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SEU CADERNO XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO CIVIL PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL INFORMAÇÕES GERAIS Além deste caderno de rascunho contendo o enunciado da peça prá�co-profissional e das quatro questões discursivas, você receberá do fiscal de sala: Ÿ um caderno des�nado à transcrição dos textos defini�vos das respostas. TEMPO Ÿ 5 horas é o tempo disponível para a realização da prova, já incluído o tempo para preenchimento do caderno de textos definivos. Ÿ 2 horas após o início da prova é possível rerar-se da sala, sem levar o caderno de rascunho. Ÿ 1 hora antes do término do período de prova é possível rerar-se da sala levando o caderno de rascunho. NÃO SERÁ PERMITIDO Ÿ Qualquer �po de comunicação entre os examinandos. Ÿ Levantar da cadeira sem a devida autorização do fiscal de sala. Ÿ Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, walkman, agenda eletrônica, notebook, netbook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, máquina fotográfica, protetor auricular, MP3, MP4, controle de alarme de carro, pendrive, fones de ouvido, Ipad, Ipod, Iphone etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, borracha e/ou corre�vo de qualquer espécie. Ÿ Usar o sanitário ao término da prova, após deixar a sala. Ÿ Verifique se a disciplina constante da capa deste caderno coincide com a registrada em seu caderno de textos defini�vos. Caso contrário, no�fique imediatamente o fiscal da sala, para que sejam tomadas as devidas providências. Ÿ Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número de inscrição e documento de iden�dade e leia atentamente as instruções para preencher o caderno de textos defini�vos. Ÿ Assine seu nome, no espaço reservado, com caneta esferográfica transparente de cor azul ou preta. Ÿ As questões discursivas são iden�ficadas pelo número que se situa acima do seu enunciado. Ÿ Não será permi�da a troca do caderno de textos defini�vos por erro do examinando. Ÿ Para fins de avaliação, serão levadas em consideração apenas as respostas constantes do caderno de textos defini�vos. Ÿ A FGV coletará as impressões digitais dos examinandos na lista de presença . Ÿ Os 3 (três) úl�mos examinandos de cada sala só poderão sair juntos, após entregarem ao fiscal de aplicação os documentos que serão u�lizados na correção das provas. Esses examinandos poderão acompanhar, caso queiram, o procedimento de conferência da documentação da sala de aplicação, que será realizada pelo Coordenador da unidade, na Coordenação do local de provas. Caso algum desses examinandos insista em sair do local de aplicação antes de autorizado pelo fiscal de aplicação, deverá assinar termo desis�ndo do Exame e, caso se negue, será lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) outros examinandos, pelo fiscal de aplicação da sala e pelo Coordenador da unidade de provas. Ÿ Boa prova! ‘‘Qualquer semelhança nominal e/ ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência’’ * ATENÇÃO : ANTES DE INICIAR A PROVA, VERIFIQUE SE TODOS OS SEUS APARELHOS ELETRÔNICOS FORAM ACONDICIONADOS E LACRADOS DENTRO DA EMBALAGEM PRÓPRIA. CASO A QUALQUER MOMENTO DURANTE A REALIZAÇÃO DO EXAME VOCÊ SEJA FLAGRADO PORTANDO QUAISQUER EQUIPAMENTOS PROIBIDOS PELO EDITAL, SUAS PROVAS PODERÃO SER ANULADAS , ACARRETANDO EM SUA ELIMINAÇÃO DO CERTAME. ------------------------------------------------------------------------- Alunos: Bárbara Gomes Amite - Cyro Frugulhe� PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL Em junho de 2009, Soraia, adolescente de 13 anos , perde a visão do olho direito após explosão de aparelho de televisão, que a�ngiu superaquecimento após permanecer 24 horas ligado ininterruptamente. A TV, da marca Eletrônicos S/A , fora comprada dois meses antes pela mãe da ví�ma. Exatos sete anos depois do ocorrido , em junho de 2016, a ví�ma propõe ação de indenização por danos morais e esté�cos em face da fabricante do produto. Na pe�ção inicial, a autora alegou que sofreu dano moral e esté�co em razão do acidente de consumo, atraindo a responsabilidade pelo fato do produto, sendo dispensada a prova da culpa , razão pela qual requer a condenação da