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Aula 5 - Princípios do Direito Ambiental

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Princípios do 
Direito Ambiental
• Princípios jurídicos são uma espécie de fonte do direito. São padrões
juridicamente vinculantes sobre as ideias de justiça e direito.
• Eles são enunciados que corporificam os valores de um sistema jurídico.
Sua abrangência vai desde a inspiração para a construção de novas
normas até a interpretação e aplicação delas.
• No sistema jurídico brasileiro há princípios gerais e princípios específicos
para cada ramo do direito. Os gerais se aplicam a qualquer área, já os
específicos a áreas determinadas.
• Como exemplo de princípios gerais temos o Princípio da dignidade da
pessoa humana.
• No direito ambiental, temos os seguintes princípios:
• Princípio do desenvolvimento sustentável;
• Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como
direito/dever fundamental da pessoa humana;
• Princípio da equidade intergeracional;
• Princípio da natureza pública da proteção ambiental;
• Princípios da precaução e da Prevenção;
• Princípio da consideração da variável ambiental no processo
decisório de políticas de desenvolvimento;
• Princípio do poluidor-pagador;
• Princípio do usuário-pagador;
• Princípio do protetor-recebedor;
• Princípio da função socioambiental da propriedade;
• Princípio da participação comunitária;
• Princípio da cooperação entre os povos;
• Princípio da proibição de retrocesso ambiental;
• Princípio do Desenvolvimento Sustentável
• Origem no Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), de 1987.
• Materializada no Princípio 4 da Declaração do Rio de 1992.
• “O desenvolvimento sustentável é aquele que permite usar os
recursos naturais em benefício das presentes gerações sem,
entretanto, comprometer o uso desses mesmos recursos pelas
futuras gerações.”
• Necessário que se divida a questão em dois pontos:
• i) – Desenvolvimento é um processo progressivo que eleva o nível de vida
e o bem-estar de uma sociedade, tendo em vista a harmonização dos
fatores econômicos, sociais, culturais e políticos que lhe dizem respeito.
• Desenvolvimento que merece o nome é integral, não pode ser reduzido a
mero crescimento econômico; este produz por produzir e para ser
consumido. Confundi-los é um grave equívoco, com perigosos desvios na
formulação de políticas de desenvolvimento e meio ambiente;
• ii) sustentável traduz a necessidade permanente de ter, na sua
base, um suporte que possa garantir o processo em andamento,
sem colapsos nem hiatos comprometedores. Esse suporte constitui-
se de vários fatores conjugados: recursos físicos (natureza),
financeiros (capital) e humanos (tecnologia).
• O que pesa é a sustentabilidade ecológica, econômica, social e
política. É esse conjunto de requisitos que forma a sustentabilidade
ambiental, tão desejada e tão comprometida e sabotada.
• Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito/dever
fundamental da pessoa humana
• O reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio configura-se, na verdade,
como extensão do direito à vida, quer sob o enfoque da própria existência física e
saúde dos seres humanos, quer quanto ao aspecto da dignidade dessa existência –
a qualidade de vida –, que faz com que valha a pena viver.
• O direito não é o de garantir a conservação absoluta dos recursos ambientais, pois
se admite que haja intervenção no meio ambiente, desde que o equilíbrio mínimo
seja preservado. Será, portanto, inconstitucional qualquer instrumento normativo que
desconsidere essa preservação mínima”
• Princípio da equidade intergeracional
• Busca assegurar a solidariedade da presente geração em relação às
futuras, para que também estas possam usufruir, de forma sustentável,
dos recursos naturais.
• E assim sucessivamente, enquanto a família humana e o planeta Terra
puderem coexistir pacificamente.
• Relatório Planeta Vivo 2016, da Rede WWF, mostra que estamos
vivendo além de nossas possibilidades, alimentando-nos de porções
que pertencem às gerações ainda não nascidas
• Princípio da natureza pública da proteção ambiental
• o meio ambiente um valor a ser necessariamente assegurado e
protegido para uso de todos ou, como queiram, para fruição humana
coletiva;
• o reconhecimento do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado não resulta em nenhuma prerrogativa privada, mas apenas
na fruição em comum e solidária do mesmo ambiente com todos os
seus bens.
• Princípios da prevenção e da precaução
• Há juristas que se referem ao princípio da prevenção, enquanto outros reportam-se
ao princípio da precaução. Há, também, os que usam ambas as expressões,
supondo ou não diferença entre elas.
• Princípio da prevenção
• quando o perigo é certo e quando se tem elementos seguros para afirmar que uma
determinada atividade é efetivamente perigosa.
• Na prática, o princípio da prevenção tem como objetivo impedir a ocorrência de
danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas acautelatórias, antes da
implantação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras.
