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A Republica - Fichamento docx

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Universidade de Brasília – UnB
Introdução a Filosofia
Thayla Thauany Alexandre de Souza - 190095962
Fichamento | A República - Platão
Introdução
"A República" é uma das obras mais famosas e influentes do filósofo grego Platão,
que viveu entre 427 a.C. e 347 a.C. Trata-se da escrita de diálogos, que aconteceram por volta
de 380 a.C. e tem como personagem principal o filósofo Sócrates. Platão, discípulo de
Sócrates, atua como narrador dos diálogos de Sócrates.
A obra em questão tem como objetivo explorar questões fundamentais sobre a
justiça, a natureza da alma, a política ideal e a busca pelo conhecimento e os diálogos buscam
alcaçam a “cidade bela” ou “cidade ideal”. Neste fichamento, será abordado o livro III como
foco, no qual Sócrates e seus interlocutores exploram o papel da educação como formadora
de cidadãos e identificam a importância da Música e da Poesia na construção de almas.
A música como instrumento formador de cidadãos
No livro em questão, a música desempenha um papel fundamental na construção da
educação e na formação dos cidadãos na “cidade bela”. Para o filósofo, a música
desempenhava um papel transformador e profundo sobre as almas e para tanto, o uso
adequado da música seria capaz de desenvolver uma pólis baseada na justiça e na virtude.
Segundo as argumantações de Platão, a música é capaz de influenciar diretamente nas
emoções e sentimentos do indíviduo. Além disso, o filósofo enxergava que ritmos e melodias
distintas eram capazes de despertar emoções distintas, influenciar no estado de espírito e
afetar as disposições morais das pessoas, por isso, Platão defende que deve haber uma
escolha meticulosa e controlada das músicas na cidade ideal.
Deste modo, o filósofo grego defende a exclusão de alguns ritmos ou melodias da
cidade ideal, aquelas músicas que fossem consideradas prejudiciais para a influência moral
dos cidadãos deveriam ser censuradas objetivando a construção da cidade bela. Platão
acreditava que certos tipos de música seriam capazes de gerar uma instabilidade social.
Em confluência com essa visão, o filósofo enaltecia a música harmônica e virtuosa,
defendia que boas músicas refletiriam no cultivo de ordem e beleza adjascente do mundo das
Ideias e acreditava que as músicas de virtude deveriam ser usadas como instrumento de
educação capaz de inspirar os individuos e moldar almas.
A letra das canções também era objeto de diálogo, haja visto que as palavras e os
conceitos da música apresentariam um impacto na alma e na mente dos cidadãos e, portanto,
as letras das canções deveriam ser meticulosamente analisadas afim de promover harmonia,
sabedoria e alcançar a cidade ideal.
Dito isso, podemos notar que, para Platão, a música é poderosa tanto para a boa
formação da cidade quanto para a má formação. Portanto, deve ser analisada e se necessário
até censurada afim de designar o equilibrio social, que será alcançado se a música for utlizada
como veículo para o bem comum.
Embora a visão de Platão sobre a música na obra tenha significativas contribuições
para o desenvolvimento do pensamento filosófico, acredito que a imposição de uma censura
estrita é limitadora e autoritária, que além de limitar a expressão artística em suas diversas
formas e faces negligencia a esfera emocional da música, que é capaz de expressar emoções,
conectar indivíduos e explorar sentimentos.
Além disso, percebo que a visão de Platão sobre a música é idealizadora e utópica,
buscando sempre uma sociedade perfeita. Entretanto, a aplicação prática dessas teorias
platônicas pode ser problemáticam a partir da base que restinge liberdades individuais e
desconsidera a existência de uma sociedade plural e diversa.
A poesia na sociedade Platônica
Outro objeto de discussão do Livro III de "A República" é a poesia. O filósofo
demonstra inquietação com a distorção da realidade proposta pela a poesia e seu poder de
influenciar negativamente as almas dos cidadãos na cidade ideal. O filósofo critica a poesia
por sua natureza enganadora que, para ele, é capaz de promover valores inadequados para
uma sociedade bela.
Para o filósofo, por se tratar da imaginação de histórias e imagens ilusórias, a poesia é
capaz de despertar desequilibrio emocional, descontrole na alama e alimentação exacerbada
das paixões humanas. Segundo essa visão, a busca pela verdade das ideias é fundamental e,
portantom a poesia na cidade ideal deve ser rigidamente controlada. Nessa lógica, os poetas
devem se pautar na razão para suas criações.
Acredito que a visão de Platão acerca da poesia, nessa obra, é mais uma vez restritiva
e limitadora, haja visto que a poesia tem um valor criativo, artístico e emocional. Segundo
essa visão, a profundidade da experiência com a poesia é descartada e cerceada, novamente
em busca de uma utopia impraticável.
Conclusão
Por fim, no livro III, Platão destaca a importância de guiar uma sociedade em direção
a verdade e harmonia, afim de alcançar o mundo das ideias. O filósofo argumenta acerca do
papel da música e da poesia na formação dos valores sociais e destaca a necessidade de
selecionar cuidadosamente os educadores que acompanharam os jovens no processo
educativo bem como de conteúdos educacionais que promovam a virtude e a justiça. No
geral, o livro auxilia no entendimento da visão de Platão sobre acerca cidade ideal e a busca
pelo bem comum.
Referências Bibliográficas
PLATÃO. A República. Belém: Editora da Universidade do Pará, 2000. p.145-163.

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