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DIREITO EMPRESARIAL 
E TRIBUTÁRIO 
PROFESSORAS
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8087
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. ROSA, Letícia Carla Baptista, 
ANDRADE, Renata Monteiro de.
Direito Empresarial e Tributário. 
Letícia Carla Baptista Rosa, Renata Monteiro de Andrade.
Maringá - PR: Unicesumar, 2021. Reimpresso em 2024. 
192 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Direito 2. Empresarial 3. Tributário. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Juliana Moraes da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Juliana Duenha
Design Educacional
Ana Claudia Salvadego
Revisão Textual
Cintia Prezoto Ferreira
Érica Fernanda Ortega
Ilustração
Natalia de Souza Scalassara
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 346 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-427-5
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo 
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações 
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora 
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de his-
tória avançando a cada dia. Agora, enquanto 
Universidade, ampliamos a nossa autonomia e 
trabalhamos diariamente para que nossa edu-
cação à distância continue como uma das me-
lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares 
que consolidam a visão abrangente do que é o 
conhecimento para nós: o intelectual, o profis-
sional, o emocional e o espiritual. 
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimen-
to, formando profissionais cidadãos que contri-
buam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar 
tem um gênio importante para o cumprimento 
integral desta missão: o coletivo. São os nossos 
professores e equipe que produzem a cada dia 
uma inovação, uma transformação na forma de 
pensar e de aprender. É assim que fazemos jun-
tos um novo conhecimento diariamente. 
São mais de 800 títulos de livros didáticos como 
este produzidos anualmente, com a distribui-
ção de mais de 2 milhões de exemplares gra-
tuitamente para nossos acadêmicos. Estamos 
presentes em mais de 700 polos EAD e cinco 
campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Gros-
sa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 
maiores grupos educacionais do país. 
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssi-
ma história da jornada do conhecimento. Mário 
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, 
quem muda o mundo são as pessoas. Os livros 
só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à opor-
tunidade de fazer a sua mudança!
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Doutora em Função Social do Direito pela Faculdade Autônoma de Direito de São 
Paulo. Mestre e Graduada em Direito pelo Centro Universitário Cesumar - Unice-
sumar. Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela Universidade Estadual de 
Londrina (2009). Pós-graduada em Tecnologias Aplicadas ao Ensino à Distância pelo 
Centro Universitário Cidade Verde - UNIFCV. Coordenadora e professora do Curso 
de graduação em Direito da UNIFATECIE - Faculdade de Tecnologia e Ciência do Nor-
te do Paraná, Professora dos Cursos de Pós-graduação em Direito e dos cursos em 
Gestão Financeira e Secretariado Executivo (EAD) do Centro Universitário Cesumar 
- Unicesumar. Professora do curso de graduação em Direito do Centro Universitário 
Cidade Verde - UNIFCV. Advogada. Vice-presidente do Núcleo regional de Maringá 
do IBDFAM. Membro da Comissão de Direito das Famílias da OAB, subseção de 
Maringá. Conciliadora e mediadora judicial com formação pelo Núcleo Permanente 
de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos - NUPEMEC, em parceria com o 
Conselho Nacional de Justiça - CNJ.
http://lattes.cnpq.br/4850355058538339 
Esp. Renata Monteiro de Andrade
Especialização em Empreendimentos e Negócios Imobiliários pelo Centro Univer-
sitário Cesumar (Unicesumar/2015). Especialização em Direito Empresarial pela 
Universidade Paranaense (UNIPAR/2006). Graduação em Direito pela UNIPAR 
(2005). Atualmente é professora titular da Unicesumar. Tem experiência na área 
de Direito, com ênfase em Direito Empresarial.
http://lattes.cnpq.br/9101607861095025
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Neste livro, trataremos de temas importantes tanto para o desenvolvimento profissional 
quanto para o pessoal, tendo em vista que se trata do Direito Empresarial e Tributário, 
duas esferas do direito de grande importância para o desenvolvimento econômico e 
social visto que, em nossa sociedade capitalista, as empresas possuem objetivo princi-
pal em auferir lucro e, dessa forma, por meio dos pagamentos dos impostos e salários, 
movimentam a economia.
Dois ramos do Direito diferentes, mas relacionados entre si e, para tanto, é impres-
cindível entender conceito do Direito Empresarial, bem como os princípios específicos 
relacionados à atividade, para entender quem pode exercer atividade empresarial, quais 
seus requisitos diante do entendimento do que significa empresa e atividade, sem es-
quecer do estabelecimento e da legalização da empresa.
Após visualizar conceitos sobre empresas e empresários, entendemos alguns aspectos 
sobre as sociedades e suas classificações, formas de constituição e, principalmente, 
como constituir estabelecendo as diferenças entre cada uma delas, como ocorre a 
administração de acordo com as leis aplicadas para discernir qual forma de sociedade 
é mais adequada à sua necessidade, finalizando com as operações societárias que 
podem ser realizadas. 
Seguimos para as noções do Direito Tributário e seus aspectos relevantes, principalmen-
te na existência da relação jurídica entre as pessoas e o ente público, sendo primordial 
entender o momento do surgimento dessa relação e o motivo pelo qual ela surge, par-
tindo do pressuposto de conceitos do direito tributário seguindo para fontes que são 
essenciais para interpretação de qualquer direito.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Veremos, também, como funciona o sistema tributário nacional, como são instituídos os 
tributos e quais são os princípios e limites desse poder tão relevante atualmente, sendo 
temas debatidos em nossas câmaras legislativas.
Em seguida, passaremos a conhecer as principais leis aplicadas ao Direito Tributário 
para entender sua aplicabilidade e conhecer as formas de aplicação. Para que não haja 
qualquer sanção, é necessário compreender omotivo do surgimento da obrigação tri-
butária para instituir a responsabilidade tributária a quem for de direito, finalizando esta 
unidade com formas de suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário.
E, finalmente, conheceremos a competência tributária e as espécies de tributos, prin-
cipalmente, os principais tributos instituídos pela União, Estados e Municípios, apre-
sentando algumas regras e encerrando nossos estudos com funcionamento das taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. 
Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
DO DIREITO 
EMPRESARIAL
10
SOCIEDADES
46
79
NOÇÕES DE 
DIREITO
TRIBUTÁRIO
106
DAS
OBRIGAÇÕES
TRIBUTÁRIAS
138
DA COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA
E OS TRIBUTOS EM 
ESPÉCIE
173
CONCLUSÃO GERAL
1DO DIREITO 
EMPRESARIAL
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Direito Empresarial • Conceitos 
de Empresário • Cônjuges • Empresa e Atividade Empresarial • Registro e Legalização das Empresas 
• Contabilista.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Entender o conceito do Direito Empresarial • Compreender princípios específicos da atividade empre-
sarial • Conceituar empresário e saber quem possui capacidade para ser empresário • Aprender quem 
não pode ser empresário • Assimilar o conceito de empresa e atividade empresarial • Instruir sobre 
como se realiza o registro e a legalização de empresas.
PROFESSORAS 
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a). Esta unidade tem por objetivo a sua compreensão 
sobre o Direito Empresarial, assunto que estará presente na vida profis-
sional de qualquer gestor ou administrador. Devemos entender os con-
ceitos trazidos pelos grandes doutrinadores sobre Direito Empresarial 
para que possamos delinear as obrigações estabelecidas na legislação, 
principalmente motivos e relações existentes entre as pessoas e a em-
presa para que não haja qualquer prejuízo à empresa ou ao profissional.
Em sequência, entenderemos as características próprias do Direito 
Empresarial baseadas na simplicidade e facilidade na compreensão, 
bem como princípios constitucionais estabelecidos. O conteúdo trazido 
nesta unidade não será utilizado apenas como forma de avaliação ou 
em trabalhos posteriores, mas também faz parte de um universo repleto 
de informações que serão utilizadas no cotidiano da vida de cada um.
O mundo da legislação é repleto de informações e, para que exista 
uma compreensão dela, devemos absorver os conceitos de empresário, 
empresa, atividade comercial e, principalmente, as exceções existentes, 
sem esquecer que, para todos os atos, esbarramos na plena capacidade 
civil, visto que para exercício da atividade deve o empresário possuir 
requisitos legais para tal e proibições que devem ser conhecidas.
Além do mais, vamos aprender o conceito de empresário individual, 
a nova modalidade de Empresa Individual de Responsabilidade Limi-
tada (EIRELI). Após entender conceitos essenciais às suas aplicações, 
teremos uma breve explanação sobre registro e legalização das empre-
sas, que será tratado mais profundamente na próxima unidade.
Seria imprudente entender sobre espécies de empresa sem abran-
ger os conceitos de estabelecimento e ponto comercial, por isso, vamos 
também abordar este tema. Nosso objetivo é trazer o máximo de conhe-
cimento e informação para que haja a construção desse universo cheio 
de dúvidas que surgirão no decorrer de nossos estudos, lembrando que 
estaremos juntos nesta busca incessante.
Vamos lá! Ótimos estudos!
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DIREITO 
EMPRESARIAL
Caro(a) aluno(a), precisamos compreender as mudanças ocorridas na legislação 
que foram muito importantes para o desenvolvimento do instituto. Antes da 
vigência do Código Civil, ocorrida em 2002, o Direito Empresarial era tratado 
como Direito Comercial, havendo, inclusive, um código específico, que foi revo-
gado quase inteiramente pelo Código Civil de 2002, mantendo somente em vigor 
a segunda parte que trata, exclusivamente, do comércio marítimo.
Essa modificação na terminologia se deve à modificação da teoria adotada 
pelos códigos, ou seja, o Código Comercial adotava teoria dos atos do comércio, 
por isso, era tratado como Direito Comercial. O Código Civil atualizado em 2002 
adotou a teoria de empresa passando a ser mais abrangente que a teoria anterior, 
não considerando atividade empresarial, apenas as de natureza intelectual.
Para Teixeira (2013, p. 32), “direito empresarial seria apenas a expressão ‘Di-
reito Comercial’ atualizada. Boa parte da doutrina continua a usar Direito Co-
mercial, inclusive nos títulos das obras. Independentemente da terminologia, 
trata-se de um ramo do Direito”.
Segundo Santos (2010, p. 13), “[...] o Direito Empresarial é o ramo do Di-
reito que tem por objeto a regulamentação da atividade econômica daqueles 
que atuam na circulação ou produção de bens, bem como na prestação de 
serviços”. Nossa Constituição Federal (1988) assegura autonomia do Direito 
Empresarial estabelecida em seu artigo 22, inciso II, que define: “Art. 22. Com-
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pete privativamente à União legislar sobre: I - Direito civil, comercial, penal, 
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho” 
(BRASIL, 1988, on-line).
Coelho (2002, p. 4) nos ensina que
 “ [...] o direito comercial cuida do exercício dessa atividade econô-
mica organizada de fornecimento de bens ou serviços, denominada 
empresa. Seu objeto é o estudo dos meios socialmente estruturados 
de superação dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou 
relacionados às empresas que exploram. As leis e a forma pela qual 
são interpretadas pela jurisprudência e doutrina, valores prestigia-
dos pela sociedade, bem assim o funcionamento dos aparatos estatal 
e paraestatal, na superação desses conflitos de interesses e formam 
o objeto da disciplina.
É importante lembrar que as regras do Direito também são estabelecidas 
por suas fontes, de acordo com ensinamentos de Teixeira (2013), tratadas 
como primárias ou secundárias. As primárias são as leis, por exemplo, Lei de 
falência, Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a Constitui-
ção Federal, dentre outras. As secundárias são os usos e costumes, como as 
práticas reiteradas que passaram a ser aceitas pelos empresários como regras, 
vigorando quando não houver norma expressa sobre assunto, por exemplo, 
emissão de pagamento de boletos bancários.
Dentro do Direito Empresarial, tratamos de direito societário, direito fali-
mentar, direito industrial, direito cambiário, direito concorrencial, direito ban-
cário, direito de mercado de capitais, direito marítimo, direito securitário, dentre 
outros. Teixeira (2013, p. 38) afirma que o “[...] objeto do direito empresarial é 
essencialmente, regular as relações entre empresários e dispor sobre as regras 
das sociedades empresariais”. Contudo, Gomes (2007) apresenta algumas carac-
terísticas quediferenciam o Direito Empresarial, por apresentar características 
próprias, que são:
 ■ Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto 
que ele atende às necessidades da sociedade, e tais necessidades (como 
alimentos, vestuário e crédito) são imediatas, daí a ausência de formas 
rígidas para prática dos atos jurídicos no Direito Comercial, que valoriza 
as práticas adotadas, ou seja, os costumes.
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 ■ Universalismo: todas as pessoas, em qualquer lugar no mundo, neces-
sitam de alimentos e de vestuário, tais necessidades são, muitas vezes, 
comuns e universais; tudo isso, inegavelmente, imprimiu, no Direito Co-
mercial, um caráter universal ou cosmopolita e conduziu à padronização 
de muitas das normas nesta matéria.
 ■ Onerosidade: a onerosidade é um elemento incluído em toda relação 
comercial. O empresário desenvolve sua atividade de produção de bens, 
circulação de bens ou de serviços de forma a obter lucro. O elemento-cha-
ve nesse ponto é a especulação com a finalidade de lucro.
 ■ Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
 ■ Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois o 
direito empresarial se vincula a outros ramos do direito; mesmo que haja 
características próprias, deve estar em harmonia com outras leis.
 ■ Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico e está sempre em cons-
tante desenvolvimento, aderindo a novas tecnologias, o que resulta na 
prática de novas práticas comerciais.
Como todos os ramos do Direito, a atividade empresarial também possui seus 
princípios específicos, trazidos pela Constituição Federal, que estabelece:
 “ Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios:
 I - soberania nacional.
II - propriedade privada.
III - função social da propriedade.
IV - livre concorrência.
V - defesa do consumidor.
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferen-
ciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação.
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituí-
das sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei (BRASIL, 1988, on-line).
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No caput, apresenta-se a Valorização do Trabalho Humano. Em resumo, o em-
presário realiza sua atividade empregando seu capital na valorização do trabalho 
humano, assumindo os riscos do negócio para obtenção do lucro.
O princípio da livre iniciativa, nos ensinamentos de Coelho (2007), des-
dobra-se em quatro condições fundamentais para o funcionamento eficiente do 
modo de produção capitalista: 
1. Imprescindibilidade da empresa privada para que a sociedade te-
nha acesso aos bens e serviços de que necessita para sobreviver.
2. Busca do lucro como principal motivação dos empresários.
3. Necessidade jurídica de proteção do investimento privado. 
4. Reconhecimento da empresa privada como polo gerador de em-
pregos e de riquezas para a sociedade.
Não havendo necessidade de autorização do Estado para exercício da atividade 
econômica, o governo exerce somente a função de fiscalização e regulamentação, 
lembrando que, sem a livre iniciativa, não há economia de mercado.
O princípio da Soberania Nacional, diferentemente do apresentado pelo 
art. 1.º da Constituição Federal, é o poder do Estado por meio dos instrumen-
tos legais para gerenciar a ordem econômica, fazendo com que estas sejam 
cumpridas. Contudo, o Princípio Função Social da propriedade garante 
e defende a propriedade privada dos meios de produção, sendo pressuposto 
fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade 
privada, não há também mercado, obviamente. “Não havendo mercado, não 
há como negociar os bens e serviços em produção e circulação de forma 
legítima e eficiente” (RAMOS, 2014, p. 49).
O Princípio da Livre Concorrência, estabelecido pela Constituição Federal, 
(1988), em seu art. 173, § 4º, determina:
 “ Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a explo-
ração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida 
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a re-
levante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
[...]
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§ 4.º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à domi-
nação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento 
arbitrário dos lucros (BRASIL, 1988, on-line).
Ainda regulamentada pela Lei nº 12.529/2011, dispondo sobre sistema bra-
sileiro de defesa da concorrência e prevenção e repressão às infrações contra 
a ordem econômica, os empresários possuem a garantia constitucional de 
concorrer livremente entre si sem a intervenção do Estado, desde que não 
pratique qualquer infração legal.
Ademais, o Princípio da Defesa do Consumidor ganhou bastante im-
portância no decorrer dos tempos, tanto que passou a ser regulamentado pelo 
seu próprio código. Este princípio determina que a atividade econômica deve 
sempre proteger a parte mais fraca na relação.
O Princípio da Defesa do Meio Ambiente, a partir da Emenda Cons-
titucional 42, inovou o tratamento a este princípio, valorando aquele que se 
preocupa com o meio ambiente e penalizando aquele que o desrespeita, tra-
zendo obrigações constitucionais e submetendo responsabilidades aos Esta-
dos de acordo com o agente que o pratica.
Por fim, o Princípio do Tratamento favorecido às empresas de peque-
no porte visa a redução das desigualdades, e o Estado cria Leis para incenti-
var os pequenos empresários para que exerçam sua atividade econômica em 
igualdade com as grandes empresas. Esse princípio foi regulamentado pela 
Lei complementar nº 123/2006, estabelecendo empresa de pequeno porte, 
criando o sistema SIMPLES.
Esse sistema tem o intuito de que todos possam ter o direito de participar 
da economia, desenvolvendo uma atividade industrial, comercial ou uma pres-
tação de serviço, desde que estejam cumprindo os requisitos e a capacidade do 
agente, bem como não possuam impedimentos legais (TEIXEIRA, 2013).
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O conceito de empresário é apresentado pelo Código Civil, em seu artigo 966, 
dispondo que: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente ativida-
de econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” 
(BRASIL, 2002, on-line). Nesse mesmo sentido, Coelho (2012, p. 145) ainda define 
o empresário:
 “ [...] como sendo a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma ativi-
dade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços. Essa 
pessoa pode ser tanto a física, que emprega seu dinheiro e organiza a 
empresa individualmente como a jurídica, nascida da união de esfor-
ços de seus integrantes. A pessoa jurídica empresária é cotidianamente 
denominada “empresa”, e os seus sócios são chamados “empresários”.
Para uma melhor compreensão, o conceito de empresário está relacionado a alguns 
requisitos: 
Profissionalismo: está relacionado à habitualidade, não sendo aquele profissio-
nal que realiza tarefas de modo esporádico, portanto, não será empresário aquele que 
organiza esporadicamente a produção de certa mercadoria, mesmo destinando-a à 
venda no mercado. O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade, em que o 
empresário, no exercício da sua atividade empresarial, poderá contratar empregados, 
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CONCEITOS DE 
EMPRESÁRIO
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sendo estes que poderão produzir ou fazer circular bens ou serviços. Esse requisito 
não torna o empregado o empresário, mas quando os empregados produzem ou 
circulam bens ou serviços, fazem-no em nome do empregador. Por fim, outro aspecto 
que é relevante, é o monopólio das informaçõesque o empresário deverá ter sobre 
o produto ou serviço objeto de sua empresa, tendo todo o conhecimento sobre esse 
produto ou serviço. O empresário como um profissional deve ter conhecimento 
sobre as informações dos bens ou serviços que oferece ao mercado, por exemplo 
suas condições de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos de fabricação, riscos 
potenciais à saúde ou vida dos consumidores, bem como deve informar amplamente 
os consumidores e usuários. (COELHO, 2002).
Atividade: se empresário é aquele que exerce profissionalmente uma atividade 
econômica organizada, então, empresa é uma atividade de produção ou circulação 
de bens ou serviços. Portanto, empresa, enquanto atividade, não se confunde com o 
sujeito de direito que a explora, o empresário, pois é ele que exercerá atos em nome 
da empresa (COELHO, 2002).
Econômica: a atividade empresarial também é econômica, pois visa gerar lucro 
para quem a explora, ademais, o lucro pode ser o objetivo da produção ou circulação 
de bens ou serviços ou, simplesmente, pode ser o instrumento para alcançar outras 
finalidades (COELHO, 2002).
Organizada: aliás, qualquer empresa também deve consistir em uma atividade 
organizada, em que o empresário poderá articular os quatro fatores de produção: 
capital, mão de obra, insumos e tecnologia. Observe que o empresário não consegue 
explorar atividade de produção ou circulação de bens ou serviços sem alguns desses 
fatores (COELHO, 2002).
Portanto, quando se trata dos empresários, é necessário que eles tenham conhe-
cimentos específicos relacionados à produção e circulação de bens e serviços. Assim, 
exige-se apenas que o empresário se valha dos conhecimentos próprios aos bens ou 
serviços que pretende oferecer ao mercado – sejam estes sofisticados ou de amplo 
conhecimento. Ao estruturar a sua atividade organizada, deverá consistir em:
 ■ Produção de bens ou serviços: produção de bens é a fabricação de produ-
tos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição, empresarial. 
Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços. São exemplos 
de empresários que produzem bens: donos de montadoras de veículos, fá-
bricas de eletrodomésticos, confecção de roupas etc. São exemplos dos que 
produzem serviços: bancos, seguradoras, hospitais, escolas, estacionamentos, 
provedores de acesso à internet etc.
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 ■ Circulação de bens ou serviços: a atividade de circular bens é a do comér-
cio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem no produtor para trazê-
-lo ao consumidor. É a atividade de intermediação na cadeia de escoamento 
de mercadorias. O conceito de empresário compreende tanto o atacadista e o 
varejista quanto o comerciante de insumos, como o de mercadorias prontas 
para o consumo. Os donos de supermercados, concessionárias de automóveis 
e lojas de roupas são empresários. Circular serviços é intermediar a prestação 
de serviços. A agência de turismo não presta os serviços de transporte aéreo, 
traslados e hospedagem, mas, ao montar um pacote de viagem, os intermedia.
 ■ Bens ou serviços: até a difusão do comércio eletrônico via internet, no fim 
dos anos 90, a distinção entre bens ou serviços não comportava, na maioria 
das vezes, maiores dificuldades. Bens são corpóreos, enquanto os serviços 
não têm materialidade. A prestação de serviços consistia sempre em uma 
obrigação de fazer. Com a intensificação do uso da internet para a realiza-
ção de negócios e atos de consumo, certas atividades resistem à classificação 
nesses moldes.
 ■ Nesse sentido, quando se fala de produção ou circulação de bens ou servi-
ços, podemos encontrar as modalidades desenvolvidas individualmente ou 
concomitantemente pelo empresário, ou seja, uma empresa pode produzir e 
circular bens e ao mesmo tempo poderá, como fábrica, manter loja varejista 
na porta do seu estabelecimento industrial e, ainda, pode circular bens e 
prestar serviço concomitantemente, como concessionária que vende veículos 
e realiza assistência técnica (TEIXEIRA, 2013).
Capacidade de ser empresário 
A Lei determina quem poderá exercer atividade como empresário, sendo aquele 
que esteja em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil), não havendo 
qualquer impedimento legal para o exercício. Desse modo, primeiro vamos entender 
o que apresenta o Código Civil acerca da capacidade em seu art. 5º, parágrafo único.
 “ Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a 
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
 Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, me-
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diante instrumento público, independentemente de homologação 
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos.
II - pelo casamento.
III - pelo exercício de emprego público efetivo.
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de re-
lação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis 
anos completos tenha economia própria (BRASIL, 2002, on-line).
Observa-se o inciso V, em que, “[...] se o menor tem autonomia econômica, o juiz 
deve reconhecer essa autonomia para que uma situação de fato passe a ser de 
direito, devendo assim ser levado a registro” (FERREIRA, 1962, p. 109).
Ainda com relação à capacidade, é importante observar que poderá um in-
capaz, por meio de seu representante, ser empresário, de acordo com a legislação, 
conforme art. 974 do Código Civil.
