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Resumo Geografia Unidade 2- As áreas urbana: dinâmicas urbanas 2.1) A organização das áreas urbanas Espaço urbano: espaço onde a ocupação do solo é caracterizado pelo elevado nº de infra-estruturas estando destinado predominantemente à construção. A dificuldade em distinguir espaço urbano de espaço rural deve-se: À expansão urbana (que tem levado à penetração física da urbanização no espaço rural) À crescente mobilidade da população e à crescente difusão do modo de vida urbano Ao aumento e diversificação das trocas entre cidade e o campo À descentralização de equipamentos Ao crescimento e diversificação profissional e funcional das povoações rurais. Critérios de classificação de cidade: Critério demográfico População absoluta: número mínimo de habitantes a partir do qual um aglomerado pode ser considerado cidade. Densidade populacional: a partir de número total de habitantes por unidade de superfície. Critério jurídico-administrativo: Aglomerado populacional que foi elevado a cidade a partir de uma entidade político-administrativa (rei ou parlamento) num determinado período por ser capital de distrito o sede de bispado Critério funcional: Maioria da população a trabalhar no sector secundário ou no sector terciário Limitações do critério funcional: A população residente não exerce a sua actividade no seu local de residência ou reside numa área onde existem pequenas fábricas e actividades comerciais mas o seu nº de habitantes não é suficiente para que seja considerada cidade. Para um país desenvolvido aceita-se cidade se o nº de efectivos no setor agrícola for inferior a 25% por outro lado nos países em desenvolvimento este valo é superior a 80%, o que significa que muitas cidades terão de conviver com o predomínio da agricultura. Definição de cidade em Portugal: Considera-se cidade em Portugal, um aglomerado populacional com no mínimo de 8000 eleitores e que possui pelo menos metade dos seguintes equipamentos colectivos: instalações hospitalares, farmácias, corporação de bombeiros, casa de espectáculos, centro cultural, biblioteca, instalações hoteleiras, escolas de ensino preparatório e secundário, estabelecimentos de ensino pré e infra-estruturas que permitam empregar os seus habitantes e conferir-lhes uma qualidade de vida. Distinção entre centro urbano de cidade: Enquanto num centro urbano o nº mínimo de habitantes é de 10 000 habitantes, numa cidade este pode ser inferior. A designação de cidade está associada a actividades que se afastam do setor primário, englobando o setor terciário e secundário, por outro lado a designação de centro urbano é um critério quantitativo. Funções urbanas: Atividades que se desenvolvem no interior das cidades com vista à satisfação das necessidades da população. - Político-administrativa - Religiosa - Cultural - Turística - Transporte - Defensiva - Industrial - Residencial - Comercial e de serviços Relação entre a localização das funções urbanas e o valor da cidade: Renda locativa: teoria que determina que as rendas e valor do solo diminuem com a distância ao centro. Isto acontece devido à diminuição da acessibilidade, ao aumento dos terrenos disponíveis e à diminuição da procura. Especulação fundiária: existe quando há um desequilíbrio entre a oferta e a procura. Quando a procura é bastante superior à oferta, os preços do solo atingem valores muito elevados e muito superiores ao seu valor real. Área central: área com maior acessibilidade (ao nível interno e externo), pois nele convergem os principais eixos de transporte é também a área mais atractiva para instalar actividades do setor terciário onde a rentabilidade depende da proximidade à clientela. CBD: designado em Portugal como baixa ou centro, pode ser considerado o centro financeiro, comercial e administrativo da cidade, destacando-se pelo dinamismo e terciarização (aumento de actividades económicas ligadas ao setor terciário) das actividades. Caracteriza-se sendo central em termos de acessibilidade, ter uma elevada concentração de edifícios e de tráfego, valores elevados de solo e de impostos, concentração de negócios e mistura todos os grupos étnicos e todas as classes sociais. Áreas funcionais: áreas que apresentam uma uniformidade funcional, resultando por exemplo numa especialização de um conjunto de actividades, destacadas por apresentarem características próprias. Áreas terciárias (actividades comerciais e serviços) Na área central, predominam as funções de comércio e serviços onde é possível encontrar: comércio de artigos de luxo e vulgar, hotéis, cafés e restaurantes de luxo, espaços de