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Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais em Odontologia

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Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
- Durante o exame clínico, deve-se sempre estabelecer o estado de saúde geral do paciente; 
- Essa informação deverá ser coletada na anamnese, onde será perguntado ao paciente se ele possui alguma doença 
sistêmica. A partir desse dado, a depender do estado geral do paciente, serão direcionados algumas condutas 
diferentes; 
 Classificação do estado físico (ASA): 
 ASA I: paciente saudável 
 ASA II: doença sistêmica leve controlada 
 ASA III: doença sistêmica grave não incapacitante 
 ASA IV: doença sistêmica grave que ofereça risco de vida constante 
 ASA V e VI: paciente moribundo e com morte cerebral. NÃO É COMUM NA CLÍNICA ODONT. 
DOENÇAS CARDIOVASCULARES E AVC 
 Posso empregar soluções anestésicas com vasoconstritores em pacientes portadores de doença 
cardiovascular? 
- muito se fala do uso do vasoconstritor epinefrina em pacientes cardiopatas, seus efeitos na pressão arterial 
dependem da dose administrada e da via a ser administrada. Por isso, em pequenas doses podem resultar em 
nenhuma ou pequena alteração da PA e, em doses elevadas e quando administrada acidentalmente nos vasos 
sanguíneos podem elevar a PA. A epinefrina também aumenta a frequência cardíaca e a força de contração 
ventricular e consequentemente leva ao aumento do debito cardíaco e o consumo de oxigênio pelo miocárdio, mas 
isso é preocupante em pacientes que sofrem da doença cardíaca isquêmica; 
- apesar disso tudo, o dentista deve se atendar que a DOR É ESTRESSANTE para o organismo. Durante uma situação 
de estresse, o corpo começa a produzir catecolaminas endógenas (epinefrina e norepinefrina) em maiores 
quantidades e isso acarreta a um aumento do trabalho cardíaco, que em pacientes cardiopatas podem resultar 
aumento da frequência cardíaca, etc; 
- portanto, o maior objetivo no atendimento odontológico em pacientes com doenças cardiovasculares é REDUZIR A 
LIBERAÇÃO ENDÓGENA DAS CATECOLAMINAS. Isso pode ser conseguido através da sedação mínima farmacológica 
que pode ser feito pelo uso de ansiolíticos e medidas não farmacológicas associadas. Além de se considerar essas 
medidas a anestesia deve garantir a completa ausência de dor durante o procedimento, e isso é mais facilmente 
obtido com o uso de soluções anestésicas com vasoconstritores; 
- o emprego de soluções anestésicas com epinefrina nas menores concentrações pode ser benéfico aos pacientes 
portadores das cardiopatias controladas. A dose máxima recomendada é de 0,04 mg por sessão de atendimento: 
 Epinefrina 1:100.000 (0,036 mg)= 2 tubetes 
 Epinefrina 1:200.000 (0,009 mg)= 4 tubetes 
- quando a epinefrina estiver contraindicada (nos casos de pacientes com certos tipos de arritimias), deve-se 
empregas soluções de prilocaína 3% com felipressina (a felipressina não produz efeitos no sistema cardiovascular). 
 
 
 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): 
- Consiste na elevação persistente dos níveis de pressão arterial sanguínea (PA), com valores maiores que 140/90 
mmHg; 
- É a responsável pela maioria dos casos de acidentes vasculares encefálicos e infarto agudo do miocárdio; 
- É classificada de acordo com a sua causa: 
I. Primaria: 
- sem causa aparente 
- seu tratamento se baseia na mudança de hábitos alimentares e na prática de exercícios físicos, 
restrição de tabagismo e da ingestão de álcool; 
- quando as mudanças de hábitos não são suficientes para o controle da doença, são empregados 
medicamentos anti-hipertensivos: betabloqueadores, diuréticos, bloqueadores de canal de cálcio, 
etc. Geralmente, esses medicamentos são empregados de forma associada; 
II. Secundária: 
- representa uma minoria dos casos; 
- ocorre devido a outras patologias, tais como: hipertireoidismo, enfermidades renais, etc; 
- o tratamento é voltado para a doença causadora da hipertensão arterial 
 CONDUTA: 
A. PACIENTE COM HIPERTENSÃO NO ESTAGIO 1, ASA II: Paciente com hipertensão arterial controlada ou 
situado nos limites de até 160/100 mmHg, aferida no dia da consulta; 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
- pode ser submetido a procedimentos odontológicos de caráter eletivo e de 
urgência; 
- avaliar se existem outras alterações sistêmicas associadas; 
- planejar sessões curtas de atendimento, preferencialmente na segunda metade da 
manhã (entre 10 a 12 h) e em procedimentos mais longos, sempre monitore a PA 
durante o atendimento; 
- Para evitar o aumento da pressão arterial por condições emocionais (estresse, 
ansiedade, medo do procedimento odontológico), prescrever um benzodiazepínco, 
ex. midazolam 7,5 mg; 
 
 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
- Monitoramento dos sinais vitais; 
- empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL 
(5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 tubetes) ou 
1:100.000 (2 tubetes). 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
- Para o controle da dor pós-operatória: prescrever dipirona ou paracetamol; 
- Controle da infecção; 
- Evitar o uso de anti-inflamatório não esteroides 
URGÊNCIA 
 
- Acionar o SAMU 
 
 
 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
B. PACIENTE COM HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 2, ASA II: pressão arterial atingindo níveis maiores que 160/100 
mmHg, mas sem ultrapassar 180/110 mmHg 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
- Todo procedimento odontológico eletivo em pacientes com pressão maior que 
160/100 ou 170/115 mmHg está contraindicado; 
- encaminhar o paciente para avaliação médica; 
 
 
C. PACIENTE COM HIPERTENSÃO SEVERA “ASSINTOMÁTICA”, ASA III: paciente com pressão arterial em níveis 
maiores que 180/110 mmHg, sem apresentar sintomas: 
TODO PROCEDIMENTO ODOTOLOGICO ESTÁ CONTRAINDICADO. 
- No caso de urgência odontológica, o atendimento devera ser feito em ambiente hospitalar, após avaliação 
médica. 
 
 DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA: 
 
 ANGINA DE PEITO: 
- Condição decorrente da obstrução das artérias coronárias por placas de ateroma, resultando na diminuição do 
fluxo sanguíneo para o coração; 
- Numa situação em que é exigido um aumento de 
trabalho do coração, a diminuição do fluxo fica mais 
critico e gera a isquemia do miocárdio; 
- A angina de peito é caracterizada pela sensação de 
dor, pressão ou queimação na região retroesternal, 
que pode irradiar para a mandíbula, base do 
pescoço e para o braço esquerdo. 
- A dor aparece após esforços físicos, emoções 
fortes e situações de estresse, sendo uma dor de 
curta duração (15-20 min) e aliviada com o repouso; 
- o desconforto desaparece quando o trabalho do miocárdio é diminuído; 
- Tais pacientes costumam realizar a administração sublingual de vasodilatadores coronarianos (ex. dinitrato de 
isossorbida) para controlar a crise; 
- o dentista deve tomar medidas preventivas para reduzir as possibilidades de o procedimento cirúrgico desencadei 
um episódio de angina. Antes disso é importante questionar o paciente em relação aos eventos que produzem a 
angina, a frequência, a duração e a gravidade da angina, se faz uso de medicamento e como responde ao usa-los; 
- se a angina do paciente surgir somente durante exercícios moderados a intensos e responder facilmente a 
medicação e se não houver aumento da gravidade, os procedimento cirúrgicos ambulatoriais podem ser realizados 
desde que sejam tomadas medidas de precações; 
- contudo, se a angina acontecer durante exercícios mínimos, se varias doses do medicamento são necessárias para a 
melhora do quadro, ou se o paciente apresenta angina instável, a cirurgia deverá ser adiada e o paciente deverá ser 
encaminhado a uma consulta medica 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
 INFARTO AGUDO DO MIORCÁRDIO: 
- É a necrose de parte do músculo cardíaco, resultante da insuficiência de irrigação sanguínea; 
- Existem pacientes que sofre de infarto e não sentem dor. Mas geralmente os sinais e sintomas incluem dor intensa, 
de duraçãoprolongada, mais de 30 min. Esta dor não é aliviada pela administração de vasodilatadores 
coronarianos; 
- A angina de peito instável, que não cede ao repouso e nem ao uso de vasodilatadores, pode ser um risco iminente 
de infarto do miocárdio. 
 CONDUTA: 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Na consulta inicial, investigue a frequência das crises de angina ou o tempo 
decorrido desde o último infarto, se for o caso; 
2. Avalie a pressão e o pulso; 
3. Anote todos os medicamentos que o pacientes faz uso e os horários das tomadas; 
4. Encaminhe para avaliação do médico e entre em contato com o mesmo para ser 
informado sobre as atuais condições do paciente. Informe o tipo de tratamento, 
com a previsão de duração e os medicamentos a serem utilizados; 
5. Se o paciente fizer uso de vasodilatadores, argumentar com o médico sobre a 
conveniência de se administrar uma dose profilática do medicamento 1-2 min 
antes do procedimento, para evitar uma crise durante o procedimento; 
6. Existem pacientes que fazem uso também de anticoagulantes ou antiagregante-
plaquetários: 
 Para pacientes que fazem uso desses medicamentos solicitar exames 
complementares: TEMPO DE SANGRAMENTO E TEMPO DE PROTROMBINA 
nos valores de RNI; 
 Antiagregante-plaquetário: ex. ASS= diminui a adesividade entre as 
plaquetas, por isso, esse paciente poderá sangrar muito= solicitar exame de 
tempo de sangramento e a conduta vai depender dos valores de referência. 
 Anticoagulantes: ex. varfarina sódica= inibe os fatores de coagulação= 
solicitar o tempo de protrombina e o procedimento deverá ser feito se os 
valores de RNI forem entre 2,5 e 3,5, maiores que 3,5 encaminhar para o 
médico. 
7. CIRURGIAS ELETIVAS SÓ SERÃO FEITAS APÓS 6 MESES DO INFARTO. JÁ AS MAIS 
URGENTES, SOMENTE A PARTIR DA 6° SEMANA. 
8. Poderá também realizar o uso de ansiolíticos, como o midazolam, para que o 
paciente não tenha uma crise devido a fatores emocionais; 
9. Planeje sessões curtas 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
1. Monitore os sinais vitas; 
2. Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 
UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 
tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
1. Uso de medicamentos para o controle da dor e infecção; 
2. Poderá prescrever corticoides e analgésicos como: dipirona ou paracetamol; 
3. Evite prescrever AINEs 
URGÊNCIA 
 
