
capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou 
poder. 
- 21 - 
 
 
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os 
agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e 
crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) 
agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, 
ou a perda dos meios de subsistência. 
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto 
no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode 
ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não 
admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se 
negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou 
supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estãoinclusos no bullying os apelidos 
pejorativos criados para humilhar os colegas. 
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a 
violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No 
espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica 
contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando 
sentimentos de medo e ansiedade. 
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com 
sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de 
relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a 
vítima poderá tentar ou cometer suicídio. 
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, 
pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros 
tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são 
pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos 
prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar 
ajuda. 
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e 
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª 
séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo 
Horizonte e Curitiba. 
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa 
humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem 
gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no 
Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos 
consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento 
de ensino/trabalho. 
 
 
A escola é lugar de formação da ética e da moral dos alunos, professores ou demais 
funcionários. 
A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se 
manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não 
deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali 
inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários. 
- 22 - 
 
 
Porém, o que vemos são ações coercitivas, representadas pelo poder e autoritarismo 
dos professores, coordenação e direção, numa escala hierárquica, estando os alunos no meio 
dos conflitos profissionais que acabam por refletir dentro da sala de aula. 
Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a violência doméstica, os 
latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a 
credibilidade quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento 
social em iguais condições para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais. 
Nas escolas, as relações do dia a dia deveriam traduzir respeito ao próximo, através de 
atitudes que levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas, visando atingir os 
objetivos propostos no projeto político pedagógico da instituição. 
Muito se diz sobre o combate à violência, porém, levando ao pé da letra, combater 
significa guerrear, bombardear, batalhar, o que não traz um conceito correto para se revogar a 
mesma. As próprias instituições públicas se utilizam desse conceito errôneo, princípio que deve 
ser o motivador para a falta de engajamento dessas ações. 
www.brasilescola.com/educacao/escola-x-violencia.htm 
ATIVIDADE 
Fale você 
Que tipo de violência existe na sua escola? Promova uma campanha para a 
conscientização da não-violência. 
 
 
 
Texto 4: O mal se combate com violência? 
 
Muita gente tem a ideia de que é preciso combater a violência com mais violência, 
corrigir a injustiça castigando cruelmente os injustos, enfim, melhorar o mundo com armas e 
guerras, e com o poder dos mais fortes. Poucas pessoas acreditam na força do amor. 
No entanto, muitos homens e mulheres que realmente mudaram a sociedade humana 
não possuíam exércitos nem mataram ninguém. Ao contrário: alguns até morreram pela paz. 
Como eles conseguiram fazer isso em um mundo cheio de governos poderosos, armas 
potentes, dinheiro em abundância? Acontece que os governos caem, as armas envelhecem, o 
- 23 - 
 
 
dinheiro acaba... mas a fé verdadeira, o exemplo do bem, as vidas de paz nunca se apagam do 
coração humano. 
Pense no exemplo do próprio Cristo: ele não comandava exércitos, 
não era membro de nenhum governo. Mas seu amor foi tão grande, sua 
morte pelo bem da humanidade foi tão impressionante, que até passamos 
a contar o tempo, no Ocidente, em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de 
Cristo). A história ficou profundamente marcada pela sua passagem na 
Terra. 
Agora, pense no exemplo de Gandhi. Ao morrer, deixou um par 
de óculos, um par de sandálias, uma túnica, um livro e uma roca de 
tecer. Era tudo o que possuía. Mas sua ideia e sua prática da não-
violência não morreram: inspiraram o pacifista Martin Luther King e 
muitos movimentos de paz em todo o mundo. 
Essas pessoas ensinaram justamente que o maior poder do 
mundo está no amor, a maior riqueza está na capacidade de perdoar e a 
única maneira de corrigir a injustiça é sensibilizar o coração dos homens 
para a justiça e converter pessoas injustas em pessoas justas. 
Em vez de punir, é preciso educar. Antes de julgar com crueldade, 
deve-se perdoar com misericórdia. Todo ser humano tem alguma coisa 
divina dentro de si, e exemplos de amor profundo, como foram Jesus, 
Gandhi e São Francisco de Assis, podem despertar a vontade de ser bom. 
A violência para com aquele que é violento apenas desperta ainda mais 
revolta. 
Praticar não-violência não é aceitar tudo calado e deixar de 
combater o que é errado: é lutar pelo que é certo, mas com os meios da paz. É tentar acabar 
com o erro salvando a pessoa que está errada. 
Praticar não-violência é lutar ainda mais ativamente contra o mal. A não-violência é 
superior à violência. O perdão é bem mais poderoso que o castigo. 
Praticar não-violência significa sofrer conscientemente, não se submetendo à vontade 
do malfeitor, mas empenhando-se, com todo o ânimo e sem ódio, contra o tirano. Por meio da 
não-violência, um só indivíduo - Gandhi - desafiou os poderes de um império injusto e salvou 
muitas pessoas da injustiça. 
Embora no século XX tenham ocorrido muitos movimentos pela paz, tivemos também 
inúmeras e desumanas guerras, entre nações e dentro de nações. Neste início de milênio, a 
violência continua presente em todos os setores da sociedade. O caminho para a paz parece 
difícil, mas precisamos procurá-lo. 
Autor Desconhecido 
- 24 - 
 
 
ATIVIDADES 
Responda 
1. Você concorda que seja possível lutar sem violência? Por quê? 
2. Quais são as armas da violência? E quais são as “armas” da paz? 
3. Para você, o que dá mais resultado: a violência ou a paz? Por quê? 
 
Faça Você 
Sob a orientação do(a) professor(a), façam uma oração pela paz. Cada um deverá 
fazer uma reflexão íntima: Tem alguma coisa contra alguém? Consegue perdoar? O 
que pode fazer em contribuição à paz? 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema textos complementares: 
 
- Regras para se tornar humano – pág.83; 
- Os animais e a peste – pág.84. 
 
 
 Atividade interdisciplinar: Tô com fome! – pág.78. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 25 - 
 
 
1.3 Conhecimento do outro 
 
Texto 1: Amizade: sinal de vida em mim, no outro, em nós... 
 
Durante a guerra da Vietnã, uma granada explodira perto de um orfanato e muitas 
crianças ficaram feridas. Dentre elas, uma menina de aproximadamente nove anos fora levada 
às pressas ao hospital, pois perdera muito sangue e sofrera traumatismos. Foram feitos testes 
em toda a equipe médica americana,mas o tipo sanguíneo de ninguém era compatível com o 
da garota. Os médicos, tentando de toda forma salvar a menina, chamaram toda a população 
local, contaram o ocorrido entre gestos e palavras, a fim de conseguir um doador. Depois de 
um momento de silêncio, viu-se um braço levantar-se. Era um garoto de aproximadamente 12 
anos. Os médicos o levaram às pressas para o hospital, terminaram os preparativos e iniciaram 
a transfusão. 
O garoto sentiu a agulha silenciosamente, mas, passado algum tempo, deixou escapar 
um soluço e tapou o rosto com a mão. O médico perguntou se estava doendo e ele apenas 
balançou a cabeça demonstrando que não. Os soluços aumentaram e o médico, preocupado, 
chamou uma enfermeira vietnamita para tentar saber o que acontecia com o garoto. Após 
algumas palavras e carinhos, a enfermeira voltou sorrindo e disse ao médico que ele estava 
com medo. 
- Medo de quê? – perguntou o médico. 
- Medo de morrer. Ele não havia entendido o que estava acontecendo. Pensou que seu 
sangue passaria todo para a menina e que ele morreria. 
- Então, por que ele se ofereceu para a transfusão? 
- Eu lhe perguntei a mesma coisa. Ele me olhou com um brilho diferente e disse: 
- Porque ela é minha amiga. 
MIRANDA, Paula. Mundo Jovem. Julho/2002, p. 21 
- 26 - 
 
 
 
ATIVIDADE 
Responda 
Você seria capaz de renunciar algo em benefício do outro? 
 
 
Texto 2: Visita a feira de informática 
 
Pedro é um aluno novato na turma e na escola que frequenta. Ainda se adaptando e 
muito tímido só fez amizade com Victor. Depois de algumas semanas de aula, surge a 
oportunidade de uma visita/excursão a uma feira de informática que está acontecendo na 
cidade. 
O problema surge quando Pedro vê que seu único amigo, Victor, apanha um objeto 
exposto e guarda consigo. De volta à escola, parece que tudo correu da melhor maneira 
possível. Os alunos retornam para suas casas, porém, a direção da escola recebe um 
telefonema da pessoa responsável pela feira dando queixa do sumiço de um objeto. 
A professora comunica e o fato é discutido com outros educadores da escola. A 
professora, apesar de constrangida, expõe a situação à turma do dia seguinte e sugere que o 
aluno que está de posse do objeto o devolva, e nada acontecerá. Caso contrário, o objeto 
deverá ser pago aos expositores da feira e o valor rateado entre todos os alunos da turma. 
Autor Desconhecido 
 
ATIVIDADES 
Responda 
1. O que Victor deve fazer? 
2. O final desta história é assim: "Victor prefere calar-se e deixar que todos 
paguem o objeto roubado". Você percebe que Pedro ficou distante de toda a 
situação. Pedro foi realmente amigo de Victor? 
3. Qual seria a reação de um amigo verdadeiro ao se deparar com um problema ou 
uma falha do outro? 
 
Comente 
 “O tapa de um amigo é legal, mas o beijo de um falso amigo é mentiroso” Provérbios 
27, 6) 
 
 
Texto 3: Aceitando pelo o que é 
- 27 - 
 
 
 
O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: "Cachorrinhos a venda". 
Esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja 
perguntando: 
 -"Qual é o preço dos cachorrinhos?" 
O dono respondeu: 
- "Entre R$ 30,00 e R$ 50,00". 
 O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas: 
 - "Só tenho R$ 2,37... posso vê-los?". 
O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco 
cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho 
imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando. 
 - "O que aconteceu com esse cachorrinho?", perguntou. 
O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que 
tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se 
emocionou muito e exclamou: 
 - "Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!". 
 E o homem respondeu: 
- "Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de 
presente". 
O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse: 
 - "Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros 
cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês 
darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo". 
O homem respondeu: 
 - "Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de 
correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos". 
O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna 
esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou 
de novo ao homem e lhe disse: 
 - "Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém 
que o entenda". 
 O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas... sorriu e 
disse: 
 - "Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como 
você". 
Na vida não importa como és, mas importa que alguém te aprecie pelo que és, te aceite 
e te ame incondicionalmente. 
- 28 - 
 
 
Autor Desconhecido 
 
ATIVIDADES 
1. Procure, no caça-palavras, o que os cristãos devem ser para os irmãos e o mundo. 
A E D I O V I N T E R E S S E C A 
R Z V S H D E D I C A Ç Ã O X T O 
Z V S A L M O X V Z T U A P B C D 
P W N M S E R V I Ç O X Z A P M L 
X V B N K L P U Y A L E G R I A W 
F E R M E N T O W Z A M I Z A D E 
X V C B C O M P R E E N S Ã O Ç W 
D F G H T Y U N I Ã O Ç A P O Q W 
H J N M L W E R D O A Ç Ã O Q W S 
 
2. Relacione valores necessários para que possa acontecer uma amizade de verdade: 
 
3. Você já descobriu: 
a) Os dons que recebeu de Deus? Quais são? 
b) O que faz ou pretende fazer com eles? 
 
 
EM POUCAS PALAVRAS 
 
Leia e reflita sobre as citações abaixo: 
 
 
 
“Se os amigos fugirem de mim, fugirão todos os meus tesouros” 
Malba Tahan, pseudônimo de Julio César de Melo e Sousa, escritor e professor 
brasileiro. 
 
“Amigo verdadeiro é aquele que nos quer apesar de nada” 
Luís Felipe Angell, o Sofocleto, humorista peruano. 
 
O acaso nos dá parentes, mas a escolha nos dá amigos” 
Júlio Dinis, escritor português. 
 
“Amigo não é aquele que faz sorrir, e sim o que não deixa cair lágrimas.” 
Anônimo 
 
 
- 29 - 
 
 
 
 
 
Para lembrar 
 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema texto complementar: 
 
- Um amigo de verdade – pág.85. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tu te tornas eternamente responsável 
por aquilo que cativas. 
Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês 
- 30 - 
 
 
2 - A opção por Deus 
 
2.1 O projeto de Deus 
 
Texto 1: A Cruz, símbolo e sinal do amor de Cristo por nós 
 
Era professor de natação. Certa noite, não conseguia dormir. Eu morava perto do 
ginásio e como eu tinha a chave do ginásio para lá me dirigi. Fui até a piscina para nadar. Não 
acendi a luz porque conhecia bem o lugar. Lá do céu, numa noite até agradável a lua cheia 
brilhava através do teto de vidro iluminando o recinto. 
Subi a escadinha do trampolim. Fiquei fazendo exercício de respiração. Fui até a ponta. 
Abri meus braços. Fechei os olhos. Assim fiquei por uns tempos. Quando abri os olhos, reparei 
que meu corpo fazia uma grande sombra na parede em frente. Com os braços abertos, a 
silhueta de meu corpo formava uma magnífica cruz. 
Em vez de saltar, fiquei parado contemplando aquela imagem... Nesse momento pensei 
na cruz de Jesus e em seu significado. 
Relembrei minha vida. Eu era cristão, e quando criança aprendi que Jesus tinha morrido 
na cruz para nos salvar. Mas tudo isso já havia passado. Agora se colocava só como uma 
lembrança antiga embora boa. 
Não sei por quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos 
em forma de cruz. Pensando. Pensando. 
Eu não mergulhei na piscina, como fazia sempre. Afastei-me do trampolim, desci a 
escadinha. Ia embaixo mergulhar na água. Movi minha perna direita para tocar na superfícieda 
água para quebrar um pouco o frio da água. Não consegui... Desci mais. 
Também não. Só então percebi que haviam esvaziado a piscina naquela tarde. E eu nem havia 
percebido! 
Tremi todo e senti um calafrio percorrer toda a minha espinha. Meu coração começou a 
disparar em meu peito. 
Se tivesse saltado naquela noite, teria sido meu último salto. 
Voltei para casa ainda impressionado. A imagem da cruz que minha figura compôs à luz 
do luar, havia salvado minha vida. 
Fiquei muito agradecido a Deus, que por me amar permitiu que eu continuasse vivo. 
Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas meu espírito também 
precisava ser salvo. Eu que há tanto tempo estava afastado de Deus. 
Aquela noite foi o início de um retomo para a vida religiosa. 
Monsenhor Paulo Daher 
- 31 - 
 
 
ATIVIDADE 
Pesquise/entreviste 
Uma pessoa que testemunhe a presença de um sinal de Deus em sua vida: 
 
 
Texto 2: Senhor Deus, enfim, te encontro 
 
Um dia me perguntaram se em Deus eu acreditava. Eu não lhes respondi da maneira 
que eu pensava: “Entre a lua e as estrelas, num galope, num troféu, pisando nas nuvens 
brancas, eu vi Deus passar no céu...” 
 
Todo dia existe Deus num sorriso de criança, no canto dos passarinhos, num olhar, 
numa esperança... Na harmonia das cores, na natureza esquecida, na fresca aragem da brisa, 
na própria essência da vida. No regato cristalino, pequeno servo do mar, nas ondas lavando as 
praias, na clara luz do luar. 
Na escuridão do infinito, todo ponteado de estrelas, na amplidão do universo, no 
simples prazer de vê-Ias. Nos segredos desta vida, no germinar da semente, nos movimentos 
da Terra, que gira incessantemente. 
No orvalho sobre a relva, na passarada que canta, no cheiro que vem da terra e no sol 
que se levanta. Nas flores que desabrocham, perfumando a atmosfera, nas folhas novas que 
brotam, anunciando a primavera. 
Deus é a Paz, a Esperança, é o alento do aflito, é o criador do universo, da luz, do ar, 
do infinito. Deus é a justiça perfeita, que emana do coração: ao perdoar quem O ofende, ele é o 
próprio perdão. Será que você não viu o rosto calmo de Deus, no colorido mais belo dos olhos 
dos filhos seus? 
Eu sei que não me enganei em tudo que lhes dizia: Deus é a paz, é o amor, Deus é a 
eterna poesia. Deus é constante, é perene, é divino de tal sorte, que sendo a essência da vida, 
é o descanso da morte. 
Não há ida sem volta, e nem há volta sem ida. A morte não é a morte, é só a porta da 
vida. No ciclo da natureza, nesse ir e vir constante, no broto que se renova, na vida que segue 
adiante. 
- 32 - 
 
 
Em quem semeia a bondade, em quem ajuda o irmão, colhendo felicidade, cumprindo a 
sua missão. No suor de quem trabalha, no calor duro da mão, no homem que planta o trigo, no 
trigo que faz o pão. 
VOCÊ PODE SENTIR DEUS PULSAR EM SEU CORAÇÃO. 
Otávio e Roberto Barbosa 
 
 
ATIVIDADE 
Crie 
Com base no texto e no seu dia a dia, crie um acróstico com a expressão “Presença 
de Deus”: 
 
 
Texto 3: O que nos diz o livro Gênesis? 
 
 “Tal é a história da criação dos céus e da terra.” (Gn 2, 4a). O primeiro livro da Bíblia 
nos fala da origem, isto é, o início de tudo e afirma que tudo foi criado por Deus e que tudo é 
bom, pois tem sua origem em Deus: “e Deus viu que tudo era bom.” Portanto, Gênesis 1 nos 
ensina: 
1º) Que Deus ao criar não precisa de nada. Ao contrário do pedreiro, que para fazer uma casa 
precisa de areia, tijolo, cimento, etc. Deus cria por meio de sua Palavra: “E Deus disse – ‘faça-
se a luz’ – e a luz foi feita.” (1,3) Deus cria tudo a partir do nada. Deus é a origem de tudo; 
2º) “Deus viu que tudo era bom” (vers. 4. 10b. 12b. 18b. 21b. 25b.) Deus é bom, cria por amor e 
tudo o que vem de Deus é bom. A criação é boa, a natureza é boa, tudo o que existe é bom; 
3º) Somente no quarto dia é que Deus cria o sol e a lua, para presidir o dia e a noite, de modo 
que por “dia” podemos entender que Deus criou tudo em etapas. Primeiro o reino mineral, 
depois o vegetal, o animal e como parte deste, depois de uma reflexão do próprio Deus – 
“façamos o homem a nossa imagem e semelhança” – criou o homem como obra prima, a quem 
Deus confiou o cuidado e o governo de tudo e Deus observou “que tudo é muito bom.” 
 Por fim, Deus descansa da criação e confia seu cuidado ao homem. Agora depende do 
ser humano manter e fazer crescer tudo o que Deus entregou sob o seu domínio. Infelizmente, 
sabemos que o homem pecou e, com isto, não consegue corretamente governar o que Deus 
criou. 
 Assim nós devemos cuidar bem de tudo, pois tudo é dom de Deus e para o uso do ser 
humano. 
Pe. João Rosa 
 
- 33 - 
 
 
 
Teto da Capela Sistina - A Criação de Adão (Michelangelo) 
 
O propósito de Deus sobre todas as coisas 
Ao criar todas as coisas, Deus teve sempre um propósito, um objetivo. 
Conosco não é diferente! Não fomos criados por Deus para simplesmente vivermos 
da maneira como quisermos, comermos, brincarmos, estudarmos. Ele tem planos 
para cada um de nós, planos estes que cabe a nós realizarmos, segundo a Sua 
vontade. 
“Eu é que sei que pensamentos tenho de vós...” 
Você pode imaginar então que pensamentos e planos Deus tem para você? 
 
ATIVIDADES 
1. Liste, pelo menos, 5 planos de Deus para você. 
2. Divida a turma em grupos e peça que cada um elabore um cartaz sobre a criação. 
 
