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1 PROCESSOS DE USINAGEM AULA 3 Prof. Marcelo Staff 2 CONVERSA INICIAL Vimos os processos de usinagem como sendo o resultado da remoção de cavacos através de uma ferramenta de corte. Agora iremos estudar os comportamentos das ferramentas nos processos de usinagem por torneamento, fresamento e furação. Para obter a excelência das ferramentas, iremos conhecer os parâmetros de corte e suas influências dentro dos processos de usinagem. Conheceremos as ferramentas de corte disponíveis no mercado para os processos de usinagem, selecionando as melhores para obter os rendimentos nas diferentes condições de produção. Isso quer dizer que cada ferramenta deverá ter uma ponta de corte com geometria adequada à operação de usinagem. Aprenderemos o significado dos códigos das ferramentas de corte na usinagem de torneamento e fresamento. Conheceremos as aplicações das ferramentas no processo de furação e a tecnologia da usinagem de rosqueamento. Saberemos quais são os principais materiais das ferramentas de corte. TEMA 1 – PRINCIPAIS PARÂMETROS DE CORTE NOS PROCESSOS DE USINAGEM Parâmetros de corte são responsáveis por obter a maior vida útil da ferramenta de corte no menor tempo de usinagem definindo a velocidade e avanços a serem empregados. Eles nos auxiliam na obtenção de uma perfeita usinabilidade dos materiais. Nos processos de usinagem, temos os valores dos parâmetros de corte definidos pelos fabricantes de ferramentas de corte, e com passar dos tempos, esses valores vão se aprimorando devido às novas tecnologias das máquinas e os materiais utilizados nas ferramentas de corte. Os principais parâmetros de corte nos processos de usinagem no torneamento, fresamento e furação são: • Velocidade de corte (Vc); • Avanço de corte (av); e • Profundidade de corte (ap). 3 1.1 Velocidade de corte nos processos de usinagem (Vc) A velocidade de corte é definida como sendo a velocidade periférica na qual o material é removido em forma de cavaco pela ferramenta de corte, ou seja, é o percurso da ferramenta. Esses valores da velocidade de corte são expressos em metros por mim (m/min). A escolha do valor numérico da velocidade de corte deve basear-se em diversos fatores: • material da peça; • material da ferramenta; • tipo de processo. • estabilidade da máquina; e • fixação da peça. Para cada material da peça usinada, os fabricantes de ferramentas de corte apresentam os valores tabelados conforme suas tecnologias de desenvolvimento de ferramentas. Os materiais mais comuns das peças que já estudamos anteriormente são: • aços em geral; • ferros fundidos; • ligas alumínio; • bronze; • latão; e • materiais endurecidos. Os materiais e coberturas das ferramentas de corte têm um forte fator de influência para a seleção da velocidade de corte. Essa tecnologia vem cada vez mais se aprimorando pelos fabricantes. Mais à frente, iremos conhecer os tipos de materiais utilizadas nas ferramentas de corte. A geometria da ferramenta também é levada em consideração para a escolha da velocidade de corte na usinagem da peça. Os tipos de processos de usinagem é um dos critérios para a seleção da velocidade de corte, podendo variar entre operações de desbaste ou acabamento, tanto no torneamento quanto no fresamento ou na furação. 4 A velocidade de corte é responsável diretamente pela rotação da peça no processo de usinagem por torneamento e pela rotação da ferramenta no processo de fresamento e furação. Para calcular a rotação expressa em rotações por minuto (rpm), temos a seguinte equação: 𝑵𝑵 = 𝐕𝐕𝐕𝐕 𝐱𝐱 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝛑𝛑𝛑𝛑 (Rpm) Onde: Vc = Velocidade de corte em m/min; 1000 = Constante para conversão de metros para milímetros; π = 3,14 (constante); D= Diâmetro da peça em milímetros no processo de torneamento; D= Diâmetro da fresa em milímetros no processo de Fresamento; e D= Diâmetro da broca em milímetros no processo de furação. Figura 1 – Sentido de movimento da Rotação Rotação da Peça Rotação da ferramenta Créditos: Marcelo Staff. A seguir, na Tabela 1, temos um exemplo simplificado de uma tabela com os valores da velocidade de corte (Vc) no processo de torneamento, definido 5 pelo tipo de material a ser usinado, material da ferramenta e tipo de operação. Todos os valores da velocidade de corte estão expressos em metros por minuto (m/min). É importante observar que os valores da velocidade de corte, com o passar dos tempos, vão cada vez mais aumentando os valores numéricos para atingir a máxima performance. Tabela 1 – Velocidade de corte (Vc) para o processo de torneamento TABELA DE PARÂMETROS DE CORTE - TORNEAMENTO MATERIAL Velocidade de corte Avanço ISO CMC CLASSE VC (m/min) Av (mm/Z) P Aço P 10 250-350 0,25 P20 120-300 0,20 P30 180-260 0,15 P40 150-200 0,10 M Aço inoxidável M10 