- Acionar o SAMU 
 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
 
 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: 
- É uma condição em que o coração não tem força suficiente para irrigar os outros órgãos (sístole insuficiente); 
- Causa limitação das atividades físicas; 
- Os pacientes com esta condição fazem uso de fármacos inibidores da ECA e os betabloqueadores; 
- No atendimento a esses pacientes, é importante saber sobre a data da ultima consulta medica, se houve alteração 
recente da medicação, e saber se possui outras complicações cardiovasculares e sistêmicas; 
- são sinais e sintomas dessa condição: dispneia (dificuldade respiratória), tosse não produtiva, o edema de quadris 
(especialmente no final da tarde), distensão das grandes veias do pescoço; 
 CONDUTA: 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Encaminhar para avaliação médica se necessário; 
2. Sessões devem ser planejadas para serem curtas; 
3. Poderá considerar o uso de ansiolíticos como o midazolam; 
4. Coloque a cadeira semi-inclinada, pois o paciente pode apresentar dificuldades 
respiratórias na posição deitada. 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
1. Monitore os sinais vitais ao longo do procedimento 
2. Se houver aumento da pressão e a frequência cardíaca durante o atendimento, 
é recomendado fazer um intervalo; 
3. Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 
UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 
tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
- controle da dor e infecção 
URGÊNCIA 
 
- Acionar o SAMU 
 
 ARRITIMIAS: 
- Alteração no ritmo cardíaco; 
- frequências cardíacas menores que 60 batimentos por minuto são denominadas bradicardias e frequências 
maiores que 100 batimento por minuto são denominadas taquicardias sinusais; 
- Se na história medica de arritmia o paciente relatar que apresenta restrições em realizar suas atividades de rotina 
ou presença de outras alterações cardiovasculares associadas, o paciente deverá ser encaminhado para o medico e o 
dentista deverá trocar informações com o mesmo. 
- pacientes propensos ou que sofrem de disritmias cardíacas geralmente possuem história de doença cardíaca 
isuêmica 
 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Encaminhar para avaliação médica; 
2. Solicitar ao médico informações sobre o tipo e severidade da arritmia e sobre a 
condição atual da doença; 
3. Verifique se o paciente faz uso de anticoagulantes. Caso esteja, solicitar o exame 
de tempo de protrombina; 
4. Agendar os atendimentos pela manhã, com duração curta; 
5. Em casos de estresse emocional, se as medidas não farmacológicas não 
funcionarem, considere o uso dos ansiolíticos; 
 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
1. Monitore os sinais vitais ao longo do procedimento 
2. Existem pacientes que fazem o uso de marcapasso cardíaco permanente e por 
isso equipamentos elétricos, como bisturi elétrico ou equipamentos que emanam 
micro-ondas, não devem ser utilizados próximos do paciente; 
3. Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 
UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 
tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). 
4. Evite o uso de epinefrina nas seguintes condições: 
 Arritimias severas; 
 Bloqueio atrioventricular; 
 Arritimias sintomáticas na presença de outras doenças cardíacas; 
 Arritimias supraventriculares, como síndrome de wolff Parkinson-white 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
- controle da dor e infecção 
URGÊNCIA 
 
