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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO COMERCIAL Fundamentos e Princípios do Direito Empresarial Docente: Profº Drº Rodrigo Octávio Broglia Mendes Monitor: Thiago Martins Discentes: Sheila Medeiros NUSP: 7610556 Soraia Ponciano NUSP: 5202067 Vinicius Carmo NUSP: 7616927 Wesley Veras NUSP:13823086 Seminário 2 Antônio Medeiros é um conceituado médico na área de reprodução assistida na cidade de São Paulo. Ele tem uma clínica famosa, em imóvel próprio, com equipamentos de última geração para procedimentos como fertilização in vitro e implante embrionário, extração e congelamento de óvulos, e outros relacionados a tratamento de infertilidade. Na clínica, Antônio conta com uma equipe médica multidisciplinar para assisti-lo, composta por outros seis médicos: dois ginecologistas-obstetras, dois urologistas e dois endocrinologistas. Conta, ainda, com uma equipe de enfermagem, composta por duas enfermeiras e duas auxiliares de enfermagem; uma recepcionista, uma secretária e um segurança. Em dada ocasião, um dos médicos que trabalha com Antônio na clínica, em momento de desatenção, comete um erro durante um procedimento, que acaba resultando na infertilidade definitiva de uma paciente. Após um processo judicial, Antônio, que liderava a equipe médica, e o médico assistente foram solidariamente condenados ao pagamento de vultosa indenização à paciente lesada. Antônio, que recentemente havia assumido dívidas para renovar os equipamentos da clínica com o que havia de mais moderno em tecnologia reprodutiva, vê-se em dificuldades financeiras como consequência do pagamento da indenização. Um amigo, advogado, sugere que ele ajuíze um pedido de recuperação judicial, para tentar reduzir o valor das dívidas, eliminar encargos e alongar prazos de pagamento. Pergunta-se: 1) Se o Código Comercial de 1850 ainda estivesse em vigor, Antônio estaria a ele sujeito? Justifique sua resposta. O Código do Comércio brasileiro entrou em vigor em 1850 e foi complementado pelo Regulamento nº 737, de 1850, que normalizou a organização dos tribunais e deu uma nova ordem ao processo. Como o Brasil não teve um Código Civil até 1916, foram, sobretudo, o Código do Comércio, o Regulamento nº 737 e a Lei Geral das Hipotecas (1864) que serviram, em parte, como fontes de Direito Privado. Como um dos requisitos para possuir uma clínica médica é ter um contrato social, uma "matrícula", ele estaria sujeito ao Código Comercial de 1850, pois como o parágrafo abaixo cita que os médicos poderiam ser caracterizados como agremiações, corporações; “Os trabalhadores das cidades reuniam-se, inspirando-se nos velhos grupos familiares, com um centro religioso e uma divindade protetora. As corporações (collegia) à semelhança de outras associações religiosas eram consideradas como fundação do lendário rei Numa. Integravam-nas agremiações de tecelões, tintureiros, sapateiros, médicos, professores, pintores, etc. e eram dedicadas — além do seu patrono — a Minerva, a deusa do trabalho manual.” (PAULA, 1966) Além disso, ao que observamos, o Regulamento nº 737 determinou que a jurisdição comercial fosse aplicada em todas as causas normatizadas pelo Código Comercial e que uma das partes fosse comerciante. 2) De acordo com o Código Civil de 2002, Antônio pode ser considerado empresário? Justifique sua resposta. Antônio é um empresário, pois possui uma clínica médica, uma empresa na área de saúde, para ser dono deste estabelecimento é necessário cumprir alguns requisitos como ter CNPJ, um contrato social onde constam as informações do negócio. Também deve possuir licença de funcionamento, responsável técnico, como dispõe o Conselho Regional de Medicina (CRM), e atender as exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS). Além disso, fica evidenciado no texto que na clínica existem outros trabalhadores, incluindo colegas médicos, ao passo que - subentende-se, que Antônio tenha deixado de atuar como profissional liberal para montar sociedade ou negócio próprio, no intuito de atender uma demanda maior de pacientes. Nesse contexto, sendo o médico que fez o procedimento na paciente pertencente ao quadro de funcionários da clínica de reprodução humana e fertilidade e havendo sua responsabilização, poderá ser comprovada a solidariedade do Sr.Antônio, que liderava esta equipe médica pelo contrato que os une. 3) Se você fosse o juiz, você admitiria o pedido de recuperação judicial de Antônio? A Lei que regulamenta a recuperação judicial, extrajudicial e a falência, criada no ano de 2005 com o intuito de auxiliar o empresário e a sociedade empresária a se erguer em um momento de crise econômico-financeira. Assim, promoveu