Buscar

Resumo - Geografia - Áreas Urbanas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo Geografia 
Unidade 2- As áreas urbana: dinâmicas urbanas
2.1) A organização das áreas urbanas 
Espaço urbano: espaço onde a ocupação do solo é caracterizado pelo
elevado nº de infra-estruturas estando destinado predominantemente à
construção.
A dificuldade em distinguir espaço urbano de espaço rural deve-se:
 À expansão urbana (que tem levado à penetração física da
urbanização no espaço rural)
 À crescente mobilidade da população e à crescente difusão do
modo de vida urbano
 Ao aumento e diversificação das trocas entre cidade e o campo
 À descentralização de equipamentos
 Ao crescimento e diversificação profissional e funcional das
povoações rurais.
Critérios de classificação de cidade:
 Critério demográfico
População absoluta: número mínimo de habitantes a partir do qual um
aglomerado pode ser considerado cidade.
Densidade populacional: a partir de número total de habitantes por
unidade de superfície.
 Critério jurídico-administrativo: Aglomerado populacional que foi
elevado a cidade a partir de uma entidade político-administrativa
(rei ou parlamento) num determinado período por ser capital de
distrito o sede de bispado
 Critério funcional: Maioria da população a trabalhar no sector
secundário ou no sector terciário
Limitações do critério funcional:
 A população residente não exerce a sua actividade no seu local de
residência ou reside numa área onde existem pequenas fábricas e
actividades comerciais mas o seu nº de habitantes não é suficiente
para que seja considerada cidade.
 Para um país desenvolvido aceita-se cidade se o nº de efectivos no
setor agrícola for inferior a 25% por outro lado nos países em
desenvolvimento este valo é superior a 80%, o que significa que
muitas cidades terão de conviver com o predomínio da agricultura.
Definição de cidade em Portugal:
Considera-se cidade em Portugal, um aglomerado populacional com no
mínimo de 8000 eleitores e que possui pelo menos metade dos seguintes
equipamentos colectivos: instalações hospitalares, farmácias, corporação
de bombeiros, casa de espectáculos, centro cultural, biblioteca,
instalações hoteleiras, escolas de ensino preparatório e secundário,
estabelecimentos de ensino pré e infra-estruturas que permitam
empregar os seus habitantes e conferir-lhes uma qualidade de vida.
Distinção entre centro urbano de cidade:
Enquanto num centro urbano o nº mínimo de habitantes é de 10 000
habitantes, numa cidade este pode ser inferior. A designação de cidade
está associada a actividades que se afastam do setor primário, englobando
o setor terciário e secundário, por outro lado a designação de centro
urbano é um critério quantitativo.
Funções urbanas: Atividades que se desenvolvem no interior das cidades
com vista à satisfação das necessidades da população. 
- Político-administrativa - Religiosa
- Cultural - Turística
- Transporte - Defensiva
- Industrial - Residencial
- Comercial e de serviços
Relação entre a localização das funções urbanas e o valor da cidade:
Renda locativa: teoria que determina que as rendas e valor do solo
diminuem com a distância ao centro. 
Isto acontece devido à diminuição da acessibilidade, ao aumento dos
terrenos disponíveis e à diminuição da procura.
Especulação fundiária: existe quando há um desequilíbrio entre a oferta e
a procura. Quando a procura é bastante superior à oferta, os preços do
solo atingem valores muito elevados e muito superiores ao seu valor real.
Área central: área com maior acessibilidade (ao nível interno e externo),
pois nele convergem os principais eixos de transporte é também a área
mais atractiva para instalar actividades do setor terciário onde a
rentabilidade depende da proximidade à clientela. 
CBD: designado em Portugal como baixa ou centro, pode ser considerado
o centro financeiro, comercial e administrativo da cidade, destacando-se
pelo dinamismo e terciarização (aumento de actividades económicas
ligadas ao setor terciário) das actividades.