cultura e lazer, como teatros e museus, centros de decisão da Administração Pública, como ministérios, tribunais superiores, governos regionais ou municipais e sedes de banco, de empresas, de companhias de seguro, bolsas de valores. A diferenciação funcional do CBD: a sua elevada acessibilidade promove a terciarização e a concentração de actividades terciárias de nível mais elevado Zonamento vertical: as funções que exigem um menor contacto com o consumidor ocupam os pisos superiores (armazéns, oficinas, habitação), enquanto o comércio ocupa o rés-do-chão e os serviços os primeiros e segundos andares, predominantemente. Zonamento horizontal: para além das ruas principais e secundárias, o zonamento horizontal traduz-se na presença de áreas especializadas e na distribuição das mesmas (sobretudo nas cidades de maior dimensão, como Lisboa e Porto): o centro financeiro distingue-se do centro de comércio e do centro de diversões. Expansão da área central: migração das actividades terciárias: A descentralização das actividades terciárias deve-se a condicionalismos a que os centros estão sujeitos, como por exemplo: O elevado congestionamento funcional A escassez de espaço para a expansão das atividades As ruas estreitas e a saturação das vias de acesso devido à elevada intensidade de tráfego À dificuldade de estacionamento Factores responsáveis pelo abandono do centro e, consequentemente pela diminuição da função residencial: Desenvolvimento dos transportes urbanos e suburbanos (melhoria da mobilidade da população e fixação em áreas afastadas do local de trabalho) Congestionamento e dificuldade de estacionamento Aumento dos níveis de poluição sonora e atmosférica Degradação das habitações (condições de habitabilidade precárias, constituindo um risco para a saúde dos seus habitantes) Crescente ocupação do centro pelas atividades terciárias Contraste entre a elevada densidade demográfica diurna e a baixa densidade registada apos o encerramento do horário de trabalho. Áreas industriais: Fatores que justificam a preferência da indústria para se instalar na cidade: Desenvolvimento dos transportes Abundante e diversificada mão-de-obra Capital Consumidores em nº crescente Terminais de vias de comunicação Diversificados serviços de apoio (bancos, seguros, etc.) Fatores que têm incentivado a descentralização das indústrias para áreas cada vez mais afastadas do centro: Grande necessidade de espaços vastos Elevado preço do solo (renda locativa) Crescente intensidade do tráfego Alterações no processo produtivo Elevada poluição sonora e atmosférica Planos de urbanização Parques ou zonas industrias Progressiva existência de infra-estruturas no espaço rural. A função industrial nos países desenvolvidos localiza-se maioritariamente nas periferias devido à grande necessidade de espaço, a necessidade de se localizar em áreas de grande acessibilidade e os elevados indicies de poluição a que está associada. Área residencial: Classe alta (vivenda, moradia unifamiliar): Localiza-se em áreas de elevada acessibilidade, de fraca itensidadede trânsito, deambiente aprazível, com jardins e espaços verdes, afastadas de unidades industriais e com baixos índices de poluição. Classe média (área residencial predominante e que se encontra por toda a cidade): Existência de blocos de apartamentos com muitos pisos, de qualidade de construção inferior à área residencial das classes mais favorecidas. Classe baixa: (estas áreas caracterizam-se por não terem condições mínimas de habitabilidade, a maioria não tem agua canalizada, electricidade e esgotos e a sua dimensão é muito reduzida). No centro: localizam-se habitações antigas e degradadas onde vivem pessoas, sobretudo idosos e imigrantes, carenciados e de fracos recursos económicos. Nas áreas afastadas do centro: localizam-se os bairros de habitação social com fraca qualidade de construção com o objetivo de realojar os que habitam em bairros degradados ou alvos de catástrofes naturais. Nos subúrbios, em áreas muito poluídas, e mal servidas de transportes: localizam-se os bairros vulgarmente conhecidos como bairros de lata. 2.2) A expansão urbana Fases de crescimento das cidades: Fase centrípeta: densificação, concentração da população e das atividades económicas Período de crescimento da cidade resultante da concentração demográfica e funcional As cidades exercem uma atração sobre a população (oriunda dos meios rurais ou de outros países) e sobre as atividades económicas dos sectores secundários e terciários: Fase centrífuga: desdensificação, desconcentração demográfica e populacional (desconcentração urbana) que tem promovido a