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Resumo ONG's privadas REVISADO

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AS ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAIS 
Autor 
As Organizações Não Governamentais (ONG’s), constituem um conjunto de entidades 
privadas, sem fins lucrativos, presentes no corpo integrante do Terceiro Setor. Este setor, por 
sua vez, é descrito como um conjunto de entidades privadas sem fins lucrativos atuantes na 
sociedade civil em espaços onde o Primeiro Setor (Estado) não consegue alcançar1. Segundo a 
revista Exame (2019), as ONG’s chegam a movimentar mais de US$1 trilhão em investimentos 
no mundo, sendo seus investimentos em território brasileiro responsáveis por cerca de 1,5% do 
PIB. 
Seu surgimento teve início em anos de regime militar no Brasil, por volta da década de 1930 
até 1970, acompanhando um período em que a modernização brasileira e uma nova sociedade 
organizada começaram a ganhar espaços2. Assim, sua consolidação e construção se deu por 
meio do fortalecimento de ideais calcados em associações civis que buscavam promover apoio 
à sociedade. Além disso, 
as ONGs surgiram, então, como uma alternativa de resolução dos problemas que 
começaram a ser percebidos por fomentadores, que viram seus investimentos serem 
direcionados a administrações públicas que se mostraram, algumas vezes, sob a 
perspectivas destes, incompetentes, na medida em que os recursos eram utilizados em 
atividades diversas para os quais estavam previstos3. 
As áreas de atuação desses tipos de organização são diversas e vão desde à educação até aos 
movimentos sociais de massa e proteção às minorias. Nesse sentido, o público assistido pelas 
Organizações Não-Governamentais é bem amplo, incluindo como beneficiários associações, 
sindicatos, grupos religiosos, moradores de rua, crianças e adolescentes, mulheres em situação 
de violência doméstica, entre outros4. 
Assinala-se que: 
 
1 SILVEIRA, Ricardo Vanzin. Constituição Jurídica das Organizações Não-Governamentais. Disponível em: < 
https://www.univates.br/media/graduacao/direito/CONSTITUICAO_JURIDICA_DAS_ORGANIZACOES.pdf 
> Acesso em 15 de jun. de 2021 
2 Takeshy, T. Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor - Criação de ONGs e Estratégias de Atuação. 
Grupo GEN, 2019. 9788597022186. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597022186/. Acesso em: 15 Jun 2021 
3 SILVEIRA, Ricardo Vanzin. Constituição Jurídica das Organizações Não-Governamentais. Disponível em: < 
https://www.univates.br/media/graduacao/direito/CONSTITUICAO_JURIDICA_DAS_ORGANIZACOES.pdf 
> Acesso em 15 de jun. de 2021 
4 Takeshy, T. Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor - Criação de ONGs e Estratégias de Atuação. 
Grupo GEN, 2019. 9788597022186. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597022186/. Acesso em: 15 Jun 2021 
https://www.univates.br/media/graduacao/direito/CONSTITUICAO_JURIDICA_DAS_ORGANIZACOES.pdf
https://www.univates.br/media/graduacao/direito/CONSTITUICAO_JURIDICA_DAS_ORGANIZACOES.pdf
Essa pluralidade indica tendências que se foram afirmando sobretudo através da 
segunda metade dos anos 1980, com o crescimento na sociedade brasileira de novos 
movimentos sociais e sujeitos coletivos. As ONGs ao mesmo tempo refletem esse 
processo e representam um papel, por meio de sua intervenção, na construção desses 
movimentos e grupos sociais diversificados. Como se viu, essa intervenção que 
contempla a diversidade traz, ao mesmo tempo, a marca dos valores universalizantes 
da cidadania5. 
 