Caracteriza-se sendo central em termos de acessibilidade, ter uma elevada
concentração de edifícios e de tráfego, valores elevados de solo e de
impostos, concentração de negócios e mistura todos os grupos étnicos e
todas as classes sociais. 
Áreas funcionais: áreas que apresentam uma uniformidade funcional,
resultando por exemplo numa especialização de um conjunto de
actividades, destacadas por apresentarem características próprias.
 Áreas terciárias (actividades comerciais e serviços)
Na área central, predominam as funções de comércio e serviços onde é
possível encontrar: comércio de artigos de luxo e vulgar, hotéis, cafés e
restaurantes de luxo, espaços de cultura e lazer, como teatros e museus,
centros de decisão da Administração Pública, como ministérios, tribunais
superiores, governos regionais ou municipais e sedes de banco, de
empresas, de companhias de seguro, bolsas de valores. 
A diferenciação funcional do CBD: a sua elevada acessibilidade promove a
terciarização e a concentração de actividades terciárias de nível mais
elevado
 Zonamento vertical: as funções que exigem um menor contacto
com o consumidor ocupam os pisos superiores (armazéns, oficinas,
habitação), enquanto o comércio ocupa o rés-do-chão e os serviços
os primeiros e segundos andares, predominantemente.
 Zonamento horizontal: para além das ruas principais e secundárias,
o zonamento horizontal traduz-se na presença de áreas
especializadas e na distribuição das mesmas (sobretudo nas cidades
de maior dimensão, como Lisboa e Porto): o centro financeiro
distingue-se do centro de comércio e do centro de diversões. 
Expansão da área central: migração das actividades terciárias:
A descentralização das actividades terciárias deve-se a condicionalismos a
que os centros estão sujeitos, como por exemplo:
 O elevado congestionamento funcional
 A escassez de espaço para a expansão das atividades
 As ruas estreitas e a saturação das vias de acesso devido à elevada
intensidade de tráfego
 À dificuldade de estacionamento
Factores responsáveis pelo abandono do centro e, consequentemente
pela diminuição da função residencial:
 Desenvolvimento dos transportes urbanos e suburbanos (melhoria
da mobilidade da população e fixação em áreas afastadas do local
de trabalho)
 Congestionamento e dificuldade de estacionamento
 Aumento dos níveis de poluição sonora e atmosférica
 Degradação das habitações (condições de habitabilidade precárias,
constituindo um risco para a saúde dos seus habitantes)
 Crescente ocupação do centro pelas atividades terciárias 
Contraste entre a elevada densidade demográfica diurna e a baixa
densidade registada apos o encerramento do horário de trabalho.
 Áreas industriais: 
Fatores que justificam a preferência da indústria para se instalar na
cidade:
 Desenvolvimento dos transportes
 Abundante e diversificada mão-de-obra
 Capital
 Consumidores em nº crescente
 Terminais de vias de comunicação
 Diversificados serviços de apoio (bancos, seguros, etc.)
Fatores que têm incentivado a descentralização das indústrias para áreas
cada vez mais afastadas do centro:
 Grande necessidade de espaços vastos
 Elevado preço do solo (renda locativa)
 Crescente intensidade do tráfego
 Alterações no processo produtivo
 Elevada poluição sonora e atmosférica
 Planos de urbanização
 Parques ou zonas industrias
 Progressiva existência de infra-estruturas no espaço rural.
A função industrial nos países desenvolvidos localiza-se maioritariamente
nas periferias devido à grande necessidade de espaço, a necessidade de se
localizar em áreas de grande acessibilidade e os elevados indicies de
poluição a que está associada.
 Área residencial: 
Classe alta (vivenda, moradia unifamiliar):
 Localiza-se em áreas de elevada acessibilidade, de fraca
itensidadede trânsito, deambiente aprazível, com jardins e espaços
verdes, afastadas de unidades industriais e com baixos índices de
poluição.
