Artigo

Prévia do material em texto

1 
 
¹ Acadêmica do Curso de Pedagogia 8ª fase, disciplina de TCC II, do Centro Universitário Facvest – Unifacvest, 
2015. 2. 
² Pedagogo, Psicopedagogo, Mestre em Sociologia Política (UFSC), Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão, 
Coordenador do Curso de Pedagogia UNIFACVEST, Editor da Revista Synthesis e Ensaios Pedagógicos-
UNIFACVEST, Professor Titular da Disciplina de Didática e Orientador do Projeto de Vivências: Didática 
Vivenciada no Cotidiano Escolar, Coordenador do Projeto Cidadão UNIFACVEST, Coordenador do Projeto 
Horta na Escola e na Comunidade, Coordenador e Organizador do Projeto Ação UNIFACVEST, Organizador 
Geral das AEC- Atividades extracurriculares Complementares/UNIFACVEST, Supervisor técnico dos 
certificados emitidos das AECs e Ações UNIFACVEST. Orientador dos pré-projetos de pesquisa dos cursos de 
pós-graduação, Professor da Disciplina de Gestão e Coordenação Educacional, de Sociologia Aplicada no Curso 
de Administração UNIFACVEST, Professor titular da Disciplina de Metodologia da Pesquisa I e II dos Cursos 
de pós-graduação “lato sensu” UNIFACVEST. 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RECICLAGEM: CONSCIENTIZAÇÃO NA 
APRENDIZAGEM INFANTIL 
 
Beatriz Hahn Varela¹ 
Renato Rodrigues
2
 
 
RESUMO 
 
Neste trabalho é apresentada uma visão geral sobre os conceitos e aplicações de educação 
ambiental com ênfase na reciclagem. Foi feito uma pesquisa documental com consulta a 
livros, artigos, jornais e sites sobre o assunto. Deste modo, teve como objetivo estudar 
aspectos como definições de meio ambiente, sua relação com a sociedade, educação 
ambiental em sala de aula na aprendizagem infantil mostrando atividades como exemplo para 
se trabalhar os conceitos de reciclagem propostos. O método utilizado foi pesquisa 
bibliográfica sobre o tema tendo como resultado o destaque de projetos que utilizaram a 
reciclagem para implantar a educação ambiental dentro das escolas de modo a criar indivíduos 
mais conscientes e responsáveis para o planeta. Os métodos se mostraram eficientes em 
qualquer espécie de turma. Sendo possível conhecer projetos dentro da cidade de Lages, 
aplicados a alunos e escolas deste município. 
 
Palavras-chave: Educação Ambiental. Reciclagem. Escolas. Aprendizagem infantil. 
 
ABSTRACT 
 
In this paper an overview of the concepts and applications of environmental education with an 
emphasis on recycling is displayed. Desk research was made with consultation 
______________________________________________________________________ 
2 
 
of books, articles, newspapers and websites on the subject. Thus aimed to study aspects such 
as environmental settings, its relationship to society, environmental education in the 
classroom learning children’s showing activities as an example to work for the proposed 
recycling concepts. The method used was literature on the subject resulting in the high-profile 
projects that used the recycling to implement environmental education in schools to create 
more conscious and responsible individuals for the planet. The methods were efficient in any 
kind of class, including. It was also possible to visit projects within the city of Lages, applied 
to students and schools of this municipality. 
 
