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Introdução a Instrumentação Definição de instrumentação ; Variáveis monitoradas na indústria ; Normas técnicas para instrumentação Simbologia de instrumentos ; Tipos de instrumentos de acordo com as normas técnicas; Terminologia Importante para instrumentos; Identificação Funcional de instrumentos (TAG) Simbologia Sinais ; Lucio Fernando da Silva Santos Professor Educador Profissional Engenheiro Eletricista Esp. Engenharia de Automação e Controle Esp. Engenharia de Segurança do Trabalho CEEP GOV. MARCELO DEDA CHAGAS DRE04/Carmópolis Introdução a Instrumentação A Instrumentação é a ciência que estuda, desenvolve técnicas e aplicações para adequação de instrumentos de medição, transmissão, indicação, registro e controle de variáveis físicas em equipamentos nos processos industriais. Desta forma, a Instrumentação Industrial visa aperfeiçoar o controle e o desempenho de processos industriais. Automação x instrumentação Enquanto a automação trata de aplicações de dispositivos com FOCO em diminuir esforços humanos ou até substitui-los em tarefas repetitivas ou perigosas, afim aumentar a produtividade em processos, a instrumentação está voltada ao fornecimento de instrumentos de controle de processos, medição de variáveis , registro e transmissão de dados, de tal maneira que possibilite a inserção de sistemas supervisórios . A automação em uma primeira analise, utilize justamente de varias técnicas presentes na instrumentação , ambas diferenciam-se principalmente no objeto final de utilização . No princípio da era industrial, o operário atingia os objetivos citados na definição da instrumentação, através do controle manual das variáveis, utilizando somente instrumentos simples analógicos (manômetro, termômetro, válvulas manuais etc.). Posteriormente os operadores começaram a diminuir sua atuação física direta no processo, novos sistemas foram introduzidos e a revolução digital proporcionou uma melhor aquisição de dados e novos equipamentos conversando por protocolos industriais de comunicação. Ao mesmo tempo, ocorria a centralização das variáveis em uma única sala de controle, onde um operador ou um programa supervisório trata de analisar todos os dados colhidos no campo . Com o passar do tempo, os processos foram se tornando mais complexos, exigindo um aumento da automação através dos instrumentos de medição e controle. Portanto a instrumentação é necessária para auxiliar outras áreas industriais , seja na medição de variáveis , aquisição e transmissão de dados ou fornecendo equipamentos de controle para coordenar atuadores dos processos. Em um processo industrial, diversas variáveis são monitoradas e usadas para controlar outras ou a própria variável. Em um mesmo processo industrial outras variáveis diferentes podem ser utilizadas. Na Figura 1 mostra essas principais variáveis. . Parâmetros físicos (Variáveis) Variáveis térmicas: associadas às características dependentes da energia térmica do material. Por exemplo: temperatura, entropia, calor específico; Variáveis de força: associadas com modificações dos corpos em relação ao movimento (ou repouso). Por exemplo: peso, momento de torque, pressão, vácuo; Variáveis de radiação: associadas aos fenômenos de absorção, emissão, propagação e reflexão, energia no espaço, em materiais ou de forma corpuscular. Por exemplo: radiações nuclear e eletromagnética, raios X, raios cósmicos; Variáveis de quantidade: associadas à porção de material presente em determinado momento ou entre limites particulares. Por exemplo: massa a uma gravidade local, mols de material, volume; Taxa de variáveis: associadas ao afastamento ou à aproximação de um material em relação a uma referência ou à repetição de um evento. Por exemplo: vazão de um fluido, aceleração, vibração mecânica, frequência, velocidade angular; Variáveis de propriedades físicas: como o próprio nome diz, estão associadas às características físicas do material, com exceção de quando se referem à composição química ou massa. Por exemplo: dureza, densidade, viscosidade, características estruturais; Variáveis elétricas: associadas às características de eletricidade. Por