procura das periferias para a construção de habitações e para a implementação da indústria e atividades terciárias. Fatores de origem da fase centrífuga: Aumento populacional Concentração de atividades terciárias no centro Preço do solo Melhoria dos transportes coletivos e infra-estruturas de transporte (expansão tentacular) Recurso ao transporte individual; Criação de emprego na periferia Melhoria das infra-estruturas na periferia (energia, saneamento, telecomunicações). Suburbanização: processo de crescimento do espaço urbano à volta das cidades (periferias) por construções habitacionais, atividades económicas e infra-estruturas que lhes conferem um carácter de grande urbanização. Fatores a que se deve a suburbanização: Desenvolvimento das redes de transporte e das vias de comunicação A intensificação do trânsito automóvel, o congestionamento do tráfego e da poluição sonora e atmosférica no centro das cidades A escassez e o elevado custo de habitação nas cidades A existência de vastos espaços sem ocupação Custos económicos e socias da suburbanização: A terciarização das cidades traduziu-se no afastamento das áreas residenciais para as periferias, aumentando a mobilidade da população. Deste modo os movimentos pendulares no quotidiano da população que vive nos subúrbios acabou por ser a causa de transformações na paisagem, até mesmo a nível social económico e cultural. Transtornos e problemas dos movimentos pendulares: Surgimento de cidades satélite: que têm uma função residencial e funcional capaz de satisfazer as necessidades da população, incluindo emprego, estão dotadas de infra- estruturas e equipamentos de apoio que lhes conferem um dinamismo socioeconómico importante e são de segunda grandeza, pois continuam dependentes, económica e financeiramente, da cidade principal. Surgimento de cidades dormitório: não existem atividades suficientes para empregar a população activa; não estão dotadas de equipamentos e infra-estruturas que permitam satisfazer as necessidades diárias da população; são as que mais contribuem para o aumento dos movimentos pendulares. Congestionamento das vias de acesso às cidades Saúde: causa stresse, cansaço e nervosismo (desgaste físico e psicológico) Económicos: aumento das despesas com os transportes Ambientais: destruição dos solos agrícolas, aumento da poluição e diminuição dos espaços verdes Imagem e identidade: construção sem nenhum modelo de desenvolvimento, aumento dos bairros clandestinos As áreas periurbanas e rurbanas Espaço periurbano: espaço exterior à cintura suburbana onde os usos e as estruturas urbanas se misturam com as rurais, ou seja resulta de uma interligação entre o espaço urbano e rural, não havendo, por isso, uma distinção nítida entre o campo e a cidade. Periurbanização: processo de amplo crescimento do espaço urbano que inclui as periferias da cidade-centro e os espaços mais afastados com menor densidade populacional, tornando difícil de estabelecer as fronteiras entre espaço urbano e espaço rural, uma vez que as atividades urbanas misturam-se com as rurais. As áreas periurbanas caracterizam-se pelo declínio da actividade agrícola, a progressiva fragmentação da propriedade agrícola devido à urbanização crescente, implantação de atividades ligadas à indústria, a ocupação difusa do espaço por construções, o aumento de atividades ligadas ao comércio e serviços, a implementação dispersa de habitações urbanas em meio rural e as baixas densidades de ocupação do espaço. O surgimento das áreas periurbanas devem-se à existência de vias de comunicação, que permitem movimentos pendulares e aumentam a acessibilidade a áreas mais afastadas do centro, à existência de comércio (de uma qualidade arquitectónica e do seu carácter histórico) e da existência de qualidade ambiental e paisagística, marcada pelos espaços verdes e o baixo nível de poluição. Rurbanização: Formas de alojamento que tentam recriar o modelo rural tradicional e que se desenvolve nas periferias das cidades e de outros aglomerados urbanos. Processo que resulta do crescimento urbano, onde coexistem de forma difusa as atividades económicas urbanas e as atividades agrícolas. Estas áreas são resultantes de uma urbanização difusa ao contrário da suburbanização e da periurbanização, está mais relacionada com a desconcentração de áreas urbanas mais pequenas. Áreas metropolitanas: conjunto formado por uma grande cidade (que exerce um efeito polarizador) e todo o espaço envolvente e interdependente, mais ou menos urbanizado. Fatores responsáveis pela variação da população na AML e AMP: A melhoria da rede de transportes e dos meios de transportes