Key words: Environmental Education. Recycling. Schools. Learning Children’s. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O meio ambiente é um dos temas mais discutido da atualidade, dada a sua 
importância. Já se notou que o futuro da humanidade depende exclusivamente dos rumos que 
o meio ambiente vai tomar. E um dos elementos mais importantes que fazem parte desta 
preocupação é o uso da água. 
O problema que trata sobre meio ambiente, acaba se tornando um problema 
praticamente social. Verificar a erosão dos solos, desmatamento, poluição e a contaminação 
de águas é verificar a longa existência da fauna e da flora, evitando que sua extinção aconteça 
e que atinja diretamente a humanidade. 
Sendo assim, se faz necessário rever os métodos de ensino infantil utilizados. As 
crianças entram cada vez mais cedo no ambiente escolar e cada vez mais cedo entram em 
contato com inúmeras informações. Cabe à escola se tornar responsável pelo que passa aos 
alunos, escolhendo que atividades eles devem participar e que tipo de conscientização deve-se 
criar neles. Neste ínterim, tem-se a educação ambiental como tópico, na função de ajudar a 
criar pessoas mais conscientes dentro da comunidade. 
Idealizar projetos escolares é permitir que os alunos produzam do seu jeito os ensinos 
recebidos e saibam aplicar em suas vidas. Quando o projeto envolve conhecimentos de 
educação ambiental, como a reciclagem por exemplo, este passo é muito importante pois mais 
do que conhecer, as crianças precisam também saber aplicar em seu cotidiano estes conceitos. 
As questões ambientais são destaque nos dias de hoje, visto a preocupação com os 
rumos do nosso planeta. Então é muito importante que este assunto se torne familiar cada vez 
3 
 
mais cedo sendo inserido nos anos iniciais da escolarização, aproveitando que é nesta fase em 
que o ser humano é mais livre de crenças e mais aberto a novos assuntos sem julgamentos. 
Focar em projetos que visem à educação ambiental aumenta o contato da criança com 
a natureza, fato que vem diminuindo muito ao longo dos anos onde nossas crianças hoje em 
dia, crescem em uma selva de pedra criada pela urbanização. 
A ideia seria focar em um ponto da educação ambiental com conceitos básicos e de 
fácil entendimento para as crianças como a reciclagem. 
A questão do lixo ganha destaque a cada ano que passa, visto a cultura de grande 
consumo que tem se instalado pelo mundo. Todos os dias, uma grande quantidade de lixo, em 
sua maioria recicláveis, como caixas de leite, garrafas pet, isopores, plásticos e outros papéis 
se misturam ao lixo orgânico, aumentando os montantes de lixo, sem medir as consequências 
disto para o planeta. 
O destino que tem tomado este lixo é preocupante. Sabe-se que o destino correto do 
lixo, como um aterro sanitário ou uma usina de reciclagem, nem sempre recebem todo este 
material produzido. Eles partem para a natureza, se amontoando em rios, córregos e matas, 
atingindo até mesmo lençóis freáticos. 
As crianças precisam sair de seus mundos urbanos e entender que suas atitudes, 
aparentemente inocentes dentro de casa, como a produção de lixo, têm consequências graves 
como a poluição da natureza e que estas consequências podem sim atingi-los futuramente. 
Este trabalho pode ter consequências até mesmo fora da escola, onde os ensinamentos 
passados aos pequenos são compartilhados com a família, vizinhos e outros amigos, criando 
uma corrente de conscientização dentro da comunidade. 
No primeiro capítulo, se trabalha a educação ambiental por si, trazendo o contexto 
histórico do tema e conceitos gerais importantes que podem ser usados na aprendizagem 
infantil e que abrem frente a novos conhecimentos dentro de sala de aula. 
O segundo capítulo fala de modo geral sobre o meio ambiente e de que forma a 
sociedade deve se relacionar com ela e em como o meio ambiente é essencial para a simples 
sobrevivência. 
É essencial que a educação ambiental seja inserida nos currículos escolares como 
matéria obrigatória, tomando assim a escola um compromisso social com os alunos, com a 
comunidade e também com o planeta, pois é evidente que a atual situação é resultado de uma 
falta de conscientização ambiental que há muito deveria ter sido implantada nas gerações 
passadas. 
4 
 
Por fim, no último capítulo, se apresenta modos de inserção de conceitos básicos sobre 
um tópico simples da educação ambiental: a reciclagem. Ela é um tema fácil para se trabalhar 
em salas de aula e traz um grande impacto ambientalmente falando. 
Sendo assim, a educação ambiental, começando com conceitos simples sobre 
reciclagem, são essenciais e muito importantes e devem começar na infância. A escola tem a 
responsabilidade de se transformar em ferramenta paraesta conscientização e tem um papel 
vital neste processo, ensinando as crianças a ter consciência de que é preciso preservar o 
planeta em que vivemos, começando com atitudes dentro de suas casas. 
 