exemplo: corrente, tensão, impedância, indutância, capacitância; Variáveis de composição química: associadas ao exame de substâncias químicas, bem como de suas propriedades. Por exemplo: análise quantitativa de CH4, NOx, CO2, pH, solventes. Sinais de comunicação para Variáveis Os sinais de comunicação são as grandezas físicas envolvidas na comunicação entre instrumentos. Esses sinais podem ser digitais ou analógicos: pressão, tensão e corrente elétrica . Devem ser escolhidos de modo que possam ser manipulados e transmitidos em circuitos elétricos, preferencialmente, para uma leitura direta ou para serem armazenados em computadores de uma forma histórica. Exemplo : O controlador da figura abaixo se comunica com os demais instrumentos via sinais elétricos digitais, enquanto o transmissor pode utilizar um sinal de corrente elétrica para o indicador interpretar e exibir o valor . Simbologia da instrumentação Normas Utilizadas ANSI/ISA–S.5.1–1984 (R1992) – (2009) The Instrumentation, Systems and Automation Society (ISA): ISA 5.1 - Instrumentation Symbols and Identification. Estabelece meios uniformes para designar instrumentos e sistemas de instrumentação usados em medidas e controle. NBR 8190 – Simbologia de Instrumentação (1983) Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) REVOGADA. Há diferentes métodos de classificação de instrumentos. Que leva em consideração fatores como: • Localização; • Função; • Tipo de sinal. Localização Em relação à localização, os instrumentos podem ser classificados em 2 categorias: • Instrumentos de painel ou uso interno; • Instrumentos de campo ou uso externo. Função Função para que seja realizada uma tarefa específica, pode ser necessário tipos específicos de instrumentos para cada situação. NBR 8190 (ABNT, 1983), de acordo com a função desempenhada, os instrumentos mais comumente encontrados numa malha de controle são: Elemento primário, sensor ou detector: parte de uma malha ou de um instrumento que primeiro percebe o ambiente e pelo qual pode-se detectar as modificações do valor da variável de processo; Transmissor: dispositivo que percebe uma variável por meio de um elemento primário e produz uma saída no instrumento receptor de valor geralmente proporcional ao valor da variável de processo; Indicador: dispositivo que mostra o valor de uma variável de processo, sem interferir no processo; Registrador: dispositivo que armazena os valores de uma variável de processo de forma digital ou gráfica; Controlador: dispositivo cuja função é manter uma variável de processo em um valor predeterminado. O dispositivo geralmente compara os valores medidos e predeterminado e, baseado na diferença, envia um sinal para corrigir a variável manipulada até que a diferença seja nula; Conversor: dispositivo que gera uma saída padronizada, diferente do sinal de entrada; Elemento final de controle: dispositivo que modifica o valor de uma variável de processo, levando-o ao valor desejado. Válvulas são os exemplos mais comuns desse tipo; Chave: dispositivo que conecta, desconecta ou transfere circuitos de forma automática ou manual. Sua saída pode ser usada para atuar alarmes, lâmpadas-piloto, Inter travamento ou sistema de segurança. INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO POR FUNÇÃO Instrumento é qualquer dispositivo, ou conjunto de dispositivos, utilizado com a finalidade de se medir, indicar, registrar ou controlar as variáveis de um processo (pressão, temperatura, nível, vazão, densidade, viscosidade, etc). De acordo com a organização norte americana de instrumentação(ISA – Instrument Society of America) um instrumento é todo dispositivo usado para direta ou indiretamente medir e/ou controlar uma variável. Segundo a ISA, incluem-se os elementos e sensores primários, elementos finais de controle, dispositivos computacionais, dispositivos elétricos de alarme, chaves e botoeiras. Os componentes internos dos instrumentos já não se classificam como instrumentos (segundo ANSIISA-S5.1-1984-R-1992). Tipos de instrumentos Elementos Primários ou Sensores: são elementos que estão em contato direto com a variável medida (sentir) e que utilizam ou absorvem energia do próprio