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2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 DIREITO ADMINISTRATIVO INSTRUÇÕES Seu Caderno: Além deste caderno de rascunho contendo o enunciado da peça prático-profissional e das quatro questões discursivas, você receberá um caderno destinado à transcrição dos textos definitivos das respostas Tempo: ● 5 horas é o tempo disponível para a realização da prova, já incluído o tempo para preenchimento do caderno de textos definitivos. ● 2 horas após o início da prova é possível retirar-se da sala, sem levar o caderno de rascunho. ● 1 hora antes do término do período de prova é possível retirar-se da sala levando o caderno de rascunho. Não será permitido: Qualquer tipo de comunicação entre os examinandos. Levantar da cadeira sem a devida autorização do fiscal de sala. Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, walkman, agenda eletrônica, notebook, netbook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, máquina fotográfica, protetor auricular, MP3, MP4, controle de alarme de carro, pendrive, fones de ouvido, Ipad, Ipod, Iphone etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, borracha e/ou corretivo de qualquer espécie. Usar o sanitário ao término da prova, após deixar a sala. Informações Gerais: ● As questões discursivas são identificadas pelo número que se situa acima do seu enunciado. ● Não será permitida a troca do caderno de textos definitivos por erro do examinando no dia da prova. ● Para fins de avaliação, serão levadas em consideração apenas as respostas constantes do caderno de textos definitivos. No dia da prova, os 3 (três) últimos examinandos de cada sala só poderão sair juntos, após entregarem ao fiscal de aplicação os documentos que serão utilizados na correção das provas. Esses examinandos poderão acompanhar, caso queiram, o procedimento de conferência da documentação da sala de aplicação, que será realizada pelo Coordenador da unidade, na Coordenação do local de provas. Caso algum desses examinandos insista em sair do local de aplicação antes de autorizado pelo fiscal de aplicação, deverá assinar termo desistindo do Exame e, caso se negue, será lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) outros examinandos, pelo fiscal de aplicação da sala e pelo Coordenador da unidade de provas. Boa prova! Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 1 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 *ATENÇÃO: ANTES DE INICIAR O SIMULADO, VERIFIQUE SE TODOS OS SEUS APARELHOS ELETRÔNICOS ESTÃO DESLIGADOS. AVISE SEUS FAMILIARES QUE VOCÊ ESTARÁ INCOMUNICÁVEL PELAS PRÓXIMAS 5 HORAS. ENUNCIADO - PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL João Augusto estava participando de uma partida de futebol quando fraturou uma costela, vindo a necessitar de intervenção cirúrgica, realizada em hospital público federal localizado no Estado X. Dois anos e meio após a realização da cirurgia, João Augusto ainda sofria com muitas dores no local, o que o impossibilitava de exercer sua profissão como taxista. Descobre, então, que a equipe médica havia esquecido um pequeno bisturi dentro do seu corpo. Realizada nova cirurgia no mesmo hospital público, o problema foi resolvido. No dia seguinte, ao sair do hospital, João Augusto procura você, na qualidade de advogado(a), para identificar e minutar a medida judicial que pode ser adotada para tutelar seus direitos. Redija a peça judicial cabível, que deve conter argumentação jurídica apropriada e desenvolvimento dos fundamentos legais da matéria versada no problema, abordando, necessariamente: (i) competência do órgão julgador; (ii) a natureza da pretensão deduzida por João Augusto; e (iii) os fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso. (Valor: 5,0) Obs.: Já não há mais prazo para embargos declaratórios, sendo certo que a sentença não é omissa nem contraditória. GABARITO COMENTADO A medida judicial a ser proposta é uma ação de responsabilidade civil / ação indenizatória pelo rito ordinário em face da União Federal, tendo em vista o dano sofrido por João Augusto em decorrência de atuação negligente e imperita da equipe médica do hospital público na primeira intervenção cirúrgica a que se submeteu. O examinando deve, em primeiro lugar, identificar que o juízo competente para processar e julgar a demanda indenizatória será a primeira instância da justiça comum federal, tendo em vista ser a pretensão deduzida em face da União Federal (artigo 109, inciso I, da CRFB). Além disso, espera-se que o examinando, após qualificar as partes e narrar os fatos, fundamente o direito de seu cliente à luz da norma do artigo 37, §6º, da CRFB, que estabelece a responsabilidade objetiva do Estado por danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. É importante destacar a desnecessidade de se comprovar a atuação culposa ou dolosa da equipe médica, uma vez que a responsabilidade sub examine é objetiva, prescindindo do elemento subjetivo. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 2 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM PONTUAÇÃO Endereçamento da petição inicial: Juízo da Vara Federal da Seção Judiciária do Estado X 0,00/0,50 Qualificação das partes (0,25 para cada item): João Augusto / União Federal / pessoa jurídica de direito público interno. 0 / 0,25 / 0,5 / 0,75 Identificação da ação: ação indenizatória pelo rito ordinário. 0 / 0,25 Narrativa dos fatos / exposição de forma coerente e lógica 0 / 0,25 Fundamentação para a pretensão indenizatória (0,5 para cada item): 1. Responsabilidade civil do Estado fundada na teoria do risco administrativo (artigo 37, §6º, da CRFB). 2. Responsabilidade objetiva do Estado, que prescinde de qualquer investigação quanto ao elemento subjetivo. 3. Danos materiais sofridos: impossibilidade de exercer a atividade laborativa. 4. Danos morais. 0 / 0,5 / 1,0 / 1,5 / 2,0 Pedidos / Conclusão ( 0,2 para cada item): 1. citação da União Federal; 2. procedência do pedido para condenar a União Federal ao pagamento de indenização por danos materiais 3. pedido de indenização por danos morais; 4. produção genérica de provas; 5. condenação em honorários sucumbenciais. 0 / 0,2 / 0,4 / 0,6 / 0,8 / 1,0 Atribuição de valor à causa 0 / 0,25 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 3 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 QUESTÃO 01 - ENUNCIADO No curso de uma inundação e do aumento elevado das águas dos rios em determinada cidade no interior do Brasil, em razão do expressivo aumento do índice pluviométrico em apenas dois dias de chuvas torrenciais, o Poder Público municipal ocupou durante o período de 10 (dez) dias a propriedade de umafazenda particular com o objetivo de instalar, de forma provisória, a sede da Prefeitura, do Fórum e da Delegacia de Polícia, que foram completamente inundadas pelas chuvas. Diante da hipótese acima narrada, identifique e explicite o instituto de direito administrativo de que se utilizou o Poder Público municipal, indicando a respectiva base legal. (Valor: 1,25) GABARITO COMENTADO O examinando deve indicar que se trata do instituto da ocupação temporária de bens privados ou da requisição, tal como prevê o artigo 5º, XXV, da CRFB. A ocupação temporária de bens privados consiste no apossamento, mediante ato administrativo unilateral, de bem privado para uso temporário, em caso de iminente perigo público, com o dever de restituição no mais breve espaço de tempo e eventual pagamento de indenização pelos danos produzidos. Deve o examinando explicitar que se trata de instrumento de exceção e que exige a configuração de uma situação emergencial. E, mais, que a ocupação independe da concordância do particular e que se configura instituto temporário, a ser exercido por meio de ato administrativo. DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM PONTUAÇÃO Identificação do instituto de direito público – ocupação temporária OU requisição 0,00 / 0,6 Explicitação do instituto (0,35) e do fundamento constitucional – art. 5º, XXV, da CRFB OU art. 1228, §3º, do CC (0,3) 0 / 0,3 / 0,35 / 0,65 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 4 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 QUESTÃO 02 - ENUNCIADO José, enquanto caminhava pela rua, sofre graves sequelas físicas ao ser atingido por um choque elétrico oriundo de uma rede de transmissão de uma empresa privada que presta serviço de distribuição de energia elétrica. Na ação judicial movida por José, não ficou constatada nenhuma falha no sistema que teria causado o choque, tampouco se verificou a culpa por parte do funcionário responsável pela manutenção dessa rede elétrica local. No entanto, restou comprovado que o choque, realmente, foi produzido pela rede elétrica da empresa de distribuição de energia, conforme relatado no processo. Diante do caso em questão, discorra sobre a possível responsabilização da empresa privada que presta serviço de distribuição de energia elétrica, bem como um possível direito de regresso contra o funcionário responsável pela manutenção da rede elétrica. (Valor: 1,25) GABARITO COMENTADO O examinando deve identificar o enquadramento da empresa de distribuição de energia elétrica como uma empresa privada prestadora de serviço público, sujeita, portanto, a responsabilização objetiva (independente de dolo ou culpa) pelos danos advindos de suas atividades, conforme artigo 37, §6º, da Constituição da República. Em razão de tal fato, deve a empresa responder pelos danos causados pelo choque oriundo de sua rede de distribuição, uma vez que restou constatado o nexo causal. Em relação ao possível direito de regresso, deve o examinando negar essa possibilidade, já que tal recurso somente se torna viável em casos de dolo ou culpa do agente causador do dano. DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM PONTUAÇÃO Incide responsabilidade civil objetiva da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público (0,4) nos termos do art. 37, 6º, da CRFB (0,3). 0,00 / 0,3 / 0,4 / 0,7 Não há possibilidade de regresso em relação ao agente por não comprovação de dolo ou culpa (0,55). 