 “ Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devida-
mente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquan-
to capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada 
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor 
ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o in-
capaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que 
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará 
que conceder a autorização.
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de 
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma 
conjunta, os seguintes pressupostos: 
I - o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade.
II - o capital social deve ser totalmente integralizado. 
III - o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absoluta-
mente incapaz deve ser representado por seus representantes legais 
(BRASIL, 2002, on-line).
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No entanto, existem alguns impedimentos legais para o exercício da atividade, 
estes trazidos pela legislação. O falido não reabilitado, de acordo com Lei de 
Falências, nº 11.101/2005, em seu art. 102 e 181, § 1º:
 “ Art. 102. [...] fica inabilitado para exercer qualquer atividade empre-
sarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue 
suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá 
requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em 
seu registro.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
[...]
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo 
ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cin-
co) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar 
antes pela reabilitação penal (BRASIL, 2005, on-line).
Os Funcionários Públicos, porém, não devem se preocupar com situações que 
não sejam referentes ao cargo que ocupam e, ainda, dependendo do cargo, o exer-
cício da atividade pode favorecer uma empresa ou pessoa, o queé vedado por lei. 
Nesse sentido, estabelece a Lei nº 8.112/90, que “Art. 117. Ao servidor é proibido: 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada 
ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista 
ou comanditário” (BRASIL, 1990, on-line).
Caso o funcionário público descumpra o que estabelece a legislação, este 
estará sujeito à sanção administrativa, podendo até perder o seu cargo. Ademais, 
o Militar é considerado um funcionário público, valendo-se da mesma justifi-
cativa. No entanto, há disposição específica no Decreto-lei nº 1.001/69, em seu 
art. 204.
 “ Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na adminis-
tração ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou 
participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade anônima, 
ou por cotas de responsabilidade limitada:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, 
ou reforma (BRASIL, 1969, on-line).
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O devedor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também é 
impedido de empresariar, trata-se de um impedimento legal segundo a Lei 
nº 8.212/91, art. 95, § 2º:
 “ § 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das 
outras sanções previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que 
dispuser o regulamento: d) à interdição para o exercício do co-
mércio, se for sociedade mercantil ou comerciante individual 
(BRASIL,1991, on-line).
Há outras restrições aos devedores do INSS, como o impedimento para par-
ticipar de licitações públicas, além de eventuais dificuldades para realizar o 
encerramento da atividade econômica.
Além disso, os Estrangeiros podem exercer atividade comercial, mas os 
limites estão estabelecidos na Constituição Federal (1988), especificamente 
no art. 176, §1º e 222, que determina
 “ Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais 
e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade 
distinta do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e 
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade 
do produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento 
dos potenciais a que se refere o «caput» deste artigo somente 
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da 
União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa consti-
tuída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração 
no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas 
quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira 
ou terras indígenas.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifu-
são sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos 
ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País 
(BRASIL, 1988, on-line).
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De acordo com o Código Civil, os cônjuges podem constituir sociedades empre-
sárias entre si ou com terceiros, mas a lei reserva uma exceção àqueles casados em 
regime de comunhão universal de bens ou em separação obrigatória, conforme 
estabelece o artigo: “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre 
si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão uni-
versal de bens, ou no da separação obrigatória” (BRASIL, 2002, on-line).
Caro(a) aluno(a), para explicar as exceções, pensemos que, no caso da união 
com comunhão universal de bens, na qual se comunicam todos os bens adquiri-
dos antes ou depois do casamento, seria como uma sociedade a uma só pessoa, 
portanto, não haveria segurança jurídica, já que se trata de uma universalidade de 
bens, além da falha na administração que acarretaria um grande prejuízo familiar. 
Por sua vez, o regime de separação obrigatória é para evitar fraudes de um ficar 
transferindo para outros os bens e prejudicando terceiros.
Nesse sentido, os atos, mesmo os da vida civil que envolvam o empresário, 
deverão ser registrados no Registro Público das Empresas Mercantis, por exem-
plo, uma doação, um pacto antenupcial, um divórcio etc. (CC, arts. 979 e 980), no 
sentido de que aqueles que contratem com esse empresário saibam informações 
sobre o seu patrimônio, para fins de cumprimento das obrigações, principalmente 
em caso de desconsideração da personalidade jurídica (TEIXEIRA, 2016).
3 CÔNJUGES
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Caro(a) aluno(a), diante do conceito de em-
presário, ficou evidente a definição de empre-
sa, que é a atividade econômica organizada 
exercida profissionalmente. Teixeira (2016) 
define empresa segundo teoria poliédrica ex-
plicitada com os elementos objetivos, subjeti-
vos, corporativo e funcional, também conhe-
cido como dinâmico. A Figura 1 tem a função 
de descrever cada um desses elementos:
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EMPRESA E 
ATIVIDADE 
EMPRESARIAL
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A empresa signi�ca patrimônio, ou 
melhor, estabelecimento, enquanto 
conjunto de bens destinados ao 
exercício da empresa (nesse
sentido: art. 1.142 do
Código Civil).
CORPORATIVO
OBJETIVO SUBJETIVO
FUNCIONAL
OU DINÂMICO
A empresa é entendida como sujeito de 
direitos, no caso, o empresário, individual 
A empresa signi�ca
uma instituição, como
um conjunto de pessoas
(empresário, empregados e 
colaboradores) em razão de um 
objetivo comum: um resultado 
produtivo útil.
 A empresa signi�ca ativi-
dade empresarial, sendo
uma organização produtiva a
partir da coordenação pelo
empresário dos fatores de produção 
(capital, trabalho, matéria-prima e
tecnologia) para alcançar sua �nalidade
(que é lucro). 
(pessoa natural) ou sociedade empresária
(pessoa jurídica), que possui
 personalidade jurídica, com a 
 capacidade de adquirir direitos
 e contrair obrigações (nesse
 sentido: arts. 966 e 981 do
 Código Civil). 
Figura 1 - Teoria Poliédrica / Fonte: adaptada de Teixeira (2016).
Desta forma, a pessoa jurídica empresária é denominada “empresa”, e os seus só-
cios de “empresários”. Tecnicamente, a “empresa é a atividade, e não a pessoa que 
a explora”, assim como, “empresário não é o sócio da sociedade empresarial, mas 
a própria sociedade, pois o integrante de uma sociedade empresária (o sócio) não 
é empresário”, não estando “sujeito às normas que definem os direitos e deveres 
do empresário” (COELHO, 2012, p. 145).
A atividade empresarial é “[...] o elemento da empresa que implica a organi-
zação racional dos fatores de produção” (GOMES, 2007, p. 36). Teixeira (2016, p. 
60), porém, esclarece que “[...] pode-se dizer que a atividade é uma organização 
profissional para produção ou circulação de bens ou de serviços com a finalidade 
de lucro”. No entanto, existem atividades que não são consideradas empresariais, 
em razão das exceções trazidas pelo Código Civil no parágrafo único do artigo 
966, que estabelece:
Descrição da Imagem: a figura possui um círculo central dividido em 4, sendo, em sentido horário: Objetivo, 
Subjetivo, Corporativo e Funcional ou Dinâmico. No centro do círculo, há duas setas em meio círculo, do Ob-
jetivo ao Subjetivo e do Funcional ou Dinâmico para o Corporativo. Em uma das partes do círculo, temos um 
retângulo com informações, no Objetivo temos: a empresa significa patrimônio, ou melhor, estabelecimento, 
enquanto conjunto de bens destinados ao exercício da empresa (nesse sentido: art. 1.142 do Código Civil). 
Subjetivo: a empresa é entendida como sujeito de direitos, no caso, o empresário, individual (pessoa natural) 
ou sociedade empresária (pessoa jurídica), que possui personalidade jurídica, com a capacidade de adquirir 
direitos e contrair obrigações (nesse sentido: arts. 966 e 981 do Código Civil). Corporativo: a empresa significa 
uma instituição, como um conjunto de pessoas (empresário, empregados e colaboradores) em razão de um 
objetivo comum: um resultado produtivo útil. Funcional ou Dinâmico: a empresa significa atividade empre-
sarial, sendo uma organização produtiva a partir da coordenaçãopelo empresário dos fatores de produção 
(capital, trabalho, matéria-prima e tecnologia) para alcançar sua finalidade (que é lucro).
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 “ Art. 966 [...] Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda 
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa (BRASIL, 2002, on-line).
As atividades intelectuais exigem esforço criativo, que, por sua vez, são os cérebros 
de profissionais que realizam tais atividades, como médicos, arquitetos etc. Estas 
são atividades muito privadas, porque a fungibilidade do devedor geralmente não 
é considerada, ou seja, o devedor não pode ser substituído (TEIXEIRA, 2016).
Para melhor entender, Teixeira (2016) ainda complementa com conceitos de 
Atividades Científica, Literária e Artística. As atividades de natureza científica se 
relacionam ao pesquisador ou cientista (uma pessoa que se especializou em ciências, 
a qual possui conhecimentos do sistema). As atividades realizadas por profissionais 
em uma das áreas do conhecimento (humanas, exatas e biológicas) podem ser en-
quadradas como atividades intelectuais, por exemplo, referem-se ao preparador fí-
sico, ao fisioterapeuta ou ao psicólogo, bem como aos químicos, aos médicos, dentre 
outros. É válido dizer, então, que são cientistas em suas respectivas áreas.
No entanto, caro(a) aluno(a), as atividades literárias se relacionam à ex-
pressão da linguagem, ideias, sentidos e símbolos, principalmente por meio da 
escrita. Sendo assim, escritores, compositores, poetas, jornalistas, dentre outros 
são exemplos de profissionais engajados em atividades de natureza literária. O 
literário é intelectual, mas não necessariamente universitário (TEIXEIRA, 2016).
As atividades de natureza artística se relacionam à arte, extraordinariamente 
produzida por meio de habilidades e métodos específicos. Também se relacionam à 
expressão de sentidos e símbolos por meio de linguagem não escrita. Atores e cantores 
(intérpretes), bem como desenhistas, fotógrafos, artistas etc. desenvolvem as atividades 
de natureza artística. Ademais, a contratação de auxiliares ou colaboradores por pro-
fissionais intelectuais não representa uma atividade empresarial (TEIXEIRA, 2016).
Para ilustrar esses conceitos, podemos citar o exemplo do médico. Se ele atuar 
sozinho, mesmo que contrate uma secretária e uma enfermeira ou auxiliar, ainda 
continua a exercer atividade intelectual, pois é em razão do trabalho “específico 
daquele médico” que ele é procurado por seus pacientes, por isso, não desenvolve 
atividade empresarial. Entretanto, se este médico passar a ser uma clínica ou um 
hospital, passará a exercer uma atividade empresarial, visto que será conhecido 
por sua empresa e não pelo seu trabalho. Ele passou a ser organizador na função 
de médico fundador, deixando sua profissão intelectual em segundo plano.
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Empresário Individual
Para o exercício da atividade empresarial individual, é necessário possuir capa-
cidade plena de exercício, a qual, de acordo com nossa legislação pátria, ocorre 
aos 18 anos de idade, ou o incapaz que for emancipado ou, ainda, pelas hipó-
teses legais trazidas pelo parágrafo único do artigo 5º do Código Civil. Além 
da capacidade, devemos considerar que inexiste qualquer impedimento para 
o exercício da atividade.
O empresário individual se trata da “pessoa física titular de uma atividade 
empresarial, não se confundindo com o sócio da sociedade empresária”. Des-
tarte, que “o sócio não é empresário, mas, sim, integrante do quadro social de 
uma sociedade empresária” (CAMPINHO, 2009, p. 12)
Ressalta-se que o empresário individual não goza de limitação de respon-
sabilidade e da separação patrimonial. Os benefícios de se tornar empresário 
individual se restringe a alguns direitos assegurados como: recuperação de em-
presas, uso dos livros contábeis como prova em processo judicial; vantagens 
tributárias (que somente são possíveis se tiver um Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica (CNPJ) mantido pela Receita Federal do Brasil, sem prejuízo de outros 
requisitos).
Empresa Individual de Responsabilidade Limita-
da (EIRELI)
Esta figura de empresa surgiu em razão da dificuldade de encontrar sócios em 
caso de dissolução parcial da empresa, para evitar o fechamento que ocorria 
após 180 dias. Agora, surgiu a faculdade da transformação da empresa em EI-
RELI, regulamentada pela lei nº 12.441/2011.
Como a própria designação apresenta, embora seja uma empresa indivi-
dual, responsabilidade limitada, desde que o capital esteja integralizado, este 
capital não poderá ser inferior a 100 salários mínimos. A designação também 
se apresenta pelo termo EIRELI, conforme estabelece o art. 980-A do Código 
Civil. Santos (2012) apresenta um quadro explicativo sobre as diferenças entre 
as regras aplicáveis ao empresário individual e EIRELI.
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EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EIRELI
Não adquire personalidade jurídica Adquire personalidade jurídica
Patrimônio: dívidas pessoais e dívi-
das empresariais
Patrimônio do titular: responde pelas 
dívidas pessoais
Patrimônio da EIRELI: responde pelas 
dívidas empresariais
Não é possível desconsideração da 
pessoa jurídica
É possível desconsideração da pessoa 
jurídica nas hipóteses legais
Não possui capital social mínimo Capital social mínimo de 100 salários 
mínimos
Nome: firma individual Nome: firma ou denominação + EIRELI
Quadro 1 - Diferenças entre empresário individual e EIRELI / Fonte: Santos (2012, p. 24).
Microempreendedor Individual (MEI)
O sujeito microempreendedor Individual é um empresário individual. É muito im-
portante lembrarmos que se trata de uma classificação tributária e não de um tipo 
empresarial (COELHO, 2011, p. 34). É uma figura muito parecida com a Microem-
presa (ME), ou empresa de pequeno porte, que traz o tipo empresarial chamado 
“Empresário Individual”. Este oferece maiores vantagens, pois será o menor e, por isso, 
precisa de mais vantagens e benefícios para seguir com as atividades empresariais.
 “ O Microempreendedor Individual possui diversas facilidades e 
benefícios, mas é importante ressaltarmos que apesar de ser uma 
figura jurídica bastante simplificada, também possui obrigações im-
postas por lei. A figura do MEI foi criada pela Lei Complementar nº 
123/2006, nela o empreendedor exerce a atividade em nome próprio 
(COELHO, 2011, p. 35).
Antes de tudo, precisamos lembrar que o empreendedor deve, preliminarmente, 
consultar as normas municipais para saber se existe ou não restrição para exer-
cer a sua atividade no local escolhido, além de outras obrigações básicas a serem 
cumpridas. A maioria dos municípios mantém o serviço de consulta prévia para 
o empreendedor saber se o local escolhido para estabelecer a sua empresa está 
de acordo com essas normas.
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A Lei do Microempreendedor Individual garante a formalização do negó-
cio pretendido sem qualquer custo inicial; mais de 500 atividades podem ser 
legalizadas nesta categoria de empresa. No estado da Bahia, são mais de 443 mil 
Microempreendedores Individuais atualmente (COELHO, 2011).
Para isso, o empreendedor precisa estar enquadrado nos requisitos exigidos 
pela legislação, que é ter o faturamento de até R$ 81.000,00 por ano, não partici-
par de outra empresa como sócio ou titular, precisa trabalhar sozinho ou ter, no 
máximo, um empregado (no caso de afastamento legal deste empregado, poderá 
contratar outro temporariamente) e não possuir filial.
Quando o Microempreendedor Individual formaliza a sua atividade, ele passa 
a ter direitos e garantias legais, por exemplo, os benefícios previdenciários que é 
o direito pela aposentadoria por idade, o salário maternidade, o auxílio-doença, 
a aposentadoria por invalidez, a pensão por morte e o auxílio-reclusão para seus 
familiares. Poderá ser dispensado da contabilidade formal que é a escrituraçãofiscal e contábil exigidas para outros tipos de empreendedores. 
O legislador também atribui o direito à dispensa de vistorias prévias para 
atividades de baixo risco que são aquelas exigidas para indústrias (definidas pelo 
município). O Microempreendedor também terá o direito de ter acesso aos ser-
viços financeiros de forma facilitada, da redução de isenção de impostos dentro 
do Simples Nacional (COELHO, 2011).
Os Direitos e as Obrigações do Titular do Capital Social da Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada (EIRELI)
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), instituída pela Lei nº 12.441, 
de 11 de julho de 2011, que entrou em vigor em 8 de janeiro de 2012, constitui a mais 
recente espécie de pessoa jurídica no Direito brasileiro a ser analisada no presente traba-
lho. Ocorre, porém, que se tem procurado identificar na EIRELI uma proximidade com o 
empresário individual, embora as normas que disciplinam tal pessoa jurídica prevejam a 
aplicação subsidiária da sociedade limitada.
Independentemente da alusão ao “empresário individual”, contida na expressão que iden-
tifica a EIRELI e a aplicação subsidiária da disciplina da sociedade limitada, em vista de se 
tratar de uma pessoa jurídica, há de se precisar as características e as funções que lhe são 
próprias, a exemplo do que se faz com as demais espécies de pessoa jurídica.
Fonte: Pigliesi, Mayerle e Machado (2013, on-line).
explorando Ideias
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Quando se trata da inscrição e legalização das empresas, sabemos que é uma 
obrigação legal estabelecida também pelo Código Civil, em seu art. 1.150 que 
estabelece:
 “ Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comer-
ciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, 
o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se 
a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária 
(BRASIL, 2002, on-line).
A regularidade do exercício da atividade empresarial depende do registro de sua 
atividade, de acordo com a Lei nº 8.934/1994, que estabelece quais são os órgãos 
responsáveis pelo registro.
 “ Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, 
de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema 
Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto 
pelos seguintes órgãos:
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REGISTRO E 
LEGALIZAÇÃO 
DAS EMPRESAS
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I - O Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão cen-
tral Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora 
e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo.
II - As Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora 
e administradora dos serviços de registro (BRASIL, 1994b, on-line).
Lembremos que, para ser levado a registro, o ato constitutivo deve obedecer aos 
requisitos trazidos pelos artigos 997 a 1.000 do Código Civil. Teixeira (2016, p. 
66) explica que a inscrição do empresário tem como finalidade: 
 “ tornar pública a sua atividade, bem como sua finalidade empresarial 
e suas disposições do ato constitutivo, por meio de certidões. Confor-
me os arts. 29 e 30 da Lei nº 8.934/94, qualquer pessoa, sem precisar 
demonstrar a razão, pode consultar os registros existentes nas Juntas 
Comerciais desde que pague o preço fixado pelo órgão, podendo assim 
requerer a expedição de certidões; efetuar o cadastro do empresário, o 
que gera um número de matrícula conhecido como Número de Ins-
crição no Registro de Empresas (NIRE), bem como, após ter o NIRE 
obter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) – junto à Receita 
Federal; proteger sua identificação e seu nome empresarial, garantido 
pelo princípio da anterioridade, assim o primeiro que registrar aquele 
nome goza de proteção; por fim, estabelecer o início de sua existência 
(CC, art. 45), assegurar a separação patrimonial e a limitação de res-
ponsabilidade patrimonial dos sócios por dívidas sociais, já que com 
a inscrição a sociedade adquire personalidade jurídica (CC, art. 985).
Como para toda regra há uma exceção, a sociedade de advogados, embora não seja 
considerada atividade empresarial, deve ser registrada e regulamentada pelo Esta-
tuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (Lei nº 8.906/94) que estabelece:
 “ Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de 
prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal 
de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.
§ 1.º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advo-
cacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos 
seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base 
territorial tiver sede.
[...]
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Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar 
todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem 
forma ou características de sociedade empresária, que ado-
tem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas 
à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade 
unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou 
totalmente proibida de advogar (BRASIL, 1994a, on-line).
Sendo assim, além da junta comercial, a OAB também é responsável pelo re-
gistro apenas das sociedades de advogados. Além do registro, a Lei ainda prevê 
algumas obrigações ao empresário que são ensinadas por Teixeira (2016, p. 67), 
 “ sendo a primeira delas: a escrituração uniforme de livros mer-
cantis (CC, art. 1.179, caput, 1ª parte), com respeito aos princípios 
da Contabilidade, como a ordem crescente de datas em dia, mês e 
ano; o levantamento anual do balanço patrimonial e do resultado 
econômico (CC, art. 1.179, caput, 2ª parte), sendo balanço patri-
monial, todo o histórico da empresa, ativo passivo e patrimônio 
líquido. Já o balanço de resultado econômico mostra apenas as 
receitas e as despesas de determinado período, por exemplo, o 
último ano de exercício; a adoção de livros obrigatórios (CC, art. 
1.180, caput), como por exemplo, o livro Diário que é obrigatório 
para todos os empresários, isso dependerá da função exercida; 
por último, a boa guarda da escrituração, da correspondência e 
dos demais documentos concernentes à atividade empresarial 
(CC, art. 1.194), pois a conservação deve ocorrer pelo período 
mínimo dos prazos de prescrição e decadência, dependendo de 
cada tipo de obrigação.
O registro para a atividade empresarial não é requisito para o exercício dessa 
atividade, apenas delineia a sua regularidade.
Sobre o registro das sociedades, temos uma especificidade com relação à 
sociedade cooperativa, pois, apesar de ser uma sociedade simples, por conta 
da lei, o registro deverá “ocorrer na Junta Comercial, o que faz com que, na 
prática, a cooperativa continue tendo seus atos registrados na Junta Comer-
cial” (SANTOS, 2010, p. 23).
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Além do mais, complementa-se que quem exerce atividade “rural” pode re-
querer seu registro na junta Comercial do Estado no qual se encontra (art. 971 
do CC). Isso pode ser observado no trecho: “quem exerce a atividade rural tem, 
portanto, a faculdade de registrar sua atividade e não a obrigação de registrar sua 
atividade. E nesse caso, só será considerado empresário, se for realizado o registro 
na junta Comercial” (SANTOS, 2010, p. 23).
Livros Empresariais
Além da regularidade com registro da empresa, é necessário adotar de acordo 
com o que estabelece o nosso código Civil, que determina: “Art. 1.179., em cor-
respondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico” (BRASIL, 2002, on-line).
O sistema deve demonstrar anualmente os balanços contábeis e o resultado 
econômico. A obrigatoriedade se apresenta em apenas um livro que pode ser 
substituído pelo livro de balancetes Diários e Balanços, se adotados o sistema de 
fichas de lançamento,de acordo com Art. 1.185 do Código Civil.
 “ Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sis-
tema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo 
livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas forma-
lidades extrínsecas exigidas para aquele (BRASIL, 2002, on-line).
Além dos livros obrigatórios, o empresário ou sociedade empresária podem ado-
tar outros livros que acharem necessários (parágrafo único do art. 1.181 do CC), 
por exemplo, o Livro de Contas Correntes, o Livro de Vendas etc.
Diante do cenário brasileiro, o empreendedor precisa compreender os fatores que in-
terferem na decisão. Em sua opinião, é melhor manter a empresa na informalidade ou 
regularizar? .
pensando juntos
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Estabelecimento Comercial e Ponto Comercial
Estabelecimento comercial é um elemento essencial para o desenvolvimento do ne-
gócio. Barreto Filho (1969, p. 73) definiu como um “[...] complexo de meios materiais 
e imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio”.
Nosso Código Civil define, em seu artigo 1.142, que se considera “estabe-
lecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária” (BRASIL, 2002, on-line).
