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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE CURSO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ELEN MARIA DA COSTA SILVA NOBREGA JEICIANE ALVES DA FONSECA PONTES VITORIA MARQUES DA SILVA INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA BENIGNA DE OVÁRIO NO ACRE NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 2011 A 2021 RIO BRANCO - AC 2022 ELEN MARIA DA COSTA SILVA NOBREGA JEICIANE ALVES DA FONSECA PONTES VITORIA MARQUES DA SILVA INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA BENIGNA DE OVÁRIO NO ACRE NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 2011 A 2021 Artigo Científico apresentado para a Banca de Defesa da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário UNINORTE, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: Profa. Ma. Ruth Silva Lima Costa RIO BRANCO - AC 2022 TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO Nós, Elen Maria da Costa Silva Nóbrega, Jeiciane Alves da Fonseca Pontes, Vitoria Marques da Silva e Ruth Silva Lima da Costa enviamos e AUTORIZAMOS a publicação do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: “Internações por neoplasia benigna de ovário no acre no período compreendido entre 2011 a 2021” no repositório institucional do grupo UNINORTE. Declaramos ser o trabalho de autoria própria, conforme apresentado oficialmente à instituição onde concluímos o curso e defendemos o artigo, e assumimos publicamente a responsabilidade pelo seu conteúdo. Atenciosamente, Rio Branco – AC, 20 de junho de 2022. Elen Maria da Costa Silva Nóbrega Jeiciane Alves da Fonseca Pontes Vitoria Marques da Silva Ruth Silva Lima da Costa CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE CURSO GRADUAÇÃO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ELEN MARIA DA COSTA SILVA NOBREGA JEICIANE ALVES DA FONSECA PONTES VITORIA MARQUES DA SILVA INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA BENIGNA DE OVÁRIO NO ACRE NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 2011 A 2021 Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em 20 de junho de 2022, pela banca examinadora constituída pelos seguintes membros: Profa. Ma. Ruth Silva Lima da Costa Centro Universitário UNINORTE Orientadora Profa. Esp. Abigail Gonçalves da Silva Profa. Esp. Jorgeane Melo de Almeida Centro Universitário UNINORTE Centro Universitário UNINORTE Membro da Banca Examinadora Membro da Banca Examinadora RIO BRANCO - AC 2022 4 INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA BENIGNA DE OVÁRIO NO ACRE NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 2011 A 2021 Elen Maria da Costa Silva Nobrega1 Jeiciane Alves da Fonseca Pontes1 Vitoria Marques da Silva1 Ruth Silva Lima da Costa2 NOBREGA, E.M.C.S; PONTES, J.A.F; SILVA, V.M; COSTA, R.L.C. Internações por Neoplasia Benigna de Ovário no Acre no período compreendido entre 2011 a 2021. 15 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Centro Universitário UNINORTE, Rio Branco, 2022. RESUMO Introdução: A Neoplasia Benigna de Ovário, também chamada de cisto dermoide é um tumor benigno que geralmente afeta mulheres em idade reprodutiva. Objetivo: demostrar a ocorrência de internações por neoplasia benigna de ovário entre mulheres do Acre no período compreendido entre 2011 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e exploratório, de abordagem quantitativa, com coleta de dados secundários realizada no site do Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde – DATASUS, tabulados a partir do TABNET. Resultados: evidenciou-se que referente aos casos de internação por neoplasia benigna do ovário por município de residência no Acre, o município de Cruzeiro do Sul destaca-se com a maior quantidade de casos 12 (32%), seguido pelo município de Rio Branco 11(30%). Aa maior parte das mulheres se encontrava na faixa etária de 30 a 39 anos 15 (41%) e possuíam a cor da pele parda 24(65%). Quanto as características da internação, observou-se que