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Tubulações Industriais PROF.: KAIO DUTRA AULA 9-10 – TUBULAÇOES COMO ELEMENTOS ESTRUTURAIS Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o Do ponto de vista da Resistência dos Materiais, cada trecho de tubulação pode ser considerado como sendo um elemento estrutural. o São as seguintes as principais agindo sobre uma tubulação: o Pressão interna exercida pelo fluido. o Pressão externa (tubulações em ambientes sob pressão ou operando com vácuo). o Peso próprio da tubulação, peso do fluido contido, das conexões, válvulas etc., integrantes da tubulação e do isolamento térmico. Em tubulações de vapor, ar e outros gases, deve ser considerado também o peso da água para o teste hidrostático, a menos que sejam previstos suportes provisórios adicionais para esse fim. Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o São as seguintes as principais agindo sobre uma tubulação: o Sobrecargas diversas agindo sobre a tubulação, tais como peso de outros tubos, plataformas e estruturas apoiadas nos tubos, gelo e neve sobre os tubos, peso da terra, pavimentação e veículos (no caso de tubos enterrados), peso de pessoas sobre a tubulação etc. o Dilatações térmicas (ou contrações) da própria tubulação ou de outras tubulações ligadas à tubulação em questão, devido a variações de temperatura. o Movimentos de pontos extremos da tubulação causados por dilatação de outras tubulações, dilatação própria de equipamentos (tanques, vasos, bombas etc.) ligados à tubulação em questão, ou por outras causas: vento, movimento de marés etc. Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o São as seguintes as principais agindo sobre uma tubulação: o Atrito da tubulação nos suportes. o Ações dinâmicas provenientes do movimento do fluido na tubulação, tais como golpes de aríete, acelerações, impactos etc. o Ações dinâmicas externas: vento, terremoto etc. o Vibrações. o Reações de juntas de expansão, por não só ao esforço necessário para impor deslocamento às mesmas, como também ao efeito de pressão interna (empuxo). Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o São as seguintes as principais agindo sobre uma tubulação: o Tensões decorrentes da montagem, tais como alinhamentos forçados, desalinhamentos e desnivelamento de suportes, tensões residuais de soldagem, aperto exagerado ou desigual de flanges e de roscas, erros de ajuste de suportes de molas etc. o Desnivelamento de suportes ou de vasos ou equipamentos ligados à tubulação, conseqüentes de recalque de fundações. Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o Evidentemente, tanto no projeto como na montagem deve-se, na medida do possível, evitar ou atenuar as tensões provenientes da maior parte dos fatores acima relacionados. Com esse objetivo procura-se, por exemplo: o Adotar vãos adequados entre os suportes. o Colocar válvulas, derivações pesadas e outras cargas concentradas importantes próximo aos suportes. o Limitar as sobrecargas. o Colocar os tubos enterrados na profundidade apropriada. o Dar flexibilidade adequada ao sistema para reduzir os esforços oriundos das dilatações. Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o Evidentemente, tanto no projeto como na montagem deve-se, na medida do possível, evitar ou atenuar as tensões provenientes da maior parte dos fatores acima relacionados. Com esse objetivo procura-se, por exemplo: o Colocar guias e contraventos para manter o alinhamento dos tubos. o Absorver as vibrações por meio de amortecedores, ancoragens ou juntas de expansão. o Colocar placas de deslizamento ou suportes de rolos nos casos em que o atrito for muito grande ou for prejudicial. o Executar a montagem com os devidos cuidados para reduzir os valores das tensões resultantes da montagem. Cargas Que Atuam Sobre as Tubulações Prof.: Kaio Dutra o Devido ao grande número dessas cargas, à complexidade inerente a algumas delas, e também à variedade de configurações que podem ter as tubulações, o cálculo rigoroso da ação simultânea de todas as cargas que possam estar atuando é bastante difícil, e raramente justifica-se fazê-lo. Na prática, via de regra, faz-se apenas o cálculo das cargas predominantes, adotando-se tensões admissíveis