150-200 0,15 M20 150-220 0,10 M30 120-170 0,08 M40 100-120 0,05 K Ferro Fundido K01 250-300 0,35 K10 150-180 0,25 K20 190-230 0,15 K30 110-250 0,12 N Ligas de Alumínio N10 450-500 0,35 N20 350-450 0,30 N30 320-450 0,30 S Ligas Resistente ao Calor S01 80-120 0,25 S10 70-90 0,22 S20 40-80 0,20 S30 40-50 0,15 H Materiais Endurecidos H01 150-200 0,10 H10 90-150 0,08 H20 70-100 0,07 H30 50-80 0,05 6 Segue agora um exemplo de como calcular a rotação da placa do torno. Calcular a rotação da placa do torno onde está fixado um eixo que será usinado pelo processo de torneamento, cujo material é de Aço 1045 na classe P20, com o diâmetro de 20mm. O Material da ferramenta é de metal duro. Essa operação consiste no desbaste, ou seja, operações que retiram as primeiras camadas com maior quantidade de material. Dados: Conforme a tabela 1 Aço 1045 Ferramenta de Carboneto Metálico (MD) Operação = desbaste. Vc = 120 m/min. D = 20 mm. 𝑵𝑵 = 𝐕𝐕𝐕𝐕 𝐱𝐱 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝛑𝛑𝛑𝛑 𝑵𝑵 = 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝐱𝐱 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝛑𝛑𝟏𝟏𝟏𝟏 = 1911 rpm 1.2 Avanços nos processos de usinagem (av) Avanços são os movimentos da ferramenta de corte cortando a peça. Esse parâmetro é responsável pelo acabamento superficial da peça e o tempo de usinagem, que são chamados de movimento de avanço ou simplesmente avanço. Temos dois tipos de avanço da ferramenta de corte: • Avanço rápido; e • Avanço de corte (av). Avanço rápido é utilizado para posicionar a ferramenta de corte sem entrar em contato com a peça. Avanço de corte (av) é utilizado para remover o material da peça, quando a ferramenta estiver em contato direto com a peça. 7 Figura 2 – Avanços de corte Avanços rápidos Avanço de corte Créditos: Marcelo Staff. O avanço rápido é estabelecido pelo fabricante da máquina e varia conforme o tipo e tamanho da máquina. No caso do torno mecânico, geralmente esse avanço é realizado manualmente pelo operador da máquina através do volante do carrinho, enquanto nas fresadoras temos a opção de ser manual ou automático. Avanço de corte (av) depende de diversos fatores: • material da peça; • material da ferramenta; • tipo de processo. • estabilidade da máquina; e • fixação da peça. A escolha do valor numérico do avanço de corte é obtida experimentalmente e tabelados pelos fabricantes de ferramentas de corte. Nos processos de usinagem por torneamento e furação, esses valores são expressos em milímetros por rotação (mm/ rot). Nesse processo, a ferramenta de corte possui somente uma aresta de corte que está em contato com a peça. 8 Já no processo de fresamento, devido à ferramenta de corte possuir mais arestas, esses valores são expressos em milímetros por dente ou milímetros por facas (mm/z). Na Tabela 2, temosum exemplo dos valores dos avanços, mas lembrando que esses números, com passar do tempo, vão aumentado cada vez mais devido às novas tecnologias de usinagem englobando as máquinas, ferramentas e matéria-prima. A codificação das ferramentas de corte nas tabelas de velocidade de corte e avanços são separados em grupos de materiais a serem usinados, indicados por letras e cores conforme a Tabela 2. Tabela 2 – Valores de avanço de corte (av) para fresamento TABELA DE PARÂMETROS DE CORTE FRESAMENTO MATERIAL Velocidade de corte Avanço ISO CMC classe VC (m/min) Av (mm/Z) P Aço P 10 350-400 0,35 P20 250-300 0,30 P30 225-310 0,20 P40 150-200 0,02 M Aço inoxidável M10 100-150 0,15 M20 120-140 0,10 M30 120-170 0,08 M40 100-120 0,05 K Ferro Fundido K01 300-450 0,35 K10 250-290 0,40 K20 150-230 0,25 K30 90-150 0,12 N Ligas de Alumínio N10 450-500 0,60 N20 350-450 0,45 N30 350-400 0,30 S Ligas Resistente ao Calor S01 80-120 0,15 S10 70-90 0,10 S20 70-150 0,08 S30 40-50 0,05 9 H Materiais Endurecidos H01 140-150 0,10 H10 90-80 0,08 H20 70-100 0,07 H30 50-80 0,05 Agora o avanço linear (F) está sincronizado diretamente com o movimento da rotação da ferramenta. Para calcular o avanço linear (F) expresso em milímetros por minuto (mm/min), temos a seguinte equação: F = av x Z x N Onde: F = Avanço linear (mm/min); av= Avanço por rotação no torneamento (mm/rot); av= Avanço por faca no fresamento (mm/z); Z= Número de arestas de corte da ferramenta; N= Rotação da peça no torneamento; e N= Rotação da ferramenta no fresamento e furação. Para melhor entendimento, iremos calcular o avanço linear da mesa da fresadora na usinagem de uma peça em Ferro fundido na classe K20, sendo que a ferramenta possui um diâmetro de 50mm com 3 facas cortantes. Conforme Tabela 2, o fabricante dessa ferramenta especificou a Velocidade de corte (Vc) = 150 m/min e o avanço (av) = 0,25mm/Z. Determinar: a) A rotação da ferramenta da fresa? b) O avanço linear da mesa da fresadora? Dados: Ferramenta Ø 50 mm. Z= 3 facas. Vc= 150 m/min av= 0,25 mm/z 𝑵𝑵 = 𝐕𝐕𝐕𝐕 𝐱𝐱 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝛑𝛑𝛑𝛑 𝑵𝑵 = 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝐱𝐱 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 𝛑𝛑𝟏𝟏𝟏𝟏 N=955 rpm F = av x Z x N F = 0,25 x 3 x 955 F = 716 mm/min 10 Figura 3 – Fresando a peça Créditos: Marcelo Staff. 