Ao tratar do estabelecimento, Bulgarelli (1999, p. 320) transcreve uma inte-
ressante lição de Barreto Filho.
 “ Economicamente, o capital é a base do estabelecimento e se com-
põe de elementos estáticos (os bens) e de elementos dinâmicos (os 
serviços). Daí conclui Oscar Barreto Filho:
Os bens (oriundos do capital) e serviços (provenientes do trabalho) 
são conjugados com função do fim colimado, e aí surge o elemento 
estrutural: a organização - a combinação do capital, trabalho e orga-
nização para o exercício da atividade produtiva é que se denomina 
estabelecimento comercial.
[...]
Com base no exame da doutrina e das várias legislações, o professor 
Oscar Barreto Filho alinhou os seus elementos principais, a saber:
1. é um complexo de bens, corpóreos e incorpóreos, que constituem 
os instrumentos de trabalho do comerciante, no exercício de sua 
atividade produtiva.
2. não se configura com o complexo de relações jurídicas do co-
merciante no exercício do comércio, e não constitui um patrimônio 
comercial distinto do patrimônio civil.
3. é formado por bens econômicos, ou seja, por elementos patrimo-
niais, sendo duvidoso se compreende elementos pessoais.
4. é uma reunião de bens ligados por uma destinação unitária que 
lhe é dada pela vontade do comerciante.
5. apresenta um caráter instrumental em relação à atividade econô-
mica exercida pelo comerciante.
Constituem-se como elementos do estabelecimento comercial os bens móveis e 
imóveis, como balcões, vitrines, máquinas, veículos e imóveis. Os bens incorpó-
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reos são os que não possuem expressão propriamente física, ainda que possam ser 
visualmente perceptíveis: ponto comercial, nome empresarial, título de estabele-
cimento, marcas e patentes, tecnologia, contratos, créditos, clientela e freguesia.
Ademais, caro(a) aluno(a), é importante entender isso com as palavras de 
Gomes (2007, p. 34), que ensina a definição de estabelecimento comercial.
 “ [...] é um ativo totalmente incorpóreo, integrante do estabelecimen-
to empresarial, e como tal se reveste de extrema importância, não 
somente na hipótese em que o imóvel seja de propriedade do em-
presário ou sociedade empresária, mas também naquelas hipóteses, 
muito comuns na prática empresarial, em que o imóvel ocupado 
pelo empresário ou pela sociedade empresária seja alugado. Em 
ambos os casos é comum surgir a cobrança das chamadas “luvas”.
É interessante a esse respeito as chamadas “luvas”, que se refere às quantias pa-
gas pelos locatários para obtenção do contrato de locação. Inicialmente, cumpre 
ressaltar que a cobrança de “luvas” por parte do locador está vedada pela Lei de 
Locações: 
 “ Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de 
5 (cinco) dias a 6 (seis) meses ou multa de 3 (três) a 12 (doze) meses 
do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: 
I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além 
do aluguel e encargos permitidos; [...] (SILVA, 2001, p. 132). 
Não obstante, admite-se a cobrança de “luvas” por parte do locatário que tem a 
intenção de vender o seu direito ao ponto comercial ou mesmo todo o estabe-
lecimento a terceiro, sendo essas “luvas” o valor econômico do ponto comercial 
(SILVA, 2001).
O ponto comercial, elemento incorpóreo do estabelecimento, é juridicamente 
protegido porque também é dotado de valor econômico. Trata-se do endereço em 
que o empresário desenvolve sua atividade. É o local onde está a empresa, lugar 
físico em que foi fixado o estabelecimento. Quando o empresário ou a socieda-
de empresária desenvolve suas atividades econômicas em imóvel alugado, essa 
locação será chamada de não residencial e estará amparada pela Lei de Locações 
(Lei nº 8.245/91) nos arts. 51 e 52 e 71 a 75.
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Contabilista se trata do profissional responsável por toda a escrituração dos livros do 
empresário. Ele poderá ser contratado da empresa ou apenas prestador de serviços. 
Deverá ser um profissional com inscrição no órgão competente, estando legalmente 
habilitado (art. 1.182). Sua atuação de contabilista é obrigatória, no entanto, a lei dis-
pensa sua presença se na localidade não houver profissional da área (BRASIL, 2002).
Esse profissional fará os assentos em livros e fichas da empresa e, salvo se 
feitos de má-fé, valem como se tivessem sido elaborados pelo próprio preponente 
(art. 1.177).
6 CONTABILISTA
Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solução dos pro-
blemas. A solução de problemas só restaura a normalidade. As oportunidades significam 
explorar novos caminhos (Peter Drucker).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, pudemos compreender os aspectos do Direi-
to Empresarial, sua evolução de acordo com o tempo e por qual motivo houve 
alteração na forma de tratar Direito Empresarial ou Direito Comercial. Vimos 
que estão relacionados com a teoria adotada que devemos entender para com-
preender o funcionamento deste ramo do direito atualmente.
Em seguida, passou-se ao estudo do Conceito e à finalidade desse direito, 
compreendendo como devemos tratar e de que maneira. Conhecemos essa dis-
ciplina, dentre tantas outras relacionadas ao Direito, principalmente em sua au-
tonomia trazida pela Constituição Federal de 1988.
Ainda tratamos das fontes das últimas atualizações legislativas e inovações, 
bem como as fontes do Direito Comercial, importantes, pois nele são aceitas 
práticas reiteradas. Depois vieram os princípios importantes para vislumbrar e 
interpretar as leis de acordo com as situações que serão vivenciadas no dia a dia 
do profissional.
O Sistema legislativo brasileiro passa por constantes modificações, muito 
embora, sabemos que o processo, na maioria das vezes, torna-se demorado, pas-
samos por grandes transformações nos últimos 15 anos, e as mudanças não pa-
raram por aí, o processo ainda continua evoluindo e, com isso, o profissional deve 
acompanhar todas essas modificações, sendo imprescindível conhecer o passado 
e as evoluções para entender o presente.
Adentramos sobre o universo do Direito Comercial apresentado por suas 
características e princípios específicos tratados por nossa Constituição Federal de 
1988 e, posteriormente, entender quem pode ser empresário, quais as exigências 
legais e quais são os impedimentos e exceções.
Vimos, ainda, os conceitos de Empresa e atividade empresarial, notáveis dife-
renças necessárias para aplicabilidade na vida profissional, exemplificando com 
casos práticos, especificando os formatos empresariais e finalizando com as for-
mas de registro e legalização das empresas.
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aprimore-se
FÓRUM PERMANENTE SE REÚNE PARA DEBATERLEI GERAL
Durante dois dias, integrantes do Fórum vão discutir sobre Desoneração 
e Desburocratização para facilitar a vida das micro e pequenas empresas
Em Brasília, na sede da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), a Reunião 
de Grupos de Trabalho do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de 
Pequeno Porte tem o objetivo de divulgar e promover o fortalecimento das micro e 
pequenas empresas brasileiras. A pauta principal abordada no encontro é a questão 
da desoneração e desburocratização, temas que têm sido discutidos e que são de 
extrema importância para simplificar as atividades das MPEs.
Na abertura da Reunião de Grupos, o secretário executivo da SMPE, Nelson Her-
vey, falou sobre a importância da realização desse encontro tão perto da sanção 
da Lei Geral das MPE (LC nº 123/2006). “Estamos vivendo um momento muito im-
portante, próximo da sanção. Já tivemos muitos avanços, mas ainda é preciso fazer 
mais. Temos limitações, a questão da substituição tributária, limitação de produtos. 
Precisamos continuar debatendo no Fórum para fazermos um esforço conjunto 
com objetivo de simplificar e facilitar a vida das micro e pequenas empresas”, disse 
Nelson Hervey.
O secretário de Racionalização e Simplificação da SMPE, José Constantino de 
Bastos Júnior, também esteve na abertura e lembrou a importância de se criar me-
canismos para facilitar o processo de encerramento de empresas. “Os pontos de 
simplificação são de extrema importância. É preciso ter um cadastro único, um sis-
tema virtual para que não haja burocracia na abertura e encerramento de uma em-
presa. Outro assunto importante é o licenciamento, os estados ainda não tiveram 
avanço nisso. A ideia é que tudo seja feito pela internet e que as empresas que não 
representam risco, ou seja 95% dos casos, possam tirar seu licenciamento. E tam-
bém regularizar a situação de quem precisa do licenciamento ao invés de impedir a 
licença”, afirmou.
Entre outros assuntos que serão tratados na reunião do Fórum estão as compras 
públicas, comércio exterior, Redesim, faixa das tabelas, ESocial e mudança de mi-
39
aprimore-se
croempreendedor para microempresário. Após a realização dos debates, no encer-
ramento das atividades do Fórum, o Grupo de Trabalho, formado por Instituições 
e Órgãos Governamentais Federais, Fóruns Estaduais das MPE e as Entidades de 
Apoio e de Representação Nacional do segmento, irá reunir sugestões que poderão 
ser regulamentadas no âmbito da desoneração e desburocratização.
Sobre o Fórum
Como espaço de debates e conjugação de esforços entre o governo federal e as 
entidades nacionais de apoio e representação nacional, o Fórum Permanente é 
responsável por tratar dos aspectos não tributários da LC nº 123/06, excetuando 
a competência legal do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação 
do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM), também vinculado à 
SMPE/PR.
O Fórum Permanente tem apresentado propostas que se consolidaram em efe-
tivas melhorias para o segmento em todo o país. Entretanto, a própria evolução 
da organização definiu a necessidade de criação de um ponto focal governamental 
capaz de receber e transformar as propostas do Fórum Permanente em resultados 
positivos mais rápidos e consolidados. Nesse sentido, uma das propostas do Fórum 
Permanente era a criação no governo federal de uma sede das políticas públicas 
para o segmento das micro e pequenas empresas.
Sobre a Lei Geral n° 123/06 – Simples Nacional
O Projeto de Lei permite ao Simples ampliar o acesso a novos setores. É a chamada 
universalização do Simples, que apoia o princípio de que é o porte (receita) que 
determina o que é a microempresa e a empresa de pequeno porte, não a atividade. 
Isso porque essas empresas geram mais formalização, emprego, cidadania, prote-
ção previdenciária para empresários e suas famílias, renda fluindo na sociedade, 
além de trazer desenvolvimento econômico e social. Essa medida, segundo as pri-
meiras projeções, deve beneficiar mais de 400 mil empresas.
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aprimore-se
Outro aspecto importante é a proposta de impedir que a substituição tributária 
continue anulando os efeitos do Simples Nacional. Quando foi estabelecido pela 
Lei Geral que a MPE pagaria o ICMS pelo faturamento, e não pelo valor agregado, 
imediatamente as Fazendas estaduais implantaram o contragolpe, expandindo a 
substituição tributária antes restrita às cadeias econômicas homogêneas (cigarros, 
bebidas, pneus, combustíveis, sorvetes etc.).
Nessas cadeias, o preço final é conhecido e as margens também, portanto é 
racional a substituição. Outro ponto fundamental é a vedação da substituição tri-
butária incidindo sobre a micro e pequena empresa para uma série de produtos, 
na verdade ela fixa que só aqueles produtos podem incidir.
Fonte: adaptado de Fernandes (2014, on-line)1.
41
na prática
1. O que é Direito Empresarial?
2. A que se deve a mudança na utilização dos termos Direito empresarial e Direito 
comercial?
3. Quais são as fontes do Direito Comercial?
4. Quais são as características próprias do Direito Empresarial?
5. Quais os princípios específicos do Direito Empresarial?
6. Qual a definição de empresário e empresa?
7. Quem possui capacidade para ser empresário? Podem cônjuges participarem jun-
tos da sociedade?
8. Quem não pode ser empresário? Qual o tipo de impedimento?
9. Qual a diferença entre a empresa individual e EIRELI?
10. Quais são as principais características do Microempreendedor Individual (MEI)?
42
eu recomendo!
O Dilema da Inovação: Quando as Novas Tecnologias Levam 
Empresas ao Fracasso
Autor: Clayton M. Christensen
Editora: M Books
Sinopse: este livro assume a posição radical de que grandes em-
presas fracassam exatamente porque fazem tudo certo. Ele de-
monstra porque boas empresas, mesmo mantendo sua antena 
competitiva ligada, ouvindo os clientes e investindo agressivamente em novas 
tecnologias, perderam sua liderança no mercado quando se confrontaram com 
mudanças tecnológicas de ruptura e incrementais na estrutura do mercado. O Di-
lema da Inovação apresenta um conjunto de regras para capitalizar o fenômeno 
da inovação de ruptura/incremental. 
livro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2SOCIEDADES
PROFESSORAS 
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceito de Sociedades • Classifi-
cação e Espécies das Sociedades • Operações Societárias • Desconsideração da Personalidade Jurídica.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Entender conceito de sociedades. • Compreender classificação e as espécies das sociedades • Assimi-
lar as formas de operações societárias • Aprender sobre a desconsideração da personalidade jurídica.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade tem por objetivo a sua compreensão 
sobre o conceito das sociedades empresárias e sociedades simples, se-
guindo pela classificação dessas sociedades as formas, pois é imprescin-
dível entendê-las para saber qual melhor espécie de sociedade constituir.
Apresentamos a classificação das sociedades, sendo divididas entre 
as sociedades personificadas, que possuem personalidade jurídica, e as 
não personificadas, que não possuem personalidade jurídica.
Passamos pela Sociedade Comum que ainda não possui persona-
lidade jurídica, seguindo para sociedade em conta de participação que 
também não possui personalidade jurídica, são despersonificadas.
Em seguida, temos a Sociedade Simples que, apesar de possuir perso-
nalidade jurídica, não pode ser considerada empresária, pois não exerce 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou de serviços.
Também apresentamos a sociedade em nomecoletivo que é assim 
determinada em razão das responsabilidades dos sócios presentes, clas-
sificando-se, então, como sociedade empresária.
Posteriormente, temos outras sociedades empresárias, como a co-
mandita simples, sendo uma sociedade personificada com suas próprias 
características. Em sequência, procede a sociedade limitada, trata-se da 
mais utilizada atualmente diante de sua operabilidade legal.
Em seguida, temos a Sociedade Anônima, que é regida por lei própria 
para, depois, entender como funciona a comandita por ações. Estas são 
sociedades de capitais, uma vez que são formadas por ações.
Ainda existem as sociedades regulamentadas pelo novo código civil 
como sociedade cooperativa e a sociedade coligada, pouco conhecida, 
mas muito utilizada.
Após entender conceitos essenciais e suas aplicações, teremos as ope-
rações societárias. Esses conceitos irão ajudá-los na profissão e será de 
grande valia para prática negocial.
Vamos lá! Bons estudos!
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CONCEITO DE 
SOCIEDADES
Ao se falar em construção do conceito de sociedade empresária, pode-se afirmar 
que há dois institutos jurídicos que servem de alicerces, um deles é a pessoa ju-
rídica, o outro é a atividade empresarial (COELHO, 2007).
Destaca-se que somente algumas espécies de pessoa jurídica exploram ativi-
dade definida pelo direito como de natureza empresarial, podendo ser definidas 
como sociedades empresárias. Além delas, há pessoas jurídicas que são sempre 
empresárias, qualquer que seja o seu objeto (COELHO, 2007).
No entanto, há também as sociedades simples, que não podem ser definidas 
como as sociedades empresárias. Teixeira (2013, p. 208) define a “[...] sociedade 
como ente que tem natureza contratual, ou seja, sociedade é um contrato”. Diante 
disso, é importante relembrar alguns conceitos de como a pessoa pode ser física 
(natural) ou jurídica. Pessoa jurídica é a entidade legalizada. Um ente criado 
pela técnica jurídica como uma unidade orgânica e estável de pessoas para fins 
de natureza pública ou privada. É completamente distinta dos indivíduos que 
a compõem, tendo personalidade jurídica, como a pessoa física, visando obter 
direitos e contrair obrigações.
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O “nascimento” (criação) da socieda-
de legalizada acontece com o registro do 
seu contrato social no órgão competente, 
o que lhe confere personalidade jurídica. 
Contrato significa o acordo (ato) de duas 
ou mais partes para constituir, regular ou 
extinguir entre elas uma relação jurídica 
de direito patrimonial. Ainda, cabe desta-
car que a palavra “patrimonial” do conceito 
está relacionada ao fato de que os contratos, 
necessariamente, devem ter um conteúdo 
econômico, pois, do contrário, não são con-
siderados contratos, o que tem aplicação di-
reta ao contrato de sociedade.
Nosso código civil estabelece, em seu 
art. 981, o conceito de sociedade: “Art. 981., 
pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir,  com bens ou serviços, para o 
exercício de atividade econômica e a par-
tilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 
2002, on-line). Em relação a esse conceito, 
salienta-se que, quando trata da partilha 
dos resultados, está se referindo aos resul-
tados decorrentes da exploração da ativida-
de econômica. Esses resultados podem ser 
lucros ou prejuízos.
Antes de qualquer empreendimento, é importante ter em mente que a escolha do tipo de 
sociedade faz toda a diferença para obtenção do sucesso. Contudo, qual o tipo de socie-
dade ideal para seu negócio?
pensando juntos
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Teixeira (2016) classifica as sociedades de três formas: pela responsabilidade dos 
sócios, quanto à sua personificação ou, ainda, por ser ou não empresária. Para com-
preender as disposições legais trazidas pelo Código Civil, vejamos o quadro a seguir.
Sociedades 
Personificadas
Simples (atividades 
não empresariais)
Profissionais Liberais e 
sociedade de atividades 
intelectuais
Cooperativa
Empresárias
Comandita por Ações 
Nome Coletivo 
Limitada Sociedade Anônima 
(S.A.) Comandita Simples
Sociedades não 
Personificadas
Comum Conta de participação
Quadro 1 - Quadro geral das sociedades / Fonte: Santos (2012, p. 55).
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CLASSIFICAÇÃO E 
ESPÉCIES DAS 
SOCIEDADES
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De acordo com ensinamentos de Teixeira (2016), quando classificamos a socieda-
de pela responsabilidade dos sócios, esta pode ser limitada quando a responsa-
bilidade dos sócios fica limitada às quotas ou ações não alcançando o patrimônio 
pessoal. Já na ilimitada, os sócios respondem pelo patrimônio pessoal, pelas 
obrigações assumidas pela sociedade, por exemplo, a empresa individual. Quando 
classificamos em mista, a responsabilidade é limitada para alguns e ilimitada para 
outros, por exemplo, na comandita simples ou por ações.
A sociedade pode ser de pessoas ou de capital. A primeira figura da pes-
soa do sócio é importante, sendo que a formação da sociedade é realizada 
pela afinidade existente entre eles, o chamado affectio societatis; as regras da 
sociedade são definidas no contrato social. A sociedade de capital não está 
relacionada aos atributos de cada sócio, pois, se quiser participar da sociedade, 
basta adquirir as ações.
Classificamos, ainda, a sociedade de acordo com sua personificação, que pode 
ser não personificada, quando a sociedade não possui personalidade jurídica, 
pois não foi registrada no órgão competente. Subdividem-se em sociedade de 
fato, quando possui acordo verbal entre os sócios, e sociedade irregular, quando 
possui contrato escrito, mas não foi registrado. A sociedade personificada detém 
personalidade jurídica própria, pois está registrada no órgão próprio.
As sociedades que se referem às atividades intelectuais são tratadas como 
sociedade simples, sendo aquelas que possuem objetivo de desenvolver uma 
atividade profissional economicamente organizada, visando obtenção de lucro. 
Sociedade não personificada - Sociedade Comum
A sociedade Comum se apresenta no artigo 986 do Código Civil, que estabelece:
 “ Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a 
sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Ca-
pítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem com-
patíveis, as normas da sociedade simples (BRASIL, 2002, on-line).
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Segundo Teixeira (2016), essa sociedade deve ser compreendida por algo que 
não é especial, ou seja, a sociedade em comum não tem personalidade jurídica, 
logo, não pode ser a ela atribuída a condição de tipo societário personificado 
específico.
Para Ramos (2014), a sociedade em comum é a sociedade contratual em 
formação, portanto, é aquela que tem contrato escrito e que está realizando 
os atos preparatórios para o seu registro perante o órgão competente, antes 
de iniciar a exploração do seu objeto social.
Diante dos ensinamentos de Ramos (2014), a personalidade jurídica se 
inicia apenas com o registro dos atos constitutivos da sociedade no órgão 
competente, e a sociedade em comum é despida de personalidade jurídica. 
Dessa forma, todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações.
Sociedade não Personificada - Sociedade em 
Conta de Participação
De acordo com ensinamentos de Coelho (2007), esta disciplina, especifica-
mente nos artigos 991 a 996 do nosso Código Civil, possui algumas caracterís-
ticas específicas. Nesta sociedade, um sócio permanece oculto, outro em posi-
ção ostensiva, e estes não possuem personalidade jurídica, pois não assumem 
nenhuma obrigação em seus nomes; sendo uma sociedade despersonalizada 
e secreta, não adotará nenhum nome empresarial.
Os sócios participantes não mantêm qualquer relação jurídica com os cre-
dores por obrigações decorrentes do empreendimento comum. A sociedade 
em conta de participação é, além de despersonalizada, secreta. O contrato 
entre os sócios, que deu início à conjugação de esforços no desenvolvimento 
de empresa comum, não pode ser registrado no Registro das empresas.
Teixeira(2016, p. 295) destaca que o “[...] contrato social somente produz 
efeitos entre os sócios e, mesmo que haja registro, não será conferida perso-
nalidade jurídica”. Quanto ao regime jurídico, aplica-se às regras da sociedade 
simples que veremos a seguir.
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Sociedade Simples
A sociedade simples não é considerada sociedade empresária, pois ela é for-
mada pelos profissionais que desenvolvem atividades intelectuais de natureza 
científica, literária ou artística, conforme estabelece o parágrafo único do 
artigo 966 do Código Civil.
 “ Art. 966 Parágrafo único. Não se considera empresário quem 
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, 
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa 
(BRASIL, 2002, on-line).
Destacando o significado do que a lei dispõe, a palavra “intelectual” é relacio-
nada ao intelecto (inteligência), mental, erudito, estudioso, pensador. Assim, 
o profissional intelectual não é, necessariamente, o mesmo que profissional 
liberal, pois o liberal é o profissional independente, sem um vínculo de exclu-
sividade, que pode ser empresário, desde que exerça a atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços ou, ain-
da, intelectual; enquanto o intelectual é aquele que a profissão tem natureza 
científica (ex.: químico, médico, arquiteto, engenheiro), literária (ex.: escritor, 
poeta, compositor, articulista) e artística (ex.: desenhista, fotógrafo, músico, 
produtor gráfico, artista plástico) (TEIXEIRA, 2016). 
Essas sociedades possuem personalidade jurídica, o que as enquadra como 
uma das sociedades personificadas, sendo que, em sua denominação, deverá 
constar a expressão “sociedade simples” ou sua abreviação “S/S”.
Ademais, contrato social é o ato constitutivo de uma sociedade, que pode 
ocorrer por instrumento privado ou público. O empresário individual, por 
sua vez, faz requerimento de inscrição. É no contrato social que deve estar 
disposto o objeto da sociedade, além da formação do capital social com as 
respectivas quotas de cada sócio, bem como os deveres e direitos de cada sócio 
etc. Os atos e contratos que visem a constituição de pessoas jurídicas somente 
podem ser levados a registro quando assinados por advogado.