a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Apenas os empresários e as sociedades empresárias podem pedir a Recuperação Judicial. Como consideramos que Antônio se enquadra dentro da categoria de empresário, ele está apto a propor o pedido e formular sua petição inicial. Além da demonstração dos motivos da crise financeira, o pedido deverá ser instruído com: demonstrações contábeis; relação de bens da empresa e dos sócios; extratos bancários; relação nominal dos credores; plano de recuperação. Outrossim, o pedido de recuperação judicial de Antônio seria admitido, desde que ele atendesse os requisitos previsto em lei, tais como: a clínica exercesse suas atividades a mais de dois anos; seu estabelecimento não tivesse decretado falência em algum momento, caso o tenha que suas responsabilidades necessitam ser extintas após o processo ser transitado e julgado; nos últimos oito anos não ter obtido, a concessão de um plano especial de recuperação judicial; e não ter sido condenado por nenhum crime previsto na lei de falências. Referências PAULA, E. S. de. As origens das Corporações de Ofício: as corporações em Roma. Revista de História, [S. l.], v. 32, n. 65, p. 3-68, 1966. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.1966.124022. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/124022. Acesso em: 23 mar. 2023. SONKAJARVI, Hanna. A aplicação do Código Comercial brasileiro entre 1850 e 1860: análise das evidências de um caso de falência culposa. Revista Tempo. UFF. Ano: 2015 | Volume: 21 | Número: 37. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tem/a/BvwJX6XBVjTKxppMrBXShfj/?lang=pt. Acesso em: 23 mar. 2023. https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/124022 https://www.scielo.br/j/tem/a/BvwJX6XBVjTKxppMrBXShfj/?lang=pt UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO COMERCIAL Fundamentos e Princípios do Direito Empresarial Docente: Profº Drº Rodrigo Octávio Broglia Mendes Monitor: Thiago Martins Discentes: Sheila Medeiros NUSP: 7610556 Soraia Ponciano NUSP: 5202067 Vinicius Carmo NUSP: 7616927 Wesley Veras NUSP:13823086 A Express Transportes e Comércio Ltda. (“Express”) é uma empresa cuja atividade principal é o serviço de transporte rodoviário de cargas. A Express foi contratada pela Trader Comercial Exportadora S.A. (“Trader”) para realizar o transporte de 20 contêineres de soja, entre a sede da Trader no interior do Estado de São Paulo e o Porto de Santos (“Porto”), até o dia 26.02.2023. Os caminhões da Express chegaram ao Porto no dia 26.02.2023 com os 20 contêineres de soja. Entretanto, por conta de uma enorme fila, os motoristas da Express permaneceram estacionados na entrada do Porto até 28.02.2023, data em que conseguiram descarregar toda a mercadoria. Em razão dessa demora, a Express envia uma cobrança à Trader, relativa a dois dias de sobrestadia. Questionada pela Trader, a Express explica que é um costume comercial cobrar a sobrestadia, mesmo nos casos em que a mercadoria fica no caminhão, e não no depósito. A Trader recusa-se a pagar a sobrestadia, afirmando (i) que não há prova desse costume, já que não existe qualquer referência a ele nos assentamentos da Junta Comercial (artigo 8º, VI, da Lei n. 8.934/94), (ii) que a rigor, a Express pretendeser indenizada, mas não há qualquer culpa ou dolo da Trader que pudesse sugerir um dever de reparação e (iii) que, ainda que existisse esse costume, ele seria contra legem, pois estaria obrigando a Trader a indenizar sem a prática de ato ilícito, o que violaria o artigo 927 do Código Civil. Em resposta, a Express alega que o costume mercantil é norma de direito especial, afastando o direito comum, e pode muito bem ser provado por testemunhas. Em razão da divergência, a Express propõe ação de cobrança contra a Trader, que se defende exatamente nos termos acima mencionados. Pergunta-se: (i) Como juiz da causa, você admitiria a prova testemunhal do costume? Justifique. Considerando que inexistem normas de direito comum ou de direito especial que respondam completamente aos fatos, e ainda que o costume, fonte válida para o direito comercial, não esteja registrado na junta comercial, não fica afastada a possibilidade de aplicação do costume, por isso a prova testemunhal do costume deve ser admitida desde que o testemunho seja acompanhado de provas que evidenciem a prática reiterada e geral do costume alegado. A Lex Mercatoria foi um sistema jurídico desenvolvido por comerciantes de diversos países até o século XVII, tendo como característica o fato de não ser imposta por autoridades e sim pelos costumes dos mesmos que produziam regras que regulavam suas transações. O direito comercial moderno tem alguns