- Acionar o SAMU 
 
 ANORMALIDADES DAS VALVAS CARDÍACAS: 
- As válvulas cardíacas se encontram na saída de cada uma das quatro câmeras do coração; 
- Tais anormalidades podem ser causadas por distúrbios congênitos ou por uma variedade de doenças adquiridas; 
- Existem pacientes que possuem um grau elevado de comprometimento da função valvar, então nesses casos, 
podem necessitar da colocação das próteses. A partir daí, esses pacientes são considerados de risco para a 
endocardite bacteriana, que pode se manifestar após procedimento odontológico; 
- a endocardite é uma infecção que atinge o endocárdio, tecido que reveste o musculo cardíaco e as valvas 
cardíacas, causada por bacteremia transitória, via corrente sanguínea (infecções hematogênicas). A endocardite é 
um infecção associada a bacteremia de origem bucal, por isso, são diversos os procedimentos odontológicos que 
podem causar essa bacteremia, tais como: sondagem periodontal, cirurgias ou mesmo uma escovação vigorosa; 
- essa bacteremia em pacientes saudáveis não gera efeitos ou algum dano, pois o próprio organismo consegue 
eliminar. Contudo, caso o paciente seja portador de certos comprometimentos cardíacos, as bactérias podem alojar-
se no endocárdio e causar a endocardite; 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
- estreptococos e estafilococos são responsáveis por mais de 80% dos casos 
- Intervenções odontológicas de risco para a endocardite, que requerem o uso da profilaxia: 
- Procedimentos que envolve manipulação dos tecidos gengivais ou da região periapical ou perfurações na 
mucosa oral. 
- Condições cardíacas de risco, quando a profilaxia é indicada: 
 PACIENTES DE ALTO RISCO: 
I. Válvulas cardíacas protéticas; 
II. Endocardite prévia; 
III. Cardiopatias congênitas complexas. 
 PACIENTES DE RISCO MODERADO: 
I. Más-formações cardíacas congênitas; 
II. Disfunção valvar adquirida; 
III. Cardiomiopatia hipertrófica; 
IV. Prolapso da válvula mitral com regurgitação.- A profilaxia antibiótica vai atuar nas três fases da patogênese da endocardite. Portanto, vai interferir na 
bacteremia (reduzindo o n° de microrganismos no sangue), na aderência (diminuindo a afinidade dos 
microrganismos de se aderirem as válvulas) e na multiplicação (interferindo na atividade metabólica); 
 AVC: 
- Paciente que sofreram um acidente vascular cerebral sempre serão suscetíveis a novos acidentes neurovasculares; 
- esses pacientes geralmente fazem uso de anticoagulantes e se forem hipertensos, tomam anti-hipertensivos; 
- o estado neurológico desses pacientes deve ser avaliado e documentado no pré-operatório; 
- deve ser tratado com um protocolo de redução de ansiedade não-farmacológica e se optar pela opção 
farmacológica, realiza-la em baixas doses; 
- monitorar os sinais vitais 
- Pacientes com AVC prévio, devem ser tratados de acordo com os pacientes com hipertensão e/ ou infarto agudo do 
miocárdio. 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
DOENÇAS RESPITATÓRIAS 
 ASMA: 
- É uma doença pulmonar obstrutiva, cuja principal sintoma é a falta de ar, causada pelo estreitamento das vias 
aéreas, pela inflamação de suas paredes e pela produção exagerada de muco aderente, em reposta a vários 
estímulos; 
- Os sintomas clássicos são: chiado no peito (acompanhado ou não pela falta de ar) e a tosse seca ou com secreção, 
além de sensação de aperto do peito, que pode ser confundida com problemas cardíacos, por idosos; 
- As crises podem vir a surgir após exercícios físicos, estresse emocional, infecção respiratória viral, inalação do ar 
frio ou de agentes irritantes e exposição à alérgenos específicos; 
- A maior preocupação do profissional ao atender esses pacientes deverá estar voltada a prevenção da crise de 
asma; 
- Por isso, durante a anamnese realizar perguntas para identificar o grau e severidade da doença. Poderá direcionar 
as seguintes perguntas: 
I. De qual tipo de asma você é portador? Quanto maior a severidade da doença, maior o risco de 
complicações; 
II. Qual era a idade quando a asma foi diagnosticada e quais mudanças te percebido desde então? Tais 
informações permitem identificar o tempo que a doença está sendo controlada; 
III. Você tem algum tipo de alergia? Essa informação permite identificar se o paciente tem alergia a certos 
materiais de uso odontológico, como látex e o metilmetacrilato. Também e importante saber que muitos 
asmáticos podem ser alérgicos a anti-inflamatórios não esteroides e ainda tem aqueles que são dependentes 
dos corticosteroides e com isso podem apresentar alergia a sulfitos, componente esse presente na anestesia 
com epinefrina; 
IV. Quais medicamentos você utiliza para o tratamento da asma? Pacientes que fazem o uso contínuo de 
corticosteroides ou broncodilatadores podem indicar quadros clínicos mais complexos – pacientes com 
asma grave necessitam de broncodilatadores; 
V. Você passou por alguma crise ou complicação recente? Como foi tratada? tratamentos que necessitaram 
de hospitalização recente, indica quadro instável e susceptível a novas crises; 
VI. Você se sente ansioso com medo quando vem ao consultório? Se caso o paciente apresentar medo, talvez, 
medidas farmacológicas sejam necessárias, através dos ansiolíticos. 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Avaliação da condição por um médico caso esteja instável; 
2. Se o paciente fizer uso de esteroides, consultar com o médico sobre a 
conveniência de uma suplementação com corticosteroide durante o período 
transoperatório se um procedimento cirúrgico maior for planejado (pacientes 
que fazem uso contínuo de corticoides podem ter supressão adrenal com 
diminuição da produção de cortisol endógeno); 
3. Considerar a antibioticoterapia 
4. Poderá considerar o uso de ansiolíticos como o midazolam. 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
1. Monitore os sinais vitais ao longo do procedimento 
2. Empregar soluções anestésicas contendo lidocaína 2% ou articaína 4% com 
epinefrina 1:100.000 ou 1:200.00 
3. Pacientes com alergias a sulfitos: usar prilocaína 3% com felipressina 0,03 UL/mL 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
- controle da dor e infecção; 
- atenção para a solução oral em gotas de paracetamol, pois contem metabissulfito de 
sódio em sua composição. 
- evitar o uso de AINEs 
URGÊNCIA 
- administrar a bombinha broncodilatadora aerossol 
- Acionar o SAMU 
 