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Trata-se de uma das atividades privativas da advocacia, conforme o Es-
tatuto da Advocacia – Lei nº 8.906/1994, art. 1º, II. Contudo, essa regra fica 
dispensada no caso de Microempresa (ME) e Empresas de Pequeno Porte 
(EPP), as quais poderão ser constituídas sem o visto do advogado por força 
do art. 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 123/2006. Quanto à assinatura de tes-
temunhas, elas são facultativas, mas, se houver, será preciso que haja a devida 
identificação, com nome completo e o número de identidade.
De acordo com nosso Código Civil, em seu artigo 998, a sociedade deve 
ser registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas no prazo de 30 dias a 
contar da celebração do contrato, e as alterações também devem ser averba-
das. Devemos lembrar que, no caso da sociedade de advogados, está regida 
por lei especial nº 8.906/1994, sendo que tanto os atos constitutivos quanto as 
modificações são registradas na OAB do estado em que está sendo registrada.
Sociedades Empresárias - Sociedade em Nome 
Coletivo
As Sociedades Empresárias se encontram dispostas em nosso código civil, espe-
cificamente no artigo 1039 a 1044. Dentre as determinações legais, estabelece que 
as responsabilidades dos sócios são solidárias e ilimitadas por suas obrigações 
sociais. Ademais, somente pessoas físicas podem formar uma sociedade coletiva 
e, ao contrário de outras sociedades, nesta, somente o sócio pode administrar.
Com relação ao nome empresarial, este é integrado pelo nome pessoal de 
um ou de todos os sócios, seguido da expressão & Cia. Com relação ao regime 
jurídico, seguem as regras das sociedades simples.
Sociedades Empresárias - Sociedade em Comandi-
ta Simples
A sociedade em comandita simples está disposta em nosso Código Civil, especifi-
camente nos artigos 1045 a 1051, aplicando as regras da sociedade em nome cole-
tivo no que não for incompatível. Trata-se de uma sociedade personificada, pois é 
registrada na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
A partir do Código Civil, Teixeira (2013) diz que, nesse tipo societário, existe 
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uma mistura das responsabilidades, pois existem os sócios comanditados e co-
manditários. Além do mais, explica que
 “ [...] sócios comanditados são aqueles com responsabilidade solidá-
ria e ilimitada, que necessariamente devem ser “pessoas físicas” (CC, 
art. 1.045, caput). Já os sócios comanditários têm responsabilidade 
limitada ao valor de suas quotas sociais e podem ser “pessoas físicas 
ou jurídicas” (CC, art. 1.045, caput). Comandita significa adminis-
trada ou comandada. É um termo derivado do italiano accomandi-
ta, cujo significado era guarda ou depósito, uma vez que no passado 
pessoas confiavam seu capital a outrem para que este o administras-
se em seu nome e risco (TEIXEIRA, 2013, p. 313).
Os sócios responderão apenas pelas suas quotas integralizadas de forma limitada 
e o contrato social deve estabelecer os comanditados e os comanditários, pois 
somente podem administrar a sociedade os comanditados da sociedade simples. 
Devemos lembrar, ainda, que existem dois tipos de comandita, que é a simples 
e a comandita por ações que se assemelham à sociedade anônima. Esse tipo de 
sociedade é muito pouco utilizado, caindo até em desuso.
Sociedades Empresárias - Sociedade Limitada
A Sociedade Limitada é a espécie societária de maior presença na economia 
brasileira, foi introduzida no nosso direito em 1919 e representa, hoje, mais de 
90% das sociedades empresárias registra-
das nas Juntas Comerciais. Seu sucesso se 
deve a duas de suas características: a limi-
tação da responsabilidade dos sócios e a 
contratualidade (COELHO, 2007).
Dessa forma, na sociedade limitada não 
há confusão entre patrimônio particular e 
patrimônio social, desde que o patrimônio 
da empresa esteja integralizado. Para um 
melhor entendimento, Gonçalves (2012) 
explica melhor no quadro a seguir.
SÓCIO SUBSCREVEU
A 30
B 40
C 20
D 10
TOTAL 100
Quadro 2 - Exemplo de Divisão de Sociedade 
Fonte: Gonçalves (2012, p. 151).
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Caro(a) aluno(a), se o patrimônio da empresa for insuficiente para respon-
der pelas dívidas sociais, não estando completamente integralizado o capital 
social, os credores da sociedade poderão executar o patrimônio pessoal dos 
sócios, até o limite do valor por eles subscrito e, ainda, não integralizado. 
Assim, os credores poderão executar qualquer dos sócios (A, B, C ou D) pelo 
montante ainda não integralizado, que é de 40 cotas. 
Veja que a lei é clara: os sócios têm responsabilidade solidária limitada ao 
montante do capital social subscrito e não integralizado. A limitação da respon-
sabilidade dos sócios, portanto, está justamente nessa quantia faltante. Os sócios 
A e D já integralizaram as cotas por eles subscritas. Contudo, como respondem 
solidariamente com os demais sócios pela quantia ainda não integralizada, po-
derão ser executados pelos credores da sociedade pelas 40 cotas restantes.
Na hipótese de o sócio A ou D pagar as 40 cotas aos credores, como eles 
não possuíam mais cotas a integralizar, tendo pago o montante de responsa-
bilidade dos outros sócios, terão direito de regresso contra estes para obter o 
que pagaram. Assim, poderão exigir do sócio B e do sócio C o equivalente a 
20 cotas de cada um.
Ademais, está disposto em nosso Código Civil, nos artigos 1052 a 1087, 
que as sociedades limitadas, por serem contratuais, também devem seguir ao 
que estabelece o Código Civil para regras sobre elaboração do contrato social, 
constituição e dissolução.
A sociedade pode ser de pessoas ou de capital, de acordo com o previstono contrato social. Para a elaboração do contrato social, estabelece o Art. 997 
do Código Civil as cláusulas essenciais presentes a seguir.
Identificação e qualificação dos sócios (nacionalidade, estado civil, profissão, 
residência, número do RG e do CPF), se pessoas físicas e se pessoas jurídicas, 
firma ou denominação, nacionalidade e sede.
Nome empresarial, objeto, sede e prazo.
Capital social, cota de cada sócio e modo de integralizá-la.
Identificação e qualificação dos administradores, seus poderes e atribuições.
Participação de cada sócio nos lucros e perdas.
Quadro 3 - Cláusulas Essenciais para a elaboração do Contrato Social
Fonte: adaptado de Brasil (2002, on-line).
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Para que possua valor, é necessário o registro do contrato social na Junta Co-
mercial. Para a designação da empresa, podemos utilizar o patronímico de um 
ou mais sócios, seguidos da terminação “limitada” ou sua abreviatura, de acordo 
com o que estabelece Art. 1158 do Código Civil. Lembremos que a sociedade 
limitada está dividida em capital social composto pela somatória dos recursos 
trazidos dos sócios à empresa.
O controle da sociedade pode ser definido por quem possui mais valor das 
quotas, de acordo com o que estabelece o contrato social. Com relação à admi-
nistração, pode ser realizada por alguém designado pela sociedade ou, ainda, ser 
um dos sócios ou todos, sendo responsável civil e criminalmente se praticar atos 
ilegais ou contra a sociedade.
Para que sejam tomadas as decisões, serão realizadas assembleias ou reuniões: 
as primeiras quando a sociedade estiver composta por mais de dez sócios, e a 
segunda quando composta por menos de dez sócios. As solenidades para convo-
cação estão estabelecidas no Art. 1.152 do Código Civil. A Lei também estabelece 
qual é o quórum necessário para aprovação de cada matéria a ser votada– art. 
1071 e seguintes do Código Civil, sendo conselho fiscal um órgão facultativo.
A dissolução da sociedade pode acontecer por vontade dos sócios, decurso do 
prazo determinado, falência, inexequibilidade do objeto social, unipessoalidade 
por mais de 180 dias ou pela morte dos sócios. A dissolução pode ser parcial ou 
total, a parcial ocorre quando apenas um dos sócios decide se retirar. Sempre que 
houver a dissolução, haverá um balanço patrimonial da sociedade e apuração de 
haveres em que será distribuído de acordo com a quota parte de cada sócio, os 
lucros ou dividendos.
Sociedade Limitada Unipessoal
No Brasil, o exercício das atividades econômicas depende de prévia permissão 
do Estado para que assim sejam estimulados o empreendedorismo e o desenvol-
vimento econômico do país.
Foi nesse contexto que surgiu a Medida Provisória (PLC 21/2019), que resul-
tou nas emendas realizadas ao texto original da MP ao longo de sua tramitação no 
Congresso Nacional e aguardava a sanção ou veto do presidente da República Jair 
Bolsonaro, ocorrida em 20 de setembro de 2019, trazendo essa forma societária 
ao direito brasileiro (OLIVEIRA, 2019).
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O Projeto de Lei foi publicado no Diário Oficial da União, tornando-se a Lei n. 
13.874/2019, que dispôs sobre a chamada “sociedade limitada unipessoal”, quando 
incluiu o parágrafo único ao art. 1.052 do CC. A Lei n. 13.874/2019 estabelece que 
a sociedade limitada agora poderá ser constituída por um único sócio, in verbis: 
 “ Art. 1.052. [...] Parágrafo único. A sociedade limitada pode ser cons-
tituída por uma ou mais pessoas, hipótese em que se aplicarão ao 
documento de constituição do sócio único, no que couber, as dis-
posições sobre o contrato social (BRASIL, 2002, on-line).
Essa sociedade limitada unipessoal possui o principal objetivo de estimular o 
empreendedorismo e o desenvolvimento econômico do país (OLIVEIRA, 2019). 
Assim, por essa lei, passou-se a ter a coexistência ao lado das duas sociedades 
unipessoais já existentes: a subsidiária integral da Lei de Sociedades Anônimas 
(art. 251) e a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (CC, art. 980-A).
A constituição de sociedades limitadas é uma prática comum no Brasil, já que 
sociedades limitadas compostas por um sócio subscritor da quase totalidade do 
capital social (99%, pelo menos) e alguém de sua confiança que se disponha a 
subscrever a parcela restante ocorre desde muito tempo, antes mesmo do Código 
Civil de 2002 prever a unipessoalidade incidental, situação essa prevista no art. 
1.033, IV do Código Civil (OLIVEIRA, 2019).
A nova figura jurídica não possui a obrigação do sócio de integralizar o capital 
social mínimo à vista – não inferior a 100 salários mínimos (CC, art. 980-A) –, 
exigência essa que ocorre no caso da EIRELI.
A sociedade limitada unipessoal detém alguns benefícios em relação aos ou-
tros tipos de categorias empresariais, são eles:
a) Não possui limitação de faturamento anual.
b) Não possui limitações tributárias.
c) Não precisa ter capital de 100 salários mínimos integralizados.
d) Não possui limitação de atividades.
e) Possui responsabilidade até o limite da integralização do capital social.
f) Não possui limitação para contratação de empregados.
g) Tem possibilidade de constituição de mais de um tipo jurídico.
Desta forma, a sociedade limitada unipessoal adquire personalidade jurídica 
com o registro do seu ato constitutivo no órgão competente, diferentemente 
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do que acontece com a MEI, não sendo possível atingir o patrimônio do sócio 
da sociedade limitada sem a prévia desconsideração da sua personalidade 
jurídica. Já no caso do Microempreendedor Individual, o seu titular responde 
diretamente pelas dívidas societárias (OLIVEIRA, 2019).
Por outro lado, a EIRELI se trata do tipo societário que garante a limita-
ção da responsabilidade patrimonial do empresário individual ou mesmo da 
pessoa jurídica que instituiu a sociedade, já que a lei n. 12.441/2011 expres-
samente prevê a aplicação ao instituto, no que for cabível, das regras próprias 
das sociedades limitadas (CC, Art. 980-A, §6º).
Nesse sentido, a criação da sociedade limitada unipessoal chama a atenção 
devido à vantagem que o empresário tem em optar pela constituição de uma 
sociedade limitada unipessoal, já que o capital social exigido para constituir 
a EIRELI é excessivo diante das possibilidades financeiras da maior parte dos 
pequenos empresários do âmbito nacional (OLIVEIRA, 2019).
Essas vantagens podem trazer como consequência um provável desapa-
recimento da prática societária (EIRELI), a exemplo do que ocorreu com a 
sociedade em comandita simples.
Com o surgimento dessa nova figura societária, com certeza, o “sócio la-
ranja” iria compor o quadro societário apenas para fins de pluralidade de 
sócios, fazendo com que diminua a existência das sociedades limitadas, faci-
litando a criação de novos arranjos societários.
Sociedades Empresárias - Sociedade Anônima
Esta sociedade está regulamentada pela Lei da Sociedade Anônima – Lei 
nº 6.404/76 e, em casos em que há omissão, aplica-se subsidiariamente o 
Código Civil. É chamada de Sociedade Anônima, pois seu capital é dividido 
por ações de maneira que os acionistas são desconhecidos. Os participantes 
dessa sociedade são denominados como acionistas, e o ato constitutivo é 
denominado como estatuto social. Sua denominação deve expressar o seu 
objeto social seguido das expressões sociedade anônima, companhia ou 
S.A. ou S/A ou, ainda, CIA.
As Sociedades anônimas são mais metódicas do que as sociedades limi-
tadas, devendo ser seguido rigorosamente o que estabelece a lei para seu fun-
cionamento. Lembrando que estabelece o art. 100 da Lei nº 6.404/76:
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 “ Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para 
qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas forma-
lidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, ano-
tação ou averbação:
a) do nome do acionista e do número das suas ações.
b) das entradas ou prestações de capital realizado.
c) das conversões deações, de uma em outra espécie ou classe.
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aqui-
sição pela companhia.
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações.
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em 
garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou obste sua ne-
gociação.
II - o livro de “Transferência de Ações Nominativas”, para lança-
mento dos termos de transferência, que deverão ser assinados pelo 
cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes.
III - o livro de “Registro de Partes Beneficiárias Nominativas” e o de 
“Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas”, se tiverem sido 
emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos 
números I e II deste artigo.
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais.
V - o livro de Presença dos Acionistas.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, 
se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria.
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal (BRASIL, 1976, 
on-line).
Vale ter em conta que, de acordo com o § 2º do art. 100, com a nova 
redação dada pela Lei nº 12.431/2011, nas companhias abertas, os 
livros referidos acima entre os números I e V podem ser substituí-
dos por registros mecanizados ou eletrônicos, respeitando sempre 
regras firmadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo Santos (2012), essa sociedade pode se constituir por meio da subscrição 
pública ou da subscrição particular. A subscrição particular ocorre quando todo 
o capital necessário já tiver sido obtido pelos próprios fundadores, reunidos em 
assembleia de fundadores (a ata desta assembleia deverá ser devidamente regis-
trada na Junta Comercial) ou também proceder à subscrição por meio de uma 
escritura pública (art. 88 da Lei nº 6.404/1976).
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A subscrição pública ou constituição sucessiva ocorrerá quando, para com-
pletar o montante do capital social, for necessária a captação de investimentos 
externos. Para melhor compreender, observe o quadro a seguir.
CONSTITUIÇÃO SIMULTÂNEA OU 
SUBSCRIÇÃO PARTICULAR
CONSTITUIÇÃO SUCESSIVA OU 
SUBSCRIÇÃO PÚBLICA
1. Assembleia de Constituição
1. Prévio Registro dado pela Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM)
2. Ata da Assembleia de 
Constituição ou escritura Pública
2. Intermediação de Instituição 
Financeira
 3. Assembleia de Constituição
 4. Ata da Assembleia de Constituição
Quadro 4 - Diferenças entre subscrição particular e subscrição pública Fonte: Santos (2012, p. 85).
As sociedades anônimas emitem títulos tratados como ações. Estas conferem 
aos seus acionistas seus poderes de acordo com os valores que lhes são atribuí-
dos. Temos três tipos de valores. Primeiro, o valor nominal, que diz respeito 
ao resultado da divisão do valor do capital social pelo número de ações. Este 
valor pode ou não estar expresso na ação, podendo haver ações com ou sem 
valor nominal. Segundo, temos o valor de negociação, que trata do preço 
pago por uma ação no mercado, a partir de sua alienação, sendo definido por 
vários fatores econômicos e políticos (SANTOS, 2012).
Além do mais, temos o valor patrimonial, que é definido pelo valor re-
presentativo da participação do acionista no patrimônio líquido da campa-
nha, o qual é calculado pela divisão desse patrimônio líquido pelo número 
de ações. Por fim, esse valor diz respeito ao acionista em caso de reembolso/
liquidação, sendo acessado por meio de balanço realizado para este fim (SAN-
TOS, 2012).
Essas ações ainda possuem uma classificação quanto à natureza e sua for-
ma de circulação, de acordo com o que estabelece o art. 15 da Lei nº 6.404: 
“As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus 
titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição” (BRASIL, 1976, on-line).
As ações ordinárias ou comuns: “são aquelas que conferem direito de voto 
ao seu titular, meio pelo qual ele pode chegar ao controle da, bem como eleger 
seus administradores” (art. 16, Lei nº 6.404/76) (BRASIL, 1976, on-line). Já as 
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ações preferenciais “são aquelas que têm privilégios/vantagens para os seus 
titulares, como na distribuição de lucros” (Art. 17 Lei nº 6.404/76) (BRASIL, 
1976, on-line). “Justamente por conferirem ao acionista uma vantagem, po-
dem limitar ou suprimir o direito de voto dele. Assim, as ações preferenciais 
geralmente não têm direito ao voto, mas excepcionalmente podem ter” (TEI-
XEIRA, 2016, p. 335).
As ações de fruição são aquelas que asseguram a amortização antecipada do 
valor que o sócio receberia em caso de liquidação da sociedade (Art. 44, § 5º Lei nº 
6.404/76) (BRASIL, 1976, on-line). Esse tipo de ação é atribuído ao acionista or-
dinário ou preferencial que teve suas ações totalmente amortizadas, ou seja, ações 
que já receberam o que tinham direito em caso de eventual e futura liquidação. 
Trata-se de uma espécie de devolução antecipada do valor investido pelos sócios.
As sociedades podem ter capital aberto ou fechado. As primeiras possuem 
emissão de ações ou valores mobiliários negociados em balcão ou bolsa de 
valores, lembrando que, para isto, devem atender às normas fixadas pela Co-
missão de Valores Mobiliários (CVM) regulada por lei especial nº 6.385/76. 
As segundas são aquelas que não possuem negociação de ações no mercado 
mobiliário. O Parágrafo terceiro do artigo 4.º da Lei nº 6.404 explica que
 “ § 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as 
companhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes 
dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, 
e especificará as normas sobre companhias abertas aplicáveis a 
cada categoria (BRASIL, 1976, on-line).
Os acionistas gozam de alguns direitos considerados essenciais, pois não 
podem ser privados destes nem por previsão no estatuto social, nem por 
determinação da assembleia geral, em razão do que estabelece o artigo 109 
da Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976, on-line). Os acionistas devem fiscalizar a 
gestão dos negócios da sociedade, retirar-se da sociedade, de preferência na 
subscrição de valores mobiliários, de participar da divisão do patrimônio da 
companhia, em caso de liquidação e participação nos lucros. Somente tem 
direito ao voto os acionistas titulares de ações ordinárias.
As tomadas de decisões, caro(a) aluno(a), serão realizadas por meio das as-
sembleias gerais ordinárias realizadas normal e periodicamente, ocorrendo uma 
vez ao ano, nos quatro primeiros meses após o término do exercício social, visan-
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do a deliberação sobre destinação do lucro líquido e distribuição de dividendos, 
eleição dos administradores e dos conselheiros fiscais, exame de aprovação das 
contas e demonstrações financeiras apresentadas pelos administradores e cor-
reção monetária do capital social. 
A assembleia geral extraordinária significa que ela não é habitual, ou seja, 
que só ocorrerá em situações excepcionais, por exemplo, para alterar o estatu-
to social e mudar o objeto da companhia, deliberar sobre fusão, cisão, dissolu-
ção e liquidação da companhia, decidir sobre emissão de valores mobiliários, 
como ações preferenciais e partes beneficiárias etc.
A administração é o órgão que se encarrega das execuções das determina-
ções das assembleias gerais e extraordinárias serem leais à companhia, deven-
do manter segredo sobre os negócios que dela fazem parte; não se aproveitar 
de oportunidades pelo conhecimento obtido em razão de sua função; não 
agir de forma a conflitar os seus interesses pessoais aos da companhia (Lei nº 
6.404/76 Arts. 155 e 156). 
Contudo, a diretoria administra a companhia, ou seja, gestão dos negó-
cios da sociedade, especificada no artigo 143 da Lei 6.404/76, representa le-
galmente a companhia e execuções de deliberações das assembleias gerais e 
conselho de administração. O Estatuto apresenta a composição que deve ser 
de, no mínimo, dois eleitos pelo conselho de administração e seu mandato 
não pode ser superior a trêsanos.
Os administradores são os responsáveis por celebrar os contratos em 
nome da sociedade. No entanto, é a sociedade quem responde por essas obri-
gações, uma vez que o administrador é somente um representante, portanto, 
não responde pessoalmente pelos prejuízos da companhia; caso a sociedade 
detecte, pode deliberar juntamente com os sócios para que a companhia pro-
mova ação em face do administrador, mas existe prazo para propositura da 
ação 3 meses após a deliberação da assembleia e poderá ela ser ajuizada por 
acionistas que representem, no mínimo, 5% do capital social.
Existe também outra figura importante e obrigatória: o conselho fiscal. 
Suas atribuições e formalidades são trazidas pelos artigos 161 a 163 da Lei 
6.404/76. O Conselho controla os órgãos administrativos, protegendo os in-
teresses da companhia e de todos os acionistas, devendo ser composto por, 
no mínimo, três e, no máximo, cinco membros.
A dissolução da sociedade está apresentada no artigo 206 da lei 6.404/76, 
que estabelece
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 “ Art. 206. Dissolve-se a companhia:
I - de pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração.
b) nos casos previstos no estatuto.
c) por deliberação da assembleia-geral (art. 136, X).
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assem-
bléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído 
até a do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251.
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
II - por decisão judicial:
a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qual-
quer acionista.
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação 
proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou 
mais do capital social.
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei.
III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos 
e na forma previstos em lei especial (BRASIL, 1976, on-line).
Como em toda sociedade, após a dissolução, prossegue a liquidação para verificar 
os débitos e créditos, após, liquidar todas as dívidas e dividir entre os acionistas 
o que restar de acordo com suas proporções.
Sociedades Empresárias - Sociedade Comandita 
por Ações
Segundo a doutrina, a sociedade em comandita por ações é uma sociedade empresária 
híbrida: tem aspectos de sociedade em comandita e aspectos de sociedade anônima.
Assim, a sociedade em comandita por ações, igual as sociedades anônimas, 
tem o seu capital dividido em ações e, também, como as sociedades em comandita 
simples, possui duas categorias distintas de sócios, uma com responsabilidade 
limitada e a outra com responsabilidade ilimitada (RAMOS, 2014).
Ressalta-se que a Lei das sociedades anônimas não se aplica à sociedade em 
comandita por ações (RAMOS, 2014).
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Está disposto no art. 1.090 a 1.092 do Código Civil que, enquanto na socieda-
de anônima, como visto, a responsabilidade de todos os acionistas é limitada, na 
sociedade em comandita por ações, o acionista diretor, ou seja, aquele acionista 
que exerce função de administração da sociedade, responde ilimitadamente pelas 
obrigações sociais.
