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Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais - Durante o exame clínico, deve-se sempre estabelecer o estado de saúde geral do paciente; - Essa informação deverá ser coletada na anamnese, onde será perguntado ao paciente se ele possui alguma doença sistêmica. A partir desse dado, a depender do estado geral do paciente, serão direcionados algumas condutas diferentes; Classificação do estado físico (ASA): ASA I: paciente saudável ASA II: doença sistêmica leve controlada ASA III: doença sistêmica grave não incapacitante ASA IV: doença sistêmica grave que ofereça risco de vida constante ASA V e VI: paciente moribundo e com morte cerebral. NÃO É COMUM NA CLÍNICA ODONT. DOENÇAS CARDIOVASCULARES E AVC Posso empregar soluções anestésicas com vasoconstritores em pacientes portadores de doença cardiovascular? - muito se fala do uso do vasoconstritor epinefrina em pacientes cardiopatas, seus efeitos na pressão arterial dependem da dose administrada e da via a ser administrada. Por isso, em pequenas doses podem resultar em nenhuma ou pequena alteração da PA e, em doses elevadas e quando administrada acidentalmente nos vasos sanguíneos podem elevar a PA. A epinefrina também aumenta a frequência cardíaca e a força de contração ventricular e consequentemente leva ao aumento do debito cardíaco e o consumo de oxigênio pelo miocárdio, mas isso é preocupante em pacientes que sofrem da doença cardíaca isquêmica; - apesar disso tudo, o dentista deve se atendar que a DOR É ESTRESSANTE para o organismo. Durante uma situação de estresse, o corpo começa a produzir catecolaminas endógenas (epinefrina e norepinefrina) em maiores quantidades e isso acarreta a um aumento do trabalho cardíaco, que em pacientes cardiopatas podem resultar aumento da frequência cardíaca, etc; - portanto, o maior objetivo no atendimento odontológico em pacientes com doenças cardiovasculares é REDUZIR A LIBERAÇÃO ENDÓGENA DAS CATECOLAMINAS. Isso pode ser conseguido através da sedação mínima farmacológica que pode ser feito pelo uso de ansiolíticos e medidas não farmacológicas associadas. Além de se considerar essas medidas a anestesia deve garantir a completa ausência de dor durante o procedimento, e isso é mais facilmente obtido com o uso de soluções anestésicas com vasoconstritores; - o emprego de soluções anestésicas com epinefrina nas menores concentrações pode ser benéfico aos pacientes portadores das cardiopatias controladas. A dose máxima recomendada é de 0,04 mg por sessão de atendimento: Epinefrina 1:100.000 (0,036 mg)= 2 tubetes Epinefrina 1:200.000 (0,009 mg)= 4 tubetes - quando a epinefrina estiver contraindicada (nos casos de pacientes com certos tipos de arritimias), deve-se empregas soluções de prilocaína 3% com felipressina (a felipressina não produz efeitos no sistema cardiovascular). Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): - Consiste na elevação persistente dos níveis de pressão arterial sanguínea (PA), com valores maiores que 140/90 mmHg; - É a responsável pela maioria dos casos de acidentes vasculares encefálicos e infarto agudo do miocárdio; - É classificada de acordo com a sua causa: I. Primaria: - sem causa aparente - seu tratamento se baseia na mudança de hábitos alimentares e na prática de exercícios físicos, restrição de tabagismo e da ingestão de álcool; - quando as mudanças de hábitos não são suficientes para o controle da doença, são empregados medicamentos anti-hipertensivos: betabloqueadores, diuréticos, bloqueadores de canal de cálcio, etc. Geralmente, esses medicamentos são empregados de forma associada; II. Secundária: - representa uma minoria dos casos; - ocorre devido a outras patologias, tais como: hipertireoidismo, enfermidades renais, etc; - o tratamento é voltado para a doença causadora da hipertensão arterial CONDUTA: A. PACIENTE COM HIPERTENSÃO NO ESTAGIO 1, ASA II: Paciente com hipertensão arterial controlada ou situado nos limites de até 160/100 mmHg, aferida no dia da consulta; CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA - pode ser submetido a procedimentos odontológicos de caráter eletivo e de urgência; - avaliar se existem outras alterações sistêmicas associadas; - planejar sessões curtas de atendimento, preferencialmente na segunda metade da manhã (entre 10 a 12 h) e em procedimentos mais longos, sempre monitore a PA durante o atendimento; - Para evitar o aumento da pressão arterial por condições emocionais (estresse, ansiedade, medo do procedimento odontológico), prescrever um benzodiazepínco, ex. midazolam 7,5 mg; CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA - Monitoramento dos sinais vitais; - empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - Para o controle da dor pós-operatória: prescrever dipirona ou paracetamol; - Controle da infecção; - Evitar o uso de anti-inflamatório não esteroides URGÊNCIA - Acionar o SAMU Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais B. PACIENTE COM HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 2, ASA II: pressão arterial atingindo níveis maiores que 160/100 mmHg, mas sem ultrapassar 180/110 mmHg CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA - Todo procedimento odontológico eletivo