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RESUMO AULAS - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE - Passei direto

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Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
 
 
REVISÃO - TEORIA DO CRIME 
 
CRIME – 3 CONCEITOS 
1. Material: Crime é a violação aos bens jurídicos mais relevantes para uma determinada sociedade. 
Varia ade acordo com a cultura, história, valores, etc de cada sociedade. 
 
Em outras palavras, é o comportamento que ofende ou expõe a perigo os bens jurídicos tutelados 
pela lei penal. 
 
2. Formal: Crime são aquelas condutas tipificadas em lei. É uma mera violação da lei penal. 
 
3. Analítico: É o conceito jurídico de crime, ou seja, é aquilo que os estudiosos do direito entendem 
como crime. 
 
Dentro do conceito Analítico de Crime, existem 3 teorias: 
 
 
TEORIAS DE CRIME ANALÍTICO 
 
a) Teoria Bipartida: Crime é fato típico e antijurídico 
 
b) Teoria Tripartida: Crime é fato típico, antijurídico e culpável. 
 
c) Teoria Quatripartida: Crime é fato típico, antijurídico, culpável e punível. 
 
 
A Teoria Tripartida, ou Tripartite é a que prevalece no Brasil, sendo: fato típico, antijurídico e 
culpável. 
 
 
TEORIA TRIPARTIDA 
 
1. FATO TÍPICO 
 
1.1 – Conduta 
A conduta é o comportamento desenvolvido pelo indivíduo com a determinação de atingir 
um determinado objetivo. Ela pode ser dolosa, culposa, omissiva e comissiva. 
 
1.2 – Resultado 
 
Todo crime tem resultado jurídico, porque sempre agride um bem tutelado pela norma. 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
O resultado se trata da alteração produzida através do ato praticado. Ele é fundamental para 
que o crime seja classificado como consumado. 
 
Pode ser: 
 Naturalístico - modificação física no mundo exterior, mudança na realidade 
 Jurídico (ou normativo) - lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado 
 
a) Crime Material – aquele que prevê um resultado naturalístico e o exige para a sua 
consumação. Exemplo: Art 121 – Homicídio (prevê, exige que o fato ocorra) 
 
b) Crime Formal – é aquele que prevê o resultado naturalístico, mas não o exige para a sua 
consumação. Exemplo: extorsão mediante sequestro, crimes de corrupção. 
 
c) Crime de Mera Conduta – é aquele que não prevê e nem exige o resultado naturalístico 
para a sua conduta, mas prevê o resultado jurídico. Exemplo: invasão de domicílio, porte 
irregular de arma de fogo. 
 
Obs.: Todos os crimes (material, formal e de mera conduta) devem apresentar resultado 
jurídico, pois não há crime sem lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
 
1.3 – Nexo Causal (ou Nexo da Causalidade) 
 
É a ligação entre a conduta e o resultado. 
 
1.4 - Tipicidade 
 
É o enquadramento legal dado à conduta. 
 
1.4.1 – Tipicidade Formal: é o enquadramento perfeito da conduta ao tipo penal. 
 
1.4.2 – Tipicidade Material: é a violação de forma relevante do bem jurídico tutelado 
(Princípio da Insignificância ou Bagatela*. Falta de tipicidade material – atipicidade) 
 
Princípio da Insignificância ou Bagatela - Não cabe ao Direito Penal preocupar-se com bagatelas, do 
mesmo modo que não podem ser admitidos tipos incriminadores que descrevam condutas totalmente 
inofensivas ou incapazes de lesar o bem jurídico. E a finalidade do tipo penal é assegurar a proteção 
de um bem jurídico, sempre que a lesão for insignificante, a ponto de se tornar incapaz de ofender o 
interesse tutelado, não haverá adequação típica. Mas não se pode confundir delito insignificante ou 
de bagatela com crimes de menor potencial ofensivo. 
 
2. ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE 
 
Todo fato típico presume-se antijurídico (ilícito) e só assim não será considerado se presente uma 
das causas legais: 
 
Excludentes de Ilicitude: 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
a) Estado de Necessidade - O perigo deve ser atual. É o perigo presente, a ameaça concreta ao 
bem jurídico. O perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio e a situação de perigo não 
pode ter sido causada voluntariamente pelo agente. 
 
b) Legítima Defesa - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
c) Exercício Regular de Direito - É o desempenho de uma atividade ou a prática de uma conduta 
autorizada por lei, que torna lícito um fato típico. 
 
d) Estrito cumprimento de dever legal - Ocorre em casos de funcionários públicos (ou agentes 
particulares que exercem funções públicas), os quais em determinadas situações são 
obrigados a violar bem jurídico de indivíduos pelo estabelecimento de um dever legal. 
 
 
3. CULPABILIDADE 
 
A culpabilidade é o juízo que será feito sobre a reprovabilidade da conduta do agente, considerando 
suas circunstâncias pessoais (exemplo: capacidade). 
 
Elementos da Culpabilidade: 
 
3.1 – Imputabilidade – é a capacidade mental do agente de entender o caráter ilícito da conduta. 
 
Excludentes de culpabilidade: 
 
a) Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
b) Menores de 18 anos 
c) Embriaguez - acidental, incompleta e patológica (preordenada não é excludente) 
 
 
3.2 – Potencial Consciência de ilicitude - é a possibilidade de o agente, de acordo com suas 
características pessoais, conhecer o caráter ilícito do fato. 
 