2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RECICLAGEM 
 
O contexto histórico da Educação Ambiental abrange alguns grandes eventos que 
devem ser mencionados. 
Em 1972, aconteceu a Conferencia de Estocolmo, o qual teve a finalidade de 
promover a Educação Ambiental como área a ser explorada pedagogicamente. (MEDINA, 
1997) 
Anos mais tarde, um evento com proporções internacionais acontece no Brasil, a Eco 
92, construindo documento que promoviam o compromisso da sociedade civil com o tema 
ambiental. Também criou outra proposta, chamada Agenda 21, que assegurava o acesso 
universal a programas de educação ambiental em todos os locais, compromissos trazidos até 
hoje. (MEDINA, 1997) 
 
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CNUMAD), mais conhecida pelos nomes ECO-92, Rio 92, Cúpula ou Cimeira da 
terra, foi realizada do dia 3 ao dia 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, 
seu objetivo principal já em 1992 era buscar meios de conciliar o desenvolvimento 
socioeconômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da terra; foi de 
grande importância para a consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável 
e para a conscientização a respeito das agressões ao meio ambiente há muito 
realizadas, bem como para reconhecimento de que os maiores causadores dos danos 
ao meio ambiente eram e são os países desenvolvidos. (FIC, 2015) 
 
Um evento mais recente da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento 
Sustentável foi a Rio+20, que aconteceu de 13 a 22 de junho de 2012, também no Rio de 
Janeiro. A Rio+20 aconteceu exatamente 20 anos após o Rio-92 e ajudou a definir a agenda 
do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. 
 
5 
 
O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o 
desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na 
implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do 
tratamento de temas novos e emergentes. (RIO+20, 2012) 
 
O surgimento da reciclagem do lixo surgiu durante a Segunda Grande Guerra 
Mundial. Como a produção da época estava voltada para o material bélico, os civis tentavam 
amenizar a falta de materiais como metais, tecidos, borracha e papel. Uma grande campanha 
foi lançada para que não se jogasse nada fora. 
 
Seja devido às dificuldades econômicas da época, seja pela vida difícil daquela 
primeira geração de imigrantes ou o sucesso do comércio de material usado, o fato é 
que não se jogava nada fora. As pessoas compravam alimentos por volume e não em 
pacotes, faziam sopa com os restos das refeições, fabricavam brinquedos de 
caixinhas velhas de papelão e sobras de pano, consertavam tudo que pudesse ser 
reutilizado e, em último caso, queimavam o que não tinha mais função para manter 
as casas aquecidas. (ECOCONSCIÊNCIA, 2009) 
 
Logo após o fim da guerra, um período de prosperidade se instalou e as pessoas 
achavam antiquado reutilizar objetos visto que podiam substituí-los por novos sempre que 
fosse necessário. Após duas décadas de descarte desenfreado, um problema ambiental surgiu 
trazendo a tona os conceitos de reciclagem novamente. 
Já nos tempos atuais, a Constituição da República Federativa do Brasil prevê um 
artigo que cuida dos recursos naturais, sendo: 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e 
futuras gerações. 
 
Desenvolver práticas que colaboram com a diminuição da degradação dos recursos 
naturais, como a reciclagem do lixo, é repensar a participação humana no planeta e de como 
as interferências do homem podem ditar o futuro em termos de sobrevivência. 
Compreende-se que a educação ambiental desenvolve o papel de trabalhar valores, 
práticas, conceitos, atitudes, posturas e principalmente a mudança de costume em relação ao 
meio ambiente, instigando para um compromisso com a preservação do meio em que vive. 
 