em pacientes com pressão maior que 160/100 ou 170/115 mmHg está contraindicado; - encaminhar o paciente para avaliação médica; C. PACIENTE COM HIPERTENSÃO SEVERA “ASSINTOMÁTICA”, ASA III: paciente com pressão arterial em níveis maiores que 180/110 mmHg, sem apresentar sintomas: TODO PROCEDIMENTO ODOTOLOGICO ESTÁ CONTRAINDICADO. - No caso de urgência odontológica, o atendimento devera ser feito em ambiente hospitalar, após avaliação médica. DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA: ANGINA DE PEITO: - Condição decorrente da obstrução das artérias coronárias por placas de ateroma, resultando na diminuição do fluxo sanguíneo para o coração; - Numa situação em que é exigido um aumento de trabalho do coração, a diminuição do fluxo fica mais critico e gera a isquemia do miocárdio; - A angina de peito é caracterizada pela sensação de dor, pressão ou queimação na região retroesternal, que pode irradiar para a mandíbula, base do pescoço e para o braço esquerdo. - A dor aparece após esforços físicos, emoções fortes e situações de estresse, sendo uma dor de curta duração (15-20 min) e aliviada com o repouso; - o desconforto desaparece quando o trabalho do miocárdio é diminuído; - Tais pacientes costumam realizar a administração sublingual de vasodilatadores coronarianos (ex. dinitrato de isossorbida) para controlar a crise; - o dentista deve tomar medidas preventivas para reduzir as possibilidades de o procedimento cirúrgico desencadei um episódio de angina. Antes disso é importante questionar o paciente em relação aos eventos que produzem a angina, a frequência, a duração e a gravidade da angina, se faz uso de medicamento e como responde ao usa-los; - se a angina do paciente surgir somente durante exercícios moderados a intensos e responder facilmente a medicação e se não houver aumento da gravidade, os procedimento cirúrgicos ambulatoriais podem ser realizados desde que sejam tomadas medidas de precações; - contudo, se a angina acontecer durante exercícios mínimos, se varias doses do medicamento são necessárias para a melhora do quadro, ou se o paciente apresenta angina instável, a cirurgia deverá ser adiada e o paciente deverá ser encaminhado a uma consulta medica Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais INFARTO AGUDO DO MIORCÁRDIO: - É a necrose de parte do músculo cardíaco, resultante da insuficiência de irrigação sanguínea; - Existem pacientes que sofre de infarto e não sentem dor. Mas geralmente os sinais e sintomas incluem dor intensa, de duraçãoprolongada, mais de 30 min. Esta dor não é aliviada pela administração de vasodilatadores coronarianos; - A angina de peito instável, que não cede ao repouso e nem ao uso de vasodilatadores, pode ser um risco iminente de infarto do miocárdio. CONDUTA: CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Na consulta inicial, investigue a frequência das crises de angina ou o tempo decorrido desde o último infarto, se for o caso; 2. Avalie a pressão e o pulso; 3. Anote todos os medicamentos que o pacientes faz uso e os horários das tomadas; 4. Encaminhe para avaliação do médico e entre em contato com o mesmo para ser informado sobre as atuais condições do paciente. Informe o tipo de tratamento, com a previsão de duração e os medicamentos a serem utilizados; 5. Se o paciente fizer uso de vasodilatadores, argumentar com o médico sobre a conveniência de se administrar uma dose profilática do medicamento 1-2 min antes do procedimento, para evitar uma crise durante o procedimento; 6. Existem pacientes que fazem uso também de anticoagulantes ou antiagregante- plaquetários: Para pacientes que fazem uso desses medicamentos solicitar exames complementares: TEMPO DE SANGRAMENTO E TEMPO DE PROTROMBINA nos valores de RNI; Antiagregante-plaquetário: ex. ASS= diminui a adesividade entre as plaquetas, por isso, esse paciente poderá sangrar muito= solicitar exame de tempo de sangramento e a conduta vai depender dos valores de referência. Anticoagulantes: ex. varfarina sódica= inibe os fatores de coagulação= solicitar o tempo de protrombina e o procedimento deverá ser feito se os valores de RNI forem entre 2,5 e 3,5, maiores que 3,5 encaminhar para o médico. 7. CIRURGIAS ELETIVAS SÓ SERÃO FEITAS APÓS 6 MESES DO INFARTO. JÁ AS MAIS URGENTES, SOMENTE A PARTIR DA 6° SEMANA. 8. Poderá também realizar o uso de ansiolíticos, como o midazolam, para que o paciente não tenha uma crise devido a fatores emocionais; 9. Planeje sessões curtas CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA 1. Monitore os sinais vitas; 2. Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA 1. Uso de medicamentos para o controle da dor e infecção; 2. Poderá prescrever corticoides e analgésicos como: dipirona ou paracetamol; 3. Evite prescrever AINEs URGÊNCIA - Acionar o SAMU Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: - É uma condição em que o coração não tem força suficiente para irrigar os outros órgãos (sístole insuficiente); - Causa limitação das atividades físicas; - Os pacientes com esta condição fazem uso de fármacos inibidores da ECA e os betabloqueadores; - No atendimento a esses pacientes, é importante saber sobre a data da ultima consulta medica, se houve alteração recente da medicação, e saber se possui outras complicações cardiovasculares e sistêmicas; - são sinais e sintomas dessa condição: dispneia (dificuldade respiratória), tosse não produtiva, o edema de quadris (especialmente no final da tarde), distensão das grandes veias do pescoço; CONDUTA: CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Encaminhar para avaliação médica se necessário; 2. Sessões devem ser planejadas para serem curtas; 3. Poderá considerar o uso de ansiolíticos como o midazolam; 4. Coloque a cadeira semi-inclinada, pois o paciente pode apresentar dificuldades respiratórias na posição deitada. CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA 1. Monitore os sinais vitais ao longo do procedimento 2. Se houver aumento da pressão e a frequência cardíaca durante o atendimento, é recomendado fazer um intervalo; 3. Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - controle da dor e infecção URGÊNCIA - Acionar o SAMU ARRITIMIAS: - Alteração no ritmo cardíaco; - frequências cardíacas menores que 60 batimentos por minuto são denominadas bradicardias e frequências maiores que 100 batimento por minuto são denominadas taquicardias sinusais; - Se na história medica de arritmia o paciente relatar que apresenta restrições em realizar suas atividades de rotina ou presença de outras alterações cardiovasculares associadas, o paciente deverá ser encaminhado para o medico e o dentista deverá trocar informações com o mesmo. - pacientes propensos ou que sofrem de disritmias cardíacas geralmente possuem história de doença cardíaca isuêmica Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Encaminhar para avaliação médica; 2. Solicitar ao médico informações sobre o tipo e severidade da arritmia e sobre a condição atual da doença; 3. Verifique se o paciente faz uso de anticoagulantes. Caso esteja, solicitar o exame de tempo de protrombina; 4. Agendar os atendimentos pela manhã, com duração curta; 5. Em casos de estresse emocional, se as medidas não farmacológicas não funcionarem, considere o uso dos ansiolíticos; CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA 1. Monitore os sinais vitais ao longo do procedimento 2. Existem pacientes que fazem o uso de marcapasso cardíaco permanente e por isso equipamentos elétricos, como bisturi elétrico ou equipamentos que emanam micro-ondas, não devem ser utilizados próximos do paciente; 3. Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). 4. Evite o uso de epinefrina nas seguintes condições: Arritimias severas; Bloqueio atrioventricular; Arritimias sintomáticas na presença de outras doenças cardíacas; Arritimias supraventriculares, como síndrome de wolff Parkinson-white CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - controle da dor e infecção URGÊNCIA - Acionar o SAMU ANORMALIDADES DAS VALVAS CARDÍACAS: - As válvulas cardíacas se encontram na saída de cada uma das quatro câmeras do coração; - Tais anormalidades podem ser causadas por distúrbios congênitos ou por uma variedade de doenças adquiridas; - Existem pacientes que possuem um grau elevado de comprometimento da função valvar, então nesses casos, podem necessitar da colocação das próteses. A partir daí, esses pacientes são considerados de risco para a endocardite bacteriana, que pode se manifestar após procedimento odontológico; - a endocardite é uma infecção que atinge o endocárdio, tecido que reveste o musculo cardíaco e as valvas cardíacas, causada por bacteremia transitória, via corrente sanguínea (infecções hematogênicas). A endocardite é um infecção associada a bacteremia de origem bucal, por isso, são diversos os procedimentos odontológicos que podem causar essa bacteremia, tais como: sondagem periodontal, cirurgias ou mesmo uma escovação vigorosa; - essa bacteremia em pacientes saudáveis não gera efeitos ou algum dano, pois o próprio organismo consegue eliminar. Contudo, caso o paciente seja portador de certos comprometimentos cardíacos, as bactérias podem alojar- se no endocárdio e causar a endocardite; Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais - estreptococos e estafilococos são responsáveis por mais de 80% dos casos - Intervenções odontológicas de risco para a endocardite, que requerem o uso da profilaxia: - Procedimentos que envolve manipulação dos tecidos gengivais ou da região periapical ou perfurações na mucosa oral. - Condições cardíacas de risco, quando a profilaxia é indicada: PACIENTES DE ALTO RISCO: I. Válvulas cardíacas protéticas; II. Endocardite prévia; III. Cardiopatias congênitas complexas. PACIENTES DE RISCO MODERADO: I. Más-formações cardíacas congênitas; II. Disfunção valvar adquirida; III. Cardiomiopatia hipertrófica; IV. Prolapso da válvula mitral com regurgitação.- A profilaxia antibiótica vai atuar nas três fases da patogênese da endocardite. Portanto, vai interferir na bacteremia (reduzindo o n° de microrganismos no sangue), na aderência (diminuindo a afinidade dos microrganismos de se aderirem as válvulas) e na multiplicação (interferindo na atividade metabólica); AVC: - Paciente que sofreram um acidente vascular cerebral sempre serão suscetíveis a novos acidentes neurovasculares; - esses pacientes geralmente fazem uso de anticoagulantes e se forem hipertensos, tomam anti-hipertensivos; - o estado neurológico desses pacientes deve ser avaliado e documentado no pré-operatório; - deve ser tratado com um protocolo de redução de ansiedade não-farmacológica e se optar pela opção farmacológica, realiza-la em baixas doses; - monitorar os sinais vitais - Pacientes com AVC prévio, devem ser tratados de acordo com os pacientes com hipertensão e/ ou infarto agudo do miocárdio. Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais DOENÇAS RESPITATÓRIAS ASMA: - É uma doença pulmonar obstrutiva, cuja principal sintoma é a falta de ar, causada pelo estreitamento das vias aéreas, pela inflamação de suas paredes e pela produção exagerada de muco aderente, em reposta a vários estímulos; - Os sintomas clássicos são: chiado no peito (acompanhado ou não pela falta de ar) e a tosse seca ou com secreção, além de sensação de aperto do peito, que pode ser confundida com problemas cardíacos, por idosos; - As crises podem vir a surgir após exercícios físicos, estresse emocional, infecção respiratória viral, inalação do ar frio ou de agentes irritantes e exposição à alérgenos específicos; - A maior preocupação do profissional ao atender esses pacientes deverá estar voltada a prevenção da crise de asma; - Por isso, durante a anamnese realizar perguntas para identificar o grau e severidade da doença. Poderá direcionar as seguintes perguntas: I. De qual tipo de asma você é portador? Quanto maior a severidade da doença, maior o risco de complicações; II. Qual era a idade quando a asma foi diagnosticada e quais mudanças te percebido desde então? Tais informações permitem identificar o tempo que a doença está sendo controlada; III. Você tem algum tipo de alergia? Essa informação permite identificar se o paciente tem alergia a certos materiais de uso odontológico, como látex e o metilmetacrilato. Também e importante saber que muitos asmáticos podem ser alérgicos a anti-inflamatórios não esteroides e ainda tem aqueles que são dependentes dos corticosteroides e com isso podem apresentar alergia a sulfitos, componente esse presente na anestesia com epinefrina; IV. Quais medicamentos você utiliza para o tratamento da asma? Pacientes que fazem o uso contínuo de corticosteroides ou broncodilatadores podem indicar quadros clínicos mais complexos – pacientes com asma grave necessitam de broncodilatadores; V. Você passou por alguma crise ou complicação recente? Como foi tratada? tratamentos que necessitaram de hospitalização recente, indica quadro instável e susceptível a novas crises; VI. Você se sente ansioso com medo quando vem ao consultório? Se caso o paciente apresentar medo, talvez, medidas farmacológicas sejam necessárias, através dos ansiolíticos. CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Avaliação da condição por um médico caso esteja instável; 2. Se o paciente fizer uso de esteroides, consultar com o médico sobre a conveniência de uma suplementação com corticosteroide durante o período transoperatório se um procedimento cirúrgico maior for planejado (pacientes que fazem uso contínuo de corticoides podem ter supressão adrenal com diminuição da produção de cortisol endógeno); 3. Considerar a antibioticoterapia 4. Poderá considerar o uso de ansiolíticos como o midazolam. CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA 1. Monitore os sinais vitais ao longo do procedimento 2. Empregar soluções anestésicas contendo lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.00 3. Pacientes com alergias a sulfitos: usar prilocaína 3% com felipressina 0,03 UL/mL Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - controle da dor e infecção; - atenção para a solução oral em gotas de paracetamol, pois contem metabissulfito de sódio em sua composição. - evitar o uso de AINEs URGÊNCIA - administrar a bombinha broncodilatadora aerossol - Acionar o SAMU - Para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), serão as mesmas condutas, contudo, para esses pacientes deve-se evitar a sedação pré-operatória (uso de ansiolíticos, oxido nitroso com oxigênio) e também se deve evitar a posição supina. - esses pacientes também fazem uso de broncodilatadores, em casos mais graves de DPOC, são administrados corticosteroides. Somente em casos muito grave e crônicos é utilizado suplementação com oxigênio portátil; - quando esses pacientes precisam de algum tratamento odontológico de cirurgia oral maior, o dentista deve considerar a suplementação adicional de corticosteroide, se fizerem o uso; DOENÇAS RENAIS - Os rins exercem função de excreção de produtos da degradação do metabolismo, eliminação de fármacos e a regularização do equilíbrio ácido-básico e hidroeletrolítico. Além disso, são responsáveis pela ativação da vitamina D, produção de hormônios como a renina e a eritropoietina e certas prostaglandinas. Quando os rins não são capazes de exercer essas funções reguladoras, instala-se um quadro de insuficiência renal, que pode ser agudo ou crônico; INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: - É uma doença silenciosa, definida como uma síndrome metabólica: caracterizada pelo declínio irreversível da filtração glomerular; - As causas mais comuns são: I. Diabetes melito; II. Hipertensão arterial III. Glomerulonefrite. - O mau funcionamento dos rins propicia varias