no que se refere aos dias de permanência, a população de mulheres com idade entre 30 a 39 anos, foi a que permaneceu um maior período internadas 36 dias (31%). Frente ao caráter das internações a maioria delas ocorreu de forma eletiva 20 (54%). Foi evidenciado ainda um declínio nos casos da doença entre o período de 2019 até 2021. Conclusão: evidencia-se a importância do diagnóstico precoce da doença, podendo ser ofertado ações preventivas, com o intuito de orientar as mulheres sobre a sintomatologia da neoplasia de ovário e reduzir de forma satisfatória o índice de interações e consequentemente reduzindo a alta mortalidade pela doença. Palavras-chave: Neoplasia de ovário. Diagnóstico. Epidemiologia. ABSTRACT Introduction: Benign Ovarian Neoplasm, also called dermoid cyst is a benign tumor that usually affects women of reproductive age. Objective: to demonstrate the occurrence of hospitalizations for benign ovarian neoplasms among women from Acre in the period between 2011 and 2021. 1Acadêmicas do Curso de Graduação Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário UNINORTE, Rio Branco – Acre. 2Docente do Curso de Graduação Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário UNINORTE, Rio Branco – Acre. 5 Methods: This is a cross-sectional, retrospective and exploratory study, with a quantitative approach, with secondary data collection carried out on the website from the Information Department of the Unified Health System – DATASUS, tabulated from TABNET. Results: it was evidenced that regarding the cases of hospitalization for benign ovarian neoplasm by municipality of residence in Acre, the municipality of Cruzeiro do Sul stands out with the highest number of cases 12 (32%), followed by the municipality of Rio Branco 11(30%). Most of the women were between 30 and 39 years old 15 (41%) and 24 (65%) had brown skin color. As for the characteristics of hospitalization, it was observed that, with regard to the days of stay, the population of women aged between 30 and 39 years old was the one who remained hospitalized for a longer period of 36 days (31%). In view of the character of hospitalizations, most of them occurred electively, 20 (54%). There was also evidence of a decline in cases of the disease between the period 2019 to 2021. Conclusion: the importance of early diagnosis of the disease is evidenced, and preventive actions can be offered, in order to guide women on the symptoms of ovarian cancer and satisfactorily reduce the rate of interactions and consequently reducing the high mortality from the disease Keywords: Ovarian neoplasm. Diagnosis. Epidemiology. INTRODUÇÃO No mundo, 240 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de ovário todos os anos. Nos Estados Unidos ele é a quinta causa de óbitos, já no Brasil é a segunda neoplasia ginecológica mais comum perdendo apenas para o câncer de colo uterino. A quase totalidade das neoplasias ovarianas cerca de (95%) é derivada das células epiteliais. O restante provém de células germinativas e células estromais1. Na América Latina, o câncer é a segunda causa de morte, e as projeções mostram que essa causa poderá crescer consideravelmente entre 2012 e 2035. Estima-se um crescimento de 91% de casos novos e de 106% no número de mortes, durante esse período2. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 6.650 novos casos de câncer de ovário, com um risco estimado de 6,18 casos a cada 100 mil mulheres. Sendo que ele ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres, sendo responsável por mais mortes do que qualqueroutro câncer do sistema reprodutivo feminino. O risco de uma mulher desenvolver câncer de ovário durante sua vida é de 1 em 78. A chance de uma mulher morrer de câncer de ovário é de cerca de 1 em 108. Essas estatísticas não levam em conta tumores ovarianos de baixo potencial de malignidade3. Os ovários são dois órgãos que se ligam junto com trompas ao útero, composto por vários tipos de células, todas podendo sofrer