• por exemplo, de indústria geradora de materiais particulados que pretenda
instalar-se em zona industrial já saturada, cujo projeto tenha exatamente o
condão de comprometer a capacidade de suporte da área. À evidência, em
razão dos riscos de antemão conhecidos, outra não pode ser a postura da
autoridade ambiental que não a de – em obediência ao princípio da prevenção –
negar a pretendida licença.
• Princípio da precaução
• A invocação do princípio da precaução é uma decisão a ser tomada quando a
informação científica é insuficiente, inconclusiva ou incerta e haja indicações de que
os possíveis efeitos de determinadas intervenções sobre o ambiente, a saúde das
pessoas ou dos animais ou a proteção vegetal possam ser potencialmente perigosos
e incompatíveis com o nível de proteção escolhido.
• Exemplos de situações que invocam esse princípio: quando se discutem questões
como o aquecimento global, a engenharia genética e os organismos geneticamente
modificados, a clonagem, a exposição a campos eletromagnéticos gerados por
estações de radiobase
• “O motivo para a adoção de um posicionamento dessa natureza é simples: em muitas situações,
torna-se verdadeiramente imperativa a cessação de atividades potencialmente degradadoras do
meio ambiente, mesmo diante de controvérsias científicas em relação aos seus efeitos nocivos.
Isso porque, segundo se entende, nessas hipóteses, o dia em que se puder ter certeza absoluta
dos efeitos prejudiciais das atividades questionadas, os danos por elas provocados no meio
ambiente e na saúde e segurança da população terão atingido tamanha amplitude e dimensão que
não poderão mais ser revertidos ou reparados – serão já nessa ocasião irreversíveis”
• Princípio da consideração da variável ambiental no
processo decisório de políticas de desenvolvimento
• Esse princípio diz com a elementar obrigação de se levar em conta a
variável ambiental em qualquer ação ou decisão – pública ou privada –
que possa causar algum impacto negativo sobre o meio. Em
contraposição, se há de procurar o maior incremento possível de
qualidade ambiental mediante impactos positivos.
• Princípio do poluidor-pagador
• se inspira na teoria econômica de que os custos sociais externos que acompanham o
processo produtivo (v.g., o custo resultante dos danos ambientais) precisam ser
internalizados, vale dizer, que os agentes econômicos devem levá-los em conta ao
elaborar os custos de produção e, consequentemente, assumi-los.
• Busca-se, no caso, imputar ao poluidor o custo social da poluição por ele gerada,
engendrando um mecanismo de responsabilidade por dano ecológico, abrangente
dos efeitos da poluição não somente sobre bens e pessoas, mas sobre toda a
natureza. Em termos econômicos, é a internalização dos custos externos.
• O princípio não objetiva, por certo, tolerar a poluição mediante um preço,
nem se limita apenas a compensar os danos causados, mas sim,
precisamente, evitar o dano ao ambiente.• o pagamento pelo lançamento de efluentes, por exemplo, não alforria
condutas inconsequentes, de modo a ensejar o descarte de resíduos fora
dos padrões e das normas ambientais. A cobrança só pode ser efetuada
sobre o que tenha respaldo na lei, sob pena de se admitir o direito de
poluir. Trata-se do princípio poluidor-pagador (poluiu, paga os danos), e
não pagador-poluidor (pagou, então pode poluir).
• Princípio do usuário-pagador
• o princípio do usuário-pagador pode parecer uma reduplicação do seu congênere, o
princípio do poluidor-pagador. Na realidade são diferentes e, de algum modo,
complementares.
• O poluidor que paga, é certo, não paga pelo direito de poluir: esse “pagamento”
representa muito mais uma sanção, tem caráter de punição e assemelha-se à obrigação
de reparar o dano. Não confere direito ao infrator. De outro lado, o usuário que paga,
paga naturalmente por um direito que lhe é outorgado pelo Poder Público competente,
como decorrência de um ato administrativo legal (que, às vezes, pode até ser
discricionário quanto ao valor e às condições);
• o pagamento não tem qualquer conotação penal, a menos que o uso adquirido por direito
assuma a figura de abuso, que contraria o direito.
• É importantíssimo criar uma mentalidade objetiva a respeito
deste princípio do usuário-pagador, porquanto o uso dos
elementos naturais e o usufruto do patrimônio ambiental
(nacional, estadual ou municipal) podem afetar o interesse
social maior, que é o grande referencial do bem trazido para o
uso dos interessados.
• Princípio do protetor-recebedor
• O objetivo do princípio, então, é evitar que o “custo zero” dos serviços e
recursos naturais acabe por conduzir o sistema de mercado à
hiperexploração do meio ambiente.
• se esteia na ideia fundamental de que não basta punir as condutas
ambientalmente danosas para preservar com eficácia o meio ambiente,
sendo mais produtivo recompensar as virtuosas.
• ao invés de coibir a geração de externalidades negativas no processo
produtivo, incentivar-se-iam as positivas por meio de normas promocionais.