de seus princípios e regras oriundos da lex mercatoria e estes foram incorporados aos códigos comerciais, sendo assim a prova testemunhal do costume poderia ser admitida. (ii) Em se admitindo e provando a existência desse costume, ele afastaria a incidência do artigo 927, tendo em vista a proibição de costume contra legem? Justifique. O art. 927 do CC apresenta duas condições para o pagamento de indenização, primeiro que seja verificado o prejuízo e, segundo, que seja decorrente de ato ilícito. Contudo, o mesmo artigo não restringe a possibilidade de indenização apenas para a ocorrência de ato ilícito. No caso podemos observar que a empresa de transportes apurou prejuízos na operação, vez que os caminhões estiveram por mais tempo que o previsto ocupados com a carga, porém não houve ato ilícito por parte do contratante, desta forma não poderia ser mobilizado o art. 927 do CC, porém o costume de cobrar pela sobrestadia não vai contra o artigo, pois regra uma condição específica, não coberta pela lei. Neste sentido entendemos que a aplicação do art. 927 do CC deve ser afastada para aplicação do costume e, no mesmo sentido, o costume não é contra a lei, mas preenche lacuna que a lei deixou. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO COMERCIAL Fundamentos e Princípios do Direito Empresarial Docente: Profº Drº Rodrigo Octávio Broglia Mendes Monitor: Thiago Martins Discentes: Sheila Medeiros NUSP: 7610556 Soraia Ponciano NUSP: 5202067 Vinicius Carmo NUSP: 7616927 Wesley Veras NUSP:13823086 Seminário 4 1) A atividade do produtor rural é diferente das demais atividades econômicas? O Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002) prevê regras especiais para o produtor rural em seu Livro II, que trata do Direito de Empresa. Essa legislação específica considera as particularidades da atividade rural, como as sazonalidades, as variações climáticas, a necessidade de financiamento agrícola, entre outras, e prevê normas relacionadas à propriedade rural, contratos agrários, parcerias agrícolas, crédito rural, registro de imóveis rurais, dentre outros aspectos específicos da atividade rural. É importante ressaltar que o produtor rural pode optar por se registrar como empresário rural, sujeitando-se às regras do direito empresarial, ou como agricultor familiar, ficando sujeito a um regime jurídico específico previsto na legislação agrária, que é mais simplificado e voltado para a agricultura familiar. Portanto, a atividade do produtor rural é considerada distinta das demais atividades econômicas, sendo regida por uma legislação específica que leva em consideração suas características peculiares. 2) Por que é permitido ao produtor rural escolher se a atividade dele é empresária ou não? A possibilidade do produtor rural escolher se sua atividade será considerada empresária ou não está relacionada à natureza da atividade agropecuária e às características do meio rural. A legislação brasileira reconhece que a atividade rural possui particularidades específicas que podem justificar um tratamento jurídico diferenciado. Uma das principais razões para permitir que o produtor rural escolha se sua atividade será considerada empresária ou não é a diferença na escala de produção e na forma de organização dos negócios rurais em comparação com as atividades urbanas ou industriais. O meio rural muitas vezes é marcado por propriedades familiares, produção voltada para o consumo próprio ou para venda local, ciclos produtivos sazonais e outras peculiaridades que podem justificar um tratamento diferenciado em relação ao direito empresarial. Outro fator que influencia nesta permissão de escolha consiste no fato que os ganhos de produtividade agrícola constituem uma das formas de aumento da disponibilidade de alimentos reduzindo assim seus preços, o que contribui para a garantia da segurança alimentar populacional. Além disso, a opção de registro como empresário rural ou como agricultor familiar está relacionada a políticas públicas de fomento à agricultura familiar, que buscam promover o desenvolvimento econômico e social do meio rural, protegendo os interesses dos agricultores familiares e facilitando seu acesso a benefícios, incentivos e programas específicos do governo. Dessa forma, a possibilidade de o produtor rural escolher se sua atividade será considerada empresária ou não é uma forma de reconhecer as particularidades da atividade rural e de proporcionar flexibilidade no tratamento jurídico, de acordo com as características e necessidades dos produtores rurais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do meio rural. 