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Nome do eixo temático Panorama do SUAS Panorama do SUAS Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Ana Paula Coimbra Rodrigues (Conteudista, 2021). Sumário Módulo 1 - Estruturação do SUAS Unidade 1. Diretrizes Gerais...........................................................................................5 1.1 Definição...........................................................................................................................6 1.2 Objetivos ..........................................................................................................................7 1.3 Beneficiários ..................................................................................................................11 1.4 Diretrizes do SUAS ........................................................................................................12 1.5 Princípios do SUAS ........................................................................................................14 1.6 Cadastro Único ..............................................................................................................15 Referêncas ............................................................................................................................18 Módulo 2 - Níveis de Proteção Social do SUAS Unidade 1. Proteção Social Básica ...............................................................................19 1.1 Definição.........................................................................................................................19 1.2 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) .................................20 1.3 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) .................................20 1.4 Serviço no Domicílio para Pessoa com Deficiência e Idosos ..................................21 1.5 Programa Criança Feliz .................................................................................................23 1.6 Programa Bolsa Família ...............................................................................................25 Referêncas ............................................................................................................................35 Unidade 2. Proteção Social de Média Complexidade................................................37 2.1 Definição.........................................................................................................................37 2.2 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) ...37 2.3 Serviço Especializado em Abordagem Social ............................................................38 2.4 Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC).......................................................................................................................................39 2.5 Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias .................................................................................................................................43 2.6 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua .......................................45 2.7 Programa BPC na Escola ..............................................................................................46 Referências ...........................................................................................................................47 Unidade 3. Proteção Social de Alta Complexidade ...................................................48 3.1 Definição.........................................................................................................................48 3.2 Serviço de Acolhimento Institucional .........................................................................48 3.3 Serviço de Acolhimento em República .......................................................................50 3.4 Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora ......................................................51 3.5 Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e Emergências ......52 Referêncas ............................................................................................................................55 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo 3 – Benefícios do SUAS Unidade 1. Benefício de Prestação Continuada - BPC ..............................................56 1.1 Definição e beneficiários ..............................................................................................56 1.2 Responsabilidades dos Entes em relação ao BPC ....................................................61 Referêncas ............................................................................................................................63 Unidade 2. Benefícios Eventuais ..................................................................................65 2.1 Definição.........................................................................................................................65 2.2 Tipos de Benefícios .......................................................................................................66 2.3 Responsabilidades dos Entes ......................................................................................69 Referêncas ............................................................................................................................71 Módulo 4 – Financiamento do SUAS Unidade 1. Cofinanciamento do SUAS ........................................................................72 1.1 Gestão Compartilhada .................................................................................................72 1.2 Diretrizes do Cofinanciamento ...................................................................................73 1.3 Requisitos para o repasse fundo a fundo .................................................................74 1.4 Responsabilidades dos entes federados no cofinanciamento ...............................75 1.5 Diretrizes Gerais sobre os Fundos da Assistência Social ........................................79 Referêncas ............................................................................................................................83 Unidade 2. Fundo Nacional de Assistência Social .....................................................85 2.1 Bloco de Financiamento da Proteção Social Básica .................................................86 2.2 Bloco de Financiamento da Proteção Social Especial ..............................................87 2.3 Bloco da Gestão do SUAS.............................................................................................88 2.4 Bloco da Gestão do PBF e do CadÚnico ....................................................................89 Referêncas ............................................................................................................................91 Módulo 5 – Controle Social no SUAS Unidade 1. Conselhos de Assistência Social ...............................................................93 1.1 Definição.........................................................................................................................93 1.2 Diretrizes para a estruturação dos Conselhos Municipais de Assistência Social 94 1.3 Atribuições dos Conselhos de Assistência Social .....................................................98 Referêncas ......................................................................................................................... 100 Unidade 2. Conferências de Assistência Social ........................................................101 2.1 Definição......................................................................................................................101 2.2 Competência para convocação e prazo .................................................................. 101 Referêncas ......................................................................................................................... 