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Yolanda - Resumo em grupo livro cláudia mônica cap 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL
DAIANA DOS SANTOS CLEMENTINO
HELENA KIRA
MARIA DO CARMO HOLANDA FERREIRA
MIRIÃ AGUIAR DA SILVA
TRABALHO DE NÚCLEO TEMÁTICO –
O SERVIÇO SOCIAL COMO TOTALIDADE E AS DIMENSÕES DO TRABALHO PROFISSIONAL
	
RIO DE JANEIRO/RJ
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL
	
DAIANA DOS SANTOSCLEMENTINO
HELENA KIRA
MARIA DO CARMO HOLANDA FERREIRA
MIRIÃ AGUIAR DA SILVA
TRABALHO DE NÚCLEO TEMÁTICO –
O SERVIÇO SOCIAL COMO TOTALIDADE E AS DIMENSÕESDO TRABALHO PROFISSIONAL
Trabalho de Núcleo Temático I e II – Resumo do capítulo 2 do livro “Na prática a teoria é outra?” de Cláudia Mônica dos Santos - apresentado a professora Yolanda Guerra
RIO DE JANEIRO/RJ
2017
O livro “Na prática a teoria é outra?” de Cláudia Mônica dos Santos é dividido em dois capítulos: o primeiro, “Na prática a teoria e outra”, e o segundo “As dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico operativa da prática profissional: unidade na diversidade e não na identidade”. No presente trabalho, discorreremos a respeito da segunda parte da obra, que se refere às três dimensões da prática profissional e destaca a relação de cada uma, constituindo a unidade do diverso.
2.1 A Posição dos Fins e a Busca dos Meios para Tornar Ato a Finalidade
Há três posições contrárias que necessitam ser superadas para uma formação profissional qualificada: a primeira se fundamenta em uma concepção tecnicista, a qual se cria uma associação direta entra entre competência técnica e competência profissional, de forma a suprimir a formação profissional e cair no tecnicismo, isso devido à herança cultural e intelectual do próprio Serviço Social brasileiro; a segunda se refere às questões tratadas no primeiro capítulo do livro, que teoria e prática andam juntas e compreender apenas a parte teórica é insuficiente para uma boa intervenção profissional adequada, de modo a evitar o teoricismo; já a terceira posição diz respeito aos instrumentos da intervenção profissional, nos quais não podem ser vistos de forma isolada, mas sim como integrantes da dimensão técnico-operativa. Portanto, com a superação desses três elementos, é possível realizar uma prática profissional qualificada, utilizando-se das três dimensões (teórico-metodológica, ético política e técnico-operativa) de forma articulada, ou seja, a partir da unidade do diverso. 
Entretanto, segundo Cláudia Monica, apesar dos assistentes sociais concordarem com essa prática profissional baseada na unidade do diverso, ou seja, na articulação das três dimensões, não compreendem as particularidades de cada uma. Dessa forma, o exercício profissional pode ser levado a uma intervenção imediatista, mesmo que fundamentada em instrumentos corretos, baseados em uma teoria e em uma vertente ético-política. Isso pode ser explicado a partir de “uma incorporação equivocada e não satisfatória da relação teoria e prática na concepção do materialismo histórico-dialético” (SANTOS, 2012, p. 4).
Assim sendo, Cláudia Mônica conclui que há tanto uma relação de unidade entre teoria e prática, como também há uma diversidade. Ou seja, a teoria possibilita a ação e deve ser convocada pelo pluralismo, onde o profissional deve se aproximar da realidade a partir da vertente teórica escolhida, compreendendo melhor o real para poder intervir e superar a aparência.
Remetendo-nos sobre a posição do fim e a busca para tornar ato a finalidade, Marx defende que a teleologia humana é inerente à práxis humana, e é isso que nos diferencia dos demais animais, pois ela se volta à transformação da natureza, fundamentada no próprio trabalho (relação homem x natureza). Logo, a teleologia, que está em confronto com as causalidades, resulta desse confronto, o objeto. O processo de objetivação será, portanto, a materialização do que antes foi pensado, ou seja, a exteriorização. Essa exteriorização traz novos objetos, devido às novas necessidades do homem, e, assim, novas causalidades postas (diferentemente das causalidades anteriores, nas quais eram impostas pela natureza). Portanto, o homem é portador do ser social, ou seja, expressa esse ser social e todo esse processo de trabalho. Assim, pode-se dizer que ele transforma a natureza e a si mesmo por dois principais motivos: o primeiro porque adquiri e aprimora os conhecimentos (processo de subjetivação); e o segundo como forma de satisfação das necessidades sociais e de criação de novas possibilidades para novas necessidades (processo de objetivação). Dessa forma, o processo de trabalho é o desenvolvimento do ser social do homem se afastando, cada vez mais, do ser natural, ele se subjetiva e objetiva-se.