3.3 - Exigibilidade de conduta diversa - Não basta que a conduta seja típica e ilícita, ainda é 
necessário que existam condições do agente agir de forma diferente. Caso se conclua que não 
havia outra forma de agir, o agente está acobertado por uma causa de exclusão da 
culpabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REABILITAÇÃO CRIMINAL 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
CONCEITO 
 
É um instituto jurídico penal que se destina a promover a reinserção social do condenado, a ele 
assegurando o sigilo de seus antecedentes criminais, mediante a declaração judicial no sentido de 
que as penas a ele aplicadas foram cumpridas ou por qualquer outro modo, extintas. 
 
A finalidade é assegurar o sigilo das informações criminais propiciando a ressocialização do 
indivíduo, permitindo o seu retorno à sociedade após o cumprimento da pena. 
 
Entretanto, no cadastro da polícia e do judiciário, a informação será mantida. 
 
Dessa forma, a reabilitação criminal é de fundamental importância, pois é a partir dela e do art. 202 
da lei de execução penal, que surge o fundamento do direito ao esquecimento, ao estabelecer o 
direito dos ex-detentos de não terem seus registros divulgados e nem disponibilizados para 
consultas, vigorando o dever de sigilo pelos detentores de tais informações. 
 
Esse sigilo tem por escopo a efetivação do direito que tem o egresso do sistema prisional, de 
novamente poder viver em sociedade, procurando restabelecer os laços perdidos durante o tempo 
que passou encarcerado. 
 
O grande problema enfrentado é a falta da efetivação dos instrumentos criados pela lei, para 
garantirem o sigilo dessas informações, sigilo esse que é essencial para que tais indivíduos consigam 
se restabelecer na sociedade, conquistando oportunidades de emprego e a confiança da 
comunidade e da família, que havia perdido devido a sua prática delituosa. 
 
 
PREVISÃO LEGAL 
 
Artigo 93 do código penal: 
 
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado 
o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. 
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste 
Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. 
 
 
NATUREZA JURÍDICA 
 
Cuida-se de medida de política criminal, assecuratória do sigilo sobre os antecedentes criminais do 
condenado, e ainda causa suspensiva condicional de certos efeitos secundários de natureza 
extrapenal e específicos da condenação. 
Pressuposto da reabilitação criminal: É a existência de uma sentença condenatória já transitada 
em julgado. 
 
 
PRESSUPOSTO DA REABILITAÇÃO CRIMINAL 
 
 
Por: Marta Helena JarandiaNunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
É a existência de uma sentença condenatória já transitada em julgado. 
 
 Absolvição, extinção e prescrição = não cabem reabilitação criminal. Apenas em caso de 
sentença condenatória 
 
 
REQUISITOS DA REABILITAÇÃO CRIMINAL 
a) Objetivos 
 
1) Tempo de cumprimento de pena: deve ter transcorrido o período de dois anos do dia em 
que tiver sido extinta de qualquer modo a pena, ou, terminar a sua execução, computando-
se o período de prova do sursis e do livramento condicional, se não sobrevier revogação. 
 
2) Reparação do dano: autoriza-se a reabilitação ao condenado que tenha ressarcido o dano 
causado pelo crime, ou demonstre absoluta impossibilidade de fazê-lo até o dia do pedido 
ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou a novação da dívida. 
 
b) Subjetivos - 
 
1) Domicílio no país: Exige-se que o condenado tenha sido domiciliado no Brasil no prazo de 
dois anos após a extinção da pena, o que admite liberdade de prova. 
2) Bom comportamento público e privado: O condenado no prazo de dois anos, 
posteriormente à extinção da pena, deve ter apresentado de forma efetiva e constante, bom 
comportamento público e privado (declarações de vizinho, prontuário de faculdade, etc), 
também com liberdade de prova. 
 
PEDIDO DE REABILITAÇÃO 
A legitimidade para formular o pedido de reabilitação é privativa do condenado e cuida-se de ato 
pessoal e intransferível, não se estendendo aos seus herdeiros ou sucessores, em caso de 
falecimento. 
O condenado deve ser assistido por advogado e o pedido deve ser endereçado ao Juízo de primeiro 
grau onde tramitou a ação penal. Não importa onde ele cumpriu a pena, a reabilitação será aonde 
foi condenado. 
 
REVOGAÇÃO DA REABILITAÇÃO CRIMINAL 
A reabilitação será revogada de ofício ou a requerimento do MP, se o reabilitado for condenado 
como reincidente por decisão definitiva a pena que não seja de multa. 
 
Observação: Apesar do Código Penal prever a Reabilitação Criminal, a Lei de Execução Penal (Lei 
7.210/84 – LEP) já define essa exclusão das informações, em seu Artigo 202: 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por 
autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para 
instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei. 
 
 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 
CONCEITO 
 
É a modalidade da sanção penal com a finalidade exclusivamente preventiva e de caráter 
terapêutico, destinada a tratar inimputáveis e semi-imputáveis portadores de periculosidade com o 
escopo de evitar a prática de futuras infrações penais. 
 
A Medida de Segurança é uma sanção de caráter preventivo, aplicada ao sujeito que não tem plena 
ou parcial capacidade de culpabilidade, em decorrência da prática de um injusto penal, com a 
finalidade de retirá-lo do convívio social e submetê-lo a tratamento com o intuito de cessar a sua 
periculosidade. 
 