Percebe-se, caro(a) aluno(a), que, na sociedade em comandita por ações, em fun-
ção dos diretores não serem eleitos pela assembleia-geral, mas simplesmente nomea-
dos no ato constitutivo, e de, por isso, não terem mandato, a legislação lhes impõe re-
gras severas quanto à sua responsabilidade, a qual, conforme salientamos, é ilimitada.
Sociedades Empresárias - Sociedade Cooperativa
É muito importante ressaltar que o cooperativismo foi instituído pela Lei 
nº 5.764, em 1971, também trazida pela Constituição Federal em seu art. 5, 
inciso XVIII, e em 2.002, foi disposto especificamente pelo Código Civil, es-
tabelecendo que sempre se trata de sociedade simples, independentemente de 
seu objeto social e ainda traz as principais características, conforme se pode 
observar a seguir.
 “ Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:
I - variabilidade, ou dispensa do capital social.
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor 
a administração da sociedade, sem limitação de número máximo.
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada 
sócio poderá tomar.
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos 
à sociedade, ainda que por herança.
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado 
no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social 
representado.
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não 
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação.
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VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das 
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atri-
buído juro fixo ao capital realizado.
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda 
que em caso de dissolução da sociedade (BRASIL, 2002, on-line). 
Com relação à responsabilidade, esta é limitada quando o sócio responde pelo 
valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais dentro 
das proporções da participação das operações (Código Civil, art. 1.095 §1.º). 
Pode, ainda, ser ilimitada a hipótese em que o sócio responde solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais. A Lei determina que a cooperativa 
deve ser registrada na junta comercial, estabelecendo que se trata de uma 
sociedade de pessoas de natureza civil, não sujeita à falência, sendo que sua 
liquidação está definida na lei nº 5.764/1971.
Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limita-
da, quando responder apenas pelo valor de suas quotas ou, ainda, ilimitada, 
no caso de responder solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais (Lei 
nº 5.764/1971, arts. 11 e 12, e CC, art. 1.095).
Sociedades Empresárias - Sociedade Coligada
De acordo com o Código Civil, em seu art. 1.097: “Art. 1.097. Consideram-se co-
ligadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas, ou 
de simples participação, na forma dos artigos seguintes” (BRASIL, 2002, on-line).
Atualmente, em razão da união de grupos empresariais por meio de união 
acionária de fato ou de direito, surgiram algumas figuras de sociedades con-
troladoras que se encontram em certas evidências tratadas como controla-
doras, Holding e Offshore.
De acordo com ensinamentos de Teixeira (2016, p. 362),
 “ controladora é aquela que tem participação em outra socie-
dade (a controlada) a ponto de obter maioria de votos nas de-
liberações, fazendo prevalecer sua vontade e assim elegendo os 
administradores e, como consequência, dirigindo os negócios 
da controlada.
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Mamede (2011, p. 2) estabelece que “[...] a sociedade controladora também é 
denominada de HOLDING. No fundo a holding é uma sociedade que detém 
participação societária em uma ou mais empresas, tendo sido constituída 
especificamente para esse fim ou não”.
Para Teixeira (2013), a holding pode ser uma gestora de participações 
sociais, sendo formada para administrar uma só empresa ou verdadeiros con-
glomerados empresariais. Esse modelo pode ser utilizado no intuito de redu-
zir o custo administrativo, centralizando funções, reestruturação societária, 
uniformização de práticas entre as empresas, manutenção de parceria com 
outras empresas, planejamento tributário ou sucessório etc.
Existem holdings com os mais variados fins, como holding familiar, hol-
dings financeiras, holding patrimonial, entre outras. A proliferação desta mo-
dalidade empresarial vem aumentando em razão dos benefícios fiscais, pois, 
de acordo com o que prevê o art. 2º, caput e § 3º, da Lei nº 6.404/76, o objeto 
da companhia pode ser qualquer empresa (atividade) de fim lucrativo, desde 
que lícito, de modo que a companhia pode ter por objeto social a participação 
em outras sociedades (holding pura, de controle ou de participação). E, mes-
mo que não previsto no estatuto, a participaçãoé facultada como forma de 
realizar o seu objeto ou para se favorecer de benefícios fiscais (holding mista).
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Dessa forma, pessoas têm constituído pessoas jurídicas com o fim de ad-
ministrar patrimônio próprio decorrente da integralização de bens dos sócios, 
especialmente imóveis. A finalidade é encontrar um melhor enquadramento 
tributário, notadamente quanto ao imposto de renda sobre as locações. Isso, 
por si só, não é ilegal, tratando-se de planejamento tributário não proibido 
pelo ordenamento. Entretanto, quando uma holding é constituída com o fim de 
“blindar” o patrimônio pessoal contra credores, isso é fraude, podendo implicar 
fraude contra credores ou mesmo desconsideração inversa da personalidade 
jurídica (em que a sociedade poderá ser responsabilizada por dívida de sócio).
Mamede (2011, p. 70) conceitua OFFSHORE (ou offshore company) como
 “ [...] uma sociedade constituída no exterior com o fim de con-
trolar uma ou mais empresas no território nacional. Em tese, 
não há ilicitude nisso se o ordenamento jurídico não proibir, por 
exemplo, é o caso de empresas que fazem isso como forma de 
planejamento. No entanto, muitas vezes tais empresas são cons-
tituídas buscando “reduções tributárias” ilegais nos países consi-
derados “paraísos fiscais”, visando a ocultação da identidade dos 
controladores, haja vista a possibilidade de emissão de ações ao 
portador e o direito à manutenção do sigilo quanto aos acionistas 
(ou seja, acionistas não identificáveis); ou simplesmente para a 
remessa ilícita de dinheiro para o exterior.
A sociedade controlada se trata daquela em que parte de seu capital é de outra 
sociedade, conhecida como a sociedade controladora, assegurando um número 
de votos suficientes nas deliberações (maioria de votos), com a finalidade de ele-
ger os administradores (CC, art. 1.098, I) (BRASIL, 2002, on-line). Há também 
a sociedade filiada, disposta no artigo 1.099 do Código Civil, sendo aquela que 
possui mais de 10% de seu capital social com participação de outra sociedade, 
que, por sua vez, não a controla.
Concluímos com a disposição do art. 1.100 do Código Civil, sendo designada 
como sociedade de simples participação àquela que possui menos de 10% de 
seu capital social com participação em outra sociedade, porém não a controla.
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As sociedades empresárias podem se transformar, assim “as sociedades se rela-
cionam entre si, transformando-se, fundindo-se, incorporando outras ou transfe-
rindo parcela de seu patrimônio a outras” (RAMOS, 2014, p. 351). Em todos esses 
casos – transformação, incorporação, fusão e cisão –, haverá mudanças relevantes 
na estrutura das sociedades, que trarão consequências jurídicas relevantes, por 
isso, vamos entender o significado de cada uma. As operações se encontram pre-
vistas nos artigos 1.113 a 1.122 do Código Civil, bem como na Lei nº 6.404/76.
Transformação
A transformação ocorre quando um tipo de sociedade se transforma em outro 
tipo de sociedade, por exemplo, a sociedade limitada se torna uma sociedade 
anônima. Outro exemplo é quando uma sociedade limitada se torna uma Em-
presa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Lembrando que não 
há necessidade de liquidação ou dissolução da sociedade, mas deve prevalecer 
ou atender todos os requisitos que estabelece a lei para cada tipo societário, prin-
cipalmente na transformação da personalidade jurídica, não havendo qualquer 
prejuízo aos credores, conforme estabelece o artigo 1.115 do Código Civil.
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OPERAÇÕES 
SOCIETÁRIAS
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Incorporação
A incorporação acontece quando sociedades, por questões estratégicas, decidem 
absorver outra sociedade. Dessa maneira, a incorporadora sucede a incorporada 
em todos os direitos e deveres, conforme estabelece artigo 1.116 do Código Civil.
Caro(a) aluno(a), para melhor compreender, será demonstrado, visualmente, 
um exemplo em que a sociedade A compra a sociedade B, e a sociedade B deixa de 
existir. Dessa forma, a sociedade B será extinta, devendo ser averbado no registro 
conforme artigo 1.118 do Código Civil.
Figura 1 - Ilustração de Incorporação / Fonte: a autora.
Fusão
A fusão acontece quando duas ou mais sociedades se fundem para a constituição 
de uma nova sociedade que sucederá as sociedades extintas em todos os direitos 
e obrigações, conforme estabelece o artigo 1.119 do Código Civil. Por exemplo, a 
Sociedade A e B deixam de existir para que seus respectivos patrimônios formem 
a nova empresa C, que será registrada e inscrita no registro conforme estabelece 
artigo 1.121 do Código Civil.
SOCIEDADE “B”
SOCIEDADE “A”
Descrição da Imagem: a figura é composta por dois círculos ovais, um maior e um menor dentro deste. No 
maior, temos Sociedade “A” e, no menor, Sociedade “B”. 
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Substancialmente, a diferença entre a incorporação e a fusão está no fato de 
que a incorporação é a absorção de uma sociedade por outra, e a fusão significa 
a união de sociedades.
SOCIEDADE A
SOCIEDADE B
SOCIEDADE C
Figura 2 - Ilustração de Fusão / Fonte: a autora.
Cisão
A cisão é a operação pela qual a sociedade divide o seu patrimônio em duas 
ou mais partes, constituindo novas sociedades ou, ainda, pode ser destinada a 
aumentar o patrimônio de outra sociedade. A cisão pode ser total ou parcial. A 
primeira quando ocorre a extinção da empresa dividida que se tornará outras 
empresas. A segunda quando a sociedade cindida/dividida teve apenas parte de 
seu patrimônio cedido, portanto, não haverá extinção da sociedade.
Ainda, podemos explicar a diferença entre existência da dissolução parcial, 
que acontece quando há finalidade de entregar parte do capital da sociedade ao 
sócio que se retira ou é excluído; diferente do que acontece na cisão, em que, na 
dissolução parcial, a parte do patrimônio apurada não é, necessariamente, para 
formar nova sociedade ou integrar o capital social de outra já existente.
Descrição da Imagem: aa figura é composta de 3 círculos ovais, um dentro do outro. O maior contendo 
Sociedade C, o médio Sociedade B e o menor Sociedade A.
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Caro(a) aluno(a), dentro do princípio da autonomia patrimonial das pessoas 
jurídicas, disposto no art. 1.024 do Código Civil, no qual estabelece que a respon-
sabilidade dos sócios é refletida em suas quotas ou ações, dependendo do tipo 
societário adotado, foi uma forma encontrada pelo legislador para incentivar o 
empreendedorismo. Entretanto, se ocorrer um uso abusivo, com objetivo de frau-
dar credores, foi criado o instituto da desconsideração da personalidade jurídica.
Esse instituto foi normatizado pelo Código Civil, em seu artigo 50, pelo Có-
digo de Defesa do Consumidor, em seu artigo 18, e, ainda, a Lei nº 9.605 de 
1998, que regula os crimes ambientais, aplicando-se estes institutos na Justiça 
do Trabalho, entre outras.
Quando a empresa possui tipo societário limitado e está comprovado que 
sócios transferiram todo patrimônio da empresa para pessoa com intuito de não 
realizar o pagamento aos devedores, podem os devedores requererem em juízo, 
dentro do processo de execução, a desconsideração da personalidade jurídica, na 
qual, se deferida, a execução atingirá o patrimônio pessoal dos sócios, visando a 
satisfação do crédito.
Ressalta-se que somente é permitida em caso de abuso de personalidade ju-
rídica, devendo ser comprovado o desvio de finalidade e a confusão patrimonial.
4 
DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE
JURÍDICA
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A exemplo das consequências da evolução social, a sociedade empresária, atualmente, 
tem fundamental papel na economia mundial, por quanto gera empregos, paga tributos e 
propicia o surgimento de diversos negócios paralelos que vêm a contribuir para o cresci-
mento da região em que está instalada. Desse modo, a fim de estimular o empreendedo-
rismo e auxiliar no crescimento dessas sociedades empresárias, foi criado o princípio da 
autonomia patrimonial, possibilitado pela pessoajurídica.
Contudo, a partir do surgimento de uma nova realidade e das consequentes criações com o 
intuito de atingir um novo equilíbrio, surgem também novas possibilidades de fraudes e uso 
indevido, de forma que novos impasses são originados. Com o instituto da pessoa jurídica 
não foi diferente. A partir de sua criação, seu principal objetivo, qual seja, separar a pessoa 
do sócio e da sociedade, foi sendo utilizado como meio para fraudes e enriquecimento ilícito.
Fonte: Weiblen (2008, p. 18-36).
explorando Ideias
Há três tipos de empresas: empresas que tentam levar os seus clientes onde eles não 
querem ir; empresas que ouvem os seus clientes e depois respondem às suas necessida-
des; e empresas que levam os seus clientes aonde eles ainda não sabem que querem ir. 
(Gary Hamel)
pensando juntos
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, verificamos grandes aspectos para com-
preender os conceitos das sociedades, traduzindo, de forma didática, o que 
consiste uma sociedade simples ou empresária.
Para isso, primeiramente, foi tratado quanto às formas de classificação 
por meio do quadro geral das sociedades, podendo ser personificada e des-
personificada.
Em seguida, passou-se ao estudo e entendimento de quando uma socie-
dade passa a ser personificada e quando possui personalidade jurídica para, 
assim, definir corretamente a empresa e, principalmente, definir as respon-
sabilidades dos sócios ou, ainda, despersonificada, quando não possui per-
sonalidade jurídica.
Foi importante entender que a Sociedade Comum é assim designada por 
não possuir personalidade jurídica, já que não está registrada em órgão com-
petente, seguindo pela sociedade simples formada por profissionais que de-
senvolvem atividades intelectuais de natureza científica, literária ou artística.
Passamos a seguir por todas as formas de sociedades empresárias, cada 
uma com sua especificidade, pois a importância de entender cada uma será 
adequada para exercício de cada tipo de atividade, formas de administração, 
designação, divisão de capital e responsabilidades dos sócios quando e como 
exercer administração e, principalmente, a responsabilidade de cada sócio, 
tratando da sociedade unilateral como uma inovação em nosso ordenamento, 
indicando, inclusive, suas vantagens.
A Sociedade Anônima também mereceu atenção especial, pois é regula-
mentada por legislação especial que nos apresenta detalhadamente as formas 
de constituição, administração e como pode ser exercida a comercialização 
das ações, que diferencia das outras sociedades.
Não podemos esquecer das sociedades cooperativas e coligadas, que pas-
saram a ter espaço significativo nas relações empresariais atuais.
Finalizamos com as operações societárias, tão importantes para desen-
volvimento empresarial, bem como com a aplicação da desconsideração da 
personalidade jurídica de uma empresa.
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aprimore-se
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A SOCIEDADE SIMPLES E A SOCIEDADE 
EMPRESÁRIA: A CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO JURÍDICO DE EMPRESA 
NA VISÃO SISTEMÁTICA DO DIREITO
É indiscutível a relevância do papel da empresa na vida econômica e, consequente-
mente, na sociedade. No entanto, a definição e a caracterização jurídicas de tal ins-
tituto não têm sido tarefas das mais tranquilas. Tal expressão adquire significados 
dos mais diversos, variando conforme a área de conhecimento e de atividade na 
qual é abordada, e ainda, principalmente, conforme os interesses a serem protegi-
dos ou mesmo privilegiados.
A identificação da empresa nas atividades econômicas deu-se pela observação 
de fatos da vida prática, mas a sua adequada caracterização depende de critérios 
jurídico-econômicos formais – como se buscará evidenciar adiante –, o que gera 
relevantes efeitos econômicos e, em última análise, sociais. É, assim, natural que ela 
seja objeto de atenção de outras áreas além do Direito, tais como e especialmente a 
Economia, a Sociologia, a Teoria da Administração e a Contabilidade.
Há que se considerar que a identificação e a caracterização da empresa têm 
se tornado cada vez mais difícil, visto que, cada vez mais, a sociedade tem sido 
protagonista de grandes transformações, tornando-se natural e progressivamen-
te mais complexa, e os interesses nela compreendidos redundaram na crescente 
complexidade das relações econômicas. Esses interesses são compreendidos em 
diversos grupos, tais como sócios ou acionistas, fornecedores, clientes, emprega-
dos, concorrentes e governos.
O Direito é quase pródigo em apresentar conceitos da empresa que compreen-
dam não somente a visão jurídica, mas também uma visão econômica, no sentido 
da abordagem prática desse instituto. Observa-se que o Direito ocupou-se espe-
cialmente com a instituição, por ele criada, da pessoa jurídica, em especial as com 
fins lucrativos, quais sejam as chamadas sociedades, que são importantíssimas na 
organização das atividades negociais. Talvez, por isso, os ordenamentos jurídicos 
ocidentais até hoje não lograram êxito em definir a empresa e em tratá-la de manei-
ra clara, homogênea e sistemática, o que gera dificuldades para os intérpretes da lei.
76
aprimore-se
Com a edição do Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), 
a empresa passou a ser o centro da atividade negocial no ordenamento jurídico 
brasileiro, em substituição ao ato de comércio, assim como o Código Civil italiano, 
no qual se inspirou fortemente.
Também a exemplo do código que lhe serviu de paradigma, o Código Civil de 
2002 erigiu a empresa como o elemento basilar de diferenciação entre as duas espé-
cies de sociedade nele previstas, quais sejam a sociedade empresária e a sociedade 
simples. Nos termos da lei, a sociedade empresária teria “por objeto o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito a registro”, e a sociedade simples não.
No entanto, o conceito de empresa – vago por natureza, e que pode ser abor-
dado por vários perfis – não foi apresentado explicitamente no Código. Em conse-
quência, o conceito de cada uma dessas espécies societárias apresentados pelo 
texto legal não se mostrou esclarecedor.
Essa falta de clareza dos institutos da empresa e das espécies de sociedade 
têm dado margem a discussões de ordens doutrinária e prática, e se busca, com 
o presente trabalho, trazer nova contribuição para o debate, utilizando-se não so-
mente a abordagem da empresa pela doutrina jurídica e pela legislação nacional, 
mas também algumas experiências trazidas por outras áreas de conhecimento. Tal 
abordagem permitirá a verificação dos interesses relacionados à empresa e como 
eles se vinculam, e, com isso, procurar-se-á demonstrar que não procede a previ-
são legal de duas espécies de sociedades baseada na premissa de que uma possui 
elemento de empresa e a outra não.
[...]
O trabalho vale-se essencialmente de pesquisa doutrinária, que não se limitou 
à doutrina do Direito, visto que as trocas econômicas – representadas no paradig-
ma da empresa – são identificadas na vida prática e repercutem, como todo insti-
tuto socialmente relevante, por áreas diversas do conhecimento humano.
Fonte: Volkweiss (2008, p. 7-10).
77
na prática
1. De acordo com os conceitos estudados, defina em que consiste a sociedade em-
presária.
2. Como podemos classificar as sociedades? Explique.
3. Quais os tipos de sociedades que fazem parte das sociedades simples e sociedades 
empresárias?
4. Em que consiste a sociedade comum e a sociedade em conta de participação?
5. Por que a sociedade simples não é considerada empresária?
6. Explique porque a Sociedade Limitada Pessoal é mais vantajosa do que a EIRELI.
7. Embora a sociedade em comandita simples não seja tão comum, como fica a res-
ponsabilidade dos sócios nesta modalidade de sociedade?
8. Por que a sociedade limitada representa mais do que 90% das sociedades empre-
sariais brasileiras?
9. Qual a diferença entre a sociedade limitada e a sociedadeanônima com relação ao 
capital social?
10. Quais as operações societárias que podem se realizar?
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eu recomendo!
Empresários, Sócios & Sociedades
Autor: Benedito Claudino Barbosa e Mário Claudino Barbosa
Editora: Juruá
Sinopse: o livro aborda, em linguagem simples e objetiva, o papel 
do empresário perante os diferentes tipos de empresas, desde 
a sociedade simples e a individual até as sociedades em que se 
encontra a figura de um ou mais sócios ou acionistas, no caso 
da sociedade anônima. Ao iniciar um negócio, o empreendedor pode optar por 
trabalhar sozinho, como empresário individual, ou contar com o apoio de um ou 
mais sócios em uma sociedade empresarial. Sob o aspecto jurídico, esclarecem-
-se todas as implicações normativas de retirada ou exclusão de um sócio.
livro
Depois do conceito, é importante exemplificar em um caso real para entender 
melhor a diferença entre sociedade controlada, coligada e subsidiária. Consulte o 
link a seguir e fique por dentro do assunto. Disponível em: 
http://direito.folha.uol.com.br/blog/para-entender-a-diferena-entre-controlada-
-coligada-e-subsidiria
conecte-se
http://direito.folha.uol.com.br/blog/para-entender-a-diferena-entre-controlada-coligada-e-subsidiria
http://direito.folha.uol.com.br/blog/para-entender-a-diferena-entre-controlada-coligada-e-subsidiria
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NOÇÕES DE 
DIREITO
Tributário
PROFESSORAS 
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Noções de Direito Tributário • 
Fontes do Direito Tributário • Sistema Tributário Nacional • Funções dos Tributos • Princípios e Limita-
ções do Poder de Tributar • Sistema Simples Nacional.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Aprender conceito de direito tributário. • Assimilar fontes do direito tributário. • Entender o Sistema 
Tributário Nacional. • Instruir-se das funções dos tributos. • Compreender os princípios e as limitações 
do poder de tributar.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), nesta unidade, serão abordados aspectos mais rele-
vantes que envolvem as relações jurídicas entre as pessoas e o ente público. 
Estes conceitos são relevantes para o direito tributário, por isso, é impor-
tante entender que ele está relacionado diretamente com a Constituição 
Federal (1988), que as obrigações são estabelecidas por ela.
O Estado moderno apresenta uma série de compromissos assumidos 
com a população e, nesta esfera, para o exercício da atividade financeira, 
é necessário grande movimento do estado para que se possa manter por 
meio da arrecadação.
Em seguida, vamos conhecer as fontes que indicam a origem do direi-
to, tendo explanação sobre as principais: Constituição Federal, Emenda 
Constitucional, Lei Ordinária, Decreto, Lei Delegada, Medida Provisória, 
Decreto Legislativo, Resolução, Tratados e Convenções Internacionais e 
Lei Complementar.
Entenderemos também como funciona a hierarquia das leis, que é impor-
tante para aplicação da legislação, juntamente com aplicação da lei no espaço 
e no tempo, pois, quando a lei se materializa no plano fático, devemos saber 
quais serão os efeitos que produzirão de acordo com a realidade praticada.
Tratar sobre as normas passa a ter grande importância, à medida que 
afetam diretamente a propriedade privada, ganhando grande autonomia, por 
isso é necessário entendê-las, principalmente no que se refere às exceções.
Prosseguiremos com o Sistema Tributário Nacional, sua definição e as 
regras que estão regidas pelos dispostos constitucionais, para saber qual a 
função dos tributos e a diferença entre as formas de arrecadação.
Finalizamos com o poder de limitar por meio dos princípios constitu-
cionais e imunidades, pois, nele, haverá fundamentos para incidência ou 
não dos tributos, que fará toda diferença na apuração diante da Legislação 
Brasileira, neste caso, a aplicação do Código Tributário Nacional subordi-
nado à Constituição Federal. 
Bons estudos!