ré ao pagamento da quan�a de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a �tulo de danos morais e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos esté�cos sofridos . No mais, realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir, inclusive laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto , destacando, desde já, a desnecessidade de dilação probatória . Recebida a inicial, o magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca Y , determinou a citação da ré e após oferecida a contestação, na qual não se requereu produção de provas, decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a improcedência dos pedidos da autora, com base em dois fundamentos: (i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a ví�ma/autora da ação já alegou, em sua inicial, que não par�cipou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe quem adquiriu o produto na época; e (ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos, previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil. Na qualidade de advogado(a) de Soraia, elabore a peça processual cabível para a defesa imediata dos interesses de sua cliente, no úl�mo dia do prazo recursal, indicando seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. Não deve ser considerada a hipótese de embargos de declaração. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser u�lizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do disposi�vo legal não confere pontuação. XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 2 01 DOUTO JUÍZO DA VARA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y - ES 02 04Protocolo nº… XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 3 05 06 Requerente: Soraia 07 Requerido: Eletrônicos S/A 08 09 Soraia, (apelante), já qualificado nos autos da Ação de Apelação, processo em epígrafe, que move em face de Eletrônicos S/A 11 (apelado), também já qualificada nos autos, vem, por via de seu procurador que esta subscreve, não se conformando com a 12 sentença proferida às fls. XX, interpor o presente. 13 14 RECURSO DE APELAÇÃO 15 16 requerendo seja o presente recurso recebido, no seu duplo efeito e processado, na forma da lei, postulando, desde já, a 17 juntada das razões anexas. 18 A apelante informa que é beneficiária da gratuidade de justiça, conforme evento xxxx, estando isenta, assim, do 19 recolhimento das custas de porte e preparo do presente recurso. 20 Ante o exposto, requer digne-se Vossa Excelência, em recebendo as razões do presente Recurso de Apelação, 21 Recurso de Apelação, encaminhá-lo à posterior apreciação pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do ES, através de 22 uma de suas Colendas Câmaras, a qual, por certo, fará a costumeira Justiça, dando provimento ao presente, reformando a 23 respeitável sentença proferida. 24 Nestes termos, pede e espera deferimento. 25 26 Local(xxx), Data(xx/xx/xxxx) 27 ADVOGADO 28 OAB 29 30 EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 31 PROCESSO: xxxxxxxxxxxxxxxxx 32 33 APELANTE: Soraia XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 4 34 APELADA: Eletrônicos S/A 35 INTERESSADO: xxxxxxxxxxxxxxxxx 36 ORIGEM: 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y - ES 37 RAZÕES DE APELAÇÃO COLENDA CÂMARA EMÉRITOS JULGADORES 38 39 xxxxxxxxxxxxxx, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, portadora do RG nº xxxxxxxx, inscrita no CPF sob nº 40 xxxxxxxx, endereço eletrônico desconhecido, residente na Rua xxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxx, CEP xxxxxx, Cidade 41 xxx/Estado xxx, qualificação completa, por intermédio de seu procurador, vem, respeitosamente perante Vossas 42 Excelências, interpor RECURSO DE APELAÇÃO nos autos do processo nº xxxxxxxxxxxx que lhe move xxxxxxxxxxxxx, 43 nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, portadora do RG nº xxxxxxxx, inscrita no CPF sob nº xxxxxxxx, endereço 44 eletrônico desconhecido, residente na Rua xxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxx, CEP xxxxxx, Cidade xxx/Estado xxx, qualificação 45 completa, figurando como denunciada a empresa (xxx), pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob CNPJ nº (xxx),, 46 com sede na Rua xxxxxxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx/Estado xxx, o que faz pelos motivos que passa a expor: 47 Trata-se de recurso de apelação com a finalidade de reformar a decisão proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de 48 Y, que decidiu conforme o Evento xxx. 49 Data vênia, a decisão merece reforma, proferindo-se nova decisão, sendo que estas razões recursais atacam diretamente a 50 sentença de primeiro grau, dada a dissonância entre a argumentação e o substrato jurídico do decisum, pelos argumentos 51 que passa a expor. 