CP, Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato 
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
Art. 96. As medidas de segurança são: 
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento 
adequado; 
II - sujeição a tratamento ambulatorial. 
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido 
imposta. 
 
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto 
como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
 
 
DISTINÇÃO ENTRE PENA E MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
As penas têm finalidade eclética, isto é, retributiva e preventiva, enquanto as Medidas de 
Segurança, destinam-se exclusivamente à prevenção de novas infrações penais. 
 
 Pena = Retributiva. Busca a recuperação, adaptação do indivíduo à sociedade. 
 Medida de Segurança = Preventiva. Para prevenir novos crimes. 
 
A Medida de Segurança tem caráter terapêutico. A ideia é curar e não punir. 
 
Atenção – Medida de Segurança é diferente de Interdição de caráter civil. 
 
PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 
1. Princípio da Legalidade - Apenas a lei pode impor Medida de Segurança. 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
2. Princípio da Anterioridade - A medida de segurança deve ter previsão legal antes da prática 
da infração penal. 
 
3. Princípio da Jurisdicionalidade - A Medida de Segurança somente pode ser aplicada pelo 
Poder Judiciário após o devido processo legal com todas as suas garantias constitucionais. 
 
 
REQUISITOS PARTA APLICAÇÃO DA MEDIDA SE SEGURANÇA 
 
1. Prática de um fato típico e ilícito. 
 
2. Periculosidade do agente. 
 
3. Não tenha ocorrido a extinção da punibilidade (prescrição, decadência etc. ) 
 
 
CONCEITO DE PERICULOSIDADE 
 
É a efetiva probabilidade relativa ao responsável por uma infração penal, inimputável ou semi-
imputável, de voltar a envolver-se em crimes ou contravenções penais. 
 
 
ESPÉCIES DE PERICULOSIDADE 
 
1. Periculosidade presumida: É a que ocorre quando a lei expressamente considera 
determinado indivíduo perigoso. 
Aplica-se aos inimputáveis, de modo que tais pessoas serão submetidas a medida de 
segurança quando comprovado seu envolvimento em uma infração penal. 
 
2. Periculosidade real: É a que deve ser provada no caso concreto. 
É aplicável aos semi-imputáveis. 
Juiz (de ofício), delegado, advogado, etc, podem solicitar perícia para comprovação. 
 
 
PERÍCIA MÉDICA 
Desconfiando da sanidade mental do investigado/acusado, será instaurado de ofício, ou a 
requerimento das partes, incidente de insanidade mental que será instruído em autos apartados. 
 
CP, Art. 97, § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de 
ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. 
 
INTERNAÇÃO CAUTELAR 
Com a edição da Lei 12.403/11, reafirmou-se o instituto da internação provisória, inserida entre as 
medidas cautelares de cunho pessoal, do Art. 319, VII, do CPP, quando presentes os seguintes 
requisitos (os 3 obrigatórios): 
1. Crime praticado com emprego de violência a pessoa ou grave ameaça. 
2. Perícia concluindo pela inimputabilidade ou semi-imputabilidade do agente, tem que 
comprovar. 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
3. Risco de reiteração da conduta criminosa. 
 
 
APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
O inimputável que praticar um fato típico e ilícito deverá ser absolvido na forma imprópria, com a 
imposição de Medida de Segurança. 
E o semi-imputável que praticar uma infração penal, deverá necessariamente ser condenado e o 
juiz terá a faculdade de aplicar uma pena ou Medida de Segurança (sistema unitário ou vicariante). 
 
 
Obs: 
Até 1984 era aplicado o sistema do duplo binário, que permitia a imposição de pena e de medida de 
segurança, em razão de mesmo fato ilícito. 
Esse sistema foi substituído com a reforma da Parte Geral do Código Penal, pela Lei nº 7.209/84. 
Até tal substituição, era possível a imposição ao semi-imputável perigoso de cumprimento de pena privativa 
de liberdade e, ao final desta, caso subsistisse a periculosidade, osujeito era submetido à medida de 
segurança. 
 
 
 Inimputável que pratica uma infração penal = absolvido (Não se aplica pena por ausência de 
culpabilidade) 
 
 Semi-imputável que pratica uma infração penal = condenado 
 
 
ESPÉCIE DE MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 
O Art. 96 do CP, apresenta duas espécies de medida de segurança: 
 
1. Detentiva - Consiste em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou a 
falta em outro estabelecimento adequado.Importa em privação da liberdade do agente (crimes apenados com reclusão - manicômio 
judiciário) 
 
2. Restritiva - É a sujeição a tratamento ambulatorial, ou seja, o agente permanece livre, mas, 
é submetido a tratamento médico adequado (crimes apenados com detenção). 
 
 
PRAZO MÍNIMO DA MEDIDA DE SEGURANÇA - Art. 97, § I, CP 
 
A sentença que aplica a Medida de Segurança, deve obrigatoriamente fixar o prazo mínimo de 
internação ou tratamento ambulatorial, entre 1 a 3 anos. 
 
 
 
PRAZO MÁXIMO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
Existem 3 posicionamentos quanto a este assunto: 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
1. Código Penal – Art. 97 parágrafo 1º 
A internação ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando 
enquanto não for averiguada mediante perícia médica a cessação da periculosidade. 
 
2. STF 
O prazo máximo será de 40 anos. 
 
3. Súmula 527 do STJ 
O tempo de duração da Medida de Segurança não pode ultrapassar o limite máximo da pena 
abstratamente cominada ao delito praticado. 
 