Juridicamente, ressalta-se que o termo ONG não é tratado diretamente pelo ordenamento 
jurídico brasileiro, exigindo dos julgadores e dos organizadores certo nível de interpretação no 
momento em que estão decidindo ações relacionadas a esse tipo de organização. Entretanto, 
essa modalidade de sociedade civil é prevista pelo Código Civil de 2002 como sendo 
instituições de Direito Privado sem fins econômicos, enquadrando-se na legislação referente a 
esse tipo de organização (Associações ou Fundações)6. 
Observe o artigo 44 do Código Civil (grifo nosso): 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada 
§ 1 o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das 
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento 
ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
§ 2 o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às 
sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. 
§ 3 o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em 
lei específica. 
Destaca-se que: 
De uma maneira geral, a diferença fundamental entre as associações e as fundações, 
portanto, é o patrimônio inicial. Enquanto nas primeiras predomina o elemento 
pessoal – constituindo-se por um agrupamento das pessoas físicas que o compõem -, 
 
5 Takeshy, T. Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor - Criação de ONGs e Estratégias de Atuação. 
Grupo GEN, 2019. 9788597022186. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597022186/. Acesso em: 15 Jun 2021 
6 SANTINI, Marina. Aspectos Jurídicos para a Criação de uma ONG. Disponível em < 
https://marinasantini.jusbrasil.com.br/artigos/467515156/aspectos-juridicos-para-a-criacao-de-uma-ong-
organizacao-nao-governamental> Acesso em 15 de jun. de 2021 
https://marinasantini.jusbrasil.com.br/artigos/467515156/aspectos-juridicos-para-a-criacao-de-uma-ong-organizacao-nao-governamental
https://marinasantini.jusbrasil.com.br/artigos/467515156/aspectos-juridicos-para-a-criacao-de-uma-ong-organizacao-nao-governamental
nas fundações, a pessoa jurídica organiza-se em torno do patrimônio destinado à 
consecução dos fins sociais7 
Observe também a conceituação do termo associações feita pelo mesmo Código: “Art. 53. 
Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos.” 
Para que uma associação seja legalmente constituída, é necessário que seus representantes 
confeccionem um Estatuto Social, cuja definição é: “um conjunto de cláusulas contratuais que 
relaciona a Entidade com os seus fundadores, dirigentes e associados, atribuindo-lhes direitos 
e obrigações entre si.”8 Nesse estatuto, deve estar contido diversos elementos, sob pena de 
nulidade, elencados no artigo 54 do nosso Código Civil. Importante ressaltar que sua formação 
deve ser feita através de uma Comissão de Redação especial para essa função, a qual estará 
responsável por sua formulação e apresentação da proposta de um Estatuto que possa definir 
bem o que a Organização pretende realizar no campo social. Após a criação do Estatuto Social, 
existe, ainda, diversos outros passos a serem seguidos para que a ONG seja criada. 
Observe o artigo 45 do Código Civil: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as 
alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo Único – Decai em 3 (três) anos 
o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito 
do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
 
Nesse sentido, conclui-se que é importante que a ONG seja legalmente constituída, seguindo 
os parâmetros legais, para ser plenamente válida e para adquirir sua personalidade jurídica. De 
modo geral, é necessário que seu estatuto Social seja registrado, bem como sua Ata de 
Fundação. Após tal registro, a fundação adquire a capacidade plena de direito, podendo praticar 
atos jurídicos através de seus representantes, como contratar, empregar, fazer grandes compras, 
arrecadar doações, etc. 
 
 
7 ROSITO, Carlo;TIMM, Luciano Benetti. O Terceiro Setor: aspectos de direito privado. In: CARVALHO, 
Cristiano; PEIXOTO, Marcelo Magalhães. Aspectos Jurídicos do Terceiro Setor. São Paulo: IOB Thompson, 
2005. p. 75-97. 
8 SANTINI, Marina. Aspectos Jurídicos para a Criação de uma ONG. Disponível em < 
https://marinasantini.jusbrasil.com.br/artigos/467515156/aspectos-juridicos-para-a-criacao-de-uma-ong-
organizacao-nao-governamental> Acesso em 15 de jun. de 2021 
https://marinasantini.jusbrasil.com.br/artigos/467515156/aspectos-juridicos-para-a-criacao-de-uma-ong-organizacao-nao-governamental
https://marinasantini.jusbrasil.com.br/artigos/467515156/aspectos-juridicos-para-a-criacao-de-uma-ong-organizacao-nao-governamental

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