Classe média (área residencial predominante e que se encontra por toda a
cidade): 
 Existência de blocos de apartamentos com muitos pisos, de
qualidade de construção inferior à área residencial das classes mais
favorecidas.
Classe baixa: (estas áreas caracterizam-se por não terem condições
mínimas de habitabilidade, a maioria não tem agua canalizada,
electricidade e esgotos e a sua dimensão é muito reduzida).
 No centro: localizam-se habitações antigas e degradadas onde
vivem pessoas, sobretudo idosos e imigrantes, carenciados e de
fracos recursos económicos.
 Nas áreas afastadas do centro: localizam-se os bairros de habitação
social com fraca qualidade de construção com o objetivo de realojar
os que habitam em bairros degradados ou alvos de catástrofes
naturais.
 Nos subúrbios, em áreas muito poluídas, e mal servidas de 
transportes: localizam-se os bairros vulgarmente conhecidos como
bairros de lata.
2.2) A expansão urbana
Fases de crescimento das cidades:
Fase centrípeta: densificação, concentração da população e das atividades
económicas 
 Período de crescimento da cidade resultante da concentração
demográfica e funcional
 As cidades exercem uma atração sobre a população (oriunda dos
meios rurais ou de outros países) e sobre as atividades económicas
dos sectores secundários e terciários:
Fase centrífuga: desdensificação, desconcentração demográfica e
populacional (desconcentração urbana) que tem promovido a procura das
periferias para a construção de habitações e para a implementação da
indústria e atividades terciárias.
 Fatores de origem da fase centrífuga: 
 Aumento populacional 
 Concentração de atividades terciárias no centro 
 Preço do solo
 Melhoria dos transportes coletivos e infra-estruturas de
transporte (expansão tentacular)
 Recurso ao transporte individual; 
 Criação de emprego na periferia 
 Melhoria das infra-estruturas na periferia (energia, saneamento,
telecomunicações).
Suburbanização: processo de crescimento do espaço urbano à volta das
cidades (periferias) por construções habitacionais, atividades económicas
e infra-estruturas que lhes conferem um carácter de grande urbanização.
Fatores a que se deve a suburbanização:
 Desenvolvimento das redes de transporte e das vias de
comunicação
 A intensificação do trânsito automóvel, o congestionamento do
tráfego e da poluição sonora e atmosférica no centro das cidades
 A escassez e o elevado custo de habitação nas cidades
 A existência de vastos espaços sem ocupação
Custos económicos e socias da suburbanização:
A terciarização das cidades traduziu-se no afastamento das áreas
residenciais para as periferias, aumentando a mobilidade da população.
Deste modo os movimentos pendulares no quotidiano da população que
vive nos subúrbios acabou por ser a causa de transformações na
paisagem, até mesmo a nível social económico e cultural.
 Transtornos e problemas dos movimentos pendulares: 
 Surgimento de cidades satélite: que têm uma função
residencial e funcional capaz de satisfazer as necessidades da
população, incluindo emprego, estão dotadas de infra-
estruturas e equipamentos de apoio que lhes conferem um
dinamismo socioeconómico importante e são de segunda
grandeza, pois continuam dependentes, económica e
financeiramente, da cidade principal.
 Surgimento de cidades dormitório: não existem atividades
suficientes para empregar a população activa; não estão
dotadas de equipamentos e infra-estruturas que permitam
satisfazer as necessidades diárias da população; são as que
mais contribuem para o aumento dos movimentos
pendulares.
 Congestionamento das vias de acesso às cidades
 Saúde: causa stresse, cansaço e nervosismo (desgaste físico e
psicológico)
 Económicos: aumento das despesas com os transportes
 Ambientais: destruição dos solos agrícolas, aumento da
poluição e diminuição dos espaços verdes
 Imagem e identidade: construção sem nenhum modelo de
desenvolvimento, aumento dos bairros clandestinos
As áreas periurbanas e rurbanas
Espaço periurbano: espaço exterior à cintura suburbana onde os usos e as
estruturas urbanas se misturam com as rurais, ou seja resulta de uma
interligação entre o espaço urbano e rural, não havendo, por isso, uma
distinção nítida entre o campo e a cidade.