 
 Para lembrar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema texto complementar: 
 
- Honestidade – pág.86. 
O Bem que se faz num dia é semente para 
felicidade no dia seguinte. 
 
Dalai Lama 
- 34 - 
 
 
 
2.2 A falsa idolatria 
 
Sagrado significa santo, separado, especial. É algo ou alguém que incentiva nossa 
vida sempre para o melhor. É como um pensamento ou sentimento que nos anima a 
caminhar sempre para frente. 
 
 
Texto 1: Religião e forma de ver e viver bem 
 
Todas as religiões apresentam o lado da vida que não vemos, mas que mostram um 
Ser Superior que cuida de nós. E o percebemos em todos os momentos de nossa vida. Isto 
quando estamos ocupados com o que precisamos para manter nossa vida. Mas também em 
momentos em que olhando para dentro de nós mesmos ocupamos pensamentos e 
sentimentos em Alguém que pensa em nós e cuida de nós. 
Por outro lado, quando idolatramos ou adoramos coisas passageiras, como bens 
materiais, artistas ou modismos, desrespeitamos a santidade das coisas sagradas e violam-
se regras religiosas. 
 
A manifestação do espírito religioso 
 
A vida religiosa começa quando nós aceitamos a presença de um Ser Superior que 
quer participar de nossa vida. 
As três grandes religiões monoteístas (que acreditam num só Deus): judaísmo, 
cristianismo e islamismo, consideram sagrados e dignos de respeito alguns lugares, 
templos e pessoas. Seus seguidores se reúnem nestes lugares sagrados para suas 
celebrações religiosas, comemorando suas datas especiais. 
 
Como o Ser Superior (ou Deus) se comunica às pessoas 
 
Os judeus e cristãos encontram no livro Sagrado da Bíblia que Deus cria o ser 
humano à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). Isto significa também para as grandes 
religiões que cada pessoa é única e participa do caráter sagrado da vida divina. 
Por isso mostram o aspecto sagrado do ser humano e afirmam que todos os 
indivíduos devem ser respeitados e convivam em paz. 
Devemos respeitar as pessoas e seus direitos como seres humanos mesmo com suas 
diferenças culturais, religiosas, origem ou condição social. 
 
Vivemos entre seres humanos que merecem ser sempre respeitados 
 
 A maneira de manter nosso relacionamento com o Ser Superior está ligada, pois ao nosso 
bom relacionamento com as pessoas. Na Bíblia dos cristãos e nos livros sagrados das religiões só 
estará unido ao Ser Superior se se aceitar conviver bem com todos. 
 
 Vida humana iluminada pela presença do divino 
 
 Quem tem fé e acredita em Deus, transforma toda a sua vida. Sua maneira de viver nãodeve só ser vista pela forma como participa de celebrações religiosas (orações, cultos). Claro 
- 35 - 
 
 
para isso há lugares próprios para esses momentos. São os templos ou lugares especiais ou 
momentos (datas) para essas ações sagradas. 
 Mas a maneira de pensar, sentir e agir segue o que o espírito religioso pede de cada um. 
Se tenho fé em Deus e numa vida superior e eterna (como aceitam os cristãos) o meu dia será 
conduzido por tudo que ouço e aprendo como orientação de minha fé. Isso comigo mesmo, em 
minha família, no exercício de minha profissão e na sociedade. 
Quem tem religião e quem não tem religião deve respeitar a maneira de viver do outro. 
Respeitamos a maneira de falar das várias regiões, a maneira de vestir, os hábitos, as diferenças 
das raças e línguas. Devemos também respeitar as diferenças na fé, na vida religiosa, naquilo que 
não ofende ninguém, nem prejudica a vida dos outros. 
 
Adaptado INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004. 
 
ATIVIDADES 
Reflita 
A educadora e filósofa Tânia Zagury realizou uma pesquisa sobre a adolescência e sua 
relação com a escola, a família, a religião, o sexo, a política. Em sete capitais e nove cidades 
do interior do Brasil, fez diversas perguntas aos próprios adolescentes. 
Imagine que você foi entrevistado pelos pesquisadores de Tânia Zagury. Responda em grupo 
a cada uma das perguntas da pesquisa. 
 
 
- 36 - 
 
 
1. Discuta os resultados da pesquisa. 
2. Qual a diferença entre “ter religião” e “ser religioso”? 
Responda e justifique 
1. Pode existir uma religião que não tenha nenhuma referência ao sagrado? 
2. O ser humano pode ser considerado sagrado? 
3. Uma religião que dá mais importância aos ritos e regras do que às pessoas é uma 
verdadeira religião? 
4. Você acredita que as religiões conseguem conduzir seus seguidores para a paz? 
Por que, então, acontecem guerras, às vezes, por motivos religiosos? 
 
 
Reflita 
Imagine que líderes políticos de todo o mundo se reuniram para discutir e aprovar a 
resolução abaixo: 
“A paz é considerada efetivamente direito e dever de todas as pessoas e nações. 
Cada cidadão do mundo terá direito à paz. E os cidadãos do mundo todo terão a 
obrigação de preservá-la. 
Os governantes de cada nação jurarão esse compromisso pessoalmente diante dos 
demais cidadãos do mundo. 
As entidades internacionais, juntamente com a “Nova Organização das Nações 
Unidas pela Paz”, zelarão pelo cumprimento efetivo desta resolução”. 
 Você foi convidado para criar um símbolo para a Nova Organização das Nações 
Unidas pela Paz. Desenhe-o. 
 Você agora vai fazer parte de uma comissão responsável por tornar viável essa 
resolução. Escreva três iniciativas que os governantes devem tomar para garantir 
que a paz exista efetivamente no mundo todo. 
 
INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 37 - 
 
 
 
 
 
2.3 O que é religião 
 
Texto 1: Religião de costume ou religião de escolha? 
 
Observa-se, hoje, uma grande valorização das diferentes culturas e formas de 
manifestação do humano. Vêm se ampliando, também, o reconhecimento e o respeito pelas 
diferentes religiões e suas maneiras de vivenciarem e de se relacionarem com o Supremo e o 
Transcendente. Esse reconhecimento e valorização da diversidade religiosa têm possibilitado 
um questionamento maior em relação à liberdade religiosa e à consequente escolha. 
 
 
 
Cristianismo - Judaísmo – Hinduísmo – Islamismo - Budismo 
 
Segundo a Constituição brasileira, cada indivíduo tem direito à livre escolha de sua 
religião. Como é entendido, o respeito pela denominação religiosa e o poder religioso sobre os 
sujeitos são influências que interferem na liberdade religiosa de cada um. Esta liberdade se vê 
vinculada a uma série de preceitos e doutrinas. Muitos desses sujeitos ainda não sabem como 
lidar com isso. 
 
 
 
 
Estudos atuais sobre os fenômenos religiosos têm fortalecido o conhecimento e o 
reconhecimento das diferentes religiões. Esses estudos têm apresentado uma reflexão mais 
clara e de muito respeito para com a identidade religiosa de cada sujeito. O surgimento de 
novas religiões, o pluralismo religioso, a presença pública das religiões na sociedade vêm 
BONDADE 
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de 
sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. 
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas 
aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, 
pois o amor chega mais naturalmente ao coração 
humano do que o seu oposto. 
A bondade humana é uma chama que pode ser 
oculta, jamais extinta. 
Nelson Mandela 
 
 
- 38 - 
 
 
contribuindo para o livre arbítrio, compreendendo melhor até mesmo os que se dizem sem 
religião. 
 
Entre a herança e a liberdade 
Sabe-se que, apesar de predominar a religião de costume, no Brasil, existem religiões 
que primam pelo ato da escolha. Encontram-se, sobretudo, hoje, denominações religiosas que 
criam seus filhos em meio a uma liberdade muito tranquila, possibilitando uma escolha e opção 
desejada. Conforme Reginaldo Prandi a religião que se professa hoje já não é aquela na qual 
se nasce, mas a que se escolhe. A religião que alguém elege para si, hoje, escolhida de uma 
plural idade em permanente expansão, também não é necessariamente mais a que seguirá 
amanhã. 
Segundo o padre José Ivo Follmann, estudioso em Ciências das Religiões, existem 
quatro tipos de religião: 1) religião de herança vivida como um costume ou tradição; 2) religião 
de herança, mas assumida em seu conteúdo fundamental através de formação, escolha e 
consciência; 3) religião de herança, mas onde o sujeito vive numa atitude de abertura e busca, 
experimentando outras religiões ou mesmo escolhendo, por opção, outra; 4) sem religião de 
herança, podendo escolher, ou não, a sua religião na fase adulta. 
Muitas religiões colocam as pessoas numa espécie de "horizonte fechado" desde o 
nascimento, não possibilitando alternativas. O indivíduo é marcado pela religião de seus pais e 
deve carregá-la consigo até o fim da vida e passá-la adiante. Não fazendo isto, sente-se 
culpado e considerado infiel, pois não segue os costumes. A religião de costume tende a se 
esvaziar no seu conteúdo e, sem um bom trabalho de formação, acaba limitando a consciência 
religiosa. 
 
A função do Ensino Religioso 
Há casos em que a identidade religiosa é cultivada autenticamente desde o nascimento. 
Em algumas religiões de matrizes africanas, os conhecimentos religiosos são passados de pai 
para filho, ou seja, na gestação a criança já vai sendo preparada nas futuras obrigações e 
responsabilidades religiosas. Na religião Católica, também, os pais procuram batizar seus filhos 
logo ao nascer. Como bons religiosos, até a idade adulta são conduzidos a seguir os exemplos 
dos pais e mães. São encaminhados sob orientações e costumes religiosos gerais como: ser 
batizado, fazer primeira comunhão, receber a crisma, entre outros sacramentos. 
Observando as leis e critérios em que cada religião se fundamenta, vemos claramente 
que os sujeitos, na grande maioria, nascem num berço já determinado com uma opção 
religiosa ou por algum costume religioso. Muitos dão continuidade, mas outros, ao chegarem à 
idade adulta, preferem o ato da escolha de sua opção pessoal. Embora haja grande respeito 
pela tradição religiosa dos pais, muitos jovens e adultos deixam para trás essa herança, 
buscando outros costumes religiosos. 
O Ensino Religioso nas escolas é convocado, por lei, a exercer um papel importante em 
todo o Brasil. Hoje já há explícita mudança na maneira de ver o Ensino Religioso não mais 
restrito a uma determinada orientação religiosa, mas observa-se um grande esforço em 
apresentar e estudar a diversidade religiosa nas escolas. Este fato, sem dúvida,estará 
contribuindo com a livre escolha e o respeito por todos os costumes religiosos. 
Dessa maneira vemos a grande importância do diálogo com o diferente. O diálogo inter-
religioso é uma prática fundamental na vida de todos os sujeitos. O conhecimento sobre as 
diversas religiões e o diálogo ajuda a fortalecer a identidade religiosa, além de possibilitar 
grande estímulo para a religião de escolha. Aqueles que vivem a sua religião só por costume 
ou tradição acabam não tendo coragem de dialogar sobre a mesma, perdendo a oportunidade 
de conhecer e aprender a respeitar a dos outros. 
 
Adevanir Aparecida Pinheiro, coordenadora dos projetos no Programa Gestando O Diálogo Inter-
Religioso e o Ecumenismo, da Unisinos em São Leopoldo, RS. Mundo Jovem. Junho/2006. 
 
ATIVIDADES 
1. Em que medida a família influencia na escolha da religião? 
- 39 - 
 
 
2. A liberdade de escolha religiosa entre os jovens pode levar a uma opção de interesse e 
não de compromisso? 
3. Em que medida e em que oportunidade os jovens estão estudando e debatendo a questão 
religiosa para uma opção consciente e fundamentada? 
4. Escreva perguntas e curiosidades que você tem sobre religião: 
 
 
Texto 2: Os significados da palavra religião 
 
Retomar a ligação com Deus 
Não há acordo entre os estudiosos da religião sobre a etimologia da palavra "religião". 
Muitos afirmam que ela vem do termo latino religio, que por sua vez deriva do verbo religare. 
Neste sentido, religião é o conjunto de vínculos que nos religam a Deus. 
O ser humano, de acordo com essa concepção de religião, é alguém que se separou de 
Deus. A religião serviria para nos ligar novamente a Deus. 
 
Ler os livros divinos 
Outros estudiosos afirmam que a palavra religião deriva do verbo relegere, que significa 
"reler". Deus se manifesta à humanidade por meio da palavra. A pessoa religiosa deve ler e 
reler os textos sagrados para entender o plano de Deus e, a partir daí, reorientar sua vida. 
 
A reeleição de Deus 
Há ainda aqueles que consideram que o termo religião está relacionado a reeligere, que 
significa "reeleger". Nesta acepção, os homens e as mulheres são vistos como seres que 
sempre pecam. Mas apesar disso, depois do pecado que nos separa de Deus, queremos voltar 
a ele. Portanto, reelegemos Deus para dirigir nossa vida. 
 
Relação com Deus, a realidade suprema 
Santo Tomás de Aquino, filósofo do século XIII, resume todas essas definições na 
palavra relação. Para Santo Tomás, religião é a relação dos seres humanos com Deus. 
Uma definição bastante aceitável de religião, hoje, é: "a aceitação de uma realidade 
suprema que dá sentido a tudo, à vida, ao mundo e à história". 
A partir dessa definição é possível classificar as religiões que existem. 
 
Classificação das religiões 
É possível classificar as religiões de diversas formas. Aqui, vamos usar a mais simples, que 
divide as religiões em: 
 Literárias: baseiam-se em geral na palavra, em um texto. Essa é a forma como os 
deuses dessas religiões se revelam. 
O cristianismo, o judaísmo e o islamismo são os exemplos mais evidentes de 
religiões reveladas. A Bíblia, a Torá e o Corão são, respectivamente, seus livros 
sagrados. 
 Não-literárias:não possuem um texto com revelações e dogmas, pois baseiam-se 
sobretudo na tradição. Os deuses dessas religiões são em geral elementos da 
natureza ou do próprio cosmo. 
As crenças e preceitos das religiões não-literárias são transmitidos oralmente, de 
geração a geração. 
 
SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo: 
Scipione, 1997. 
 
Reflita 
Há um ditado popular que afirma: "Gosto e religião não se discute". 
· Converse com três pessoas e anote suas opiniões a respeito desse ditado. 
- 40 - 
 
 
· Depois, compare suas anotações com as de alguns colegas e, em grupo, elabore um texto 
sobre o assunto. 
 
Texto 3: Religiosidade e Religião 
 
Religiosidade é própria ao ser humano, isto significa que ele nasce com esta 
dimensão. 
 
A religiosidade pode ser desenvolvida de uma forma positiva a partir da 
educação ou formação do senso ético. Essa educação pode acontecer principalmente 
na família e na comunidade religiosa. Se refere a uma das forças mais profundas de 
movimentação humana e intensa busca pelo sentido de tudo que nos cerca.Trata-se de 
uma percepção e uma conexão com a Vida que procura captar, fruir e proteger tudo 
aquilo que ultrapassa a materialidade e imediaticidade do Mundo. 
Religião significa religação do ser humano consigo mesmo, com os outros, com 
a natureza, com o sagrado e com o transcendente. É a maneira concreta de vivenciar o 
sentimento religioso por meio das práticas religiosas ou espiritualidades, dos ritos ou 
cerimônias, símbolos, textos sagrados e normas éticas de conduta. 
Muitas religiões contribuem para a humanização das sociedades humanas 
quando buscam ajudar as pessoas a serem felizes e solidárias umas com as outras, 
bem como, quando promovem a defesa da vida, do bem comum, da justiça, da paz, da 
fraternidade e do respeito entre todos os povos. 
A religião faz parte da vida de muitas pessoas, sendo um valor importante para 
elas. Todas as pessoas, não importa a religião que professam, merecem nosso 
respeito e consideração. 
Adaptado de Borres Guilouski 
http://edmaatividadesbiblicas.blogspot.com/2011/03/religiosidade-e-religiao.html 
CORTELLA, Mario Sergio. Educação, Ensino Religioso e formação docente. In. SENA, 
Luzia (org.) Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em 
diálogo. São Paulo: Paulinas, 2006. 
 
ATIVIDADES 
1) O que é religião? E religiosidade? 
2) Como as religiões podem contribuir para a humanização das sociedades humanas? 
3) Você conhece ou frequenta alguma religião ou igreja? Cite um ensinamento 
importante desta religião ou igreja que ajuda as pessoas serem mais éticas: 
4) Reflita: o desamor, a intolerância e outros males estão relacionados à falta de 
religiosidade? 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema texto complementar: 
 
- O que é compaixão? – pág.87. 
 
 
 
 
 
 
- 41 - 
 
 
 
2.4 Como surgiram as religiões 
 
Texto 1: Como surgiram as religiões 
 
Não se conhece uma época ou civilização que não tenha religião. Ao longo do 
Paleolítico - período que se iniciou há dois milhões de anos e terminou há dez mil anos - o 
homem pré-histórico elaborou formas de lidar com o desconhecido que revelam que ele 
acreditava num mundo sobrenatural e em poderes mágicos. Há pelo menos duas evidências 
sobre isso: 
 A primeira são os desenhos que os primeiros humanos faziam nas cavernas, que era uma 
forma de lidar com o desconhecido. 
 A outra evidência é o sepultamento dos mortos, mais uma indicação de que a crença na 
existência de um mundo transcendental surgiu com o próprio ser humano. 
O homem de Neanderthal, há cem mil anos, também manifestava preocupação com o que 
haveria além da morte. Quando sepultavam alguém, os neandertaloides punham junto objetos 
que o morto pudesse precisar na outra vida. 
Há também algumas pinturas em pedra que expressam a preocupação do homem pré-histórico 
com o além. 
 
 
O pastoreio, a agricultura e as religiões 
As condições de vida no Neolítico, há 10 mil anos, fazem surgir dois tipos de religião: 
O primeiro é a religião dos povos pastores, que de um modo geral, acreditavam na 
existência de deuses celestes. Lá do céu os deuses-astros acompanhavam a procura e a 
localização dos pastos férteis para os animais. Escutar e interpretar os sinais do céu era vital 
para esses povos. Os sinais divinos, que passaram a ser anotados, iam se transformando num 
texto. Daí a importância da palavra, característica das religiões de origem pastoril. 
O segundo tipo de religião é a dos povos agrícolas. Eles acreditavam que os deuses 
eram a própria natureza e que os ciclos das estações e a fertilidade da terra eram 
manifestações divinas. A dependência dos fenômenos naturais fez com que valorizassem e 
transmitissemcada aprendizado sobre os desígnios da natureza. Por conta disso, a tradição se 
transformou no valor fundamental das religiões desses povos. 
Autor desconhecido 
 
ATIVIDADES 
1. Podemos afirmar que o homem pré-histórico acreditava na existência de um mundo 
transcendental? 
2. Explique como os povos pastores construíram seu sistema de crenças. 
3. Em que os povos agrícolas se basearam para expressar sua religiosidade? 
 
Texto 2: Religiões e seitas no mundo 
- 42 - 
 
 
 
Religiões existem milhares, de acordo com o seu próprio jeito de reverenciar uma 
divindade e de se posicionar no mundo, receberão nomes diferentes e seguidores próprios. 
Vejamos algumas das principais religiões e seitas no mundo: 
 
Afro-tradicionais - religião tradicional do continente africano. Tem como principal 
característica a ausência de um livro sagrado, baseando-se em mitos e rituais que são 
transmitidos oralmente. Suas crenças e costumes têm mais a ver com a experiência 
diária do que com princípios morais de salvação espiritual. Apesar de se acreditar em 
um Deus supremo, é dada uma atenção maior a espíritos secundários, principalmente 
espíritos ancestrais, líderes ligados a algum clã ou tribo. Com a colonização europeia, 
iniciada no século XVII, o contato com o islamismo e o cristianimo alterou algumas 
concepções das religiões africanas tradicionais, ocorrendo o sincretismo religioso, ou 
seja, a mistura de uma religião com outra. No Brasil as religiões afro-brasileiras 
organizaram-se nas últimas décadas do século XIX, no período final da escravidão. 
Estas formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em diferentes 
momentos históricos. Como exemplos delas, temos o candomblé e a umbanda. 
 