1.3 Profundidade de corte nos processos de usinagem (ap) Profundidade de corte (ap) é a quantidade de material retirado pela ferramenta de corte em forma de cavaco em uma única passada da ferramenta na superfície da peça. Esse parâmetro está inteiramente relacionado à potência de corte. Quanto maior a profundidade de corte, mais esforço a máquina irá precisar para usinar a peça. Nas operações de desbaste, a profundidade de corte é maior que nas operações de acabamento. Normalmente as profundidades de corte são de 1 mm até 5 mm por cada passe que a ferramenta usina a peça. À medida que a profundidade aumenta, maior será a capacidade da máquina. A geometria das ferramentas de corte é um outro fator que facilita o corte do material e é um assunto que iremos estudar a mais adiante. Resumindo, a profundidade de corte é definida como o resultado da superfície não usinada com a superfície usinada expresso em milímetros. 11 Figura 4 – Parâmetros de corte nos processos de usinagem Créditos: Marcelo Staff. TEMA 2 – TECNOLOGIA NAS FERRAMENTAS DE CORTE NO PROCESSO DE USINAGEM POR TORNEAMENTO As ferramentas de corte possuem uma classificação conforme seu tamanho, geometria e tipo de operação na usinagem. Iremos apresentar normas técnicas conforme a Norma ISO. A escolha da ferramenta de corte é fundamental para a execução desse processo. Figura 5 – Ferramentas de corte para o processo de torneamento Créditos: Chawranphoto/Shutterstock. 12 Iremos estudar as ferramentas de insertos intercambiáveis mais utilizadas nos processos de usinagem, utilizadas no torneamento externo, interno, canal, rosqueamento entre outras. Figura 6 – Ferramentas para torneamento externo e interno Créditos: AUMM GRAPHIXPHOTO/Shutterstock. 2.1 Classificação dos insertos das ferramentas de corte Os insertos das ferramentas de corte, também chamados de pastilhas, são as partes cortantes na usinagem. Possuem as arestas de corte permanecendo em constante atrito com a peça, gerando o cavaco. Após ter gastos todas as suas arestas de corte são simplesmente trocadas por uma nova, ou seja, são intercambiáveis, pois a nova se ajusta perfeitamente em seu suporte sem precisar fazer qualquer alteração. 13 Figura 7 – Insertos de Metal Duro Créditos: Marcelo Staff. Nessa tecnologia de ferramentas de corte, essas possuem um código ISO padrão para a classificação e identificação conforme o seu processo definido por: • geometria; • ângulo de folga; • classe de tolerância; • fixação e quebra cavaco; • comprimento da aresta de corte; • espessura do inserto; e • raio da ponta do inserto. Iremos agora estudar um tipo de inserto mais usado nos processos de torneamento de código ISO TNMG 160408. Essa ferramenta é utilizada na usinagem de torneamento externo ou interno com cantos a 90º. Usado 14 principalmente nas operações de desbaste. Também mostraremos os formatos das pastilhas ISO. Figura 8 – Pastilha TNMG 160408 Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. 2.2 Geometria dos Insertos As pastilhas ou inserto possuem uma variedade de formas. As pastilhas do tipo triangular são eficazes para a usinagem de peças de cantos retos e possuem três arestas de corte. Figura 9 – Inserto triangular Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. As do tipo quadrado, por possuírem quatro arestas, são mais econômicas. 15 Figura 10 – Inserto quadrado Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. Já nos tipos redondo, suas bordas são mais reforçadas, sendo usados para usinagem de alto desbaste. Figura 11 – Inserto redondo Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. O tipo Trigon tem mais três arestas que o isento triangular, portanto, são seis arestas de corte; mais econômico nas operações de desbaste, não são utilizados em cantos retos. 16 Figura 12 – Inserto trigon Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. Os do tipo romboidal são excelentes para a usinagem de acabamento e essencial para fazer a usinagem copiando o perfil da peça. Figura 13 – Inserto romboidal Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. Na Tabela 3, temos a classificação das letras do tipo de geometria. 17 Tabela 3 – Geometria da pastilha Símbolo Formato do inserto H Hexagonal O Octogonal P Pentagonal S Quadrado T Triangular V Romboidal W Trigon. R Redondo TNMG160408 2.3 Ângulo de folga dos Insertos O ângulo de folga dos insertos recebe esse nome porque tem a função de aliviar o atrito entre a peça e a ferramenta. Quando o inserto possuir um ângulo de folga de 0º, é chamado de inserto negativo. Quando for diferente de 0º, o ângulo de folga do inserto recebe o nome de inserto positivo. Veja na Tabela 4. 