Periurbanização: processo de amplo crescimento do espaço urbano que
inclui as periferias da cidade-centro e os espaços mais afastados com
menor densidade populacional, tornando difícil de estabelecer as
fronteiras entre espaço urbano e espaço rural, uma vez que as atividades
urbanas misturam-se com as rurais.
As áreas periurbanas caracterizam-se pelo declínio da actividade agrícola,
a progressiva fragmentação da propriedade agrícola devido à urbanização
crescente, implantação de atividades ligadas à indústria, a ocupação
difusa do espaço por construções, o aumento de atividades ligadas ao
comércio e serviços, a implementação dispersa de habitações urbanas em
meio rural e as baixas densidades de ocupação do espaço.
O surgimento das áreas periurbanas devem-se à existência de vias de
comunicação, que permitem movimentos pendulares e aumentam a
acessibilidade a áreas mais afastadas do centro, à existência de comércio
(de uma qualidade arquitectónica e do seu carácter histórico) e da
existência de qualidade ambiental e paisagística, marcada pelos espaços
verdes e o baixo nível de poluição. 
Rurbanização: Formas de alojamento que tentam recriar o modelo rural
tradicional e que se desenvolve nas periferias das cidades e de outros
aglomerados urbanos. Processo que resulta do crescimento urbano, onde
coexistem de forma difusa as atividades económicas urbanas e as
atividades agrícolas. Estas áreas são resultantes de uma urbanização
difusa ao contrário da suburbanização e da periurbanização, está mais
relacionada com a desconcentração de áreas urbanas mais pequenas.
Áreas metropolitanas: conjunto formado por uma grande cidade (que
exerce um efeito polarizador) e todo o espaço envolvente e
interdependente, mais ou menos urbanizado.
Fatores responsáveis pela variação da população na AML e AMP:
 A melhoria da rede de transportes e dos meios de transportes que
permitiu a melhoria da acessibilidade às periferias e a má qualidade
ambiental nas cidades provocou uma tendência de diminuição
demográfica (principalmente dos jovens), sobretudo em Lisboa e no
Porto.
 Os municípios periféricos são os que registam um maior
crescimento populacional ao beneficiarem dos fatores já antes
referidos do qual se destaca a maior acessibilidade (ex.: AML)
Atividades económicas na Área Metropolitana do Lisboa: predomina a
terciarização (predomina o setor terciário).
Grande Lisboa: predomina e é responsável pelo crescimento económico o
setor terciário.
Península de Setúbal: a indústria transformadora tem e continuará a ter
um papel relevante no crescimento económico. Verifica-se a concentração
da indústria (químicas e de equipamentos e de bens intermédios) nos
municípios periféricos devido:
 À maior disponibilidade de terrenos
 Aos preços mais acessíveis
 Às boas vias de comunicação que permitem uma forte
acessibilidade, o fácil acesso às matérias-primas e o rápido
escoamento dos produtos finais.
Área metropolitana do Porto: também predomina o setor terciário
predomina principalmente no Porto. Quanto ao setor secundário
predomina a indústria de bens de consumo, tradicionais, de trabalho
intensivo e pouco exigente em qualificações de mão-de-obra.
Em termos de localização domina o padrão disperso (difuso) e ordenado.
 
2.3) Problemas Urbanos
O crescenteaumento da população urbana e o crescimento dos
aglomerados urbanos aumentou os problemas urbanos resultantes do
desajustamento de infra-estruturas existentes e a necessidade da
população (como por exemplo o desemprego crescente que provoca o
aumento do nº de pessoas em situação de pobreza e exclusão social, o
aumento da criminalidade, da mendicidade, da prostituição,
toxicodependência, etc.)