alterações sistêmicas no organismo; - É comumente encontrada em pacientes hipertensos, pacientes anêmicos; - Outro fator importante a se observar, é que nesses pacientes a agregação plaquetária é anormal, o que explica o aumento do tempo de sangramento e risco de hemorragias em procedimentos cirúrgicos; - Esses pacientes também possuem mais riscos a infecções; - Doenças periodontais podem ser encontradas nesses pacientes e infecções bucais, como a candidíase, por serem imunossuprimidos. - O tratamento da IRC é feito de duas maneiras, a depender do estágio da doença: por meio da diálise peritoneal, onde é infundida uma solução com o auxilio de um cateter permanente. E a hemodiálise, onde os pacientes fazem uso de anticoagulantes (geralmente a HEPARINA, que é administrado via parenteral); Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Antes de realizar o tratamento de um paciente com IRC, o dentista deverá entrar em contato com o médico para obter informações sobre o estado atual da doença; 2. Previamente ao procedimento solicitar hemograma completo e coagulograma, esse ultimo para avaliar os mecanismos de hemostasia, principalmente pelo fato do paciente usar anticoagulante, a heparina (utilizada para permitir que o sangue passe pelo equipamento de diálise sem coagular), visto que tais medicamentos podem aumentar os riscos de hemorragias e aumento do tempo de sangramento; 3. Pacientes com níveis pressóricos muito elevados, quadros graves de anemia ou distúrbios de coagulação sanguínea não devem ser submetidos aos procedimentos, somente os de urgência odontológica, no ambiente hospitalar; 4. Pacientes que fazem o uso de heparina possuem o tempo de sangramento aumentado, com isso, é recomendado que os procedimentos odontológicos que causem sangramento sejam agendados 24 horas depois da hemodiálise, para evitar o risco de hemorragia; (meia vida da heparina é de 2 -4 horas) (realizar os exames logo após a hemodiálise, se possível) 5. A profilaxia antibiótica da ferida operatória deverá ser feita baseando-senos resultados dos exames de hemograma. Se as células de defesa, como leucócitos, estiverem baixa faremos a antibiótico profilaxia; 6. Pacientes que receberam transplante renal devem ser submetidos a tratamentos eletivos 6 meses após a intervenção. E os casos de urgência devem ser feitos em ambiente hospitalar. Nesses pacientes devemos considerar o uso da profilaxia antibiótica; CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA 1. Monitoramento dos sinais vitais; 2. Poderá considerar o emprego dos ansiolíticos, como o midazonlam, se sentir necessidade; 3. Empregar menores volumes de solução de articaína 4% ou lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.00 (no máximo 2 tubetes). Se epinefrina for contraindicada, usar prilocaína 3% com felipressina (exceto em pacientes com anemia). Evitar mepivacaína, cuja metabolização hepática e excreção renal é mais lenta; CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - A conduta pós operatória imediata será a realização das medidas hemostáticas: lavar a ferida operatória, aspirar com sugador e fazer a hemostasia (podemos colocar a esponja de fibrina no osso) e depois suturar. Se o paciente não tiver hemorragia e o sangramento está controlado, nesse caso, podemos fazer hemostasia como prevenção, para que o paciente não tenha hemorragia pós operatória. - O procedimento de hemodiálise deverá ocorrer 24 horas depois da cirurgia; - Evitar o uso de AINEs, pois podem aumentar a retenção de sódio, podem interagir com os anti-hipertensivos e causar brusco aumento de pressão. Podem interferir negativamente na agregação plaquetária. - Controle da dor e infecção. Os antibióticos tetraciclinas e cefalosporinas devem ser evitadas pelo seu potencial nefrotóxico URGÊNCIA - Medicas hemostáticas locais e acionar o SAMU Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais DOENÇAS HEPÁTICAS - Pacientes com doenças hepáticas são o resultado de doenças infecciosas, abuso de álcool ou congestão vascular ou biliar; - esses pacientes podem necessitar de alteração das doses de medicamentos ou evitar o uso de certos fármacos que sofrem metabolização hepática; - devemos seguir os seguintes protocolos: Descobrir a causa dos problemas hepáticos, se a causa for hepatite B, tomar precauções; Evitar fármacos que requerem metabolização ou excreção hepática e se for necessário o uso, modificar a dose; Investigar se essa paciente possui algum distúrbio sanguíneo. Podem-se solicitar exames como: contagem de plaquetas, tempo de protrombina, tempo de tromboplastina e tempo de sangramento. DOENÇAS ENDOCRINAS DIABETES MELITO - a diabetes melito (DM) é uma doença metabólica sistêmica crônica, consequente à deficiência parcial ou total de insulina (hormônio responsável por colocar a glicose para dentro das células); - É classificada em dois tipos: Tipo I: - mais comuns em crianças, adolescentes ou jovens adultos, embora possa ocorrer em qualquer idade; - é caracterizado pela destruição das células beta do pâncreas, devido a mecanismos imunológicos do organismo, levando a destruição total da insulina; - por esse motivo, pacientes com diabetes melito tipo I, são chamados de insulinodependentes; Tipo II: - “ocorre geralmente em