malignização, transformando-se em um tumor. A elevada 6 mortalidade e a pequena proporção de casos dessa doença diagnosticados em estádios iniciais tornam a busca, por meios de identificação precoce dessa doença, essencial4. A maioria das mulheres com câncer de ovário não apresenta sintomas até a doença atingir estágio avançado. Isso acontece porque a localização e a mobilidade das glândulas no interior do abdômen permitem o crescimento de tumores com poucas manifestações clínicas. Ao mesmo tempo, a existência de dois ovários faz com que um compense os hormônios que o outro, doente, deixou de produzir. Por essas razões, a maioria dos casos só é diagnosticada quando as células malignas já se disseminaram5. Destarte, o câncer ovariano precoce é geralmente assintomático. O diagnóstico é feito por análise histológica. O estadiamento é cirúrgico. O tratamento requer histerectomia, salpingooforectomia bilateral, remoção da maior parte possível do tecido afetado (citorredução) e, a menos que o câncer esteja localizado, quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento, da idade e das condições clínicas da paciente, além do fato de o tumor ser inicial ou recorrente6. Os principais fatores associados ao câncer do ovário podem ser classificados como história familiar, fatores reprodutivos, fatores relacionados aos hábitos e estilo de vida e exposição ocupacional7. O tratamento desse tipo de câncer é longo, podendo durar longos meses ou anos. Sendo assim, fica claro, a importância dos cuidados preventivos, o diagnóstico precoce, o acompanhamento médico, o comparecimento as consultas e um estilo de vida saudável. Mediante a isso, o presente estudo tem por objetivo demostrar a ocorrência de internações por neoplasia benigna de ovário entre mulheres do Acre no período compreendido entre 2011 a 2021. MATERIAIS E MÉTODO Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, exploratório, de abordagem quantitativa, com coleta de dados secundários, extraídos no site do Departamento de Informática do SUS – DATASUS, tabulados a partir do TABNET utilizando os dados de “Epidemiológicas e Morbidade” do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN NET), através dos seguintes passos: https://vencerocancer.org.br/noticias-ovario/desafios-do-cancer-de-ovario-fim-da-fertilidade-e-o-que-e-preciso-saber/ https://vencerocancer.org.br/noticias-ovario/cartilha-educacional-sobre-cancer-de-ovario/ 7 DATASUS; Acesso à Informação; Informações em Saúde (TABNET); Morbidade Hospitalar do SUS, Neoplasia benigna de Ovário. Para a coleta de dados foram analisadas variáveis como: ano de ocorrência, município de residência, faixa etária, cor da pele, tipo de tratamento e desfecho relacionados com a evolução dos casos estudados. A amostra foi composta por 37 casos de internações por neoplasia benignas de ovário. Os dados foram coletados em março de 2022. Foram incluídos todos os casos de internações por neoplasia benignas de ovário inseridos do site do Departamento de Informática do SUS – DATASUS no período de 2011 a 2021. Não foram excluídos dados. Os dados foram processados, organizados e armazenados em uma pasta no Microsoft Word (Office 2010) e em seguida foram analisados criteriosamente, sendo demonstrados na forma de quadros, gráficos e figuras mostrando o perfil de algumas variáveis referente ao câncer de ovário no estado do acre. Este estudo não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), por não envolver pesquisa diretas com seres humanos, ficando apenas em base de dados secundários, mas a pesquisa obedeceu a resolução 466/2012 que regulamenta a realização de pesquisa envolvendo seres humanos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1: Casos de internação por neoplasia benigna do ovário por município de residência no Acre no período de 2011 a 2021 (n=37). Variável n % Município de Residência Brasiléia 2 5 Cruzeiro do Sul 12 32 Mâncio Lima 3 8 Manoel Urbano 1 3 Marechal Thaumaturgo 1 3 Rio Branco 11 30 Rodrigues Alves 4 11 Senador Guiomard 