103 Glossário .......................................................................................................................104 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Módulo Estruturação do SUAS1 O Sistema Único da Assistência Social (SUAS, incluído na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS (Lei nº 8742/1993), pela Lei nº 12.435/2011, organiza a gestão das ações na área de assistência social sob a forma de sistema descentralizado e participativo e tem por objetivos: • Consolidar a gestã o compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva; • Integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social; • Estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social; • Definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e municipais; • Implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; • Estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e • Afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos. O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por essa Lei. Cabe à instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social normatizar e padronizar o emprego e a divulgação da identidade visual do Suas. A identidade visual do Suas deverá prevalecer na identificação de unidades públicas estatais, entidades e organizações de assistência social, serviços, programas, projetos e benefícios vinculados ao Suas. Unidade 1. Diretrizes Gerais Ao fim desta Unidade você conhecerá no que consiste o Sistema Único da Assistência Social (SUAS, seus objetivos e beneficiários, bem como as diretrizes e os princípios que norteiam o sistema de proteção social do Brasil 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A Assistência Social, como política pública de proteção social, integra o Sistema de Seguridade Social do Brasil, assim constituído: Infográfico – Sistema de Seguridade Social do Brasil A Lei nº 8.742/1993, Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), regulamentou a política, definindo as diretrizes da descentralização político-administrativa, participação da população, primazia da responsabilidade do Estado e centralidade na família. Mas foi a partir de 2005, com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), e a publicação da primeira Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS), aprovadas, respectivamente, pelas Resoluções CNAS nº 145/2004 e nº 130/2005, que surgiu o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), como sistema de gestão que regula e organiza em todo o território nacional as ações socioassistenciais. Conheça agora mais sobre o Sistema Único da Assistência Social. http://blog.mds.gov.br/redesuas/conheca-o-sistema-unico-de- assistencia-social 1.1 Definição O SUAS constitui o sistema de gestão descentralizado e participativo que regula e organiza as ações na área da Assistência Social em todo o Brasil. O SUAS tipifica os serviços socioassistenciais, padroniza as unidades de serviço da assistência social, define a forma de cofinanciamento do sistema, institui instâncias de pactuação e de http://blog.mds.gov.br/redesuas/conheca-o-sistema-unico-de-assistencia-social http://blog.mds.gov.br/redesuas/conheca-o-sistema-unico-de-assistencia-social Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 controle social, e estabelece indicadores de avaliação e resultado para os serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social. Tem por funções a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos dos indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. Na perspectiva da proteção social, a Assistência Social se ocupa de prover proteção à vida, reduzir danos e prevenir a incidência de riscos sociais, por meio da oferta de serviços, programas e benefícios socioassistenciais; encaminhamento para acesso aos direitos das demais políticas públicas, como saúde e educação; fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e desenvolvimento das potencialidades do indivíduo e da família. A vigilância socioassistencial constitui a produção, sistematização, análise e disseminação de informações territorializadas notadamente sobre as situações de vulnerabilidade e risco que incidem sobre famílias e indivíduos e os eventos de violação de direitos em determinados territórios, bem como referente ao tipo, volume e padrões de qualidade dos serviços ofertados pela rede socioassistencial. A defesa de direitos se materializa na efetivação dos direitos socioassistenciais, na construção de novos direitos, na promoção da cidadania e no fortalecimento do protagonismo dos usuários na defesa dos seus direitos e, principalmente, no enfrentamento das desigualdades sociais. 1.2 Objetivos A segunda NOB/SUAS, aprovada pela Resolução CNAS nº 33/2012, dispõe no art. 2º os objetivos fundamentais do SUAS a serem perseguidos por todos os Entes da Federação (União, Estados, DF e Municípios), a fim de garantir a unicidade e uniformidade na implementação do sistema em todo o território nacional. São objetivos do SUAS: I – consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre a União, os Estados, o DF e os Municípios que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva e garantem os direitos dos usuários; II – estabelecer as responsabilidades da União, dos Estados, do DF e dos Municípios na organização, regulação, manutenção e expansão das ações de 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública assistência social; III – definir os níveis de gestão, de acordo com estágios de organização da gestão e ofertas de serviços pactuados nacionalmente; IV – orientar-se pelo princípio da unidade, e regular, em todo o território nacional, a hierarquia, os vínculos e as responsabilidades quanto à oferta dos serviços, benefícios, programas e projetos de assistência social; V – respeitar as diversidades culturais, étnicas, religiosas, socioeconômicas, políticas e territoriais; VI – reconhecer as especificidades, iniquidades e desigualdades regionais e municipais no planejamento e execução das ações; VII – assegurar a oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social; VIII – integrar a rede pública e privada, com vínculo ao SUAS, de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social; IX – implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; X – estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; XI – afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos como funções da política de assistência social. Para aprofundar o conhecimento sobre a Vigilância Socioassistencial leia a Cartilha “Orientações Técnicas da Vigilância Socioassistencial” publicada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, disponível em https:// www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/ Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf. Aliado a estes objetivos, durante o período de implantação do SUAS (2005 a 2015) significativos avanços foram alcançados, no âmbito da concretização dos direitos socioassistenciais, a partir do Plano Brasil Sem Miséria e do Programa Bolsa Família, que retiraram 22 milhões de pessoas da situação de extrema pobreza, no período de 2011 a 20141. Além disso, como resultado da primeira década do SUAS inúmeros foram os marcos normativos que trouxeram evolução paraa política da Assistência Social, entre ele: 1_ II Plano Decenal da Assistência Social. https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 Marcos Normativos para Política da Assistência Social Importante registrar que o Plano Plurianual da Política Nacional de Assistência Social de 2016 a 2019 foi elaborado e executado com base em três eixos de atuação: Infográfico – Plano Plurianual da Política Nacional de Assistência Social 2016 a 2019 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Infográfico – PPA 2020 – 2023 Ancorado no processo conferencial democrático e participativo, de 2015, e, portanto, nas deliberações da X Conferência Nacional de Assistência Social, o Plano Decenal da Assistência Social (2016-2026) traz como objetivo para o próximo período o aprimoramento do SUAS, na perspectiva de universalização do SUAS, respeitada a diversidade da realidade brasileira, com garantia de unidade em seu processo de gestão, para consolidar a proteção socioassistencial na Seguridade Social no Brasil. Conheças as Diretrizes e os Objetivos estratégicos para o avanço do SUAS na próxima década com a leitura do II Plano Decenal da Assistência Social, instituído pela Resolução CNAS nº 7/2016, acessando o link: www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2016. http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2016 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 1.3 Beneficiários São beneficiários do Sistema Único da Assistência Social indivíduos e famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco, tais como: • Famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; • Identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; • Exclusão pela pobreza e/ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; • Diferentes formas de violência advindas do núcleo familiar, grupos e indivíduos; • Inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; • Estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. • Considerando as situações aventadas, podem ser considerados usuários do SUAS, entre outros: Mulheres; Pessoas com deficiência; População LGBT; Comunidades tradicionais (ciganos, indígenas, quilombolas, comunidades de matriz africana e de terreiros, ribeirinhos, pescadores e marisqueiros); Comunidades rurais; Imigrantes refugiados; Pessoas idosas; População em situação de rua; Filhos recém-nascidos de mulheres encarceradas, adolescentes e jovens em conflito com a lei; Jovens egressos de serviços de acolhimento; Crianças em trabalho infantil; Idosos com vivência de isolamento social ou de abandono; Catadores de materiais recicláveis, reutilizáveis e resíduos sólidos; e Pequenos agricultores