indivíduos obesos com mais de 40 anos de idade, embora sua frequência tenha aumentado em jovens, em função de maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana”. - é causada por um conjunto de três fatores: aumento da resistência a insulina, defeitos na secreção de insulina pelas células beta do pâncreas e aumento da produção de glicose endógena. - O tratamento dessa condição é realizado por três medidas: dieta alimentar, exercícios físicos orientados e uso de medicamentos dependendo do tipo de diabetes e de outros fatores; - Para esses pacientes o dentista deverá relacionar uma anamnese direcionado a essa condição para obter informações detalhadas sobre o controle da doença e assim realizar um planejamento de tratamento odontológico. As seguintes perguntas poderão ser feitas: 1. Você esta sendo acompanhado pelo médico regularmente? 2. Quando foi feito o ultimo exame de glicemia e da hemoglobina glicada? 3. De quais medicamentos você faz uso? 4. Diariamente, qual é a sua dieta alimentar? 5. Recentemente, você teve alguma complicação decorrente da doença? Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Realizar o procedimento preferencialmente pela manhã 2. Avaliação pelo médico em casos de procedimento cirúrgicos que provoquem limitação da função mastigatória. Discutir com o médico a possibilidade de mudanças na dieta do paciente e ajuste da dose da insulina o período pós- operatorio, devido ao risco de desenvolver uma hipoglicemia devido a dificuldade de comer. O retorno das doses normais de insulina deve ser iniciada somente após o retorno da alimentação calórica normal do paciente 3. No dia do atendimento, certifique-se de que o paciente se alimentou de forma adequada e fez o uso de medicação; 4. Aferir a glicemia; 5. A ansiedade e o medo, relacionados ao tratamento odontológico, podem desencadear uma serie de eventos fisiológicos que podem resultar no aumento dos níveis de glicemia em pacientes diabéticos. Assim, em casos de ansiedade e medo, o uso de beszodiazpínicos poderá ser considerado como medicação pré- operatória; CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA 1. Monitoramento dos sinais vitais (controle da hipo e hiperglicemia); CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - Controle da dor e infecção; - evitar o uso dos AINEs, pois esses podem competir por sítios de ligação as proteínas plasmáticas com os hipoglicemiantes e proporcionando um quadro de hipoglicemia; URGÊNCIA - sinais de hipoglicemia: ingerir substâncias liquidas doces. - acionar o SAMU CONDIÇÕE ESPECIAIS GRAVIDEZ: - A atitude do dentista ao prescrever um medicamento deve ser bem criteriosa em relação a pacientes gravidas e lactante. Deve-se sempre priorizar condutas não medicamentosas e se houver necessidade passar o medicamento; - O profissional deve reconhecer que a farmacocinética na gestante é diferente em mulheres não gravidas. A gestante apresenta alterações fisiológicas, que modificam a absorção, distribuição e eliminação dos fármacos; - A administração de medicamentos à mãe pode repercutir no feto. Existem inúmeros fármacos com capacidade de atravessar a placenta, e nela é possível ocorrer o metabolismo dos fármacos, por meio de processos enzimáticos. Uma grande maioria dos medicamentos e outros substâncias químicas atravessam com facilidade a placenta e atingem a circulação fetal. - No período decorrido entre a fecundação até os três primeiros meses de gravidez, ocorrem as principais transformações embriológicas (organogênese), a maioria dos defeitos de desenvolvimento fetal ocorre nesse período e ocorrem por uma série de fatores, tais como o uso inadequado de certos medicamentos exposição à radiação ionizante, etc; Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais ALTERAÇÕES NA CAVIDADE BUCAL: Gengivite gravídica ou gestacional: pode está associado a uma série de fatores, tais como, deficiência nutricional, estado transitório de imunodepressão e o descuido com a higiene bucal. Além disso, tal condição nas gravidas gera maior sangramento e isso ocorre devido aos índices elevados de progesterona na gestante; Granuloma gravídico: o mesmo que granuloma piogênico, que surge por consequência a um trauma e tem preferencia por surgir na gengiva livre. É uma lesão lobulada ou lisa, pediculada, que pode surgir a partir do terceiro mês de gestação. Deve ser tratada com excisão cirúrgica; TIPOS DE PROCEDIMENTOS QUE PODEM SER FEITOS DURANTE A GRAVIDEZ: Exodontias simples; Tratamento periodontal básico; Restaurações dentárias; Tratamento endodôntico; Colocação de prótese, etc - As reabilitações oclusais extensas e cirurgias mais invasivas devem ser agendadaspara o período pós-parto; QUAL É A ÉPOCA CERTA DE ATENDIMENTO? - O 1º trimestre de gestação não é um período adequado, portanto, os tratamentos devem ser evitados devido a maior vulnerabilidade do feto e a maior incidência de abortos espontâneos; - Já o 2º trimestre de gestação constitui-se na melhor época para o atendimento odontológico. Nesse período a organogênese está completa e o feto já está desenvolvido e a mãe se sente mais segura. Existe só o perigo de hipotensão postural, que pode ocorrer se a paciente for tratada na posição supina e houver mudança brusca para a posição