Educação ambiental é uma prática que dialoga com a questão ambiental. E no senso 
comum, essa educação visa a mudança de valores, atitudes e comportamento para o 
estabelecimento de uma outra relação entre o ser humano e a natureza, que deixe de 
ser instrumental e utilitarista, para se tornar harmoniosa e respeitadora dos limites 
ecológicos [...] (LOUREIRO, 2009, p. 25-26). 
 
6 
 
Para que essa educação se construa com maior seriedade, surge-se a necessidade de ser 
aprimorada a educação ambiental nas escolas, pois a escola é o caminho mais certo a 
percorrer. É preciso ensinar as crianças desde cedo para ter um conhecimento pleno e 
comprometimento com o meio ambiente. A escola é responsável por propiciar ao aluno o 
conhecimento e a percepção dos reais problemas ambientais no meio em que vive. 
 
No Brasil, a preocupação com a coleta de lixo teve início em 1880, quando o então 
imperador D. Pedro II assinou o Decreto número 3024, aprovando o contrato de 
limpeza e irrigação da cidade de São Sebastião no Rio de Janeiro. O contrato foi 
executado por Aleixo Gary e depois por Luciano Francisco Gary. A designação 
“gari” para trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras vem desta 
época. (ALVES et. al., 2014, p. 01) 
 
“A educação para a cidadania é uma maneira de motivar e sensibilizar o ser humano a 
participar da promoção da qualidade de vida e cabe a educação ambiental o compromisso de 
promover o desenvolvimento sustentável” (ALVES et. al., 2014, p. 02). 
 
A Educação Ambiental vem sendo considerada interdisciplinar, orientado para a 
resolução de problemas locais. É participativa, comunitária, criativa e valoriza a 
ação. É transformadora de valores e atitudes através da construção de novos hábitos 
e conhecimentos, conscientizadora para as relações integradas ser humano, 
sociedade, natureza objetivando o equilíbrio local e global, melhorando a qualidade 
de todos os níveis de vida. (GUIMARÃES, 2005, p.17). 
 
Se o objetivo é buscar maior qualidade de vida, o começo é repassando aos alunos 
valores nos quais eles saibam quais as prioridades em suas vidas sociais e familiares. A 
qualidade de vida começa com um ensino de qualidade que busque promoverem sala de aula, 
crianças mais conscientes e por consequência, indivíduos mais conscientes. 
 
Devemos trabalhar sempre os seguintes conceitos: a consciência pessoal visando à 
responsabilidade particular para com o Meio ambiente; a observação detalhada; a 
organização; a análise; a comunicação; o uso da imaginação e da criatividade; o 
estabelecimento da segurança e da autonomia na aprendizagem, promovendo uma 
visão integrada do mundo em que vivemos. (CURRIE, 2000, p. 36). 
 
Trabalhar em sala de aula conceitos de consciência produz um efeito enorme, visto 
que ao relacionar estes conceitos com o meio ambiente, o aluno toma a iniciativa de proteger 
e de se comprometer com ações individuais ou coletivas que também tenham esta finalidade. 
Não é necessário incluir conceitos complexos em um primeiro momento. Ao incluir no 
currículo escolar a educação ambiental, voltada para os ensinamentos sobre reciclagem de 
7 
 
lixo, já é possível notar nas crianças mudanças de atitudes que com certeza vai contagiar 
colegas e familiares, em uma grande cadeia de proteção ao meio ambiente. 
 