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NOÇÕES DE
DIREITO
Tributário
Caro(a) aluno(a), neste tópico, vamos abordar os aspectos mais relevantes sobre 
o direito tributário, que envolvem as relações jurídicas existentes entre o cidadão 
e os entes públicos, relações das quais decorrem a exigência ao pagamento dos 
tributos, bem como entender o sistema.
Conceito de direito tributário
Para entender o conceito de Direito tributário, temos que saber que o Estado, aqui 
no sentido de país, possui uma série de obrigações estabelecidas pela Constitui-
ção Federal em seu artigo 175, que define: “Incumbe ao Poder Público, na forma 
da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de 
licitação, a prestação de serviços públicos” (BRASIL, 1988, on-line). 
Para que o Estado possa fornecer os serviços públicos, é necessário que haja 
a obtenção de recursos, já que implica em custo econômico, não sendo suficiente 
a simples emissão de moeda, pois pode acarretar em grandes problemas inflacio-
nários. Dessa forma, as empresas produzem ou comercializam bens ou serviços, 
bem como realizam pagamento aos seus trabalhadores que, de maneira geral, 
também transferem de alguma forma seus ganhos por meio dos tributos que 
vêm com objetivo de custear os serviços públicos.
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Casalino (2012, p. 26) define: 
 “ [...] direito tributário como um conjunto de normas jurídicas que 
disciplina a relação entre Estado e particular, regulamentando a 
instituição, fiscalização e arrecadação de tributos. Como conjunto 
de normas jurídicas, o direito tributário viabiliza a atividade de tri-
butação do Estado, ao mesmo tempo em que protege o particular e 
sua propriedade contra eventuais abusos do poder público.
As normas jurídicas são produzidas pelos legisladores em conjunto com admi-
nistradores, fazendo ser cumpridas pelo poder judiciário. Essas normas jurídicas 
podem ser entendidas como um comando, determinação legal para que se cum-
pra obrigação, cabendo ao direito descrever.
Direito tributário é definido como:
 “ O Direito, objetivamente considerado, é o conjunto de regras de 
conduta coativamente impostas pelo Estado. Na clássica conceitua-
ção de Ihering, é o complexo das condições existenciais da socieda-
de, asseguradas pelo Poder Público. Em última análise, o Direito se 
traduz em princípios de conduta social, tendentes a realizar Justiça 
(MEIRELLES, 2002, p. 35).
Para Sabbag (2016, p. 52):
 “ Direito Tributário é ramificação autônoma da Ciência Jurídica, 
atrelada ao direito público, concentrando o plexo de relações jurí-
dicas que imantam o elo Estado versus contribuinte’, na atividade 
financeira do Estado, quanto à instituição, fiscalização e arreca-
dação de tributos.
Já para Vieira (2014, p. 22):
 “ O Direito tributário é um ramo do direito público, em razão das rela-
ções existentes entre poder público, fazenda, e o particular, obrigados 
ao pagamento do tributo, e o direito limita e define atuação do Estado, 
do poder tributante, os princípios e o conjunto de normas pertinentes.
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Podemos, ainda, trazer dois elementos da definição: objetivo, ou seja, o tributo 
propriamente dito, e o elemento subjetivo, que são os sujeitos da relação jurídi-
co-tributária (VIEIRA, 2014).
Cassone (2003, p. 32) diz que: 
 “ O Direito tributário é parte do direito financeiro que estuda as rela-
ções jurídicas entre o Estado (fisco) e os particulares (contribuintes), 
no que concerne a instituição, arrecadação, fiscalização e extinção do 
tributo, sendo um direito autônomo por se reger as regras próprias.
Caro(a) aluno(a), podemos buscar inúmeras definições: em todas estarão pre-
sentes os elementos estruturais principais quais sejam o Estado, particulares e 
atividade financeira.
2 
FONTES DO
DIREITO
Tributário
Todos os Ramos do direito são retratados de um ponto de origem, de um lugar de 
onde nasce a regra jurídica, por isso denominamos como “fonte do direito”, eis que 
indicam a origem do direito; com o Direito Tributário não poderia serdiferente.
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As fontes podem ser classificadas em fontes formais, materiais e não formais. 
Fontes Formais
As fontes formais são o direito exteriorizado por meio da legislação, tendo como 
principais: a Constituição Federal, Emenda Constitucional, Lei Complementar, 
Lei Ordinária, Lei Delegada, Medida Provisória, Decreto Legislativo, Resolução, 
Tratados e convenções Internacionais. Explicaremos cada uma de acordo com 
os ensinamentos de Diniz (2009) que diz que:
 ■ Constituição Federal: nossa lei máxima se encontra no topo da pirâ-
mide jurídica, utilizada como fundamento da validade de todas as outras 
leis. Ela é muito importante para o Direito tributário, pois possui um ca-
pítulo sobre sistema tributário nacional, além da tributação e orçamento, 
delimitando a repartição das receitas.
 ■ Emenda Constitucional: nossa constituição, em alguns pontos, só pode 
ser alterada mediante emendas constitucionais; uma vez aprovadas, in-
corporam-se à Constituição com igual hierarquia, passando a ter a mes-
ma força das normas constitucionais preexistentes.
 ■ Lei Complementar: 
 “ [...] como em sua designação vem para complementar disposições 
constitucionais disposta em vários artigos da Constituição Federal 
(CF, art. 69, 146-A e 155, XII) muito utilizada no setor tributário 
para dispor sobre conflitos de competência entre as entidades po-
líticas e o poder de tributar. Para sua existência, exige-se quórum 
qualificado, ou seja, maioria absoluta nas duas casas do Congresso 
Nacional (CF, art. 69) (DINIZ, 2009, p. 290).
 ■ Lei Ordinária: criada pelo poder legislativo da União, Estados ou Muni-
cípios, dentro das suas competências definidas pela constituição, a maio-
ria das leis criadas que estabelecem direitos e obrigações, por exemplo: 
lei de falências, Lei de locação, dentre outras.
 ■ Lei Delegada: é elaborada e editada pelo presidente da República, e poder 
ocorre em razão de uma resolução do congresso nacional, visando possibilitar 
aceleramento da criação de novas normas jurídicas, mas importante ressaltar 
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que existem delimitações constitucionais em relação às matérias (art. 68 §1.º 
e 150, I da Constituição Federal). A Lei Delegada está sujeita à apreciação do 
Congresso Nacional, que verifica se corresponde à permissão dada.
 ■ Medida Provisória: também expedida pelo Presidente da República, 
no exercício de sua competência estabelecida pela Constituição, embora 
não sejam leis que substituíram o antigo decreto-lei (Art. 25, I, II e §§ 1.º, 
2.º do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal). O chefe 
do poder Executivo pode adotar a medida provisória com força de lei em 
caso de relevância do interesse público e urgência, sendo submetidas de 
imediato ao Congresso Nacional, e se, em 60 (sessenta) dias, prorrogável 
por uma única vez, não for convertida em Lei, perde sua eficácia, havendo 
restrições a algumas matérias.
 ■ Decreto Legislativo: promulgado pelo presidente do Senado, é uma nor-
ma aprovada pelo Congresso por maioria simples, sobre matéria de sua 
exclusiva competência (art. 49 C.F.), por exemplo, ratificação de tratados 
internacionais e julgamento de contas do Presidente da República.
 ■ Resolução: por serem deliberadas por uma das câmaras, Poder Legisla-
tivo ou pelo Congresso Nacional, são aprovadas por maioria absoluta de 
seus membros e não têm sanção, sendo promulgada pela mesa do Senado 
que ordena sua publicação; trata de assuntos como licença ou perda de 
cargo por deputado ou senador, determinação de alíquotas de imposto 
sobre circulação de mercadorias, proposta por iniciativa do Presidente 
da República ou um terço dos Senadores.
 ■ Tratados e Convenções Internacionais: 
 “ Tratado é o acordo formal concluído entre os sujeitos de Direito 
Internacional Público – Estados, organismos internacionais e ou-
tras coletividades – destinado a produzir efeitos jurídicos na órbita 
internacional (HUSEK, 2008, p. 21).
 ■ Decretos Regulamentadores: 
 “ [...] são normas jurídicas gerais, abstratas e impessoais estabelecidas 
pelo poder Executivo da União, dos Estados ou Municípios, para 
desenvolver uma lei, minudenciando suas disposições facilitando 
sua execução ou aplicação (CARRAZZA, 1981, p. 14). 
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Não podendo criar novos institutos, apenas regulamentar os comandos existentes.
 ■ Instruções Ministeriais: expedidas pelos Ministros de Estado para pro-
mover a execução das leis, decretos e regulamentos atinentes às atividades 
de sua pasta.
 ■ Circulares: normas jurídicas que organizam de maneira uniforme o ser-
viço administrativo.
 ■ Portarias: normas gerais que o órgão superior edita para serem obser-
vadas pelos órgãos subordinados àquele.
 ■ Ordens de Serviço: estipulação concreta para um certo tipo de serviço 
a ser executado por um ou mais agentes credenciados para isso.
As fontes formais obedecem a uma hierarquia, é um sistema criado por Hans 
Kelsen, que ensina, em linhas gerais, que entre uma norma superior e uma norma 
inferior de uma ordem jurídica, não é possível qualquer conflito que destrua a 
unidade deste sistema normativo (KELSEN, 1998, p. 192)
Figura 1 - Pirâmide de Kelsen / Fonte: adaptada de Leite (2013).
Constituição
Emendas Constitucionais
Lei Complementar
Lei Ordinária
Medidas Provisórias e Lei Delegada
Decreto Legislativo
Decretos Regulamentadores
Portaria
Resolução, Instruções Ministeriais,
Circulares, Ordens de Serviços
Descrição da Imagem: a figura mostra uma pirâmide. Na metade do lado direito da pirâmide, temos 9 divisões, 
sendo: Constituição, Emendas Constitucionais, Lei Complementar, Lei Ordinária, Medidas Provisórias e Lei 
Delegada, Decreto Legislativo, Decretos Regulamentadores, Portaria e, na última linha, Resolução, Instruções 
Ministeriais, Circulares e Ordens de Serviço.
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Portanto, a Constituição de um Estado está acima de todas as outras espécies 
normativas, devendo se limitar ao que a própria Constituição permite e lhe dá o 
alcance, sob pena de ser inconstitucional. Já tem uma parte da doutrina que traz 
algumas fontes formais como secundárias, são elas: 
 “ [...] aquelas que se materializam em instrumentos normativos meno-
res, de menor porte, de cunho instrumental operacional, os chamados 
mecanismos de complementação, por exemplo, as portarias minis-
teriais, circulares e instruções normativas (SABBAG, 2016, p. 282).
É importante compreender que a lei, para produzir seus efeitos jurídicos, deve 
cumprir alguns requisitos legais, por exemplo, a publicação da Lei, sendo, neste 
momento, que a torna pública, por isso ninguém poderá descumpri-la alegando 
seu desconhecimento.
O Legislador é quem vai determinar o termo inicial da aplicabilidade de sua 
lei, ou seja, sua vigência. Se não houver no texto legal, nossa Lei de Introdução 
do Código Civil determina, em seu artigo 1º, que passará a vigorar 45 dias após 
sua publicação. Em geral, uma lei passa a ter eficácia após a sua entrada em vigor.
 “ [...]Direito Tributário, entretanto, não basta o requisito “da vigência”. 
No caso de lei que institui ou majora o tributo, teremos um requisito 
extra para a produção da eficácia da norma – o chamado princípio 
da anterioridade tributária (art. 150, III, “b” e “c”, CF). Daí se afirmar 
que a lei tributária incidirá se obedecer à regra de vigência e à regra 
da anterioridade. Como a primeira, em geral, coincide com a data da 
publicação, não há grande dúvida ao intérprete, que acaba apenas apli-
cando o princípio da anterioridade tributária (SABBAG, 2016, p. 214). 
Portanto, não basta que tenha apenas a vigência da lei em Direito Tributário, é 
necessário, para uma norma ser considerada eficaz, que seja observado o princí-
pio da anterioridade tributária. Soma-se todas as regras de vigência das normas 
ao princípio da anterioridade tributária para que a norma tenha incidência.
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Figura 2 - Regra de Vigência da Legislação Tributária / Fonte: Sabbag (2016, p. 215).A Regra da anterioridade tributária evita que em um mesmo exercício haja alte-
ração da norma tributária e efeitos para o mesmo exercício financeiro; dessa ma-
neira, adia-se sua eficácia para o próximo ano fiscal, por exemplo: determinado 
imposto já foi majorado neste ano e no mesmo ano foi instituído novo aumento, 
então somente poderá ter valor no exercício subsequente.
Fontes Materiais
Segundo Vieira (2014, p. 230):
 “ As fontes materiais são acontecimentos econômicos, sociais políti-
cos que podem ser a motivação para alterações legislativas. As fon-
tes materiais são situações pré-jurídicas, diferentemente dos fatos 
geradores que originam a cobrança de um tributo, pois esses fatos 
já juridicizados, previstos em lei como geradores de obrigação tri-
butária. Podemos exemplificar o caso de uma guerra externa, pode o 
Estado instituir impostos extraordinários ou empréstimos compul-
sórios. Dessa maneira há, no próprio texto constitucional, situações 
materiais que podem ser pressupostos para criação de tributos. 
Portanto, as fontes materiais se centralizam em situações referentes à sociedade, 
economia ou a política que façam com que a legislação surja ou seja alterada.
Regra de
Vigência
Regra da
Anterioridade
Tributária
Incidência da
Lei Tributária
Descrição da Imagem: a figura mostra 3 retângulos. O primeiro é igual à soma dos demais, sendo o primeiro 
Incidência da Lei Tributária, o segundo Regra de Vigência e o terceiro Regra da Anterioridade Tributária.
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Nos ensinamentos de Vieira (2014), o Sistema Tributário Nacional é um conjunto 
de normas, de princípios e de regras que governam o direito tributário, destacan-
do que as normas tributárias sempre estão regidas pelos dispostos constitucionais. 
Essas normas informam quais são os tributos que podem ser cobrados, qual o 
ente político que poderá cobrá-los e quais são os limites para imposição do efeito 
de exigir do Estado.
Dessa forma, a concepção de um sistema (o todo) envolve o desempenho de 
cada componente (as partes) de maneira específica, e o conjunto dos componen-
tes é que realiza a função precípua.
É bem verdade que as normas gerais em direito tributário são reserva de lei 
complementar, conforme disposto no artigo 146, III da Constituição Federal; 
contudo, as normas específicas são disciplinadas nas leis ordinárias diferentes 
entes da federação, conforme tributo.
Após a Emenda Constitucional 45/2003, o Senado Federal passou a ser 
competente para avaliar periodicamente o Sistema Tributário Nacional, bem 
como o desempenho das administrações tributárias da União, Estados e Mu-
nicípios, podendo até propor alterações, sendo acompanhado pela Comissão 
de Assuntos Econômicos.
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SISTEMA
TRIBUTÁRIO
Nacional
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Antes de entender quais as funções dos tributos, precisamos defini-lo, assim dis-
põe nosso Código Tributário Nacional em seu art. 3º: “[...] tributo é toda prestação 
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa eximir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instruída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada” (BRASIL,1966, on-line).
Casalino (2012, p. 34) afirma que:
 “ Vamos entender detalhadamente o conceito ou suas características: 
pecuniária significa dizer que a prestação será feita em dinheiro, 
não podendo o tributo ser pago de outra maneira. Compulsória, 
por se tratar de uma obrigação. Em moeda ou cujo valor nela se 
possa eximir como se fala em prestação pecuniária deve ser feita 
em moeda corrente. Que não constitua sanção de ato ilícito, ou seja, 
tributo não é multa, pois decorre de ato lícito ao contrário da multa 
que devemos pagar quando descumprimos uma norma. Instituída 
em lei, pois compete a cada ente federativo o poder de criar o tributo 
de acordo com o que estabelece a Constituição. Cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada, compete ao ente 
que criou o tributo por meio da autoridade administrativa realizar 
a cobrança dele.
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FUNÇÕES DOS 
TRIBUTOS 
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Nasser (2013, p. 34) classifica os tributos como:
 “ a) Não vinculados: que possuem como fato gerador 
uma situação independente de qualquer atividade esta-
tal específica relativa ao contribuinte, ou seja, o crédi-
to arrecadado, pode ser destinado a qualquer prestação 
diversa inclusive daquele que lhe deu causa. Exemplo: imposto. 
b) Vinculados: são os que possuem o fato gerador a 
uma atuação do Estado em favor do contribuinte, de for-
ma direta ou indireta. Os valores arrecadados serão utili-
zados para custeio das atividades estatais. Exemplo: taxas. 
c) Tributos diretos: trata-se dos tributos cujo valor eco-
nômico é suportado exclusivamente pelo contribuin-
te, inexistindo a possibilidade de ser repassado a terceiros. 
Exemplo: IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores), IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). 
d) Tributos Indiretos: são aqueles tributos em que a car-
ga financeira tem condições de ser repassada a terceiros, como 
acontece em uma cadeia de produção em que um produto é 
industrializado, posteriormente é comprado pelo atacadista 
e revendido ao varejista até chegar às mãos do consumidor fi-
nal. Exemplo: IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), 
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). 
e) Tributos de finalidade fiscal: são tributos cuja fina-
lidade é unicamente arrecadadora, ou seja, a preocupa-
ção da entidade fiscal é de obter recursos para custeio de 
suas atividades. Exemplo: IR (Imposto de Renda), ICMS. 
f) Tributos de finalidade extrafiscal: trata-se dos tributos que, 
além de possuírem finalidade arrecadatória, exercem a função 
principal de controle de mercado. Exemplo: Imposto de Impor-
tação e exportação, que são utilizados para controlar entrada e 
saída de mercadorias do país, protegendo a economia nacional. 
g) Tributos de finalidade parafiscal: seu objetivo é a arrecadação 
de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não inte-
gram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve por meio 
de entidades específicas. Exemplo: Contribuição Previdenciária 
cujos valores, no regime geral da previdência social, são destinados 
à autarquia federal INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para 
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custear os benefícios previdenciários de caráter pecuniário (pensão 
por morte, aposentadoria por idade).
O tributo é o gênero, sendo que as espécies mais adotadas pelo ordenamento ju-
rídico são: Imposto, Taxas, Contribuição de Melhoria, Empréstimo compulsório, 
Contribuições gerais ou especiais. Vamos entender cada uma.
 ■ Imposto: como seu próprio nome define, é uma imposição estabelecida 
pela Constituição Federal (art. 145, I) e de acordo com art. 16 do Código 
tributário Nacional: “[...] é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador 
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, re-
lativa ao contribuinte (BRASIL,1966, on-line).
 ■ Taxas: regulada pela Constituição Federal (Art. 145, II) e definida pelo art. 
77 do Código Tributário Nacional que define: “[...] têm como fato gerador 
o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou poten-
cial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou 
posto à sua disposição” (BRASIL,1966, on-line). As taxas se classificam 
em taxas de poder de polícia, que se enquadram no exercício do poder 
de polícia, cujo objetivo é limitar direitos individuais em benefício da 
coletividade, por exemplo: taxa de inspeção sanitária e taxas de serviços 
públicos, que consistem na prestação de serviços públicos prestados indi-
vidualmente pelos usuários e divisível, aquele que possibilita mensuração 
da fruição individual. Ex.: taxa judiciária.
Diante deste conceito, é interessante estabelecer a diferença entre taxa e tarifa:
 Taxa Tarifa
Criação Lei. Contrato administrativo.
Função
Remunerar serviço 
público prestado 
diretamente pelo ente 
federativo ou poder depolícia por ele desem-
penhado.
Remunerar o serviço pres-
tado por concessionária de 
serviço público.
Natureza Jurídica Tributo. Preço Público.
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 Taxa Tarifa
Reajuste Apenas por Lei.
Por ato da concessionária, 
nos termos estabelecidos no 
contrato administrativo.
Tabela 1 - Diferença entre Taxa e Tarifa / Fonte: Nasser (2013, p. 37).
 ■ Contribuição de melhoria: deve estar prevista na lei emanada pelo 
ente federativo que realiza a obra. Regulado pelo artigo 145, III da Cons-
tituição Federal e definido pelo artigo 81 do Código Tributário Nacional 
que estabelece: 
 “ [...] é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que 
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado (BRASIL,1966, on-line).
 ■ Empréstimos compulsórios: é uma espécie tributária a qual se objetiva 
cobrir despesas adicionais imprevistas em situações determinadas pela lei, 
que deverá ser devolvida ao final do período estabelecido na lei que ins-
tituir o tributo. Assim define o Artigo 15 do Código Tributário Nacional:
 “ Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excep-
cionais, pode instituir empréstimos compulsórios: 
I - guerra externa, ou sua iminência. 
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível 
de atender com os recursos orçamentários disponíveis. 
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. 
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do emprésti-
mo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, 
o disposto nesta Lei (BRASIL,1966, on-line).
De acordo com o que estabelece a Lei, são duas espécies: a cobrança dos compul-
sórios em razão de calamidade pública ou guerra externa, chamada de despesas 
extraordinárias, ou em razão de investimento público em caráter de urgência.
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A redução dos custos de empresas por meio de planejamento tributário é tópico recor-
rente tanto na pesquisa acadêmica como na prática empresarial. Este trabalho tem como 
objetivo estudar as formas de remuneração de sócios de empresas que pagam imposto 
de renda pelo lucro real, a saber: distribuição de lucros, juros sobre capital próprio e pa-
gamento de pró-labore. Ênfase especial foi dada ao pagamento de pró-labore, modelado 
por meio da matemática atuarial, de forma a incorporar o efeito intertemporal do benefí-
cio previdenciário a que o sócio tem direito, no cálculo das alíquotas efetivas das formas 
de remuneração. A alíquota efetiva é definida como a razão entre o valor efetivamente 
pago ao ente público e o valor originalmente disponível à tributação. A alíquota efetiva 
deve ser considerada pelo seu valor presente atuarial devido ao fato de que alguns tribu-
tos têm efeitos intertemporais de pagamentos, recebimentos e restituições no fluxo de 
caixa do ente pessoa física ou jurídica.
Fonte: Gouveia e Afonso (2013, p. 2).
explorando Ideias
 ■ Contribuições gerais ou especiais: são voltadas para custear despesas 
específicas de acordo com o que estabelece a Constituição Federal art. 
146. São algumas espécies de contribuições.
 ■ Sociais: destinadas ao financiamento da seguridade social que se subdi-
vide em gerais, que cuidam da assistência social, previdência social, e a 
segunda compreende educação e habitação.
 ■ Intervenção no domínio econômico: são instituídas por meio de lei 
ordinária para custear gastos decorrentes da intervenção em algum setor da 
economia, ocupando polo passivo da relação obrigacional que explora, sob 
regime de direito privado, a atividade econômica objeto da regulação estatal.
 ■ Contribuições corporativas: são tributos instituídos pela lei ordinária 
em favor das entidades que representam categorias profissionais 
(trabalhadores) ou econômicas (empregadores).
 ■ Custeio da iluminação Pública: da competência municipal e instituída 
pela Emenda Constitucional 39/2002, também regulamentada pelo artigo 
149-A da Constituição.
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O Poder de tributar se trata do poder de avançar sobre a propriedade privada 
dos indivíduos, das empresas, ou seja, dos particulares por meio do pagamen-
to de um tributo, sempre dentro dos limites constitucionais, passando pela 
lei. (CASALINO, 2012)
A própria Constituição Federal impõe limites ao poder de tributar. Estes li-
mites estão inseridos nos artigos 150 a 152. Os Princípios e as imunidades consti-
tucionais tributárias são considerados limitações constitucionais ao poder de tri-
butar. Para exata compreensão dessa expressão, convém enfrentarmos, de início, 
alguns conceitos elementares, além de entender o significado de cada princípio 
para compreender os limites.