52 53 I - DO CABIMENTO DO RECURSO (Art. 1.009 do CPC) 54 55 A recorrente interpõe Apelação em face da decisão proferida em primeira instância, sendo recurso cabível conforme se 56 Sendo tempestivo o recurso, a via recursal é cabível para a manifestação de seu inconformismo não constando nenhum fato 57 impeditivo ao conhecimento da insurgência, tampouco a análise dos autos revela a perda superveniente do interesse 58 recursal ou ilegitimidade da parte recorrente. 59 Sobre a regularidade formal do recurso se extrai que a peça recursal preenche todos os requisitos formais exigidos pelo 60 Código de Processo Civil e o subscritor das razões recursais tem procuração nos autos. 61 O pagamento do preparo recursal é dispensado porquanto a recorrente é beneficiária da gratuidade de justiça. 62 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 5 63 II- DOS FATOS 64 65 Trata-se de Ação de Danos Morais e Estéticos, ajuizada pela apelante em desfavor da apelada, tendo noticiado, na exordial 66 que, na data de 2019, ainda menor, adolescente, e com apenas de 13 anos, perdeu a visão do olho direito após explosão de 67 aparelho de televisão, que atingiu superaquecimento após permanecer 24 horas ligado ininterruptamente, causando 68 traumas físicos e emocionais irreversíveis. 69 O Magistrado decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a improcedência dos pedidos da autora, com base em 70 dois fundamentos: 71 72 i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a 73 vítima/autora da ação já alegou, em sua inicial, que não participou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe 74 quem adquiriu o produto na época; e 75 76 (ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos, previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do 77 Código Civil. Tal decisão tem natureza jurídica de sentença, na forma do Art. 203, § 1º, do Art. 487, incisos I II, 78 e do Art. 490, todos do CPC/15. 79 Com efeito, extinguiu-se o processo, com resolução do mérito, rejeitando pedido de indenização pelo fato de 80 produto, ao entender que a vítima não se qualificava como consumidora, na forma da lei, decidindo, também, de ofício, 81 pelo reconhecimento da prescrição da pretensão autoral. 82 Tendo em vista que a autora já produziu toda a prova pré constituída que julga adequada, deve devolver toda a 83 matéria, pugnando pelo provimento total do recurso de apelação, para que o Tribunal examine as demais questões,84 sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau, na forma do Art. 1.013, § 4º, do CPC/15. 85 Em análise mais aprofundada da denegatória apresentada no item (i), fica claro que a existência de relação de consumo 86 entre a autora da ação, vítima de acidente de consumo, e a ré, fabricante do produto defeituoso que lhe causou 87 dano moral e estético. 88 Nesse caso, a despeito de não ter participado, como parte, da relação contratual de compra e venda do produto, a 89 autora é qualificada como consumidora, pois, nas hipóteses de responsabilidade pelo fato do produto, é 90 consumidor toda pessoa que "utiliza o produto ou serviço como destinatário final" (art. 2º, caput, do CDC), assim 91 como “equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento” (Art. 17 do CDC). XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL 92 93 Presente a relação de consumo, deve-se postular pelo julgamento do mérito, sem necessidade de retorno dos 94 autos à instância inferior, alegando que a fabricante responde, independentemente de culpa, pelos danos causados 95 por defeitos de fabricação de produtos que ponham em risco a segurança dos consumidores, como ocorreu no 96 caso vertente (Art. 12, caput e § 1º, do CDC). 