familiares. A Diretriz 1 do Plano Decenal da Assistência Social (2016-2026) estabelece a plena universalização do SUAS a todos que dele necessitarem, tornando-o completamente acessível, com respeito à diversidade e à heterogeneidade dos indivíduos, famílias e territórios, de modo a contribuir para: 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • O reconhecimento das diversidades territoriais, regionais, estaduais e municipais; • O reconhecimento da diversidade e da presença de vulnerabilidades de condições de vida das famílias, marcada pela vivência de diversidades culturais, étnicas, raciais, socioeconômicas, políticas e territoriais; • O enfrentamento de desigualdades e a promoção da equidade, considerando, sobretudo, grupos mais vulneráveis como jovens, mulheres e negros; • O respeito às diversidades de arranjos familiares e a garantia de não discriminação no atendimento, em razão de questões relacionadas a raça, cor, origem, religião, cultura e orientação sexual, dentre outros; • A garantia da proteção social às famílias e pessoas em situação de desproteção social, que demandem atenções no campo da Assistência Social; • O trato digno da mulher, da criança, do adolescente, do jovem, do idoso, da pessoa com deficiência. A Resolução CNAS nº 20/2020 regulamentou o acesso de famílias pertencentes a povos indígenas aos benefícios e serviços ofertados no âmbito da rede socioassistencial. Para saber mais, leia a normativa indicada no material de apoio. Para conhecer o público-alvo de cada serviço da Assistência Social, leia a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009, indicada no material complementar. Para conhecer os 10 direitos socioassistenciais dos usuários do SUAS veja o vídeo a seguir. www.youtube.com/watch?v=WtxrxLHWsyg 1.4 Diretrizes do SUAS O art. 5º da NOB/SUAS descreve as seguintes diretrizes estruturantes para o SUAS: • Primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social; • Descentralização político-administrativa e comando único das ações em cada esfera de governo; http://www.youtube.com/watch?v=WtxrxLHWsyg Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 • Financiamento partilhado entre a União, os Estados, o DF e os Municípios; • Matricialidade sociofamiliar; • Territorialização; • Fortalecimento da relação democrática entre Estado e sociedade civil; • Controle social e participação popular. A gestão do SUAS, nos Estados, DF e Municípios, é da competência do Órgão gestor da Política da Assistência Social, responsável, também, pela administração de todos os recursos financeiros destinados para esta área. À União, em linhas gerais, compete a formulação, a regulamentação, o apoio técnico, o cofinanciamento e o monitoramento da política de Assistência Social. Os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais devem ser ofertados nas unidades de serviços socioassistenciais (CRAS, CREAS, Centro POP, entre outros) ou por meio das organizações da sociedade civil parceiras, vinculadas aos SUAS, de forma territorializada, nos locais de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade social. O controle social no SUAS se efetiva por meio da atuação dos Conselhos e da realização das Conferências de Assistência Social, não obstante a instituição dos canais de denúncia e das ouvidorias por cada Ente da Federação. A diretriz da matricialidade sociofamiliar significa que: a família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social; a defesa do direito à convivência familiar, na proteção de Assistência Social, supera o conceito de família como unidade econômica, mera referência de cálculo de rendimento per capita e a entende como núcleo afetivo, vinculado por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero; a família deve ser apoiada e ter acesso a condições para responder ao seu papel no sustento, na guarda e na educação de suas crianças e adolescentes, bem como na proteção de seus idosos e portadores de deficiência; o fortalecimento de possibilidades de convívio, educação e proteção social, na própria família, não restringe as responsabilidades públicas de proteção social para com os indivíduos e a sociedade. 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.5 Princípios do SUAS Os princípios do SUAS norteiam a gestão dos serviços, programas e benefícios, mas, também, orientam a atuação dos conselhos da Assistência Social, pois definem os parâmetros para a prestação dos serviços e a efetivação dos direitos socioassistenciais. O SUAS rege-se pelos seguintes princípios democráticos: I–Universalidade: todos têm direito à proteção socioassistencial, prestada a quem dela necessitar, com respeito à dignidade e à autonomia do cidadão, sem discriminação de qualquer espécie ou comprovação vexatória da sua condição; II – Gratuidade: a assistência social deve ser prestada sem exigência de contribuição ou contrapartida, observado o que dispõe o art. 35, da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 – Estatuto do Idoso; III – Integralidade da proteção social: oferta das provisões em sua completude, por meio de conjunto articulado de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais; IV – Intersetorialidade: integração e articulação da rede socioassistencial com as demais políticas e órgãos setoriais; V – Equidade: respeito às diversidades regionais, culturais, socioeconômicas, políticas e territoriais, priorizando aqueles que estiverem em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social. Aliados aos princípios, encontramos as seguranças que o SUAS busca afiançar para os seus usuários: I – Acolhida: provida por meio da oferta pública de espaços e serviços para a realização da proteção social básica e especial, devendo as instalações físicas e a ação profissional conter: a) condições de recepção; b) escuta profissional qualificada; c) informação; d) referência; e) concessão de benefícios; f) aquisições materiais e sociais; g) abordagem em territórios de incidência de situações de risco; h) oferta de uma rede de serviços e de locais de permanência de indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência. II – Renda: operada por meio da concessão de auxílios financeiros e da concessão de benefícios continuados, nos termos da lei, para cidadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social, Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 que apresentem vulnerabilidades decorrentes do ciclo de vida e/ou incapacidade para a vida independente e para o trabalho; III – Convívio ou vivência familiar, comunitária e social: exige a oferta pública de rede continuada de serviços que garantam oportunidades e ação profissional para: a) a construção, restauração e o fortalecimento de laços de pertencimento, de natureza geracional, intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses comuns e societários; b) o exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e de projetos pessoais e sociais de vida em sociedade. IV – Desenvolvimento de autonomia: exige ações profissionais e sociais para: a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades para o exercício do protagonismo, da cidadania; b) a conquista de melhores graus de liberdade, respeito à dignidade humana, protagonismo e certeza de proteção social para o cidadão e a cidadã, a família e a sociedade; c) conquista de maior grau de independência pessoal e qualidade, nos laços sociais, para os cidadãos e as cidadãs sob contingências e vicissitudes. V – Apoio e auxílio: quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta de auxílios em bens materiais e em pecúnia, em caráter transitório, denominados benefícios eventuais para as famílias, seus membros e indivíduos. 1.6 Cadastro Único Infográfico – Cadastro único – linha do tempo 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A renda familiar mensal constitui a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os membros da família, não sendo incluídos no cálculo aqueles percebidos do Programa Bolsa Família, demais programas de transferência condicionada de renda implementados por Estados, DF ou Municípios, e dos Auxílios Emergenciais destinados à população atingida por desastres, residente em Municípios em estado de calamidade pública ou situação de emergência. Para o cadastro são analisados os conceitos de: • Família; • Família de baixa renda; • Domicílio; • Renda familiar mensal; • Renda familiar per capita. Para conhecer esses conceitos leia o Decreto Federal nº 6.135/2007, www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/ d6135.htm. Os principais programas federais que utilizam o Cadastro Único como ferramenta eletrônica de seleção dos beneficiários são: • Programa Bolsa Família; • Programa Tarifa Social de Energia Elétrica; • Isenção de Taxas em Concursos Públicos Federais; • ID Jovem; • Carteira do Idoso; • Programa Casa Verde e Amarela; • Programa Bolsa Verde. A inscrição no Cadastro Único é realizada pelos Municípios, nos setores do Cadastro Único, ou nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS. Os dados de identificação dos indivíduos e famílias registrados no CADÚnico são sigilosos e somente poderão ser utilizados para as seguintes finalidades: • Formulação e gestão de políticas públicas; • Realização de estudos e pesquisas. • São dados de identificação dos indivíduos e das famílias: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17 • Nome; • Documentos pessoais; • Endereço; • Número de Identificação Social (NIS); • Código da família; • Número de telefone fixo e móvel. Para saber mais sobre os critérios e procedimentos para a disponibilização e utilização de dados constantes do Cadastro Único, leia a Portaria nº 10/2012, https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_ informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf. https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 33, de 12 de dezembro de 2012. Aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS. Disponível em https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb- f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_e95125afdb384145a3906f9334544706.