inferiores às que o material permitiria, a fim de compensar os esforços não-considerados. o Para a grande maioria das tubulações industriais, é necessário e suficiente considerar apenas as seguintes cargas: o Pressão (interna ou externa). o Pesos e sobrecargas. o Efeito combinado das dilatações da própria tubulação e de outras tubulações ou equipamentos ligados à tubulação em questão. Tensões Nas Paredes dos Tubos Prof.: Kaio Dutra o No caso geral de um tubo submetido a urna série de cargas simultâneas, o estado de tensões em cada elemento da parede do tubo é caracterizado por três tensões normais e três tensões tangenciais de cisalhamento. o As tensões normais usualmente consideradas são: o tensão longitudinal Sl o tensão circunferencial Se o tensão radial Sr • A tensão radial Sr. é causada exclusivamente pela pressão; seu valor é geralmente baixo, e por isso costuma ser desprezado nos cálculos. Tensões Nas Paredes dos Tubos Prof.: Kaio Dutra o Para os materiais dúcteis, como é o caso de todos os aços e da maioria dos metais não-ferrosos, a teoria que melhor se ajusta aos dados experimentais é a denominada de cisalhamento máximo. De acordo com essa teoria, a falha do material ocorre quando a tensão de cisalhamento máxima ultrapassar a metade do valor mínimo do limite dê escoamento. o Para os materiais não-dúcteis, como é o caso, por exemplo, do ferro fundido e dos ferros-ligados, a teoria da ruptura adotada é a denominada de máxima tensão normal. Segundo essa teoria, a ruptura acontece quando a máxima tensão normal (Smáx) ultrapassar um determinado valor. Para esses materiais, a comparação será feita entre a tensão normal máxima e a tensão admissível. Tensões Primárias e Secundárias Prof.: Kaio Dutra o As tensões que aparecem nas paredes de um tubo, em conseqüência dos diversos carregamentos, podem ser classificadas em duas categorias, denominadas tensões primárias e tensões secundárias. o Tensões primárias as tensões necessárias para satisfazer as condições de equilíbrio estático em relação aos diversos carregamentos externos agindo sobre a tubulação, tais como pressão interna ou externa, pesos, sobrecargas etc. o Tensões secundárias são as que resultam não de carregamentos externos, mas do fato de a tubulação não ser nunca inteiramente livre de se dilatar, se contrair e se movimentar, em conseqüência das variações de temperatura e/ou dos movimentos de pontos extremos da tubulação. Relaxamento Espontâneo Prof.: Kaio Dutra o As tensões primárias têm corno característica básica o fato de não serem autolimitantes e de terem um valor diretamente proporcional à carga de que se originam. Assim, se a carga aumenta, a tensão aumentará na mesma proporção, podendo chegar à ruptura do material. o As tensões secundárias, pelo contrário, tendem a diminuir de intensidade com o passar do tempo, em conseqüência do fenômeno do relaxamento espontâneo. Tensões Admissíveis e Coeficiente de Segurança Prof.: Kaio Dutra o Denominam-se tensões admissíveis aos valores limites de tensões que se adotam para o cálculo da tubulação quando considerada como um elemento estrutural. o As tensões admissíveis são valores estabelecidos pelas normas de projeto para cada material e cada classe de tubulações. É evidente que as tensões admissíveis devem ser menores do que os limites de resistência e de escoamento do material na temperatura considerada. o Essas tensões são o limite de resistência, ou o limite de escoamento, divididos por um certo número, que é o chamado coeficiente de segurança. Tensões Admissíveis e Coeficiente de Segurança Prof.: Kaio Dutra o São os seguintes os principais fatores que influenciam o coeficiente de segurança a adotar, e portanto as tensões admissíveis: o Tipo do material; o Critériode cálculo; o Tipo de carregamento; o Variações nas condições de operação; o Incerteza nas qualidades do material; o Desvios de forma devidos a defeitos de matéria-prima e de fabricação e de montagem; o Grau de segurança necessário. Tensões Admissíveis da Norma ASME B31 Prof.: Kaio Dutra o As diversas seções da norma ASME B 31 contêm tabelas que dão, para todos os materiais de tubulação que são aceitos pela norma, as tensões admissíveis em função da temperatura, até a