2.2 Relação Teoria-Fim-Meio-Efetivação da Prática
A autora prossegue a discussão retomando sobre a categoria alternativa existente na posição dos fins e na busca dos meios, pois faz-se necessário escolher entre diversas alternativas tanto em relação as condições concretas para a efetivação de uma finalidade quanto entre os meios necessários para se alcançar a finalidade. É muito importante compreender que a ação de escolher entre alternativas – dos meios e para avaliação dos fins - está inserida nos processos valorativos, já que é a categoria alternativa que faz a conexão entre a totalidade da práxis social e os valores, isto é, quando se escolhe entre alternativas está em jogo se algo é bom ou ruim, útil ou inútil para concretizar a finalidade.
A categoria alternativa manifesta, em primeiro lugar, um caráter teórico, visto que é preciso ter algum conhecimento acerca dos objetos (meios) que possibilitarão transformar a finalidade ideal em finalidade real. Em segundo lugar, possui um caráter ético e político, no sentido de que são criadas alternativas de valor, na medida em que o homem age com consciência e liberdade. Depois, há o caráter operativo, pelo fato de que o campo da possibilidade passa para o da efetividade por meio das alternativas a serem escolhidas. Conforme Santos:
[...] a posição dos fins e a busca de meios para tornar ato a finalidade implicam processos valorativos e conhecimentos das determinações do real, mesmo que sejam conhecimentos preliminares e não absolutos do real. Essa assertiva contém em si o caráter teórico e ético que subjaz a esses elementos. (SANTOS, 2012, p. 65)
A seguir, inicia-se a discussão acerca da moral e da ética e como ética e política caminham sempre juntas. Os valores morais são transitórios, existentes e coerentes de acordo com cada ordem social, em vigor conforme os interesses da classe dominante, porém “criados pelos sujeitos na relação que estabelecem entre si e com a natureza, ou seja, na práxis social. É nesse espaço da moralidade que se avalia o comportamento dos homens, julgando-o aprovado ou reprovado, correto ou incorreto.” (SANTOS, 2012, p. 66).
O papel da ética é interpretar e compreender o significado e os fundamentos dos valores que comandam o comportamento moral e está sempre presente no momento da escolha dentre as alternativas, ou seja, na tomada de decisões, e, para que exista a conduta ética, é imprescindível a existência da consciência e da responsabilidade. A liberdade está aí imbricada quando o significado de ser livre deriva da possibilidade de escolher com consciência crítica sob as mais diversas alternativas que são carregadas de valores, permitindo pensar finalidades valorativas, levando-as, posteriormente, ao concreto, a finalidade real. Daí também surge o caráter político: 
Assumir uma responsabilidade pela escolha entre alternativas resulta num compromisso efetivo com sua ação. Assumir responsabilidade e ter compromisso com algo ou alguém possui um caráter político, de forma que ética e política estão sempre juntas (SANTOS, 2012, p. 68)
Ser político é tomar partido, escolher projetos e sair do campo da neutralidade. Enquanto a ética diz respeitodos valores implicados nas escolhas das finalidades e dos meios para sua concretização, a política trata da direção, de onde se quer chegar, da própria finalidade também arraigada de valores. Conforme as palavras de Santos:
Essa afirmativa explicita a relação intrínseca entre o plano da ética e o plano da política com a posição dos fins e a busca dos meios para tornar ato a finalidade. Escolher finalidades significa projetar e implica valores; efetivar essas finalidades impregnadas de valores supõe, então, uma decisão entre projetos diferentes, o que se caracteriza como uma decisão política, isto é, escolher o projeto com o qual, de alguma forma, terei um ganho maior, qualquer tipo que seja. (SANTOS, 2012, p. 69)
A seguir, inicia-se a discussão sobre a dimensão técnico-operativa na posição dos fins e na busca dos meios. Na posição dos fins, a competência política aparece de forma imediata e direta e a competência técnica ocorre de forma mediata e indireta já que para se alcançar os fins seja necessário buscar meios. Por outro lado, na busca dos meios, a competência política é um atributo mediato, visto que ao se escolher os instrumentos é necessária a dimensão ético-política, e a competência técnica um atributo mediato, pois “a busca dos meios da ação se materializa nos instrumentos produzidos na e para a realização do trabalho.” (SANTOS, 2012, p. 69).
