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21 EXAME - APELAÇÃO - Documentos Google

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Prévia do material em texto

SEU CADERNO 
XXI EXAME DE ORDEM 
UNIFICADO 
DIREITO 
CIVIL 
PROVA PRÁTICO - 
PROFISSIONAL 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Além deste caderno de rascunho contendo o 
enunciado da peça prá�co-profissional e das 
quatro questões discursivas, você receberá do 
fiscal de sala: 
Ÿ um caderno des�nado à transcrição dos textos 
defini�vos das respostas. 
TEMPO 
Ÿ 5 horas é o tempo disponível para a realização da   
prova, já incluído o tempo para preenchimento 
do caderno de textos definivos. 
Ÿ 2 horas após o início da prova é possível rerar-se 
da sala, sem levar o caderno de rascunho. Ÿ 1 hora 
antes do término do período de prova é possível 
rerar-se da sala levando o caderno de rascunho. 
NÃO SERÁ PERMITIDO 
Ÿ Qualquer �po de comunicação entre os 
examinandos. Ÿ Levantar da cadeira sem a devida 
autorização do fiscal de sala. 
Ÿ Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe,   
walkman, agenda eletrônica, notebook, 
netbook, palmtop, receptor, gravador, telefone 
celular, máquina fotográfica, protetor auricular, 
MP3, MP4, controle de alarme de carro, 
pendrive, fones de ouvido, Ipad, Ipod, Iphone 
etc., bem como relógio de qualquer espécie, 
óculos escuros ou quaisquer acessórios de 
chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., 
e ainda lápis, lapiseira, borracha e/ou corre�vo 
de qualquer espécie. 
Ÿ Usar o sanitário ao término da prova, após deixar 
a sala. 
Ÿ Verifique se a disciplina constante da capa deste caderno   
coincide com a registrada em seu caderno de textos 
defini�vos. Caso contrário, no�fique imediatamente o 
fiscal da sala, para que sejam tomadas as devidas 
providências. 
Ÿ Confira seus dados pessoais, especialmente nome,   
número de inscrição e documento de iden�dade e leia 
atentamente as instruções para preencher o caderno de 
textos defini�vos. 
Ÿ Assine seu nome, no espaço reservado, com caneta 
esferográfica transparente de cor azul ou preta. 
Ÿ As questões discursivas são iden�ficadas pelo número que 
se situa acima do seu enunciado. 
Ÿ Não será permi�da a troca do caderno de textos 
defini�vos por erro do examinando. 
Ÿ Para fins de avaliação, serão levadas em consideração   
apenas as respostas constantes do caderno de textos 
defini�vos. 
Ÿ A FGV coletará as impressões digitais dos examinandos na 
lista de presença . 
Ÿ Os 3 (três) úl�mos examinandos de cada sala só poderão   
sair juntos, após entregarem ao fiscal de aplicação os 
documentos que serão u�lizados na correção das 
provas. Esses examinandos poderão acompanhar, caso 
queiram, o procedimento de conferência da 
documentação da sala de aplicação, que será realizada 
pelo Coordenador da unidade, na Coordenação do local 
de provas. Caso algum desses examinandos insista em 
sair do local de aplicação antes de autorizado pelo fiscal 
de aplicação, deverá assinar termo desis�ndo do Exame 
e, caso se negue, será lavrado Termo de Ocorrência, 
testemunhado pelos 2 (dois) outros examinandos, pelo 
fiscal de aplicação da sala e pelo Coordenador da 
unidade de provas. 
Ÿ Boa prova! 
‘‘Qualquer semelhança nominal e/ ou situacional presente nos enunciados das questões é mera 
coincidência’’ 
* ATENÇÃO : ANTES DE INICIAR A PROVA, VERIFIQUE SE TODOS OS SEUS APARELHOS ELETRÔNICOS FORAM 
ACONDICIONADOS E LACRADOS DENTRO DA EMBALAGEM PRÓPRIA. CASO A QUALQUER MOMENTO DURANTE A REALIZAÇÃO 
DO EXAME VOCÊ SEJA FLAGRADO PORTANDO QUAISQUER EQUIPAMENTOS PROIBIDOS PELO EDITAL, SUAS PROVAS PODERÃO 
SER ANULADAS , ACARRETANDO EM SUA ELIMINAÇÃO DO CERTAME. 
------------------------------------------------------------------------- 
 
