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Resenha - 16/04/2018 - Psicologia e povos indígenas 
 
 
[…] Para que o indígena não seja um indigente, 
Um alcoólatra, um escravo ou exilado, 
Ou acampado à beira duma estrada, 
Ou confinado e no final um suicida, 
Já velho ou jovem ou – pior – piá. 
Demarcação já! 
(Carlos Rennó. Demarcação Já) 
 
O preconceito, a exclusão, o racismo é algo bem presente na nossa sociedade 
atual. Quando falamos de povos indígenas, esse assunto se torna ainda mais forte. 
Apesar dos movimentos indígenas se fortalecerem nas últimas décadas, ainda é um 
desafio grande poder ter contato com a sociedade em geral sem que de alguma forma 
perca sua integridade cultual e étnica. 
 
Não sou um ancião e ainda sei pouco. Entretanto, para que minhas palavras 
sejam ouvidas longe da floresta, fiz com que fossem desenhadas na língua 
dos brancos. Talvez assim eles afinal as entendam, e depois deles seus 
filhos, e mais tarde ainda, os filhos de seus filhos. Desse modo, suas ideias 
a nosso respeito deixarão de ser tão sombrias e distorcidas e talvez até 
percam a vontade de nos destruir. (Kopenawa e Albert (2015, p. 76)). 
 
Um indígena comparecendo a uma consulta médica, em um posto de saúde, 
principalmente em regiões como Santa Catarina, ainda causa estranheza, como 
citado no Fala Psi pela psicóloga Iclícia Viana, ainda há o pensamento preconceituoso 
de que o indígena deve permanecer dentro de suas aldeias, que o indígena não deve 
dirigir um carro, assim como também não possuí problemas psicológicos como a 
depressão. 
 
Eu não sou índio e não existem índios no Brasil. Essa palavra não diz o que 
eu sou, diz o que as pessoas acham que eu sou. Essa palavra não revela 
minha identidade, revela a imagem que as pessoas têm e que muitas vezes 
é negativa. (Daniel Munduruku. 63ª Feira do Livro de Porto Alegre). 
 
O papel do psicólogo em geral, é poder ajudar todas as pessoas, assim como 
ajudar na luta pelos direitos de todos e na desconstrução do racismo enraizado, do 
preconceito escancarado. O indígena sofre de depressão, ansiedade, e todas as 
demais doenças psicológicas, e muita das vezes não sabem que estão com essas 
doenças. Não existe muitos psicólogos dentro das aldeias, e quando têm os 
atendimentos ocorrem pouquíssimas vezes. 
É uma luta de todos, a sociedade precisa desconstruir pensamento e sentimentos 
internos, que nos fazem excluir as tribos que possuem diferenças culturais, físicas e 
psicológicas. Precisa ser uma luta incessante em busca da inclusão, socialização e 
segurança de todos, garantindo assim uma vida digna e saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência 
 
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã 
Yanomami. São Paulo: Cia. das Letras, 2015. 
MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-
1990). São Paulo: Paulinas, 2012. Coleção Educação em foco. Série: Educação, 
história e cultura. 
FALA PSI. 16/04/2018 - Psicologia e povos indígenas. Disponível em: 
https://crpsc.org.br/fala-psi Acesso em 04/05/2023. 
 
 
 
 
 
https://crpsc.org.br/fala-psi

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