Em meio às agressões que o ambiente vem sofrendo ao longo dos anos, 
principalmente com o acumulo de lixo nos aterros e terrenos baldios verifica-se a 
importância de conscientizar e sensibilizar as crianças e os pais nas escolas sobre as 
formas de separação do lixo e fazer a reutilização de materiais recicláveis 
construindo brinquedos e jogosdidáticos. (ALVES, et. al, 2014, p. 01) 
 
A reciclagem é um item muito usado quando se pretende falar em educação ambiental, 
por possuir termos fáceis de compartilhar e abrir muitas opções de atividades para trabalhar 
estes termos, como o uso dos materiais reciclados (papel, papelão, plástico e metal). 
Portando a educação ambiental na aprendizagem infantil deve se tornar uma matéria 
importante tão importante quanto às outras já existentes e não se tornar uma matéria 
alternativa na escola. A escola também é a responsável em transmitir tais conceitos e mostrar 
aos alunos sua importância. 
 
A escola é o espaço onde o aluno tentará aprender a se integrar diretamente com a 
sociedade. E é na prática que o aluno vai ter a chance de ter essa experiência 
ambientalmente correta, para que seja exemplo de um cidadão responsável. 
A Educação Ambiental é um processo participativo, onde a criança assumirá o papel 
de elemento central do processo de ensino/aprendizagem pretendido, participando 
ativamente na avaliação dos problemas ambientais em busca de soluções. 
(NOGUEIRA et. al., 2011, p. 01) 
 
Trabalhar conceitos sobre reciclagem nos anos iniciais se mostra muito eficiente visto 
que é um tema fácil de trabalhar, onde a criança pode aprender brincando e que pode ter 
efeitos gigantes refletindo no meio ambiente. 
 
3 O MEIO AMBIENTE E SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE 
 
Falar sobre meio ambiente não é somente falar de natureza, fauna e flora. Meio 
ambiente também é o lugar ocupado pela sociedade e como esta mesma sociedade se 
relaciona com este lugar. 
Primeiramente é necessário conhecer o meio no qual o tema está inserido. O meio 
ambiente além de ser um assunto atualmente muito discutido, é sem dúvida a base de toda a 
discussão durante este trabalho. 
8 
 
O professor José Afonso da Silva (1981, p. 435) define o meio ambiente como “a 
interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o 
desenvolvimento equilibrado da vida humana”. 
Portanto, a preocupação com o meio ambiente estende-se à conservar e quais os danos 
que poderá sofrer ao longo do tempo. 
“Dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais, com consequente degradação – 
alteração adversa ou in pejus – do equilíbrio ecológico” (MILARÉ, 2000, p. 334-335). 
Por isto mesmo, a sociedade deve ter como prioridade a preocupação quanto 
questões como a sustentabilidade e uso de recursos naturais, de modo a proteger o local onde 
vive. 
 
O momento atual exige que a sociedade esteja mobilizada para assumir um caráter 
mais propositivo, assim como para poder questionar de forma concreta a falta de 
iniciativa dos governos para implementar políticas pautadas pelo binômio, 
sustentabilidade e desenvolvimento num contexto de crescentes dificuldades para a 
inclusão social. Para tanto é importante o fortalecimento das organizações sociais e 
comunitárias, a redistribuição de recursos, mediante parcerias, de informação e 
capacitação para participar crescentemente dos espaços públicos de decisão e para 
construções de instituições pautadas por uma lógica de sustentabilidade. (JACOB, 
2003 p.203). 
 
Referida pesquisa é importante, uma vez que não há mais dúvida da relação meio 
ambiente e saúde, ou seja, para que haja saúde há que se ter um meio ambiente equilibrado. 
O uso indiscriminado dos recursos naturais se torna prejudicial ao ponto de que afeta 
o meio ambiente em que este recurso está inserido e de que forma ele interfere na vida 
humana. 
O dano se caracteriza pela contaminação através de esgoto não tratado nas cidades, o 
uso inadequado do solo, contaminação por agrotóxicos, defensivos agrícolas absorvidos por 
rochas porosas sem falar na agressão, das nascentes, matas ciliares, as áreas de preservação 
ambiental e poços artesianos. 
 