que permitiu a melhoria da acessibilidade às periferias e a má qualidade ambiental nas cidades provocou uma tendência de diminuição demográfica (principalmente dos jovens), sobretudo em Lisboa e no Porto. Os municípios periféricos são os que registam um maior crescimento populacional ao beneficiarem dos fatores já antes referidos do qual se destaca a maior acessibilidade (ex.: AML) Atividades económicas na Área Metropolitana do Lisboa: predomina a terciarização (predomina o setor terciário). Grande Lisboa: predomina e é responsável pelo crescimento económico o setor terciário. Península de Setúbal: a indústria transformadora tem e continuará a ter um papel relevante no crescimento económico. Verifica-se a concentração da indústria (químicas e de equipamentos e de bens intermédios) nos municípios periféricos devido: À maior disponibilidade de terrenos Aos preços mais acessíveis Às boas vias de comunicação que permitem uma forte acessibilidade, o fácil acesso às matérias-primas e o rápido escoamento dos produtos finais. Área metropolitana do Porto: também predomina o setor terciário predomina principalmente no Porto. Quanto ao setor secundário predomina a indústria de bens de consumo, tradicionais, de trabalho intensivo e pouco exigente em qualificações de mão-de-obra. Em termos de localização domina o padrão disperso (difuso) e ordenado. 2.3) Problemas Urbanos O crescenteaumento da população urbana e o crescimento dos aglomerados urbanos aumentou os problemas urbanos resultantes do desajustamento de infra-estruturas existentes e a necessidade da população (como por exemplo o desemprego crescente que provoca o aumento do nº de pessoas em situação de pobreza e exclusão social, o aumento da criminalidade, da mendicidade, da prostituição, toxicodependência, etc.) Problemas socioeconómicos: População em situação de pobreza e sem acesso condigno à habitação, agravando as disparidades intra-urbanas Integração dos imigrantes, acentuando a segregação territorial e a exclusão social nas áreas urbanas Elevada vulnerabilidade do emprego em relação aos movimentos de reestruturação da economia e dos processos de deslocalização empresarial. Insegurança e criminalidade Envelhecimento urbano Problemas urbanísticos: A habitação: Sobrelotação do espaço verde Ausência de espaços verdes Degradação dos bairros antigos Proliferação da construção clandestina A saturação das infra-estruturas físicas: O crescimento espacial e demográfico das cidades prova a saturação e rutura das redes básicas o que reflecte a diminuição da qualidade de vida da população causando problemas no fornecimento de água, colectores de esgotos e infra- estruturas de energia eléctrica. Problemas ambientais: O aumento da poluição atmosférica e sonora e o aumento da poluição provocada pelo lixo doméstico e industrial e pelos esgotos provocam problemas ambientais que se reflectem na saúde humana, no agravamento das consequências das catástrofes naturais e na perda da biodiversidade. Reurbanização: caracterizada por uma nova capacidade atractiva do centro urbano, o que lhe confere um novo interesse e procura. Esta recuperação das cidades está contemplada no Ordenamento do Território e do Urbanismo promovendo: A melhoria das condições de vida e de trabalho das populações, no respeito pelos valores culturais, ambientais e paisagísticos Distribuição equilibrada das funções de habitação, trabalho, cultura e lazer Reabilitação e revitalização dos centros históricos e dos elementos do património cultural classificados A recuperação ou reconversão de áreas degradadas A reconversão de áreas urbanas ilegais Renovação urbana: Implica a demolição total ou parcial de edifícios e as estruturas de uma área, que é reocupada com outras funções e por uma classe social mais favorecida (mudança de estatuto socioeconómico e funcional) através da Intervenção Operacional Renovação Urbana (IORU). Reabilitação urbana: Melhoramento das condições dos edifícios e dos espaços públicos, verificando-se, no entanto, a manutenção das funções existentes, assim como o estatuto socioeconómico dos moradores. Pretende-se salvaguardar determinadas áreas da cidade através da conservação do património edificado e através da revitalização do seu tecido económico e social, tornando-as áreas mais atractivas. Está associada a programas como o PRAUD (Programa de Recuperação das Áreas Urbanas Degradadas) e o RECRIA (Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados). Requalificação urbana: Assente numa alteração funcional dos edifícios e dos espaços devido à redistribuição da população e das atividades económicas, tendo em conta as