 
DESINTERNAÇÃO PROGRESSIVA 
 
O juiz da execução penal fará a desinternação progressiva do inimputável ou semi-imputável, 
visando preparar o sentenciado progressivamente para o retorno ao convívio social. 
 
CP, Art. 97, § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a 
situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua 
periculosidade. 
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se 
essa providência for necessária para fins curativos. 
 
 
CONVERSÃO DA PENA EM MEDIDA DE SEGURANÇA 
Se no curso da execução da pena privativa de liberdade sobrevier ao condenado doença mental, a 
LEP (Lei de Execução Penal) autoriza o juiz a substituir a pena por medida de segurança. 
 
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial 
tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento 
ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º 
a 4º. 
 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
AÇÃO PENAL 
 
CONCEITO 
É o direito da parte legalmente interessada provocar o Poder Judiciário para que este órgão aplique 
a legislação penal específica ao caso concreto. 
 
É o direito de pedir ao Estado Juiz (Poder Judiciário) que aplique o código penal à situação penal 
concreta, portanto, é um direito de provocar o Poder Judiciário. 
 
A Ação Penal Pública é utilizada para o processamento dos crimes que envolvem não somente o 
bem jurídico violado da vítima, mas também o interesse comum de punição pelo Estado. 
 
 
CONDIÇÕES DA AÇÃO 
Para que a ação penal seja intentada (proposta), necessário se faz a presença das seguintes 
condições: 
 
1) Possibilidade jurídica do pedido – O fato tem que ser criminoso. 
 
2) Legitimidade de parte - A parte que irá propor a ação tem de ser legítima. 
 
3) Interesse de agir - Não pode estar extinta a punibilidade do agente. 
 
4) Justa causa - Prova da materialidade e indício de autoria. Tem que ter prova e indícios de quem 
tenha praticado esse crime. Via de regra, por meio do inquérito policial. 
 
 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL 
Existem 3 espécies de ação penal: 
 
1) AÇÃO PENAL PÚBLICA 
2) AÇÃO PENAL PRIVADA 
3) AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
 
1) AÇÃO PENAL PÚBLICA 
A ação penal será considerada pública quando puder ser proposta pelo Ministério Público nos 
termos do Art.129, I, CF, órgão este que recebeu legitimação extraordinária para tanto: 
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
 
Dominus Litis – Promotor – dono da ação penal pública. 
 
Toda vez que a ação puder ser proposta pelo MP será ação penal pública. 
 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA 
 
1) Princípio da Obrigatoriedade: Havendo prova da materialidade e indícios de autoria ou 
participação em crimes de ação penal pública, o MP é obrigado a propô-la. O MP não tem a 
faculdade de propor ou não. Este princípio serve e para evitar que as pessoas procurem o MP 
tentando pressionar para que ele não venha apresentar a ação penal pública. 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, 
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
 
2) Princípio da Indisponibilidade: Depois de proposta a ação penal pública não pode o MP dela 
desistir, nem do recurso interposto. Mas não significa que não possa pedir a absolvição do réu, por 
entender ao final do processo que não houve materialidade ou que o réu não é culpado. A acusação 
é imparcial (não é promotor de acusação, mas sim de justiça). 
 
 3) Princípio da Oficialidade: O órgão encarregado pela propositura da ação penal pública é o MP. 
O processo não pode ter início sem a manifestação do promotor de justiça. A acusação é titularidade 
do MP. 
 
4) Princípio da Oficiosidade: O órgão encarregado pela persecução penal deve agir de ofício 
independentemente de qualquer provocação. 
 
5) Princípio da Indivisibilidade: A ação penal pública deve ser proposta contra todos aqueles que 
em tese cometeram a infração penal. 
 
6) Princípio da Intranscendência: A ação penal pública deve ser proposta somente contra quem em 
tese cometeu a infração penal. Não pode ser usada para perseguição pessoal. 
 
 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA 
Existem 2 espécies de ação penal pública: 
 
1) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
2) AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
 
1) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
É aquela espécie de ação penal pública que deve ser proposta pelo MP independentemente da 
vontade da vítima ou de seus representantes legais, quando presentes suas condições. Não está 
condicionada a nada. 
 
Chama-se de "incondicionada" porque a proposição pelo Ministério Público não depende da 
representação ou iniciativa de nenhuma outra pessoa (seja o ofendido, os familiares ou algum 
membro específico dos órgãos estatais). 
 
Obs.: Esta espécie de ação penal é a regra em nosso ordenamento jurídico. Ex. Art. 121: Matar 
alguém. Para esse crime não é preciso autorização, no caso da família, para propor a ação. Da 
mesma forma, o roubo, não precisa da autorização da vítima para que o Estado siga com a ação. A 
apuração desse tipo de crime é de interesse da sociedade. 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 2) AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
É aquela espécie de ação penal pública que somente pode ser proposta se for cumprida 
determinada condição prevista em lei. A ação continua sendo pública, mas para ser proposta 
depende de uma condição. Ex.: Lesão corporal. 
 
Esta espécie de ação também envolve o interesse comum de punição pelo Estado, mas possui um 
requisito especial para ser proposta pelo Ministério Público, que é a representação pelo ofendido. 
 
A pessoa que teve o seu bem jurídico lesado deve tomar a iniciativa em conseguir a punição do 
agente e o Ministério Público fica condicionado à esta representação para poder efetuar os 
procedimentos de acusação. 
 
