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RESUMO: CIMENTO - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO O cimento quando é produzido não é constituído de um único mineral ou composto e essa variação afeta as características do produto, além do desempenho e uso na construção civil. Em relação à produção de cimento Portland é importante notar que as fábricas são sempre próximas às jazidas de calcário, que é uma das matérias primas. Geralmente utiliza-se 1,2 toneladas desse material junto à 0,6 tonelada de argila e mais corretivos (para balancear os componentes químicos da argila) para obter-se 1 tonelada de cimento. O objetivo da produção do cimento é ter uma composição química controlada e homogênea. Não admitindo-se variabilidade. As rochas de calcário são extraídas, passam pelo processo de britagem e são moídas até uma forma chamada de cru ou farinha (ficam com uma granulometria similar à areia - abaixo de 5 mm). Em seguida, ocorre o processo de homogeneização do cru a partir do Método de Chevron, que consiste em fazer camadas da matéria ao longo de um local e quando retira-se uma porção que inclui todas as camadas obtém-se uma amostra que tende a média (homogênea) e que tem a variabilidade reduzida. No que tange à nomenclatura, existe a Química do Cimento, a qual utiliza letras diferentes para referir-se à compostos químicos que possuem fórmulas extensas, tendo em vista que eles são vários no cimento e conforme o processo de produção vai se desenvolvendo eles vão se tornando mais complexos. O CaO, por exemplo, é representado apenas pelo C, o Al2O3, pelo A, dentre outros. No processo de transformação tem-se o aquecimento e a calcinação que resulta na formação do cimento. A primeira coisa a observar é que essa indústria otimizou bastante o processo de obtenção de energia a partir do calor: os gases que saem do forno de produção do cimento são recuperados em torres pelas quais a matéria prima passa antes de chegar no forno propriamente dito, além de passar também por um pré calcinador, com o objetivo de separar os óxidos elementares e eles serem capazes de formar novos minerais e consequentemente o cimento. Outro material necessário são combustíveis para geração de energia: eles passam pela reação de oxidação e liberam energia que é aproveitada no processo de transformação do clínquer. Em relação aos impactos ambientais da produção do cimento, a queima do carbonato de cálcio entre 700ºC e 900ºC emite CO2 e é preciso uma grande quantidade dessa matéria prima para que obtenha-se uma quantidade de óxido de cálcio significativa. Das 1,2 toneladas de CaCO3usadas para produzir-se 1 tonelada de cimento gera-se 0,528 toneladas de CO2, deixando evidente que a construção civil é responsável pela produção de uma quantidade relevante de gases do efeito estufa. A respeito das transformações que ocorrem no cimento elas ocorrem no forno rotativo. Nele o material vai sendo aquecido até a temperatura máxima de aproximadamente 1500ºC onde produz-se o clínquer, o qual é composto principalmente de silicato de cálcio, de aluminato de cálcio e de ferro aluminato de cálcio em diferentes proporções. Para saber se o clínquer foi formado da maneira correta são feitas análises do material em pó no microscópio. Em casos de cimentos “defeituosos” há impactos na reatividade e na quantidade de calor que vai ser liberado quando ocorre a hidratação. Por fim, o C3S (alita) constitui aproximadamente 40 a 70% do clínquer, é bastante reativo, contribui com o calor de hidratação do cimento e é importante para a resistência inicial da pasta de cimento endurecida. Já o C2S (belita) constitui aproximadamente 10 a 40% do clínquer, é menos reativo que a alita, contribui menos com o calor de hidratação e contribui para as resistências finais da pasta de cimento endurecida.
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