Alunos: Bárbara Gomes Amite - Cyro Frugulhe� 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Em junho de 2009, Soraia, adolescente de 13 anos , perde a visão do olho direito após explosão de aparelho de 
televisão, que a�ngiu superaquecimento após permanecer 24 horas ligado ininterruptamente. A TV, da marca 
Eletrônicos S/A , fora comprada dois meses antes pela mãe da ví�ma. Exatos sete anos depois do ocorrido , em junho 
de 2016, a ví�ma propõe ação de indenização por danos morais e esté�cos em face da fabricante do produto. 
Na pe�ção inicial, a autora alegou que sofreu dano moral e esté�co em razão do acidente de consumo, atraindo a 
responsabilidade pelo fato do produto, sendo dispensada a prova da culpa , razão pela qual requer a condenação da 
ré ao pagamento da quan�a de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a �tulo de danos morais e R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais) pelos danos esté�cos sofridos . 
No mais, realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir, inclusive laudo pericial 
elaborado na época, apontando o defeito do produto , destacando, desde já, a desnecessidade de dilação probatória . 
Recebida a inicial, o magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca Y , determinou a citação da ré e após oferecida a 
contestação, na qual não se requereu produção de provas, decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a 
improcedência dos pedidos da autora, com base em dois fundamentos: 
(i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, 
pois a ví�ma/autora da ação já alegou, em sua inicial, que não par�cipou da relação contratual com a ré, 
visto que foi sua mãe quem adquiriu o produto na época; e 
(ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos, previsto no Art. 206, § 3º, 
inciso V, do Código Civil. 
Na qualidade de advogado(a) de Soraia, elabore a peça processual cabível para a defesa imediata dos interesses de 
sua cliente, no úl�mo dia do prazo recursal, indicando seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação 
vigente. Não deve ser considerada a hipótese de embargos de declaração. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser u�lizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do disposi�vo legal não confere pontuação. XXI EXAME DE ORDEM 
UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 2 
01    DOUTO JUÍZO DA VARA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y - ES  
02     
04Protocolo nº…  
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
Página 3 
05     
06    Requerente: Soraia  
07    Requerido: Eletrônicos S/A  
08     
09    Soraia, (apelante), já qualificado nos autos da Ação de Apelação, processo em epígrafe, que move em face de Eletrônicos S/A   
11    (apelado), também já qualificada nos autos, vem, por via de seu procurador que esta subscreve, não se conformando com a   
12    sentença proferida às fls. XX, interpor o presente.  
13     
14    RECURSO DE APELAÇÃO  
15     
16    requerendo seja o presente recurso recebido, no seu duplo efeito e processado, na forma da lei, postulando, desde já, a   
17    juntada das razões anexas.  
18    A apelante informa que é beneficiária da gratuidade de justiça, conforme evento xxxx, estando isenta, assim, do   
19    recolhimento das custas de porte e preparo do presente recurso.  
20    Ante o exposto, requer digne-se Vossa Excelência, em recebendo as razões do presente Recurso de Apelação,  
21    Recurso de Apelação, encaminhá-lo à posterior apreciação pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do ES, através de   
22    uma de suas Colendas Câmaras, a qual, por certo, fará a costumeira Justiça, dando provimento ao presente, reformando a   
23    respeitável sentença proferida.  
24    Nestes termos, pede e espera deferimento.  
25     
26    Local(xxx), Data(xx/xx/xxxx)  
27    ADVOGADO  
28    OAB  
29     
30    EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO  
  