 
2.1 - ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL CONDICIONADA: 
 
1) Ação Penal Pública Condicionada a representação do ofendido ou de seus representantes 
legais. 
 
Conceito: Espécie de ação penal pública que visando evitar o escândalo (strepitus iudice) do 
processo, somente pode ser proposta pelo MP se o ofendido ou seus representantes legais 
autorizarem. A pessoa precisa dar autorização para que o MP possaoferecer a ação penal. 
 
Representação: é a autorização fornecida pelo ofendido ou por seus representantes legais para que 
o MP possa oferecer denúncia contra o autor da prática delitiva. 
 
Forma da Representação: Não existe forma específica prevista na lei para a representação. A 
representação não exige forma especial de apresentação, devendo apenas ser reduzida a termo 
quando oferecida verbalmente. 
 
Prazo da Representação: 6 meses contados do dia em que o ofendido ou seus representantes legais 
tomarem conhecimento de quem é o autor da prática da infração penal. 
 
Destinatários da Representação: A representação pode ser oferecida perante as seguintes 
autoridades: 
 
1) Delegado de polícia (mais comum) 
2) Promotor de justiça 
3) Juiz de direito 
 
Retratação da Representação: A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. 
 
Não vinculação da retratação: O oferecimento da representação por parte do ofendido não vincula 
ao MP a oferecer denúncia. O MP vai analisar as condições para oferecer ou não a denúncia. 
 
 
 
 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 
2. Ação Penal Publica Condicionada à requisição (requerimento) do Ministro da Justiça 
Conceito: Espécie de ação penal pública que somente pode ser proposta se houver requisição do 
Ministro da Justiça. 
 
Algumas hipóteses de requisição: 
1) Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do território nacional Art 7, CP 
Se não ocorrer o processo no país do crime, o Ministro da Justiça pode requisitar e apurar o caso 
aqui. 
2) Crimes contra a honra de chefe de governo estrangeiro 
3) Crimes contra a honra do Presidente da República 
 
Forma da Requisição: A lei silencia a respeito da forma da requisição, porém, a doutrina dominante 
entende que esta deve ser feita de forma solene, contendo a menção do fato criminoso, a 
identificação da vítima e o nome e qualificação do autor do crime. 
 
Prazo da requisição: A requisição deve ser feita dentro do prazo da prescrição da pretensão punitiva 
do crime em tese praticado. 
 
Retratação da requisição: Após oferecida a requisição do Ministro da Justiça, não é mais cabível a 
retratação. 
 
Não vinculação da requisição: O fato de o Ministro da Justiça requisitar o início da ação penal não 
vincula ao Ministério Público a oferecer denúncia, daí o motivo da doutrina majoritária entender 
que no lugar de requisição (ordem) deve se entender requerimento (pedido). 
 
 
 
2. AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
Conceito: Espécie de ação penal a qual a titularidade pertence ao ofendido ou a seus representantes 
legais. (O dono é a própria vítima ou seus representantes). 
*CADI - Cônjuge, ascendentes, descendente e irmão 
 
 
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
1. Princípio da Oportunidade: O ofendido tem a faculdade de propor ou não a ação penal privada. 
Ex.: calúnia e difamação. 
2. Princípio da Disponibilidade: Fica a critério do ofendido levar a ação penal privada até o final 
ou não. 
3. Princípio da Indivisibilidade: O indivíduo tem que propor a ação penal privada contra todos os 
ofensores. Não pode haver seleção 
4. Princípio da Intranscendência: a ação penal privada deve ser proposta somente contra quem, 
em tese, cometeu a infração penal. 
 
Prazo da ação penal privada: Decairá em 6 meses contados do dia em que o ofendido ou os seus 
representantes legais vierem a tomar conhecimento de quem é o autor da prática do crime. 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA 
Existem 2 espécies de ação penal privada: 
 
1) Ação Penal Privada propriamente dita: Espécie de ação penal privada que pode ser proposta 
pelo ofendido e na sua impossibilidade por seus representantes legais. (CADI) 
 
2) Ação Penal Privada Personalíssima: Espécie de ação penal privada que somente pode ser 
proposta pelo próprio ofendido e mais ninguém. Art. 236, CP – Erro essencial ou ocultação de 
impedimento. 
 
 Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe 
impedimento que não seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão 
depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
Conhecimento prévio de impedimento 
 
 
3. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
Conceito: Espécie de ação penal que pode ser proposta por qualquer titular de interesse jurídico no 
caso de inércia infundada do Ministério Público em oferecer denúncia no prazo legal em qualquer 
espécie de ação penal pública. 
 
Prazo: Pode ser proposta dentro do prazo decadencial de 6 meses contados do dia em que se 
esgotar o prazo para oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público. 
 
O MP não oferecer e não justificar - Inércia infundada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DENÚNCIA E QUEIXA 
 
CONCEITO DE DENÚNCIA: Denúncia é a petição inicial acusatória dos crimes de ação penal pública. 
 
Prazo da denúncia: Estando o investigado preso, a denúncia deve ser oferecida no prazo de 5 dias 
e, se solto, no prazo de 15 dias, salvo ou previsto na legislação processual penal especial. 
Obs.: na Lei de Drogas 1.1343/2006 a denúncia deve ser oferecida no prazo de 10 dias estando o 
acusado presou ou solto. 
 
CONCEITO DE QUEIXA: Queixa-crime ou simplesmente queixa, é a petição inicial acusatória dos 
crimes de ação penal privada. 
 
