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Tema 9 • Calor e temperatura Suplemento de reviSão • FÍSiCA R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Suplemento de reviSão • FÍSiCA Calor e temperatura Em 1592, Galileu Galilei criou uma versão simples de um termômetro, o termoscópio a ar. A construção de modelos mais elaborados levaria mais 150 anos. Em meados do século XVIII, já estavam estabelecidas as escalas termométricas usadas hoje. Agora, vamos revisar a conversão entre as escalas termométricas e a diferença entre os conceitos de calor e temperatura. 9 TEMA Diferença entre calor e temperatura A temperatura é uma grandeza macroscópica, rela- cionada ao grau de agitação das moléculas de um corpo (grandeza microscópica, inobservável). Calor é o nome dado à energia térmica em trânsito de um corpo de maior temperatura a outro, de menor temperatura, quando postos em contato, até que ambos atinjam o equilíbrio térmico. e .r . d e g g in g e r /p h o to s e a c h e r s /l at in s to c k d r r ay c la r k (F r p s ) & M e r v y n d e c a lc in a - g o FF (F r p s )/s c ie n c e p h o to l ib r a r y /l at in s to c k s Termômetro de máxima e mínima, que indiretamente está medindo o grau de agitação das moléculas do ar ambiente. s Fotografia térmica mostrando cores diferentes em regiões com diferentes temperaturas. Há transferência de calor das regiões mais quentes (avermelhadas) para as mais frias (verdes e azuladas). A transferência cessa apenas quando a temperatura de ambas se torna igual. Escalas termométricas Pontos fixos Para graduar uma escala termométrica, necessitamos de duas referências, chamadas de pontos fixos. As mais comuns são o ponto do gelo (temperatura de fusão do gelo, sob pressão normal) e o ponto do vapor (temperatura de ebulição da água, sob pressão normal). Escalas mais utilizadas Nomes e respectivas temperaturas dos pontos fixos: Ponto do gelo Ponto do vapor Celsius 0 wC 100 wC Fahrenheit 32 wF 212 wF Kelvin 273 K 373 K Conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit: 5 9 32J JC F= - Celsius e Kelvin: JC = TK - 273 Variação de temperatura A variação de temperatura SJ de um sistema é dada pela diferença entre o valor final J2 e o valor inicial J1: SJ = J2 - J1 A relação entre as variações de temperatura expressas em Celsius e Fahrenheit é dada por: 5 9 SJ SJC F= Tipos de termômetro Os diversos tipos de termômetros se diferenciam pela grandeza termométrica. O termômetro clínico, por exem- plo, mede a dilatação de uma coluna de mercúrio no interior de um bulbo de vidro. Já um termômetro de lâmina bime- tálica (fig. 1) funciona com base na diferença de dilatação entre os dois metais que compõem a lâmina. Jo h n ia c o n o /s p o r ts il lu s tr at e d /g e tt y iM a g e s Figura 1 A lâmina bimetálica no interior desse termômetro tem a forma de uma espiral cuja ponta está afixada na seta do mostrador. Conforme os dois materiais são aquecidos, dilatam-se de maneiras diferentes, e a lâmina se curva para o lado do material que sofre maior dilatação; assim, o ponteiro gira no sentido horário. 8484 PDF-ALTA-084-089-MPFSR-TM09-M.indd 84 7/28/15 4:29 PM Tema 9 • Calor e temperatura tema 9 • Calor e temperatura R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . NO VESTIBULAR 1 (Vunesp) Quando uma enfermeira coloca um termô- metro clínico de mercúrio sob a língua de um paciente, por exemplo, ela sempre aguarda algum tempo antes de fazer a sua leitura. Esse intervalo de tempo é necessário: a) para que o termômetro entre em equilíbrio térmico com o corpo do paciente. b) para que o mercúrio, que é muito pesado, possa subir pelo tubo capilar. c) para que o mercúrio passe pelo estrangulamento do tubo capilar. d) devido à diferença entre os valores do calor espe- cífico do mercúrio e do corpo humano. e) porque o coeficiente de dilatação do vidro é dife- rente do coeficiente de dilatação do mercúrio. 