31    PROCESSO: xxxxxxxxxxxxxxxxx  
32     
33    APELANTE: Soraia  
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
Página 4 
34    APELADA: Eletrônicos S/A  
35    INTERESSADO: xxxxxxxxxxxxxxxxx  
36    ORIGEM: 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y - ES  
37    RAZÕES DE APELAÇÃO COLENDA CÂMARA EMÉRITOS JULGADORES  
38     
39    xxxxxxxxxxxxxx, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, portadora do RG nº xxxxxxxx, inscrita no CPF sob nº   
40    xxxxxxxx, endereço eletrônico desconhecido, residente na Rua xxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxx, CEP xxxxxx, Cidade   
41    xxx/Estado xxx, qualificação completa, por intermédio de seu procurador, vem, respeitosamente perante Vossas   
42    Excelências, interpor RECURSO DE APELAÇÃO nos autos do processo nº xxxxxxxxxxxx que lhe move xxxxxxxxxxxxx,   
43    nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, portadora do RG nº xxxxxxxx, inscrita no CPF sob nº xxxxxxxx, endereço   
44    eletrônico desconhecido, residente na Rua xxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxx, CEP xxxxxx, Cidade xxx/Estado xxx, qualificação   
45    completa, figurando como denunciada a empresa (xxx), pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob CNPJ nº (xxx),,   
46    com sede na Rua xxxxxxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx/Estado xxx, o que faz pelos motivos que passa a expor:  
47    Trata-se de recurso de apelação com a finalidade de reformar a decisão proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de   
48    Y, que decidiu conforme o Evento xxx.  
49    Data vênia, a decisão merece reforma, proferindo-se nova decisão, sendo que estas razões recursais atacam diretamente a   
50    sentença de primeiro grau, dada a dissonância entre a argumentação e o substrato jurídico do decisum, pelos argumentos   
51    que passa a expor.  
52     
53    I - DO CABIMENTO DO RECURSO (Art. 1.009 do CPC)  
54     
55    A recorrente interpõe Apelação em face da decisão proferida em primeira instância, sendo recurso cabível conforme se   
56    Sendo tempestivo o recurso, a via recursal é cabível para a manifestação de seu inconformismo não constando nenhum fato   
57    impeditivo ao conhecimento da insurgência, tampouco a análise dos autos revela a perda superveniente do interesse   
58    recursal ou ilegitimidade da parte recorrente.  
59    Sobre a regularidade formal do recurso se extrai que a peça recursal preenche todos os requisitos formais exigidos pelo   
60    Código de Processo Civil e o subscritor das razões recursais tem procuração nos autos.   
61    O pagamento do preparo recursal é dispensado porquanto a recorrente é beneficiária da gratuidade de justiça.  
62     
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
Página 5 
63    II- DOS FATOS  
64     
65    Trata-se de Ação de Danos Morais e Estéticos, ajuizada pela apelante em desfavor da apelada, tendo noticiado, na exordial  
66    que, na data de 2019, ainda menor, adolescente, e com apenas de 13 anos, perdeu a visão do olho direito após explosão de   
67    aparelho de televisão, que atingiu superaquecimento após permanecer 24 horas ligado ininterruptamente, causando   
68    traumas físicos e emocionais irreversíveis.    
69    O Magistrado decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a improcedência dos pedidos da autora, com base em   
70    dois fundamentos:  
71     
72    i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a   
73    vítima/autora da ação já alegou, em sua inicial, que não participou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe   
74    quem adquiriu o produto na época; e  
75     
76    (ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos, previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do   
77    Código Civil. Tal decisão tem natureza jurídica de sentença, na forma do Art. 203, § 1º, do Art. 487, incisos I II,   
78    e do Art. 490, todos do CPC/15.   
79    Com efeito, extinguiu-se o processo, com resolução do mérito, rejeitando pedido de indenização pelo fato de  
80    produto, ao entender que a vítima não se qualificava como consumidora, na forma da lei, decidindo, também, de ofício,   
81    pelo reconhecimento da prescrição da pretensão autoral.   
82    Tendo em vista que a autora já produziu toda a prova pré constituída que julga adequada, deve devolver toda a   
83    matéria, pugnando pelo provimento total do recurso de apelação, para que o Tribunal examine as demais questões,84    sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau, na forma do Art. 1.013, § 4º, do CPC/15.   
85    Em análise mais aprofundada da denegatória apresentada no item (i), fica claro que a existência de relação de consumo   
86    entre a autora da ação, vítima de acidente de consumo, e a ré, fabricante do produto defeituoso que lhe causou   
87    dano moral e estético.   
88    Nesse caso, a despeito de não ter participado, como parte, da relação contratual de compra e venda do produto, a   
89    autora é qualificada como consumidora, pois, nas hipóteses de responsabilidade pelo fato do produto, é   
90    consumidor toda pessoa que "utiliza o produto ou serviço como destinatário final" (art. 2º, caput, do CDC), assim   
