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SANEAMENTO AMBIENTAL E 
SUSTENTABILIDADE 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ana Lizete Farias 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Em nossa aula vamos avançar na compreensão dos recursos hídricos por 
meio de uma visão estabelecida pelo ciclo hidrológico e depois vamos 
contextualizá-los dentro do contexto mundial e brasileiro, bem como frente ao 
crescimento demográfico atual. Para isso, veremos o que são recursos hídricos 
superficiais e subterrâneos e como estão integrados dentro dos ciclos da 
natureza. Na sequência abordaremos a realidade sobre o declínio quantitativo e 
a degradação qualitativa da água doce no mundo e que somam dois aspectos 
indissociáveis da grande crise hídrica que perpassa nosso planeta. Com base 
nesses elementos podemos avançar no conhecimento sobre a qualidade da 
água no contexto brasileiro e quais fatores afetam sua disponibilidade. Além 
disso, vamos compreender como o processo de crescimento populacional afeta 
os recursos hídricos, além de seu impacto no saneamento ante as ocupações 
de espaços urbanos e rurais. 
Na prática, vamos conhecer alguns elementos sobre a situação da Cidade 
do Cabo, na África do Sul, que estabeleceu o dia 11 de abril de 2018 como o Dia 
Zero, ou seja, o dia em que os sul-africanos não teriam mais água em suas 
torneiras. 
TEMA 1 – RECURSOS HÍDRICOS: SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEOS 
Recursos hídricos é a parte da água, seja de origem superficial ou 
subterrânea, que está acessível para ser consumida pela nossa civilização, no 
estágio tecnológico atual, com base em custos compatíveis com os seus 
diversos usos. 
Conforme os dados encontrados em Hirata (2009), vamos relembrar 
alguns números importantes: cerca de 97,5% de toda a água na Terra é salgada, 
menos de 2,5% é doce e está distribuída entre as calotas polares (68%), os 
aquíferos (29%), rios e lagos (0,3%) e outros reservatórios (0,9%), portanto, 
apenas um 1% da água doce é um recurso aproveitável pela humanidade, o que 
representa 0,007% de toda a água do planeta. 
Os recursos hídricos estabelecidos como superficiais são compostos 
pelos canais de drenagem e os corpos de água fechados, tendo como função 
regular o suprimento de água fresca nos continentes. Nessa descrição se 
 
 
3 
incluem os rios, lagos e as zonas úmidas como os pântanos alagados, brejos, 
mangues de água doce e salgada, várzeas. 
Já os recursos hídricos subterrâneos, ou águas subterrâneas, são 
aqueles formados pelo excedente das águas de chuva que percorrem camadas 
abaixo da superfície do solo, ao longo da história geológica, preenchendo os 
espaços vazios entre as rochas. As formações geológicas permeáveis, ou seja, 
as que permitem o armazenamento de água, são chamadas de aquíferos, 
constituindo uma reserva de água embaixo do solo, funcionando como uma 
espécie de caixa d’água que, por sua vez, também vai alimentar os rios. 
Os principais problemas em relação aos recursos hídricos superficiais 
estão ligados ao impacto das atividades antrópicas, ou seja, extrações 
desmedidas e contaminação, e usualmente os rios têm servido como receptores 
de esgotos urbanos, depósito de lixo e de efluentes agroindustriais. 
Os recursos hídricos subterrâneos que representam cerca de 97% da 
água doce desempenham um papel fundamental no abastecimento público e 
privado no mundo inteiro, também estão sofrendo impactos graves e adversos. 
Os mais expressivos estão relacionados à contaminação por sistemas de 
saneamento in situ, ou seja, aqueles em que os efluentes se infiltram diretamente 
no solo, em decorrência da deposição incorreta de resíduos sólidos, do 
vazamento de postos de gasolina, bem como da extração não controlada, a qual 
pode, inclusive, causar graves problemas de subsidência de solos. 
Figura 1 – Reservatório de água subterrâneo 
 
Crédito: STIHII/Shutterstock. 
 