Budismo - religião fundada por Siddharta Gautama - o Buda - na Ásia Central, por 
volta de 563-483 a.C., surgindo a partir do hinduísmo como um caminho individual para 
a salvação. Segundo o budismo, todas as ações têm consequências, o princípio 
propulsor por trás do ciclo nascimento-morte-renascimento são os pensamentos do 
homem, suas palavras e seus atos (carma). Os ensinamentos básicos do budismo são: 
evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de 
sofrimento, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última - o 
Nirvana. 
 
Catolicismo – Desde os primórdios do cristianismo, os cristãos ocidentais eram 
chamados de católicos e os cristãos orientais de ortodoxos. Entende-se, então, que a 
Igreja Católica é o conjunto de igrejas que estão em comunhão com o Papa; e a Igreja 
Ortodoxa é o conjunto de dioceses do Oriente cujo chefe espiritual é o Patriarca 
Ecumênico de Constantinopla (título simbólico, pois as igrejas ortodoxas são 
independentes). A Igreja Católica Apostólica Romana abarca o maior número de 
cristãos no mundo e apresenta uma rígida estrutura organizacional e hierárquica. 
Possui 7 sacramentos (sinais visíveis de que Deus concede sua graça aos humanos): 
batismo, crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. 
 
Confucionismo - doutrina ética e política, fundada por Confúcio (551-479 a.C), que por 
mais de dois mil anos constituiu o sistema filosófico dominante da China. Seu 
pensamento consiste em definir as relações humanas individuais em função das 
instituições sociais, principalmente família e Estado. Na verdade, o confucionismo e o 
taoísmo tiveram predominância na educação e na vida intelectual da China, enquanto o 
budismo exerceu importante influência na vida social. 
 
 
- 43 - 
 
 
 
Espiritismo/ Kardecismo – consiste num sistema filosófico-religioso cujo eixo principal 
é a crença na reencarnação. A designação kardecismo deriva do pseudônimo Allan 
Kardec, adotado pelo teórico da doutrina espírita francesa Leon Hipolyte Denizard 
Rivail (1804-69). Graças ao mandamento do amor, os mortais podem contar, em seu 
processo de purificação e evolução, com a ajuda e as orações dos espíritos de luz já 
desencarnados, sujeitos também eles à norma ética máxima do kardecismo, a 
caridade. 
 
Protestantismo – é um dos grandes ramos do Cristianismo, surgido da Reforma 
Protestante ocorrida na Europa, no século XVI. Inicialmente, a partir da Reforma, 
surgiram as igrejas Luterana e Reformada, mas que ao longo dos tempos foi 
frutificando em novas igrejas e denominações como os batistas, metodistas, calvinistas, 
presbiterianos, pentecostais, entre outros (alguns denominados genericamente de 
evangélicos). Devido a essas divisões as formas de composição, estrutura, doutrinas, 
práticas e culto também podem diferir entre si. De forma geral, a Palavra de Deus, a 
Bíblia (organizada diferentemente da Bíblia católica), é amplamente estudada e 
seguida. 
 
Hinduísmo - religião professada pela maioria dos povos da Índia. Cultua um grande 
número de deuses e deusas e seus seguidores acreditam na reencarnação e na união 
com o Deus supremo - Brama - pela libertação espiritual. Os hinduístas têm rituais 
diários obrigatórios e também os não-obrigatórios, mas de enorme valor para eles, 
como a peregrinação a lugares sagrados: rio Ganges, por exemplo. 
 
Islamismo - religião fundada por Maomé (570-652 d.C); do islã, muçulmana. Afirma a 
existência de um único Deus - Alá - e acredita que o Cristo foi um grande profeta. 
Maomé, no entanto, não é cultuado em si mesmo nem considerado um intermediador 
entre Deus e os homens. Para os muçulmanos, sua vida é o ponto máximo da era 
profética, sendo as leis do islamismo o cumprimento das revelações anteriores feitas 
pelos profetas das religiões reveladas, como o cristianismo e o judaísmo. 
 
Judaísmo - religião do povo hebreu e a partir da qual surgiu o cristianismo. Os judeus 
esperam pela vinda de um Messias. Algumas ramificações judaicas (reformistas) 
creem, no entanto, que a era messiânica não envolva necessariamente uma pessoa, 
mas sim que se trate de um período de paz, prosperidade e justiça na humanidade. O 
livro sagrado é a Bíblia judaica, equivalente ao Antigo Testamento, porém organizada 
de forma diferente. É uma religião intimamente ligada à história. As narrativas da Bíblia 
se baseiam numa crença bem definida de que Deus fez uma aliança especial com o 
povo hebreu. 
 
Taoísmo - filosofia religiosa desenvolvida principalmente pelo filósofo Lao-tse (séc. VI 
a.C). A noção fundamental dessa doutrina é o Tao - o Caminho - princípio sintetizador 
e harmônico do Yin (feminino) e Yang (masculino). O acesso ao Caminho se dá pela 
meditação e pela prática de exercícios físicos e respiratórios. 
 
Xintoísmo – Antiga religião nacional do Japão. A partir de 500 d.C., o xintoísmo 
enfrentou dura competição com o budismo, mas as duas religiões acabaram por 
influenciar uma à outra. Não há um fundador, como em outras religiões. A essência 
desta religião são a cerimônia e o ritual, que mantêm o contato com o divino. Costuma-
se dizer que o xintoísmo possui diversos deuses ou kamis, que se manifestam sob a 
forma de árvores, montanhas, rios, animais e seres humanos. O culto aos espíritos 
- 44 - 
 
 
naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo. 4 elementos estão 
sempre presentes nas cerimônias: purificação, sacrifício, oração e refeição sagrada. 
 
 GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2000. 
 
 
 
ATIVIDADES: 
1. Quais das religiões citadas você conhece? 
2. Você gostaria de conhecer o sistema de crenças de alguma outra religião que não a sua? 
Qual? 
3. Consulte a programação da televisão em um jornal, revista ou internet. Localize os 
programas de cunho religioso das principais emissoras nacionais. Preencha um quadro com a 
emissora, programa e igreja: 
 
SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo, 
Scipione, 1997. 
Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos 
“Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, 
consciência, religião; este direito inclui a liberdade de mudar dereligião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou 
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, 
isolada ou coletivamente, em público ou em particular.” 
Segundo o artigo 5º, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a 
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias.” 
 
- 45 - 
 
 
 
Texto 3: As Principais Religiões 
 
RELIGIÕES NO MUNDO 
Ranking Geral das RELIGIÕES no mundo 
 
Cristianismo 
1º lugar: Islamismo – 1,314 bilhão de adeptos 
2º lugar: Catolicismo – 1,119 bilhão de seguidores 
3º lugar: Hinduísmo – 870,1 milhões de praticantes 
4º lugar: Sem religião – 768,6 milhões 
5º lugar: Cristianismo Independente (Pentecostais e Neopentecostais) – 426,7 milhões de fiéis 
6º lugar: Religiões Populares Chinesas (combinação de crenças taoístas, xintoístas e budistas 
com divindades locais, comum em províncias do interior da China) – 405 milhões de seguidores 
7º lugar: Budismo – 378,8 milhões de adeptos 
8º lugar: Protestantismo (Reformados e Históricos) – 358 milhões de praticantes 
9º lugar: Animismo e Xamanismo – 256,3 milhões de praticantes 
10º lugar: Cristianismo Ortodoxo – 219,5 milhões de fiéis 
11º lugar: Ateísmo – 151,6 milhões 
12º lugar: Novas religiões orientais (movimentos sincréticos, neobudistas e neoxintoístas) – 
108,1 milhões de seguidores 
13º lugar: Anglicanismo – 79,7 milhões de adeptos 
14º lugar: Cristianismo de Fronteira (Mórmons, Adventistas e Testemunhas de Jeová) – 51,9 
milhões de seguidores 
15º lugar: Siquismo (oriundo do Hinduísmo) – 25,4 milhões de adeptos 
16º lugar: Judaismo – 15,1 milhões de fiéis 
17º lugar: Crenças espíritas (religiões africanas, afro-brasileiras e espiritismo) – 13,1 milhões 
de adeptos 
18º lugar: Bahaismo (oriundo do Islamismo) – 7,6 milhões de seguidores 
19º lugar: Confucionismo (China) – 6,5 milhões de praticantes 
20º lugar: Jainismo (oriundo do Hinduísmo) – 4,6 milhões de adeptos 
21º lugar: Espiritismo Kardecista (Allan Kardec – França) – 3,7 milhões de seguidores 
22º lugar: Xintoísmo (Japão) – 2,8 milhões de praticantes 
23º lugar: Taoísmo (China) – 2,7 milhões de fiéis 
24º lugar: Zoroastrismo (surgida na antiga Pérsia) – 2,6 milhões de seguidores 
 
http://ccbnovascriaturas.forumeiro.org/ 
http://www.lideranca.org/cgi-
bin/index.cgi?action=forum&board=atualidades&op=display&num=5993 
 
 
A ideia acima não é que eu e você nos posicionemos com relação a nossa crença e 
saibamos quantos "pensam" como nós, mas sim que saibamos quantos (milhares) 
pensam de maneira diferente e que precisam ser respeitadas. 
 
"A nossa pode não ser, e com certeza não é, a única verdade." 
 Glauco Tavares 
 
As pessoas se relacionam com Deus de diversas maneiras. Essas formas de 
relacionar-se com Deus constituem as distintas religiões existentes no mundo. Algumas 
são politeístas, porque admitem a existência de vários deuses; outras são 
monoteístas, porque afirmam que só existe um Deus. As três grandes religiões 
monoteístas são: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. 
- 46 - 
 
 
 
ATIVIDADES: 
Teça comentários a respeito das seguintes assertivas: 
a) Todas as pessoas possuem uma religião. 
b) A religião colabora para que as pessoas tenham esperança e vivam na busca da 
felicidade. 
c) A diferença religiosa afasta as pessoas umas das outras. 
d) Uma religião é mais importante que a outra. 
e) Através da religião busca-se a harmonia entre os seres humanos, a sociedade e a 
natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tu te tornas eternamente responsável 
por aquilo que cativas. 
Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês 
- 47 - 
 
 
 
2.5 Líderes religiosos 
 
TEXTO 1: LÍDERES RELIGIOSOS 
 
MOISÉS foi, de acordo com a bíblia hebraica, alcorão e escrituras da fé Baha'i, um líder 
religioso, legislador e profeta, a quem a autoria da Torá é tradicionalmente atribuída. Ele é o 
profeta mais importante do judaísmo, e igualmente reconhecido pelo Cristianismo e Islamismo, 
assim como em outras religiões. É o grande libertador dos hebreus, tido por eles como seu 
principal legislador e mais importante líder religioso. A Bíblia o denomina "o homem mais 
manso da Terra" (Números 12:3). Também é considerado um grande profeta pelos 
muçulmanos. De acordo com a Bíblia e a tradição judaico-cristã, Moisés realizou diversos 
prodígios após uma Epifania. Libertou o povo judeu da escravidão no Antigo Egito, tendo 
instituído a Páscoa Judaica. Depois guiou seu povo através de um êxodo pelo deserto durante 
quarenta anos. Ainda segundo a Bíblia, recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de 
Deus, contendo os Dez Mandamentos. 
 
SIDDHARTA GAUTAMA (século VI a.C. - c.563 a.C. - c. 483 a.C.), em Kapilavastu, no sopé 
do Himalaia, território do atual Nepal. Mais conhecido como Buda, o iluminado. Filósofo, 
professor e líder espiritual, fundador do Budismo. Buda (Buddha, que significa "Desperto" , do 
radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram 
plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta 
aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de 
que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se 
consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos 
condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento. Para 
Sidarta Gautama, não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes 
também estão sujeitos ao carma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um 
exemplo, guia e mestre para os seres vivos sencientes que devem trilhar o caminho por si 
próprios. 
JESUS CRISTO - Jesus (também chamado Jesus de Nazaré) nasceu entre 7–2 a.C e morreu 
por volta de 30–33 d.C., é a figura central do cristianismo e aquele que os ensinamentos de 
maior parte das denominações cristãs, além dos judeus messiânicos, consideram ser o Filho 
de Deus. O cristianismo e o judaísmo messiânico consideram Jesus como o Messias 
aguardado no Antigo Testamento e referem-se a ele como Jesus Cristo (Yeshua 
Ha'Maschiach), um nome também usado fora do contexto cristão. Jesus foi um pregador judeu 
da Galileia, foi batizado por João Batista e crucificado por ordem do governador romano Pôncio 
Pilatos. 
ABŪ AL-QĀSIM MUḥAMMAD IBN ʿABD ALLĀH IBN ʿABD AL-MUṭṭALIB IBN HĀSHIM, 
MAIS CONHECIDO COMO MAOMÉ (Meca, ca. 6 de Abril de 570 — Medina, 8 de Junho de 
632) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais 
recente e último profeta do Deus de Abraão. Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em 
seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Nascido em 
Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas 
viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes 
perto de Meca. Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos, 
enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado 
pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse os versos enviados por Deus, e comunicou 
que Deus o havia escolhido como o último profeta enviado à humanidade. Maomé deu ouvidos 
à mensagem do anjo e, após sua morte, estes versos foram reunidos e integrados no Alcorão. 
Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já 
- 48 - 
 
 
conhecidas pelos árabes. Em vez disso, declarou que é necessária proteção a estas religiões e 
informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas 
religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos. Muitos habitantes de Meca rejeitaram a 
sua mensagem e começaram a persegui-lo,bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé 
foi obrigado a abandonar Meca, tendo se mudado para Yathrib (atual Medina).Seguiram-se uns 
anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que resultaram em geral na vitória de 
Maomé e de seus seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada 
para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente 
todo o território sob o signo de uma nova religião, o islão. 
AGENOR MIRANDA ROCHA, O PAI AGENOR, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907 — 
Rio de Janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalaô da Religião dos Orixás Candomblé. O 
Professor Agenor, como era conhecido, foi professor catedrático aposentado do Colégio Pedro 
II, nas cadeiras de matemática e latim, cantor lírico (seguindo os passos de sua mãe, o soprano 
Zulmira Miranda e babalaô adivinho na referida tradição religiosa candomblé, um dos 
ocidentais mais conhecedores da herança e da Cultura afro-brasileira, além de talvez uma das 
mais respeitadas personalidades religiosas por todas as lideranças de tradicionais terreiros do 
Brasil. Agenor Miranda também foi poeta e musicista. O filme (Brasil, 2001, 93 min.), mostra 
Pai Agenor em sua casa no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde figuram desde 
imagens de São Francisco e Buda até de Oxalá e outras divindades do candomblé. Suas 
declarações são desconcertantes. “A força do candomblé está no sangue verde das plantas e 
não no sangue vermelho dos animais”, comenta para condenar os sacrifícios em cultos. 
www.wikipedia.org 
 
ATIVIDADE: 
Pesquise sobre o líder da sua religião e compartilhe com os colegas da turma: 
 
 
Texto 2: São Francisco de Assis 
Francisco era um jovem de família rica. Ele nasceu em 1182, em Assis, na Itália, e 
faleceu no dia 4 de outubro de 1226. Era esbanjador e tinha fama de gozador. 
Em sua juventude, abraçando ideais sociais e de justiça, Francisco lutou para defender 
o seu povo e sua igreja, porém ficou doente e começou a entender o que Deus queria para sua 
vida. Francisco passou a ajudar os pobres e a viver por eles. 
Cantou louvores a Deus, agradecendo pelo Irmão Sol, pela Irmã Lua, pelas estrelas, 
pela terra, pelo vento e por todas as criaturas. 
Assim como Abraão, Francisco também teve dificuldades para seguir a sua escolha, 
mas foi firme, confiante em Deus, e só espalhou a verdade e o amor à vida. 
 
O Inventor do Presépio 
 
Foi Francisco que, nos últimos tempos de sua vida, criou a ideia do presépio para comemorar o 
nascimento de Jesus. O historiador Jacques Le Goff conta esta história: 
 
- 49 - 
 
 
O primeiro episódio é o do Natal de 1223. Francisco atende ao convite de um daqueles 
nobres que ficaram impressionados com ele, Giovanni Velita, senhor de Grécio. Vai celebrar o 
Nascimento de Cristo em meio a grutas e eremitérios no alto de uma montanha escarpada. 
Pede a um amigo da montanha para reconstituir a manjedoura de Belém, de acordo 
com a inspiração de sua imaginação poética. "Quero lembrar a criança que nasceu em Belém e 
ver com meus olhos carnais as dificuldades de sua infância pobre, como ele dormiu na 
manjedoura, e como, entre o boi e o burro, deitaram-no sobre o feno." De todas as partes, na 
noite de Natal, homens e mulheres das vizinhanças sobem a montanha de Grécio com tantas 
velas e tochas que a noite ali ficou toda iluminada. Eles cantam, a floresta carrega suas vozes, 
os rochedos as repercutem. Celebra-se a missa. O santo de Deus está perto da manjedoura, 
canta o Evangelho, prega "com sua voz veemente, com sua voz doce, com sua voz clara, com 
sua voz sonora". Anuncia as recompensas eternas. Um homem entre os assistentes tem uma 
visão: subitamente vê o menino deitado na manjedoura e Francisco se debruçar sobre ele para 
acordá-lo. Grécio se tornou uma nova Belém. 
Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro, Record, 2001. 
 
eremitérios - locais onde vivem os eremitas, que se isolam da sociedade escarpada - íngreme, difícil de 
subir 
 
 
ATIVIDADES: 
Responda 
1. Na sua opinião, por que Francisco quis construir um presépio de Natal? 
2. No texto, Jacques Le Goff diz que Grécio havia se transformado numa nova Belém. Por 
quê? 
 
Oração pela paz 
CRISTO, quero ser instrumento 
De tua paz e do teu infinito amor. 
Onde houver ódio e rancor, 
Que eu leve a concórdia, 
Que eu leve o amor! 
Onde houver ofensa que dói, 
Que eu leve o perdão. 
Onde houver a discórdia, 
Que eu leve a união e tua paz! 
 
Onde encontrar um irmão, 
A chorar de tristeza, 
Sem ter voz e nem vez, 
Quero, bem no seu coração, 
Semear alegria, para florir gratidão! 
Mestre, que eu saiba amar, 
Compreender, consolar 
E dar sem receber! 
Quero sempre mais perdoar. 
Trabalhar na conquista da vitória e da paz! 
- 50 - 
 
 
 
Escreva 
Você conhece alguma instituição ou pessoas cujas práticas lembrem a atitudes 
franciscanas? Escreva um relato contando o que você descobriu. 
 
 
Responda 
1. Por que Francisco deixou sua herança e os direitos que tinha? 
2. A família, os vizinhos e a sociedade de Assis se escandalizaram com a atitude de 
Francisco. Que atitude você acha que terão as pessoas hoje se alguém resolver 
ignorar a sociedade de consumo e se preocupar em ajudar os mais pobres? 
3. Francisco de Assis ficou na História. Ainda hoje há gente empolgada com seu 
exemplo querendo viver o ideal que ele deixou. Você poderia citar outras pessoas 
que deram um exemplo de generosidade para o bem dos irmãos? 
 