1 3 Xapuri 2 5 Fonte: DATASUS, 2022 8 Observa-se através dos dados expostos na tabela 1 que referente aos casos de internação por neoplasia benigna do ovário por município de residência no Acre, o município de Cruzeiro do Sul destaca-se com a maior quantidade de casos 12 (32%), seguido pelo município de Rio Branco 11(30%). Esse fato pode ser justificado mediante ao fato de que esses dois municípios possuem as maiores densidades populacionais do estado, além do que possuem a infraestrutura adequada para o atendimento das internações por essas causas. Dados da literatura vem evidenciando que mulheres residentes em países desenvolvidos, apresentam maiores incidências desse tipo de câncer do que aquelas que vivem em países em desenvolvimento, sendo que no Brasil a incidência da doença tem se mostrado maior do que a de países industrializado, sendo Porto Alegre e São Paulo as regiões com maior número de casos a saber (13/100.000 mulheres) e São Paulo (11/100.000), respectivamente8. Um estudo realizado no estado de Santa Catarina evidenciou que a maior parte das mulheres diagnosticadas com câncer de ovário (CO) eram procedentes de áreas econômicas predominantemente industriais e consequentemente mais desenvolvidas9, corroborando com os achados do presente estudo. Uma outra pesquisa realizada em Minnesota (EUA), também encontrou resultados semelhantes uma vez que de uma amostra de 129 mulheres acometidas por CO, 90 eram residentes em áreas urbanas e 39 em zonas rurais10. Esse fato pode ser justificado pelo fato de que as mulheres residentes em regiões mais desenvolvidas podem ter acesso com mais facilidades a meios de diagnóstico da doença. Tabela 2: Casos de internação por neoplasia benigna do ovário por idade e cor da pele no Acre no período de 2011 a 2021 (n=37). Variável N % Idade 15 a 19 anos 3 8 20 a 29 anos 7 19 30 a 39 anos 15 41 40 a 49 anos 7 19 50 a 59 anos 3 8 60 a 69 anos 2 5 Cor da Pele Branca 3 8 Parda 24 65 Amarela 1 3 Sem informação 9 24 Fonte: DATASUS, 2022 Os dados expostos na tabela 2 demostram os aspectos relacionados a idade e cor da pele das mulheres acometidas por neoplasia benigna do ovário no Acre no período de estudo, sendo evidenciado que a maior parte delas se encontrava na faixa etária de 30 a 39 anos 15 (41%). No que se refere a cor da pele a maioria se autodeclarou da cor da pele parda 24(65%). Dados da literatura apontam que tumores ovarianos benignos são muito comuns tanto em mulheres no período de idade fértil quanto após a menopausa11. No entanto dados de uma pesquisa realizada em afirmam que os tumores benignos acometem com maior frequência as mulheres em idade fértil, e os malignos as mulheres após a menopausa12. Corroborando com os nossos achados, um estudo realizado com portadoras de neoplasias benignas ovarianas identificou a média de idade de 34 anos, contra 50 anos das portadoras de neoplasia maligna de ovário13. Sendo assim o risco para o desenvolvimento para a neoplasia de ovário apresenta um perfil típico, sendo a mulher estar nos pós menopausa, nulípara, de nível socioeconômico mais elevado14. Destarte no que se refere a mortalidade por esse tipo de câncer, evidencia-seque a maior parte das mortes ocorrem após os 55 anos de idade e o acometimento da doença após essa idade pode estar relacionado a um pior prognóstico e uma maior mortalidade, mantendo-se em um platô após os 70 anos devido à exaustão dos oocistos na menopausa15-17. Os principais fatores de risco associados com um aumento na probabilidade de desenvolvimento das neoplasias de ovário são: idade e histórico familiar de cânceres de ovário e de mama. Outros fatores de risco também importantes são: reprodutivos e hormonais, menarca precoce, menopausa tardia, obesidade e tabagismo18. Não foram identificados na literatura a correlação de evidencias de cor da pele/raça com o desenvolvimento de neoplasia maligna de ovário, pelo fato de que existem poucos estudos publicados frente a essa temática. 