 
4 
A figura 1 mostra o perfil de uma paisagem em que a chuva, ao penetrar 
no solo, vai percorrendo as rochas permeáveis, conformando uma camada 
aquífera, ou seja, um reservatório de água subterrânea. Atente ao fato de como 
a paisagem é totalmente integrada, demonstrando essa possibilidade de 
circulação dos mais diferentes tipos de elementos. 
TEMA 2 – ESTADO ATUAL DA ÁGUA NO MUNDO 
Há um consenso entre pesquisadores sobre recursos hídricos de que há 
um declínio quantitativo e uma degradação qualitativa da água doce no mundo, 
configurando dois aspectos indissociáveis da grave crise hídrica que perpassa 
nosso planeta. 
A primeira iniciativa de grandes proporções para discutir especificamente 
a questão hídrica foi a Conferência das Nações Unidas sobre Água, em Mar del 
Plata, Argentina, cujo principal objetivo foi o de estabelecer meios para evitar 
uma crise da água em proporções mundiais, através de cooperação 
internacional para resolução de problemas relacionados aos recursos hídricos 
(Ribeiro, 2009; Campos, 2008). A Conferência propiciou discussões sobre 
impactos da contaminação da água superficial e subterrânea; eficiência na 
utilização da água; políticas nacionais para regular usos da água, planejamento 
e conservação da água; desastres naturais, informações hidrológicas; educação, 
capacitação e pesquisa; e cooperação regional e internacional (Campos, 2008). 
Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA 
enfatizam que “o suprimento total de água doce utilizável pelos ecossistemas e 
pelos seres humanos é de cerca de 200 mil km3, o que estabelece cerca de 
menos de 1% dos recursos de água doce do planeta (Vörösmarty, Green, 
Salisbury, Lammers, 2000; Wwap, 2017). 
Diferente do entendimento comum acerca do aumento da escassez 
hídrica, que a associa ao aumento da explosão demográfica, a escassez está 
relacionada ao maior consumo per capita de água. Entre 1990 e 2010, a 
população passou de 5,3 bilhões para 6,8 bilhões de pessoas, um crescimento 
de menos de 20%, no entanto, o consumo humano mundial de água aumentou 
100% (Spring & Cohen, 2011 citado por Marques, 2015). Dessa forma, se por 
um lado há um triplo de pessoas no século XX, por outro o consumo humano 
global de água multiplicou-se por oito neste século, em que há uma 
preponderância para a agricultura intensivamente irrigada (Marques, 2015). 
 
 
5 
Associado ao aumento do consumo e à degradação da água, há que se 
marcar a excepcional desigualdade existente no mundo, como se pode ver, por 
exemplo, na tabela abaixo, acerca dos contrastes no consumo de água entre 
diversos países: 
Tabela 1 – Contrastes no consumo de água no mundo 
MÉDIA DE CONSUMO DE ÁGUA EM LITROS PER CAPITA POR DIA 
Estados Unidos 575 
Noruega 301 
Suécia 195 
Brasil 150 
Rio de Janeiro 189* (Gandra, 2011) (2011) 
Mato Grosso 168* (2011) 
São Paulo 177* (2011) 
Reino Unido 149 
China 86 
Nigéria 36 
Etiópia 15 
Moçambique 4 
Fonte: Marques, 2015. 
A aceleração do declínio dos recursos hídricos é maior que a prevista 
pelas projeções, ou seja, um terço da população mundial sofre de estresse de 
água (water stress), uma situação que não se previa que viesse a ocorrer antes 
de 2025 (Iwmi, 2016). 
Em um apanhado geral, baseado em vasta bibliografia internacional, 
Marques (2015) traça um grande cenário dos recursos hídricos no mundo, em 
que há projetos de barramentos, transposições, alterações de curso, deposição 
de toda espécie de resíduos, efluentes não tratados ou rejeitos tóxicos. Uma 
situação que possui graves consequências sociais, mas que estão a se tornar 
uma realidade cotidiana em todo o planeta. 
TEMA 3 – ÁGUA NO CONTEXTO BRASILEIRO 
No caso do Brasil, pode-se dizer que há uma situação confortável em 
termos quantitativos de disponibilidade de água em comparação com os valores 
de outros países (ANA, 2017). No entanto, em relação à sua distribuição espacial 
observa-se uma grande desigualdade nos estados brasileiros, como, por 
exemplo, no Nordeste, região brasileira mais afetada pela escassez de água. Por 
outro lado, cerca de 70% dosrecursos hídricos disponibilizados estão 
 