Problemas socioeconómicos: 
 População em situação de pobreza e sem acesso condigno à
habitação, agravando as disparidades intra-urbanas
 Integração dos imigrantes, acentuando a segregação territorial e a
exclusão social nas áreas urbanas
 Elevada vulnerabilidade do emprego em relação aos movimentos de
reestruturação da economia e dos processos de deslocalização
empresarial.
 Insegurança e criminalidade
 Envelhecimento urbano
Problemas urbanísticos:
A habitação:
 Sobrelotação do espaço verde
 Ausência de espaços verdes
 Degradação dos bairros antigos
 Proliferação da construção clandestina
A saturação das infra-estruturas físicas: O crescimento espacial e
demográfico das cidades prova a saturação e rutura das redes básicas o
que reflecte a diminuição da qualidade de vida da população causando
problemas no fornecimento de água, colectores de esgotos e infra-
estruturas de energia eléctrica.
Problemas ambientais: O aumento da poluição atmosférica e sonora e o
aumento da poluição provocada pelo lixo doméstico e industrial e pelos
esgotos provocam problemas ambientais que se reflectem na saúde
humana, no agravamento das consequências das catástrofes naturais e na
perda da biodiversidade.
Reurbanização: caracterizada por uma nova capacidade atractiva do
centro urbano, o que lhe confere um novo interesse e procura. Esta
recuperação das cidades está contemplada no Ordenamento do Território
e do Urbanismo promovendo:
 A melhoria das condições de vida e de trabalho das populações, no
respeito pelos valores culturais, ambientais e paisagísticos
 Distribuição equilibrada das funções de habitação, trabalho, cultura
e lazer
 Reabilitação e revitalização dos centros históricos e dos elementos
do património cultural classificados
 A recuperação ou reconversão de áreas degradadas
 A reconversão de áreas urbanas ilegais
Renovação urbana: Implica a demolição total ou parcial de edifícios e as
estruturas de uma área, que é reocupada com outras funções e por uma
classe social mais favorecida (mudança de estatuto socioeconómico e
funcional) através da Intervenção Operacional Renovação Urbana (IORU).
Reabilitação urbana: Melhoramento das condições dos edifícios e dos
espaços públicos, verificando-se, no entanto, a manutenção das funções
existentes, assim como o estatuto socioeconómico dos moradores.
Pretende-se salvaguardar determinadas áreas da cidade através da
conservação do património edificado e através da revitalização do seu
tecido económico e social, tornando-as áreas mais atractivas. Está
associada a programas como o PRAUD (Programa de Recuperação das
Áreas Urbanas Degradadas) e o RECRIA (Regime Especial de
Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados).
Requalificação urbana: Assente numa alteração funcional dos edifícios e
dos espaços devido à redistribuição da população e das atividades
económicas, tendo em conta as necessidades do momento. Está associado
ao programa POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização
Ambiental das Cidades) que tem como principal objetivo melhorar a
qualidade de vida da população nas cidades através de intervenções
urbanísticas e ambientais.
PU (Plano de Urbanização): Plano municipal de ordenamento do território
que define a organização espacial de determinada parte do território
municipal, incluída em perímetros urbanos, podendo englobar o solo rural
complementar que exija uma intervenção integrada de planeamento.
PP (Plano Pormenor): Plano municipal de ordenamento do território que
desenvolve e concretizam propostas de organização espacial de qualquer
área específica do território municipal, definindo com pormenor a
conceção da forma de ocupação e servindo de base aos projectos de
execução das infra-estruturas, da arquitectura dos edifícios e dos espaços
exteriores, de acordo com as prioridades estabelecidas nos programas de
execução constantes do PDM e do PU.
PMOT (Planos Municipais de Ordenamento do Território): Instrumento
de planeamento territorial, de natureza regulamentar, aprovado pelo
município, que estabelece o regime de uso do solo, definindo modelos de
evolução da ocupação humana e da organização de redes e sistemas
urbanos e, na escala adequada, parâmetros de aproveitamento do solo.