A busca dos meios engendra a dimensão técnica-operativa, pois é necessário aplicar e manejar estes meios. De início, o que trabalhador toma para si de forma direta é o meio de trabalho e não o objeto. Os meios são “todas as condições materiais – ferramentas, instrumentos – necessárias, de uma forma ou de outra, à realização do processo de trabalho” (SANTOS, 2012, p. 70). Para o manuseio dos meios também são necessárias habilidades e um pouco de conhecimento a cerca do “como utilizá-lo”, isto é, um conhecimento técnico e procedimental.
2.2.1 A Posição dos Fins e a Busca dos Meios na Prática Profissional do Assistente Social
A partir destas observações pode-se constatar que há uma intrínseca relação entre as dimensões política, ética, teórica e técnico-operativa e no tocante a prática profissional do assistente social esta relação segue da mesma forma. Isto pode ser observado no compromisso do profissional com sua escolha consciente de um determinado projeto profissional que irá orientar o seu fazer profissional. Na posição dos fins e na busca dos meios, no que toca a prática profissional, há condições subjetivas e objetivas, isto é, a cultura do profissional, seus valores, pode se opor com a escolha de seu referencial teórico. O caráter subjetivo e objetivo são importantes mediações para a passagem da finalidade ideal para a finalidade real.
Na realidade, o subjetivo e o objetivo não se separam, pois um determina o outro, porém cada um tem o seu lugar. O subjetivo tem seu lugar no interior do sujeito e o objetivo nos fatores externos a ele. A ação profissional não depende inteiramente do agente da ação, porém também das condições sócio-históricas vigentes no momento da ação que muitas vezes não favorecem para uma a concretização da finalidade ideal do profissional no produto final desejado. Apesar disto, nenhum condicionante externo ou interno (subjetivo) deve ser considerado como uma barreira para a prática profissional, mas como
particularidades da ação profissional, como contradições que perpassam a materialização da teoria em ação. São [...] mediações que envolvem os agentes profissionais e sobre as quais a intervenção se realiza: o preparo teórico e técnico, os valores e cultura e as condições objetivas, materiais concretos (SANTOS, 2012, p. 80)
Ao final do item, a autora volta a questão da relação teoria/prática, porém afirma que há uma outra problemática existente a relação entre mercado de trabalho e formação profissional. Ambos possuem dinâmicas diferentes. A formação profissional não consegue, de imediato, condizer com as respostas que o mercado de trabalho busca dar as necessidades sociais, que são muito dinâmicas, ao contratar o assistente social e isto jamais poderia ocorrer de forma completa. Há uma falta de entendimento dos limites da relação formação profissional / mercado de trabalho, mas que emerge, na realidade, no não entendimento da relação teoria / prática, fazendo com que muito profissionais e discentes cheguem a conclusão de que na prática a teoria é outra. 
2.3 Instrumentos e Racionalidade Emancipatória
A autora destaca a importância dos conhecimentos teóricos para a escolha dos meios na efetivação do trabalho. Mais do que a busca dos meios é a aplicação dos mesmos, pois não basta conhecer os meios, é preciso saber aplicá-los articulando-o aos fins. É onde situam-se os instrumentos e técnicas. Portanto, “aplicar os meios requer conhecer os instrumentos, ter habilidades para utilizá-los, capacidade para criá-los e escolher os mais adequados às finalidades propostas” (SANTOS, 2012, p.83).