 
6 
concentrados na Região Hidrográfica Amazônica, onde populações menores e 
poucas indústrias estão localizadas (ANA, 2017). 
Os dados em relação à qualidade da água dos rios brasileiros não se 
configuram como bons. Estudo coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica, 
que vem realizando levantamentos sistemáticos em rios e lagos de sete estados 
brasileiros do Bioma Mata Atlântica das regiões Sul e Sudeste do país, evidencia 
que 49% dos rios monitorados e que cortam áreas urbanas apresentam índice 
de qualidade regular e somente 11% dos rios e mananciais localizados em áreas 
protegidas e que contam com matas ciliares preservadas têm qualidade boa 
(Fundação SOS Mata Atlântica, 2014). 
As principais fontes de poluição e contaminação apontadas no relatório 
são resultantes da falta de tratamento de esgotos domésticos, de produtos 
químicos lançados nos rios por sistemas domésticos como os saponáceos e 
detergentes – que empregam em seus componentes fósforo e nitrato – e da 
poluição difusa proveniente do lixo e resíduos sólidos descartados de forma 
inadequada nas cidades. Outro problema grave ainda é o desmatamento e o uso 
de defensivos e fertilizantes nas zonas rurais (Fundação SOS Mata Atlântica, 
2014). 
Os dados da ANA (2017) confirmam essa situação através da sua rede 
de monitoramento do IQA ou Índice de Qualidade das Águas – indicador que 
analisa simultaneamente temperatura da água, pH, OD, DBO, coliformes 
termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, sólidos totais e turbidez. A maioria 
dos pontos apresentou IQA na categoria “Boa” no período de 2001 a 2015. O 
resultado é “Ruim” ou “Péssimo” nos pontos de monitoramento situados nos 
corpos hídricos dos grandes centros urbanos. A bacia do Rio São Francisco 
possui vários pontos de monitoramento com IQA “Regular”. No Semiárido, vários 
açudes também mostram algum grau de comprometimento, apesar de o IQA 
apresentar resultados relativamente melhores em reservatórios devido às 
condições de diluição dos poluentes. 
De uma forma geral os estudos analisados, em consonância com os 
relatórios da ANA dos últimos anos, demonstram que há uma intensificação dos 
impactos da poluição hídrica, redução no armazenamento da água nos 
reservatórios e mananciais, rebaixamento do nível dos rios. As consequências 
são a redução da garantia nas bacias hidrográficas, muitas delas agravadas pela 
vulnerabilidade existente, como a alta demanda e a utilização dos corpos 
 