• Trata-se, com efeito, sob uma perspectiva própria do sistema
capitalista, de mecanismo criado justamente para evitar que a
degradação do meio ambiente e a escassez dos recursos naturais
acarretem prejuízos econômicos e, até mesmo, inviabilizem alguns
processos produtivos.
• A lógica desse mecanismo, que se convencionou chamar de
Pagamentos por Serviços Ambientais- PSA, consiste em aporte de
incentivos e recursos, de origem pública e/ou privada, para aqueles que
garantem a produção e a oferta do serviço e/ou produto obtido direta ou
indiretamente da natureza.
• Ex: produtores de água do município de Extrema, no sul de Minas
Gerais. A prefeitura daquela localidade, inspirada no Projeto Produtor
de Água, da Agência Nacional de Águas- ANA, instituiu programa para
remunerar os proprietários rurais ribeirinhos que adotassem práticas
preservacionistas dos mananciais da bacia do Rio Jaguari, sub-bacia
hidrográfica das Posses59, que abastece o Sistema Cantareira,
fornecendo água à cidade de São Paulo.
Poluidor-Pagador Usuário-Pagador Protetor-Recebedor
Visa a coibir a geração de 
externalidades negativas no processo 
produtivo, impondo ao poluidor incluir 
no preço final dos produtos as 
despesas com a recuperação do meio 
ambiente
(p. ex., a exigência de disponibilização 
de um precipitador eletrostático para 
controle de emissões atmosféricas em 
certa unidade industrial)
É um mecanismo de assunção 
partilhada da responsabilidade social 
pelos custos ambientais derivados da 
atividade econômica, busca imputar 
ao usuário a obrigação de contribuir 
pela utilização de recursos ambientais 
(p. ex., o pagamento pelo uso da água 
numa atividade agrossilvipastoril)
Objetiva premiar as ações virtuosas 
para reverter os processos de 
destruição e utilização desenfreados 
dos bens da natureza 
(p. ex., a instituição de uma Reserva 
Particular do Patrimônio Natural-
RPPN, com vistas apenas à isenção de 
imposto territorial rural- ITR e 
preferência em financiamentos 
públicos)
caráter repressivo-retributivo caráter repressivo-retributivo índole meramente compensatória
• Princípio da função socioambiental da propriedade
• O direito à propriedade é um direito fundamental, garantido pela Constituição no art. 5º.
• Mas, isso não significa que o exercício do direito de propriedade tem que ser ilimitado e
irrestrito.
• Seu uso será condicionado ao bem-estar social e à defesa do meio ambiente.
• É com base nesse princípio que se tem sustentado, por exemplo, a possibilidade de
imposição ao proprietário rural do dever de recomposição da vegetação em áreas de
preservação permanente e reserva legal, mesmo que não tenha sido ele o responsável
pelo desmatamento, pois é certo que tal obrigação possui caráter real – propter rem –,
isto é, uma obrigação que se prende ao titular do direito real, seja ele quem for, bastando
para tanto sua simples condição de proprietário ou possuidor.
• Princípio da participação comunitária
• O princípio da participação comunitária, que não é exclusivo do Direito Ambiental,
expressa a ideia de que, para a resolução dos problemas do ambiente, deve ser
dada especial ênfase à cooperação entre o Estado e a sociedade, por meio da
participação dos diferentes grupos sociais na formulação e na execução da política
ambiental. Isso vale para os três níveis da Administração Pública.
• Exemplo concreto de aplicação desse princípio é a garantia, estabelecida por lei, de
realização de audiências públicas no curso de processos de licenciamento ambiental
que demandem a realização de estudos prévios de impacto ambiental
• Princípio da cooperação entre os povos
• uma das áreas de interdependência entre as nações é a relacionada com a proteção
do ambiente, uma vez que as agressões a ele infligidas nem sempre se
circunscrevem aos limites territoriais de um único país, espraiando-se também, não
raramente, a outros vizinhos (por exemplo, a chuva ácida produzida pela indústria do
norte dos Estados Unidos afeta rios e lagos no Canadá; a poluição do mar em certo
ponto, levada pelas correntes marinhas, pode afetar as cadeias da vida muito longe
dali) ou ao ambiente global do Planeta (por exemplo, emissão indiscriminada de
poluentes atmosféricos, provocadores do conhecido “efeito estufa”).
• O meio ambiente não conhece fronteiras, embora a gestão de recursos naturais
possa – e, às vezes, deva – ser objeto de tratados e acordos bilaterais e multilaterais.
• Princípio da proibição de retrocesso ambiental
• A proibição de retrocesso em matéria ambiental se preordena a
garantir que no evoluir do tempo – e da edição de novas normas e de
sua aplicação – se mantenha o piso de garantias constitucionalmente
postas ou se avance na proteção do meio ambiente.

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