18 Tabela 4 – Ângulo de folga do inserto TNMG160408 2.4 Classe de tolerância dos Insertos Os insertos possuem tolerâncias em suas dimensões. Os insertos de alta precisão são fabricados por meio de processos mais precisos e custos mais elevados, garantido melhor a sua intercambialidade entre eles, para que o produto final atinja a sua performance na usinagem. Podemos verificar conforme a Tabela 5. Ângulo de folga Símbolo Ângulo de folga A 3 ° B 5 ° C 7° D 15 ° E 20 ° F 25 ° G 30 ° N 0 ° P 11 ° O outros 19 Tabela 5 – Classe e tolerância dos insertos TNMG 160408 2.5 Fixação e quebra cavacos dosInsertos Os insertos possuem vários tipos de fixação no seu respectivo suporte. Durante a operação de usinagem, os insertos têm a função de cortar as peças produzindo os cavacos, que precisam ser quebrados durante a usinagem. Os insertos possuem diferentes quebra cavaco conforme a sua fixação. Podemos verificar conforme a Tabela 6. Classe de tolerância Símbolo Tolerância do Raio da Ponta M (mm) Tolerância do Círculo Inscrito IC (mm) Tolerância da Espessura S (mm) A ± 0.005 ± 0.025 ± 0.025 F ± 0.005 ± 0.013 ± 0.025 C ± 0.013 ± 0.025 ± 0.25 H ± 0.013 ± 0.013 ± 0.025 E ± 0.025 ± 0.025 ± 0.025 G ± 0.025 ± 0.025 ± 0.13 J ± 0.005 ± 0.005 ± 0.025 K ± 0.013 ± 0.005 ± 0.025 L ± 0.025 ± 0.005 ± 0.005 M ± 0.008 ± 0.005 ± 0.13 N ± 0.008 ± 0.005 ± 0.025 U ± 0.013 ± 0.008 ± 0.13 20 Tabela 6 – Fixação e quebra cavaco dos insertos Fixação/Quebra Cavaco Símbolo Furo Quebra cavaco Símbolo Furo Quebra cavaco W Com Furo Face Plana A Com Furo Face Plana T Com Furo Unifacial M Com Furo Unifacial Q Com Furo Face Plana G Com Furo Bifacial U Com Furo Bifacial N Sem Furo Face Plana B Com Furo Face Plana R Sem Furo Unifacial H Com Furo Unifacial F Sem Furo Bifacial C Com Furo Face Plana X Sem Furo Desenho especial J Com Furo Bifacial TNMG 160408 2.6 Comprimento da aresta de corte dos Insertos A aresta de corte dos insertos são responsáveis pela determinação da profundidade de corte durante a usinagem. Ela irá determinar a quantidade de material retirado em cada passe sem atingir a outra aresta da pastilha. Figura 14 – Aresta de corte do inserto Aresta de corte Créditos: Marcelo Staff. 21 Na Tabela 7, podemos verificar os tipos de aresta nos insertos ISO. Tabela 7 – Comprimento das arestas dos insertos Tamanho do inserto Símbolo Diâmetro do círculo Inscrito (mm) 2 4 3 3 6 3.97 3 8 5 4 4 8 4.76 3 9 5 5 9 5.56 6 6.00 4 11 7 6 6 11 6.35 5 13 9 8 7 13 7.94 8 8.00 9 6 16 11 9 9 16 9.525 10 10.00 12 12.00 12 8 22 15 12 12 22 13 15 10 19 16 15 27 15.875 16 16.00 19 13 23 19 19 33 19.05 20 20.00 27 22 22 38 22.225 25.00 25 31 25 25 44 31.75 25 2,4 31 38 32 31 54 31,75 32 32 TNMG 160408 22 2.7 Espessura dos Insertos Aqui está representado o tamanho da espessura do inserto conforme mostra na Tabela 8. Quanto maior a espessura, mais resistente é o inserto. A indicação de 04 corresponde a espessura do inserto de 4,76mm. Podemos verificar conforme a Tabela 8. Tabela 8 – Espessura do inserto TNMG 160408 2.8 Raio da ponta do inserto O raio da ponta da ferramenta está diretamente relacionado com o tipo de operação de usinagem. Para as operações de usinagem desbaste, são usados os insertos de raio maior, e para as operações de usinagem de acabamento, são os insertos de raio menor. Espessura do Inserto Símbolo Espessura (mm) S1 1.39 01 1.59 T0 1.79 02 2.38 T2 2.78 03 3.18 T3 3.97 04 4.76 06 6.35 07 7.94 09 9.52 23 A indicação do raio da ponta da ferramenta de 08 indica que a medida do raio do inserto é de 0,8 mm, ou seja, oito décimos de milímetros. Podemos verificar conforme a Tabela 9. Tabela 9 – Raio do inserto TNMG 160408 Normalmente os insertos são armazenados em embalagem de caixa plástica com a capacidade de 10 insertos. No verso da caixa, estão estabelecidos os parâmetros de corte ideal para ser aplicado na usinagem da peça conforme a Figura 15. Raio da ponta do Inserto Símbolo Raio da ponta 00 Ponta sem raio V3 0.03 V5 0.05 01 0.1 02 0.2 04 0.4 08 0.8 12 1.2 16 1.6 20 2.0 24 2.4 28 2.8 32 3.2 24 Figura 15 – Embalagem dos insertos Créditos: Marcelo Staff. 2.9 Suporte de fixação dos insertos Assim como os insertos, os suportes de fixação da pastilha apresentam o código no sistema ISO de identificação. Como temos vários tipos de operações de usinagem como torneamento externo, interno, canal e outros, existe uma ampla variedade de suportes para a fixação dos insertos. Temos um exemplo na Figura 16, na usinagem do torneamento externo utilizando o inserto TNMG 160408, fixado no suporte e MTJNR 2525M16. 