 
7 
hídricos como destino final de cargas poluidoras, muitas vezes sem o adequado 
tratamento. Ainda segundo a ANA (2017), essas situações passaram a ter maior 
visibilidade com as crises hídricas ocorridas a partir de 2012, tornando-se 
gatilhos para a geração ou intensificação de conflitos pelo uso da água que 
impactam na qualidade de vida da população, inclusive com consequências na 
saúde pública. 
TEMA 4 – DISPONIBILIDADE E ACESSIBILIDADE AOS RECURSOS HÍDRICOS 
Os frequentes déficits de abastecimento que a população urbana 
brasileira vem sofrendo, seja por escassez hídrica de algumas regiões, seja pela 
adversidade das condições de suprimento de água até o momento, ainda não 
possuem soluções em definitivo. 
 De uma maneira geral, a população urbana brasileira é abastecida tanto 
por águas superficiais como por águas subterrâneas em que a maior ou menor 
intensidade do uso desses mananciais está diretamente relacionada à 
localização das demandas e da oferta de água disponível, em quantidade e 
qualidade, além da capacidade técnica, financeira e institucional para o melhor 
aproveitamento dos recursos hídricos. 
De acordo com as informações da Agência Nacional de Águas (ANA, 
2010), os recursos hídricos superficiais apresentam vazões médias geradas em 
território brasileiro que totalizam quase 180 mil m3/s, uma das maiores do 
planeta. Contudo, há grande variabilidade climática que se reflete em uma 
distribuição territorial bastante desigual dos recursos hídricos disponíveis, 
verificando-se extremos: enquanto a região de maior escassez de água (Região 
Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental, que abrange o Rio Grande do Norte e 
a Paraíba, além de boa parte do Ceará, Pernambuco, Alagoas e pequeno trecho 
do Piauí) apresenta disponibilidade hídrica inferior a 100 m3/s, na Região 
Hidrográfica Amazônica, a disponibilidade hídrica é extremamente elevada, 
alcançando vazões da ordem de 74 mil m3/s. 
Ainda segundo a ANA (2010), 61% do total de municípios brasileiros são 
abastecidos por mananciais superficiais, cuja realidade é compatível com a 
elevada disponibilidade hídrica superficial, computada em 91 mil m3/s pelas 
vazões com 95% de permanência. Desse universo, 47% das sedes urbanas são 
atendidas exclusivamente por fontes hídricas superficiais, com destaque para os 
Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Paraíba, em que 467 
 
 
8 
municípios são abastecidos somente por tais mananciais. Nos estados do Acre, 
Amapá e Rondônia (Região Norte), Alagoas, Bahia, Ceará e Sergipe (Região 
Nordeste), Goiás e Distrito Federal (Região Centro-Oeste), Minas Gerais 
(Região Sudeste) e Santa Catarina (Região Sul), os principais mananciais 
também são superficiais (ANA, 2010). 
Em relação às reservas de águas subterrâneas, considerando todos os 
domínios hidrogeológicos, as reservas renováveis de águas subterrâneas no 
País atingem cerca de 42,3 mil m3/s, ou 24% do escoamento médio dos rios em 
território nacional e 46% da disponibilidade hídrica superficial. Atualmente são 
explotados (ou seja, são explorados de maneira econômica) 90 m3/s dos 
mananciais subterrâneos no Brasil. 
Nos estados do Piauí, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, 
Roraima, Tocantins e na região oeste dos estados de São Paulo, Paraná e Rio 
Grande do Sul, predomina o abastecimento por mananciais subterrâneos, devido 
à simplicidade operacional dos poços e, também, à existência de aquíferos com 
elevado potencial hídrico. 
Os levantamentos da ANA (2010) ainda indicam, através da comparação 
entre os resultados da classificação dos mananciais e dos sistemas produtores 
em face do balanço entre oferta e demanda de água, que os maiores problemas 
de abastecimento de água decorrem da existência de sistemas produtores 
deficitários – 46% das sedes urbanas necessitam investimentos para solução de 
problemas em seus sistemas produtores e 9% apresentam déficits decorrentes 
dos mananciais utilizados. 
Dessa forma, conclui o estudo (ANA, 2010) que a maior parte dos 
problemas de abastecimento urbano no País está relacionada com a capacidade 
dos sistemas de produção, impondo alternativas técnicas para ampliação das 
unidades de captação, adução e tratamento, embora a definição do 
aproveitamento de novos mananciais demande, em geral, maiores recursos 
técnicos e financeiros. 
 