 ■ Princípios Tributários:
a) Legalidade Tributária (art. 150, I C.F.): as contribuições devem ser ins-
tituídas, como regra, por lei ordinária. A ressalva existe para a contribuição 
residual da seguridade social, isto é, aquela que incide sobre uma base tri-
butável, diferente das discriminadas nos incisos I ao IV do art. 195 da CF.
Existem três tributos que, obrigatoriamente, devem ser instituídos por lei comple-
mentar: Imposto sobre grandes fortunas (C.F. art. 153, VII), Empréstimos Com-
pulsórios (C.F. art. 148) e Impostos Residuais da União (C.F. art. 154, I).
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PRINCÍPIOS E
LIMITAÇÕES
do Poder de Tributar
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Ainda há alguns tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou re-
duzidas por Decreto do Poder Executivo: Imposto de Importação, Imposto de 
Exportação, Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre Opera-
ções Financeiras, Contribuições de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE 
Combustível, ICMS Combustível.
b) Anterioridade Tributária: 
“[...] o princípio da anterioridade tributária, expresso no art. 150, III, b e c, da CF, 
destaca-se como um postulado tipicamente tributário, cujos efeitos direcionam-se 
para a seara da tributação, seja ela federal, estadual, municipal ou distrital” (CAR-
RAZZA, 2008, p. 185) – uma expressiva limitação ao poder impositivo do Estado. A 
limitação decorrente do princípio da anterioridade, por configurar cláusula pétrea 
da Constituição da República, não pode ser elidida por emenda constitucional.
As exceções a esse princípio são trazidas pelo § 1.º artigo 150 da Constitui-
ção Federal, ou seja, desnecessidade de aguardar o exercício financeiro seguinte 
para a cobrança dos tributos: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, 
Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre operações financeiras, 
Imposto extraordinário de guerra, empréstimo compulsório para calamidade 
pública, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) Com-
bustível, ICMS combustível.
c) Anterioridade nonagesimal (art. 150, III c, Constituição Federal): com 
a finalidade de evitar a surpresa, estabeleceu-se a vedação à cobrança de 
tributos antes de decorridos 90 dias da data que houver sido publicada 
a lei que tenha instituído ou majorado o tributo. Lembremos que a esse 
princípio também existem exceções: Imposto de Importação, Imposto de 
Exportação, Imposto de Renda, Imposto sobre operações financeiras, Im-
posto extraordinário de guerra, empréstimo compulsório para calamidade 
pública, Imposto sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana (apenas 
base de cálculo) e Imposto sobre a propriedade de Veículos automotores.
d) Isonomia Tributária (art. 150, II, C.F.): veda o tratamento tributário 
desigual a contribuintes que se encontrem em situação de equivalência, 
coibindo a odiosidade tributária, manifestável em comandos normati-
vos discriminatórios, veiculadores de favoritismos por meio da tribu-
tação (SABBAG, 2016).
e) Irretroatividade Tributária (art. 150, III, a C.F.): informa que a co-
brança de tributo somente poderá atingir fatos surgidos em momento 
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posterior ao do início da vigência da norma jurídica. Como exceção nos 
casos de a lei posterior determinar multa maisbenéfica em relação àquela 
que estava em vigor no momento da ocorrência do fato gerador, existe 
a possibilidade dessa norma retroagir apenas no que se refere à multa. 
f) Vedação ao Confisco (art. 150, IV, C.F.): proíbe que o tributo seja 
utilizado com o intuito de confiscar o contribuinte.
g) Liberdade de tráfego (art. 150, V, C.F.): um dos fundamentos é a li-
berdade individual de locomoção, assegurada no art. 5.º da Constituição 
Federal. Outro fundamento é o próprio princípio federativo, na medida 
em que obsta que os entes imponham “barreiras” por meio da tributação 
à livre locomoção dos indivíduos no território nacional.
h) Uniformidade Geográfica ou Tributária (art. 151, I, C.F.): a União deve 
instituir tributo Uniforme em todo território nacional, sem que haja distinção 
ou preferência com relação aos Estados, Distrito Federal ou Município.
i) Proibição da tributação federal diferenciada da renda da dívida 
pública e da remuneração dos agentes, em âmbito não federal (art. 
151, II, C.F.): a União não pode tributar de maneira diferente a renda 
gerada por meio dos títulos emitidos em relação àqueles emitidos pelas 
demais unidades da Federação. Também não pode tributar os rendimen-
tos auferidos pelos agentes públicos federais de maneira diferenciada se 
comparada com agentes municipais e estaduais.
j) Proibição das Isenções Heterônomas (art. 151, III, C.F.): veda à 
União a concessão de isenção de tributos que fogem a seu plano de com-
petência tributária. Em termos simples, quer-se proibir que a União venha 
atuar fora da seara de sua competência, o que lhe é defeso em virtude da 
privatividade que demarca a competência tributária, quer na vertente de 
instituição do tributo, quer na de sua exoneração.
k) Princípios da não cumulatividade: determina que o imposto seja não 
cumulativo, compensando-se o que se for devido em cada operação rela-
tiva à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou outro Estado, ou pelo 
Distrito Federal. A Incidência do imposto ocorrerá sobre o valor agregado 
em cada operação, e não sobre valor total, evitando-se, assim, “tributação 
em cascata”. Refere-se a dois impostos: IPI e ICMS (artigo 155 § 2.º, I e 
artigo 153 § 3.º, II da C.F.).
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 ■ Imunidade (art. 150, VI, C.F): é a exclusão imposta pela Constituição 
Federal ao poder de tributar. É dirigida ao legislador, que fica impedido de 
exercer a competência tributário nos casos especificados no texto cons-
titucional, sendo aplicável apenas aos impostos. Espécies de imunidades 
são imunidade recíproca (art. 150, VI, a CF), Imunidade dos templos de 
qualquer culto (art. 150, VI, b CF): os templos de qualquer culto estão 
dispensados do pagamento de todos os impostos e não apenas daqueles 
inerentes ao patrimônio, renda e serviços.
a) Imunidade dos partidos políticos, sindicatos instituições de educação e 
entidades de assistência social, sem fins lucrativos (art. 150, VI, c CF): os 
entes tributantes não podem cobrar dessas instituições imposto sobre 
patrimônio, renda ou serviços, apenas, devendo as entidades demonstrar 
o preenchimento dos requisitos previstos na lei (art. 9.º a 14 do CTN).
b) Imunidade de livros, jornais, revistas e do papel destinado à sua impressão 
(art. 150, VI, d CF): não há que se falar em cobrança de imposto sobre 
comercialização de livros, jornais ou revistas e do papel destinados à im-
pressão, sendo estendido aos filmes e papéis fotográficos de acordo com 
súmula 657 do STF.
c) Imunidade recíproca: ocorre quando os entes públicos não poderão co-
brar impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. 
d) Imunidades especiais: imunidade de IPI de produtos destinados ao ex-
terior (art. 153 § 3.º, III da CF) Imunidade de ITR para pequenas glebas 
exploradas pela família (art. 153 § 4.º, II da CF), Imunidade de ICMS para 
mercadorias e produtos industrializados destinados ao exterior, opera-
ções com outros Estados relativamente ao petróleo, lubrificantes, combus-
tíveis e energia elétrica, outro ativo financeiro quando já incide Imposto 
sobre Operações Financeiras (IOF) (art. 155 X e XII da Constituição). 
Imunidade de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de bens e 
direito incorporados à pessoa jurídica decorrentes de fusão incorporação 
(art. 156 § 2.º, I Constituição Federal).
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O Simples Nacional é um instituto polifacetado de natureza bastante complexa e 
inédito no ordenamento jurídico nacional. Podemos entender como um sistema 
cujo regime é especial de tributação, constituído em um microssistema tributário, 
material, formal e processual, que unifica a fiscalização, o lançamento e a arrecada-
ção de determinados impostos e contribuições da competência da União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal, pode ser aplicável opcionalmente às Microempresas 
e Empresas de Pequeno Porte, tendo como principal finalidade garantir a estes con-
tribuintes um tratamento fiscal diferenciado e favorecido, em caráter parcialmente 
substitutivo ao regime geral e compulsório (MARINS; BERTOLDI, 2007).
Quando afirmamos que o Simples Nacional é um regime tributário especial, 
significa que não se aplica a todo o universo de pessoas jurídicas de direito pri-
vado nacional. Na área fiscal, tem o propósito de operacionalizar os princípios de 
tratamento diferenciado que favorece a micros e pequenas empresas.
O sistema simples também tem a característica de simplificação administra-
tiva, tanto para os contribuintes quanto para os entes tributantes. Trata-se de um 
microssistema tributário inserido no sistema tributário geral.
Para gerir o sistema fiscal diferenciado de tributação, a Lei Complementar es-
tatuiu o Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) como órgão colegiado ligado 
ao Ministério da Fazenda, composto por quatro representantes da Receita Federal 
do Brasil, dois representantes dos Estados e dois representantes dos Municípios.
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SISTEMA 
SIMPLES
Nacional
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Você concorda com a imunidade dos partidos políticos, sindicatos e entidades sem fins 
lucrativos? 
pensando juntos
Esse órgão tem competência regulamentar de caráter infralegal e os atos por 
ele editados subordinam contribuintes e administrações tributárias de todo o 
país, exercendo a administração em nível estratégico de todo o regime. 
Nesse sentido, podemos entender que a gestão do sistema é compartilhada 
e se limita à regulamentação e especificação conjunta das soluções a serem apli-
cadas, frisando que as decisões tomadas são resultado de deliberações tomadas 
por quórum privilegiado. 
Serão as administrações tributárias quem efetivamente autorizam empresas 
a optar pelo regime por meio do mecanismo de deferimento dos pedidos de op-
ção. Podem praticar atos de ofício de inclusão e exclusão de empresas; efetuam 
cobrança administrativa dos valores declarados e não pagos, fiscalizam empresas 
para verificar o cumprimento das obrigações tributárias principais e acessórias, 
conduzem o contencioso administrativo relativo aos processos de indeferimento 
de opção, exclusão de empresas e de ações fiscais (BACELAR, 2012).
Com o Estatuto do Simples Nacional, o legislador promoveu um corte pre-
ciso no Sistema Tributário Nacional, inserindo nele um grupo de normativos 
e procedimentos de natureza especial, porque excepciona parcialmente o regi-
me geral, aplicável apenas aos tributos especificados pela lei e às empresas que 
preencherem os requisitos legais e que optaram pela sistemática de tributação 
estabelecida (BACELAR, 2012).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, aprendemos os aspectos mais relevantes sobre 
o conceito de direito tributário, principalmente para entender as séries de obri-
gações estabelecidas pela Constituição Federal.
Não deixamos de destacar a relação íntima que há entre o direito tributário 
e a Constituição Federal, que ao mesmo tempo que regulamenta, delimita ospoderes, as formas de execução, as obrigações de cada ente federativo no tocante 
às obrigações tributárias.
Este conjunto de normas formado viabiliza atividade de tributação e, ao mes-
mo tempo, regula as relações entre o contribuinte e o Estado, limitando o poder 
de cada um. O Estado, para movimentar as máquinas estruturais e manter ser-
viços sociais, necessita de recursos nos quais sua maior fonte são os tributos. Ao 
mesmo tempo que o direito regula essa relação, ele também exterioriza as formas 
por meio da hierarquia das leis estabelecidas.
Não podemos deixar de mencionar que a Constituição Federal se encontra 
no ápice de nosso ordenamento jurídico seguida por todas as outras leis que 
estão a ela subordinadas, assim, entendemos como ocorre a vigência das leis no 
espaço e no tempo.
Seguindo pelo Sistema Tributário Nacional, apresentou-se as regras rela-
cionadas ao direito tributário, procurando estabelecer as funções dos tributos, 
trazendo, principalmente, suas características para, então, prosseguir com a nos-
sa busca ao conhecimento individualizado de cada espécie de tributo cobrada 
atualmente, bem como a legislação autoriza cobrança. Na sequência, vimos as 
limitações do poder de tributar estabelecidas pela Constituição Federal por meio 
dos princípios e imunidades tributárias.
Cada unidade foi elaborada com muito carinho e profissionalismo. Tenho 
certeza que este conteúdo colaborará muito com aqueles que se encontram nessa 
fase tão importante de sua formação profissional.
102
aprimore-se
O PODER DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA E A NOVA ORDEM CONSTITU-
CIONAL 
O art. 200 do CTN faculta às autoridades administrativas fiscais requisitarem auxílio de 
força policial quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, 
ou ainda, quando necessário à efetivação de medida prevista na legislação tributária.
Tal dispositivo encontra-se previsto dentro do título IV do CTN, que trata da Adminis-
tração Tributária, e especificamente em seu capítulo I, o qual versa sobre a fiscalização.
A mens legis do artigo em comento é dotar a administração tributária dos meca-
nismos necessários para a aplicação da legislação tributária, executando o Poder de 
Tributar dentro de seu espectro legal. Isso porque a arrecadação do tributo depen-
de, em grande parte, da atuação direta da fiscalização, a qual deve se dar de forma 
organizada e efetiva, contribuindo, assim, para a repressão de condutas omissivas 
ou comissivas de sonegação. Essa conclusão se justifica porque estamos imersos 
em um Sistema Tributário excessivo, que beira o confisco, razão pela qual não há 
uma predisposição do contribuinte em pagar espontaneamente o tributo.
Entretanto, os dispositivos do CTN não podem ser interpretados de forma absoluta, 
tendo em vista que este foi editado sob a égide de outra Constituição. Nesse sentido, 
após a promulgação da CF/88 todo o regime legal anterior que não conflitasse mate-
rialmente com a nova Ordem Constitucional seria recepcionado, tomando como parâ-
metro o novo regime normativo. Portanto, o art. 200 do CTN deve ser interpretado res-
peitando as garantias e direitos fundamentais inseridos dentro da nova Carta Magna.
O poder de requisição de força policial só poderá ser efetivado quando verificada 
as condições estabelecidas em lei. Assim, quando a autoridade fiscal administrativa 
for vítima de desembaraço ou desacato no exercício de suas funções, e quando ne-
cessário à efetivação das medidas previstas na legislação tributária, poderá reque-
rer auxílio de força policial para o exercício de suas atividades.
O artigo traçou critérios objetivos, tendo como destinatário da norma os agentes 
da administração tributária, que receberam determinadas prerrogativas, e os con-
tribuintes ou responsáveis, que estarão submissos à fiscalização, sejam eles pes-
soas físicas ou jurídicas. 
103
aprimore-se
Mais a mais, esses poderes deverão ser exercidos com fulcro nos princípios cons-
titucionais administrativos (art. 37 da CF/88), bem como no princípio do devido pro-
cesso legal (art. 5º, LIV da CF/88) e no princípio da razoabilidade, que é corolário do 
devido processo legal em seu aspecto material. Objetiva-se, dessa maneira, evitar a 
prática de atos que possam configurar abuso de poder, seja na modalidade desvio 
de poder ou excesso de poder. Sendo certo que o controle desse abuso se dará 
através do princípio da razoabilidade, averiguando a necessidade, adequação e pro-
porcionalidade em sentido estrito do ato.
De outro giro, não se pode olvidar que a fiscalização, bem como a requisição de 
força policial não podem exorbitar a garantia da inviolabilidade de domicílio (art. 
5º, XI da CF/88), do sigilo das correspondências e das comunicações (art. 5º, XII da 
CF/88) e da livre circulação de pessoas ou coisas (art. 5º, XV da CF/88), as quais são 
cláusulas pétreas, conforme preceitua o art. 60, §4º, IV, da CRFB.
Os doutrinadores Luciano Amaro e Ricardo Abdul Nour entendem que, nos ca-
sos de sonegação de livros e documentos, não se justificaria a requisição de força 
policial, pois a administração fiscal tributária é dotada de outros meios para punir o 
infrator, como é o caso das multas pelo descumprimento das obrigações acessórias.
Outrossim, há entendimentos contrários, devendo, no caso concreto, ponderar 
entre a necessidade de consecução do interesse público, evitando a sonegação, e os 
direitos e garantias individuais dos contribuintes.
[...]
Ante ao exposto, pode-se dizer que o poder de fiscalização descrito no art. 200 
do CTN não é absoluto, devendo guardar conformidade com os preceitos constitu-
cionais e as razões expostas nesse artigo.
Fonte: Nunes (2012, on-line).
104
na prática
1. O que é Direito Tributário?
2. Como são classificadas as fontes do Direito Tributário?
3. O que são fontes formais?
4. O que são fontes materiais?
5. O que são fontes não formais? 
6. Defina Sistema Tributário Nacional.
7. Descreva como pode ser definido o Sistema Simples Nacional.
8. Qual a diferença entre taxa e tarifa?
9. O que é imposto? 
10. Em que consiste as limitações do poder de tributar?
105
eu recomendo!
Teoria da Igualdade Tributária
Autor: Humberto Ávila
Editora: Malheiros
Sinopse: a norma tributária deve tratar todos os contribuintes 
igualmente, apesar das suas diferenças, ou todos os contribuin-
tes diferentemente, apesar da sua igualdade? Para o autor, o 
Direito Tributário justo é aquele que leva em consideração as 
particularidades dos casos concretos e dos contribuintes neles envolvidos; é 
aquele que privilegia o princípio da capacidade contributiva subjetiva acima de 
tudo, em suposto detrimento da legalidade. A relevância da discussão deve-se 
à crescente utilização de padrões fiscais (pautas, tabelas), que desconsideram 
as particularidades dos casos concretos em nome da chamada eficiência ad-
ministrativa, precisamente em um momento em que o cidadão pleiteia uma 
atenção individualizada que preserve a sua dignidade.
livro
É importante saber a distinção entre Imunidade Tributária e Isenção 
de Impostos! Para isso, leia o texto do Hamilton Junqueira, que traz 
informações relevantes sobre o assunto. 
https://www.fdcl.com.br/revista/site/download/fdcl_athenas_ano1_
vol2_2012_artigo6.pdf
conecte-se
https://www.fdcl.com.br/revista/site/download/fdcl_athenas_ano1_vol2_2012_artigo6.pdf
https://www.fdcl.com.br/revista/site/download/fdcl_athenas_ano1_vol2_2012_artigo6.pdf
https://www.fdcl.com.br/revista/site/download/fdcl_athenas_ano1_vol2_2012_artigo6.pdf
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DAS
OBRIGAÇÕES
Tributárias
PROFESSORAS 
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Legislação Tributária • Relação 
Jurídica Tributária • Capacidade Tributária • Crédito Tributário.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Conhecer algumas das principais leis aplicadas ao Direito Tributário. • Entender aplicabilidade da Le-gislação Tributária. • Saber as formas de aplicação da lei tributária. • Compreender o surgimento da 
obrigação tributária. • Instruir-se das responsabilidades tributárias. • Explorar as formas de suspensão, 
exclusão e extinção do crédito tributário.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade é de suma importância, eis que dispõe de 
conteúdos importantes não apenas para utilização no trabalho, pois as obri-
gações tributárias estão presentes em todos os atos de nossa vida cotidiana.
Veja que na aquisição de qualquer produto, por mais simples que seja, 
haverá embutido ao preço um percentual de tributo, seja ele municipal, 
estadual ou federal; entender qual a legislação aplicada e o motivo desse 
procedimento é de total relevância para o estudo do direito tributário. Por 
isso, iniciamos nossa unidade com estudo das legislações aplicadas, sempre 
lembrando que a mais significativa é a Constituição Federal, mas devemos 
conhecer a importância que o ordenamento jurídico possui em toda essa 
teia de informações.
Conhecer a legislação é importante, mas saber de sua aplicação e inter-
pretação também faz parte do aprendizado, visto que o direito tributário 
segue uma sistemática diferenciada dos outros direitos, por isso, devemos 
interpretar e integrar a legislação para aplicar de forma adequada.
Seguimos para o surgimento da obrigação tributária, por meio da hi-
pótese de incidência, fato gerador, sujeito passivo, sujeito ativo etc. Enfim, é 
o foco principal dos entes federativos, pois por meio deste processo que se 
inicia a arrecadação, muito importante para administração da sociedade, 
afinal são com esses recursos que os serviços sociais são mantidos.
E não poderíamos falar da obrigação sem falar da responsabilidade 
tributária daquele que praticou o fato gerador ou que deixou de fazê-lo, 
passando pela seara do domicílio, finalizando pelo crédito tributário e as 
formas de lançamento.
Depois de entender o processo, devemos saber quais as formas de sus-
pender, excluir ou extinguir o crédito tributário.
Vamos iniciar esta jornada extraordinária tão essencial para nosso co-
tidiano. Bons estudos!
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LEGISLAÇÃO
TRIBUTÁRIA
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a mais um encontro. Aprenderemos sobre 
as obrigações tributárias e a consequência dessas obrigações, vamos com muita 
dedicação avançar mais um passo na busca pelo conhecimento.
Neste item, abordaremos um conjunto de regras jurídicas ligadas ao tributo. 
Esse conjunto é composto pelas leis, tratados e convenções internacionais, de-
cretos e normas complementares. Aqui, a legislação será tratada exclusivamente 
na esfera tributária, visto que as normas trazem diversos assuntos. Para melhor 
compreensão, entenderemos o comportamento de cada espécie normativa na 
Legislação Tributária de acordo com os ensinamentos de Vieira (2014).
A Constituição Federal, nossa lei máxima, define as diretrizes e a obrigação 
das leis de cada ente federativo (municípios, estados, governo e união) no mo-
mento da elaboração das leis, bem como sua aplicabilidade. Para melhor com-
preensão, entenda que o Código Tributário Nacional (CTN), publicado como Lei 
Ordinária (Lei 5.172/1.966), tem status de Lei Complementar, conforme recepção 
constitucional, ou seja, embora seja uma lei ordinária, a Constituição Federal 
autorizou a elaboração da lei, Medidas Provisórias que não tratam de assuntos 
destinados à Lei Complementar, tampouco sobre artigos da Constituição Federal 
que foram alterados por Emendas entre 01.01.1995 e a publicação da Emenda 
Constitucional 32/2001 (art. 246 da C.F.). 
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Outro limite à Medida Provisória ocorre na criação ou majoração dos 
impostos em que os feitos só serão produzidos no exercício financeiro seguinte, se 
for convertido em lei até o último dia daquele em que foi publicada, com exceção 
do Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto 
sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras 
(IOF) e Impostos Extraordinários.
Ainda devemos mencionar que o Supremo Tribunal Federal (STF) entende 
que pode se instituir tributos por meio da medida provisória, em razão de que 
possui força de Lei, devido julgamento proferido na ADIn 1417 (BRASIL, 1999).
Os tratados e convenções internacionais revogam ou modificam a legislação 
interna, podendo até conceder isenções de tributos de competência de Estados 
e Municípios de acordo com o que estabelece o artigo 98 do CTN.
Decretos dos conteúdos e o alcance dos decretos se restringem aos das leis 
em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras 
de interpretação estabelecidas do CTN.
Também veremos que as resoluções do senado são importantes ao tratarmos 
dos impostos estaduais, portarias e Instruções normativas. 