97 98 Já sobre a negativa apresentada no item (ii), faz-se mister informar que não há que se falar em prescrição, já que não ocorre 99 prescrição contra absolutamente incapaz (Art. 198, inciso I, do CC), razão pela qual o termo inicial de contagem do 100 prazo prescricional de 5 (cinco) anos (Art. 27 do CDC) efetivou-se apenas em 2012, quando a autora completou 16 101 anos, tornando-se relativamente capaz. Dessa forma, a prescrição de sua pretensão ocorreria apenas em 2017. 102 103 Por todo o exposto e através da presente ação, a apelada pede pelo julgamento do mérito, sem necessidade de retorno 104 dos autos à instância inferior, alegando que a fabricante responde, independentemente de culpa, pelos danos 105 causados por defeitos de fabricação de produtos que ponham em risco a segurança dos consumidores, como 106 ocorreu no caso vertente (Art. 12, caput e § 1º, do CDC) e afastadas as hipóteses de inexistência de relação de 107 consumo e de igual a forma a de prescrição, pede-se o provimento integral ao recurso de apelação, com o julgamento 108 do mérito da demanda, na medida em que o feito se encontra maduro para julgamento. 109 110 Outrossim, caso julgue este Tribunal a favor da apelante, que o apelado seja condenado ao pagamento de indenização por 111 danos morais, entre os valores de R$ 50.000,00 e R$ 50.000,00, de indenização por danos estéticos. 112 113 III- DAS RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO 114 115 O instituto do dano, em suas diversas espécies, inclusive no mundo contemporâneo com uma sociedade cada vez mais 116 plural, é amplamente estudado por especialistas. Diz ele respeito à reparação solicitada após a ocorrência de um fato 117 danoso que deverá ser apurado por meio de sentença para atingir, na medida do possível, a reposição do status quo ante 118 que deverá ser apurado por meio de sentença para atingir, na medida do possível, a reposição do status quo ante sem, contudo, gerar enriquecimento sem causa a uma das partes. 119 120 Por dano moral entende-se o dano que atinge os atributos da personalidade, como imagem, bom nome, a qualidade ou Página 6 121 imagem, bom nome, a qualidade ou condição de ser de uma pessoa, a intimidade e a privacidade. Tem natureza 122 compensatória e não ressarcitória. Para o dano patrimonial há a reparação, para o dano à personalidade, há o regime de 123 compensação. 124 Para a procedência do pedido de indenização, se faz necessário que a autora comprove do fato (causa), das consequências 125 (resultado), do liame que as uniu (nexo causal) e da culpa (negligência, imprudência ou imperícia) por parte da parte 126 ofensora, o que foi devidamente comprovado por laudos periciais apresentados na exordial. 127 128 2. DOS DANOS ESTÉTICOS 129 130 Quando se fala em dano estético, a responsabilidade civil estará configurada a partir do momento em que, pela ação ou 131 ou omissão de outrem, a vítima tenha sofrido transformações em sua aparência física, uma modificação para pior, ou, 132 conforme alguns preferem chamar, ocorra seu “afeamento”. 133 134 O dano estético agride a pessoa em sua autoestima e também pode ter reflexos em sua saúde e integridade física. Porém, é 135 importante ressaltar que, para essa modalidade de responsabilização, as lesões verificadas na aparência da vítima devem 136 ser permanentes. 137 O dano estético se caracteriza pela alteração da forma de origem da vítima, o enfeamento do corpo, a diferença entre o seu 138 estado normal para um estado de inferiorização, a qual, como o dano moral, também causa embaraçamento, porém de 139 forma visual, estética. A prova cabal do dano estético é o contato visual com a vítima pessoalmente ou através de imagens, 140 a qual demonstre a diferença visual após o acontecimento danoso. 