 
 
9 
TEMA 5 – CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO 
Segundo Alves (2017) leciona, na época das grandes navegações e do 
descobrimento do Brasil, a população mundial era estabelecida em torno de 
450 milhões de pessoas. Já por volta de 1800, continua o professor, com o início 
da Revolução Industrial e Energética, a população mundial chegou a 1 bilhão 
de habitantes, atingindo a marca de 2 bilhões de habitantes em 1927. Os 3 
bilhões foram alcançados em 1960, 4 bilhões em 1974, 5 bilhões em 1987, 6 
bilhões em 1999 e 7 bilhões em 2011. 
Desta forma, conclui o pesquisador, a humanidade tem adicionado 1 
bilhão de habitantes a cada 12 ou 13 anos e, portanto, há uma grande 
probabilidade de se atingir o registro de 8 bilhões por volta de 2023 ou 2024. 
A Divisão de População da ONU – Organização das Nações Unidas 
mostra que a população mundial em 2100 pode variar entre, aproximadamente, 
7 bilhões e 17 bilhões de habitantes, com estimativa média de 11 bilhões (United 
Nations, 2017). 
Ainda segundos as informações da ONU, sessenta por cento das pessoasdo mundo vivem na Ásia (4,5 bilhões), 17% na África (1,3 bilhão), 10% na Europa 
(742 milhões), 9% na América Latina e no Caribe, (646 milhões) e os restantes 
6% na América do Norte (361 milhões) e na Oceania (41 milhões). China (1,4 
bilhão) e Índia (1,3 bilhão) continuam sendo os dois países mais populosos do 
mundo, compreendendo 19 e 18% do total global, respectivamente. 
O mundo, em 2017, portanto, contando com 7,5 bilhões de habitantes, já 
se encontra sob um grande estresse ambiental em que a perda de 
biodiversidade, mudanças climáticas e pressão sobre recursos sinalizam 
fortemente que o mundo já está superpovoado. 
Há em curso um grande desafio para a humanidade, pois a destruição da 
comunidade biótica pode inviabilizar a continuidade do progresso humano, 
levando ao colapso da economia moderna. Além disso, os custos sociais e 
ambientais podem ser catastróficos se não houver um decrescimento da 
produção e do consumo da população mundial, afirma Alves (2017). 
A discussão sobre o crescimento populacional e a ocupação de áreas com 
pouca, ou nenhuma, infraestrutura é essencial na discussão sobre saneamento 
ambiental, pois, mais que a garantia dos serviços básicos, devem ser previstas 
ações para a sustentabilidade do ambiente. 
 
 
10 
NA PRÁTICA 
Cidade do Cabo – o Dia do Zero 
Leia a reportagem "Cidade do Cabo", de Marcelo Leite e Lalo de Almeida, 
publicada na Folha de S.Paulo em 05/06/18. Ela está disponível em: 
<https://arte.folha.uol.com.br/ciencia/2018/crise-do-clima/cidade-do-
cabo/estiagem-e-heranca-do-apartheid-criam-panico-com-torneiras-secas-no-
dia-zero/>. 
Figura 2 – Pessoas em fila esperando para coletar água na cidade de Cape 
Town, janeiro de 2018 
 
Crédito: Mark Fisher/Shutterstock. 
FINALIZANDO 
Ao longo da nossa aula aprendemos sobre Recursos Hídricos, ou seja, a 
parte da água, de origem superficial ou subterrânea, que está acessível para ser 
consumida pela nossa civilização. Com base nessa conceituação, aprendemos 
a diferença entre os recursos superficiais e subterrâneos e os principais impactos 
ambientais que os afetam. 
Também aprendemos sobre o grave declínio quantitativo e uma 
degradação qualitativa da água doce no mundo, relacionados à grave crise 
hídrica que perpassa nosso planeta. Nesse aspecto vimos que associado ao 
aumento do consumo há que se marcar a excepcional desigualdade existente 
no mundo. 
 