em pé; O que é hipotensão postural? É uma queda da pressão arterial e perda da consciência devido a mudança brusca de posição - Pacientes no 3º trimestre de gestação, nas últimas semanas, também não é permitido realizar procedimentos odontológicos, pois muitos pacientes nessa época tem maior frequência urinaria, inchaço nas pernas e sente-se desconfortáveis na posição supina, devido a compreensão causada pelo feto. Além de ser um período com maior riscos de gerar parto prematuro ou abortos espontâneos. - Frente às urgências odontológicas (pulpites, abscessos, etc), o tratamento não pode ser adiado, independente do período gestacional, pois a consequência da dor e de uma infecção pode ser muito mais maléfica a mãe e ao feto do que aquelas decorrentes de tratamentos odontológicos; - As sessões de atendimento devem ser curtas, agendadas preferencialmente para a segunda metade da manhã, quando os episódios de enjoos são menos comuns; Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais - Ao fim do atendimento, como prevenção, deve-se colocar a paciente sentada ou deitada de lado (esquerdo) por alguns minutos, antes de sair da cadeira e assumir a posição em pé. EXAME RADIOGRÁFICO: - O feto pode receber até 50 mGy sem que sofra dano algum. Assim, se houver necessidade desse exame, o profissional deve se atentar no seguinte protocolo: Se atentar quanto ao uso de protetores (colete de chumbo, protetor de tireoide); Fazer o uso de filme radiográfico mais sensível a menor tempo de exposição; Técnica correta para evitar repetições; SEDAÇÃO MÍNIMA: - Nas gestantes deve-se evitar o uso de meios farmacológicos; - Caso não tenha jeito, a sedação mínima por via inalatória pela mistura de óxido nitroso e oxigênio é um método seguro para o uso na gravidez; ANESTESIA LOCAL: - deve ser aquela que proporciona a melhor anestesia a gestante. Assim as anestesias devem conter vasoconstritor em sua composição; - seja qual for o anestésico escolhido, o volume máximo recomendado é igual ao contido em dois tubetes anestésicos (3,6 ml), por sessão de atendimento, com injeção lenta e aspiração negativa; CONTROLE DA DOR: - Quando o processo doloroso já está instalado, a melhor conduta é remover a causa. Quando houver necessidade da prescrição de analgésicos, o paracetamol é o fármaco de escolha para qualquer período gestacional. E quando houver necessidade do uso de anti-inflamatório, empregar dexametasona ou betametazona TRATAMENTO DAS INFECÇÕES: - Nos casos das infecções eu apresentam sinais locais de disseminação e manifestações sistêmicas da infecção, a descontaminação do local se faz necessário com o uso complementar de antibióticos, como a amoxicilina, nas dosagens e posologias habituais. Em casos de gestantes alérgicas a amoxicilina, prescrever cliindamicina; - Em casos de infecções em fases mais avançadas, quando há a presença de bactérias anaeróbicas, pode-se associar o metronidazol a amoxicilina; - As tetraciclinas têm o seu uso contraindicado durante a gestação, pois são capazes de ligar a hidroxiapatita dos dentes e provocar uma coloração acastanhada dos mesmos, assim como hipoplasia do esmalte inibição do crescimento ósseo e outras anormalidades esqueléticas. - De maneira geral os fármacos seguros para o uso na gestação também são no período de lactação; Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Evitar procedimentos eletivos clínicos e cirúrgicos; 2. Se necessário, realiza-lo preferencialmente no 2° trimestre de gestação; 3. Sempre que possível, consultar o médico obstetra. CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA - Evitar o anestésico prilocaína com felipressina. Risco de causar metemoglobinemia: condição caracterizada pela diminuição da capacidade de transporte de oxigênio devido à conversão de algumas espécies de ferro ferroso em estado férrico oxidado. A felipressina pode causar contração uterina, respectivamente. - Procedimentos eletivos: lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 - Urgências (dor ou infecção): Gestantes normais/ Grávidas com história de anemia/grávidas com diabete ou com hipertensão controlada: Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 Grávidas com hipertensão não controlada/ com hipertensão não controlada e história de anemia: Mepivacaina sem vasoconstritor Avaliar o risco/benefício do atendimento ambulatorial junto ao médico CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA 1. Controle da infecção com amoxicilina; 2. Controle da dor e inflamação com AIE como o dexametasona e/ou paracetamol. URGÊNCIA - acionar o SAMU PACIENTES QUE FAZEM USO CRÔNICO DE ANTIAGREGANTE E/ OU ANTICOAGULANTE - O sangue circula pelos vasos sem produzir ativação plaquetária ou coagulação. Mas qualquer lesão vascular (seja por traumatismo, intervenção cirúrgica, etc) desencadeia o processo hemostático, que se inicia pela adesão das plaquetas e culmina com a formação de coagulo (rede de fibrina), que posteriormente é eliminado pela ação de enzimas fibrinolíticas; - O uso desses medicamentos é indicado para a prevenção de tromboembolismo venoso. E os candidatos a esse tipo de tratamento são pacientes portadores de problemas cardiovasculares, como fibrilação arterial, doença cardíaca isquêmica, doença vascular