91    como “equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento” (Art. 17 do CDC).    
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
92     
93    Presente a relação de consumo, deve-se postular pelo julgamento do mérito, sem necessidade de retorno dos  
94    autos à instância inferior, alegando que a fabricante responde, independentemente de culpa, pelos danos causados   
95    por defeitos de fabricação de produtos que ponham em risco a segurança dos consumidores, como ocorreu no   
96    caso vertente (Art. 12, caput e § 1º, do CDC).  
97     
98    Já sobre a negativa apresentada no item (ii), faz-se mister informar que não há que se falar em prescrição, já que não ocorre   
99    prescrição contra absolutamente incapaz (Art. 198, inciso I, do CC), razão pela qual o termo inicial de contagem do   
100    prazo prescricional de 5 (cinco) anos (Art. 27 do CDC) efetivou-se apenas em 2012, quando a autora completou 16   
101    anos, tornando-se relativamente capaz. Dessa forma, a prescrição de sua pretensão ocorreria apenas em 2017.  
102     
103    Por todo o exposto e através da presente ação, a apelada pede pelo julgamento do mérito, sem necessidade de retorno   
104    dos autos à instância inferior, alegando que a fabricante responde, independentemente de culpa, pelos danos   
105    causados por defeitos de fabricação de produtos que ponham em risco a segurança dos consumidores, como   
106    ocorreu no caso vertente (Art. 12, caput e § 1º, do CDC) e afastadas as hipóteses de inexistência de relação de   
107    consumo e de igual a forma a de prescrição, pede-se o provimento integral ao recurso de apelação, com o julgamento   
108    do mérito da demanda, na medida em que o feito se encontra maduro para julgamento.   
109     
110    Outrossim, caso julgue este Tribunal a favor da apelante, que o apelado seja condenado ao pagamento de indenização por   
111    danos morais, entre os valores de R$ 50.000,00 e R$ 50.000,00, de indenização por danos estéticos.  
112     
113    III- DAS RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO  
114     
115    O instituto do dano, em suas diversas espécies, inclusive no mundo contemporâneo com uma sociedade cada vez mais   
116    plural, é amplamente estudado por especialistas. Diz ele respeito à reparação solicitada após a ocorrência de um fato  
117    danoso que deverá ser apurado por meio de sentença para atingir, na medida do possível, a reposição do status quo ante   
118    que deverá ser apurado por meio de sentença para atingir, na medida do possível, a reposição do status quo ante sem,  
contudo, gerar enriquecimento sem causa a uma das partes.  
119     
120    Por dano moral entende-se o dano que atinge os atributos da personalidade, como imagem, bom nome, a qualidade ou   
Página 6 
121    imagem, bom nome, a qualidade ou condição de ser de uma pessoa, a intimidade e a privacidade. Tem natureza   
122    compensatória e não ressarcitória. Para o dano patrimonial há a reparação, para o dano à personalidade, há o regime de   
123    compensação.  
124    Para a procedência do pedido de indenização, se faz necessário que a autora comprove do fato (causa), das consequências   
125    (resultado), do liame que as uniu (nexo causal) e da culpa (negligência, imprudência ou imperícia) por parte da parte   
126    ofensora, o que foi devidamente comprovado por laudos periciais apresentados na exordial.   
127     
128    2. DOS DANOS ESTÉTICOS  
129     
130    Quando se fala em dano estético, a responsabilidade civil estará configurada a partir do momento em que, pela ação ou   
131    ou omissão de outrem, a vítima tenha sofrido transformações em sua aparência física, uma modificação para pior, ou,   
132    conforme alguns preferem chamar, ocorra seu “afeamento”.  
133     
134    O dano estético agride a pessoa em sua autoestima e também pode ter reflexos em sua saúde e integridade física. Porém, é   
135    importante ressaltar que, para essa modalidade de responsabilização, as lesões verificadas na aparência da vítima devem   
136    ser permanentes.  
137    O dano estético se caracteriza pela alteração da forma de origem da vítima, o enfeamento do corpo, a diferença entre o seu   
138    estado normal para um estado de inferiorização, a qual, como o dano moral, também causa embaraçamento, porém de  
139    forma visual, estética. A prova cabal do dano estético é o contato visual com a vítima pessoalmente ou através de imagens,   
140    a qual demonstre a diferença visual após o acontecimento danoso.  
141    No caso dos autos, e por todos os laudos e consequências claramente visíveis, é latente e irrefutável e irreversível sua  
142    condição, após o fato.  
143     
144    IV- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS  
145     
146    Ante o exposto, requer a esta Colenda Câmara que se digne em acolher as razões acima explanadas, CONHECENDO e   
147    PROVENDO o presente Recurso de Apelação, para o justo fim de que seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a   
148    quo”, no sentido de:  
149    a) Seja conhecido e apreciado, por esta Colenda Câmara, o Agravo Retidoapresentado no EVENTO xxx, e atribuído total  
provimento, para a finalidade de que seja julgada no mérito a referida ação;  
  