- Para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), serão as mesmas condutas, contudo, para esses 
pacientes deve-se evitar a sedação pré-operatória (uso de ansiolíticos, oxido nitroso com oxigênio) e também se 
deve evitar a posição supina. 
- esses pacientes também fazem uso de broncodilatadores, em casos mais graves de DPOC, são administrados 
corticosteroides. Somente em casos muito grave e crônicos é utilizado suplementação com oxigênio portátil; 
- quando esses pacientes precisam de algum tratamento odontológico de cirurgia oral maior, o dentista deve 
considerar a suplementação adicional de corticosteroide, se fizerem o uso; 
DOENÇAS RENAIS 
- Os rins exercem função de excreção de produtos da degradação do metabolismo, eliminação de fármacos e a 
regularização do equilíbrio ácido-básico e hidroeletrolítico. Além disso, são responsáveis pela ativação da vitamina D, 
produção de hormônios como a renina e a eritropoietina e certas prostaglandinas. Quando os rins não são capazes 
de exercer essas funções reguladoras, instala-se um quadro de insuficiência renal, que pode ser agudo ou crônico; 
 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: 
- É uma doença silenciosa, definida como uma síndrome metabólica: caracterizada pelo declínio irreversível da 
filtração glomerular; 
- As causas mais comuns são: 
I. Diabetes melito; 
II. Hipertensão arterial 
III. Glomerulonefrite. 
- O mau funcionamento dos rins propicia varias alterações sistêmicas no organismo; 
- É comumente encontrada em pacientes hipertensos, pacientes anêmicos; 
- Outro fator importante a se observar, é que nesses pacientes a agregação plaquetária é anormal, o que explica o 
aumento do tempo de sangramento e risco de hemorragias em procedimentos cirúrgicos; 
- Esses pacientes também possuem mais riscos a infecções; 
- Doenças periodontais podem ser encontradas nesses pacientes e infecções bucais, como a candidíase, por serem 
imunossuprimidos. 
- O tratamento da IRC é feito de duas maneiras, a depender do estágio da doença: por meio da diálise peritoneal, 
onde é infundida uma solução com o auxilio de um cateter permanente. E a hemodiálise, onde os pacientes fazem 
uso de anticoagulantes (geralmente a HEPARINA, que é administrado via parenteral); 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Antes de realizar o tratamento de um paciente com IRC, o dentista deverá entrar 
em contato com o médico para obter informações sobre o estado atual da 
doença; 
2. Previamente ao procedimento solicitar hemograma completo e coagulograma, 
esse ultimo para avaliar os mecanismos de hemostasia, principalmente pelo fato 
do paciente usar anticoagulante, a heparina (utilizada para permitir que o 
sangue passe pelo equipamento de diálise sem coagular), visto que tais 
medicamentos podem aumentar os riscos de hemorragias e aumento do tempo 
de sangramento; 
3. Pacientes com níveis pressóricos muito elevados, quadros graves de anemia ou 
distúrbios de coagulação sanguínea não devem ser submetidos aos 
procedimentos, somente os de urgência odontológica, no ambiente hospitalar; 
4. Pacientes que fazem o uso de heparina possuem o tempo de sangramento 
aumentado, com isso, é recomendado que os procedimentos odontológicos que 
causem sangramento sejam agendados 24 horas depois da hemodiálise, para 
evitar o risco de hemorragia; (meia vida da heparina é de 2 -4 horas) (realizar os 
exames logo após a hemodiálise, se possível) 
5. A profilaxia antibiótica da ferida operatória deverá ser feita baseando-senos 
resultados dos exames de hemograma. Se as células de defesa, como leucócitos, 
estiverem baixa faremos a antibiótico profilaxia; 
6. Pacientes que receberam transplante renal devem ser submetidos a 
tratamentos eletivos 6 meses após a intervenção. E os casos de urgência devem 
ser feitos em ambiente hospitalar. Nesses pacientes devemos considerar o uso da 
profilaxia antibiótica; 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
1. Monitoramento dos sinais vitais; 
2. Poderá considerar o emprego dos ansiolíticos, como o midazonlam, se sentir 
necessidade; 
3. Empregar menores volumes de solução de articaína 4% ou lidocaína 2% com 
epinefrina 1:100.000 ou 1:200.00 (no máximo 2 tubetes). Se epinefrina for 
contraindicada, usar prilocaína 3% com felipressina (exceto em pacientes com 
anemia). Evitar mepivacaína, cuja metabolização hepática e excreção renal é mais 
lenta; 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
- A conduta pós operatória imediata será a realização das medidas hemostáticas: lavar 
a ferida operatória, aspirar com sugador e fazer a hemostasia (podemos colocar a 
esponja de fibrina no osso) e depois suturar. Se o paciente não tiver hemorragia e o 
sangramento está controlado, nesse caso, podemos fazer hemostasia como 
prevenção, para que o paciente não tenha hemorragia pós operatória. 
- O procedimento de hemodiálise deverá ocorrer 24 horas depois da cirurgia; 
- Evitar o uso de AINEs, pois podem aumentar a retenção de sódio, podem interagir 
com os anti-hipertensivos e causar brusco aumento de pressão. Podem interferir 
negativamente na agregação plaquetária. 
- Controle da dor e infecção. Os antibióticos tetraciclinas e cefalosporinas devem ser 
evitadas pelo seu potencial nefrotóxico 
URGÊNCIA 
- Medicas hemostáticas locais e acionar o SAMU 
 