3) A natureza/função do registro do produtor rural é diferente para os demais empresários? Sim, a natureza e função do registro do produtor rural podem ser diferentes em comparação com os demais empresários, devido às peculiaridades da atividade rural e à legislação específica que regula o setor. O registro do produtor rural é realizado perante órgãos específicos, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), e pode ter finalidades distintas em relação ao registro de outros empresários. A principal finalidade do registro do produtor rural é comprovar a sua condição de produtor rural, seja como empresário rural ou agricultor familiar, perante órgãos governamentais, instituições financeiras, e outros envolvidos na atividade agropecuária. O registro pode ser necessário para acessar benefícios, incentivos e programas específicos do governo, como o crédito rural, o seguro agrícola, a previdência social rural, entre outros. No caso do empresário rural, o registro pode ter como objetivo comprovar sua condição de empresário e permitir a regularização e o funcionamento de seu negócio, sujeitando-o às normas do direito empresarial, como a inscrição na Junta Comercial, obtenção de CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), entre outros requisitos exigidos para o funcionamento de empresas. No caso do agricultor familiar, o registro pode ser necessário para comprovar sua condição de beneficiário de políticas públicas de fomento à agricultura familiar, que têm como objetivo promover o desenvolvimento econômico e social do meio rural, como acesso a crédito rural específico, programas de apoio à produção e comercialização de alimentos, e outros benefícios. Assim, embora o registro do produtor rural possa ter algumas semelhanças com o registro de outros empresários em relação à formalização do negócio, ele também pode terfinalidades específicas relacionadas às particularidades da atividade rural e à legislação que regula o setor. 4) Quais os benefícios para o produtor rural em qualificar-se como empresário? E os prejuízos? A qualificação como empresário rural pode trazer alguns benefícios para o produtor rural, tais como: ● Acesso a crédito rural: Empresários rurais têm acesso a linhas de crédito específicas para o setor agropecuário, com condições de financiamento diferenciadas, como taxas de juros mais baixas, prazos mais longos e carências para pagamento. ● Possibilidade de participação em programas governamentais: Empresários rurais podem ter acesso a programas governamentais de apoio à produção, como programas de incentivo à agricultura, pecuária, agroindústria, entre outros. ● Proteção jurídica: O empresário rural está sujeito às normas do direito empresarial, o que pode oferecer uma estrutura jurídica mais robusta para a gestão de seu negócio, incluindo a proteção do patrimônio pessoal em caso de dívidas ou obrigações do negócio. ● Possibilidade de participação em licitações: Empresários rurais podem participar de licitações públicas para fornecimento de produtos ou serviços para órgãos governamentais, o que pode representar oportunidades de negócio. Por outro lado, também podem haver alguns prejuízos ou desafios em qualificar-se como empresário rural, tais como: ● Obrigações legais e tributárias: Ao se qualificar como empresário rural, o produtor estará sujeito às obrigações legais e tributárias previstas pelo direito empresarial, o que pode envolver custos e exigir conhecimento e acompanhamento das obrigações fiscais, trabalhistas, contábeis, entre outras. ● Maior burocracia: A qualificação como empresário rural pode envolver um maior nível de burocracia e formalidades, como registro na Junta Comercial, obtenção de CNPJ, elaboração de contratos sociais, entre outros, o que pode demandar tempo e recursos. ● Maior responsabilidade financeira: Como empresário, o produtor rural assume maior responsabilidade financeira em relação às dívidas e obrigações do negócio, podendo ter seu patrimônio pessoal comprometido em caso de problemas financeiros do empreendimento. ● Enquadramento em normas do direito empresarial: O enquadramento como empresário rural implica em seguir as normas do direito empresarial, o que pode não ser adequado para todos os produtores rurais, especialmente os de menor porte ou com atividades mais voltadas ao consumo próprio ou à venda local. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO COMERCIAL Fundamentos e Princípios do Direito Empresarial Docente: Profº Drº Rodrigo Octávio Broglia Mendes Monitor: Thiago Martins Discentes: Sheila Medeiros NUSP: 7610556 Soraia Ponciano NUSP: 5202067 Vinicius Carmo NUSP: 7616927 Wesley Veras NUSP:13823086 Seminário 5 1) No caso, quem exerce atividade empresarial? A Fim de Expediente Ltda e a Happy Hour Distribuidora Ltda exercem atividades empresariais, pois ambas são consideradas sociedades empresariais limitadas (Ltda), o que determina o enquadramento de pessoas jurídicas e a responsabilidade de cada sócio. 