PIOT (Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território): São
instrumentos de desenvolvimento territorial, aprovados pelos municípios,
que asseguram a articulação entre o plano regional e os planos municipais
de ordenamento de território nas áreas que necessitam de uma
coordenação integrada.
PDM (Plano Diretor Municipal): Plano municipal de ordenamento do
território, de elaboração obrigatória, que abrange todo o território
municipal. Com base na estratégia de desenvolvimento local, estabelece a
estrutura espacial e a classificação básica do solo, bem como parâmetros
de ocupação, considerando a implantação dos equipamentos sociais e
desenvolvendo a qualificação dos solos urbanos e rural.
Unidade 3- A rede urbana e as novas relações cidade
campo
3.1) As características da rede urbana
Rede urbana: conjunto hierarquizado dos centros urbanos, ligados entre
si e as suas áreas de influência, através de relações funcionais
permanentes, ou seja relações que asseguram a oferta de determinados
bens e serviços em função do seu potencial demográfico e produtivo. É
um sistema integrado de cidades, desde as pequenas às grandes cidades
que estabelecem relações de complementaridade entre si.
Distribuição espacial: Concentração da população nas Área
Metropolitanas do Porto e de Lisboa, nas cidades de média dimensão e ao
longo da faixa litoral (litoralização). Existe também bipolarização bem
visível pela concentração de cidades, de população e de funções
associadas aos sectores secundário e terciário.
A existência de uma rede urbana ou sistema urbano só é possível se
existir:
 Uma rede hierarquizada de cidades.
 Uma relação de complementaridade ou dependência em termos
funcionais
Uma rede só é hierarquizada se possuir:
 Um pequeno nº de cidades de grande dimensão
 Maior nº de cidades de média dimensão
 Nº ainda maior de cidades de pequena dimensão
Rede urbana completa: existe uma relação entre a dimensão
demográfica, a sua especialização funcional e a capacidade de interacção
entre elas.
As redes urbanas podem ser:
 Monocêntricas ou macrocéfalas: quando nuns país existe uma
grande metrópole que monopoliza a vida económica, social e
cultural.
 Polarizadas policêntricas ou polinucleadas: quando em torno da
capital regional e a uma relativamente regular surgem cidades de
diferentes níveis hierárquicos, dando origem a uma rede mais ou
menos densa.
 Bipolares ou bicéfalas: quando um país é ominado por duas grandes
metrópoles, que ocupam o topo da hierarquia e repartem entre si
funções de nível superior.
 Multipolares: quando existem várias metrópoles no topo das
hierarquias dividindo as funções entre si.
Rede urbana nacional:
 Grande peso demográfico e sobretudo funcional na AML
 Crescimento demográfico na AMP muito superior ao funcional
 Ausência de cidades de média dimensão.
A área de influência: independentemente da sua dimensão, das suas
funções ou da sua localização, a cidade estabelece sempre interrelações
diversificadas com o espaço envolvente, aonível da população, de
produtos, de capitais, de informações, etc. No entanto a cidade
desempenha sempre um papel atractivo e polarizador sobre as áreas ou
regiões limítrofes, estando estas dependentes da cidade.
Bens vulgares: (ordem inferior)
 Bens de uso frequente encontrando-se com muita facilidade, quer
seja no local de residência ou de trabalho, como por exemplo, a
electricidade, água canalizada, sapateiros, pão…
 O raio de eficiência é pequeno tendo uma área de influência muito
reduzida, pois não há necessidade de se ir à cidade para os
encontrar.
Bens raros: (ordem superior)
 Bens em que a sua utilização não é frequente, pelo que
normalmente só se encontram nos centros urbanos ou nas grandes
cidades (ex.: instrumentos musicais, comércio de luxo,
universidades…)
 Raio de eficiência muito elevado e por isso uma área de influência
muito grande.
Lugar central: qualquer lugar que oferece bens à área envolvente.