meio para fornecer ao sistema uma resposta mensurável, proporcional a variável medida. São responsáveis por responder a um estímulo físico transformando-o em outra grandeza física. Transdutor é o tipo de instrumento de destaque para o processo de medição. A função do transdutor é converter o sinal da variável física em um sinal da variável de saída apropriado. Em outras palavras o transdutor converte uma forma de energia (ou grandeza física) em outra , afim de facilitar a leitura por outro dispositivo ou um operador humano. Todo sensor é um transdutor, porém nem todo transdutor é um sensor. O transdutor é o elemento do sistema que está em contato com a grandeza a ser medida (um sensor interno/ou não), gerando um valor proporcional ao mensurando. O sinal de saída do transdutor normalmente necessita de condicionamento. A unidade de tratamento de sinais é responsável pela amplificação do sinal obtido no transdutor. Ela também pode realizar o processamento e o tratamento do sinal (como, por exemplo, filtrar). O dispositivo mostrador ( I / R) é responsável pela tradução do sinal em forma tangível ao usuário de forma analógica ou digital. Nos casos em que a variação da variável medida ocorre muito rápida , são utilizados registradores que apresentam de forma gráfica a medição do sinal. Mostradores abaixo: Sequencia lógica de instrumentos primários. Transmissores (T): são instrumentos que convertem o sinal de um sensor ou transdutor em um sinal padrão, podendo ser um sinal de corrente (4-20mA, por exemplo) , tensão (0-10Vcc), digital, pneumático ou hidráulico e o transmitem à distância. Abaixo transmissores de temperatura e transmissores de pressão Controladores (C): são instrumentos que comparam o valor da variável medida com o valor desejado (Set-Point) e exercem uma ação de correção na variável manipulada, função da diferença entre dois valores (erro) e de sua ação de controle (P, PI, PID). O CLP é um controlador clássico. Elementos Finais de Controle: São equipamentos que recebem o sinal do controlador e em função deste sinal atuam sobre a variável manipulada (ex.: válvula de controle, motor elétrico, motobombas, atuador , etc.). Tipo do sinal Os principais tipos de sinais transmitidos em processos de instrumentação resumem-se em pneumático, hidráulico, elétrico analógico e digital Tipo pneumático Em um instrumento do tipo pneumático, a pressão de um gás comprimido é modificada com o objetivo de atender ao valor a ser representado. A variação da pressão do gás é realizada de forma linear em uma faixa específica, padronizada internacionalmente, para representar a variação de uma grandeza partindo de seu limite inferior até atingir seu limite superior. As principais vantagens e desvantagens desse sinal encontram-se no Quadro 1. Tipo hidráulico Em um instrumento do tipo hidráulico, a variação de pressão exercida em óleos hidráulicos é utilizada para transmitir o sinal. Esse tipo de sinal é especialmente solicitado em aplicações onde é necessário um torque elevado ou quando o processo envolve pressões elevadas. As principais vantagens e desvantagens desse sinal encontram-se no Quadro 2. Tipo elétrico analógico Em um instrumento do tipo elétrico analógico, o sinal é linearmente modulado em uma faixa padronizada de corrente ou tensão, representando o conjunto de valores de uma variável partindo de seu limite inferior até atingir seu limite superior. As principais vantagens e desvantagens desse sinal encontram-se no Quadro 3. Tipo elétrico digital Em um instrumento do tipo elétrico digital, o sinal correspondente a informações sobre a variável medida ou relacionadas ao processo são enviados para uma estação receptora através de sinais digitais modulados e padronizados, utilizando protocolos de comunicação (por exemplo Hart, Fieldbus, Profbus, Modbus e CAN). As principais vantagens e desvantagens desse sinal encontram-se no Quadro 4. Medição de variável monitorada Para associamos o sinal de saída de um transmissor a um valor de variável especifico (temperatura ,pressão ou nível por exemplo) devemos proceder conforme exemplo abaixo: Um transmissor de Temperatura está ajustado para operar em uma faixa de 0 a 