2) Qual é a natureza da relação travada entre a Fim de Expediente e a Happy Hour? A relação travada entre as empresas é de natureza comercial, regida pelos princípios do direito empresarial, pois ambas procuram auferir benefícios mútuos. Ainda que não ocorra a celebração de um contrato escrito, o contrato verbal firmado entre ambas é válido, vez que possui agente capaz (Happy Hour e Fim de Expediente) e objeto lícito e determinado (a compra e venda das cervejas artesanais em Santa Catarina) e a vontade dos sócios das duas empresas foi manifestada de forma livre. Essa relação tem a mesma natureza da relação travada entre cada uma delas e os adquirentes finais das cervejas no mercado? Não, pois os adquirentes finais são consumidores e a relação estabelecida entre os vendedores (Fim de Expediente), seus fornecedores (Happy Hour), e os consumidores deve ser regida pelo código de defesa do consumidor que entre seus princípios estabelece que na relação de consumo, o consumidor é a parte mais vulnerável e deve ser protegida diante de práticas abusivas ou enganosas. E entre elas e os empregados delas? Entre as empresas e seus empregados as relações são contratuais contidas no art.3 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), há relação de emprego quando temos a prestação de serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Aplicam-se as mesmas regras a essas relações? Na relação comercial estabelecida entre as empresas, são válidas as regras do direito empresarial, que considera os agentes sujeitos a essa regulação iguais entre si e por isso a justiça deve ser provocada para mediar o desentendimento entre as partes, e não para proteger uma das partes que pode eventualmente ser considerada mais vulnerável. Na relação entre as empresas e seus consumidores é aplicado o código de defesa do consumidor. Este código considera o consumidor o ente mais vulnerável na relação empresa - consumidor, e procura defendê-lo daquilo que classifica como práticas abusivas, de má fé e enganosas. A relação de trabalho decorre de uma obrigação de fazer estabelecendo uma relação de trabalho, estipula-se direitos e deveres, o que será prestado, sem que nenhuma parte tenha preferência sobre a outra. Na relação de emprego, o empregado é o hipossuficiente quando comparado ao empregador, ou seja, estão em desigualdade, tanto é que a CLT protege os direitos dos empregados, e estes devem recorrer à Justiça do Trabalho . 3) Quais as vantagens e desvantagens em se valer do tipo de associação existente entre Fim de Expediente e Happy Hour para o exercício da atividade empresarial? As vantagens para o fornecedor em firmar parceria com um distribuidor é que terá um intermediário entre ele e o consumidor. Assim, poderá focar na produção, não precisando ter um local para o armazenamento, uma grande frota para o transporte e uma carteira de clientes. Além disso, pode usar do conhecimento da distribuidora do mercado de outra região para inserir seus produtos, expandindo sua zona de atuação e fortalecendo a propaganda dos produtos a novos públicos-alvo. O distribuidor obterá o seu lucro da diferença entre o preço da compra e da venda, consoante as negociações que efetua, pois eles adquirem o produto, o estocam e depois o vendem para seus clientes. A desvantagem para ambos seria a diminuição do lucro bruto, uma vez que a fornecedora abre mão do potencial de faturamento da negociação do produto acabado em todo mercado se possuísse toda supply chain, e a distribuidora incorre no alto custo de adquirir produto acabado para negociar, também estreitando suas margens de faturamento. Além disso, a dependência de um único fornecedor ou distribuidor poderia gerar situações de condições desfavoráveis, como solicitações criadas em benefício de somente um dos dois lados. 4) Caberia a intervenção judicial pretendida por Happy Hour para obrigar Fim de Expediente a manter o contrato por mais tempo? E para rever as condições até então praticadas? Caberia intervenção judicial, dado que o art. 425 do Código Civil considera lícitos às partes estipular contratos atípicos, desde que seja realizado por agentes capazes, o objeto seja lícito, possível e a vontade se manifeste de forma livre, expressada por escrito ou verbalmente, forma prescrita e ou não defesa em lei. O art. 473 no seu parágrafo único pode garantir a Happy Hour reaver o valor do seu investimento. Seria prudente também que a empresa fosse notificada com antecedência e/ou negociasse prazo para fim da relação. Isso