Prazo da Queixa: 6 meses do dia em que a vítima tomar conhecimento de quem é o autor da prática 
do crime. 
 
Requisitos da Denúncia ou da Queixa: Estabelece o Art.41 do CPP que a denúncia ou a queixa deve 
preencher os seguintes requisitos: 
1) O endereçamento da Petição 
2) Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação 
3) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias 
4) Classificação jurídica do fato 
5) O pedido de condenação 
6) O nome, cargo e a posição funcional do denunciante 
7) Assinatura 
8) Rol de testemunhas 
 
Rejeição da Denúncia ou da Queixa 
De acordo com o Art. 395 do CPP a denúncia ou a queixa podem ser rejeitadas quando: 
1) for manifestamente inepta (confusa) 
2) Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal 
3) Faltar justa causa para o exercício da ação penal (prova da materialidade e indício da autoria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 
- A punibilidade é a possibilidade jurídica de o Estado impor sanção penal diante de um crime ou 
contravenção penal, no exercício de seu jus puniendi, ou seja, seu direito exclusivo de punir tais 
condutas. 
 
A punibilidade dá-se diante de crime ou contravenção penal já configurados – conduta típica, 
antijurídica e culpável –, mas a lei prevê situações em que a punibilidade pode ser extinta. Tratam-
se tais hipóteses, portanto, da extinção do direito de punir do Estado, seja pela não imposição de 
uma pena ou pela não execução ou cumprimento de pena já em andamento, nas hipóteses 
expressamente determinadas em lei. 
 
Os efeitos da extinção da punibilidade dependem do momento da configuração de sua hipótese: 
 
PREVISÃO LEGAL - Art. 107, Código Penal: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - pelo casamento do agente com a vítima...(Revogadopela Lei nº 11.106, de 2005) 
VIII - pelo casamento da vítima com terceiro... (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
 
EFEITOS 
As causas de extinção da punibilidade atingem a pretensão punitiva e eliminam todos os efeitos 
penais da sentença condenatória já proferida. 
 
MOMENTO DA OCORRÊNCIA 
A extinção da punibilidade pode ocorrer antes ou depois do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
 
1. MORTE DO AGENTE 
Deve ser comprovada por certidão de óbito. 
Trata-se de causa personalíssima, razão pela qual não se comunica aos demais co-autores e 
partícipes, que respondem normalmente pela prática da infração penal. 
 
2. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
 2.1. Anistia - É a exclusão por lei ordinária com efeitos retroativos, de um ou mais fatos 
criminosos do campo de incidência do direito penal. O que importa na anistia é o fato e não o 
seu destinatário. 
A anistia pode ser geral ou relativa. 
Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia. 
 
2.2. Indulto - É a modalidade de clemência coletiva concedida espontaneamente pelo Presidente 
da República a todo o grupo de condenados que preencherem os requisitos apontados pelo 
decreto, podendo ser total ou parcial. 
 
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Não se aplica aos crimes hediondos ou equiparados. 
Pode delegar para o Ministro da Justiça ou o PGR. 
Exemplo: indulto natalino 
 
2.3. Graça - Tem por objeto sentença condenatória já transitada em julgado visando o benefício 
de determinada pessoa por meio da extinção total ou parcial da pena (benefício de caráter 
individual). 
Não se aplica a crimes hediondos. 
É aprovado por decreto presidencial. 
 
3. ABOLITIO CRIMINIS 
É a nova lei que exclui do âmbito do direito penal um fato até então considerado criminoso. 
Ex.: traição - não é mais ilícito penal (só civil) 
 
4. PRESCRIÇÃO – Vide final do texto* 
 
5. DECADÊNCIA 
É a perda do direito de queixa ou de representação em face da inércia de seu titular durante o prazo 
legalmente previsto. 
Prazo – 6 meses (Art. 10 CP) 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
 
6. PEREMPÇÃO 
É a perda do direito de ação que acarreta a extinção da punibilidade provocada pela inércia 
processual do querelante, nas ações penais privadas. 
 
De acordo com o Artigo 60 do CPP, a perempção poderá ocorrer nos seguintes casos: 
 
I) quando iniciada a ação penal privada, o querelante deixar de dar andamento por mais de 30 dias 
seguidos. 
 
II) quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade ,não comparecer em juízo, 
dentro do prazo de 60 dias, qualquer das partes a que couber fazê-lo (CADI). 
 
III) quando o querelante deixar de comparecer sem motivo justificado a qualquer ato do processo 
a que deva estar presente ou deixar de formular pedido de condenação nas alegações finais. 
 
IV) quando sendo o querelante pessoa jurídica esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 
7. RENÚNCIA 
A renúncia é ato unilateral pelo qual se efetua a desistência do direito de ação penal privada pela 
vítima, podendo ser expressa ou tácita. 
 
A renúncia expressa constará de declaração, assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. E a renúncia tácita resulta da prática de ato incompatível com a 
vontade de exercê-lo e admite todos os meios de prova. 
 
 
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A renúncia apenas pode ser exercida antes do oferecimento da queixa e será estendida a todos 
quantos hajam intervindo no suposto cometimento da infração penal. 
 
8. PERDÃO DO OFENDIDO 
O perdão do ofendido é a desistência manifestada após o oferecimento da queixa, impeditiva do 
prosseguimento da ação penal, podendo ser expresso ou tácito. 
 