25 Figura 16 – Torneamento externo com a ferramenta de corte Créditos: Marcelo Staff. Vamos entender qual o significado de cada letra do código do suporte MTJNR 2525M16. Na Tabela 10, temos a classificação de cada número do código. Tabela 10 – Classificação dos suportes de fixação dos insertos M T J R Método de Fixação Formato do Inserto Ângulo de Posição Sentido de Corte D Dupla Fixação R Redondo A 90 ° R Direito M Fixação por cunha S Quadrado B 75 ° L Esquerdo P Fixação por alavanca T Triangular D 45 ° N Neutro S Fixação por parafuso V Romboidal E 60 ° W Trigon. F 90 ° X Especial G 90 ° H 107.5 ° J 93 ° K 75 ° 26 L 95 ° N 62.5 ° P 117.5 ° Q 3 ° S 45 ° T 60 ° V 72,5 ° Z Especial MTJNR 2525M16 TEMA 3 – TECNOLOGIA NAS FERRAMENTAS DE CORTE NO PROCESSO DE USINAGEM POR FRESAMENTO No processo de usinagem por fresamento, temos uma grande variedade de tipos de ferramenta de corte não sendo classificados conforme o código ISO, diferentemente do processo de torneamento. Na maioria das ferramentas de corte, cada fabricante cria o seu código para as ferramentas. Iremos listar aqui alguns tipos de ferramentas para o processo de usinagem por fresamento. • fresas de facear; • fresas de topo; • fresas circulares; e • fresas de perfis. 2525 M 16 Tamanho do Suporte Comprimento do Suporte Comprimento da aresta da pastilha Símbolo Altura (mm) Largura (mm) Símbolo Comprimento (mm) C on fo rm e a ta be la 7 8 8 8 D 60 10 10 10 E 70 12 12 12 F 80 16 16 16 H 100 20 20 20 K 125 25 25 25 M 150 32 32 32 P 170 Q 180 R 200 27 3.1 Fresas de Facear A fresas de facear normalmente possuem um corpo cujo material é de aço onde são fixados os insertos indexáveis. Geralmente, o diâmetro do corpo da fresa de facear é grande e com muitas facas de corte para garantir a perfeita usinagem. Figura 17 – Fresa de facear Créditos: Marcelo Staff. As fresas de facear são divididas em dois grupos: o primeiro é a fresa de facear com ângulo de posição de 90º; quando a peça possuir cantos retos conforme a Figura 18. 28 Figura 18 – Fresa de facear a 90º Créditos: JACOMO/Shutterstock. Há também a fresa de facear com ângulo de posição diferente de 90º, sendo mais apropriado para a usinagem diminuindo os esforços de corte durante o processo, conforme a Figura 19. Figura 19 – Fresa de facear a 45º Créditos: DMITRY KALINOVSKY/Shutterstock. 29 3.2 Fresas de topo As fresas de topo contêm arestas de corte no topo e na sua lateral, permitindo fazer a usinagem simultaneamente entre a superfície e a lateral da peça, conforme a figura 20. São utilizadas para fresamento a 90º, fresamento de rasgos e fresamento de cópia. Figura 20 – Fresamento da lateral da peça Créditos: DMITRY KALINOVSKY/Shutterstock. As fresas de topo podem ser feitas, basicamente, de materiais inteiriços ou com insertos intercambiáveis. Os materiais das fresas inteiriças podem ser de aço rápido ou metal duro, enquanto das de insertos intercambiáveis são montadas nos corpos de aço. Logo mais, iremos estudar quais são os materiaisdas ferramentas de corte. Na Figura 21, temos as fresa de topo inteiriça de metal duro. 30 Figura 21 – Fresa de topo inteiriça Créditos: TOOLSNAVI/Shutterstock. Na Figura 22, temos a fresa de topo com insertos intercambiáveis, também chamada de fresa abacaxi. Note que essa ferramenta tem 4 facas cortantes e é indicada para usinar grandes rasgos nas peças. Os insertos são fixados por parafusos ou grampos, facilitando a sua troca. Figura 22 – Fresa de topo com insertos intercambiáveis Créditos: DMITRY KALINOVSKY/Shutterstock. As características das fresas de topo com insertos intercambiáveis são: 31 • não precisam ser refiados; • trabalham com dados de corte mais alto, diminuindo o tempo de usinagem; • possuem quebras cavacos para cada tipo de material, melhorando o seu escoamento; e • geralmente são usados para operações de desbaste. As fresas de topo são classificadas pelo número de facas ou dentes, sendo que cada faca constitui uma aresta de corte, portanto, a fresa pode ser classificada pelo número de corte que ele possuiu. Temos, então: • fresa de topo de dois cortes, usada em várias operações como rasgos e furação; • fresa de topo de três cortes, fresamento de rasgos a 90º de usinagem pesada; • fresa de topo de quatro cortes, usinagem de rasgo raso e usinagem de acabamento; e • fresa de topo de seis cortes, usinagem de aços endurecidos e rasgo raso. Na Figura 23, temos uma fresa de topo de quatro cortes. Figura 23 – Fresa de topo de quatro cortes Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. 32 Para as operações de desbaste no fresamento, temos as fresa de topo de desbaste. Apresenta as arestas em forma de ondulações para facilitar a quebra dos cavacos curtos, conforme a Figura 23. Não pode ser usada na usinagem de fresamento de acabamento devido à alta rugosidade que irá deixar na peça. Figura 23 – Fresa de topo de desbaste Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. A fresa de topo esférico tem as arestas de corte radial facilitando a usinagem em superfícies curvas, facilitando a usinagem de cavidades e bolsões. Essas fresas podem ser tanto inteiriças de Metal duro ou com insertos intercambiáveis, como mostrado na Figura 24. Figura 24 – Fresa de topo esférico Créditos: NEMEHAYA/Shutterstock. 