 
 Sugestão de filme: SÃO FRANCISCO DE ASSIS 
https://www.youtube.com/watch?v=9IizwRIIC3k 
 
 
Texto 3: Martin Luther King 
Martin Luther King é um exemplo de 
vida, como Gandhi e outros que tudo fizeram 
em favor do desenvolvimento intelectual, 
social, político, cultural e moral de nossa 
sociedade. 
Luther King lutou pelos direitos civis 
dos negros norte-americanos, e foi tão 
importante que ainda hoje se ouvem 
histórias a respeito dos discursos, protestos, 
gestos e manifestações feitas por esse 
grande líder negro em busca de liberdade e 
igualdade entre as pessoas. 
Entre os inúmeros prêmios que 
recebeu está o Nobel da Paz, obtido em 
1964, com apenas 35 anos de idade, 
tornando-se o mais jovem homenageado. 
Até os anos 1960, a sociedade norte-
americana tinha leis que proibiam os negros 
de frequentar os mesmos locais que os 
brancos. Esse regime de segregação racial é 
conhecido como apartheid. Sociedades 
secretas de cunho racista como a Ku Klux 
Klan advogavam a discriminação e o 
extermínio daqueles que lutavam pelos 
direitos civis e pela igualdade entre os homens. 
Apesar do apoio de vários movimentos sociais de brancos, Martin Luther King foi 
assassinado em 1968. 
- 51 - 
 
 
“Eu tenho um sonho” é, sem dúvida, o mais conhecido e importante discurso de Martin 
Luther King. Nele, o líder negro retrata sua vida e a de milhares de pessoas em busca de um 
sonho. Com a liderança de King, o sonho de liberdade ganhou um sabor de vitória. 
ATIVIDADES: 
Pense e responda 
 Martin Luther King lutava contra o preconceito racial, pela liberdade e pelo 
desenvolvimento da sociedade, pelos pobres e marginalizados. Há alguma semelhança 
entre a sua história de vida e a de Jesus? Qual? 
 Um dos mais conhecidos sermões de King começava assim: “Eu tenho um sonho...”. E 
você? Tem um sonho? Escreva sobre ele. 
 
 
CAMINHOS DO MEDO – Luther King 
 
Uma noite, lá pelos fins de janeiro, eu acabara de deitar-se depois de um dia cheio de 
trabalhos. Coretta já estava dormindo e, mal eu comecei a cochilar, o telefone tocou... Uma voz 
dizia então, cheia de ódio, quase rilhando os dentes: 
"Escuta aqui, seu negro sujo! Já te aguentamos demais: antes do fim da próxima 
semana tu vais te arrepender de ter nascido e de ter vindo aqui para Montgomery...". Eu 
desliguei o aparelho e não consegui mais dormir. 
Parecia-me que todos os temores haviam desabado sobre mim, todos. Ao mesmo 
tempo... e me esmagavam com seu peso de chumbo...Eu atingira o ponto de saturação. Levantei-me da cama e fui para a cozinha, onde me 
pus a andar de um lado para o outro... 
Depois fiz um café. A mão que segurava a xícara tremia, e senti nesse tremor um pavor 
animal que em mim surgia, bem lá no fundo de mim mesmo, como alcateia de lobos de goelas 
abertas para me devorar, avançando em câmara lenta. Então me pus a pensar como pular do 
barco, abandonar o "time", fugir daqueles lobos, sem parecer covarde... 
Foi naquele momento de exaustão, quando a coragem toda se fora, que eu decidi levar 
o meu problema a Deus, Nosso Senhor. 
Com a cabeça entre as mãos, rezei em voz alta, e a prece daquela noite continua bem 
viva em minha mente: 
"Senhor, estou tomando uma atitude em favor de uma causa justa... Mas agora, Senhor, 
estou com medo! As pessoas me buscam, procurando conforto e liderança, agora, eu me vejo 
diante delas assim cheio de medo... Se me virem assim, elas também vão perder a coragem e 
ceder! 
Cheguei ao fim de minhas forças; já nada mais me resta, e os lobos vêm aí! Cheguei ao 
ponto em que não posso enfrentar tudo sozinho". 
Foi exatamente neste momento que, de maneira luminosa, inexprimível, eu senti a 
presença do Divino! 
Jamais, em minha vida, sentira Deus assim tão perto, tão dentro de mim mesmo, como 
naquela hora de impotência. 
 
 
 Para aprofundamento do tema textos complementares: 
 
- Missionárias da Caridade – pág.89; 
 
- A responsabilidade é de todos – pág.90. 
 
 
 
- 52 - 
 
 
3 - Valores 
 
Texto 1: O que é valor 
Devemos considerar que cada um de nós é um ente no mundo em que estamos 
incluídos. Vivemos num Universo composto de elementos que não são neutros, pois 
dependemos uns dos outros. Pode-se dizer que todas as coisas e todos os seres têm uma nota 
peculiar. São elas boas ou más, feias ou belas, úteis ou inúteis, em suma, representam alguma 
coisa para nós. 
Costumamos falar em valor quando dizemos do aspecto econômico. Quando afirmamos 
por exemplo que uma televisão vale R$ 1.500,00 e um par de tênis custa R$ 200,00. 
Valorizamos as mais diferentes coisas. O nosso valorar recai sobre todos os objetos 
possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das 
nossas apreciações. Em realidade o valor serve para designar o que de qualquer modo vale 
para o homem, logo, tudo aquilo que satisfaz ao homem vale, pois é objeto de seu interesse. 
Os valores não existem por si mesmos, precisam de uma pessoa para que possa existir. 
A beleza de um quadro é um bom exemplo, uma vez que se está a observá-lo, será 
possível ver que ele possui qualidades objetivas como: a extensão, o peso e as cores. O 
quadro não pode existir sem essas qualidades. Entretanto, a beleza do quadro, embora 
objetiva, é atribuída a ele por outro subjetivamente. Numa reflexão sobre a educação não se 
pode deixar de lado o papel do “não-valor” e do “contravalor”. Considera-se por não valor aquilo 
que é indiferente, que nada representa para o sujeito por não corresponder as suas 
necessidades. 
O não-valor pode ser o resultado de uma desvalorização feita pelo homem, que retira 
um valor dando origem ao não-valor. É o caso de quem vive na Serra não apreciar um passeio 
de barco nas manhãs de boa maré. Não significa que tal distração não tenha valor. 
No processo de desvalorização o valor permanece existindo independente do sujeito. O 
homem é um ser que não pode viver em sociedade sem regras de justiça e respeito ao outro, o 
que o faz criar normas e prescrições que regulamentam o comportamento dos indivíduos. 
Quando se perde o parâmetro da moralidade, mesmo que seja em nome da modernidade, 
estamos diante da instalação de um contravalor. 
O contravalor é o que se opõe ao valor. O que visa a um objeto prejudicial. 
Um exemplo claro de contravalor é o da economia com base na degradação ambiental, 
como foi o caso da monocultura e do extrativismo do pau-brasil, que criaram grandes 
extensões de área desértica no Brasil. Sabe-se hoje que tais formas de degradação poderão 
levar o planeta Terra à extinção. Este é o caso de um contravalor vital, pois é nocivo por 
restringir a vida e a saúde de todos. 
- 53 - 
 
 
Outro exemplo de nocividade refere-se ao ato de soltar balões em festas juninas, hábito 
que se disseminou de tal forma que acabou virando tema de concursos e competições. Durante 
muito tempo isto ocorreu, até por desconhecer-se a extensão do perigo ocasionado por tal 
prática. 
A luta da educação resume-se nesse esforço contínuo para a promoção do valor e o 
combate ao contravalor. 
Anna Maria Nardi 
 
ATIVIDADES 
Escreva 
Escreva uma frase com cada par de palavras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escreva como uma pessoa deve agir em cada situação. 
 Quando outra pessoa o insulta e depois pede perdão. 
 Quando recebe o perdão de Deus. 
 
Para refletir 
 Durante esta semana, à noite, antes de dormir, dedique um tempo 
para pensar em que atitudes tem acertado e em que atitudes tem 
errado e precisa mudar. 
 Trace seus objetivos, você consigo mesmo! 
Perdão reconciliação 
Deus misericórdia Sacramento alegria 
Perdoar pedir perdão 
- 54 - 
 
 
 
 
Texto 2: Quais são os meus valores 
 
Uma primeira coisa que a gente deve levar em conta quando vai discutir valor é o que 
esta palavra pode significar. Porque, mesmo sendo uma das palavras mais usadas, quando 
você pergunta o que é um valor, poucos conseguem dizer o que é. Portanto, a primeira coisa 
que a gente precisa distinguir é que valor significa uma porção de coisas diferentes. O valor 
pode significar o econômico, que é o preço, quanto você paga por alguma coisa. 
Outro sentido, que já está mais próximo do que se vai falar aqui, é o valor natural, isto é, 
o valor que provém do fato de algo ser da natureza, de algo não ter sido feito pelos homens. 
Por exemplo, a terra, tem um valor natural, o ar, a água, que é o valor da natureza. 
E há um terceiro sentido para a palavra valor: alguma convicção profunda que está 
dentro da gente e dentro dos grupos, alguma convicção que faz com que a gente faça aquilo, e 
ache que seja bom. É exatamente o que a gente poderia dizer do valor ético, que é aquela 
atribuição que a gente dá às coisas. A gente pergunta: esta coisa é boa ou ruim? É o valor que 
está encaixado nas coisas. 
O interessante é que tudo tem valor, nesse sentido. Não há nada que seja neutro. 
Todas as ações vêm enroladas em valores, tudo o que a gente faz, no fundo, no fundo é por 
um motivo de valor. Então, o valor é aquilo que dá o impulso fundamental às nossas ações. Só 
que a gente não pára para pensar: qual é a razão daquilo que estou dizendo? Por que decidi 
fazer esse curso e não outro? Por que decidi responder dessa maneira e não de outra 
maneira? 
Mesmo quando a pessoa usa droga, ela tem algum valor, tem alguma razão para fazer 
isso. Eu busco algo que não tenho. Só que alguns acham que isso é negativo. A gente nunca 
se pergunta sobre o porquê de grande parte daquilo que fazemos. Talvez essa seja a questão 
mais séria. 
Pe. Pedrinho Guareschi. Mundo Jovem, Ano XLI, nº 333, fevereiro, 2003, p. 13 
 
- 55 - 
 
 
ATIVIDADES 
Responda 
Abaixo estão definições de oito atitudes e valores que contribuem para a 
construção de um mundo melhor. Descubra quais são eles. 
Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa: 
A ___ ___ ___ 
Capacidade de cada um se decidir ou agir segundo a própria vontade ou 
determinação: L ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ 
Harmonia. Momento em que não há guerras ou conflitos. Estado de humor de quem 
está tranquilo: P ___ ___ 
Qualidade que tem a pessoa que não desiste daquilo em que acredita: 
P ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ 
Grande conhecimento acumulado, baseado geralmente na experiência de vida: 
S ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___- 56 - 
 
 
 
3.1 Solidariedade 
 
Texto 1: A tenda fechada 
 
Contam que um velho sacerdote persa dedicara-se à vida no deserto e instituíra a custa 
de trabalho e sacrifício, num dos pontos mais áridos da região, um oásis pelo qual passavam 
caravanas cansadas e sedentas; as quais ele socorria com dedicação e cuidado. 
Certa vez, passou por ali o acompanhante de um príncipe, orgulhoso e prepotente, que 
aos gritos exigiu água e alimento para os membros de sua comitiva. Silenciosamente, o velho 
sacerdote atendeu a todos. Ao final do período de descanso, porém, eis que o príncipe se viu 
acometido de um súbito mal e tombou, desacordado. Seus auxiliares, sem conseguirem 
reanimá-lo, chamaram pelo ancião, que o recolheu em sua própria tenda e dele cuidou com 
todo o carinho. 
Passou a tarde, veio a noite e o príncipe delirava, febril, sob os cuidados incessantes do 
velho sacerdote. Dos seus lábios saíam palavras de rancor, ordens grosseiras, e expressões 
enraivecidas, nas quais exigia, sem reservas, dos médicos e de Deus, a cura para os seus 
males, que desde muito o atormentavam. 
No dia seguinte, um tanto fraco, embora com a mesma fisionomia a refletir orgulho e 
inconformação, o príncipe se preparou para partir, mas o velho, aproximando-se dele, 
convidou-o a retornar à tenda. 
Lá chegando, pacientemente o ancião tapou todas as aberturas, até que o ambiente 
ficasse em completa escuridão. 
Interrogado pelo príncipe, que já principiava a encolerizar-se, respondeu: 
- Enquanto Vossa Alteza se encontrava sob os meus cuidados, ouvi que exigíeis de 
Deus a vossa cura, como se o Supremo Pai devesse obedecer-nos em nossos caprichos. 
Vosso coração, meu príncipe, assemelha-se a esta tenda: fechada por todos os lados, escura 
por dentro, embora o sol brilhe lá fora com todo o seu esplendor. 
 E, descobrindo novamente as aberturas, continuou: 
- Vedes como a claridade penetra e varre a escuridão? Fazei o mesmo com o vosso 
coração, meu príncipe! Não sejais uma tenda fechada às luzes do Senhor. 
 Sem ter o que responder ao velho, o príncipe, envergonhado, montou e partiu. 
 
BRITO, Joaquim Torres Sousa e outros. Lendas daqui e de lá. 2. ed. 
São Paulo: Mundo moderno, 1956. 
 
 
- 57 - 
 
 
ATIVIDADE 
Responda 
O velho sacerdote socorria pessoas cansadas e sedentas. Como você pode, a 
exemplo do velho sacerdote, auxiliar pessoas necessitadas de: 
Bens materiais – 
Deus – 
 
 
Texto 2: A união faz a força 
por Eugênio Mussak | fotos André Spinola e Castro | 
produção Silvia Goichman 
A vida em sociedade fica mais fácil se entendermos que 
dependemos uns dos outros para viver melhor 
 
 
Cooperação pelo bem 
Exemplos de força retirada da união contam-se aos milhares. Um deles é uma cidade 
inteira: São Roque de Minas, uma pequena localidade da região centro-oeste de Minas Gerais, 
plantada próximo da serra da Canastra, exatamente onde nasce, tímido, o rio São Francisco. 
Localizada em uma região tradicionalmente pobre, São Roque vivia da agricultura e, 
principalmente, da produção de queijo canastra, o orgulho daqueles mineiros. A pequena 
economia era administrada pela agência da Minas Caixa, até que veio um golpe fatal: um dia o 
banco simplesmente fechou as portas, alegando falta de movimento financeiro que justificasse 
sua permanência. O impacto não poderia ser maior: não havia mais onde compensar cheques, 
receber pagamentos, aposentadorias, pagar contas, depositar poupanças. Esse fato decretou a 
morte de São Roque. 
Começou o êxodo. Todos tentavam vender suas propriedades, só que não havia para 
quem, mas mesmo assim a debandada foi grande, reduzindo a cidade quase à metade. Foi 
nessa época que um filho do lugar, chamado João Carlos Leite, que havia ido estudar 
agronomia, voltou para casa. Como tantos outros, ele parecia ter só uma alternativa: arrumar as 
malas e procurar oportunidade na cidade grande. Mas aquele jovem de 26 anos recusou-se a 
virar as costas à sua terra natal. Propôs a criação de uma cooperativa de crédito, para substituir 
o banco que se fora, no melhor estilo da união criando a força. 
Passada uma década, hoje São Roque de Minas é detentora de indicadores invejáveis 
de desenvolvimento humano, pois conseguiu uma economia estável, baseada na produção do 
queijo canastra, só que agora de forma conjunta, com os produtores colaborando uns com os 
outros, utilizando a cooperativa como o promotor de seu bem-estar. Não sentem saudades do 
banco que se foi, porque agora a cidade tem seu próprio banco, cujos donos são todos os 
- 58 - 
 
 
correntistas, ou seja, os filiados à cooperativa. A história de São Roque está contada no livro A 
Cidade Morria Devagar - O Romance de uma Cooperativa, de André Carvalho e João Leite 
(Editora Armazém de Ideias). 
Conversa de mineiro? Não. Mas, se você gosta dos causos do povo das Gerais, aqui vai 
um deles: um próspero fazendeiro lá de Minas estava gravemente enfermo. Preocupado com a 
desarmonia entre seus quatro filhos, resolveu dar-lhes uma lição. Chamou-os, mostrou-lhes um 
feixe de gravetos amarrados e disse: "Como vocês sabem, estou doente e posso morrer a 
qualquer momento. Aquele que conseguir quebrar estes gravetos só com as mãos será meu 
único herdeiro. Os filhos estranharam, mas aceitaram o desafio. Entretanto, nenhum deles 
conseguiu quebrar os gravetos. Indignados com a tarefa impossível proposta pelo pai, puseram-
se a reclamar. Foi quando o fazendeiro pediu o feixe e anunciou que ele mesmo iria quebrá-lo. 
Incrédulos, os filhos lhe alcançaram os gravetos e, atônitos, assistiram ao pai que, deitado, foi 
retirando os gravetos e quebrando-os um a um, para depois concluir: “Vocês são como este 
feixe. Enquanto estiverem unidos, sempre poderão contar com o apoio um do outro. Porém, 
separados, vocês são tão frágeis quanto cada um destes gravetos.” 
Trata-se apenas de uma fábula, como tantas outras que pregam essa mesma moral: a 
união faz a força. Mas, se abrirmos os olhos e observarmos ao nosso redor, podemos perceber 
que essa é uma das verdades menos questionáveis. 
 
Juntos, mas nem tanto 
Há outra fábula que parece mostrar o caminho das pedras. Durante a era glacial, a 
maioria dos animais não resistia à baixa temperatura que se instalara na Terra e simplesmente 
congelava e morria. Foi quando uma manada de porcos-espinhos percebeu que, para se 
manterem vivos, seus membros deveriam ficar juntos para conservar a temperatura e a vida. 
Dessa forma, o calor de um aquecia o corpo do outro, evitando desperdício térmico, 
agasalhando-se mutuamente. 
A solução parecia perfeita, entretanto um inconveniente veio para atrapalhar o plano: 
quanto mais juntos ficavam, mais aquecidos se sentiam, mas também mais se feriam com os 
espinhos uns dos outros. Magoados com as espetadas mútuas, voltaram a separar-se. 
Separados, começaram a morrer de frio. Foi então que, premidos pela necessidade do convívio, 
tiveram que aprender a coexistir. Mantiveram a ideia da aglutinação, mas agora respeitando um 
pequeno espaço entre eles, o suficiente para que seus espinhos não ferissem uns aos outros. 
O ser humano e os diferentes grupos que criou para viver, como a família, a cidade, a 
empresa, o condomínio, o clube e a própria sociedade em si, não são diferentes disso. Só 
conseguimos viver unidos, mas não sabemos muito bem como fazer isso, pois com o tempo nos 
irritamos com os espinhos - as pequenas diferenças -, que naturalmente existem. Conservar o 
pequeno espaço vital parece ser a solução. Temos que aprender com os porcos-espinhos da 
era glacial. 
- 59 - 
 
 
 
A força do conjunto 
Lembra-se da história do beija-flor que, ao presenciar um incêndio na floresta, passou a 
encher o biquinho de água para tentar apagar o fogo? Obviamente sua boa intenção não valeu 
de nada e a floresta transformou-se em um amontoado de cinzas. Não podemos deixar de 
admirar a nobreza do passarinho, sua obstinação e sua esperança,mas fica claro que seu 
esforço só teria surtido efeito se ele tivesse contado com a ajuda dos outros animais. 
As ações individuais são essenciais, mas na maior parte das vezes é necessário um 
pouco mais do que isso para que se observem os grandes resultados. Aliar-nos aos outros nos 
faz mais fortes e nos deixa mais perto da vitória. Somos frágeis demais para desdenhar o apoio 
dos outros e desprezar a força do conjunto. 
MUSSAK, Eugênio. http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/025/04.shtml 
 
 
ATIVIDADES 
1. Exemplifique uma situação que você presenciou e que a união fez a força, a 
diferença: 
2. Você já viveu algum momento em que apesar dos diferentes grupos a que 
pertence, você preferiu se distanciar das pessoas devido às diferenças existentes? 
Comente com os colegas como aconteceu: 
 
 
Texto 3: A face de Deus 
 
Havia um pequeno menino que queria se encontrar com Deus. Ele sabia que tinha um 
longo caminho pela frente. Um dia, encheu sua mochila com pasteis e guaraná e saiu para 
brincar no parque. 
Quando ele havia andado umas 3 quadras, encontrou um velhinho sentado em um 
banco da praça, olhando os pássaros. O menino sentou-se junto a ele, abriu sua mochila e ia 
tomar um gole de guaraná, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, e 
ofereceu-lhe um pastel. O velhinho, muito agradecido, aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso 
era tão incrível que o menino quis ver de novo; então ele ofereceu-lhe seu guaraná. Mais uma 
vez o velhinho sorriu ao menino. 
O menino estava tão feliz! Ficaram sentados ali sorrindo, comendo pastel e bebendo 
guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro. 
- 60 - 
 
 
Quando começou a escurecer, o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, 
mas antes de sair ele voltou-se e deu um grande abraço no velhinho. Aí o velhinho deu-lhe o 
maior sorriso que o menino já havia recebido. 
Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade 
estampada em sua face: “O que você fez hoje que te deixou tão feliz assim?” 
Ele respondeu: “Passei a tarde com Deus” - e acrescentou – “Você sabe, Ele tem o 
mais lindo sorriso que eu jamais vi?” 
Enquanto isso, o velhinho chegou em casa com o mais radiante sorriso na face, e seu 
filho perguntou: “Por onde você esteve que está tão feliz?” 
E o velhinho respondeu: “Comi pasteis e tomei guaraná no parque com Deus.” 
Antes que seu filho pudesse dizer algo, falou: 
— Você sabe que Ele é bem mais jovem do que eu pensava? 
A face de Deus está em todas as pessoas e coisas se são vistas por nós com os olhos 
do amor e do coração. 
Autor Desconhecido 
 
ATIVIDADES 
Comente o texto 
 Qual é a moral da história? 
 