Trata-se de ato bilateral que depende da aceitação do querelado, pois a ele pode ser interessante 
provar sua inocência. 
 p 
Obs.: o perdão a um dos ofensores a todos se estenderá. 
 
9. RETRATAÇÃO DO AGENTE 
Retratar-se é desdizer-se, confessar que errou revelando o arrependimento do responsável pela 
infração penal. 
 
É cabível nos crimes de calúnia e difamação desde que realizada antes da sentença penal 
condenatória. 
 
Difamação e calúnia - honra objetiva (o que pensam a seu respeito) 
Injúria - honra subjetiva (o que você pensa a seu respeito) 
 
10. PERDÃO JUIDICIAL 
É o ato exclusivo de membro do poder judiciário que na sentença deixar de aplicar a pena ao réu 
em face da presença de requisitos legalmente exigidos. 
 
O perdão judicial está previsto no art. 121, em seu § 5º, que assim dispõe: na hipótese de homicídio 
culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
*PRESCRIÇÃO 
 
CONCEITO 
É a perda da pretensão punitiva ou executória em face da inércia do Estado durante determinado 
tempo legalmente previsto. 
 
A prescrição impede que o Estado exerça o seu poder punitivo (Jus puniendi) pelo entendimento de 
que ninguém pode passar o resto da vida com a expectativa de a qualquer momento ser processado 
por uma conduta por ele perpetrada no passado. 
 
O Estado tem um prazo para exercer o poder punitivo. 
 
Portanto: 
 
A prescrição, dentro do direito penal, é a perda do direito de se demandar judicialmente algo de 
alguém por conta da expiração do tempo limite para se apresentar aquela demanda. É, também, 
extinção do direito do Estado de punir alguma conduta considerada penalmente ilícita. 
 
Quando uma pessoa comete um ato considerado como um delito ou crime, abre-se a possibilidade 
do Estado, enquanto figura responsável pela manutenção da ordem social, de punir aquela pessoa 
de acordo com o que estipula a lei que determina que aquela ação é criminosa. 
 
Entretanto, a atuação punitiva do Estado deve ocorrer dentro de um prazo limitado também 
legalmente. 
 
Quando esse prazo não é respeitado, ocorre a prescrição penal, que nada mais é do que a perda 
do direito do Estado de aplicar aquela punição. 
 
 
FUNDAMENTOS 
1. Segurança Jurídica ao responsável pela infração penal. 
2. Luta contra a ineficiência do Estado – Forma de impulsionar o Estado a ser mais 
eficiente. 
3. Impertinência da sanção penal – a demora da aplicação da pena não faz sentido, é 
ineficaz. 
 
NATUREZA JURÍDICA 
A prescrição é causa extintiva da punibilidade prevista no Art. 107, IV, 1ª parte do CP 
 
ALOCAÇÃO 
A prescrição embora produza efeitos no processo penal é matéria inerente ao direito penal, pois 
quando ocorre extingue o direito de punir de titularidade do Estado. 
 
A prescrição é de ordem pública, se o Juiz se deparar com ela, ele é obrigado a reconhecer, de ofício, 
podendo ser provocado. 
 
É matéria preliminar, impede o julgamento do mérito. 
 
 
 
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IMPRESCRITIBILIDADE PENAL 
Serão imprescritíveis os seguintes crimes: 
 Racismo (Art. 5, XLII, da CF) 
“XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena 
de reclusão, nos termos da lei.” 
 
 Ação de grupos armados civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado 
democrático (Art. 5, XLIV, da CF). 
“XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.” 
 
ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO 
O código penal apresenta 2 grandes grupos de prescrição: 
1. Prescrição da Pretensão Punitiva - antes do trânsito em julgado 
2. Prescrição da Pretensão Executória - depois do trânsito em julgado 
 
 
1. Prescrição da Pretensão Punitiva – PPP 
Existem 3 espécies de PPP: 
 
I) Prescrição da PretensãoPunitiva Propriamente Dita 
II Prescrição da Pretensão Punitiva Intercorrente 
III) Pretensão da Pretensão Punitiva Retroativa 
 
 
I) Prescrição da Pretensão Punitiva Propriamente Dita - (PPP) 
 
Conceito: Espécie de pretensão que leva em consideração o máximo da pena privativa de 
liberdade cominada ao delito, conforme determina o Art. 109 do Código Penal. 
 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Utiliza-se a pena em abstrato porque o réu ainda não foi condenado. Quanto mais grave o crime, 
maior o tempo para a prescrição. Crimes mais leves, a prescrição é mais rápida. 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
Termo Inicial 
De acordo com o Art. 111 do Código Penal, a prescrição antes de transitar em julgado à sentença 
final começa a correr: 
 
1. Do dia em que o crime se consumou 
2. Nos casos de tentativa do dia em que cessou a atividade criminosa (se vários atos, do 
último ato) 
3. Nos crimes permanentes do dia em que cessou a permanência (Exemplo: extorsão 
mediante sequestro) 
4. Nos crimes de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento e registro civil 
da data em que o fato se tornou conhecido 
5. Nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes da data em que a vítima 
completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. 
 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou; 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o 
fato se tornou conhecido. 
V - nos crimes contra a dignidade sexual ou que envolvam violência contra a criança e o adolescente, previstos 
neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse 
tempo já houver sido proposta a ação penal. 
 
 
Causas interruptivas da Prescrição (Marcos interruptivos da prescrição) 
Vale ressaltar que as causas interruptivas podem mudar significativamente a pena, podendo dobrar 
ou mais. 
 