0,00 / 0,55 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 5 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 QUESTÃO 03 - ENUNCIADO Transvia, empresa de grande porte concessionária da exploração de uma das mais importantes rodovias federais, foi surpreendida com a edição de decreto do Presidente da República excluindo as motocicletas da relação de veículos sujeitos ao pagamento de pedágio nas rodovias federais, medida que reduz substancialmente as vantagens legitimamente esperadas pela concessionária. Considerando a situação hipotética narrada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) É juridicamente possível que o Poder Concedente estabeleça unilateralmente benefícios tarifários não contemplados originariamente no contrato de concessão? (Valor: 0,7). b) A empresa concessionária tem direito a alguma forma de compensação em decorrência do impacto que o decreto produz na remuneração contratual? (Valor: 0,55). GABARITO COMENTADO Em relação ao item 1, a possibilidade de o Poder Concedente estabelecer benefícios tarifários não contemplados no contrato de concessão decorre da própria titularidade do serviço público. Com o contrato de concessão, é tão somente a execução do serviço público que se transfere para o concessionário, cabendo ao Poder Concedente regulamentar o serviço concedido (artigo 2º, inciso II, e artigo 29, inciso I, ambos da Lei 8.987/95). Para fundamentar tal resposta, o examinando poderia mencionar o artigo 175 da CRFB, os artigos 2º, inciso II, e 29, inciso I, da Lei n. 8.987/95 e o artigo 58, inciso I, da Lei 8.666/93. Além disso, também foram consideradas as referências feitas pelos examinandos aos fenômenos do fato do príncipe ou do fato da administração pública. Por fim, foram igualmente consideradas apropriadas as respostas que invocaram a norma do artigo 35 da Lei 9.074/95. Sempre que o estabelecimento de benefícios tarifários não contemplados originariamente no contrato de concessão causarem impacto na equação econômico-financeira do contrato, haverá a necessidade de serem revistas as cláusulas econômicas, de modo a que o equilíbrio seja recomposto. Nesse sentido, ao estabelecer benefícios tarifários que afetem o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, o Poder Concedente deverá, concomitantemente, recompor a equação financeira. Como resultado, em atenção ao item 2, a resposta é positiva, fazendo jus a concessionária a uma compensação para que o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão seja mantido, nos termos do artigo 9º, §4º, da Lei n. 8.987/95 ou do artigo 35 da Lei n. 9.074/95. Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 6 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM PONTUAÇÃO Possibilidade de estabelecimento de benefícios tarifários, pois compete ao Poder Concedente regulamentar a prestação do serviço público (0,4) / Referência ao artigo 175 da CRFB OU artigo 2º, II, da Lei n. 8.987/95 OU artigo 29, I, da Lei n. 8.987/95 OU fato do príncipe OU artigo 58, I, da Lei 8.666/93 OU artigo 35 da Lei 9.074/95. (0,3). 0,00 / 0,3 / 0,4 / 0,7 A concessionária fará jus à compensação para recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato (0,35) / Referência à norma do artigo 9º, §4º, da Lei 8.987/95 OUartigo 35 da Lei 9.074/95 (0,2). 0 / 0,2 / 0,35 / 0,55 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 7 mailto:atendimento@provadaordem.com.br 2º SIMULADO - CADERNO DE PROVA Curso Prova da Ordem | 2ª Fase XXVIII Exame de Ordem | 28/03/19 QUESTÃO 04 - ENUNCIADO O Sr. Joaquim Nabuco, dono de um prédio antigo, decide consultá-lo como advogado. Joaquim relata que o seu prédio está sob ameaça de ruir e que o poder público já iniciou os trabalhos para realizar sua demolição. Joaquim está inconformado com a ação do poder público, justamente por saber que não existe ordem judicial determinando tal demolição. Diante do caso em tela, discorra fundamentadamente sobre a correção ou ilegalidade da medida. (Valor: 1,25) GABARITO COMENTADO O examinando deve sustentar a correção da medida tomada pelo poder público com base no poder de polícia da administração pública, uma vez que, por meio desse poder, a administração está concretizando um de seus deveres: garantir a segurança da coletividade. Também deve ser abordada a viabilidade da execução da medida diretamente pela administração pública, sem necessidade de ordem judicial, em função do atributo da autoexecutoriedade do poder de polícia, que é aplicável em casos urgentes, conforme relatado no caso em análise. DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM PONTUAÇÃO Abordar duas entre as seguintes (indicar 1 = 0,6; indicar 2 = 1,25): Garantia da segurança coletiva por meio do poder de polícia. Autoexecutoriedade como atributo do poder de polícia aplicável a casos urgentes. Respeito ao contraditório e ao devido processo legal no âmbito administrativo. 0,0 / 0,6 / 1,25 Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 e-mail: atendimento@provadaordem.com.br 8 mailto:atendimento@provadaordem.com.br
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