Copie o quadro e complete-o. 
Toda pessoa pode fazer alguma coisa para melhorar o mundo. 
O QUE POSSO FAZER 
 
Em casa 
 
 
 
Na escola 
 
 
 
Com os amigos 
 
 
 
 
 
 
- 61 - 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema textos complementares: 
 
- As seis regras de convivência – pág.91; 
- Uma vela para Dario – pág.92. 
 
 
 Sugestão de filmes: SEMPRE AO SEU LADO (93 min) – sinopse pág.97. 
https://www.youtube.com/watch?v=3tD2sknf5oA 
 
A PEQUENA VENDEDORA DE FÓSFOROS (6’44) - sinopse pág.97. 
https://www.youtube.com/watch?v=5-sKoct6JPc 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 62 - 
 
 
3.2 Gratidão 
 
Texto 1: Palavras de gratidão 
 
O Prof. Luiz Jean Lauand, especialista em estudos sobre Santo Tomás de Aquino, 
ensina que as palavras escondem ensinamentos morais de que muitas vezes não nos damos 
conta. É que o ser humano costuma esquecer aquilo que é essencial, mas esse essencial está 
na realidade e se revela nas expressões que usamos. 
É interessante, por exemplo, a palavra "obrigado" em português. Para Santo Tomás, 
existem três níveis de gratidão e cada língua expressa a gratidão de uma forma diferente, 
mostrando um aspecto da virtude de ser grato. Em inglês, "thank" (agradecer) vem de "think" 
(pensar); da mesma forma, o alemão "danken" (agradecer) vem de "denken" (pensar). Essas 
línguas expressam o primeiro nível da gratidão. Trata-se de pensar no benfeitor, reconhecer 
que ele nos beneficiou. 
Já o italiano "grazie" e o castelhano "gracias" atingem o segundo nível de gratidão. Dar 
graças é louvar, é falar no favor recebido. Ou seja: não basta pensar no benfeitor, é preciso 
dizer o que ele fez. Assim também a expressão árabe de agradecimento "shukran", "shukran 
jazylan", que indica louvor do benfeitor e do benefício recebido. 
Mas veja que coisa incrível: é justamente a língua portuguesa, tão rica, e hoje tão 
maltratada, que atinge o nível mais profundo da gratidão. Quando dizemos "obrigado" (no caso 
das mulheres, "obrigada"), estamos reconhecendo que nos sentimos obrigados a retribuir o 
benefício recebido. 
 
Assim, o primeiro nível é reconhecer; o segundo, louvar; e o terceiro, agir em retribuição. 
 
Adaptado de: Luiz Jean Lauand. "Antropologia e formas quotidianas - a filosofia de S. Tomás de 
Aquino subjacente à nossa linguagem do dia-a-dia". http:/ /www.hottopos.com 
 
ATIVIDADES 
Escreva 
1. Crie um poema com a palavra "obrigado", começando com os seguintes versos: 
Obrigado, palavra obrigatória 
Para qualquer um que tem memória. 
Mas não basta dizer obrigado, 
É preciso sentir-se ligado. 
 
 
- 63 - 
 
 
2. Somos seres incompletos. Localize no diagrama dez coisas de que necessitamos 
para viver: 
N E C E S S I T A M O S + D E + A M O R 
F P A X Y R K V M N S T R A S D F G X N 
T V R P S K A L I M E N T O S R D T Y T 
Q R I Q Z N T R Z A S D F G A A S D F G 
A S N D E F G S A D F G X L Ú P Q R S T 
P O H R S S T N D P Q R S T D V X Z Y H 
S R O U P A H F E L N A D F E S T A S F 
G H X Z O C B L N A S D F G H I X Z V H 
L B A S R D X H Z L M O R A D I A N F T 
P C U L T U R A L T S N R S A S D F G H 
M H T X E L F T U H N D F L P K X N L F 
 
3. Complete cada frase com apenas uma palavra: 
a) Todas as coisas de que necessitamos são ___________________________. 
b) Quando são importantes para todas as pessoas, os valores são chamados 
____________________________. 
c) Quando são importantes somente para determinado grupo de pessoas, os valores 
são chamados ____________________________. 
d) Alimentos, ar e amor são exemplos de valores _________________________. 
 
4. Elabore duas listas de valores: Valores que custam dinheiro/Valores que não 
custam dinheiro. 
 
Texto 2: FILHO ÉS, PAI SERÁS; ASSIM COMO FIZERES, ASSIM ACHARÁS 
Em tempos que já lá vão, era costume, nalgumas terras, levarem os filhos os pais para 
um monte e deixarem-nos lá morrer à míngua. 
Ora, uma vez, um rapaz, seguindo aquele costume, levou o pai às costas, pô-lo no 
monte e deu-lhe uma manta para ele se resguardar do frio até morrer. 
O velho disse para o filho: 
— Trazes uma faca? 
— Trago, sim, senhor. Para que a quer? 
— Olha! Corta ao meio a manta que me dás e leva a metade para te embrulhares, 
quando o teu filho te trouxer para aqui. 
O rapaz considerou; tomou outra vez o pai as costas e voltou para casa com ele. 
Adolfo Coelho 
ATIVIDADES 
Responda 
O que levou o filho a desistir de deixar seu pai no monte? 
Que lições você pode tirar deste exemplo? 
 
 Para aprofundamento do tema texto complementar: 
- A disciplina do amor – pág.93. 
- 64 - 
 
 
 
3.3 Verdade 
 
A palavra verdade tem diferentes significados. Pesquise as diferentes definições e depois 
escreva a sua própria definição. 
 
 
 
Verdade é aquilo que está de acordo com os fatos ou a realidade com exatidão, 
autenticidade. Princípio certo e verdadeiro. Procedimento sincero, honesto, verdadeiro. 
Ser verdadeiro é estar comprometido com a verdade; é não dar espaço para a mentira, 
para a falsidade, em seu coração; é falar sempre a verdade; é não iludir ninguém, não ser 
hipócrita, não ser fingido. É ser coerente em suas ações e arcar com as consequências dos 
seus atos.Texto 1: O elogio da verdade 
 
Buda contou a seguinte história a respeito de um rei, cujos súditos viviam em disputas 
religiosas sem fim, cada qual se considerando o único representante da verdade: 
(...) O rei serviu-se de cegos para fazer uma demonstração (...). Ordenou a seus 
emissários que percorressem o reino em busca de todos os cegos de nascimento com o 
objetivo de levá-los à porta do palácio. (...) O rei então foi informado de que todos se achavam 
reunidos de acordo com seus desejos. Ele disse: "Ide e mostrai-lhes os elefantes." 
Os oficiais obedeceram sem vacilar e levaram os cegos para junto dos elefantes, 
guiando suas mãos para que pudessem tocá-los. Entre os cegos, um pegou uma perna, outro o 
couro esburacado. O que tocou a cabeça disse que era como um grande dosador de grãos. O 
que tinha tocado a presa afirmou que era como um grande chifre, e o que tocou a tromba 
respondeu: "Oh, sábio rei, o elefante é como uma grande corda grossa." 
- 65 - 
 
 
Quando todos já haviam dado suas versões, começaram a discutir entre si diante do rei, 
cada um assegurando que a verdade era tal como ele a tinha definido e não de acordo com os 
outros. 
Trecho do conto "A face do espelho", Contos budistas na China. São Paulo, Aquariana, 2003. 
ATIVIDADES 
Responda 
1. O que simbolizam o elefante e os cegos nessa história narrada por Buda? 
2. Qual é a moral, isto é, o ensinamento dessa história? 
 
 
Texto 2: Escute a outra parte 
 
Um ditado popular diz que Deus deu-nos uma boca para falar e dois ouvidos para ouvir. 
E dois olhos também. A língua é órgão-símbolo da fala, conjugada com outros elementos 
externos do aparelho fonador. Movimentada pelo nosso cérebro, é solicitado por nossa 
capacidade de conhecer ao obedecer ao nosso comando, a língua parece que não se dá bem 
com nosso ouvido. E muito menos respeita o ouvido dos outros. Quem fala muito, ouve pouco 
e entende-se menos ainda com as pessoas. 
Falar demais tem lá suas consequências fáceis de serem remediadas. Quando se trata, 
porém, de entendimento para decisões familiares, profissionais, sociais, para solução de algum 
problema, complica a vida. 
Há gente que tem ouvido e nem ouve. Ou só ouve o que lhe interessa. Fazer-se de 
surdo em questões sérias cria situações delicadas ou complicadas. A língua atinge nossos 
ouvidos com um poder fora do comum. Fala o que pensa, conversa, troca de ideias, comunica 
sentimentos, cria laços. Suplica, aconselha, corrige, convence, comanda, chama, canta, 
consola. Fere, ofende, humilha. "A palavra é de prata. O silêncio é de ouro", diziam os antigos 
filósofos gregos. 
Ouvir, não ouvir, fechar-se. Falar, calar, pensar antes de falar. Quem não pensa no que 
fala, vai falar do que não quer e se arrepender do que falou. Que órgão complicado este ouvido 
para ouvir, ligado a outro órgão inquieto e guerreiro, a língua. 
Houve e há oradores que treinam seus escritos, lendo para si mesmos em voz alta. Às 
vezes até gesticulando à moda italiana. O meio mais natural de comunicação entre as pessoas 
é o diálogo. Vale muito se precisamos falar e ouvir para conviver melhor. Há regras e 
necessidades para um bom diálogo. Ele é o fiel da balança de uma amizade segura e 
duradoura. Quem fala quer ser ouvido. Quem ouve precisa aceitar que se fale a verdade na 
sinceridade. 
Diálogo Mons. Paulo Daher 
 
- 66 - 
 
 
ATIVIDADE 
Responda 
Na sua opinião, o que é mais difícil: ouvir mais ou falar menos? 
Texto 3: O respeito à verdade 
 
Por que evitar a mentira e sempre dizer a verdade 
Não levantar falsos testemunhos nem mentir significa evitar tudo o que atenta contra a 
verdade. Por isso: 
 Não se devem dizer coisas que sabemos serem falsas ou espalhar boatos a respeito de 
pessoas e de fatos. 
 Não se deve caluniar ou prejudicar a reputação dos outros. Além de pecado, as leis 
preveem punição para os caluniadores. 
 Não se deve agir de modo a prejudicar alguém em benefício próprio. 
 Não se deve mentir sobre aquilo que fazemos ou desejamos fazer. 
 Não se deve enganar ninguém, seja com palavras seja com obras. 
A mentira sempre traz consequências graves. Ela pode inculpar um inocente, destruir a 
reputação de alguém e até mesmo desestruturar uma família. Muito mais que um erro, a 
mentira às vezes é um crime de difamação punido com leis severas. 
 
Por que dizer a verdade 
O oitavo mandamento diz que praticar e promover a verdade significa: 
 Ter consciência entre o que se pensa, o que se diz e o que se faz. 
 Cumprir as promessas feitas. 
 Não ficar calado diante das injustiças e da desonestidade. 
 Defender e promover a liberdade de expressão e o direito de estar bem informado por parte 
dos meios de comunicação e dos governos. 
 Ser digno de confiança, conservando os segredos e respeitando a palavra dada. 
 
O respeito e a busca incessante da verdade são um ato de amor ao próximo. Saber calar em 
várias situações é saber respeitar o direito à privacidade previsto na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos e nos mandamentos. 
Autor Desconhecido 
 
 
ATIVIDADES 
Responda 
1. Explique o significado dos seguintes termos: 
 Limpos de coração: 
 Hipócritas: 
 Engano: 
 Ser consequente: 
 
2. Complete as frases: 
O oitavo mandamento resume a exigência de respeitar __________________ , 
pois diz:m”não darás falso testemunho nem mentirás.” 
Nas bem-aventuranças, Jesus defende os ____________________. 
- 67 - 
 
 
Jesus foi condenado por defender ____________________ e por denunciar 
__________________. 
 
3. Assinale a resposta correta: 
Caluniar é... 
adorar e só dizer o bem. 
difamar, fazer acusações falsas contra alguém. 
abandonar, rejeitar. 
 
Honestidade é... 
uma qualidade de pessoas decentes. 
o jeito para fazer artesanato 
o nome de um grupo de homens que estudam a Bíblia. 
 
Testemunho é... 
fofoca e conversa fiada. 
um tipo de teste para vestibular. 
o que se afirma de uma pessoa ou situação; depoimento. 
 
4. Cite. 
Três exemplos do que devemos evitar 
para promover a verdade 
Três exemplos do que podemos fazer 
para promover a verdade 
 
5. Responda: 
a) Por que se silenciar diante das injustiças é atentar contra a verdade? 
b) Que consequências uma mentira pode trazer? Explique. 
c) Que responsabilidades têm os meios de comunicação a respeito do oitavo 
mandamento? 
 
 
Texto 4: O LAGO DE LEITE 
 
Em um certo lugar no Oriente, um rei resolveu criar um lago diferente para as pessoas do 
seu povoado. Ele quis criar um lago de leite, então pediu para que cada um dos residentes do 
local levasse apenas 1 copo de leite; com a cooperação de todos, o lago seria preenchido. O rei 
muito entusiasmado esperou até a manhã seguinte para ver o seu lago de leite. Mas, tal foi sua 
surpresa no outro dia, quando viu o lago cheio de água e não de leite. Em seguida, o rei 
consultou o seu conselheiro que o informou que as pessoas do povoado tiveram o mesmo 
pensamento: "No meio de tantos copos de leite se só o meu for de água ninguém vai notar. . ." 
 
 
ATIVIDADES 
Responda 
- 68 - 
 
 
1. Que valor faltou para que a ideia do rei se completasse? 
2-Se você fosse morador desse mesmo povoado teria que atitude diante do pedido 
do rei? Por quê? 
3-Quais as consequências na vida de uma pessoa que não age com a verdade? 
http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/2_0337.pdf 
SABER MAIS 
 
A palavra Verdade 
 Em hebreu, o termo emunah é usado para referir-se às pessoas dignas de confiança. 
Portanto, verdade significa também a confiança em quem cumpre o prometido. 
 
 Em grego, utiliza-se a palavra alétheia para verdade. Significa “o que não está oculto”. 
Assim, verdade é o descobrimento ou o conhecimento das coisas. 
 
 Em latim, o termo usado é veritas, que se refere à exatidão daquilo que se diz. Assim, 
verdade é veracidade, em oposição à mentira e ao engano. 
 
 
 
 
Para lembrar 
 
 
 
 
 
 Para aprofundamento do tema textos complementares:- Mentir nunca! – pág.94; 
- O pastor e o lobo – pág.96. 
 
 
 
 
 
 
 
A verdade alivia mais do que machuca. E estará 
sempre acima de qualquer falsidade como 
o óleo sobre a água. 
Miguel de Cervantes, escritor espanhol 
- 69 - 
 
 
3.4 Esperança 
 
Esperança 
A esperança é o sentimento que nos faz acreditar que é possível realizar nossos desejos e 
sonhos. Ela nos proporciona força interior, nos faz acreditar, nos impulsiona, nos faz suportar 
os problemas do dia-a-dia, pois quando temos esperança sabemos que tudo é possível de ser 
realizado, alcançado, que tudo é passageiro, que tudo tem solução, que sempre existe uma luz 
no fim do túnel, um caminho a ser explorado, algo a ser descoberto. 
A esperança nos faz levantar quando arrasados, pois sabemos que sempre podemos 
recomeçar. Ela nos faz crer que o impossível pode ser possível. 
 
Texto 1: A rosa de Hiroxima 
 
Vinícius de Moraes 
 
Pensem nas crianças 
Mudas telepáticas 
Pensem nas meninas 
Cegas inexatas 
Pensem nas mulheres 
Rotas alteradas 
Pensem nas feridas 
Como rosas cálidas 
 
Mas oh não se esqueçam 
Da rosa da rosa 
Da rosa de Hiroxima 
A rosa hereditária 
A rosa radioativa 
Estúpida e inválida 
A rosa com cirrose 
A anti-rosa atômica 
Sem cor sem perfume 
Sem rosa sem nada. 
 