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. BRASIL. Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Disponível em www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em 12 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 109, de 11 de novembro de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 7, de 18 de maio de 2016. Aprova o II Plano Decenal da Assistência Social (2016/2026). Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ ugd/7f9ee6_1bcea535491a40f99c51e9dd124b64d8.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 269, de 13 de dezembro de 2006. Aprova a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB-RH/SUAS. Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ ugd/7f9ee6_32553ec0d9b74b8fab89e923a38cd618.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 20, de 20 de novembro de 2020. Dispõe sobre acesso de famílias pertencentes a Povos Indígenas aos benefícios e serviços ofertados no âmbito da Rede Socioassistencial. Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_ bfc5685c447247ee9fe10f789b5aedcf.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. BRASIL. Decreto nº 6135, de 26 de junho de 2007. Dispõe sobre o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm. Acesso em: 12 out. 2021. BRASIL. Portaria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome nº 10, de 30 de janeiro de 2012. Disciplina critérios e procedimentos para a disponibilização e a utilização de informações contidasno Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, instituído pelo Decreto n° 6.135, de 26 de junho de 2007. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/ legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf. Acesso em: 12 out. 2021. https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_e95125afdb384145a3906f9334544706.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_e95125afdb384145a3906f9334544706.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_1bcea535491a40f99c51e9dd124b64d8.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_1bcea535491a40f99c51e9dd124b64d8.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_32553ec0d9b74b8fab89e923a38cd618.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_32553ec0d9b74b8fab89e923a38cd618.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_bfc5685c447247ee9fe10f789b5aedcf.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_bfc5685c447247ee9fe10f789b5aedcf.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 Módulo Níveis de Proteção Social do SUAS2 Para cumprir os seus objetivos sociais, o SUAS organiza os serviços, programas, projetos e benefícios de acordo com as funções que desempenham, o universo de pessoas que deles necessitam e sua complexidade, estabelecendo os níveis de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, sendo esta dividida em Proteção Social de Média Complexidade e Proteção Social de Alta Complexidade. Unidade 1. Proteção Social Básica Ao fim desta unidade, você será capaz de reconhecer no que consiste a Proteção Social Básica do SUAS e identificar os serviços e os programas que a compõem. 1.1 Definição A Proteção Social Básica tem por objetivo contribuir para a prevenção de situações de risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições dos seus usuários e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que se encontra em situação de vulnerabilidade pessoal ou social em decorrência da pobreza, privação (ausência de renda e precário ou nulo acesso aos serviços públicos) e da fragilidade dos vínculos afetivos e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência, entre outras). A Proteção Social Básica prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos de acolhimento, convivência e socialização das famílias e dos indivíduos. Os benefícios, tanto de prestação continuada, como os eventuais, integram a proteção social básica e devem ser concedidos de forma articulada com os demais serviços pelos Municípios e pelo DF. Os serviços e benefícios de proteção social básica são ofertados nos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, que são unidades públicas de referência para os usuários do SUAS porque constituem a porta de entrada do sistema, e devem estar localizados de forma territorializada, no local de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade social. 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O CRAS como referência dos serviços da Assistência Social para as famílias do seu território e como unidade coordenadora dos serviços da proteção social básica, além de desenvolver o Serviço de Atenção Integral à Família (PAIF), garantir a informação e a orientação às famílias sobre a rede de serviços socioassistenciais existentes em sua área de abrangência, também, constitui importante local de produção, sistematização e divulgação de indicadores sociais e urbanos do seu território. Além disso, o CRAS articula os serviços da Proteção Social Básica com as demais políticas públicas locais, buscando o atendimento integral necessário para a superação das situações de vulnerabilidade nos indivíduos e famílias referenciadas. Para conhecer mais sobre o CRAS leia a Cartilha CRAS, um lugar de (re)fazer histórias, publicada, em 2007, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, disponível em https:// www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/ Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf. 1.2 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) constitui importante serviço de proteção social básica ofertado pelo CRAS e oficializado como ação de prestação continuada, através da Lei nº 12.435/2011, que alterou a Lei nº 8.742/1993, e inclui o art. 24-A para instituir o PAIF como serviço. No podcast a seguir, apresentamos o PAIF, descrito na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009. 1.3 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) constitui serviço de proteção social básica que é ofertado de forma complementar ao trabalho social com as famílias realizado pelo PAIF. Em linhas gerais, o serviço constitui forma de intervenção social planejada que cria situações desafiadoras, estimula e orienta os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e vivências individuais, coletivas e familiares. O Serviço se desenvolve através de atendimentos em grupos, de acordo com a faixa etária dos usuários. https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_ podcast01.mp3 https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast01.mp3 https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast01.mp3 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 A Resolução CNAS nº 13/2014 incluiu no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, previsto na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, os serviços específicos para jovens de 18 a 19 anos e o serviço para adultos de 30 a 59 anos. No podcast a seguir, conheça mais sobre o SCFV, descrito na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009. 