3.3 Suportes de fixação das fresas de topo As fresas de topo são montadas em suporte denominado Mandril. Esse sistema de fixação permite a ferramenta atingir a sua performance. É muito importante conhecer o tipo de eixo árvore que possui o equipamento, pois temos diversos tipos de encaixe do mandril, entre eles: • Mandril cone ISO; 33 • Mandril cone BT; • Mandril cone Morse; e • Mandril cone HSK. Figura 26 – Mandril HSK Créditos: TOOLSNAVI/ Shutterstock. A grande maioria das fresas de topo são fixadas nos mandris através do sistema de pinças dimensionadas conforme o tipo de tamanho das hastes das fresas. Figura 27 – Sistema de pinça para a fixação das fresas de topo Créditos: ANDREY_KIRILLOV/Shutterstock. 34 3.4 Fresas circulares As fresas circulares são usadas para a usinagem de rasgos ou canais de peças. Na fabricação de engrenagens, podemos usar a fresa circular. Um outro modelo são as fresas serra utilizadas para corte de material. Geralmente, a fresa circular é usada na fresadora horizontal fixadas no seu eixo árvore. Figura 25 – Fresas circulares Créditos: DMITRY KALINOVSKY/Shutterstock. As fresas circulares podem ser inteiriças de aço rápido ou de insertos intercambiáveis. Os materiais das ferramentas de corte serão vistos mais adiante nesta aula. Essa fresa pode possuir o perfil desejado, por exemplo, a engrenagem. Durante a sua usinagem, preferencialmente deverá usar o fluido de corte para facilitar a saída do cavaco. 35 Figura 26 – Fresamento de engrenagem Créditos: DMITRY KALINOVSKY/Shutterstock. As fresas circulares possuem variados tipos de tamanho e espessura para a sua aplicação. TEMA 4 – TECNOLOGIA NAS FERRAMENTAS DE CORTE NO PROCESSO DE USINAGEM POR FURAÇÃO Agora iremos aprender alguns dos principais tipos de ferramentas do processo de furação. Como já vimos, o processo de furação é um dos mais utilizados na usinagem, estando muito presente nos processos de torneamento e fresamento. Iremos conhecer os principais tipos de ferramentas e as tecnologias de corte específicas no processo de furação. 4.1 Brocas e brocas de centro no processo de furação As brocas são ferramentas que fazem os furos e podem ser feitas de aços rápidos, metal duro ou com insertos intercambiáveis. Os materiais das ferramentas de corte serão vistos mais adiante nesta aula. Já a broca de centro tem a finalidade de fazer um furo guia denominado furo de centro com a finalidade de centralizar com precisão a entrada de outras ferramentas. 36 Figura 27 – Broca de centro Créditos: nemehaya/Shutterstock. O furo de centro tem uma função de apoiar peças longas em um contraponto com a finalidade de evitar que a peça seja arrancada da placa devido ao esforço sofrido pela ação do corte da ferramenta. Normalmente, quando a broca não for autocentrante, a broca de centro irá fazer essa função, principalmente no processo de torneamento. Na Figura 28, temos um exemplo de furação. Figura 28 – Fazendo o furo no torno Créditos: GRAPHIXPHOTO/Shutterstock. 37 4.2 Alargadores no processo de furação Devido à sua geometria de múltiplos cortes, os alargadores são ferramentas utilizadas para de garantir acabamento com medidas exatas aos furos realizados pela broca que não costuma deixar o diâmetro com dimensões e acabamentos precisos. São fabricados de metal duro ou de aço rápido. Os materiais das ferramentas de corte serão vistos mais adiante nesta aula. Para esse processo, a broca irá fazer um pré-furo deixando uma fina camada para o alargador usinar. Figura 29 – Alargador Créditos: SUGRIT JIRANARAK/Shutterstock. Os alargadores vêm em vários modelos e tamanhos conforme as normas de tolerância dimensional, sendo cônico ou paralelo o furo que irá usinar. No alargador, ainda é possível fazer furos escalonados com os variados perfis, para obter em uma única ferramenta a usinagem de um furo com vários detalhes, podendo, ainda, ser usado manualmente ou em máquinas como torno, furadeiras ou fresadoras. 38 Figura 30 – Perfil dos alargadores Créditos: TOOLSNAVI/Shutterstock. 4.3 Ferramentas de roscar de furação As ferramentas rotativas de fazer roscas no processo de furação são chamados de machos. Eles são fabricados conforme as Normas ISO de roscas. Os machos são desenvolvidos para fazer roscas internas em metais, sendo a usinagem feita nas máquinas ou pelo processo de usinagem manual. Podem ser fabricados de aço rápido ou metal duro. Os materiais das ferramentas de corte serão vistos mais adiante nesta aula. Figura 31 – Usinado a rosca Créditos: EVKAZ/ Shutterstock. 