9 Figura 1: Casos de internação por neoplasia Benigna do ovário por ano de ocorrência no Acre no período de 2011 a 2021(n=37). Fonte: DATASUS, 2022 Frente o número de casos de internação por neoplasia benigna do ovário por ano de ocorrência, observa-se na figura 1 que o ano de 2011 apresentou o maior número de casos (11), após esse período as internações por essa causa apresentaram uma tendência de queda, se elevando no ano de 2016 com um total de 5 casos e a partir de então apresentou uma tendência de diminuição até os dias atuais. Esse fato pode estar relacionado a melhoria na qualidade dos programas de prevenção e de rastreamento da doença. Em concordância aos dados evidenciados acima, um estudo realizado no estado do Paraná sobre o índice de internações por neoplasia benigna de ovário, no ano de 2021, relata uma propensão de internações causada pela doença nos anos de 2016 a 2020, destacando-se o ano de 2016 com a ocorrência de maior número de internações, sendo que a partir de já em 2020 observa- se um declínio das internações. Pode-se considerar que a região sudeste permaneceu em prevalência em casos de internações. Ambos estudos, afirmam que a neoplasia de ovário acomete principalmente as mulheres com mais idade e com histórico pós menopausa19,20. Destarte, um estudo realizado sobre o perfil das internações por neoplasias no Sistema Único de Saúde no período de 2008 a 2018, evidenciou um aumento crescente da taxa de internação por neoplasias malignas em todas as regiões do Brasil, com exceção da região Norte, que apresentou comportamento estacionário 21. 11 4 3 2 5 2 3 3 2 2 0 2 4 6 8 10 12 2011 2012 2013 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 10 Essa tendência de estabilização na região norte, pode estar associada ao fato de que possivelmente houve uma melhora no diagnóstico precoce da doença, evitando assim as possíveis internações ocasionada pelo agravo da enfermidade, também pode-se citar, que o uso hormonal para tratamento da menopausa, pode ter ajudado nesse processo, além do fato de que mulheres com histórico de câncer na família, podem ter buscado consultas preventivas regularmente, um fator pode ter ajudado na identificação precoce da doença, um melhor acompanhamento e consequentemente diminuição das internações. Tabela 3: Casos de internação por neoplasia Benigna do ovário por características da internação no Acre no período de 2011 a 2021 (n=37) Fonte: DATASUS, 2022 Quanto as características da internação, observa-se na tabela 3 que no que se refere aos dias de permanência, a população de mulheres com idade entre 30 a 39 anos, foi a que permaneceu um maior período internadas 36 dias (31%), seguida pela população de 20 a 29 anos com 24 dias (21%). Frente ao caráter dessas internações a maioria delas ocorreu de forma eletiva 20 (54%). De acordo com os estudos realizados, os achados relatam porcentagens estatísticas divergentes, se comparada ao artigo publicado no ano 2020 de Porto Alegre, onde o mesmo relata que entre os anos de 2009 a 2019, o índice de neoplasia de ovário é mais evidente em mulheres na faixa etária igual ou maior de 40 anos. Diante do exposto, verificou-se o predomínio de internações na faixa dos 15 aos 19 anos, com 43 internações cerca de 46,5% do total de casos. Observou-se que 68% das internações foram pelo SUS e 44,2% tiveram caráter de urgência no atendimento. Novas técnicas cirúrgicas, a incorporação de tratamentos modernos como quimioterapia e radioterapia nos últimos anos, pode ter favorecido o aumento de casos de internação por neoplasias Variável N % Idade x Dias de Internação 15 a 19 anos 7 dias 6 20 a 29 anos 24 dias 21 30 a 39 anos 36 dias 31 40 a 49 anos 19 dias 16 50 a 59 anos 20 dias 17 60 a 69 anos 10 dias 9 Caráter da Internação Eletiva 20 54 Urgência 17 46 11 do ovário, uma vez que o tratamento se baseia quase que exclusivamente em cirurgias e sessões de quimioterapia, nesse sentido justifica-se o fato de que a maioria das internações ocorram de forma eletiva9,23. Nesse sentido as internações