1.4 Serviço no Domicílio para Pessoa com Deficiência e Idosos O serviço se destina às pessoas com deficiência e às pessoas idosas que vivenciam situações de vulnerabilidades social pela fragilização de vínculos familiares e sociais e/ou pela ausência de acesso a possibilidades de inserção, habilitação social e comunitária, e tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais dos usuários. A oferta se destina prioritariamente para os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e para os membros das famílias beneficiárias de programas de transferência de renda, por exemplo, o Programa Bolsa Família. O serviço visa a garantia de direitos, o desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a equiparação de oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia das pessoas com deficiência e pessoas idosas, a partir de suas necessidades e potencialidades individuais e sociais, prevenindo situações de risco, a exclusão e o isolamento. Ele deve contribuir com a promoção do acesso de pessoascom deficiência e pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos e a toda a rede socioassistencial, aos serviços de outras políticas públicas, entre elas: educação, trabalho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento de acessibilidade, serviços setoriais e de defesa de direitos e programas especializados de habilitação e reabilitação. Desenvolve ações extensivas aos familiares, de apoio, informação, orientação e encaminhamento, com foco na qualidade de vida, no exercício da cidadania e na inclusão na vida social, sempre ressaltando o caráter preventivo do serviço. O trabalho social realizado no serviço é sistematizado e planejado por meio da elaboração de um Plano de Desenvolvimento do Usuário (PDU), contendo os objetivos a serem alcançados, as vulnerabilidades e as potencialidades dos usuários. O serviço é ofertado no domicílio do usuário especialmente por meio da acolhida, visita e escuta pela equipe multiprofissional do CRAS, e a ele deve ser referenciado. O trabalho social essencial ao serviço visa as seguintes aquisições aos seus usuários: https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_ podcast02.mp3 https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast02.mp3 https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast02.mp3 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Segurança de Acolhida • Ter sua identidade, integridade e história preservadas; • Ter acolhidas suas demandas, interesses, necessidades e possibilidades; • Receber orientações e encaminhamentos, com o objetivo de aumentar o acesso a benefícios socioassistenciais e programas de transferência de renda; • Garantir formas de acesso aos direitos sociais. Segurança de Convívio Familiar e Comunitário • Vivenciar experiências que contribuam para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; • Vivenciar experiências de ampliação da capacidade protetiva e de superação de fragilidades familiares e sociais; • Ter acesso a serviços, conforme necessidades e as experiências e ações de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Segurança de Desenvolvimento de Autonomia Individual, Familiar e Social • Vivenciar experiências que utilizem os recursos disponíveis pela comunidade, pela família e pelos demais serviços para potencializar a autonomia e possibilitar o desenvolvimento de estratégias que diminuam a dependência e promovam a inserção familiar e social; • Ter vivências de ações pautadas pelo respeito a si próprio e aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e cidadania; • Dispor de atendimento interprofissional para: • Ser ouvido para expressar necessidades, interesses e possibilidades; • Poder avaliar as atenções recebidas, expressar opiniões, reivindicações e fazer suas próprias escolhas; • Apresentar níveis de satisfação com relação ao serviço; • Construir projetos pessoais e desenvolver autoestima; • Ter acesso a serviços e ter indicação de acesso a benefícios sociais e programas de transferência de renda; • Acessar documentação civil; • Alcançar autonomia, independência e condições de bem-estar; • Ser informado sobre acessos e direitos; • Ter oportunidades de participar de ações de defesa de direitos e da construção de políticas inclusivas. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 O Impacto Social esperado com o serviço é contribuir para: • Prevenção da ocorrência de situações de risco social tais como o isolamento, situações de violência e violações de direitos, e demais riscos identificados pelo trabalho de caráter preventivo junto aos usuários; • Redução e prevenção de situações de isolamento social e de abrigamento institucional; • Redução da ocorrência de riscos sociais, seu agravamento ou reincidência; • Famílias protegidas e orientadas; • Pessoas com deficiência e pessoas idosas inseridas em serviços e oportunidades; • Aumento de acessos a serviços socioassistenciais e setoriais; • Ampliação do acesso aos direitos socioassistenciais. 1.5 Programa Criança Feliz O Programa Criança Feliz, hoje regulamentado pelo Decreto Federal nº 9.579/2018, tem caráter intersetorial, com a finalidade de promover o desenvolvimento integral das crianças, na primeira infância (zero a seis anos completos), considerando sua família e seu contexto de vida. O Programa integra a Política Nacional da Primeira Infância, prevista na Lei Federal nº 13.257/2016. Eixos do Programa Criança Feliz Infográfico – Eixos do Programa Criança Feliz 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O Programa atende gestantes, crianças de até seis anos e suas famílias, e prioriza: • Gestantes, crianças de até três anos e suas famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família; • Crianças de até seis anos e suas famílias beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada; e • Crianças de até seis anos afastadas do convívio familiar em razão da aplicação de medida de proteção prevista no ECA. O Programa Criança Feliz tem como objetivos: • Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira infância; • Apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos cuidados perinatais; • Colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos e o papel das famílias para o desempenho da função de cuidado, proteção e educação de crianças na faixa etária de até seis anos de idade; • Mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e das suas famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem; e • Integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas para as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias. Os Municípios que aderem ao Programa recebem recursos financeiros, fundo a fundo, para a realização das seguintes atividades: • Realização de visitas domiciliares periódicas, por profissional capacitado, e de ações complementares que apoiem gestantes e famílias e favoreçam o desenvolvimento da criança na primeira infância; • Capacitação e formação continuada de profissionais que atuam junto às gestantes e às crianças na primeira infância, com vistas à qualificação do atendimento e ao fortalecimento da intersetorialidade; • Desenvolvimento de conteúdo e material de apoio para o atendimento intersetorial às gestantes, às crianças na primeira infância e às suas famílias; • Promoção de estudos e pesquisas acerca do desenvolvimento infantil integral. Conheça no vídeo https://youtu.be/fM4BayUByNk a importância das visitas domiciliares qualificadas e das brincadeiras para o desenvolvimento das crianças na primeira infância. https://youtu.be/fM4BayUByNk Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 1.6 Programa Bolsa Família O Programa Bolsa Família (PBF), instituído pela Lei Federal nº 10.836/2004 e regulamentado pelo Decreto Federal nº 5.209/2004, é um programa de transferência direta de renda, com condicionalidades, direcionado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, com vistas à superação da situação de vulnerabilidade. Eixos do Programa Bolsa Família Infográfico – Eixos do Programa Bolsa Família O Eixo do Complemento da Renda, garante mensalmente o recebimento de um benefício pago em pecúnia diretamente pelo Governo Federal para as famílias beneficiárias, com vistas ao alívio imediato da pobreza e extrema pobreza. O Eixo Acesso aos Direitos Sociais determina que as famílias beneficiárias cumpram alguns compromissos (condicionalidades) e têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à saúde e à assistência social. Esse eixo tem o objetivo de oferecer as condições necessárias para as futuras gerações quebrarem o ciclo da pobreza, a partir da inclusão social. O Eixo Desenvolvimento Familiar e Articulação Intersetorial visa à articulação do Programa Bolsa Família com outras Políticas Públicas com vistas ao desenvolvimento das famílias beneficiárias e da superaçãoda situação de vulnerabilidade e pobreza. 