39 Os principais tipos de macho para as roscas de perfil triangular são: • Sistema métrico ou internacional (ISO); • Sistema inglês ou whitworth; e • Sistema americano. No sistema métrico, quando for designado por exemplo rosca M6, significa que a rosca é do tipo métrica e seu diâmetro é 6 mm. Os filetes são triangulares dispostos em um angulo de 60º. Toda rosca tem o seu passo, ou seja, é a distância dos filetes determinado em uma volta quando andou. O passo da rosca é determinado pela Norma (ISO). Para a usinagem da rosca, é preciso antes fazer o furo com a broca, mas esse furo já tem o seu diâmetro determinado. Agora iremos aprender como determinar a dimensão do pré-furo. Rosca M6 tem o seu passo de 1 milímetro, então a sua designação fica sendo M6 x 1. Veja um exemplo na Tabela 12. Tabela 12 – Passo da rosca do métrica (M)TABELA DE ROSCA MÉTRICA (M) Diâmetro da Rosca Passo (p) Diâmetro da broca (mm) M2 0,4 1,6 M2,5 0,45 2,1 M3 0,5 2,5 M4 0,7 3,3 M5 0,8 4,2 M6 1 5,0 M8 1,25 6,8 M10 1,5 8,5 M12 1,75 10,3 M14 2 12,0 M16 2 14,0 M18 2,5 15,5 M20 2,5 17,5 40 Para determinar qual será o diâmetro da broca para furar a peça e fazer a rosca M10, temos a seguinte expressão. Db = Dm – P (mm) Onde: Db = Diâmetro da broca (mm) Dm = Diâmetro do macho a roscar (mm) P = Passo da rosca (mm), então: DB = 10-1,5 Figura 32 – Macho M10 Créditos: EVKAZ/Shutterstock. DB = 8,5 mm. O diâmetro da broca para fazer a rosca métrica M10 será 8,5 mm. No sistema inglês ou whitworth, a rosca é em polegadas fracionárias. Nesse sistema, o filete tem a forma triangular, ângulo de 55º diferente do sistema métrico. O passo é determinado dividindo-se uma polegada pelo número de fios determinado por polegadas (fpp). 41 Para a rosca whitworth, é determinado por uma fração, por exemplo, rosca ¼” BSW. Vamos analisar como se calcular o diâmetro da broca para fazer esta rosca, conforme a Tabela 13. Tabela 13 – Rosca Whitford (BSW) Db = Dm – P (mm) 𝑷𝑷 = 𝟏𝟏𝟏𝟏,𝟒𝟒 𝐅𝐅𝐅𝐅𝐅𝐅 = 𝟏𝟏𝟏𝟏,𝟒𝟒 = 𝟏𝟏𝟏𝟏 𝟏𝟏,𝟏𝟏𝟐𝟐 𝒎𝒎𝒎𝒎 Transformar a polegadas fracionaria em milímetros TABELA DE ROSCA WHITWORTH (BSW) Diâmetro da Rosca (pol) Número de fios (fpp) Passo (mm) Diâmetro da broca (mm) 1/16 60 0,42 1,2 3/32 48 0,53 1,9 1/8 40 0,64 2,5 5/32 32 0,79 3,2 3/16 24 1,06 3,7 7/32 24 1,06 4,5 1/4 20 1,27 5,1 9/32 26 0,98 6,2 5/16 18 1,41 6,5 3/8 16 1,59 7,9 7/16 14 1,81 9,3 1/2 12 2,12 10,6 9/16 12 2,12 12,2 5/8 11 2,31 13,6 3/4 10 2,54 16,5 1 8 3,18 22,2 42 𝑫𝑫𝑫𝑫 = 𝟏𝟏 𝟒𝟒 𝒙𝒙 𝟏𝟏𝟏𝟏,𝟒𝟒 − 𝟏𝟏,𝟏𝟏𝟐𝟐 = 𝟏𝟏,𝟏𝟏 𝒎𝒎𝒎𝒎 Use uma broca de diâmetro de 5,1mm para fazer a rosca de ¼ BSW. 4.4 Barras de mandrilar no processo de furação As ferramentas barras de mandrilar são aplicadas para fazer a usinagem em furos de diâmetros grandes, com excelência na sua dimensão e no seu acabamento. Para a usinagem do furo com barra de mandrilar, é preciso antes ter um pré-furo realizado por uma broca. Essa barra vem corrigindo as imperfeições do pré-furo como posições, dimensão e acabamento. As barras são divididas em dois tipos: • Barra de desbaste; e • Barra de acabamento. A barra de desbaste normalmente possui dois cortes para poder cortar um volume maior de cavaco, enquanto a barra de acabamento possui um corte com uma regulagem milimétrica permitindo a usinagem final da dimensão do diâmetro do furo da peça. Possui seu corpo em aço com os insertos intercambiáveis de vários formatos e classe para obter a usinagem perfeita. Figura 33 – Barras de Mandrilar Créditos: Marcelo Staff. Barra de mandrilar acabamento Barra de mandrilar desabaste 43 TEMA 5 – MATERIAIS DAS FERRAMENTAS DE CORTE NO PROCESSO DE USINAGEM Os materiais das ferramentas de corte têm uma grande importância dentro do processo de usinagem, por isso apresentam diversos materiais na sua composição. Os fabricantes de ferramentas de corte são responsáveis por novas tecnologias, indicando, com base na sua experiência, o melhor material da ferramenta de corte. Temos que levar em conta que os materiais das ferramentas de corte apresentam as seguintes propriedades mecânicas: • dureza, sendo mais duro para cortar o material da peça; • tenacidade, para não quebrar durante a usinagem; • resistência ao desgaste por atrito, para usinar a peças; • estabilidade química, para não sofrer nenhuma reação química entre material da ferramenta e o material da peça usinada; e • relação custo-benefício, para atingir a manufatura do produto. Figura 34 – Representação das propriedades entre dureza e tenacidade Créditos: LIGHTSPRING/Shutterstock. 44 A escolha do material da ferramenta de corte está ligada diretamente ao tipo de equipamento e ao material da peça a ser usinado. Iremos apresentar alguns tipos de matérias de ferramentas de corte mais usados no processo de usinagem, entre eles: • Aço rápido (HSS); • Metal duro (MD); • Cerâmicos; e • Diamantes policristalino (PCD). 