2 (UEPB) Numa aula de Física, um aluno é convocado a explicar fisicamente o que acontece quando um pedaço de ferro quente é colocado dentro de um recipiente de água fria. Ele declara: “O ferro é quente porque contém muito calor. A água é mais fria que o ferro porque contém menos calor que ele. Quando os dois ficam juntos, parte do calor contido no ferro passa para a água, até que eles fiquem com o mesmo nível de calor... e aí eles ficam em equilíbrio”. Tendo como referência as declarações do aluno e considerando os conceitos cientificamente corretos, analise as seguintes proposições: I. Segundo o conceito atual de calor, a expressão “O ferro é quente porque contém muito calor” está errada. II. Em vez de declarar: “... parte do calor contido no ferro passa para a água”, o aluno deveria dizer que “existe uma transferência de temperatura entre eles”. III. “... até que eles fiquem com o mesmo nível de calor... e aí eles ficam em equilíbrio” é correto, pois quando dois corpos atingem o equilíbrio térmico seus calores específicos se igualam. Assinale a alternativa correta: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas a proposição I é verdadeira. c) Apenas a proposição II é verdadeira. d) Apenas a proposição III é verdadeira. e) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. 3 (Enem) Em nosso cotidiano, utilizamos as palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de como elas são usadas no meio científico. Na linguagem corrente, calor é identificado como “algo quente” e temperatura mede a “quantidade de calor de um corpo”. Esses sig- nificados, no entanto, não conseguem explicar diversas situações que podem ser verificadas na prática. Do ponto de vista científico, que situação prática mos- tra a limitação dos conceitos corriqueiros de calor e temperatura? a) A temperatura da água pode ficar constante du- rante o tempo em que estiver fervendo. b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para verificar a temperatura da água. c) A chama de um fogão pode ser usada para aumen- tar a temperatura da água em uma panela. d) A água quente que está em uma caneca é passada para outra caneca a fim de diminuir sua temperatura. e) Um forno pode fornecer calor para uma vasilha de água que está em seu interior com menor tempe- ratura do que a dele. O intuito da enfermeira é o de medir a temperatura do corpo do paciente. Para isso, o termômetro e o corpo precisam entrar em equilíbrio térmico, fenômeno que acontece quando ambos exibem mesmo valor de temperatura e leva certo intervalo de tempo para ocorrer. Alternativa a. Ex er cí ci o 1 I. Correta. Geralmente, os alunos confundem os conceitos de calor e temperatura. O calor é energia em trânsito, ou seja, é a energia térmica que é transferida de um corpo para o outro. No entanto, a temperatura é uma grandeza associada ao grau de agitação das partículas que constituem o material em estudo. II. Incorreta. A transferência é de energia térmica, o que provoca uma variação de temperatura. III. Incorreta. Aqui o aluno pode confundir os conceitos de energia em trânsito (calor) e calor específico. Alternativa b. Ex er cí ci o 2 Se a temperatura medisse a quantidade de calor de um corpo, este mudaria de temperatura ao receber calor. Durante a ebulição, a água recebe calor, e sua temperatura permanece constante. O que mostra que as duas grandezas não podem ser vistas como algo equivalente, como habitualmente as pessoas confundem no cotidiano. Alternativa a. Ex er cí ci o 3 85 PDF-ALTA-084-089-MPFSR-TM09-M.indd 85 7/28/15 4:29 PM Suplemento de reviSão • FÍSiCA R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 4 (OBF) Contando apenas comum termômetro graduado na escala Fahrenheit, uma mãe verificou que seu bebê estava a uma temperatura de 100,4 wF. A temperatura do bebê em