b) Em análise do mérito positiva à APELANTE, que a APELADA seja condenada a pagar a indenização no valor de R$  
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
Página 7 
QUESTÃO 1 
Ana, menor impúbere, é filha de José e Maria, ambos com apenas 18 (dezoito) anos de idade, desempregados e 
recém-aprovados para ingresso na Faculdade de Direito Alfa. As respec�vas famílias do casal possuem considerável 
poder aquisi�vo, porém se recusam a ajudá-los no sustento da pequena Ana, em razão de desentendimentos 
recíprocos. Destaca-se, por fim, que todos os avós são vivos e exercem profissões de destaque. 
Com esteio na hipótese proposta, responda aos itens a seguir. 
A) Os avós são obrigados a prestar alimentos em favor de sua neta? Em hipótese posi�va, cuida-se de obrigação 
solidária? (Valor: 0,65) 
 
B) A ação de alimentos pode ser proposta por Ana, representada por seus pais, sem incluir necessariamente todos os 
avós no polo passivo da demanda? (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere 
pontuação. 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 8 
 
100.000,00 (cem mil reais), sendo R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais e R$50.000,00(cinquenta mil  
reais), de indenização por danos estéticos.  
Requer, ainda, que a decisão vergastada não seja modificada para pior, haja vista o princípio da não reformatio in pejus.  
É o que confia poder esperar deste Proficiente Colegiado, em mais uma lição de DIREITO e realização da JUSTIÇA!  
150    Termos que,  
Pede  
deferimento.  
  