 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
DOENÇAS HEPÁTICAS 
- Pacientes com doenças hepáticas são o resultado de doenças infecciosas, abuso de álcool ou congestão 
vascular ou biliar; 
- esses pacientes podem necessitar de alteração das doses de medicamentos ou evitar o uso de certos 
fármacos que sofrem metabolização hepática; 
- devemos seguir os seguintes protocolos: 
 Descobrir a causa dos problemas hepáticos, se a causa for hepatite B, tomar precauções; 
 Evitar fármacos que requerem metabolização ou excreção hepática e se for necessário o uso, 
modificar a dose; 
 Investigar se essa paciente possui algum distúrbio sanguíneo. Podem-se solicitar exames como: 
contagem de plaquetas, tempo de protrombina, tempo de tromboplastina e tempo de 
sangramento. 
DOENÇAS ENDOCRINAS 
 DIABETES MELITO 
- a diabetes melito (DM) é uma doença metabólica sistêmica crônica, consequente à deficiência parcial ou total de 
insulina (hormônio responsável por colocar a glicose para dentro das células); 
- É classificada em dois tipos: 
 Tipo I: 
- mais comuns em crianças, adolescentes ou jovens adultos, embora possa ocorrer em qualquer idade; 
- é caracterizado pela destruição das células beta do pâncreas, devido a mecanismos imunológicos do 
organismo, levando a destruição total da insulina; 
- por esse motivo, pacientes com diabetes melito tipo I, são chamados de insulinodependentes; 
 Tipo II: 
- “ocorre geralmente em indivíduos obesos com mais de 40 anos de idade, embora sua frequência tenha 
aumentado em jovens, em função de maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana”. 
- é causada por um conjunto de três fatores: aumento da resistência a insulina, defeitos na secreção de 
insulina pelas células beta do pâncreas e aumento da produção de glicose endógena. 
- O tratamento dessa condição é realizado por três medidas: dieta alimentar, exercícios físicos orientados e uso de 
medicamentos dependendo do tipo de diabetes e de outros fatores; 
- Para esses pacientes o dentista deverá relacionar uma anamnese direcionado a essa condição para obter 
informações detalhadas sobre o controle da doença e assim realizar um planejamento de tratamento odontológico. 
As seguintes perguntas poderão ser feitas: 
1. Você esta sendo acompanhado pelo médico regularmente? 
2. Quando foi feito o ultimo exame de glicemia e da hemoglobina glicada? 
3. De quais medicamentos você faz uso? 
4. Diariamente, qual é a sua dieta alimentar? 
5. Recentemente, você teve alguma complicação decorrente da doença? 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Realizar o procedimento preferencialmente pela manhã 
2. Avaliação pelo médico em casos de procedimento cirúrgicos que provoquem 
limitação da função mastigatória. Discutir com o médico a possibilidade de 
mudanças na dieta do paciente e ajuste da dose da insulina o período pós-
operatorio, devido ao risco de desenvolver uma hipoglicemia devido a dificuldade 
de comer. O retorno das doses normais de insulina deve ser iniciada somente 
após o retorno da alimentação calórica normal do paciente 
3. No dia do atendimento, certifique-se de que o paciente se alimentou de forma 
adequada e fez o uso de medicação; 
4. Aferir a glicemia; 
5. A ansiedade e o medo, relacionados ao tratamento odontológico, podem 
desencadear uma serie de eventos fisiológicos que podem resultar no aumento 
dos níveis de glicemia em pacientes diabéticos. Assim, em casos de ansiedade e 
medo, o uso de beszodiazpínicos poderá ser considerado como medicação pré-
operatória; 
 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
1. Monitoramento dos sinais vitais (controle da hipo e hiperglicemia); 
 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
- Controle da dor e infecção; 
- evitar o uso dos AINEs, pois esses podem competir por sítios de ligação as proteínas 
plasmáticas com os hipoglicemiantes e proporcionando um quadro de hipoglicemia; 
 
 
URGÊNCIA 
- sinais de hipoglicemia: ingerir substâncias liquidas doces. 
- acionar o SAMU 
 
CONDIÇÕE ESPECIAIS 
 GRAVIDEZ: 
- A atitude do dentista ao prescrever um medicamento deve ser bem criteriosa em relação a pacientes gravidas e 
lactante. Deve-se sempre priorizar condutas não medicamentosas e se houver necessidade passar o medicamento; 
- O profissional deve reconhecer que a farmacocinética na gestante é diferente em mulheres não gravidas. A 
gestante apresenta alterações fisiológicas, que modificam a absorção, distribuição e eliminação dos fármacos; 
- A administração de medicamentos à mãe pode repercutir no feto. Existem inúmeros fármacos com capacidade de 
atravessar a placenta, e nela é possível ocorrer o metabolismo dos fármacos, por meio de processos enzimáticos. 
Uma grande maioria dos medicamentos e outros substâncias químicas atravessam com facilidade a placenta e 
atingem a circulação fetal. 
- No período decorrido entre a fecundação até os três primeiros meses de gravidez, ocorrem as principais 
transformações embriológicas (organogênese), a maioria dos defeitos de desenvolvimento fetal ocorre nesse 
período e ocorrem por uma série de fatores, tais como o uso inadequado de certos medicamentos exposição à 
radiação ionizante, etc; 
 
 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
 ALTERAÇÕES NA CAVIDADE BUCAL: 
Gengivite gravídica ou gestacional: pode está associado a uma série de fatores, tais como, deficiência nutricional, 
estado transitório de imunodepressão e o descuido com a higiene bucal. Além disso, tal condição nas gravidas gera 
maior sangramento e isso ocorre devido aos índices elevados de progesterona na gestante; 
Granuloma gravídico: o mesmo que granuloma piogênico, que surge por consequência a um trauma e tem 
preferencia por surgir na gengiva livre. É uma lesão lobulada ou lisa, pediculada, que pode surgir a partir do terceiro 
mês de gestação. Deve ser tratada com excisão cirúrgica; 
 