No entanto, a teoria por si só não gera instrumentos e técnicas propriamente ditos, o que ela gera são subsídios criação, escolha e utilização das técnicas e dos instrumentos, daí a importância do método que escolhemos para consecução do trabalho. Método este que não deve ser confundido com o instrumento em si, mas como algo que está relacionado com a teoria e o processo de conhecimento. É necessário um conhecimento teórico prático que seja capaz de dar respostas às demandas postas pelos processos sociais que produzem as expressões da questão social. Exige-se a formação que contemple competência técnica, ético-política e teórica.
É a partir da teoria pela compreensão da realidade, do conhecimento da instituição ao qual o profissional trabalha, que este tem condições de escolher quais as alternativas e técnicas mais adequadas, se aproximando das finalidades ideais, podendo transformá-las em finalidades reais. Neste sentido, a autora destaca a análise crítica da realidade baseada na apreensão da Teoria Social de Marx, pois esta possibilitará uma análise crítica da sociedade burguesa.
A direção teórica influencia o tipo de intervenção que se pretende, bem como os tipos de sujeitos envolvidos no processo. Esses são elementos fundamentais na construção dos instrumentos de intervenção e que determinam a eficiência e a eficácia da ação levando em conta os parâmetros colocados pelo projeto ético-político da profissão, as finalidades postas pelo profissional e os objetivos da instituição. 
Importante ressaltar que a escolha dos instrumentos não é “neutra”, pois a escolha dos instrumentos não cumpre apenas uma função técnica-operacional, mas política e ideológica. Diante desta ressalva, a autora elucida o uso de instrumentos não necessariamente ligados a uma práxis manipulatória em que alguns procedimentos práticos são repetidos mecanicamente numa ação burocratizada que não liga a ação com as finalidades e realidades postas tornando-se, portanto, uma ação limitada da realidade. Daí, a necessidade de extrapolá-la tomando o cuidado de também não partir para o extremo oposto, pois, segundo adverte Coutinho (1972), a manipulação por si só não é um mal, já que em alguns casos ela se faz necessária para que seja consolidada uma determinada prática.
Neste sentido, a autora afirma que a utilização dos instrumentos de víeis “tecnicistas” não deve ser negada, mas deve-se deixar claro os fins que se busca alcançar. Também é comparado o caráter conservador do Serviço Social diante das condições socioeconômicas e políticas vigentes na sociedade como determinantes na utilização dos instrumentos e técnicas na lógica manipulatória. Lembrando o caráter político da escolha dos instrumentos. Portanto, afirma que a escolha e o manuseio dos instrumentos e técnicas estão relacionados aos princípios, as condições objetivas e dos objetivos da profissão, do profissional e da instituição.
Por fim, cabe ressaltar que o trabalho realizado pelo Serviço Social não cabe intuição e bom senso, mas é preciso possibilitar ao usuário uma compreensão da realidade social. A intervençãoprofissional do Serviço Social deve contribuir para que seja possível a compreensão das demandas trazidas pela população que busca serviços sociais e que seja compreendida em sua dimensão universal para então buscar ações cabíveis às respectivas singularidades que devem ser vistas de outra forma tanto pelo profissional quanto pelos sujeitos. Para tanto, faz-se necessário pensar instrumentos e técnicas colados às finalidades e aos objetos da intervenção. 
Considerações Finais
Finalmente, a importância da obra de Cláudia Mônica para formação dos estudantes em Serviço Social é fundamental. A autora procura dar centralidade aos estudos sobre a teoria e a prática, que estão submetidos no processo das objetivações humanas, sendo a teoria o que possibilita explicar, interpretar, examinar o objeto. È dessa forma que se pode interferir a relação de unidade entre o movimento de apropriação do mundo pelo ideal e a intervenção material. Portanto, a prática tem um significado social, pois é constituída por determinações que tem uma legitimidade interna e, portanto, inelegível à razão. Todavia essa legalidade não é aparente, sendo necessário um movimento que gere um conhecimento teórico sobre esse fenômeno. (SANTOS, 2012, p. 93). A análise aqui feita pela autora nos remete ao que nos prendemos na formação universitária: a realidade está dada cabendo apropriar-se dela e fazer as mediações cabíveis.