eletivas para tratamento de câncer ocorrem para a realização de biópsias e tratamento cirúrgico, enquanto as internações clínicas ocorrem para quimioterapias de infusão contínua ou para tratamento de complicações do câncer, já as internações de emergência ocorrem para tirar o paciente de crises, principalmente de dor causadas pela patologia ou até mesmo para o tratamento das compensações clínicas com necessidade de suporte pela internação. Essas últimas podem ocorrer em qualquer tipo de hospital, e não apenas nos especializados24. Dados do observatório de oncologia, sobre o panorama do câncer de ovário no sistema único de saúde (SUS) demostram que entre 2015 e 2019, foram hospitalizadas 40.575 mulheres com diagnóstico de câncer de ovário no SUS, tanto em caráter de urgência como de forma eletiva, perfazendo um total de 58.406 internações, o que corresponde a uma média de 1,4 internação por mulher, levando a um gasto médio por paciente de R$ 5.049,08, de acordo com o tempo de internação24. Não foi possível correlacionar dados de idade por tempo de internação com dados da literatura, uma vez que estudos sobre essa temática são escassos, no entanto acredita-se que o tempo de internação possa estar associado ao grau de complexidade da doença e dos procedimentos que serão realizados. Por se tratar de pesquisa realizada com dados secundários, as limitações desse estudo se reportam quanto a à fidedignidade dos dados apresentados em razão de discrepâncias na coleta das informações ou no registro nos sistemas do SUS. No entanto, o Sistema de Informações Hospitalares é a base de dados oficial do Ministério da Saúde, e seus dados embasam o planejamento assistencial e a formulação ou adequação de políticas públicas. Dessa forma, apesar de possíveis limitações, pode-se considerar como válidos os dados analisados. CONCLUSÃO Diante do exposto destacaram-se os municípios de Cruzeiro do Sul e Rio Branco, como os locais com os maiores números de internações pela doença no estado do Acre. A doença é mais prevalente em mulheres com idade de 30 a 39 anos e da cor da pele parda que permaneceram 12 12 internadas por um período de 36 dias em média, sendo que a maioria das internações ocorreu de forma eletiva. As internações pela patologia vêm apresentando uma tendência de queda nos últimos anos no estado. Mediante aos achados do presente estudo, evidencia-se a importância do diagnóstico precoce, podendo ser ofertado ações preventivas, com o intuito de orientar as pacientes, sobre a sintomatologia da neoplasia de ovário e reduzir de forma satisfatória o índice de interações por neoplasia, consequentemente reduzindo a alta mortalidade pela doença. REFERÊNCIAS 1. SANTOS, Marceli de Oliveira. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 64, n. 1, p. 119-120,2018. 2. SANTOS, Maria Aparecida Paulo et al. Tendências de Incidência e Mortalidade por Câncer de Ovário nos Países da América Latina. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 66, n. 4, 2020.http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sobre-o-cancer/699/144/ Acesso em: 30 mar. 2022. 3. OLIVEIRA, Katiele Marques; OLIVEIRA, Murielly Marques; ARAUJO, Raquel Soares. Câncer de Ovário e detecção precoce: revisão bibliográfica da literatura. Revista Científica FacMais, v. 7, n. 3, p. 59-64, 2016. 4. 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Aos amigos e familiares, por todo o apoio, companheirismo e ajuda que muito contribuíram para a realização deste trabalho. A professora Ruth Costa, por ter sido nossa orientadora e ter desempenhado tal função com dedicação e amizade. Ao professor Eder Arruda, nosso professor da matéria de conclusão do curso, por todo carisma e aconselhamento que nos fizeram chegar até aqui. Aos meus colegas de curso, com quem convivi intensamente durante os últimos anos, pelo companheirismo e pela troca de experiências que me permitiram crescer não só como pessoa, mas também como formando. 15 12
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