 TIPOS DE PROCEDIMENTOS QUE PODEM SER FEITOS DURANTE A GRAVIDEZ: 
 Exodontias simples; 
 Tratamento periodontal básico; 
 Restaurações dentárias; 
 Tratamento endodôntico; 
 Colocação de prótese, etc 
- As reabilitações oclusais extensas e cirurgias mais invasivas devem ser agendadaspara o período pós-parto; 
 QUAL É A ÉPOCA CERTA DE ATENDIMENTO? 
- O 1º trimestre de gestação não é um período adequado, portanto, os 
tratamentos devem ser evitados devido a maior vulnerabilidade do feto e a 
maior incidência de abortos espontâneos; 
- Já o 2º trimestre de gestação constitui-se na melhor época para o atendimento 
odontológico. Nesse período a organogênese está completa e o feto já está 
desenvolvido e a mãe se sente mais segura. Existe só o perigo de hipotensão 
postural, que pode ocorrer se a paciente for tratada na posição supina e houver 
mudança brusca para a posição em pé; 
O que é hipotensão postural? É uma queda da pressão arterial e perda da 
consciência devido a mudança brusca de posição 
- Pacientes no 3º trimestre de gestação, nas últimas semanas, também não é 
permitido realizar procedimentos odontológicos, pois muitos pacientes nessa 
época tem maior frequência urinaria, inchaço nas pernas e sente-se desconfortáveis na posição supina, devido a 
compreensão causada pelo feto. Além de ser um período com maior riscos de gerar parto prematuro ou abortos 
espontâneos. 
- Frente às urgências odontológicas (pulpites, abscessos, etc), o tratamento não pode ser adiado, independente do 
período gestacional, pois a consequência da dor e de uma infecção pode ser muito mais maléfica a mãe e ao feto do 
que aquelas decorrentes de tratamentos odontológicos; 
- As sessões de atendimento devem ser curtas, agendadas preferencialmente para a segunda metade da manhã, 
quando os episódios de enjoos são menos comuns; 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
- Ao fim do atendimento, como prevenção, deve-se colocar a paciente sentada ou deitada de lado (esquerdo) por 
alguns minutos, antes de sair da cadeira e assumir a posição em pé. 
 EXAME RADIOGRÁFICO: 
- O feto pode receber até 50 mGy sem que sofra dano algum. Assim, se houver necessidade desse exame, o 
profissional deve se atentar no seguinte protocolo: 
 Se atentar quanto ao uso de protetores (colete de chumbo, protetor de tireoide); 
 Fazer o uso de filme radiográfico mais sensível a menor tempo de exposição; 
 Técnica correta para evitar repetições; 
 
 SEDAÇÃO MÍNIMA: 
- Nas gestantes deve-se evitar o uso de meios farmacológicos; 
- Caso não tenha jeito, a sedação mínima por via inalatória pela mistura de óxido nitroso e oxigênio é um método 
seguro para o uso na gravidez; 
 ANESTESIA LOCAL: 
- deve ser aquela que proporciona a melhor anestesia a gestante. Assim as anestesias devem conter vasoconstritor 
em sua composição; 
- seja qual for o anestésico escolhido, o volume máximo recomendado é igual ao contido em dois tubetes 
anestésicos (3,6 ml), por sessão de atendimento, com injeção lenta e aspiração negativa; 
 CONTROLE DA DOR: 
- Quando o processo doloroso já está instalado, a melhor conduta é remover a causa. Quando houver necessidade 
da prescrição de analgésicos, o paracetamol é o fármaco de escolha para qualquer período gestacional. E quando 
houver necessidade do uso de anti-inflamatório, empregar dexametasona ou betametazona 
 TRATAMENTO DAS INFECÇÕES: 
- Nos casos das infecções eu apresentam sinais locais de disseminação e manifestações sistêmicas da infecção, a 
descontaminação do local se faz necessário com o uso complementar de antibióticos, como a amoxicilina, nas 
dosagens e posologias habituais. Em casos de gestantes alérgicas a amoxicilina, prescrever cliindamicina; 
- Em casos de infecções em fases mais avançadas, quando há a presença de bactérias anaeróbicas, pode-se associar 
o metronidazol a amoxicilina; 
- As tetraciclinas têm o seu uso contraindicado durante a gestação, pois são capazes de ligar a hidroxiapatita dos 
dentes e provocar uma coloração acastanhada dos mesmos, assim como hipoplasia do esmalte inibição do 
crescimento ósseo e outras anormalidades esqueléticas. 
- De maneira geral os fármacos seguros para o uso na gestação também são no período de lactação; 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Evitar procedimentos eletivos clínicos e cirúrgicos; 
2. Se necessário, realiza-lo preferencialmente no 2° trimestre de gestação; 
3. Sempre que possível, consultar o médico obstetra. 
 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
- Evitar o anestésico prilocaína com felipressina. Risco de causar 
metemoglobinemia: condição caracterizada pela diminuição da capacidade de 
transporte de oxigênio devido à conversão de algumas espécies de ferro ferroso 
em estado férrico oxidado. A felipressina pode causar contração uterina, 
respectivamente. 
- Procedimentos eletivos: 
lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 
- Urgências (dor ou infecção): 
Gestantes normais/ Grávidas com história de anemia/grávidas com diabete ou 
com hipertensão controlada: 
Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 
Grávidas com hipertensão não controlada/ com hipertensão não controlada e 
história de anemia: 
Mepivacaina sem vasoconstritor 
Avaliar o risco/benefício do atendimento ambulatorial junto ao médico 
 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
1. Controle da infecção com amoxicilina; 
2. Controle da dor e inflamação com AIE como o dexametasona e/ou 
paracetamol. 
 