porque, a extinção do contrato não se confunde com a extinção das obrigações. Apesar disso, com a vontade de uma das partes de pretender fazer a resilição do contrato, não haveria como obrigá-la a manter o contrato, pois o art. 473 também foi formulado para quehaja a possibilidade dos fornecedores como a Fim de Expediente de encerrarem os contratos, não ficando obrigadas junto os distribuidores por tempo infinito. Caso as empresas queiram voltar a ter uma relação comercial, neste caso, sim, poderiam e seria recomendado rever as condições até então praticadas, formulando entre si um contrato formal por escrito. No entanto, o art. 720 do Código Civil também prevê a possibilidade da resilição unilateral de contrato de ambas as partes, mas com o devido aviso prévio de noventa dias, prazo esse transcorrido de acordo com a natureza e vulto do investimento exigido pelo agente. Em seu parágrafo único, o art. 720 ainda prevê que: “No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido.” UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO COMERCIAL Fundamentos e Princípios do Direito Empresarial Docente: Profº Drº Rodrigo Octávio Broglia Mendes Monitor: Thiago Martins Discentes: Sheila Medeiros NUSP: 7610556 Soraia Ponciano NUSP: 5202067 Vinicius Carmo NUSP: 7616927 Wesley Veras NUSP:13823086 Seminário 6 Com o sucesso da Fim de Expediente Ltda. em suas vendas de cervejas artesanais no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os irmãos Silva (Antônio, João, José e Maria) viram seu negócio crescer rapidamente entre os anos de 2015 e 2021. Com o aumento da demanda, os irmãos Silva decidiram investir parte do lucro da Fim de Expediente Ltda. na compra de novos maquinários e na expansão dos centros produtivos a fim de atender as crescentes vendas. Outra parte do lucro foi distribuída aos sócios como dividendos. Empolgado com os ganhos, José decidiu que era o momento de elevar o padrão de vida da família: decidiu comprar um carro de luxo, uma cobertura nos Jardins e um jatinho para facilitar o transporte da família para Miami, onde José também comprou uma casa para a família passar as férias. Os demais irmãos decidiram investir o valor recebido a título de dividendos. Em 2021, saiu uma notícia sobre os impactos ambientais da Fim de Expediente Ltda. e, com os resultados da pesquisa, diversos influencers passaram a incentivar o boicote da marca. Dado o impacto do “cancelamento digital” promovido nas redes sociais, a Fim de Expediente Ltda. viu suas vendas caírem bruscamente e passou a acumular prejuízo. O impacto foi tão grande que a Fim de Expediente Ltda. passou a não conseguir mais honrar seus compromissos com diversos fornecedores, dentre eles o pagamento do aluguel de um dos seus centros produtivos. Da mesma forma, José deixou de receber os vultosos dividendos da Fim de Expediente Ltda. e não conseguiu pagar parte das parcelas restantes dos bens adquiridos. Respostas: 1) O proprietário do terreno em que foi construído um dos centros produtivos da Fim de Expediente Ltda. poderia cobrar os irmãos Silva (Antônio, João, José e Maria) pelo valor do aluguel? De acordo com o Código Civil, diante da criação de uma empresa e o seu registro frente ao órgão competente, assume esta uma personalidade diversa da personalidade de seus sócios, passando aquela a ser titular de direitos e obrigações próprias, adquirindo verdadeira autonomia e patrimônio independente do da pessoa física. Deste modo, via de regra, a pessoa jurídica é responsável pelos atos praticados em seu próprio nome, respondendo ilimitadamente por seu passivo, ou seja, seu patrimônio responde somente pelas suas dívidas e não pela dívida de seus sócios. No caso em questão, não seria possível a cobrança direta aos sócios da ‘Fim de Expediente Ltda’, uma vez que não há fator que desabone a empresa. A cobrança deveria ser direcionada à Pessoa Jurídica. 2) Os vendedores dos bens adquiridos por José poderiam executar a Fim de Expediente Ltda., caso os bens de José não sejam suficientes para fazer frente a sua dívida? E em relação aos demais irmãos Silva? Como evidenciado anteriormente, a empresa possui personalidade diversa de seus sócios e seus atos não podem se confundir com os interesses particulares e individuais, sob pena de se permitir que o patrimônio de um responda pela dívida de outro. Nesse sentido, José é responsável por honrar com as dívidas que contraiu em seu nome, ficando os vendedores impossibilitados de executar a ‘Fim de Expediente Ltda’. O mesmo ocorre em relação aos seus irmãos, que diferem das decisões pessoais de José, mas não possuem responsabilidade sobre o destino de seus dividendos. 