necessidades do momento. Está associado ao programa POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades) que tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida da população nas cidades através de intervenções urbanísticas e ambientais. PU (Plano de Urbanização): Plano municipal de ordenamento do território que define a organização espacial de determinada parte do território municipal, incluída em perímetros urbanos, podendo englobar o solo rural complementar que exija uma intervenção integrada de planeamento. PP (Plano Pormenor): Plano municipal de ordenamento do território que desenvolve e concretizam propostas de organização espacial de qualquer área específica do território municipal, definindo com pormenor a conceção da forma de ocupação e servindo de base aos projectos de execução das infra-estruturas, da arquitectura dos edifícios e dos espaços exteriores, de acordo com as prioridades estabelecidas nos programas de execução constantes do PDM e do PU. PMOT (Planos Municipais de Ordenamento do Território): Instrumento de planeamento territorial, de natureza regulamentar, aprovado pelo município, que estabelece o regime de uso do solo, definindo modelos de evolução da ocupação humana e da organização de redes e sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros de aproveitamento do solo. PIOT (Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território): São instrumentos de desenvolvimento territorial, aprovados pelos municípios, que asseguram a articulação entre o plano regional e os planos municipais de ordenamento de território nas áreas que necessitam de uma coordenação integrada. PDM (Plano Diretor Municipal): Plano municipal de ordenamento do território, de elaboração obrigatória, que abrange todo o território municipal. Com base na estratégia de desenvolvimento local, estabelece a estrutura espacial e a classificação básica do solo, bem como parâmetros de ocupação, considerando a implantação dos equipamentos sociais e desenvolvendo a qualificação dos solos urbanos e rural. Unidade 3- A rede urbana e as novas relações cidade campo 3.1) As características da rede urbana Rede urbana: conjunto hierarquizado dos centros urbanos, ligados entre si e as suas áreas de influência, através de relações funcionais permanentes, ou seja relações que asseguram a oferta de determinados bens e serviços em função do seu potencial demográfico e produtivo. É um sistema integrado de cidades, desde as pequenas às grandes cidades que estabelecem relações de complementaridade entre si. Distribuição espacial: Concentração da população nas Área Metropolitanas do Porto e de Lisboa, nas cidades de média dimensão e ao longo da faixa litoral (litoralização). Existe também bipolarização bem visível pela concentração de cidades, de população e de funções associadas aos sectores secundário e terciário. A existência de uma rede urbana ou sistema urbano só é possível se existir: Uma rede hierarquizada de cidades. Uma relação de complementaridade ou dependência em termos funcionais Uma rede só é hierarquizada se possuir: Um pequeno nº de cidades de grande dimensão Maior nº de cidades de média dimensão Nº ainda maior de cidades de pequena dimensão Rede urbana completa: existe uma relação entre a dimensão demográfica, a sua especialização funcional e a capacidade de interacção entre elas. As redes urbanas podem ser: Monocêntricas ou macrocéfalas: quando nuns país existe uma grande metrópole que monopoliza a vida económica, social e cultural. Polarizadas policêntricas ou polinucleadas: quando em torno da capital regional e a uma relativamente regular surgem cidades de diferentes níveis hierárquicos, dando origem a uma rede mais ou menos densa. Bipolares ou bicéfalas: quando um país é ominado por duas grandes metrópoles, que ocupam o topo da hierarquia e repartem entre si funções de nível superior. Multipolares: quando existem várias metrópoles no topo das hierarquias dividindo as funções entre si. Rede urbana nacional: Grande peso demográfico e sobretudo funcional na AML Crescimento demográfico na AMP muito superior ao funcional Ausência de cidades de média dimensão. A área de influência: independentemente da sua dimensão, das suas funções ou da sua localização, a cidade estabelece sempre interrelações diversificadas com o espaço envolvente, aonível da população, de produtos, de capitais, de informações, etc. No entanto a cidade desempenha sempre um papel atractivo e polarizador sobre as áreas ou regiões limítrofes, estando estas dependentes da cidade. Bens vulgares: (ordem inferior) Bens de uso frequente encontrando-se com muita facilidade, quer