 
11 
Pudemos também olhar o cenário brasileiro que possui, ante o cenário 
internacional, uma situação de disponibilidade de água relativamente 
confortável, mas com dados preocupantes em termos de qualidade. 
Com base nisso, também analisamos as consequências em relação à 
disponibilidade e à acessibilidade aos recursos hídricos no Brasil e sua relação 
com sistemas produtores deficitários. 
Pudemos compreender, além disso, sobre como a evolução do 
crescimento populacional é fundamental na discussão sobre saneamento. 
Por fim, na correlação com a prática, percebemos que as situações que 
vimos durante a aula e os conceitos associados já são uma realidade em muitos 
locais do mundo. A situação da Cidade do Cabo acabou por potencializar uma 
situação de medo para aqueles que vivem naquela cidade e também por se 
constituir em mais um alerta para a sociedade como um todo, lançando uma 
questão importante: se continuarmos com esse ritmo de degradação ambiental, 
quando chegará o Dia Zero da Humanidade? 
 
 
 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Atlas Brasil Abastecimento Urbano 
de Água, 2010. Disponível em: <http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/Home.aspx>. 
Disponível em: 5 dez. 2018. 
_____. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2017: relatório 
pleno/Agência Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2017. 169 p. Disponível em: 
<http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-
recursos-hidricos/relatorio-conjuntura-2017.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018. 
ALVES, J. D. As novas projeções da ONU sobre a população brasileira e 
mundial 2017. Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2017/06/23/as-
novas-projecoes-da-onu-sobre-populacao-brasileira-e-mundial-artigo-de-jose-
eustaquio-diniz-alves/>. Acesso em: 5 dez. 2018. 
CAMPOS, V. N. O. O Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e o Consejo 
de Cuenca del Valle de México. Tese (Doutorado em Integração da América 
Latina) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. 
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Observando os rios: o retrato da 
qualidade da água em rios da região Sul e Sudeste do Bioma Mata Atlântica, 
2014. Disponível em: <https://www.sosma.org.br/wp-
content/uploads/2014/03/relatorio_rios_2014_sosmataatl.pdf>. Acesso em: 5 
dez. 2018. 
GANDRA, A. Consumo de água por habitante no Brasil é estável. Agência 
Brasil, 2011. 
HIRATA, R. Recursos Hídricos. In: TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; 
TOLEDO, M. C.; TAIOLI, F. (Ed.). Decifrando a Terra. São Paulo, Oficina de 
Textos, 2009. p. 167-180. Capítulo 20. 
IWMI – INTERNATIONAL WATER MANAGEMENT INSTITUTE. Water 
solutions for a changing world. Disponível em: 
<http://www.iwmi.cgiar.org/About_IWMI/Strategic_Documents/Annual_Reports/
2017/iwmi-annual-report-2016.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2018. 
MARQUES, L. Capitalismo e colapso ambiental. Campinas: Ed. da Unicamp, 
2015. 
 
 
13 
UN – UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs, Population 
Division (2017). World Population Prospects: The 2017 Revision, Key Findings 
and Advance Tables. Working Paper No. ESA/P/WP/248. Disponível em: 
<https://esa.un.org/unpd/wpp/publications/files/wpp2017_keyfindings.pdf>. 
Acesso em: 5 dez. 2018. 
VÖRÖSMARTY, C. J.; GREEN, P.; SALISBURY, J.; LAMMERS, R. B. Global 
Water Resources: Vulnerability from Climate Change and Population Growth. 
2000. Disponível em: <http://science.sciencemag.org/content/289/5477/284>. 
Acesso em: 5 dez. 2018. 
WWAP – UNITED NATIONS WORLD WATER ASSESSMENT PROGRAMME. 
The United Nations World Water Development Report 2017. Wastewater: The 
Untapped Resource. Paris, Unesco, 2017. 
 
	Conversa inicial
	Na prática
	Cidade do Cabo – o Dia do Zero
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS
	GANDRA, A. Consumo de água por habitante no Brasil é estável. Agência Brasil, 2011.

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