141 No caso dos autos, e por todos os laudos e consequências claramente visíveis, é latente e irrefutável e irreversível sua 142 condição, após o fato. 143 144 IV- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 145 146 Ante o exposto, requer a esta Colenda Câmara que se digne em acolher as razões acima explanadas, CONHECENDO e 147 PROVENDO o presente Recurso de Apelação, para o justo fim de que seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a 148 quo”, no sentido de: 149 a) Seja conhecido e apreciado, por esta Colenda Câmara, o Agravo Retidoapresentado no EVENTO xxx, e atribuído total provimento, para a finalidade de que seja julgada no mérito a referida ação; b) Em análise do mérito positiva à APELANTE, que a APELADA seja condenada a pagar a indenização no valor de R$ XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 7 QUESTÃO 1 Ana, menor impúbere, é filha de José e Maria, ambos com apenas 18 (dezoito) anos de idade, desempregados e recém-aprovados para ingresso na Faculdade de Direito Alfa. As respec�vas famílias do casal possuem considerável poder aquisi�vo, porém se recusam a ajudá-los no sustento da pequena Ana, em razão de desentendimentos recíprocos. Destaca-se, por fim, que todos os avós são vivos e exercem profissões de destaque. Com esteio na hipótese proposta, responda aos itens a seguir. A) Os avós são obrigados a prestar alimentos em favor de sua neta? Em hipótese posi�va, cuida-se de obrigação solidária? (Valor: 0,65) B) A ação de alimentos pode ser proposta por Ana, representada por seus pais, sem incluir necessariamente todos os avós no polo passivo da demanda? (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere pontuação. XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 8 100.000,00 (cem mil reais), sendo R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais e R$50.000,00(cinquenta mil reais), de indenização por danos estéticos. Requer, ainda, que a decisão vergastada não seja modificada para pior, haja vista o princípio da não reformatio in pejus. É o que confia poder esperar deste Proficiente Colegiado, em mais uma lição de DIREITO e realização da JUSTIÇA! 150 Termos que, Pede deferimento. Local xxx/Data xxx ADVOGADO OAB 01 A) Conforme previsto no Art. 1.698 CC, trata-se de alimentos suplementares. Os avós de Ana, são obrigados a oferecer 02 alimentos em favor da neta, uma vez que seus pais não tem condições econômicas suficientes para prover. Não se tratando 03 de obrigação solidária, conforme indica o Art. 264 do CC e, sim de obrigação subsidiária, sendo dividida entre os avós 04 maternos e paternos. 05 06 B) Sim, uma vez que a obrigação alimentar é suplementar é divisível e não há solidariedade, nesse caso, não há 07 litisconsórcio passivo necessário, conforme previsto no Art. 114 do CPC/15, e sim litisconsórcio facultativo, previsto no Art. 08 113 do CPC/15. Sendo assim, podendo ter a escolha por um dos avós. 09 10 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 9 QUESTÃO 2 Miguel e Joana, irmãos, figuram respec�vamente como locatário e fiadora em contrato de locação residencial celebrado com Antônio, no qual consta cláusula em que Joana renuncia ao bene�cio de ordem. Diante da ausência de pagamento dos valores acordados, Antônio promoveu ação de execução por �tulo extrajudicial em face de ambos os devedores. Miguel foi citado cinco dias úteis antes de Joana, sendo que o comprovante de citação de Joana foi juntado aos autos vinte dias úteis após o de Miguel. Diante do exposto, responda aos itens a seguir. A) Opostos embargos à execução por Joana, esta pleiteia que primeiro sejam penhorados os bens de Miguel. Deve ser acolhida essa alegação? (Valor: 0,50) B) O prazo para Miguel apresentar embargos à execução findou antes ou depois de iniciar o prazo para Joana embargar a execução? (Valor: 0,40) C) O prazo para oposição de embargos seria de 15 (quinze) dias, contados em dobro, se Miguel e Joana possuíssem advogados dis�ntos? (Valor: 0,35) 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere pontuação. XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 10 01 A) Não, uma vez que a cláusula em que Joana renunciou ao benefício de ordem, não a assiste direito de que 02 primeiro sejam penhorados os bens do afiançado, conforme previsto no Art. 828, inciso I, do CC e no Art. 794, § 03 3º, do CPC/15. 04 05 B) O prazo findou antes. O prazo para embargar, quando tiver mais de um executado, o embargo é contado a partir da 06 juntada do comprovante da citação. Sendo assim, o prazo para Miguel apresentar embargos terminou quinze dias 07 úteis após a juntada de seu comprovante de citação, que ocorreu antes da juntada do comprovante de citação de 08 Joana, conforme previsto no Art. 915, § 1º, do CPC/15. 