Loureiro (2009) esclarece a necessidade de despertar nas pessoas a conscientização 
em relação ao meio ambiente a partir dos desafios colocados pela sociedade. Na 
verdade, busca-se um novo comportamento do homem em relação a si mesmo e o 
meio em que vive, sobretudo, na sua relação com a natureza de onde tem buscado 
seu sustento. (SILVA, 2012, p. 4) 
 
Assim como é por ação do homem que a natureza pode se degradar, também é por 
ação da natureza que ela pode se regenerar, com a promoção de ações de recuperação ao meio 
ambiente. 
9 
 
É preciso compreender que o meio ambiente está nas mãos da sociedade e isto 
significa que seu fim ou sua salvação, só cabe ao homem. 
 
Para Gadotti (2009), temos conhecimento de que podemos destruir toda a vida 
existente na terra, tudo depende da forma que o homem irá conduzir suas atitudes 
em relação ao nosso planeta. É o homem que vai decidir o futuro dos novos 
habitantes da terra, pois o planeta já não é mais como antes. (SILVA et. al, 2012, p. 
04) 
 
O meio ambiente representa toda a consciência da sociedade refletida no planeta, 
onde este conjunto de elementos dita a sobrevivência e depende muito do cuidado e 
preservação. 
 
4 INSERÇÃO DE CONCEITOS DE RECICLAGEM NA EDUCAÇÃO 
 
Como foi sugerida a aplicação de trabalhar com conceitos simples sobre meio 
ambiente, como a reciclagem, é preciso ter em mente quais atividades podem ser aplicadas 
dentro de sala de aula para fixar o tema. 
Montar um projeto onde as crianças recebem explicações sobre a importância da 
separação do lixo nas casas, é um começo para a inclusão da educação ambiental. Promover a 
coleta de garrafas pet, tampas diversas, latas, caixas de leite e embalagens diversas e logo 
após dar uma finalidade para este material é outra sugestão. 
Durante esta atividade as crianças utilizam a criatividade, aprimoraram a 
coordenação motora e reforçam suas noções de quantidade e as cores. 
Aqui na região, em 2013, um projeto da Polícia Comunitária juntamente com a 
Secretaria de Educação de Lages, foi apresentado com o objetivo de que o lixo reciclável 
recolhido pelos alunos do Centro de Educação Infantil Municipal do bairro Conta Dinheiro, 
gerasse renda para compra de dispositivos de segurança nas unidades escolares. O Centro de 
Educação Infantil Municipal (Ceim) Conta Dinheiro é piloto no projeto chamado Escola 
Segura. (LAGES, 2013) 
Em maio de 2013, toda a comunidade escolar se envolveu com o projeto, levando 
para a escola o lixo reciclável recolhido em casa, com a colaboração dos pais dos alunos. 
Depois, este material é repassado a uma cooperativa de reciclagem onde o dinheiro 
arrecadado se reverte em compra de câmeras de segurança, que serão instaladas na escola. 
(LAGES, 2013) 
10 
 