 
ATIVIDADE 
Responda 
Explique como a inteligência humana é um dom de Deus e ao mesmo tempo pode se 
voltar contra a humanidade: 
 
 
 
- 70 - 
 
 
Texto 2: A maior flor do mundo 
 
(...) Na história que eu quis escrever, mas não escrevi, havia uma aldeia. 
Não se temam, porém, aqueles que fora das cidades não concebem histórias nem 
sequer infantis: o meu herói menino tem as suas aventuras aprazadas fora da sossegada terra 
onde vivem os pais, suponho que uma irmã, talvez um resto de avós, e uma parentela 
misturada de que não há notícia. 
Logo na primeira página, sai o menino pelos fundos do 
quintal, e, de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce ao rio 
e depois por ele abaixo, naquela vagarosa brincadeira que o 
tempo alto, largo e profundo da infância a todos nós permitiu... 
Em certa altura, chegou ao limite das terras até onde se 
aventurara sozinho. Dali para diante começava o planeta Marte, 
efeito literário de que ele não tem responsabilidade, mas com que 
a liberdade do autor acha poder hoje aconchegar a frase. Dali 
para diante, para o nosso menino, será só uma pergunta sem 
literatura: «Vou ou não vou?» E foi. 
O rio fazia um desvio grande, afastava-se, e de rio ele estava já um pouco farto, tanto 
que o via desde que nascera. Resolveu cortar a direito pelos campos, entre extensos olivais, 
ladeando misteriosas sebes cobertas de campainhas brancas, e outras vezes metendo por 
bosques de altos freixos onde havia clareiras macias sem rasto de gente ou bicho, e ao redor 
um silêncio que zumbia, e também um calor vegetal, um cheiro de caule sangrado de fresco 
como uma veia branca e verde. 
Ó que feliz ia o menino! Andou, andou, foram rareando as árvores, e agora havia uma 
charneca rasa, de mato ralo e seco, e no meio dela uma inóspita colina redonda como uma 
tigela voltada. 
Deu-se o menino ao trabalho de subir a encosta, e quando chegou lá acima, que viu 
ele? Nem a sorte nem a morte, nem as tábuas do destino... Era só uma flor. Mas tão caída, tão 
murcha, que o menino se achegou, de cansado. 
E como este menino era especial de história, achou que tinha de salvar a flor. Mas que 
é da água? Ali, no alto, nem pinga. Cá por baixo, só no rio, e esse que longe estava!... Não 
importa. 
Desce o menino a montanha, atravessa o mundo todo, chega ao grande rio Nilo, no 
côncavo das mãos recolhe quanto de água lá cabia. Volta o mundo a atravessar, pela vertente 
se arrasta, três gotas que lá chegaram, bebeu-as a flor sedenta. Vinte vezes cá e lá, cem mil 
viagens à Lua, o sangue nos pés descalços, mas a flor aprumada já dava cheiro no ar, e como 
se fosse um carvalho deitava sombra no chão. 
- 71 - 
 
 
O menino adormeceu debaixo da flor. Passaram as horas, e os pais, como é costume 
nestes casos, começaram a afligir-se muito. Saiu toda a família e mais vizinhos à busca do 
menino perdido. E não o acharam. Correram tudo, já em lágrimas tantas, e era quase sol-pôr 
quando levantaram os olhos e viram ao longe uma flor enorme que ninguém se lembrava que 
estivesse ali. Foram todos de carreira, subiram a colina e deram com o menino adormecido. 
Sobre ele, resguardando-o do fresco da tarde, estava uma grande pétala perfumada, com 
todas as cores do arco-íris. 
Este menino foi levado para casa, rodeado de todo o respeito, como obra de milagre. 
Quando depois passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer 
uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos. 
E essa é a moral da história. Este era o conto que eu queria contar. Tenho muita pena 
de não saber escrever histórias para crianças. Mas ao menos ficaram sabendo como a história 
seria, e poderão contá-la doutra maneira, com palavras mais simples do que as minhas, e 
talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para as crianças... 
 Quem sabe e um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas 
muito mais bonita?... 
José Saramago 
 
ATIVIDADE 
Responda 
Você já faz uma boa ação que envolve grandes esforços como o menino da história? 
Compartilhe com os colegas: 
 
 
 Para aprofundamento do tema texto complementar: 
 
- Tente outra vez – pág.96. 
 
 
 Sugestão de filme: Em busca da felicidade – Sinopse – pág.97; 
http://www.cinemenu.com.br/filmes/em-busca-da-felicidade-2006 
 
TOLERÂNCIA (6’20’’) – Sinopse – pág.97. 
https://www.youtube.com/watch?v=8DXNWa1JOdc 
 
 
 
 
 
 
- 72 - 
 
 
 
Exemplos de Vida 
Betinho: Um Exemplo na Luta pela Não-Violência 
 
 
 
Herbert de Souza, conhecido em todo o Brasil como Betinho, nasceu em 1935, na 
cidade de Bocaiúva, Minas Gerais. Iniciou diversas campanhas a favor de condições mais 
justas na sociedade. Seu trabalho diário contra a miséria e a fome foi inestimável para o povo 
brasileiro. 
 Betinho considerava deplorável a pobreza em que vive grande parte dos brasileiros. 
Essa pobreza é uma forma de violência. A violência não acontece apenas nas disputas 
armadas, mas é tudo aquilo que fazemos contra a vida de um semelhante ou contra a natureza 
à nossa volta. As atitudes violentas estão espalhadas por todo o país, seja nas grandes 
cidades, seja nas zonas rurais, e podem ser vistas em todos os lugares: na derrubada das 
matas, nas pessoas que passam fome nas ruas, na pobreza de muita gente que não tem 
sequer onde morar, na exploração de um ser humano por outro ser humano - ou, pior ainda, 
nas crianças que precisam trabalhar e não podem estudar, naquelas que ficam pelas ruas. 
Tudo isso são formas cruéis de violência. 
 Diante de todas essas situações, Betinho não ficou de braços cruzados. Ainda 
estudante, iniciou suas ações populares, sempre voltadas para a diminuição do sofrimento das 
pessoas. Mesmo enfrentando as críticas de muitos que o consideravam apenas mais um 
político interessado em cargos e poder, jamais parou de lutar. 
 Betinho não realizava campanhas somente contra a fome: desenvolveu projetos em 
favor da educação, da saúde, de mais emprego, da democracia, da ética; enfim, dedicou sua 
vida à luta pelos direitos humanos e pela não-violência. Por causa de suas ideias de mudança 
social, quando estava em vigor a ditadura militar e não havia liberdade política no Brasil, 
Betinho permaneceu exilado, isto é, precisou sair do país. 
 Betinho sofria de hemofilia, doença hereditária em que ocorrem hemorragias e não há 
adequada coagulação do sangue. Numa das transfusões de sangue de que frequentemente 
necessitava, foi contaminado pelo vírus da aids, o HIV - outra forma de violência, pois todo 
sangue utilizado em transfusões deve ser examinadoantes. Daí em diante, passou a trabalhar 
- 73 - 
 
 
com esse novo propósito: fundou a ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids), uma 
das instituições mais atuantes no movimento pelos direitos dos portadores do vírus HIV. 
Mesmo com a doença, Betinho nunca deixou de lado sua dedicação aos problemas 
sociais e políticos. Em 1992, foi um dos líderes do movimento pela ética na política, que 
resultou na saída de Fernando Collor de Mello da presidência do Brasil. Nesse mesmo ano, 
envolveu-se numa campanha pela mobilização da sociedade brasileira: a “Ação da Cidadania 
contra a Fome, a Miséria e pela Vida”. 
Betinho morreu no dia 9 de agosto de 1997, aos 61 anos, em sua casa, no Rio de 
Janeiro. Seu exemplo de dedicação constante ao ser humano deve nos servir sempre de 
inspiração. 
Autor Desconhecido 
 
 
Médico e missionário entre os pobres 
 
Luís é médico e missionário. Depois de estudar medicina no Rio Grande do Sul, mudou-
se para Uganda, na África. 
Vive em uma pequena casa de um bairro pobre de Kampala, a capital, junto a muitos 
desempregados. Há também muitas crianças órfãs e algumas delas vivem nas ruas, porque 
não há escolas suficientes para todos. 
Seu ideal é ajudar a todos os vizinhos, que, além de estarem sem trabalho, têm muitas 
doenças e dificuldades para conseguir remédios. Junto com seu companheiro, Bernardo, 
procura também conseguir alimentos para todos. 
Luís e Bernardo não se preocupam apenas com as necessidades materiais de seus 
vizinhos. Também os ajudam a superar a angústia e o desespero, procuram soluções para 
suas dificuldades e tentam colaborar em sua formação humana e religiosa, pois sabem que a 
Palavra de Deus pode ajudar as pessoas a recuperar a esperança e a melhorar as relações 
familiares e entre os vizinhos. 
Autor Desconhecido 
 
Responda 
1. Por que os missionários decidem ajudar as pessoas pobres em outros países? 
Quem eles desejam imitar? 
2. O que eles esperam receber em Pagamento por seus trabalhos? 
3. Podemos ajudar os necessitados sem ir a outros Países? 
4. Você conhece alguém que ajude os outros no lugar onde você mora? O que essa 
pessoa faz? 
 
 
 
- 74 - 
 
 
ACREDITAR SEMPRE 
 
Em 1995, a irmã missionária Teresa Bello, junto com outras seis 
colegas, foram sequestradas por guerrilheiros em Serra Leoa, um dos 
países mais pobres do mundo, situado no oeste da África. Leia o 
depoimento de irmã Teresa sobre o sequestro e a situação do país 
onde trabalham. 
 “A guerrilha na Serra Leoa ataca diretamente o povo humilde (...) 
e destrói as aldeias onde vive a população indefesa. A gente simples 
vive no terror, obrigada a mudar de um lugar para outro para fugir à 
fúria dos guerrilheiros. Quando eles não matam, destroem as colheitas 
e agem com requintes de crueldade contra os prisioneiros, amputando-
lhes as mãos ou os pés (...) 
 Nosso sequestro aconteceu na cidade de Kambia, onde morávamos, às sete da manhã. 
Entraram uns vinte guerrilheiros armados e nos mandaram sair de casa e começar a andar. Era 
25 de janeiro de 1995. (...) 
 De Kambia, onde fomos capturadas, caminhamos durante uma semana, percorrendo 
mais de 200 quilômetros. Fazia muito calor, estávamos cansadas, física e psicologicamente. 
Atravessamos muitas aldeias. (...) Os rebeldes eram muito duros conosco. Mas, assim mesmo, 
conseguimos dialogar com alguns deles (...). Eles vinham nos visitar frequentemente e quando 
nos encontravam rezando, punham-se a rezar também.” 
 
Dois meses depois, era 20 de março, irmã Teresa e suas amigas foram libertadas. 
 Esse acontecimento foi uma verdadeira graça para cada uma de nós. 
Constatamos que Deus opera de uma maneira misteriosa em situações aparentemente 
incompreensíveis. 
BELLO, Teresa. Falamos de Deus com nossos sequestradores. 
Mundo e missão, São Paulo, out. 1999. Disponível em: www.pime.org.br 
 
SERRA LEOA 
-SUPERFÍCIE: 72.000 km2 
-POPULAÇÃO: 4,5 milhões de hab. 
-CAPITAL: Freetown 
-RELIGIÕES: Islamismo: 60%; Animismo: 30%; Cristianismo: 10% 
-RENDA PER CAPITA: US$180 
-EXPECTATIVA DE VIDA: a mais baixa do mundo: 
Homens: 44 anos 
Mulheres: 50 anos 
ANALFABETISMO: entre os mais altos do mundo: 69%. Já não se fala de Terceiro Mundo, mas 
de Quarto Mundo. Desde 1990, uma série de golpe de estado sacudiu a vida política do país. A 
guerrilha, que continua até hoje, deixou milhares de mortos e mutilados e centenas de milhares 
de refugiados. Forças ocultas estão lutando pela posse das ricas minas de diamantes que o 
país possui. 
 
Reflita sobre o texto 
Por que podemos dizer que irmã Teresa e suas colegas deram testemunho de fé? 
 
 
 
 
 
 
- 75 - 
 
 
Atividades Interdisciplinares 
 
 
 
 
 
A peça “Tô com fome” retrata a realidade brasileira de muitas famílias que 
travam uma batalha diária para terem o que comer. 
Neste contexto é que encontra sentido o programa “Fome Zero”. Alegra-nos 
saber que o número de iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil e pelas 
comunidades religiosas tem aumentado. 
Isso mostra que a população, quando motivada e organizada, não se omite em 
contribuir na solução deste enorme problema. Nesta peça teatral, juntemo-nos ao 
Chicó e gritemos. 
Os atores entram cantando e formam uma roda. Inicia-se uma música apropriada. 
ARAUTO 1: Vejo no mundo a cara da fome. Sim, vejo-a na minha rua, no meu 
bairro, no meu estado... no meu país. 
TODOS: (os que estão no palco) Fome? 
ARAUTO 1: Sim, vejo fome. Inacreditável, não é? 
ARAUTO 2: Atenção, atenção meninada e adultos desta linda baixada, vamos 
mostrar para essa gente, gente que não sabe de nada, que não quer ver nada, quanta 
gente está passando mal, porque o emprego sumiu, o salário diminuiu e, ninguém 
estranha, a fome explodiu! Entram um a um na roda, enquanto uma criança pede. 
CRIANÇA: Ei, seu Manoel, me dá um pastel. 
MANOEL: Cai fora menino! 
CRIANÇA: Ei, seu Machado, me dá um trocado. 
MACHADO: Cai fora menino! 
CRIANÇA: Ei, dona Chica, me dá uma canjica. 
CHICA: Cai fora menino! 
Peça Teatral: Tô com 
fome! 
- 76 - 
 
 
CRIANÇA: Ei, pessoal, me dá um mingau. 
TODOS: Cai fora menino! 
CRIANÇA: Cai fora pra onde? Nem força mais tenho para andar! 
Música. Entram Manoel e Machado dentro da roda e começam o diálogo. 
MACHADO: É Manoel, o negócio está difícil: o lucro da empresa não dá mais para 
suprir as nossas necessidades. Acredite, estamos praticamente falidos e vou ser 
obrigado a reduzir o número de funcionários da empresa. Infelizmente você é um 
deles. É que você tem poucos anos de estudo! 
MANOEL: Justamente eu Machado? Eu que tenho uma família para sustentar: 
filhos, esposa, sogra e até os cunhados sanguessugas?! 
MACHADO: Lamento muito Manoel, mas não posso lhe ajudar. Infelizmente, muitos 
outros terão que perder o emprego! Mas não se preocupe (um tapinha nas costas), 
quando as coisas melhorarem, o chamarei de volta. Sai Machado e fica Manoel. 
Enquanto isso, as pessoas passam e ele fala. 
MANOEL: Por favor, me ajude! 
CHICA: Vai trabalhar vagabundo! 
MANOEL: Ei, você, me dá uma ajuda? 
MADONA: Vai trabalhar vagabundo! 
MANOEL: Moço, estou precisando da sua ajuda! 
MACHADO: Vai trabalhar vagabundo! 
MANOEL: Pessoal, preciso de um... 
TODOS: Vai trabalhar vagabundo! 
MANOEL: Trabalhar aonde: em todo lugar que eu vou ninguém me acolhe! Infeliz de 
mim: Agora virei até vagabundo! 
Todos começam a rodar em círculo cantando repetidas vezes: 
“Criança que não come, passa mal, passa mal, passa mal” (melodia da canção: “Quem 
tem medo do lobo mal”). O menino começa a se sentir mal. 
MENINO: Tô com fome; tô passando mal...! Me dá um trocado pra tomar um 
mingau? 
Cantam novamente: “Família que não come, passa mal, passa mal, passa mal...”. 
Manoel começa a andar sem direção passando mal. 
MANOEL: Tô sem dinheiro, desempregado, eu e minha família estamos com fome! 
Me dá um trocado pra eu comprar feijão? 
ARAUTO: E você? (perguntado para a plateia) já passou fome, ou... alguém de vocêsainda está passando? Alguém já sentiu doer dentro de suas entranhas essa dor 
corrosiva? Eh, minha gente, por causa da desigualdade e da ganância ela fere 
inúmeras pessoas no mundo todo! E o pior é que, por causa dela, sim, por causa da 
fome muitos entram no mundo do crime! Entra Madona gritando. 
MADONA: Socorro, socorro... fui assaltada! Socorro, alguém me ajude... Levaram 
todo meu dinheiro... Foi horrível, aquele homem com aquela arma na minha cabeça! O 
que vai ser de nós neste país?! 
Entra Chica gritando. 
- 77 - 
 
 
CHICA: Pega ladrão, pega ladrão! Aquele moleque levou minha bolsa com todos os 
meus documentos. 
ARAUTO 1: É, meus irmãos, o único jeito de quem está desempregado, sem 
dinheiro, com fome e sem esperança, é partir para o crime! 
ARAUTO 2: Agora, todo mundo se pergunta: 
TODOS: O que haveremos de fazer? 
Em forma de jogral. 
PESSOA 1: Você tem fome de quê? 
PESSOA 2: Tenho fome de justiça. E você, tem fome de quê? 
PESSOA 3: Fome de dignidade, salário justo! E você tem fome de quê? 
PESSOA 4: A minha fome? É lutar por um país melhor, onde todos possam comer 
três vezes ao dia... 
PESSOA 1: Onde pais e mães consigam alimentar seus filhos com dignidade. 
PESSOA 3: Tenham certeza: ser formos mais solidários com os que precisam, 
juntos venceremos! 
PESSOA 2: Chega de fome! 
PESSOA 4: Espere aí, ainda há uma pergunta: 
Todos os atores se reúnem e juntos olhando para a plateia perguntam: 
TODOS: E vocês, têm fome de quê? 
Termine-se com uma canção conhecida que esteja de acordo com o tema. 
Francisco Cruz de Souza 
HTTP://www.pime.org.br/missaojovem/mjcelebracaodia2.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 78 - 
 
 
Textos Complementares 
 
1. Conhecimento 
1.1 Autoconhecimento 
Jovens: Por que falam tanto de nós? 
 
 
No dia 19 de setembro, comemoramos o dia desta galera pra lá de especial. Chegam 
a ser 15% da população brasileira. Fazem diferença na hora das decisões familiares, nas 
tendências da moda, dos contrastes culturais e do futuro da sociedade. 
É a idade “do já e do ainda não” 
Quando usamos esta expressão, queremos mostrar o quanto é bonita esta fase do 
amadurecimento. Deixam a infância para serem adultos, autônomos, responsáveis... Só que 
ainda não são, pois estão nesta transição “barulhenta”. 
É a fase do “já e do ainda não”. Já não são mais crianças, mas ainda não são adultos. 
Os educadores, contudo, não consideram a adolescência como puramente uma transição da 
infância para a juventude, mas uma fase específica que deve ser vivida intensamente como as 
outras. 
Não são adolescentes, são aborrescentes 
A complexidade desta fase revela um conflito de gerações. 
O resultado é: de um lado adultos insatisfeitos com as atitudes dos 
adolescentes, e do outro, adolescentes aborrecidos com a falta de 
compreensão dos adultos. O adolescente parece nunca estar 
satisfeito com a liberdade que a escola, a família e até os amigos 
lhe dão. Este comportamento de insatisfação com o mundo que o 
rodeia se apresenta aos adultos como rebeldia, como desejo de 
sempre estar contrariando o que está estabelecido. 
É uma pena que as escolas e as famílias não tenham 
aprendido ainda a aproveitar esta característica dos adolescentes 
para um crescimento mútuo. Esta insatisfação é a mola propulsora necessária para uma 
sociedade não ficar parada no tempo. Bem dosada e equilibrada, esta deveria ser uma 
característica de todas as pessoas, mesmo que fôssemos chamados de “adultos-
aborrescentes”. 
- 79 - 
 
 
É a fase mais difícil 
Quando nos fixamos nas dificuldades que os adolescentes encontram nesta fase, é 
quase impossível não afirmar que é a fase mais difícil. Mas não podemos prender nossa 
atenção numa ou noutra situação simplesmente, pois desta forma não haveria fase que não 
fosse difícil. Cada etapa da vida traz suas alegrias e tristezas, suas dificuldades e facilidades. A 
adolescência pode ser uma fase difícil, mas também é uma fase alegre, diferente, cheia de 
vida, de sentimentos e de coragem. 
 