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O Bolsa Família é dinâmico, isto é, todos os meses, há famílias que entram, e outras que saem do programa, seja por descumprimento das condicionalidades, seja por auditorias ou por desligamento voluntário. A pobreza é um fenômeno multidimensional que se expressa para além da falta de renda, já que ela também se reflete na dificuldade ou inexistência de acesso aos direitos sociais básicos garantidos constitucionalmente. Por isso, seu enfrentamento deve se dar a partir da articulação intersetorial. O acompanhamento das condicionalidades permite ao Poder Público mapear as principais situações de vulnerabilidade e risco social vivenciadas pelas famílias mais pobres. Esses processos incluem cruzamentos periódicos de bases de dados sobre o monitoramento realizado pela saúde e pela educação, além de indicadores que mostram em que medida as famílias beneficiárias do PBF estão conseguindo acessar os serviços dessas políticas. Os casos de descumprimento das condicionalidades podem sinalizar situações que requeiram a atuação da Assistência Social, mas, também, contribuem para que o Poder Público, principalmente, no âmbito municipal, acompanhe a trajetória de desenvolvimento das famílias em situação de pobreza, possibilitando, inclusive, o planejamento de ações e de intervenções para a superação das dificuldades identificadas. Mais informações sobre o Bolsa Família no seu Estado ou Município podem ser obtidas no Relatório de Informações Sociais do Ministério da Cidadania acessível através do link https:// aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/. Famílias Beneficiárias 09/2021 14.655.264 https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/ https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 Beneficiários Infográfico – Beneficiários O valor que cada família recebe no Programa Bolsa Família depende de vários fatores, como: 1) O número de pessoas da família; 2) A idade de cada membro e condições, por exemplo, a gravidez; 3) Depende, também, da renda, por pessoa, que é a soma da renda de todas as pessoas da família que têm algum tipo de ganho, dividida pelo número de pessoas da família. Para se candidatar ao programa, é necessário que a família esteja inscrita no CadÚnico, com seus dados atualizados há menos de 2 anos. O cadastramento é um pré-requisito para ingresso no PBF, mas não implica na imediata entrada das famílias no Programa nem no recebimento do benefício. Mensalmente, o Ministério da Cidadania (MC) seleciona de forma automatizada as famílias que serão incluídas no programa. 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Esse cálculo é feito pelo próprio sistema, com base nas informações prestadas pelas famílias no Cadastro Único. Dessa forma, famílias que têm o mesmo número de pessoas, com idades muito próximas, e que moram na mesma localidade, por exemplo, podem ter benefícios diferentes por causa da diferença de renda. Objetivos do Programa Bolsa Família Infográfico – objetivos do Programa Bolsa Família Tipo Valor Características da Família Benefício Básico R$ 89,00 Famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 89,00. Benefício Variável criança ou adolescente de 0 a 15 anos R$ 41,00 (até 5 por família) Famílias com renda mensal de até R$ 178,00 por pessoa e que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 15 anos de idade em sua composição. Benefício Variável Gestante R$ 41,00 (9 parcelas) Famílias com renda mensal de até R$ 178,00 por pessoa e que tenham grávidas em sua composição. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 O saque do Benefício financeiro é realizado por meio do Cartão Bolsa Família e as famílias podem sacar nos seguintes locais: • Agências da Caixa; • Caixas eletrônicos da Caixa; • Casas Lotéricas; • Comércios credenciados pela Caixa, como padarias, mercados e outros, identificados com a marca “Caixa Aqui”. As famílias podem abrir conta-corrente simplificada na Caixa para o recebimento dos benefícios. Neste caso, o saque é realizado com o cartão Conta Caixa Fácil, nos mesmos locais em que é realizado o saque com o Cartão Bolsa Família. Se o beneficiário estiver sem o cartão, o saque pode ser feito com a guia avulsa de pagamento, mas somente nas Agências da Caixa. Benefício Variável Nutriz R$ 41,00 (6 parcelas) Famílias com renda mensal de até R$ 178,00 por pessoa e que tenham crianças com idade entre 0 e 6 meses em sua composição, para reforçar a alimentação do bebê, mesmo nos casos em que o bebê não more com a mãe. Benefício Variável Adolescente R$ 48,00 (até 2 por família) Famílias com renda mensal de até R$ 178,00 por pessoa e que tenham adolescentes entre 16 e 17 anos em sua composição. Benefício Superação Extrema Pobreza Calculado individualmente para cada família Famílias que continuem com renda mensal por pessoa inferior a R$ 89,00, mesmo após receberem os outros tipos de benefícios do Programa. Em qualquer situação, para sacar o benefício é necessário levar, além do cartão Bolsa Família, um documento de identificação, que pode ser o RG, o CPF, a CNH ou a Carteira de Trabalho. 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Condicionalidades do Programa Bolsa Família Infográfico – Condicionalidades do Programa Bolsa Família O monitoramento das condicionalidades é realizado pelos três níveis de governo (federal, estadual e municipal), que trabalham em conjunto para acompanhar os compromissos do Bolsa Família. Essa operação envolve o registro das informações sobre a frequência escolar, no Sistema Presença do Ministério da Educação, e sobre o acompanhamento na saúde, no Sistema Bolsa Família do Ministério da Saúde, com os seguintes objetivos: Objetivos do Sistema Presença e acompanhamento na saúde do Ministério da Educação e Saúde Para conhecer a lista de motivos de descumprimento das condicionalidades da Educação acesse o link: https://www. mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_ refrequencia.pdf. https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 Em decorrência do descumprimento das condicionalidades da saúde e/ou da educação, pelas famílias do Bolsa Família, os gestores devem aplicar os seguintes efeitos gradativos, com objetivo de que as famílias possam superar a vulnerabilidade que ensejou o descumprimento e voltar a cumprir os seus compromissos. Efeitos gradativos A gestão das condicionalidades do Programa Bolsa Família é um trabalho de parcerias entre os três níveis de governo (união, estados e municípios) e entre vários setores. O Sistema de Condicionalidades (Sicon) é a ferramenta desenvolvida para apoiar a gestão intersetorial do PBF. Veja como funciona a gestão das condicionalidades do Bolsa Família, em cada etapa: Identificação do público que será acompanhado O Ministério da Cidadania gera uma base de dados com o público para acompanhamento das condicionalidades, ou seja, uma tabela com informações das crianças e dos adolescentes de 6 a 15 anos e dos adolescentes que deverão ter a frequência escolar verificada, informações das crianças menores de 7 anos que deverão ter o calendário vacinal, o peso e a altura acompanhados, além de dados das mulheres para identificação das gestantes e acompanhamento do pré-natal. Envio do público para acompanhamento das áreas da educação e da saúde nos Municípios A partir das informações das famílias que constam no Cadastro Único e na folha de pagamentos do PBF, o Ministério da Cidadania gera o público com perfil para acompanhamento das condicionalidades, 32Enap Fundação Escola Nacionalde Administração Pública envia, por meio de sistemas específicos, para o Ministério de Educação e para o Ministério da Saúde que disponibilizam as informações aos Municípios. Os municípios realizam o acompanhamento, coletam os resultados da frequência escolar e do atendimento em saúde e os registram nos respectivos sistemas da saúde e da educação. Períodos de acompanhamento das condicionalidades e de registro das informações no sistema Anualmente, o Ministério da Cidadania, o MEC e o MS definem um calendário operacional que apresenta os períodos de coleta e de registro das informações do acompanhamento das condicionalidades nos sistemas da saúde e da educação. O calendário anual com as principais atividades do acompanhamento de condicionalidades é publicado em Instrução Normativa. Na área da educação, o acompanhamento da frequência escolar dos beneficiários de 6 a 15 anos e daqueles que recebem o benefício adolescente ocorre cinco vezes ao ano, bimestralmente, excluindo-se os meses de dezembro e janeiro, destinados às férias escolares. Na área da saúde, há dois períodos de acompanhamento, um em cada semestre do ano. Consolidação dos resultados do acompanhamento O Ministério da Cidadania é responsável por sistematizar os resultados do acompanhamento das condicionalidades do Bolsa Família, por meio do Sicon, e por identificar as famílias em situação de descumprimento de condicionalidades, ou seja, aquelas que têm um ou mais integrantes que deixaram de cumprir os compromissos assumidos nas áreas de saúde ou de educação. A dificuldade de acesso pode ser um indício de que a família se encontra em situação de vulnerabilidade e risco social. Aplicações dos efeitos por descumprimento das condicionalidades, aviso às famílias e registro e avaliação dos recursos Após receber as informações de acompanhamento do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde e identificar as famílias com descumprimento de condicionalidades, o Ministério da Cidadania aplica os efeitos por descumprimento (repercussão) e envia comunicação por meio de mensagem no extrato de pagamento sobre o efeito do descumprimento às famílias. Esses efeitos são gradativos e variam conforme o histórico de descumprimento da família, registrado no Sicon. Lá, o gestor municipal tem acesso a todos os descumprimentos e repercussões de determinada família. A família pode contestar algum efeito de descumprimento aplicado apresentando recurso junto à Gestão Municipal. A gestão municipal é responsável por registrar e avaliar o recurso no Sicon. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33 Acompanhamento pela Assistência Social A identificação das famílias que estão em descumprimento permite ao poder público mapear os principais problemas vivenciados por elas, relacionados à oferta dos serviços ou à dinâmica sociofamiliar, e torná-las foco de ações estatais. As famílias beneficiárias do PBF em situação de descumprimento, em especial as que estão com o benefício suspenso, são um dos públicos prioritários para acompanhamento pela assistência social, conforme consta no Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social. O acompanhamento/atendimento familiar é realizado pela área de assistência social do município. As famílias devem ser incluídas nos serviços de proteção social básica ou especial conforme a vulnerabilidade identificada. O acompanhamento/atendimento deve ser registrado no Sicon. Se os profissionais da assistência social responsáveis pelo atendimento/ acompanhamento da família avaliam que a continuidade da transferência de renda do PBF à família é necessária para superação de sua situação de vulnerabilidade, eles podem ativar no Sicon a Interrupção Temporária. A interrupção temporária, enquanto estiver vigente, protege a família da aplicação de futuros efeitos decorrentes do descumprimento de condicionalidades. Atuação do Controle Social no Programa Bolsa Família A atuação do controle social, no âmbito do Bolsa Família, é fundamental para atingir o principal objetivo de aliviar a pobreza e a extrema pobreza das famílias beneficiárias do programa, porque aos Conselhos Municipais de Assistência Social é imputada a função de fiscalização do programa, com as seguintes atribuições: As condicionalidades não têm a lógica de punição; e, sim, de garantia para que os direitos sociais básicos sejam acessados pela população em situação de pobreza e extrema pobreza. Por isso, o Poder Público, em todos os níveis, também, tem o compromisso de assegurar a oferta integral dos serviços de educação, saúde e assistência social. 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Atuação do Controle Social no Programa Bolsa Família O Índice de Gestão Descentralizada (IGD) é um indicador utilizado pelo Ministério da Cidadania que mostra a qualidade da gestão local do Programa Bolsa Família (PBF) e do Cadastro Único, refletindo os compromissos assumidos por Estados (IGD-E), DF e municípios (IGD-M) ao aderirem ao programa. Por meio do IGD, o Ministério incentiva o aprimoramento da qualidade da gestão local e contribui para que Estados e Municípios executem as ações que estão sob sua responsabilidade. O índice varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o resultado da avaliação da gestão. Com base nesse indicador, o Ministério calcula o valor dos recursos financeiros que são mensalmente repassados aos Estados e Municípios para a gestão do programa. Os recursos financeiros do IGD são transferidos fundo a fundo do FNAS para os FEAS e para os FMAS, e 3% destas receitas devem ser destinadas aos Conselhos de Assistência Social para as ações de controle social do Bolsa Família. A Resolução CNAS nº 15/2014, acessível no link: www.blogcnas. com/resolucoes-cnas-2014, orienta os Conselhos de Assistência Social quanto à sua organização e ao funcionamento na participação e no controle social do Programa Bolsa Família (PBF). http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014 http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35 Referências BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Disponível em www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social. Disponível em: www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1. Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 109, de 11 de novembro de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf. Acesso em 12 out. 2021. BRASIL. Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018. Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da criança e do adolescente, e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579. htm#art126. Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, e a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012. Disponível em: www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm.Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2004/lei/l10.836.htm. Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004. Regulamenta a Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que cria o Programa Bolsa Família, e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5209. htm. Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 15, de 05 de junho de 2014. Orienta os Conselhos de Assistência Social (CAS) quanto à sua organização e ao seu funcionamento como instância de participação e de controle social do Programa Bolsa Família (PBF). Disponível em: www.blogcnas.com/ resolucoes-cnas-2014. Acesso em: 16 out. 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1 https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art126 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art126 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5209.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5209.htm http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014 http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública BRASIL. Resolução da Comissão Intergestores Tripartite nº 7, de 10 de setembro de 2009. Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=111982. Acesso em: 16 out. 2021. BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 13, de 13 de maio de 2014. Inclui na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada por meio da Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), a faixa etária de 18 a 59 anos no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Disponível em: http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/ regulacao/atos_normativos.php. Acesso em: 30 out. 2021. https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=111982 http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/regulacao/atos_normativos.php http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/regulacao/atos_normativos.php Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37 Unidade 2. Proteção Social de Média Complexidade Ao fim desta unidade, , você será capaz de identificar os serviços e programas que integram a Proteção Social de Média complexidade do SUAS. 2.1 Definição A Proteção Social Especial é subdividida na Proteção Social Especial de Média Complexidade e na Proteção Social de Alta Complexidade. A Proteção Social Especial de Média Complexidade oferece atendimento socioassistencial às famílias e aos indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal ou social por ameaça ou violação de direitos, cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos e que demandam intervenções especializadas. O acesso aos serviços de média complexidade pode se dar por: • Identificação e encaminhamento dos serviços de proteção e vigilância social; • Encaminhamento de outros serviços socioassistenciais, das demais políticas públicas setoriais, dos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e do Sistema de Segurança Pública; • Demanda espontânea; • Encaminhamento do CRAS; • Busca ativa. A seguir são discriminados os serviços que integram a Proteção Social de Média Complexidade. 2.2 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) constitui importante serviço de proteção social especial ofertado pelo CREAS, e oficializado como ação e serviço socioassistencial de prestação continuada, po rmeio da Lei nº 12.435/2011, que alterou a Lei nº 8.742/1993, e inclui o art. 24-B para instituir o PAEFI como serviço. No podcast a seguir apresentamos o PAEFI, descrito na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009. 