temperatura limite de utilização de cada material. Tensões Admissíveis da Norma ASME B31 Prof.: Kaio Dutra Tensões Admissíveis da Norma ASME B31 Prof.: Kaio Dutra o A norma estabelece as seguintes variações em relação às tensões admissíveis básicas: o Tensões estáticas e permanentes de cisalhamento puro e de torção: 80% das tensões admissíveis básicas. o Tensões provenientes de cargas transitórias ou eventuais de curta duração como a ação do vento, teste hidrostático, dilatações térmicas e de condições anormais de operação. Permitem-se os seguintes acréscimos sobre a tensão admissível básica: o Seção B 31.1: 15% para esforços que atuem durante até 10% do tempo, em 24 horas. o Seção B 31.3: 33% para esforços que atuem durante até 10 horas seguidas, com o máximo de 100 horas em um ano. Pressão e Temperatura de Projeto Prof.: Kaio Dutra o Chamam-se pressão de projeto e temperatura de projeto os valores da pressão e da temperatura considerados para efeito de cálculo e projeto da tubulação. Não devem ser confundidos com a pressão e temperatura de operação (ou de trabalho), que são as condições nas quais de fato deverá trabalhar a tubulação. Pressão de Projeto Prof.: Kaio Dutra o Pressão de projeto: A norma ASME B 31 define pressão de projeto como sendo a pressão interna ou externa correspondente à condição mais severa de pressão e temperatura simultâneas, que possam ocorrer em serviço normal. o Para cada condição diferente de trabalho, a pressão de operação deverá ser tomada como o maior dos dois seguintes valores: o Pressão de abertura de qualquer válvula de segurança ou de alívio que esteja ligada à linha. o Pressão máxima de recalque de bombeamento (vazão nula). Temperatura de Projeto Prof.: Kaio Dutra o Temperatura de projeto: A norma ASME B 31 define como temperatura de projeto a temperatura de operação correspondente à pressão de projeto. A temperatura de projeto é a que deve ser considerada para efeito de cálculo da espessura de parede, cálculo das tensões nos tubos resultantes de quaisquer esforços e demais cálculos estruturais. Condições Transitórias de Trabalho de Uma Tubulação Prof.: Kaio Dutra o No estabelecimento das condições de projeto devem ser consideradas todas as situações, mesmo transitórias ou eventuais, a que a tubulação possa estar sujeita. o Podemos citar, entre outras, as seguintes situações transitórias desse tipo: o Período transitório de partida de um sistema, até ser atingida e estabilizada a condição normal de operação, e também período de parada do sistema, inclusive paradas de emergência, quando muitas vezes acontecem flutuações maiores de temperatura e/ou de pressão. o Falhas em sistemas de proteção ou de controle, bem corno erros de operação (abertura ou fechamento indevidos de urna válvula, por exemplo). Condições Transitórias de Trabalho de Uma Tubulação Prof.: Kaio Dutra o Podemos citar, entre outras, as seguintes situações transitórias desse tipo: o A paralisação repentina da circulação de um líquido causa urna sobrepressão (golpe de aríete). o A parada brusca da circulação de um líquido pode causar, também, um vácuo a jusante do ponto onde se deu a parada. o O resfriamento de gases contidos em uma tubulação provoca uma queda de pressão que pode também produzir um vácuo. o A expansão de um líquido contido em uma tubulação, por efeito do aumento de temperatura, pode gerar pressões elevadíssimas dentro dos tubos, caso o líquido esteja bloqueado e não existam dispositivos de segurança para alívio de pressão. Exercícios Prof.: Kaio Dutra 1. Elenque e comente sobre as principais cagas que podem atuar sobre uma tubulação. 2. Existem formas de atuar ou evitar a atuação de cagas sobre tubulação, cite e comente sobre algumas dessas medidas. 3. Quais são tensões normais que atual em um tubo, faça um desenho e posicione corretamente no plano xyz. 4. Defina tensões primárias e secundárias e explique o que seria relaxamento espontâneo. 5. Relacione os principais fatores que influenciam no coeficiente de segurança de tubulações industriais. 6. Defina pressão e temperatura de projeto. 7. Elenque situações nas operações que geram condições transitórias em tubulações industriais.
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