As drogas são um perigo para os adolescentes 
Pais e educadores preocupam-se muito com a droga na vida destes desbravadores que 
começam a sair de casa e iniciam um novo círculo de amizades. A preocupação é válida, 
porém não podemos cair na ingenuidade e achar que esta é uma característica própria dos 
adolescentes. A juventude também corre sério risco. Se pensarmos assim, estaremos 
subestimando a maturidade, que, embora parcial, está presente em muitos dos adolescentes. 
É uma fase violenta! 
Longe de justificar comportamentos violentos por parte de alguns adolescentes, 
queremos amenizar o impacto desta afirmação. A adolescência é um período em que o ser 
humano é mais ativo, mais cheio de energia, topa tudo e, muitas vezes, sem ter a clareza das 
consequências disso. 
Agora pensemos: uma criança que desde os 4 ou 5 anos já fica diariamente horas na 
frente do vídeo-game, brincando com jogos de lutas e guerras, assiste a filmes com conteúdos 
violentos, presencia programas jornalísticos que apelam para mostrar a realidade violenta nua 
e crua, em muitos casos presencia brigas dos pais, familiares e vizinhos. 
Embora já existam iniciativas que refletem o conteúdo transmitido pela mídia, inclusive 
por parte dos próprios adolescentes, é preciso também que os pais, em casa, sejam os 
responsáveis pelo “controle remoto”. 
Missão Jovem. Por que falam tanto de nós?: pág. n.º 5 - n.º 193 - mês de Setembro - Ano 2004 
 
 
http://www.quadrinho.com/chantal/tiras 
- 80 - 
 
 
ATIVIDADES 
Responda 
1. Quais são as acusações que adolescentes e adultos lançam uns para os outros? 
2. Como conciliar a energia dos adolescentes com os limites que se fazem 
necessários nesta fase? 
3. Reflita sobre o relacionamento com seus pais. O que você deve mudar? E eles? 
 
 
1.2 Conhecendo a realidade 
 
Regras para se tornar humano 
 
 
 
1 - Você receberá um corpo. Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo. 
2 - Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal de tempo integral 
chamada vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou 
considerá-las idiotas e irrelevantes. 
3 - Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de ensaio e erro, de 
experimentação. 
Os experimentos "malsucedidos" são parte do processo, assim como os experimentos que, em 
última análise, funcionam. 
4 - Cada lição é repetida até ser aprendida. Ela será apresentada a você sob várias formas. 
Quando você a tiver aprendido, poderá passar para a próxima. 
5 - Aprender lições é uma tarefa sem fim. Não há nenhuma parte da vida que não contenha 
lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas. 
6 - "Lá" só será melhor que "Aqui"... Quando o seu "Lá" se tornar um "Aqui", você 
simplesmente terá um outro "Lá", que novamente parecerá melhor que "Aqui". 
7 - Os outros são apenas espelhos. Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra 
pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo. 
- 81 - 
 
 
8 - O que você faz de sua vida é problema seu. Você tem todas as ferramentas e recursos de 
que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua. 
9 – As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Você só precisa olhar, ouvir e 
confiar. 
10 – Você se esquecerá de tudo isso... e, ainda assim, você se lembrará. 
 
Autor Desconhecido 
 
ATIVIDADE 
Responda 
Comente sobre algo que aprendeu na realidade em que você vive e que modificou o 
seu comportamento: 
 
 
OS ANIMAIS E A PESTE 
Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, apreensivo, consultou um mono 
de barbas brancas. 
— Esta peste é um castigo do céu - respondeu o mono - e o remédio é aplacarmos a 
cólera divina sacrificando aos deuses um de nós. 
— Qual? - perguntou o leão. 
— O mais carregado de crimes. 
O leão fechou os olhos,concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos 
reunidos em redor: 
— Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes 
crimes, matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-
me, pois, para o sacrifício necessário ao bem comum. 
A raposa adiantou-se e disse: 
— Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que 
Vossa Majestade alegou constitui crime. Matar veados - desprezíveis criaturas; devorar 
ovelhas - mesquinho bicho de nenhuma importância; trucidar pastores - raça vil, merecedora 
de extermínio! Nada disso é crime. São coisas até que muito honram o nosso virtuosíssimo rei 
leão. 
Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora - e o leão foi posto de 
lado como impróprio para o sacrifício. 
Apresentou-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se ele de mil crimes, mas 
a raposa prova que também o tigre era um anjo de inocência. 
E o mesmo aconteceu com todas as outras feras. 
Nisto chega a vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz: 
— A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve na horta do senhor 
vigário. 
Os animais entreolhavam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra: 
— Eis, amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil 
prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra, porque 
não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário. 
Toda a bicharia concordou e o triste burro foi unanimemente eleito para o sacrifício. 
Aos poderosos tudo se desculpa; aos miseráveis nada se perdoa. 
Monteiro Lobato 
- 82 - 
 
 
1.3 Conhecimento do outro 
 
Um amigo de verdade 
 
Há muitas coisas que podem ser ditas a respeito da amizade verdadeira. Amigo é 
aquele que se preocupa com a felicidade do outro, com sua saúde, com sua realização. Amigo 
é aquele que nunca trai a confiança, sempre está por perto, na alegria e na dor. 
O amigo não conta fofoca a respeito do amigo; não sente inveja se o outro ganhou, 
comprou ou conseguiu alguma coisa que ele não tem; não guarda mágoa. O amigo alegra-se 
conosco, sofre conosco e sabe perdoar. 
 Amigo não é só companhia para a diversão. Às vezes, as pessoas confundem as 
coisas, achando que amigos são aqueles que com elas saem para passear e se divertir. Mas, 
quando chega a hora de uma necessidade, a gente vê que nem sempre os companheiros de 
farra são os que estão ao nosso lado. Será que amigos são só pessoas da mesma idade, que 
se encontram entre colegas de estudo, de trabalho, de diversão? Não só. Pais, irmãos, avós, 
professores podem ser grandes amigos. Geralmente, acha-se que amigo é uma coisa, família é 
outra. Não é verdade. 
Uma das maiores felicidades é quando conseguimos ter amizade íntima com as 
pessoas com quem vivemos todos os dias: significa ter confiança para trocar confidências 
dentro da própria família e conversar sobre os assuntos que nos afligem ou nos alegram. Isso 
depende muito da atitude que os mais velhos têm. Se eles só sabem gritar ou punir, fica difícil o 
filho ou o aluno se abrir e confiar. Mas o adolescente e o jovem também podem tentar um 
diálogo amistoso para criar uma relação de confiança e carinho. 
 Também acontece de alguém procurar companhias apenas para apoiar suas fraquezas. 
Há gente que acha que só é amigo quem concorda com tudo. Quem quer amigos assim não 
quer amizade, quer bajulação. Amigos podem e devem dar bons conselhos, quando preciso, e 
ficar preocupados quando o outro está enveredando por um caminho errado. Por isso, às 
vezes, alguns jovens não gostam de ter amizade com os mais velhos, pois sabem que 
receberão conselhos que, às vezes, não querem ouvir. 
 Uma pergunta surge no coração das pessoas: a amizade um dia acaba? Quem já foi 
nosso verdadeiro amigo, um dia poderá deixar de ser? Amizade verdadeira nunca acaba, pois 
- 83 - 
 
 
não deixamos de gostar de alguém. Se acabar, é porque não era amizade. Se alguém trair, 
ferir, desrespeitar gravemente um amigo é porque nunca foi amigo de fato. 
 Os caminhos da vida é que podem afastar os amigos. Mudanças de cidade, de país, de 
rumos profissionais, questões familiares, a correria do mundo contemporâneo - tudo isso pode 
distanciar quem se gosta. Mas não é que a amizade tenha acabado. Quando há um 
reencontro, tudo pode continuar como antes. E a alegria pode redobrar por se ter novamente 
próximo alguém que a vida havia afastado. 
 
INCONTRI, Dora & BIGHETO, Alessandro César. Todos os jeitos de crer. 
Vol 2. São Paulo: Ática, 2004, p. 181-182 
 
 
2. A opção por Deus 
2.1 O projeto de Deus 
 
HONESTIDADE 
 
 NO DICIONÁRIO: honradez; responsabilidade; compostura. 
 
PARA REFLETIR: 
 
· SER HONESTO É TER RESPEITO DE SI MESMO E DOS OUTROS. 
 
· A HONESTIDADE É UMA VIRTUDE PRECIOSA. 
 
· HONESTIDADE – VIRTUDE DE PESSOA POLIDA. 
 
· PESSOA HONESTA É FELIZ, RESPEITADA E ADMIRADA. 
 
PARA PENSAR... 
 
#A PESSOA HONESTA NÃO MENTE, NÃO ENGANA, NÃO TRAPACEIA, NÃO 
EXPLORA. 
 
SOU HONESTO QUANDO: 
 
· Não minto, em hipótese alguma; 
 
· Não engano as pessoas; 
 
· Não exploro o meu próximo; 
 
· Não trapaceio com os outros; 
 
· Transmito segurança para as pessoas; 
 
· Transmito tranquilidade diante de diferentes situações; 
 
· Renuncio a certas “vantagens” se elas forem prejudiciais ao próximo; 
- 84 - 
 
 
 
· Sou um benfeitor sobre a Terra; 
 
· Tenho sempre a minha consciência tranquila diante dos homens e de Deus; 
 
· Durmo à noite com tranquilidade, mas não me considero perfeito. 
Autor Desconhecido 
 
 
 
ATIVIDADES 
1- Será que a honestidade de uma pessoa depende da situação? 
 
2- Como podemos definir uma pessoa honesta? 
 
3- Você concorda com a expressão: “Ser honesto é ser burro”. Justifique a frase. 
 
4- Coloque V ou F nos parênteses. 
 
( ) A pessoa honesta mente sempre que possível. 
 
( ) Ser honesto é ter consciência tranquila diante dos homens e de Deus. 
 
( ) Ser honesto é o mesmo que ser um malfeitor sobre a Terra. 
 
( ) Enganar, trapacear sempre as pessoas é um ato desonesto. 
 
( ) Honestidade é transmitir segurança para as pessoas. 
 
5- Dê um exemplo da vida real ou crie uma situação em que você expresse o que é 
ser honesto: 
 
 
2.3 O que é religião 
 
O que é compaixão? 
Nem todos sabem ao certo o que significa compaixão. Podemos, porém, dizer que ela é 
uma das formas de amor ao próximo. As religiões a elegem como uma das principais virtudes 
morais. Tanto no cristianismo como no budismo, ela é ponto central. O budista Dalai Lama 
afirma que o cultivo do amor e da compaixão é a verdadeira essência da religião. 
O filósofo André Comte-Sponville diz que ela não tem boa reputação, pois ter 
compaixão significa “sofrer com” e ninguém gosta de sofrer. Mas, segundo ele, a compaixão 
- 85 - 
 
 
tem qualidades muito importantes; basta ver que ideias se opõem a ela: dureza, crueldade, 
frieza, indiferença, secura de coração, insensibilidade... Ela nos faz participar da dor, da 
tristeza, do sentimento do outro. Todos os sofrimentos merecem a nossa compaixão. 
Mas será que a compaixão serve para todos os casos? Por exemplo, o sofrimento de 
um invejoso diante da felicidade do outro merece compaixão? Ou, ainda, devemos ter 
compaixão por um torturador, que gosta de ver o outro sofrer, matando e ferindo as pessoas? 
Pois é importante saber que ele também precisa de compaixão, embora condenemos seus 
atos. Comte-Sponville diz que devemos nos compadecer sim, pois o sofrimento, a dor, a 
tristeza, o ódio estão presentes nessas situações. 
A compaixão é o contrário da crueldade, que se satisfaz com o sofrimento do outro, e do 
egoísmo, que impede a busca da curados sofrimentos alheios. Ter compaixão é não ser 
indiferente a nenhum sofrimento, independentemente do motivo! É recusar-se a pagar o ódio 
com o ódio! É procurar socorrer a todos os que sofrem! É como a compaixão de Cristo por seus 
carrascos e de Buda pelos maus. 
Ter um bom coração é muito importante na vida cotidiana, pois disso depende nossa 
felicidade e a dos outros. Somente quando a compaixão fizer parte da vida cotidiana, teremos o 
reino da felicidade na Terra, pois ela gera a não-violência, nos impede de agredir o próximo e 
nos ensina a não usar a raiva e o ódio como armas, e sim o amor: a mesma arma que Gandhi 
ensinou a usar. 
Por isso, neste mundo de tantos sofrimentos, o papel da compaixão é fundamental. 
Basta olharmos ao nosso lado para percebermos que o sofrimento está espalhado por todos os 
cantos. Inúmeras pessoas sofrem por causa da fome, da pobreza, da injustiça, do abandono e 
por falta de amor. 
Os budistas dizem que muitas vezes a compaixão pode ser usada de forma simples: 
podemos, por exemplo, apenas ouvir o desabafo de alguém sobre seus problemas e 
compartilhar situações difíceis. 
Atos de compaixão simples como esses foram usados por Jesus. Ele se compadeceu 
dos sofrimentos humanos, ouviu o apelo dos sofredores, cuidou dos leprosos e agiu em favor 
das pessoas que necessitavam de ajuda. 
Sua vida foi intensamente dedicada a acabar com o sofrimento alheio. A compaixão de 
Buda também era muito grande: ele mendigava pelas ruas para alimentar os que tinham fome. 
Por meio dos exemplos de Buda e Jesus, entendemos que a compaixão não é apenas 
para com nossos amigos ou pessoas próximas: também nossos inimigos e as pessoas que não 
conhecemos merecem compaixão. A verdadeira compaixão baseia-se no direito de todo ser 
humano a ser feliz: um inimigo nosso também é um ser humano e, como todos nós, busca a 
felicidade e tem direito a ser feliz. 
 O Dalai Lama diz que a compaixão nos dá uma grande força interior e nos permite falar 
com nossos semelhantes de coração a coração. Por outro lado, se tivermos maus sentimentos 
- 86 - 
 
 
em relação aos outros, eles poderão sentir o mesmo por nós. E isso acaba gerando isolamento 
entre as pessoas. 
Ora, você poderia perguntar: será que é tão fácil ter compaixão? Como desenvolvê-la? 
Podemos cultivar a compaixão em todos os seres humanos? As religiões ensinam que sim! O 
filósofo Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, diz que todas as pessoas são boas e precisam 
de educação adequada para cultivar essa bondade. Devemos cuidar das crianças, dos jovens 
e de todos os seres humanos com amor e dedicação para que sintam e aprendam a 
compaixão. 
Temos duas opções: ou viver num mundo frio, de sofrimento e indiferença, ou viver num 
mundo feliz, de amor e compaixão. No século que se passou tivemos muito mais sofrimento, 
guerras e violência do que compaixão. Precisamos, hoje, sonhar e trabalhar por mais 
compaixão e amor entre os seres humanos. 
Autor Desconhecido 
 
Responda 
1. Explique com suas palavras o que é ter compaixão e responda: quais são os males 
que esse sentimento cura? 
2. Pense nisto: se há tantos exemplos de compaixão no mundo, por que há ainda 
tanto sofrimento? 
 
 
2.5 Líderes Religiosos 
 
As Missionárias da Caridade 
As Missionárias da Caridade são mulheres de todo o mundo que decidiram pôr sua vida a 
serviço dos mais pobres, daqueles que são excluídos pela sociedade. É uma congregação de 
religiosas fundada, em 1950, pela Madre Teresa de Calcutá. São mulheres de poucas palavras, 
mas de muita ação, e ações concretas. 
Não falam para convencer os outros de sua fé. Simplesmente servem, acompanham e 
oferecem um lugar limpo e tranquilo para pessoas abandonadas. 
De onde essas mulheres tiram forças para fazer tarefas que a maioria das pessoas não 
faria e ainda transmitir alegria a todo momento? De Jesus. Elas oram muito e acreditam que o 
que fazem para cada pessoa necessitada é como se fizessem para Jesus. (Prêmio Nobel da 
Paz 1979) 
 
VIVA A VIDA 
A vida é uma oportunidade, aproveite-a... 
A vida é beleza, admire-a... 
A vida é felicidade, deguste-a... 
A vida é um sonho, torne-o realidade... 
A vida é um desafio, enfrente-o... 
- 87 - 
 
 
A vida é um dever, cumpra-o... 
A vida é um jogo, jogue-o... 
A vida é preciosa, cuide dela... 
A vida é uma riqueza, conserve-a... 
A vida é amor, goze-o... 
A vida é um mistério, descubra-o... 
A vida é promessa, cumpra-a... 
A vida é tristeza, supere-a... 
A vida é um hino, cante-o... 
A vida é uma luta, aceite-a... 
A vida é aventura, arrisque-a... 
A vida é alegria, mereça-a... 
A vida é vida, defenda-a... 
(Madre Teresa de Calcutá) 
“Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque 
é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente - 
assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar 
até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas 
que não matem uns aos outros?...” 
(Madre Teresa de Calcutá) 
“A pior calamidade para a humanidade não é a guerra ou o terremoto. 
É viver sem Deus. Quando Deus não existe, se admite tudo. Se a lei permite o aborto 
e a eutanásia, não nos surpreende que se promova a guerra!” 
(Madre Teresa de Calcutá) 
 
Responda 
 Você conhece outras pessoas que agem como as Missionárias da Caridade? 
Quem? 
 Que atitudes das missionárias se assemelham às atitudes de Jesus? 
 
 
A responsabilidade é de todos. 
Este texto foi escrito por Tenzin Gyatso, também conhecido por Dalai Lama, líder dos 
budistas no Tibete. 
“No passado, as famílias e as pequenas comunidades podiam existir de forma mais ou menos 
independentes umas das outras. Se levassem em conta o bem-estar dos vizinhos, tanto 
melhor, mas eram capazes de sobreviver bastante bem isoladas. Não é mais assim. A 
realidade atual é tão complexa e, ao menos no plano material, tão claramente interligada, que é 
preciso ver as coisas sob novo ângulo. (...) O próprio tamanho da população mundial remete 
para o fato de não podermos mais nos permitir ignorar os interesses dos outros. Esses 
interesses estão, na realidade, tão entrelaçados que, ao atender aos nossos interesses, 
estamos beneficiando os dos outros, mesmo que não tenha sido essa a nossa intenção. 
Quando duas famílias utilizam a mesma fonte de água, cuidar para que não fique poluída é 
uma atitude que beneficia ambas.” 
Dalai Lama. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro. 
 
Reflita sobre o texto 
1. O que se entende por “responsabilidade universal”? 
2. Conte uma pequena história de ficção, isto é, uma história escrita, criada por 
você. 
- 88 - 
 
 
Escreva um conto em seu caderno a partir deste trecho: “Quando duas famílias 
utilizam a mesma fonte de água, cuidar para que não fique poluída é uma atitude que 
beneficia ambas.” 
 
 
3. Valores 
3.1 Solidariedade 
 
As seis regras da convivência 
As pessoas compromissadas com uma vida mais digna para todos vão discutindo, 
apresentando propostas para conquistar e construir essa desejada convivência digna e 
saudável. Uma dessas pessoas é o educador colombiano Bernardo Toro. Ele elaborou uma 
proposta para que possamos ter uma convivência social boa. Eis a lista: 
 
Não agredir o semelhante 
Evitar e negar todo tipo de agressão, violência e imposição de miséria aos outros. Contribuir 
para a aceitação das diferenças e para a promoção dos direitos humanos de todos. 
 
Comunicar-se com as pessoas 
Saber falar, expressar seus pensamentos e sentimentos, e saber ouvir a fala dos outros. A 
comunicação é uma via de mão dupla e deve ter no diálogo sincero e aberto sua maior 
garantia. 
 
lnteragir com os outros 
lnteragir é saber que não estamos sós no mundo e que viver bem significa viver bem com 
outras pessoas. 
 
Tomar decisões em grupo 
Há aquele ditado: "várias cabeças pensam melhor que uma". Em grupo é possível juntar 
forças e conseguir melhoresresultados em nossas ações. 
 
Cuidar do lugar em que se vive 
Querendo ou não, gostando ou não, vivemos no planeta Terra e devemos ter com ele uma 
relação saudável de cuidado e respeito. Maltratar e descuidar da natureza, do lugar onde 
vivemos, é assinar um atestado de burrice pelo qual poderemos pagar muito caro. 
 
Valorizar o saber social 
- 89 - 
 
 
O que sabemos foi construído ao longo de milhares de anos. Esse conhecimento é guardado 
e transmitido socialmente de um para o outro. É a base para a criação e construção de novos 
conhecimentos. Podemos até saber pouco individualmente, mas a humanidade sabe muito. 
 