Celsius é: a) 37,5 wC c) 38,5 wC e) 39,5 wC b) 38,0 wC d) 39,0 wC 5 (FMTM-MG) Normalmente, o corpo humano come- ça a “sentir calor” quando a temperatura ambiente ultrapassa a marca dos 24,0 wC. A partir daí, para manter seu equilíbrio térmico, o organismo passa a eliminar o calor através do suor. Se a temperatura corporal subir acima de 37,0 wC, é caracterizada como hipertermia e abaixo de 35,0 wC, hipotermia. Se a temperatura de uma pessoa com hipertermia variar de 37,3 wC para 39,3 wC, esta variação nas escalas Fahrenheit (wF) e Kelvin (K) será, respectivamente, de: a) 1,8 e 1,8 d) 2,0 e 3,6 b) 1,8 e 2,0 e) 3,6 e 2,0 c) 2,0 e 2,0 6 (Fatec-SP) O gráfico abaixo relaciona as escalas termo- métricas Celsius e Fahrenheit. 0 100 212 32 JF ( oF) JC ( oC) Um termômetro graduado na escala Celsius indica uma temperatura de 20 wC. A correspondente indicação de um termômetro gra- duado na escala Fahrenheit é: a) 22 wF c) 68 wF e) 222 wF b) 50 wF d) 80 wF 7 (Unirio-RJ) O nitrogênio, à pressão de 1,0 atm, conden- sa-se a uma temperatura de -392 graus numa escala termométrica X. O gráfico representa a correspondên- cia entre essa escala e a escala K (Kelvin). Em função dos dados apresentados no gráfico, podemos verificar que a temperatura de condensação do nitrogênio, em kelvins, é dada por: a) 56 c) 100 e) 273 b) 77 d) 200 0 oX K373273 200 8 (UFMT) Comparando-se a escala X de um termômetro com a escala Celsius, obtém-se o gráfico abaixo, de correspondência entre as medidas. 0 oC oX 60 95 –5 Observando o gráfico, concluímos que: I. para a temperatura de fusão de gelo, o termômetro desconhecido marca -5 wX. II. nos vapores de água em ebulição, o termômetro desconhecido marca aproximadamente 162 wX. III. a relação de conversão entre as escalas X e Celsius é JC = 0,6JX + 3. Dessas afirmações: a) todas estão corretas. b) apenas a I e a II estão corretas. c) apenas a I e a III estão corretas. d) apenas a II e a III estão corretas. e) todas estão incorretas. 9 (Mackenzie-SP) A diferença entre as temperaturas de ebulição do álcool etílico e do éter etílico, sob pressão de 1,0 atm, é 78,0 wF. Sabendo-se que a temperatura de ebulição desse éter é 35,0 wC, conclui-se que a tempe- ratura de ebulição desse álcool é: a) 8,3 wC b) 35,3 wC c) 43,3 wC d) 78,3 wC e) 105,4 wC 10 (Cefet-GO) Um medidor de temperatura importado dos Estados Unidos da América, utilizado para registrar a temperatura da água em alguns motores próprios para aviões, possui uma escala de temperatura em graus Fahrenheit (ver figura). Nesta escala, a temperatura do gelo fundente é considerada igual a 32 wF e a tempera- tura da água em ebulição igual a 212 wF. Se uma outra escala em graus Celsius fosse adicionada ao instrumento, quais seriam as novas marcações, com precisão inteira, em ordem crescente, correspondentes às marcações numeradas da escala original? ºF 140 WATER TEMP. 180 220 260 300 a) 50 wC / 82 wC / 105 wC / 127 wC / 149 wC b) 60 wC / 82 wC / 104 wC / 127 wC/ 149 wC c) 50 wC / 82 wC / 104 wC / 127 wC / 149 wC d) 60 wC / 80 wC / 100 wC / 130 wC / 150 wC e) 60 wC / 83 wC / 105 wC / 126 wC / 148 wC 86 PDF-ALTA-084-089-MPFSR-TM09-M.indd 86 7/28/15 4:29 PM tema 9 • Calor e temperatura R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Ex er cí ci o 4 A partir do enunciado, JF = 100,4 wF. Então: ] , 9 32 5 9 100 4 32 5 J J JF C C- = - = ` JC 5 38,0 oC Alternativa b. Do enunciado, temos: SJC = 39,3 - 37,3 = 2 wC Como 5 9 5 2 9 SJ SJ ] SJC F F= = ` SJF 5 3,6 wF A escala absoluta Kelvin, assim como a escala Celsius, está dividida em cem unidades entre o ponto do gelo e o do vapor. Logo, para cada variação de 1 wC, teremos uma variação de 1 K. Isso nos faz concluir que: SJ = 2 K Alternativa e. Ex er cí ci o 5 Podemos resolver o problema a partir da semelhança de triângulos extraída do gráfico. 