seja no local de residência ou de trabalho, como por exemplo, a electricidade, água canalizada, sapateiros, pão… O raio de eficiência é pequeno tendo uma área de influência muito reduzida, pois não há necessidade de se ir à cidade para os encontrar. Bens raros: (ordem superior) Bens em que a sua utilização não é frequente, pelo que normalmente só se encontram nos centros urbanos ou nas grandes cidades (ex.: instrumentos musicais, comércio de luxo, universidades…) Raio de eficiência muito elevado e por isso uma área de influência muito grande. Lugar central: qualquer lugar que oferece bens à área envolvente. A centralidade está diretamente relacionada com a quantidade de bens que um lugar disponibiliza, ou seja, quanto maior a quantidade de produtos disponibilizados, maior vai ser a sua centralidade. A quantidade, diversidade, e qualidade das funções caba por levar à existência de lugares centrais com diferentes importâncias. Economias de aglomeração: vantagens que decorrem da localização das empresas ou da população em aglomerações. Deseconomias de aglomeração: aumento dos custos de produção para as empresas e pela diminuição da qualidade de vida da população. Vantagens da localização industrial numa região: Diminuição dos movimentos pendulares Fixa a mão-de-obra Reduz os impactos negativos da poluição Diminui as assimetrias socioeconómicas regionais Permite uma melhoria da qualidade de vida da população 3.3) A reorganização da rede urbana Cidades médias: Cidade que em termos demográficos oscila entre os 10.000 e os 100.000 habitantes, no entanto deve dispor de infra- estruturas de apoio à população, como por exemplo hospitais, escolas e outros serviços. Alem disso, devem ser bem servidas de uma rede de transportes e de comunicações que dinamizem as áreas periféricas. Estas são importantes polos de atração, pois seu dinamismo funcional, gerador de emprego, tende a dominar um sistema de amplas relações de produtos e serviços. Portugal é carenciado de cidades médias, constatando-se a ausência de uma rede urbana nacional hierarquizada. A nova configuração das bacias de emprego, a melhoria das redes de transporte e meios de transporte, a afirmação das cidades como centros de emprego e a expansão da áreas urbanas tem permitido criar fora da AML e AMP polos de atração e iniciativa empresarial e a fixação demográfica, com capacidade para gerar efeitos difusores das áreas metropolitanas e manter relações com o exterior. A rede urbana policêntrica é ideal para o país pois: Traduz uma rede urbana equilibrada Permite uma visão estratégica quer ao nível de ordenamento do território nacional, quer ao nível do reposicionamento do país ao nível Ibérico, europeu e até mesmo intercontinental. Permite a reorganização do espaço urbano numa perspectiva de sistema policêntrico vital para a coesão do território e da competitividade nacional, do sistema urbano, ibérica, europeia e intercontinental. Permite que se criem polos regionais que proporcionam um desenvolvimento sustentável e harmonioso da região e do país. O desenvolvimento das cidades médias nacionais no interior do país tem permitido uma maior coesão da rede urbana ibérica e consequentemente o desenvolvimento regional, através da melhoria da cessibilidade, o surgimento e crescimento das atividades ligadas à industria, à investigação cientifica e cultural e ao turismo. 3.2) As parcerias ente as cidades e o mundo rural A importância das cidades resulta de uma inter-relação de fatores: A existência de mão-de-obra qualificada A facilidade no estabelecimento dos contactos face-a-face A maior existência de infra-estruturas de apoio às atividades económicas A maior oferta cultural O maior dinamismo de serviços Fatores estes que transformam a cidade num lugar de trocas comerceiam com o meio rural e com outras cidades. Assim a cidades vendem produtos dos campos destinados ao consumo da população citadina e também à exportação. As migrações, os fluxos populacionais, a escolaridade obrigatória, o comércio e as trocas de produtos são exemplos de relações entre o meio rural e o meio urbano. O reconhecimento da agricultura como fulcral para a economia fulcral, as ajudas financeiras presentes nas áreas desfavorecidas em nome da coesão territorial e o não isolamento das regiões são aspectos importantes para a integração ambicionada no espaço rural. Assim uma política rural integrada é fundamental para o aumento de emprego, a igualdade de oportunidades, para a qualidade dos produtos e protecção do ambiente Unidade 3- A rede urbana e as novas relações cidade campo
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