09 10 C) Não. Conforme previsto no o Art. 915, § 3º, do CPC/15, não pode se aplicar o disposto no Art. 229 do CPC/15 11 em relação ao prazo para apresentar embargos à execução. 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 11 QUESTÃO 3 A sociedade empresária Y, de Porto Alegre, e a sociedade empresária X, com sede em Salvador e filial em São Paulo, ambas de grande porte, firmaram contrato de parceria para desenvolvimento de um programa de instalação de máquinas subterrâneas, que seguiu um modelo de instrumento contratual elaborado pela sociedade empresária X, com cláusula de eleição de foro em São Paulo, local de instalação das máquinas. Após os primeiros meses de relação contratual, contudo, as sociedades empresárias começaram a encontrar dificuldades para a realização dos serviços, de modo que a sociedade empresária X suspendeu o cumprimento de suas obrigações. Em razão disso, a sociedade empresária Y ajuizou ação de obrigação de fazer perante a Comarca de Porto Alegre, afirmando que a cláusula deeleição de foro, por estar con�da em contrato de adesão, não seria válida. Com base em tais afirma�vas, responda aos itens a seguir. A) É válida a eleição de foro constante do contrato firmado entre as sociedades empresárias Y e X? (Valor: 0,60) B) O juízo de Porto Alegre poderia reconhecer de o�cio sua incompetência? (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere pontuação. XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 12 29 30 01 A) É válida a cláusula de eleição de foro, a ação deverá tramitar perante a Comarca de São Paulo (Art. 63 do CPC/15), 02 inicialmente porque há paridade na relação contratual, uma vez que não se trata de relação consumerista, a afastar 03 a proteção prevista na Lei nº 8.078/90; e ainda que, embora seja possível decretar a nulidade de cláusula contida 04 em contrato de adesão em relações não consumeristas, conforme previsto no (Art. 424 do CC), apenas são nulas as 05 cláusulas que estipulem a renúncia antecipada a direito resultante da natureza do negócio, o que não é a hipótese 06 de criação de foro contratual. 07 08 B) Não, uma vez que trata-se de incompetência territorial, esta é relativa e não pode ser declinada de ofício pelo 09 magistrado conforme previstos nos Art. 64, § 1º, e Art. 65, ambos do CPC/15, devendo ser alegada em preliminar de 10 contestação , baseando-se no Art. 337, II, CPC/15. 11 12 13 14 15 16 17 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 13 QUESTÃO 4 Ronaldo tem um crédito de R$ 20.000,00 com Celso. O referido crédito foi proveniente de contrato de mútuo celebrado entre as partes, subscrito por duas testemunhas. Apesar do vencimento da obrigação, Celso não cumpre o avençado. Ronaldo propõe ação de execução para o adimplemento da obrigação, restando evidenciado que Celso efe�vamente doou seus dois únicos bens (automóveis) para Jorge antes da propositura da ação. De acordo com as informações constantes no caso, responda aos itens a seguir. A) É possível iden�ficar algum vício na doação dos bens (automóveis)? (Valor: 0,60) B) Indique o instrumento processual do qual Ronaldo pode se valer para permi�r que os bens doados possam ser expropriados na execução proposta. Fundamente a resposta com os disposi�vos legais per�nentes. (Valor: 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do disposi�vo legal não confere pontuação. XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 14 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 01 A) No caso, é possível identificar a fraude contra credores, conforme previsto no Art. 158 do CC, pois a doação 02 dos únicos bens reduz o devedor à insolvência. 03 04 B) ) Para que o credor prejudicado consiga perseguir os bens alienados em fraude contra credores, terá que se 05 valer de Ação Pauliana, prevista no Art. 161 do Código Civil, pois a doação ocorreu antes do ajuizamento da 06 execução. XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO– PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL – DIREITO CIVIL Página 15 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
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