periférica ou portadores de próteses valvares cardíacas; Antiagregantes plaquetários: 1. Ácido acetilsalicílico: Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais - Tem ação na inibição irreversível da enzima COX-1 que propiciam a transformação do ácido araquidônico em prostaglandinas. A prostaglandina H2 é responsável pela liberação do tromboxano A2, potente agregante palquetário e vasoconstritor. Quando o AAS age sobre a COX-1 a transformação do ácido araquidônico em prostaglandinas H2 e consequentemente a liberação do tromboxano é inibida, reduzindo a adesividade entre as plaquetas; - “Seu tempo de ação persiste por aproximadamente 10 dias, que é o tempo de meia-vida das plaquetas (podendo assim ser ingerida uma vez ao dia)”; 2. Clopidogrel: - seu mecanismo de ação é associado ao bloqueio irreversível do receptor plaquetário do ADP e a interferência da união do fibrinogênio à glicoproteína IIb/ IIIa da membrana plaquetária; - nome fantasia é Plavix - Como agir com pacientes que fazem uso contínuo de antiagregante plaquetário? - quando o paciente faz uso desse tipo de medicamento, o sangue que escapa de um corte ou ferida demora mais tempo de ser contido, ou seja, o tempo de sangramento é prolongado; - podemos solicitar exames para avaliar o tempo de sangramento, o TS; - conclui-se que simples medidas locais de hemostasia são suficientes para controlar o sangramento transoperatório, sem necessidade da interrupção da terapia com o AAS. Os antiagregantes não devem ter suas doses alteradas ou suspensas antes dos procedimentos odontológicos, pois a interrupção do uso desses medicamentos podem aumentar o risco de trombose; Anticoagulantes: - O objetivo da terapia anticoagulante é prevenir a formação ou a expansão de um coagulo intravascular; - podem ser classificados de acordo com a via de administração: Orais: varfarina e femprocumona; Parenterais: heparina. 1. Heparina: - ela age sobre a ativação da antitrombina III, que temfunção de inibir a trombina, responsável pela transformação do fibrinogênio em fibrina, consequentemente não haverá formação do coagulo; 2. Varfarina: - A varfarina antagoniza a vitamina K, um elemento necessário para a síntese dos fatores de coagulação e proteínas anticoagulantes. O antagonismo e até deficiência dessa vitamina acaba criando um estado de anticoagulação; - o medicamento recebe o nome fantasia de Marevan Cuidados na prescrição de medicamentos de uso odontológico: - esses medicamentos podem interagir com a varfarina e potencializar ou diminuir sua ação, aumentando os riscos de sangramento ou favorecendo o surgimento de trombose; Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais - medicamentos que podem potencializar os efeitos da varfarina: AAS Paracetamol Anti inflamatórios não esteroides em geral; Corticosteroides Antibióticos: - cefalosporina - eritromicina; - azitromicina; - metronidazol; - tetraciclinas; - ciprofloxacina Suspender ou não o uso da varfarina? - as extrações dentárias podem ser realizadas sem modificações na terapia anticoagulante. A hemostasia local, com esponja de gelatina e sutura, parece ser suficiente para prevenir o sangramento; - Pacientes que fazem uso desse tipo de medicamento, podemos solicitar o exame TP- tempo de protrombina, esse é um exame utilizado para avaliar a tendência de coagulação do sangue, baseando-se no RNI. Um RNI igual a 1 apresenta uma coagulação normal, RNI igual a 3 significa que o fármaco está exercendo ação anticoagulante acima do normal. Com isso, a maioria dos pacientes tratamentos com anticoagulantes devem manter os valores de RNI entre 2 e 4, sendo essa uma anticoagulação não perigosa, mas RNI maior que 5 indicam anticoagulação exagerada e portanto, maior risco de hemorragia espontânea. - com base em evidencias, é indicado seguir tais recomendações: Pacientes com RNI menor igual a 3,5, a terapia com varfarina não precisa ser modificada ou suspensa pelo médico; Pacientes com RNI maior que 3,5 e um procedimento cirúrgico mais complexo esteja sendo planejado, é importante encaminhar para o médico para que o mesmo avalie se há necessidade da alteração da terapia anticoagulante; PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DE PACIETES QUE FAZEM USO DE ANTICOAGULANTES: CONDUTA PRÉ- OPERATÓRIA 1. Obter informações sobre o estado de saúde do paciente e avaliar se há presença de comorbidades; 2. Solicitar o exame tempo de protrombina para avaliar os mecanismos de coagulação do paciente, baseando-se nos valores de RNI; 3. Se possível, agendar as cirurgias para o período da manhã CONDUTA INTRA- OPERATÓRIA - Empregar soluções anestésicas contendo prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL (5 tubetes) ou lidocaína 2% ou articaína 4% com epinefrina 1:200.000 (4 tubetes) ou 1:100.000 (2 tubetes). - Quando houver indicação de múltiplas exodontias, agendar maior número de sessões ; - considerar o uso de esponja de gelatina Atendimento de Pacientes que Requerem Cuidados Adicionais - As suturas devem ser oclusivas; - Aplicar pressão no alvéolo dentário por meio da compressa de gaze por 15-30 minutos CONDUTA PÓS- OPERATÓRIA - para controle da dor, prescrever dipirona URGÊNCIA - acionar o SAMU
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