De acordo com o Art. 117 do Código Penal, o curso da prescrição interrompe: 
 
1. Pelo recebimento da denúncia ou da queixa 
Exemplo: 
 Um crime com pena de 3 anos. 
 O inquérito é instaurado 
 A investigação se dá em 2 anos e 10 meses 
 O MP oferece denúncia. 
 A partir do momento que o juiz recebe o prazo é zerado e começa a contar de novo 
 Iria prescrever se desses 3 anos e a denúncia não fosse oferecida. Por 2 meses não prescreveu. 
 
2. Pela pronúncia (Decisão que manda o réu a júri) 
 
3. Pela decisão confirmatória da pronúncia 
 
4. Pela publicação da sentença ou do acórdão condenatórios recorríveis 
 
________________________________________________________________ 
fatos / investigação / recebimento da denúncia / publicação da sentença 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
Causas impeditivas da prescrição - 
De acordo com o Art. 116 do CP, antes de passar em julgado a sentença final a prescrição não corre: 
 
1. Enquanto não resolvida em outro processo questão que dependa o reconhecimento da 
existência do crime – Ex. Bigamia x nulidade do casamento 
 
2. Enquanto a agente cumpre pena no exterior 
 
3. Na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos tribunais superiores, 
quando inadmissíveis (enquanto estiver correndo o julgamento do recurso) 
 
4. Enquanto não cumprido ou rescindido o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) 
 
 
II) Prescrição da Pretensão Punitiva Superveniente ou Intercorrente – (PPP) 
 
É a modalidade de prescrição da pretensão punitiva calculada entre a data da publicação da 
sentença condenatória e o trânsito em julgado. 
 
Observação: É calculada com base na pena em concreto. Só se leva em consideração a pena em 
abstrato se não tiver uma pena em concreto. 
 
 
 
 
6 MESES 3 ANOS PRESCRIÇÃO 
Sentença Trânsito em 
Condenatória Julgado 
(Pena em concreto) 
 
 
PENA EM ABSTRATO X PENA EM CONCRETO 
 
PENA EM ABSTRATO – É a pena material prevista no Código Penal 
 
PENA EM CONCRETO - É aquela aplicada pelo magistrado ao caso concreto, após a análise do mérito 
do caso atendo-se ao previsto no caput do artigo 59 do Código Penal 
 
 
III) Prescrição da Pretensão Punitiva Retroativa – (PPP) 
É a modalidade da prescrição da pretensão punitiva calculada entre a data da publicação da 
sentença condenatória e a data do re3cebimento da denúncia. Ou seja, a contagem é feita de traz 
para frente. 
 
Obs. É calculada com base na pena em concreto. 
 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
 3 MESES 
Recebimento Sentença 
da denúncia Condenatória 
(Pena em concreto) 
 
 
 
 
2. Prescrição da Pretensão Executória – PPE 
 
Conceito: É a perda em razão da omissão do Estado durante determinado prazo legalmente 
previsto, do Direito e do dever de executar uma sanção penal definitivamente aplicada pelo Poder 
Judiciário. 
 
Forma de contagem: É calculado com base na pena concreta, fixada na sentença ou no acórdão, 
pois, já existe trânsito em julgado para acusação e para a defesa. 
 
(O agente já respondeu o processo que já transitou em julgado, ou seja, o processo foi finalizado. A partir do 
momento em que há a condenação é dado o “start”, o Estado vai calcular a prescrição com base na tabela do 
Art. 109. O processo pode ter corrido em x anos, mas saindo a sentença, zera a prescrição.) 
 
 
6 MESES 3 meses PRESCRIÇÃO de 20 anos 
Sentença Trânsito em 
Condenatória Julgado 
(Pena em concreto) 
 
Por exemplo, se o agente é condenado em 10 anos, cumpre 3 anos e foge do estabelecimento 
prisional, a pena cumprida é pena extinta. A prescrição vai ser calculada no que falta, ou seja, em 7 
anos. É pelo tempo que falta. 
 
Termo Inicial da PPE 
De acordo com Art. 112 do CP, a PPE começa a correr: 
 
1. Do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação ou a que revoga a 
suspensão condicional da pena ou o livramento condicional. 
 
2. Do dia em que interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se 
na pena. Ex. do dia em que há fuga. 
 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão 
condicional da pena ou o livramento condicional; 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. 
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional 
 
 
 
Por: Marta Helena Jarandia Nunes – martajarandia@gmail.com 
 
 
Causas interruptivas da PPE 
De acordo com o Art. 117 do Código Penal a PPE interrompe-se: 
 
1. Pelo início ou continuação do cumprimento da pena. 
 
2. Pela reincidência 
 
 
 
PONDERAÇÕES 
 
Prescrição das Penas Restritivas de Direito - Aplicam-se às penas restritivas de Direito os mesmos 
prazos previstos para as privativas de liberdade. 
 
Prescrição do concurso de crimes – No caso de concurso de crimes a extinçãoda punibilidade 
incidirá sob a pena de cada um deles, isoladamente. 
 
Prescrição da pena de multa – De acordo com o Art. 114 do CP, a prescrição da pena de multa 
ocorrerá: 
 
1. Em 2 anos - quando a multa for a única cominada ou aplicada. 
 
2. No mesmo prazo estabelecido para a pena privativa de liberdade - quando a multa for 
alternativa ou cumulativamente culminada ou cumulativamente aplicada.

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