3) As respostas às duas questões acima mudariam se fosse descoberto que José utilizou o cartão corporativo da Fim de Expediente Ltda. para pagar por uma obra de arte que adquiriu para sua casa em Miami? Sim, a interpretação poderia ser modificada se fosse comprovada fraude ou abuso de direito. De acordo com o Artigo 50 do Código Civil: "Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica". Neste caso, constatado o abuso da personalidade jurídica com o desvio de sua finalidade pode o juiz determinar a desconsideração da personalidade jurídica para que o patrimônio da empresa responda pelas dívidas particulares do sócio que praticou os atos fraudulentos. Este instituto é chamado pelo Código de Processo Civil de “Desconsideração Inversa da Personalidade Jurídica”. Já o Artigo 133 do CPC diz que “O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo”. §1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. §2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Porém, é importante salientar que a desconsideração da autonomia patrimonial é medida extrema e cirúrgica, coibindo a fraude ou o abuso de poder de forma objetiva. Ela reforça a autonomia patrimonial da pessoa jurídica e a preservação da empresa, não devendo ser utilizada tão somente porque a pessoa jurídica não tenha mais bens para satisfazer aos seus credores. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO COMERCIAL Fundamentos e Princípios do Direito Empresarial Docente: Profº Drº Rodrigo Octávio Broglia Mendes Monitor: Thiago Martins Discentes: Sheila Medeiros NUSP: 7610556 Soraia Ponciano NUSP: 5202067 Vinicius Carmo NUSP: 7616927 Wesley Veras NUSP:13823086 Seminário 7 Manuel Antunes é um padeiro conhecido, que fundou a Padaria Torre de Belém, conhecida como “a Padaria do Seu Manuel Antunes”. Apesar de estar no ramo há muito tempo, ele nunca formalizou seu negócio. Seus filhos quadrigêmeos, Joaquim, Jorge Jesus, Maria José e Abel, entram no curso de direito e passam a alertar o pai que ele precisa organizar melhor sua atividade econômica, de forma a se adequar à legislação. Ajudando-o, descobrem que o seu pai sempre foi diligente com a separação do seu patrimônio pessoal, nunca misturando as contas da família com as contas da Padaria, e vice-versa. Não obstante, apontam que ele deve buscar se registrar como empresário. Assim, ele consulta você, pedindo que lhe explique: 1. Quais as consequências da postura diligente de Seu Manuel Antunes? O patrimônio separado por ele para exercício da atividade empresarial pode ser diferenciado dos demais bens? Devido a sua postura diligente Seu Manuel Antunes tem o que chamamos de Balanço Patrimonial, isto é, um demonstrativo do estado contábil da sua empresa em um determinado momento, o qual relaciona ativos e passivos para determinar o patrimônio líquido do seu negócio. O balanço patrimonial é um documento obrigatório por lei. No entanto, estão dispensadas de elaborar esse relatório as micro e pequenas empresas,como as que se enquadram no MEI (Microempreendedor Individual) e as optantes pelo Simples Nacional. Além de ser importante para a própria estrutura da empresa, uma vez que permite que você saiba em que estágio de saúde monetária ela se encontra, o Balanço Patrimonial é exigido por lei, principalmente, caso a empresa deseje participar de algum processo licitatório. Como exemplo temos sobre o caso em uma lei específica, a chamada Lei 8.666/93, no inciso I do artigo 31: I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta. Mesmo não sendo impedido de realizar transações comerciais, o comerciante pode sofrer consequências negativas, que atingem não só a empresa como também o seu patrimônio, pois não formalizou sua padaria. 2. Em caso de inadimplência da padaria em relação a seus fornecedores, todos os bens do Sr. Manuel respondem pelo débito? Por quê? Sim, nesta situação por não ter regularizado seu negócio ele responde com seus bens particulares pelas obrigações que assumiu com seus fornecedores. Tendo em vista a inexistência de distinção patrimonial da empresa e da pessoa física, apesar de sua postura diligente ao separar patrimônio pessoal das contas da padaria. As vantagens de formalizar um empreendimento vão além da proteção patrimonial dos bens particulares dos sócios em caso de dívidas e processos judiciais. Empresas formalizadas têm mais acesso a financiamentos e a crédito, o que pode impulsionar sua expansão. Podem reduzir custos através de benefícios fiscais e tributários melhorando sua competitividade no mercado. Além de poder contratar funcionários formalmente evitando-se assim problemas com a justiça trabalhista e previdenciária. Todos esses fatores contribuem com a uma melhor imagem da empresa frente a seus clientes, parceiros e fornecedores do negócio, além de criar uma base legal favorecendo a segurança jurídica que ajuda a evitar dissabores com órgãos fiscalizadores. 