Como já citado anteriormente, elaborar atividades para que o aluno assimile de forma 
mais lúdica os conceitos de reciclagem, é uma estratégia e ficar dentro da implantação da 
educação ambiental. Projetos que possam trabalhar com uso de sobras em culinária, redução 
do uso de papel na escola, oficinas de artesanato e reciclagem, assim como a criação de 
campanhas internas e externas de divulgação e conscientização, implantação de coleta seletiva 
na escola, lixeiras segregadas no pátio, sala dos professores, hall e salas de aula e destinação 
de local para armazenagem. (SOUZA et. al., 2015) 
Como estágio, foi possível obter um contato com um projeto parecido em uma escola 
também de Lages. O trabalho consistia em um primeiro momento explicar sobre o meio 
ambiente e a importância de se preservar, apresentando também as lixeiras seletivas. 
A turma trabalhada foi dividida em cinco grupos, onde cada uma tinha um líder e 
cada equipe ficou responsável por montar uma lixeira. Entregava-se um papel grande para 
cada equipe e os mesmos ficaram responsáveis em executá-las, desenhando, colorindo e 
pintando as mãos com tinta guache na cor relativa a sua lixeira. 
Os alunos foram levados para fora da sala, onde cada grupo carregava uma sacola, 
coletavam os lixos que estavam no pátio, e retornavam para a sala de aula. Cada grupo 
separou o que foi coletado ecolocavam nas respectivas lixeiras que foram coladas na parede 
da sala. 
Por fim, importante cita um projeto de reciclagem de Lages, que nasceu de uma 
implantação de educação ambiental dentro da escola e acabou por produzir um resultado 
social positivo. 
A Escola José Augusto Neves Vieira, do bairro Pisani, elaborou uma banda, chamada 
“Banda da Reciclagem”, onde no lugar de instrumentos convencionais, existem instrumentos 
confeccionados totalmente com material reciclado. (SOUZA et. al., 2015) 
A escola já possui uma banda marcial, mas a ideia surgiu dos alunos mais novos que 
não tinham idade para participar dela e resolveram montar uma banda própria. O instrutor da 
banda, Geovane Roberto Santos de Liz, diz que é gratificante olhar os alunos na banda, pois 
eles se sentem motivados até porque são eles mesmos que constroem seus instrumentos. 
A banda se apresenta juntamente com a banda marcial nas semanas cívicas e a cada 
ano reúne cada vez mais candidatos, provando que a educação ambiental pode alcançar áreas 
dentro da escola além da sala de aula. 
Em suma, inúmeras são as atividades para se inserir os conceitos de reciclagem no 
processo de ensino como educação ambiental. Basta que cada instituição e professor escolham 
a que melhor se adequar aos alunos e que após análise, possa produzir resultados esperados. 
11 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Este trabalho teve início, buscando apresentar uma séria preocupação sobre o meio 
ambiente, tema muito atual nos tempos de hoje que é capaz de ditar o estilo de vida que a 
sociedade vai viver no futuro, pois meio ambiente se relaciona diretamente com nossa 
sobrevivência. 
Para garantir a proteção do meio ambiente e a vida em sociedade, o melhor caminho 
é implantar conceitos sobre o tema na base da educação, seja em casa ou na escola. Implantar 
a educação ambiental nas escolas se mostrou essencial para que as crianças aprendam valores 
sobre a natureza e criem consciência sobre as questões ambientais. 
Não é preciso trabalhar conceitos complexos sobre meio ambiente para se ter efeitos 
de sucesso. Escolher um tema simples mais eficaz, como a reciclagem, demonstrou que já é 
capaz de criar mudanças positivas nos alunos que se alastram em casa e na comunidade. 
O trabalho procurou rever o problema da falta da educação ambiental no currículo 
das escolas de aprendizagem infantil, visto que a maioria das instituições escolares não 
considera este tema como essencial na educação, se tornando uma atividade alternativa. 
Incluir conceitos sobre o meio ambiente e todas as questões que o envolvem, são de 
extrema importância na vida de um indivíduo, assim como as matérias clássicas como o 
português e a matemática, foi à hipótese confirmada diante do problema da falta de educação 
ambiental nas escolas. 
O objetivo foi apresentar projetos e estratégias que provem que trabalhar educação 
ambiental na escola pode ser simples e lúdico, começando com o tema da reciclagem. 
Apresentaram-se projetos escolares em funcionamento na cidade de Lages-SC que se 
mostraram eficientes e tiveram resultado positivo diante das turmas e também perante a 
comunidade. 
A pesquisa bibliográfica utilizada como metodologia se mostrou rica e fácil de 
trabalhar, apresentando muitos trabalhos dentro do tema, embasando esta pesquisa com mais 
qualidade. 
Por fim, conclui-se que implantar a educação ambiental no processo de ensino 
infantil, começando com conceitos sobre reciclagem, promovem transformações enormes nas 
atitudes nas crianças, contribuindo na construção de um individuo responsável e consciente 
com o meio ambiente e o planeta onde vive. 
 