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.3 Serviço Especializado em Abordagem Social O Serviço de Abordagem Social deve ser ofertado de forma continuada e programada com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras. O Serviço se destina a crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos(as) e famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência. São consideradas praças, entroncamento de estradas, fronteiras, espaços públicos onde se realizam atividades laborais, locais de intensa circulação de pessoas e existência de comércio, terminais de ônibus, trens, metrô e outros. O Serviço deve buscar a resolução de necessidades imediatas e promover a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia dos direitos. O serviço visa: • Construir o processo de saída das ruas e possibilitar condições de acesso à rede de serviços e a benefícios assistenciais; • Identificar famílias e indivíduos com direitos violados, a natureza das violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivência, procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas com as instituições; • Promover ações de sensibilização para divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias; • Promover ações para a reinserção familiar e comunitária. Ele é realizado pela Equipe de Abordagem Social Multiprofissional referenciada ao CREAS, ou ao Centro POP, que desenvolve ações planejadas de aproximação, escuta qualificada e construção de vínculo de confiança com pessoas e famílias em situação de risco pessoal e social nos espaços públicos para atender, acompanhar e mediar acesso à rede de proteção social. A equipe do SUAS poderá realizar as abordagens em parceria com a equipe do Consultório na Rua, estratégia instituída pela Política Nacional de Atenção Básica https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_ podcast03.mp3 https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast03.mp3 https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast03.mp3 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39 da Saúde, prevista na Portaria do Ministério da Saúde nº 2.436/2017. Com a oferta dos serviços espera-se as seguintes aquisições pelos usuários: Segurança de Acolhida: • Ser acolhido nos serviços em condições de dignidade; • Ter reparados ou minimizados os danos por vivências de violência e abusos; • Ter sua identidade, integridade e história de vida preservadas. Segurança de convívio ou vivência familiar, comunitária e social: • Ter assegurado o convívio familiar, comunitário e/ou social; • Ter acesso a serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas setoriais, conforme necessidades. 2.4 Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) Os adolescentes oujovens de até 18 anos, por serem penalmente inimputáveis, quando praticam atos típicos descritos como crimes ou contravenções penais, podem ser acusados da prática de ato infracional, e estarão sujeitos às medidas socioeducativas previstas no ECA. Assim, os adolescentes ou jovens de até 18 anos que praticarem atos infracionais estarão sujeitos às seguintes medidas socioeducativas, aplicadas pela Vara da Infância e Juventude, ou pela Vara Cível correspondente, na ausência daquela: • Advertência; • Obrigação de reparar o dano; • Prestação de serviços à comunidade; • Liberdade assistida; • Inserção em regime de semiliberdade; • Internação em estabelecimento educacional; • Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; • Orientação, apoio e acompanhamento temporários; O serviço deve ser ofertado de forma ininterrupta e com disponibilidade de plantão pela Equipe de Abordagem Social. 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; • Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; • Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. Para a execução das medidas socioeducativas de liberdade assistida e de prestação de serviços à comunidade, o SUAS oferta o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), previsto na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais do SUAS. O serviço desenvolvido no CREAS tem por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento aos adolescentes e jovens em cumprimento das medidas socioeducativas em meio aberto. Deve contribuir para o acesso aos direitos sociais e para a ressignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes e jovens. Este serviço possui interface com o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), instituído pela Lei nº 12.594/2012, e, por isso, deve compor o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo. O Plano tem como objetivo organizar a rede de atendimento socioeducativo e aprimorar e monitorar a atuação dos responsáveis pelo atendimento a adolescentes em conflito com a lei. Para conhecer mais sobre o Sinase acesse o site do Governo Federal por meio do link: www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por- temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento- socioeducativo. Para a oferta do serviço é necessária a elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA) com a participação do adolescente e da família, devendo conter: • Observância da responsabilização face ao ato infracional praticado; • Objetivos e metas a serem alcançados durante o cumprimento da medida; • Perspectiva de vida futura; • Outros encaminhamentos de acordo com as necessidades e os interesses do adolescente ou jovem. O acompanhamento social, pela equipe do CREAS, deve ser realizado de forma sistemática, com frequência mínima semanal, e que possibilite o desenvolvimento do PIA. http://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-socioeducativo http://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-socioeducativo http://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-socioeducativo Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41 A medida socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) é determinada pelo Poder Judiciário para ser desenvolvida, pelo adolescente, pelo prazo de seis meses, mediante encaminhamento para órgãos públicos, empresas ou organizações da sociedade civil conveniadas, onde é executada a medida. A execução da prestação de serviço deve ser acompanhada pela equipe do CREAS juntamente com o orientador designado pela unidade de execução. A jornada máxima da prestação de serviços é de 8 (oito) horas semanais, sem prejuízo da escola e do trabalho, no caso de adolescentes maiores de 16 anos, ou na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. A prestação de serviço deve ser compatível com as aptidões do adolescente ou jovem e favorecer o seu desenvolvimento pessoal e social. A Liberdade Assistida (LA) também é determinada pelo Poder Judiciário, pelo tempo mínimo de 6 (seis) meses, mediante condições que devem ser cumpridas pelo adolescente, por exemplo, permanência na escola, acompanhamento na saúde e realização de curso profissionalizante, entre outras. Tanto a LA quanto a PSC podem ser renovadas, reduzidas ou substituídas por outra medida, a qualquer momento pelo Juiz. O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade previstoa no SUAS têm os seguintes objetivos: • Realizar acompanhamento social a adolescentes durante o cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade e sua inserção em outros serviços e programas socioassistenciais e de políticas públicas setoriais; • Criar condições para a construção/reconstrução de projetos de vida que visem à ruptura com a prática de ato infracional; • Estabelecer contratos com o adolescente a partir das possibilidades e dos limites do trabalho a ser desenvolvido e normas que regulem o período de cumprimento da medida socioeducativa; • Contribuir para o estabelecimento da autoconfiança e a capacidade de reflexão sobre as possibilidades de construção de autonomias; • Possibilitar acessos e oportunidades para a ampliação do universo informacional e cultural e o desenvolvimento de habilidades e competências; • Fortalecer a convivência familiar e comunitária. 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Com a execução do Serviço busca-se ofertar aos adolescentes ou jovens as seguintes aquisições: Segurança de Acolhida • Ser acolhido em condições de dignidade em ambiente favorecedor da expressão e do diálogo; • Ser estimulado a expressar necessidades e interesses. • Segurança de convívio ou vivência familiar, comunitária e social • Ter acesso a serviços socioassistenciais e das políticas públicas setoriais, conforme necessidades; • Ter assegurado o convívio familiar, comunitário e social. Segurança de desenvolvimento de autonomia individual, familiar e social • Ter assegurado vivências pautadas pelo respeito a si próprio e aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e cidadania; • Ter acesso a: • Oportunidades que estimulem e/ou fortaleçam a construção/ reconstrução de seus projetos de vida; • Oportunidades de convívio e de desenvolvimento de potencialidades; • Informações sobre direitos sociais, civis e políticos e condições sobre o seu usufruto; • Oportunidades de escolha e tomada de decisão; • Experiências para relacionar-se e conviver em grupo, administrar conflitos por meio do diálogo, compartilhando modos de pensar, agir e atuar coletivamente; • Experiências que possibilitem lidar de forma construtiva com potencialidades e limites; • Possibilidade de avaliar as atenções recebidas, expressar opiniões e participar na construção de regras e definição de responsabilidades. O Impacto Social esperado com o Serviço é contribuir para: • Vínculos familiares e comunitários fortalecidos; • Redução da reincidência da prática do ato infracional; • Redução do ciclo da violência e da prática do ato infracional. Para aprofundar as informações e conhecer os dados atuais sobre as Medidas Socioeducativas leia o Relatório da Pesquisa Nacional de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto no Sistema Único da Assistência Social, disponível em: www.mds.gov.br/ webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_ Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf. http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf
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