A centralidade está diretamente relacionada com a quantidade de bens
que um lugar disponibiliza, ou seja, quanto maior a quantidade de
produtos disponibilizados, maior vai ser a sua centralidade.
A quantidade, diversidade, e qualidade das funções caba por levar à
existência de lugares centrais com diferentes importâncias.
Economias de aglomeração: vantagens que decorrem da localização das
empresas ou da população em aglomerações.
Deseconomias de aglomeração: aumento dos custos de produção para as
empresas e pela diminuição da qualidade de vida da população.
Vantagens da localização industrial numa região:
 Diminuição dos movimentos pendulares
 Fixa a mão-de-obra
 Reduz os impactos negativos da poluição
 Diminui as assimetrias socioeconómicas regionais
 Permite uma melhoria da qualidade de vida da população
3.3) A reorganização da rede urbana
Cidades médias: Cidade que em termos demográficos oscila entre os
10.000 e os 100.000 habitantes, no entanto deve dispor de infra-
estruturas de apoio à população, como por exemplo hospitais, escolas e
outros serviços. Alem disso, devem ser bem servidas de uma rede de
transportes e de comunicações que dinamizem as áreas periféricas.
Estas são importantes polos de atração, pois seu dinamismo funcional,
gerador de emprego, tende a dominar um sistema de amplas relações de
produtos e serviços.
Portugal é carenciado de cidades médias, constatando-se a ausência de
uma rede urbana nacional hierarquizada.
A nova configuração das bacias de emprego, a melhoria das redes de
transporte e meios de transporte, a afirmação das cidades como centros
de emprego e a expansão da áreas urbanas tem permitido criar fora da
AML e AMP polos de atração e iniciativa empresarial e a fixação
demográfica, com capacidade para gerar efeitos difusores das áreas
metropolitanas e manter relações com o exterior.
A rede urbana policêntrica é ideal para o país pois:
 Traduz uma rede urbana equilibrada
 Permite uma visão estratégica quer ao nível de ordenamento do
território nacional, quer ao nível do reposicionamento do país ao
nível Ibérico, europeu e até mesmo intercontinental.
 Permite a reorganização do espaço urbano numa perspectiva de
sistema policêntrico vital para a coesão do território e da
competitividade nacional, do sistema urbano, ibérica, europeia e
intercontinental.
 Permite que se criem polos regionais que proporcionam um
desenvolvimento sustentável e harmonioso da região e do país.
O desenvolvimento das cidades médias nacionais no interior do país tem
permitido uma maior coesão da rede urbana ibérica e consequentemente
o desenvolvimento regional, através da melhoria da cessibilidade, o
surgimento e crescimento das atividades ligadas à industria, à investigação
cientifica e cultural e ao turismo. 
3.2) As parcerias ente as cidades e o mundo rural
A importância das cidades resulta de uma inter-relação de fatores:
 A existência de mão-de-obra qualificada
 A facilidade no estabelecimento dos contactos face-a-face
 A maior existência de infra-estruturas de apoio às atividades
económicas
 A maior oferta cultural
 O maior dinamismo de serviços
Fatores estes que transformam a cidade num lugar de trocas comerceiam
com o meio rural e com outras cidades. Assim a cidades vendem produtos
dos campos destinados ao consumo da população citadina e também à
exportação.
As migrações, os fluxos populacionais, a escolaridade obrigatória, o
comércio e as trocas de produtos são exemplos de relações entre o meio
rural e o meio urbano.
 O reconhecimento da agricultura como fulcral para a economia fulcral, as
ajudas financeiras presentes nas áreas desfavorecidas em nome da coesão
territorial e o não isolamento das regiões são aspectos importantes para a
integração ambicionada no espaço rural.
Assim uma política rural integrada é fundamental para o aumento de
emprego, a igualdade de oportunidades, para a qualidade dos produtos e
protecção do ambiente
	Unidade 3- A rede urbana e as novas relações cidade campo

Continue navegando