12 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALVES, A. T. J. et. al. Reciclagem: Educar para conscientizar. X Mostra de Extensão, 
UniCruz, 2014. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de 
outubro de 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br> Acesso em: 30 Nov. 2015. 
 
CURRIE, K. Meio ambiente: Interdisciplinaridade na prática. Campinas-SP, Papirus, 
2000. 
 
ECOCONSCIENCIA, Estudos ambientais e negócios sustentáveis. A origem e a história da 
reciclagem no mundo. Blogspot, 2009. Disponível em 
http://ecologiaeconsciencia.blogspot.com.br/2009/06/origem-e-historia-da-reciclagem-
no.html. Acesso em 24 nov. 2015. 
 
FIC, Faculdade de Informação e Comunicação. A ECO 92, um histórico. Jovens Jornalistas, 
UFG, Campus Samambaia. 2015. Disponível em: https://webnoticias.fic.ufg.br/n/9406-a-eco-
92-um-historico. Acesso em: 24 nov. 2015. 
 
GUIMARÃES, M. A dimensão Ambiental na educação. Campinas-SP: Papirus, 2005. 
 
LAGES. Escola recicla lixo e ganha câmera de monitoramento. Notícias Prefeitura 
Municipal de Lages. Lages, 26 de junho de 2013. Disponível em 
http://www.lages.sc.gov.br/site_novo/noticias.php?id_noticia=1188. Acesso em 25 out. 2015. 
 
LOUREIRO, C. F. et. al. Repensar a educação ambiental: um olhar crítico. São Paulo: 
Cortez, 2009. 
 
MEDINA, N. M. Educação Ambiental caminhos trilhados no Brasil. org. Suzana M. 
Pádua e Marlene F. Tabanez, Brasília, 1997. 
 
MILARÉ, E. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco. Ed. São Paulo: RT, 2000. 
NOGUEIRA, E. C. et. al. Projeto de educação ambiental: reciclar brincando. 
Univap/FCSAC, XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro 
Latino Americano de Pós Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 2011. 
 
RIO+20, Conferência das Nações Unidas. Sobre a Rio+20. Sobre a Conferência. Disponível 
em http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html. Acesso em 30 nov. 2015. 
 
RODRIGUES, R.; GONÇALVES, J. C. Procedimentos de Metodologia Científica. 7. ed. 
Lages: PAPERVEST, 2014. 
 
SILVA, J. A. da. Direito Urbanístico Brasileiro. São Paulo: Revista dos tribunais, 1981. 
 
http://ecologiaeconsciencia.blogspot.com.br/2009/06/origem-e-historia-da-reciclagem-no.html
http://ecologiaeconsciencia.blogspot.com.br/2009/06/origem-e-historia-da-reciclagem-no.html
https://webnoticias.fic.ufg.br/n/9406-a-eco-92-um-historico
https://webnoticias.fic.ufg.br/n/9406-a-eco-92-um-historico
http://www.lages.sc.gov.br/site_novo/noticias.php?id_noticia=1188
http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html
13 
 
SILVA, M. da, et.al. A importância da educação ambiental na escola e a reciclagem do 
lixo orgânico. Revista Científica Eletrônica de Ciências Sociais Aplicadas da Eduvale. Ano 
V, n.07, nov. 2012. 
 
SOUZA, Celma Marquês da Silveira Marques et. al. Projeto Lixo e Cidadania. Escola 
Especializada Eduardo Cotta Maciel Dantas – APAE – Ouro Branco, Minas Gerais, 2015. 
Disponível em: http://apaeobranco.blogspot.com.br/p/campanhas.html. Acesso em 25 out. 
2015. 
http://apaeobranco.blogspot.com.br/p/campanhas.html