Além disso, se não fizermos isso, nem a teoria se transforma em prática nem a prática se transforma teoria. Quando se tem procedimento teórico sobre a prática, ela se transforma em teoria, se expressa em uma teoria, no entanto, partindo desse mesmo pensamento, em que autora coloca essa teoria, poderá modificar-se a prática quando for utilizada para avaliá-la e interpretá-la. Lembrando que para fazer essa análise teórico-metodológica, não pode ser qualquer teoria, mas precisa ser uma teoria que desvele a realidade das sequelas das expressões da questão social.
Em seguida, a autora faz a relação da teoria e as instrumentalidades: aos instrumentos e técnicas – em uma prática profissional consiste em oferecer ao profissional o significado social de sua ação. Portanto, há uma relação teoria/prática: encontra-se em uma apreensão teórica que possibilite as práticas profissionais. (SANTOS, 2012, p. 93). Há também uma outra questão em que Santos trabalha que são os aspectos que, de alguma forma, já abordados aqui, me parecem merecer atenção por possibilitar uma resposta aos mitos e dilemas da categoria profissional. São estes:
1. A categoria confunde um problema que é de formação profissional e mercado de trabalho com problema na relação entre teoria e prática;
2. A não apreensão da relação entre teoria e prática que hoje é mais uma questão pedagógica e/ ou de capacidade profissional do que de formação curricular, melhor dizendo, nessas questões de fundo teórico, é fortalecida com finalidade de socialização de informação e conhecimento entre academia e os demais órgãos de formação: instituições empregadoras, instituições de campos de estagio, órgão de organização da categoria (ABEPSS, conjunto CFESS/CRESS);
3. A academia restringe o ensino das habilidades necessárias ao manuseio dos instrumentos e técnicas de intervenção profissional, não percebendo que a lacuna está na qualidade de seu manuseio, o que requer, igualmente, uma competência de seu manuseio teórico, ético e político – e não no uso “em si” de instrumentos. (SANTOS, 2012, p. 94).
 Outro aspecto muito importante a ser falado na obra de Santos é o que é chamado de descompasso entre o discurso e a prática no que se refere aos instrumentos e as técnicas, também incrementado pelas formas de ação introjetada em nossas formas de pensar e agir, implicando num acontecimento intrincado e perigoso, a vulgarização.
Por fim, SANTOS (2012, p. 96) trás a importância fazendo ser necessário haver profissionais dotados teoricamente e de uma formação que privilegie especialmente conhecimentos teóricos rigorosos e críticos. Uma formação competente é aquela que conhece o mercado de trabalho, mas que não se limita a ele. È nessa direção que caminham as novas direções novas diretrizes curriculares. De acordo com o pensamento de SANTOS, a maioria dos estudantes de Serviço Social encararão este fato ainda como um dilema em meio a formação sobre os fundamentos desta profissão. Ainda se vem reproduzindo isto até nos campos de estágios quando se deparam com a realidade da instituição, estando ainda presos no jargão na prática a teoria é outra. E depende de nós, enquanto estudantes, a responsabilidade de uma formação de qualidade, que deve ser continuada baseando-se também na importância da pesquisa.
A formação profissional deve oferecer um conjunto de referências aos alunos que incorpore o conhecimento das exigências postas, mas que seja mais vasto ao que ele instrumentaliza, de imediato na sua intervenção, antecipando demandas. Daí a importância de pesquisas, de pesquisas que voltem para o exercício profissional e para as reaquisições do mercado. È urgente a necessidade de ser conhecer a intervenção do Serviço Social, incluindo os instrumentos necessários a essa intervenção. (SANTOS, 2012, p. 96)
Logo, uma das discussões centrais, a meu ver, que Santos coloca é que não há dicotomia entre a teoria e a prática, mas há um ausência de comunidade entre academia e supervisores de campo, entre academia e os campos de estágio. Há uma incoerência, ou à grosso modo, há uma ignorância por parte dos profissionais, supervisores de campos e demais, de seu papel na formação profissional; há uma desarticulação entre a formação e o exercício profissional, entre as disciplinas e a prática profissional. Contudo, cabe a universidade contribuir para que os profissionais originários dela não se afastem, mas retornem a ela diferenciados, também como formadores. (SANTOS, 2012, p. 96).
Referência bibliográfica
SANTOS, Cláudia Mônica. Na prática a teoria é outra? Mitos e dilemas na relação entre teoria, prática, instrumentos e técnicas no Serviço Social. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris editora, 2012

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