 
URGÊNCIA 
- acionar o SAMU 
 PACIENTES QUE FAZEM USO CRÔNICO DE ANTIAGREGANTE E/ OU 
ANTICOAGULANTE 
- O sangue circula pelos vasos sem produzir ativação plaquetária ou coagulação. Mas 
qualquer lesão vascular (seja por traumatismo, intervenção cirúrgica, etc) desencadeia 
o processo hemostático, que se inicia pela adesão das plaquetas e culmina com a 
formação de coagulo (rede de fibrina), que posteriormente é eliminado pela ação de 
enzimas fibrinolíticas; 
- O uso desses medicamentos é indicado para a prevenção de tromboembolismo 
venoso. E os candidatos a esse tipo de tratamento são pacientes portadores de 
problemas cardiovasculares, como fibrilação arterial, doença cardíaca isquêmica, 
doença vascular periférica ou portadores de próteses valvares cardíacas; 
 Antiagregantes plaquetários: 
1. Ácido acetilsalicílico: 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
- Tem ação na inibição irreversível da enzima COX-1 que propiciam a transformação do ácido araquidônico em 
prostaglandinas. A prostaglandina H2 é responsável pela liberação do tromboxano A2, potente agregante 
palquetário e vasoconstritor. Quando o AAS age sobre a COX-1 a transformação do ácido araquidônico em 
prostaglandinas H2 e consequentemente a liberação do tromboxano é inibida, reduzindo a adesividade entre as 
plaquetas; 
- “Seu tempo de ação persiste por aproximadamente 10 dias, que é o tempo de meia-vida das plaquetas (podendo 
assim ser ingerida uma vez ao dia)”; 
2. Clopidogrel: 
- seu mecanismo de ação é associado ao bloqueio irreversível do receptor plaquetário do ADP e a interferência da 
união do fibrinogênio à glicoproteína IIb/ IIIa da membrana plaquetária; 
- nome fantasia é Plavix 
- Como agir com pacientes que fazem uso contínuo de antiagregante plaquetário? 
- quando o paciente faz uso desse tipo de medicamento, o sangue que escapa de um corte ou ferida demora mais 
tempo de ser contido, ou seja, o tempo de sangramento é prolongado; 
- podemos solicitar exames para avaliar o tempo de sangramento, o TS; 
- conclui-se que simples medidas locais de hemostasia são suficientes para controlar o sangramento 
transoperatório, sem necessidade da interrupção da terapia com o AAS. Os antiagregantes não devem ter suas 
doses alteradas ou suspensas antes dos procedimentos odontológicos, pois a interrupção do uso desses 
medicamentos podem aumentar o risco de trombose; 
 Anticoagulantes: 
- O objetivo da terapia anticoagulante é prevenir a formação ou a expansão de um coagulo intravascular; 
- podem ser classificados de acordo com a via de administração: 
 Orais: varfarina e femprocumona; 
 Parenterais: heparina. 
 
1. Heparina: 
- ela age sobre a ativação da antitrombina III, que temfunção de inibir a trombina, responsável pela transformação 
do fibrinogênio em fibrina, consequentemente não haverá formação do coagulo; 
2. Varfarina: 
- A varfarina antagoniza a vitamina K, um elemento necessário para a síntese dos fatores de coagulação e proteínas 
anticoagulantes. O antagonismo e até deficiência dessa vitamina acaba criando um estado de anticoagulação; 
- o medicamento recebe o nome fantasia de Marevan 
Cuidados na prescrição de medicamentos de uso odontológico: 
- esses medicamentos podem interagir com a varfarina e potencializar ou diminuir sua ação, aumentando os riscos 
de sangramento ou favorecendo o surgimento de trombose; 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
- medicamentos que podem potencializar os efeitos da varfarina: 
 AAS 
 Paracetamol 
 Anti inflamatórios não esteroides em geral; 
 Corticosteroides 
 Antibióticos: 
- cefalosporina 
- eritromicina; 
- azitromicina; 
- metronidazol; 
- tetraciclinas; 
- ciprofloxacina 
Suspender ou não o uso da varfarina? 
- as extrações dentárias podem ser realizadas sem modificações na terapia anticoagulante. A hemostasia local, com 
esponja de gelatina e sutura, parece ser suficiente para prevenir o sangramento; 
- Pacientes que fazem uso desse tipo de medicamento, podemos solicitar o exame TP- tempo de protrombina, esse 
é um exame utilizado para avaliar a tendência de coagulação do sangue, baseando-se no RNI. Um RNI igual a 1 
apresenta uma coagulação normal, RNI igual a 3 significa que o fármaco está exercendo ação anticoagulante acima 
do normal. Com isso, a maioria dos pacientes tratamentos com anticoagulantes devem manter os valores de RNI 
entre 2 e 4, sendo essa uma anticoagulação não perigosa, mas RNI maior que 5 indicam anticoagulação exagerada 
e portanto, maior risco de hemorragia espontânea. 
- com base em evidencias, é indicado seguir tais recomendações: 
 Pacientes com RNI menor igual a 3,5, a terapia com varfarina não precisa ser modificada ou suspensa pelo 
médico; 
 Pacientes com RNI maior que 3,5 e um procedimento cirúrgico mais complexo esteja sendo planejado, é 
importante encaminhar para o médico para que o mesmo avalie se há necessidade da alteração da terapia 
anticoagulante; 
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DE PACIETES QUE FAZEM USO DE ANTICOAGULANTES: 
CONDUTA PRÉ-
OPERATÓRIA 
1. Obter informações sobre o estado de saúde do paciente e avaliar se há 
presença de comorbidades; 
2. Solicitar o exame tempo de protrombina para avaliar os mecanismos de 
coagulação do paciente, baseando-se nos valores de RNI; 
3. Se possível, agendar as cirurgias para o período da manhã 
CONDUTA INTRA-
OPERATÓRIA 
- Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 
UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 
tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). 
- Quando houver indicação de múltiplas exodontias, agendar maior número de 
sessões ; 
- considerar o uso de esponja de gelatina 
Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais 
- As suturas devem ser oclusivas; 
- Aplicar pressão no alvéolo dentário por meio da compressa de gaze por 15-30 
minutos 
CONDUTA PÓS-
OPERATÓRIA 
 
- para controle da dor, prescrever dipirona 
URGÊNCIA 
- acionar o SAMU

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