212 32 32 100 20 180 32 5 1 5 180 32 J ] J ] JF F F- - = - = = + ` JF 5 68 wF Alternativa c. 10020 JF _ 32 212 _ 32 Ex er cí ci o 6 De acordo com o gráfico, podemos construir a seguinte figura: em que T corresponde à temperatura na escala Kelvin. )392T T 373 273 273 200 0 100 273 200 392]- - = - - = (0 - - ` T 5 77 K Alternativa b. 200 0 –392 373 273 K T oX Ex er cí ci o 7 I. Correta. É imediata, a partir da leitura do gráfico. No ponto de fusão do gelo, temos JC 5 0 wC, que corresponde a -5 wX. II. Correta. No ponto de vapor da água, temos: JC = 100 wC Substituindo na equação, temos: 100 = 0,6JX + 3 ` JX 7 162 wX III. Correta. A equação de conversão encontrada na resolução do item II coincide com a apresentada no item III. Alternativa a. )5 )560 0 0 60 100 5J ] J J ]C X C X- - = = +(J - - (95 - - ] JC 5 ( ) 100 60 5JX + ] JC 5 0,6JX 1 3 95 25 60 0 wC Jc Jx oX Ex er cí ci o 8 Do enunciado, temos: SJF = Jálcool - Jéter = 78,0 wF Como: , 9 5 9 78 0 5 SJ SJ ] SJF C C= = ` SJC = 43,3 wC Encontramos: Jálcool - 35,0 wC = 43,3 wC ] Jálcool = 78,3 wC Alternativa d. Ex er cí ci o 9 Para converter Fahrenheit em Celsius, usamos a expressão 5 9 32J JC F= - Substituindo os valores indicados na figura na expressão acima, obtemos, respectivamente: 60 wC; 82,2 wC; 104,4 wC; 126,7 wC; 148,9 wC Arredondando para o inteiro mais próximo, obtemos os valores indicados na alternativa b. Ex er cí ci o 10 87 PDF-ALTA-084-089-MPFSR-TM09-M.indd 87 7/28/15 4:29 PM Suplemento de reviSão • FÍSiCA R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 11 (UFTM-MG) Cientistas propõem canos no oceano contra aquecimento Dois dos principais ecologistas da Grã-Bretanha acreditam que é hora de desenvolver uma solução técnica rápida para mudanças climáticas. Com o uso de tubos verticais gigantescos, as águas da superfície e das profundezas do mar seriam misturadas para fertilizar algas, que absorveriam CO2 da atmosfera. 3 ºC 30 ºC Válvula Flutuador Tubo Em meio ao oceano, o tubo vertical oscila verti- calmente de tal forma que, em seu movimento des- cendente, abre-se uma válvula que captura água das profundezas. O fluxo de água é garantido cada vez que o tubo oscila. As águas frias do fundo do mar são ricas em nutrientes. Para promover a mistura da água, os canos flutuariam livremente, criando um fluxo de água de 100 a 200 metros de profundidade para a superfície. Uma das formas de vida que podem se beneficiar do uso dos oceanos é o salp, um micro-organismo que excreta carbono em fezes que se depositam no fundo do mar, talvez armazenando carbono lá, por milênios. Outra vantagem de diminuir a temperatura das águas na superfície em regiões como o Golfo do México poderia ser uma redução do número de furacões, que precisam de águas mais aquecidas para se formar. Os canos no oceano podem estimular também o crescimento de micro-organismos que produzem sulfureto de dimetilo, uma substância que contribui para a formação de nuvens sobre o oceano, refle- tindo a luz do sol para fora da superfície da Terra e ajudando na refrigeração do planeta. BBC Brasil. (Adaptado.) Na reportagem original da BBC de Londres, o texto trazia os valores de temperatura originalmente escritos na escala Fahrenheit. Nessa escala, a variação de tempe- ratura entre a água próxima à superfície e a água da profundidade que o extremo do cano atinge é, em wF: a) 14,4 c) 45,0 e) 59,0 b) 25,2 d) 48,6 A relação entre a variação da temperatura em wF e a variação em wC é dada por: 5 9 SJ SJC F= Para a variação de 27 wC, mostrada na figura, temos então: 5 7 9 5 2432 SJ ]F FSJ= = ` SJF 5 48,6 wF Alternativa d.Ex er cí ci o 11 88 PDF-ALTA-084-089-MPFSR-TM09-M.indd 88 7/28/15 4:29 PM tema 9 • Calor e temperatura R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 89 PDF-ALTA-084-089-MPFSR-TM09-M.indd 89 7/28/15 4:29 PM PDF-baixa-084-089-MPFSR-TM09-M
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