1000 °C e com sinal de saída de 4 a 20 mA .Qual é temperatura medida se o sinal de saída do transmissor for 14mA ? Definições Importante para medição com instrumentos Faixa de indicação: valores contidos entre limites que o instrumento pode indicar (caso a indicação seja analógica) ou o número de dígitos que um indicador pode mostrar (caso a indicação seja digital). Exemplo: uma régua comum possui faixa de indicação de 0 a 30 cm ou um mostrador de 0 a 99 possui faixa de indicação de 2 dígitos. Faixa nominal: valores contidos entre duas indicações extremas obtidos a partir do posicionamento de comandos de um sistema de medição. Exemplo: a seleção em um voltímetro de faixas de 0 a 200 V ou 200 a 750 V. Faixa de Medição (Range): faixa ou conjunto de valores da variável medida que estão compreendidos dentro dos limites superior e inferior de capacidade de medição do instrumento, transmissão ou controle do instrumento. Vem expressa estabelecendo os seus valores extremos. A faixa de indicação e de medição podem – mas não necessariamente devem – coincidir. Entretanto, para que um instrumento seja aproveitado de melhor forma possível, é necessário que a faixa de indicação seja maior que ou igual a faixa de medição. Alcance (span): É a diferença algébrica entre o valor superior e o inferior da faixa de medida do instrumento.Para o manômetro anterior da figura , o span é = 10-0 = 10. Zero : valor mínimo de leitura do instrumento não necessariamente é o digito “ 0 ” podendo ser qualquer outro valor a depender da construção do equipamento. Resolução é a menor diferença substancialmente percebida entre indicações de um dispositivo mostrador. Sensibilidade: razão entre a variação na saída (resposta) e a variação na entrada (entrada) Exemplo: a sensibilidade de um termômetro pode ser expressa por 0,1 mm/ºC. Repetitividade: capacidade de repetir o valor de saída em medições consecutivas de uma mesma grandeza e estímulo de entrada, com fatores de medição mantidos constantes e curto período entre medições. Reprodutibilidade: variação entre medições do mesmo mensurando com o mesmo instrumento a partir de condições de medição variadas. Erro: diferença entre o valor medido e o valor real da grandeza. Todas as medições e instrumentos de medida estão sujeitos a erros, que não devem ser entendidos como falhas ou descuido ao se tomar uma medida. Precisão: concordância entre valores medidos consecutivamente. Um sistema com alta precisão apresenta dispersão pequena entre as diferentes medidas. Exatidão: concordância entre o valor medido e o valor real da grandeza de interesse. Um sistema com alta exatidão apresenta pequeno erro. Terminologia e simbologia dos instrumentos A Norma Internacional ANSI/ISA–S.5.1 Instrumentation Symbols and Identification, ou simplesmente ISA 5.1 , estabelece a padronizaçãoadequada para instrumentos utilizados em fluxogramas de processos. Identificação Funcional (TAG) A TAG ou simplesmente Etiqueta ,é padronizada pela ISA . Cada instrumento será identificado por um conjunto de letras (identificação funcional) e números (identificação da malha de controle) 1. Conjunto de letras A combinação máxima de letras é de acordo com a ISA ,em quatro letras . 1ª letra: identifica a variável medida pelo instrumento (variável de controle, distúrbio). Letras subsequentes: funções do instrumento 2. Número da malha e sufixo (letra): todos os instrumentos da malha devem apresentar o mesmo número, se for redundante um sufixo diferenciador é necessário . Por regra , apenas as quatro letras são normatizadas pela ISA.O numero de malha e seu sufixo diferenciador , são a critério do projetista ou do desenho do processo. Simbologia Sinais Outros tipos de válvulas consultar a ISA. Instrumentos A ISA utiliza de símbolos específicos para instrumentos, para tanto devemos saber sobre a localização dos instrumentos nos locais adequados. A classificação inclui informações se o instrumento está localizado diretamente no campo (chão de fabrica) , se está localizado em um quadro auxiliar/principal com possibilidade de conferência permanente pelo operador ou se está inacessível. .
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