5.1 Aço Rápido (HSS) As ferramentas de aço rápido (do termo inglês High Speed Steel – HSS), têm a sua probidade mecânica à alta tenacidade, não quebrando facilmente, mas durante as operações de usinagem utilizam baixas velocidades de corte, até 35m/mim. Esses tipos de ferramenta de HSS geralmente são mais aplicados em máquinas convencionais. Devido ao seu desgaste ser mais acentuado, permitem a afiação nas suas arestas de corte. O custo dessa ferramenta é mais baixo, mas a sua produtividade permite usinar menores quantidades de peças. Figura 35 – Ferramentas de aço rápido (HSS) Créditos: INWAY/Shutterstock. 45 5.2 Metal Duro A ferramenta de metal duro é um material basicamente composto de carboneto de tungstênio mais cobalto que são misturados e prensados. Esse método de fabricação é obtido através da metalurgia do pó. Devido ao tungstênio ter um alto ponto de fusão, acima de 4000º C, se torna mais resistente ao desgaste da ferramenta, fazendo com que essa usinagem trabalhe com altas velocidades de corte reduzindo o tempo efetivo de corte, resultando na obtenção de peças usinadas no menor tempo. Essas ferramentas geralmente são mais utilizadas em máquina CNC. Normalmente essas ferramentas podem ser inteiriça de metal duro, ou ser no formato dos insertos de corte, como já estudamos anteriormente. A grande vantagem é que as ferramentas de metal duro podem receber uma cobertura de outros metais como o óxido de alumínio ou carboneto de titânio, entre outros, melhorando ainda mais o seu rendimento. Devido à velocidade da evolução da tecnologia em ferramentas de corte, é recomendado consultar os fabricantes para a escolha e aplicação mais adequada das ferramentas de metal duro. Figura 36 – Insertos de metal duro Créditos: ANDREY_KIRILLOV/Shutterstock. 46 5.3 Cerâmicos As Ferramentas de corte de Cerâmicas apresentam-se basicamente nos formatos de pastilha ou insertos como os de metal duro. Possuem vários tamanhos e formatos, seguindo a codificação ISO que já estudamos anteriormente. Os Insertos de cerâmica são obtidos prensando a matéria-prima de óxido de alumínio mais óxido de silício de cromo e níquel, altamente resistente ao calor e ao desgaste. São utilizados na usinagem de operações de desbaste e acabamento de peças de material de ferro fundido, aços endurecidos e ligas resistentes ao calor. Durante o corte com esse inserto, não é permitido o uso de refrigeração, evitando o choque térmico e surgimento de trincas no inserto. Para um bom resultado, esses insertos de cerâmica trabalham em altas velocidades de corte e devem ser utilizados de preferência em máquinas com alta potência e fortemente resistentes, sendo assim obtendo longa vida dos insertos. Figura 37 – Usinado aço endurecido com inserto de cerâmica Créditos: Marcelo Staff. 5.4 Diamantes policristalino (PCD) As Ferramentas de corte de Diamantes policristalinos, também chamadas de PCD, são formadas de diamante industrial e fornecidas em formatos de 47 insertos ou pastilhas soldadas, sendo que esse diamante é soldado na ponta da aresta de corte do inserto de metal duro ou na ferramenta inteiriça de metal duro. O PCD tem como sua propriedade mecânica a extrema dureza, sendo mais resistente à abrasão quando comparado com os outros materiais usados nas ferramentas de corte. A indicação mais correta é para ser usado na usinagem de metais leves, entre eles: • alumínio • cobre; • latão; • bronze; e • plásticos. São excelentes para usinagem nas operaçõesde acabamento, com altas velocidades de corte ou possuem uma longa vida da ferramenta. Seu custo é mais elevado que as pastilhas de metal duro. Para uma perfeita performance, os insertos de PCD são usados em máquinas de usinagem com altas velocidades e com muita refrigeração. Devido à sua estabilidade química ser atingida pela alta temperatura de corte em altas velocidades, não é permitido na usinagem de peças de aço e ferro fundido, pois o diamante reage transformando em grafite, podendo ocasionar a quebra ou alto desgaste na aresta de corte do inserto. Na Figura 38, temos um exemplo de uma ferramenta de corpo de metal duro com o PCD soldado nas arestas de corte para a usinagem no alumínio. Figura 38 – Barra de corpo de metal duro com PCD Créditos: TOOLSNAVI/Shutterstock. 48 FINALIZANDO Nesta aula, vimos a importância dos parâmetros de corte nos processos de usinagem, que dependem do material da peça, do material da ferramenta e do tipo de processo. Temos uma grande variedade de ferramentas de corte para solucionar e facilitar a usinagem dos materiais. Vimos como é importante a seleção das ferramentas de corte através de seus códigos. Conhecemos os principais tipos de ferramenta de corte, e vimos que os fabricantes estão cada vez mais voltados para as descobertas de novas tecnologias para facilitar a manufaturas dos produtos usinados. Até a próxima!
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