Local  
xxx/Data xxx  
ADVOGADO  
OAB  
  
01    A) Conforme previsto no Art. 1.698 CC, trata-se de alimentos suplementares. Os avós de Ana, são obrigados a oferecer   
02    alimentos em favor da neta, uma vez que seus pais não tem condições econômicas suficientes para prover. Não se tratando  
03    de obrigação solidária, conforme indica o Art. 264 do CC e, sim de obrigação subsidiária, sendo dividida entre os avós   
04    maternos e paternos.   
05     
06    B) Sim, uma vez que a obrigação alimentar é suplementar é divisível e não há solidariedade, nesse caso, não há   
07    litisconsórcio passivo necessário, conforme previsto no Art. 114 do CPC/15, e sim litisconsórcio facultativo, previsto no Art.   
08    113 do CPC/15. Sendo assim, podendo ter a escolha por um dos avós.  
09     
10     
 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
Página 9 
QUESTÃO 2 
Miguel e Joana, irmãos, figuram respec�vamente como locatário e fiadora em contrato de locação residencial 
celebrado com Antônio, no qual consta cláusula em que Joana renuncia ao bene�cio de ordem. Diante da ausência 
de pagamento dos valores acordados, Antônio promoveu ação de execução por �tulo extrajudicial em face de ambos 
os devedores. Miguel foi citado cinco dias úteis antes de Joana, sendo que o comprovante de citação de Joana foi 
juntado aos autos vinte dias úteis após o de Miguel. 
Diante do exposto, responda aos itens a seguir. 
A) Opostos embargos à execução por Joana, esta pleiteia que primeiro sejam penhorados os bens de Miguel. Deve 
ser acolhida essa alegação? (Valor: 0,50) 
B) O prazo para Miguel apresentar embargos à execução findou antes ou depois de iniciar o prazo para Joana 
embargar a execução? (Valor: 0,40) 
C) O prazo para oposição de embargos seria de 15 (quinze) dias, contados em dobro, se Miguel e Joana possuíssem 
advogados dis�ntos? (Valor: 0,35) 
11     
12     
13     
14     
15     
16     
17     
18     
19     
20     
21     
22     
23     
24     
25     
26     
27     
28     
29     
30     
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere 
pontuação. 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 10 
01    A) Não, uma vez que a cláusula em que Joana renunciou ao benefício de ordem, não a assiste direito de que   
02    primeiro sejam penhorados os bens do afiançado, conforme previsto no Art. 828, inciso I, do CC e no Art. 794, §   
03    3º, do CPC/15.  
04     
05    B) O prazo findou antes. O prazo para embargar, quando tiver mais de um executado, o embargo é contado a partir da   
06    juntada do comprovante da citação. Sendo assim, o prazo para Miguel apresentar embargos terminou quinze dias   
07    úteis após a juntada de seu comprovante de citação, que ocorreu antes da juntada do comprovante de citação de   
08    Joana, conforme previsto no Art. 915, § 1º, do CPC/15.  
09     
10    C) Não. Conforme previsto no o Art. 915, § 3º, do CPC/15, não pode se aplicar o disposto no Art. 229 do CPC/15   
11    em relação ao prazo para apresentar embargos à execução.  
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XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 
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QUESTÃO 3 
A sociedade empresária Y, de Porto Alegre, e a sociedade empresária X, com sede em Salvador e filial em São Paulo, 
ambas de grande porte, firmaram contrato de parceria para desenvolvimento de um programa de instalação de 
máquinas subterrâneas, que seguiu um modelo de instrumento contratual elaborado pela sociedade empresária X, 
com cláusula de eleição de foro em São Paulo, local de instalação das máquinas. 
Após os primeiros meses de relação contratual, contudo, as sociedades empresárias começaram a encontrar 
dificuldades para a realização dos serviços, de modo que a sociedade empresária X suspendeu o cumprimento de 
suas obrigações. Em razão disso, a sociedade empresária Y ajuizou ação de obrigação de fazer perante a Comarca de 
Porto Alegre, afirmando que a cláusula deeleição de foro, por estar con�da em contrato de adesão, não seria válida. 
Com base em tais afirma�vas, responda aos itens a seguir. 
A) É válida a eleição de foro constante do contrato firmado entre as sociedades empresárias Y e X? (Valor: 0,60) 
B) O juízo de Porto Alegre poderia reconhecer de o�cio sua incompetência? (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere 
pontuação. 
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01    A) É válida a cláusula de eleição de foro, a ação deverá tramitar perante a Comarca de São Paulo (Art. 63 do CPC/15),   
02    inicialmente porque há paridade na relação contratual, uma vez que não se trata de relação consumerista, a afastar   
03    a proteção prevista na Lei nº 8.078/90; e ainda que, embora seja possível decretar a nulidade de cláusula contida   
04    em contrato de adesão em relações não consumeristas, conforme previsto no (Art. 424 do CC), apenas são nulas as   
05    cláusulas que estipulem a renúncia antecipada a direito resultante da natureza do negócio, o que não é a hipótese   
06    de criação de foro contratual.   
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08    B) Não, uma vez que trata-se de incompetência territorial, esta é relativa e não pode ser declinada de ofício pelo   
09    magistrado conforme previstos nos Art. 64, § 1º, e Art. 65, ambos do CPC/15, devendo ser alegada em preliminar de   
10    contestação , baseando-se no Art. 337, II, CPC/15.    
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QUESTÃO 4 
Ronaldo tem um crédito de R$ 20.000,00 com Celso. O referido crédito foi proveniente de contrato de mútuo 
celebrado entre as partes, subscrito por duas testemunhas. Apesar do vencimento da obrigação, Celso não cumpre o 
avençado. 
Ronaldo propõe ação de execução para o adimplemento da obrigação, restando evidenciado que Celso efe�vamente 
doou seus dois únicos bens (automóveis) para Jorge antes da propositura da ação. 
De acordo com as informações constantes no caso, responda aos itens a seguir. 
A) É possível iden�ficar algum vício na doação dos bens (automóveis)? (Valor: 0,60) 
B) Indique o instrumento processual do qual Ronaldo pode se valer para permi�r que os bens doados possam ser 
expropriados na execução proposta. Fundamente a resposta com os disposi�vos legais per�nentes. (Valor: 0,65) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere 
pontuação. 
 
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01    A) No caso, é possível identificar a fraude contra credores, conforme previsto no Art. 158 do CC, pois a doação   
02    dos únicos bens reduz o devedor à insolvência.    
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04    B) ) Para que o credor prejudicado consiga perseguir os bens alienados em fraude contra credores, terá que se   
05    valer de Ação Pauliana, prevista no Art. 161 do Código Civil, pois a doação ocorreu antes do ajuizamento da   
06    execução.  
 
 
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