3. Como é possível fazer a regularização de sua atividade? De acordo com o artigo 966 da Lei nº 10.406/02 (Código Civil), considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (exceto quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa). Empresário individual é a denominação atual da antiga "firma individual", sendo obrigatório sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade, nos termos do art. 967 do Código Civil. Art. 967: “É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.” De forma geral, o caminho para se tornar Empresário Individual é: ● Fazer um registro na Junta Comercial do município ou região onde a empresa funcionará. Nesta etapa, é necessário escolher o enquadramento do negócio: microempresa (faturamento máximo anual de R$ 360 mil) ou empresa de pequeno porte (faturamento máximo anual de R$ 4,8 milhões); http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm ● Conseguir um Alvará de Funcionamento com a prefeitura e todas as licenças necessárias; ● Cadastrar a empresa na Previdência Social; ● Providenciar a emissão de Notas Fiscais: para atividades industriais ou comércio, é necessário ir à Secretaria de Estado da Fazenda; para prestação de serviços, é necessário ir à Secretaria da Fazenda Municipal. Quais são as formas jurídicas que ele pode adotar? Ele terá duas formas para se regularizar sem haver a necessidade de sócios: Empresário em Nome Individual é a forma jurídica mais simples de constituição de uma empresa e a SLU (Sociedade Limitada Unipessoal) esta última é constituída por cotas – com um único sócio, ou seja, ambas são empresas formadas por um único empreendedor. O Sr. Manuel poderá se enquadrar como MEI, microempreendedor individual, modelo empresarial simplificado criado pela Lei Complementar nº 128/2008 se exercer estas atividades em sua padaria; ● A fabricação de produtos de panificação industrial: pães e roscas, bolos, tortas, etc. ● A fabricação de farinha de rosca ● A fabricação de produtos de panificação congelados http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp128.htm em conformidade com - CNAE 1091-1/01 - Fabricação de produtos de panificação industrial. Além das formas para constituir uma empresa individual e MEI, se o Sr. Manuel optar por adotar sócios, como os filhos, poderá se valer da Sociedade Limitada(LTDA) que é uma forma de empresa que permite dois ou mais sócios. Neste tipo de empresa o capital social é dividido em quotas, onde cada sócio tem responsabilidade limitada pelo valor de suas quotas. Este tipo de empresa pode ser interessante para aqueles sócios que desejam dividir a responsabilidade e a gestão dos negócios. 4. Caso opte por constituir uma pessoa jurídica, como fazer a transferência dos bens afetados para a atividade da Padaria para essa nova entidade? Depois de definir a forma jurídica mais adequada às necessidades da nova empresa, é preciso fazer uma pesquisa na Receita Federal para saber se o nome utilizado para a nova empresa está disponível e se não infringe marcas ou nomes de terceiros, além de elaborar um contrato social, onde será especificado as regras e condições da empresa, como a razão social, os objetivos sociais, a forma de administração e o capital social e que deve ser registrado na Junta Comercial onde a empresa estará sediada. Após esse procedimento é preciso registrar a empresa na Receita Federal com a obtenção do CNPJ. O CNPJ é o número de identificação da empresa e é fundamental para a emissão de notas fiscais e para o cumprimento de obrigações fiscais e tributárias. A depender do tipo de atividade realizada é obrigatório obter licenças e alvarás com os órgãos municipais responsáveis. Para a transferência dos bens da padaria para esta nova entidade é essencial fazer uma pesquisa para classificar quais bens são elegíveis e abrir uma conta bancária empresarial. Para formalizar a transferência de bens de pessoa física para pessoas jurídicas é recomendável fazer um contrato de transferência, indicando quais bens estão sendo transferidos, qual o seu valor e quais as condições de transferência. Dependendo do tipo de bem é também necessário preencher documentação específica, como no caso de imóveis, precisará de um contrato de compra e venda, escritura e registro no cartório de imóveis. Após a transferência dos bens, é importante registrar a transferência no órgão competente. Se for transferido um veículo para o negócio, por exemplo, deverá ser atualizado seu registro para incluir o nome da empresa.
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