Muitas delas podem parecer distantes e às vezes impraticáveis. Transforme-as em regras de 
conduta práticas para a sua vida. Com pequenas atitudes, como dar conta de suas tarefas 
escolares e conversar abertamente com seus pais sobre qualquer assunto, você estará, 
certamente, contribuindo para estendermos a dignidade a todos os seres humanos. 
Autor Desconhecido 
 
 
ATIVIDADE 
Pense e responda 
1. Qual regra acima você tem mais dificuldade de seguir? 
2. Que atitudes você pode tomar para melhorar esse comportamento? 
 
 
UMA VELA PARA DARIO 
 Dario vinha apressado, de guarda-chuva no braço esquerdo e assim dobrou a esquina, 
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, 
de costas, sentou-se na calçada ainda úmida da chuva e descansou no chão o cachimbo. 
 Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario 
abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu a resposta. Um senhor gordo, de branco, 
sugeriu que ele devia sofrer de ataque. 
 Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calçada, o cachimbo ao seu lado tinha 
apagado. Um rapaz de bigode pediu ao grupo que se afastasse, deixando-o respirar. E abriu-
lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiraram os sapatos, Dario roncou pela 
garganta e um fio de espuma saiu do canto da boca. 
 Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os 
moradores da rua conversavam de uma porta a outra, as crianças foram acordadas e vieram 
de pijamas à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda 
fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva 
ou cachimbo ao lado dele. 
 Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo 
transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina. Já tinham introduzido no carro a 
metade do corpo, quando o motorista protestou: e se ele morresse na viagem? A turma 
concordou em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e encostado na parede. Não 
tinha mais os sapatos e o alfinete de pérola na gravata. 
 Alguém informou que na outra rua havia uma farmácia. Carregaram Dario até a 
esquina; a farmácia era no fim do quarteirão e, além do mais, ele estava muito pesado. Foi 
largado ali na porta de uma peixaria. Imediatamente, um enxame de moscas lhe cobriu o rosto, 
sem que fizessem o menor gesto para espantá-las. Dario ficara torto como o deixaram, no 
degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os 
documentos. Vários objetos foram retirados de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. 
Ficaram sabendo seu nome, idade, cor dos olhos, sinais de nascença, o endereço na carteira 
era de outra cidade. 
 Registrou-se tumulto na multidão de mais de duzentos curiosos que a essa hora 
ocupava toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu contra o povo e várias 
pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. 
- 90 - 
 
 
 O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo – os bolsos vazios. Restava 
apenas a aliança de ouro na mão esquerda que ele - quando vivo - não podia retirar do dedo 
se não umedecendo-o com sabonete. 
 Ficou decidido que o caso era com o rabecão. 
 A última boca repetiu: - "Ele morreu, ele morreu", e então a gente começou a se 
dispersar. Dario havia levado quase duas horas para morrer e ninguém sequer acreditava que 
estivesse no fim. Agora, os que podiam olhá-lo viam que ele tinha todo ar de um defunto. 
 Um senhor, por piedade, despiu o paletó de Dario para sustentar-lhe a cabeça. Cruzou 
suas mãos no peito. Não lhe pôde fechar os olhos nem a boca, onde as bolhas de espuma 
haviam desaparecido. Era apenas um homem morto e a multidão se espalhou rapidamente, as 
mesas de café voltaram a ficar vazias. 
 Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. 
Parecia morto há muito anos, quase um retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-
se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario esperando o rabecão. A cabeça 
agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e 
apagando-se às primeiras gotas de chuva, que voltara a cair. 
Dalton Trevisan 
 
 
3.2 Gratidão 
 
A DISCIPLINA DO AMOR 
Foi na França, durante a segunda grande guerra: um jovem tinha um cachorro que 
todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco 
antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, 
acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta a casa. A vila inteira já conhecia o 
cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a 
correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar 
sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. 
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro 
desistiu de esperá-Io? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele 
único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono 
bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro 
até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, 
voltava ao seu ponto de espera. 
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a 
esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele 
disparava para o compromisso assumido, todos os dias. 
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as 
pessoas foram esquecendo do jovem soldado que não 
voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares 
voltaram-se para outros familiares. 
Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já 
velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou 
a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, 
mas quem esse cachorro está esperando?... Uma tarde 
(era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela 
direção. 
Lygia Fagundes Telles 
 
 
Mentir nunca! 
 
- 91 - 
 
 
E assim caminha esta nossa humanidade, amigos adolescentes. Foi estabelecido até um dia 
para se enganar as outras pessoas, embora na brincadeira. Conta a história que, por volta do 
séc. XVI, a França resolveu usar o calendário Gregoriano. 
 
Com isso, mudou a data do ano novo, passando de primeiro de abril para primeiro de 
janeiro. Mas muitos não gostaram e continuaram comemorando a virada do ano em abril. Para 
tirar sarro com a cara dessas pessoas, outros franceses mandavam-lhes presentes estranhos e 
convites para festas que não existiam. 
Quando se usufrui apenas dos direitos, esquecendo-nos dos deveres, caímos na 
libertinagem, isto é, numa vida sem regras. Um exemplo: Quando vocês dizem algo para seus 
pais, o normal é que eles acreditem. Mas se descobrirem que vocês estavam mentindo, da 
próxima vez que vocês disserem algo, certamente eles ficarão desconfiados. E tenham certeza, 
a cada mentira, a desconfiança aumenta. Anotem: recuperar a confiança de alguém é bem 
mais difícil do que perdê-la. 
Quem não é fã do famoso Pinocchio, boneco feito pelas mãos do bom velhinho Gepetto 
e que recebeu a vida pelavara de uma fada? Com vida, o boneco de pau pôde fazer opções e 
tomar decisões. E é aí que este conto de fada alça voo. Para ser um menino de verdade, teria 
que mostrar um coração bom, livre de toda mentira. Mas a parada não foi fácil para Pinocchio 
e, a cada mentira, seu nariz ia aumentando, aumentando! 
Certas situações, não restam dúvidas, podem colocá-los em apuros. Quebrar algo, 
esquecer de fazer isso ou aquilo, precipitar-se em algumas decisões. Mas isso não pode ser 
resolvido com uma “falsa verdade”. Seus narizes não crescerão, mas, com certeza, seus 
sentimentos de culpa sim. Vocês não serão adolescentes para sempre, e tudo o que viverem 
nesta fase da vida terá seus reflexos no futuro. Daí a importância de aprender a conviver, 
desde já, com regras, direitos e deveres. 
Caso isso não aconteça, as consequências podem ser desastrosas. Saibam, portanto, 
usar bem de sua liberdade, sem usar de mentiras. Lembram do velho ditado que diz: “mentira 
tem perna curta”. Confesso que jamais encontrei ditado tão verdadeiro! Mentira e verdade são 
relativas? Sem querer ser pessimista, penso não ser fácil encontrar na sociedade pessoas que 
tenham a verdade como princípio de vida. 
Martinho Lutero bem disse: “A paz, se possível, mas a 
verdade a qualquer preço.” Que bom se assim fosse. Contudo, 
diariamente constatamos como a verdade é traída nas 
propagandas, campanhas políticas, promessas de pais para 
filhos, promoções e tantas outras situações que apresentam a 
mentira como se fosse verdade. Um exemplo: Na televisão surge 
a propaganda de uma pomada que vai acabar com as “espinhas 
e cravos”, tormento dos adolescentes. 
- 92 - 
 
 
Outro exemplo: Quando vocês procuram encontrar seu grupo, aqueles com quem 
vocês mais se identificam, muitas vezes esta “tribo” não é a que seus pais pensaram para 
vocês. E daí surge o problema. Como lidar com tal fato? Talvez sonharam para vocês a 
faculdade de medicina, mas o que mais vocês querem é fazer teatro. Todos os seus amigos 
escolheram isso. Então, vamos lá: diálogo. Sem mentiras! Quando surge o confronto entre sua 
forma de viver com os amigos e aquilo que seus pais sonham para vocês, é importante que 
vocês tenham um propósito: jamais mentir. 
Sem generalizar, vejam quantos adolescentes vivem passando uma imagem que não é 
a deles. Descontentamento? Mentira? A reportagem dizia que a maioria das cirurgias servia 
para aumentar os seios ou diminuir a barriga. Não seria melhor agradecer a Deus por aquilo 
que somos, por respirarmos, por estarmos vivos, enfim, aceitar-nos como somos e admirar 
mais as qualidades que temos? Mas pelo instinto competitivo que temos, é comum que vocês 
queiram ser iguais a este ou aquele, ou querer ter algo que aquela pessoa tem ou faz. 
Porém, cuidado com a imagem que vocês querem apresentar de vocês, pois a mentira 
pode não vir apenas por palavras, mas também por uma falsa imagem com que vocês querem 
se apresentar. Meus amigos e amigas, fiquem atentos e vivam suas vidas, acima de tudo, 
com a verdade. É o que faz a pessoa ser autêntica! 
Cristian Góes 
 
ATIVIDADES 
Responda 
1. Por que a gente mente? 
2. Quais são as situações em que facilmente se é levado a mentir? 
3. Quais são as mentiras mais frequentes dos políticos? 
4. Quais as piores consequências da mentira? 
 
Comente 
“A paz, se possível, mas a verdade a qualquer preço.” (Lutero) 
Algumas pessoas não veem problema em ocultar a verdade ou até mentir, se esse ato 
beneficia a si próprio ou a pessoas a elas ligadas. Você concorda ou não com essa atitude? 
Explique: 
O pastor e o lobo 
Um pastor de ovelhas achava a vida muito monótona. Por isso, inventava de tudo para se distrair. 
A sua diversão favorita era fingir que estava em apuros. 
— Um lobo! Socorro! Socorro! - costumava gritar aos quatro ventos. 
Quando as pessoas do povoado vinham em seu socorro, encontravam-no perfeitamente seguro, 
rindo a valer. 
Um dia apareceu um lobo de verdade na frente do pastor. Desesperado, ele começou a gritar 
como sempre fazia: 
— Um lobo! Socorro! Socorro! 
Desta vez ninguém veio socorrê-lo, e o pastor teve de se esconder em cima de uma moita de 
espinhos, enquanto o lobo devorava todas as suas ovelhas. 
- 93 - 
 
 
 
Quando os mentirosos falam a verdade, ninguém acredita. 
http://www.bomjesus.br/virtudes/fabulas_exibir.vm?id=20719990 
 
 
 
3.4 Esperança 
 
TENTE OUTRA VEZ - Raul Seixas 
Veja 
Não diga que a canção está perdida 
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida 
Tente ou...tra vez 
 
Beba 
Pois a água viva ainda está na fonte 
Você tem dois pés para cruzar a ponte 
Nada acabou, não não não não 
 
Tente 
Levante sua mão sedenta e recomece a andar 
Não pense que a cabeça aguenta se você parar, 
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira 
Pairando no ar 
 
Queira 
Basta ser sincero e desejar profundo 
Você será capaz de sacudir o mundo, vai 
Tente ou...tra vez 
 
Tente 
E não diga que a vitória está perdida 
Se é de batalhas que se vive a vida 
Tente outra vez 
 
 
 
 
 
 
 
- 94 - 
 
 
 
 
 
 
SUGESTÕES DE FILMES 
Item 1.1 
UM DOCE OLHAR (1h43min) 
https://www.youtube.com/watch?v=h68gsvNP05M 
Sinopse: Yusuf (Bora Altas) é uma criança que mora com os pais numa isolada área 
montanhosa. Para ele, a região de floresta torna-se um verdadeiro mistério e aventura 
a partir do momento em que ele acompanha o pai em um dia de trabalho. O filme 
acompanha sua incrível jornada pela busca de algum sentido a sua vida. 
 
Item 3.1 
SEMPRE AO SEU LADO (93 min) 
https://www.youtube.com/watch?v=3tD2sknf5oA 
Sinopse: É um filme de drama de 2009, com roteiro baseado em uma história verdadeira de 
um cão japonês chamado Hachikō. O filme é uma refilmagem do original japonês, de 1987, 
Hachiko monogatari. 
A PEQUENA VENDEDORA DE FÓSFOROS (6’44) 
https://www.youtube.com/watch?v=5-sKoct6JPc 
Sinopse: Esse conto nos faz refletir questões importantes como: o abandono, a 
miséria, a fome, a indiferença, a inveja, a exclusão. É importante que pensemos nessas 
questões e no que podemos fazer para ajudar a tornar a vida do nosso próximo e por 
conseqüência, a nossa melhor. 
 
Item 3.4 
TOLERÂNCIA (6’20’’) 
https://www.youtube.com/watch?v=8DXNWa1JOdc 
Sinopse: O tema abordado pelo filme é a intolerância entre as pessoas. O curta tem 
como herói da história um personagem que acorda depois de um longo sono, no fim da 
última era glacial. Seu raciocínio não é algo que deva ser invejado, mas mesmo assim 
esse personagem é capaz de iniciar e realizar algo grandioso... 
Em busca da felicidade 
http://www.cinemenu.com.br/filmes/em-busca-da-felicidade-2006 
Sinopse: Ben (Cayden Boyd) é um garoto de 13 anos, que está cansado da ausência 
de carinho de seus pais. Quando ele conhece Cassie (AnnaSophia Robb), uma garota 
da mesma idade que chega para morar com sua família, eles criam uma forte amizade. 
Frustrados com a situação, os dois decidem embarcar em uma incrível viagem, em 
busca dos tios de Cassie, na esperança de encontrar o lar perfeito para eles. Em suas 
jornadas, eles cruzam com diferentes pessoas, entre elas o fazendeiro Henderson (Val 
Kilmer), cada uma delas ensina à dupla, diferentes lições sobre o mundo. Quando 
chegam ao final da jornada, eles percebem que a família nunca é perfeita, mas que é 
provida de um amor raro e incondicional, que (...) floresce mesmo nos tempos mais 
difíceis. 
 
- 95 - 
 
 
REFERÊNCIAS 
A FACE DO ESPELHO. Contos budistas na China. São Paulo: Aquariana, 2003. 
ALMEIDA, D. Luciano M. de. Cuidar dos doentes. Disponível em: 
http://www.pime.org.br/noticias.inc.php?&id_noticia=5503&id_sessao=3. 
BANDEIRA, Pedro. Mais respeito, eu sou criança. São Paulo: Moderna, 2002. 
BELLO, Teresa. Falamos de Deus com nossos sequestradores. Mundo e missão. São Paulo, out. 
1999. Disponível em: www.pime.org.br 
BRITO, Joaquim Torres Sousa et al. Linhas daqui e de lá. 2. ed. São Paulo: Mundo Moderno, 
1956. 
COELHO, Adolfo. Filho és, Pai serás; assim comofizeres, assim acharás. Disponível em < 
http://algarvepelavida.blogspot.com.br/2008/08/filho-s-pai-sers-assim-como-fizeres.html>. 
CORTELLA, Mario Sergio. Educação, Ensino Religioso e formação docente. In. SENA, 
Luzia (org.) Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em 
diálogo. São Paulo: Paulinas, 2006. 
CURY, Augusto. Nunca desista de seus sonhos. São Paulo: Sextante, 2004. 
DALAI LAMA. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Nova Era, 2001. 
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 4ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1981. 
GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2000. 
GOFF, Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro, Record, 2001. 
GUARESCHI, Pedro. Quais são os meus valores. Mundo Jovem, ano XLI, 333, fevereiro, 
2003. 
HEERDT, Mauri Luiz; PAIM, Mariângela (Orgs.) Dinâmicas: propostas inteligentes para 
escolas, grupos e comunidades. São Paulo: Mundo e missão. 2005. 
INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004. 
LA FONTAINE, J. Fábulas escolhidas entre as de J. La Fontaine. Paris: Officina de Cellot, 
1815. 
LAULAND, Luiz Jean. Palavras de gratidão. In: Antropologia e formas quotidianas – a 
filosofia de São Tomás de Aquino subjacente à nossa linguagem do dia-a-dia. Disponível em: 
http://www.hottopos.com. 
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Globo, 2014. 
MIRANDA, Paula. Amizade: sinal de vida em mim, no outro, em nós. Mundo Jovem. Julho, 
2002. 
MORAES, Vinícius de. A rosa de Hiroxima. Disponível em < 
http://pensador.uol.com.br/frase/Mzk0MjA/> 
MUSSAK, Eugênio. A união faz a força. Disponível em: 
http://vidassimples.abril.com.br/edicoes/025/04.shtml 
PINHEIRO, Adevanir Aparecida. Programa Gestando O Diálogo Inter-Religioso e o 
Ecumenismo. Unisinos em São Leopoldo, RS. Mundo Jovem. Junho/2006. 
ROSSI, Pe. Marcelo. Parábolas que transformam a vida. Curitiba: Novo rumo, 2003. 
SARAMAGO, José. A maior flor do mundo. Disponível em < 
http://www.avvl.pt/images/stories/Biblioteca/historias/a-maior-flor-do-mundo.pdf> 
SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. 7ª série. 
São Paulo, Scipione, 1997. 
SEIXAS, Raul. Tente outra vez. Disponível em < http://letras.mus.br/raul-seixas/48334/> 
SILBERT, A. Célia & CORDOÑEZ, Marlene. Somos todos irmãos: Ensino religioso escolar. v. 
4. São Paulo: IBEP, 1980. 
SOUZA, Francisco Cruz de. Peça Teatral: Tô com fome! Disponível em 
HTTP://www.pime.org.br/missaojovem/mjcelebracaodia2.htm. 
TELES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em < 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=12354> 
- 96 - 
 
 
TREVISAN, Dalton. Uma vela para Dario. Disponível em 
http://www.releituras.com/daltontrevisan_dario.asp 
TUFANO, Douglas. Estudos de língua portuguesa. São Paulo: Moderna, 1990. 
Missão Jovem. Por que falam tanto de nós?: pág. n.º 5 - n.º 193 - mês de Setembro - Ano 
2004. 
Pe. Pedrinho Guareschi. Mundo Jovem, Ano XLI, nº 333, fevereiro, 2003, p. 13 
http://ccbnovascriaturas.forumeiro.org/ 
http://discoverymulher.uol.com.br/familia/atitude-e-superacao/violencia-contra-a-mulher/ 
http://ensinoreligiosoemdestaque.blogspot.com.br/2014/02/tema-meio-ambiente-e-
solidariedade.html 
http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/2_0337.pdf 
http://www.lideranca.org/cgi-
bin/index.cgi?action=forum&board=atualidades&op=display&num=5993 
http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/minha-bandeira-pessoal 
http://www.quadrinho.com/chantal/tiras 
https://portaldovoluntario.v2v.net/posts/9728 
O pastor e o lobo disponível em < 
http://www.bomjesus.br/virtudes/fabulas_exibir.vm?id=20719990> 
www.brasilescola.com/educacao/escola-x-violencia.htm 
www.quandrinhos.com/chantal/tiras 
www.wikipedia.org 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 97 - 
 
 
HINO DE PETRÓPOLIS 
Petrópolis, 
Tens no passado gloriosas tradições; 
Petrópolis, 
Cultura e fibra de homens de outras nações, 
Que lutaram e criaram as riquezas, 
Guardaram as belezas que devemos defender 
 
Petrópolis, 
Tranquilidade, nossa fonte de saúde; 
Petrópolis, 
O teu futuro é a tua juventude 
Que estuda e trabalha consciente 
De que a luta no presente 
Vitórias vai trazer 
 
Para a frente, para o alto, 
Construir 
Com amor e com vontade, 
Progredir 
 
Vem viver aqui na serra, 
Onde a sorte nos sorri 
Quem pensa que é feliz em outra terra 
 
É porque BIS 
Ainda não viveu aqui 
 
 
Letra e música de Geraldo Ventura Dias. 
Hino escolhido em concurso realizado pela 
Prefeitura de Petrópolis no ano de 1972.

Mais conteúdos dessa disciplina