É importante destacar, caro(a) aluno(a), que determinados assuntos no 
direito tributário têm que constar em lei, conforme previsto no artigo 97 do 
CTN, que determina:
 “ Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção.
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65.
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressal-
vado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo.
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado 
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65.
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias 
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas.
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributá-
rios, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de 
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no 
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inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo (BRASIL, 1966, on-line).
No que se refere à majoração de alguns tributos, há exceções em razão da redução 
do princípio da legalidade no que diz respeito à alteração das alíquotas de alguns 
impostos, tais como: Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre exportação 
(IE), Imposto sobre produtos industrializados (IPI), Imposto sobre operações 
financeiras (IOF) e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico que 
incide sobre combustíveis (Cide-Combustível).
É importante entender que somente configura majoração quando aumenta 
a base de cálculo, ressaltando também por meio da Súmula 160 do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), que determina: “[...] é defeso, ao município, atualizar 
o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção 
monetária” (BRASIL, 1996a, on-line).
Para cumprimento das normas, haverá intervenção dos órgãos administra-
tivos. Para que tudo ocorra de maneira padronizada, utiliza-se da criação das 
normas complementares como atos normativos, decisões dos órgãos singulares, 
práticas reiteradas observadas pelas autoridades administrativas, convênios e 
atos administrativos.
Para Vieira (2014, p. 134): “[...] atos normativos são as portarias ministeriais, 
orientações normativas que são atos unilaterais gerais e abstratos, porque os des-
tinatários são sujeitos indeterminados”.
As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, 
em geral, não recebem efeito de norma, pois seus efeitos ocorrem somente entre 
as partes; no entanto, com a resolução de consulta em recurso especial Coorde-
nação-Geral de Tributação (Cosit) da Receita Federal Brasileira (RFB) prevista 
no artigo 48, §11 da Lei nº 9.430/1.996, terá eficácia normativa:
 “ Art. 48. No âmbito da Secretaria da Receita Federal, os processos 
administrativos de consulta serão solucionados em instância única.
[...] § 11. A solução da divergência acarretará, em qualquer hipótese, 
a edição de ato específico, uniformizando o entendimento,com 
imediata ciência ao destinatário da solução reformada, aplicando-
se seus efeitos a partir da data da ciência (BRASIL, 1996b, on-line).
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As práticas reiteradas observadas pelas autoridades administrativas podem ser 
tratadas como costume, mas sempre devemos ressaltar que este costume não po-
derá contrariar a lei. Não é qualquer prática reiterada que pode atingir o status de 
norma, pois primeiro deve atender ao que estabelece a norma jurídica, depois ser 
observada pelas autoridades administrativas que, se tolerar a prática, irá publicar 
em um ato normativo para disciplinar a matéria.
Convênios são celebrados entre os entes federativos União, Estados, o Distrito 
Federal e Municípios, ressalvando que os interesses são comuns e que não há ne-
cessidade da criação de nova pessoa jurídica para formalização desses convênios, 
por exemplo, podemos citar no âmbito do Confaz em relação ao Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 
Os atos administrativos passam a ter valor na data de sua publicação, seguin-
do para as decisões que, em relação aos efeitos normativos, passam a ter seus 
efeitos 30 (trinta) dias após sua publicação, concluindo com os convênios que 
passam a vigorar a partir da data neles estabelecida.
Vigência da Legislação Tributária
Caro(a) aluno(a), para que a legislação tenha sua aplicação válida, é importante 
que ela obedeça alguns requisitos legais relacionadas ao tempo, ou seja, à vigên-
cia da lei, que é muito importante para o direito tributário, visto que é uma das 
matérias mais debatidas nos recursos, além, é claro, do território, visto que há 
limitação para aplicação, mesmo dentro do território nacional, que temos até um 
pouco de dificuldade para regular em razão da amplitude territorial brasileira, 
e, por isso, existem as normas para uniformizar tudo isso. Sendo assim, vamos 
entender um pouquinho do que significa aplicação da lei no tempo e no espaço.
Vigência da lei no tempo
Como toda legislação, para começar a ter sua aplicabilidade, ou seja, para começar 
a ter valor, segue-se as regras legais, mas quais são essas regras? Primeiramente, 
toda lei deve trazer em seu texto quando passará a vigorar, mas caso esta lei não 
estabeleça, devemos nos reportar à Lei de Introdução às normas do Direito Bra-
sileiro, Decreto-Lei nº 4.657/1942, que traz em seu artigo primeiro: “Art. 1 Salvo 
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disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada” (BRASIL, 1942, on-line). 
Não podemos esquecer o princípio da anterioridade aplicável a algumas si-
tuações, principalmente quando tratamos de majoração de impostos, já que está 
condicionado ao exercício, conforme estabelece a Constituição Federal (1988), 
lembremo-nos:
 “ Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contri-
buinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: [...] III - cobrar tributos: [...] b) no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou au-
mentou (BRASIL, 1988, on-line).
Vigência da lei no espaço
Com relação ao território, também existem regras de aplicação da lei, sempre 
lembrando que a Constituição Federal define quem compete legislar, em seguida, 
o CTN também traz suas disposições.
A regra principal aplicada é o princípio da territorialidade, ou seja, a lei está 
vinculada ao seu território, por exemplo, a Legislação Tributária foi criada no 
Distrito Federal para ser aplicada aos fatos lá ocorridos.
A territorialidade comporta exceções conforme estabelece o artigo 102 do CTN:
 “ Art. 102. A Legislação Tributária dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos 
limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios 
de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de nor-
mas gerais expedidas pela União (BRASIL, 1966, on-line).
O CTN determina que poderá haver algum convênio em que, por exemplo, autorize 
um município a agir em outro. Para melhor visualizar a situação, imagine que dois 
municípios vizinhos desejam promover procedimentos de fiscalização e criam uma 
legislação municipal, fazendo um convênio em conjunto para realizar a fiscalização, 
lembrando que a lei editada terá valor nos dois entes federativos, ou seja, os dois 
municípios podem trabalhar conjuntamente “invadindo” o território do outro. 
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Aplicação da Legislação Tributária
Para que haja aplicação da Lei Tributária, basta ocorrer o fato gerador e, assim, 
imediatamente, incide o tributo, conforme estabelece artigo 105 do CTN: “Art. 
105. A Legislação Tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros 
e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas 
não esteja completa nos termos do artigo 116” (BRASIL, 1966, on-line).
No entanto, é importante entender que somente após a conclusão da ocor-
rência do fato gerador é que ocorre aplicação. Por exemplo, um pai deseja doar 
ao filho um automóvel assim que ele passar no vestibular; o pai registrou sua 
promessa em janeiro de 2015, quando o imposto de transmissão era de 3%. O 
vestibular será em novembro de 2016; em março de 2015, foi publicada uma 
lei alterando alíquota para 4%, como o fato gerador está pendente, em razão 
da condição suspensiva, quando se concretizar o fato gerador, será aplicado 
nova alíquota, isto se deve ao princípio da irretroatividade, quando a lei não 
pode atingir fatos passados para afetar direito adquirido, ato jurídico perfeito 
ou coisa julgada.
Apesar da regra geral do CTN conferir efeitos prospectivos à Legislação Tri-
butária, é admitida a possibilidade de uma lei nova regular um fato pretérito. 
Nesse sentido, o artigo 106 do CTN define:
 “ Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluí-
da a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de 
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei 
vigente ao tempo da sua prática (BRASIL, 1966, on-line).
O artigo 106 explica o artigo 105, buscando afastar as obscuridades. Para que 
você entenda, este conceito é trazido e chamado de retroatividade da lei, por 
exemplo, surge uma lei que impõe ao contribuinte prestar informações sobre 
recolhimento de um tributo, mas não esclareceu por meio de qual documento 
deveria ser, havendo dois formulários X e Y. 
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Posteriormente é editada nova lei que estabelece que o correto é apresentar 
por meio do formulário Y, no entanto, antes da publicação da lei, o contribuinte 
informou mediante o formulário X. Mesmo tendo apresentado formulário X, não 
pode sofrer qualquer punição.
Ressaltemos o que estabelece no inciso II: quando houver pendência de jul-
gamento e ocorrer extinção da infração, quando deixa de haver exigência ou 
redução da penalidade, nesta situação, retroage para beneficiar o contribuinte, 
confirmando o que estabelece a Constituição Federal.
Interpretação e Integração da Legislação Tributária
Está disposto no CTN, nos artigos 107 a 112: interpretar é diferente de integrar, 
por isso, vamos entender o significado de cada um. Interpretar é buscar o sen-
tido da norma jurídica, fixando o significado e delimitando o alcance do ato 
normativo (VIEIRA, 2014). A legislação não regula todas as situações existentes, 
sendo, muitas vezes, omissa. Para reparar essas lacunas, utilizamos a integração 
de normas que são: analogia, princípios gerais do direito tributário, princípios 
gerais do direito público e equidade.
Analogia no direito tributário significa aplicar mesmo ato normativoa ou-
tros fatos não iguais, mas que possuem alguma característica em comum, a fim 
de justificar a aplicação, ou seja, as situações semelhantes devem ser tratadas de 
maneiras semelhantes, ressaltando o § 1º do artigo 108 do CTN: “§ 1º O empre-
go da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei” 
(BRASIL, 1966, on-line).
Os princípios, como próprio nome define, é o início, dessa forma, são ferra-
mentas essenciais para o ordenamento jurídico, servindo como pilar de nosso 
sistema jurídico. Quando mencionamos os princípios gerais do direito tribu-
tário, estamos falando da não utilização de tributo com efeito de confisco (art. 
150, IV), uniformidade tributária (art. 151, I), isonomia tributária (art. 150, 
II), reserva legal (art. 150, I) anterioridade (art. 150, III, b e c) e capacidade 
contributiva (art. 145 § 1º).
Nos princípios gerais do direito público, temos a prevalência do interesse 
público sobre o privado e a indisponibilidade, além do devido processo legal, 
da razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa e segurança jurídica, todos 
estabelecidos pela Constituição Federal.
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Equidade consiste na aplicação da lei ao caso concreto, mas essa aplicação se 
limita à impossibilidade de dispensa de tributo, visto que se ele é instituído por 
lei, somente por ele pode ser destituído.
É importante ressaltar que o direito não é uma ciência exata, permitindo ao 
aplicador atribuição a certo juízo de valor dentro dos limites legais, existindo uma 
flexibilidade, lembrando que o direito tributário possui um tratamento diferen-
ciado perante outros institutos, estando essa diferenciação determinada no CTN.
O artigo 111 do CTN dispõe sobre a interpretação literal da legislação:
 “ Art. 111. Interpreta-se literalmente a Legislação Tributária que 
disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário. 
II - outorga de isenção. III - dispensa do cumprimento de obrigações 
tributárias acessórias (BRASIL, 1966, on-line). 
Portanto, a interpretação literal é aquela que leva em consideração o sentido das 
palavras, desta forma, sempre que tratar sobre a suspensão ou exclusão do crédito 
tributário, a outorga de isenção e a dispensa do cumprimento de obrigações tri-
butárias acessórias, o jurista deverá considerar somente o que está descrito na lei.
O gráfico sobre interpretação literal representa o artigo 111 do CTN, que 
afirma que as situações em que a interpretação ocorre de maneira literal nos casos 
de suspensão ou exclusão de crédito, em um primeiro momento, parece-nos um 
rol exemplificativo, mas devemos ter cuidado com essa impressão, pois, aqui, o 
legislador é bem taxativo, não cabendo outras interpretações senão as previstas 
nos artigos 151 e 175 do CTN.
A outorga de isenção para o CTN significa causa de exclusão do crédito tri-
butário, um benefício fiscal oferecido ao contribuinte previsto no artigo 175, I 
do CTN; deve ser interpretado literalmente, pois foi essa a intenção do legislador, 
inclusive este é o entendimento do Supremo Tribunal Federal. 
A dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias não isenta obri-
gação principal, por exemplo, o contribuinte decide fazer o depósito do montante 
devido, mas este não corresponde à integralidade do valor que está sendo exigido, isso 
poderá impedir a fluência dos juros e multa, mas a exigibilidade não está suspensa.
O art. 112 do CTN traz a interpretação mais favorável na qual dispõe:
 “ Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina pe-
nalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusa-
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do, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; 
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou ex-
tensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação (BRA-
SIL, 1966, on-line).
Deste modo, será uma interpretação mais favorável ao acusado sempre que se 
tratar de capitulação legal do fato à natureza ou às circunstâncias materiais do 
fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos, à autoria, imputabilidade, ou 
punibilidade e à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Essa interpretação mais favorável é aquela em que o juiz ou jurista, ao aplicar a 
lei, sempre que precisar ponderar em uma situação, deverá observar uma posição 
em que o acusado seja beneficiado, pois deverá sempre ser mais benéfica.
Caro(a) aluno(a), o Direito Tributário se assemelha muito ao direito penal 
em vários aspectos, dentre eles: definição das infrações e interpretação que deve 
ser da maneira mais favorável ao acusado quando houver dúvida, ou seja, a lei 
definirá exatamente a infração havendo imposição da penalidade, é o que chama-
mos de capitulação legal do fato. Para que este resulte em sanção, deve ocorrer tal 
qual foi descrita na lei, se ocorrer qualquer tipo de conflito ou dúvida aparente, 
a opção será pela interpretação mais benéfica.
A natureza, ou as circunstâncias do fato, não é um conflito da norma, mas 
da situação. Para que haja aplicação de situações que agravem a situação do 
contribuinte, os fatos devem ser demonstrados, caso contrário, não poderão 
ser utilizados.
Autoria significa que praticou a infração, se houver dúvida de quem é o sujeito, 
ele não poderá ser punido. A imputabilidade está relacionada com a capacidade 
de discernimento que possui o sujeito de compreender os atos praticados. 
Punibilidade está relacionada à punição pelo ato praticado.
Natureza da penalidade aplicável, ou a sua graduação, significa que a cada 
infração praticada existe uma penalidade, podendo ser multa e perda de bens, de 
acordo com o que dispõe a lei, mas havendo dúvida, será imposta a mais benéfica.
Somente poderá sofrer a punição aquele que praticar delito exatamente 
previsto na legislação, e havendo qualquer tipo de dúvida, será aplicado a san-
ção mais benéfica.
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RELAÇÃO 
JURÍDICA
Tributária
Descrição da Imagem: a figura possui 3 retângulos com duas setas direcionando do primeiro para o segundo 
e do segundo para o terceiro, sendo o primeiro Hipótese de Incidência; o segundo Fato Gerador; e terceiro 
Obrigação Tributária.
A relação jurídica tributária apresentada por Sabbag (2012) ocorrerá quando o 
fato que está expresso na hipótese de incidência ocorrer, assim teremos o fato 
gerador e surgirá o que entendemos de obrigação tributária. 
Essa representação gráfica tem o intuito de permitir uma visão abrangente 
e conjunta do direito tributário com os elementos da relação jurídico tributária, 
como a hipótese de incidência, o fato gerador e a obrigação societária. 
Figura 1 - Formação da obrigação tributária / Fonte: Sabbag (2012, p. 159). 
Caro(a) aluno(a), vamos entender a ilustração: ocorrida a Hipótese de incidên-
cia, ou seja, a situação prevista na lei, se configurada, resultará no nascimento do 
episódio jurídico tributário.
Hipótese de
Incidência
Fato
Gerador
Obrigação
Tributária
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Fato Gerador
O fato gerador é a “[...] concretização da hipótese de incidência, ou seja, é o fato 
ocorrido na realidade que corresponde à previsão normativa, sendo pela norma 
qualificada como jurídica” (NASSER, 2013, p. 53). Neste sentido, é a ocorrência 
da hipótese prevista em lei que faz surgir a obrigação tributária (principal ou 
acessória) que pode ser classificada em: simples, quando é composta por uma 
única circunstância material isolada com tributação em separada, por exemplo, 
imposto sobre importação; e complexiva, quando uma série de eventos sucessivos 
são considerados em conjunto para composição do fato gerador, por exemplo, 
imposto de renda. Não havendo disposição na lei sobre momento da aplicação 
do fato gerador, aplica-se o artigo 116 do CTN.
Como exemplo do primeiro quadro, a situação, de fato, para o Imposto Sobre 
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), considera-se ocorrido o fato gerador, se 
a lei nãodispor diferente, quando da efetiva prestação de serviço e não quando 
da celebração do contrato ou de serviço ou quando do pagamento da prestação.
No segundo quadro, a situação de direito se encontra fundamentada na lei, 
por exemplo, na hipótese da transmissão do imóvel que somente se concretiza 
com o registro da escritura pública de compra e venda no cartório de registro de 
imóveis e não pelo pagamento do vendedor ao comprador.
Os atos ou negócios jurídicos condicionados são duas situações a suspensiva, 
quando somente ocorrerá o fato gerador no implemento da condição, por exem-
plo, o pai promete doar um imóvel ao filho assim que ele passar em um concurso 
público, enquanto não ocorrer aprovação, não haverá o fato gerador do Imposto 
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Na condição resolutória, o 
fato gerador ocorrerá se não houver disposição em contrário, desde o momento 
da prática do ato ou da celebração do contrato, neste exemplo, o pai realiza a 
doação do imóvel ao filho sob a condição de que, se ele se casar, o imóvel volta a 
ser do pai; resolutória, pois resolverá o negócio.
Obrigação Tributária
A obrigação tributária “[...] surge quando ocorrida a situação prevista na lei 
(hipótese de incidência) no mundo real, surge para o sujeito passivo o dever (obri-
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gação) de pagar o tributo ou de cumprir o encargo acessório” (VIEIRA, 2014, p. 
149). Os elementos que fazem parte da obrigação tributária são: sujeito ativo, de 
acordo com artigo 119 e 120 do CTN; o sujeito passivo, disposto no artigo 121 a 
123 do CTN; e a causa, que se encontra no artigo 114 e 115 do CTN. 
O sujeito ativo 
 “ [...] é o credor da relação intersubjetiva tributária. As pessoas jurídi-
cas de direito público podem ser titulares por delegação, das funções 
de arrecadar ou fiscalizar tributos (parafiscalidade), ou executar as 
leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária 
(art. 7.º CTN) (SABBAG, 2012, p. 161).
Os sujeitos ativos diretos são os entes tributantes detentores de competência tri-
butária, ou seja, do poder definido por lei que institui o tributo (União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal).
Os sujeitos ativos indiretos são os entes parafiscais detentores de capacida-
de tributária ativa, ou seja, do poder de arrecadação e fiscalização de tributo 
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Conselho Regional de 
Medicina (CRM) e Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
Conveniente destacar o que estabelece o art. 124 do CTN:
 “ Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham 
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obri-
gação principal. II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta 
benefício de ordem (BRASIL, 1966, on-line).
O artigo 124, do Código Tributário Nacional, destaca a questão da solidariedade 
no inciso I, trata-se da solidariedade natural, por exemplo, quando ambos cônju-
ges são proprietários de um imóvel, dessa forma, ambos estão obrigados a realizar 
o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), sendo do Fisco a 
faculdade de escolher de quem exigir toda a obrigação.
O inciso II traz a solidariedade legal, eis que a lei definirá expressamente as 
pessoas que responderão solidariamente pela obrigação tributária.
Com relação à solidariedade, destacamos o artigo 125 do CTN:
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 “ Art. 125. Salvo disposição de lei em contrá-
rio, são os seguintes os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais. 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obri-
gados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistin-
do, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo. 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obri-
gados, favorece ou prejudica aos demais (BRASIL, 1966, on-line).
Este artigo estabelece os efeitos comuns à solidariedade.
O Sujeito passivo está disposto no artigo 121 do CTN:
 “ Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obri-
gada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e dire-
ta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei (BRASIL, 1966, on-line).
Titular da competência delimitada pela Constituição Federal para exigir seu cum-
primento, pessoa jurídica de direito público – União, Estados e Municípios. Os 
sujeitos passivos são contribuintes que possuem relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador, e o responsável é a terceira pessoa 
escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador.
Nem sempre a obrigação tributária surge, o tributo se torna exigível, a exigibi-
lidade da exação ocorre, em regra, com a constituição do crédito tributário. Dessa 
forma, o CTN apresenta dois momentos: primeiro, surge a obrigação tributária 
com a efetiva ocorrência do fato gerador e, segundo, a exigibilidade da obrigação 
que nasce da constituição do crédito tributário, que não é constituído somente 
pelo lançamento, mas também pela confissão por meio das guias de recolhimento 
de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e informações sobre o Guia 
de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP).
Ressalta-se que a obrigação tributária surge com o crédito tributário, mas a 
executoriedade surge somente a partir da inscrição em dívida ativa (VIEIRA, 2014).
As obrigações podem ser principais ou acessórias. Obrigação Principal: “[...] 
é uma prestação designativa do ato de pagar, afeta ao tributo e à multa” (SABBAG, 
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 CAPACIDADE
TRIBUTÁRIA
2012, p.164). “O que enquadra a obrigação em principal não é o fato de ser ou não 
tributo, mas a natureza do objeto que é pecúnia” (VIEIRA, 2014, p. 151). Obriga-
ção acessória “[...] está dissociada da obrigação pecuniária, decorre da Legislação 
Tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas, nela previstas no 
interesse de arrecadação ou da fiscalização dos tributos” (VIEIRA, 2014, p. 151). 
A capacidade tributária, diferente dos outros institutos do direito, surge da lei e 
não da vontade das partes, por isso não segue as regras de capacidade que esta-
belece o Código Civil. Veja o artigo 116 do CTN:
 “ Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais.
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou 
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios.
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando 
que configure uma unidade econômica ou profissional (BRASIL, 
1966, on-line).
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Não importa se uma pessoa está sujeita a alguma medida que limite ou prive o 
exercício de atividades. Se o fato gerador ocorrer, o tributo é devido.
Responsabilidade tributária 
Normalmente, o contribuinte é o responsável pelo cumprimento da obrigação tribu-
tária, ou àquele que praticou o fato gerador, podendo também, quando a lei dispuser, 
ser terceiro que não praticou fato gerador, mas está responsável pelo pagamento.
Poderá haver alteração do polo passivo da relação tributária por transferência 
ou por substituição.
Domicílio tributário 
 “ Domicílio é o lugar de exercício dos direitos e cumprimento das 
obrigações, no sentido exigibilidade. Na seara tributária é o local, 
determinado pela Legislação Tributária, onde o sujeito passivo é 
chamado para cumprir seus deveres jurídicos da ordem tributária 
(SABBAG, 2012, p. 165).
O Código Tributário apresenta, no artigo 127, as definições sobre domicílio tributário: 
 “ Art. 127. Na falta de eleição,pelo contribuinte ou responsável, de domi-
cílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo 
esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas 
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fa-
tos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qual-
quer de suas repartições no território da entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer 
dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributá-
rio do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens 
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
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CRÉDITO
TRIBUTÁRIO
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, 
quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do 
tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior (BRASIL, 
1966, on-line).
Não havendo eleição do domicílio por qualquer das partes quanto às pessoas 
físicas ou naturais, será em sua residência habitual; não sendo conhecida, poderá 
ser onde está o centro habitual de sua atividade (inciso I). Das pessoas jurídicas de 
direito privado será em sua sede ou onde ocorreu o fato ou ato que deu origem à 
obrigação (inciso II). E no caso das pessoas jurídicas de direito público, qualquer 
de suas repartições (inciso III). A exceções estão dispostas nos parágrafos.
Caro(a) aluno(a), de acordo com a teoria adotada pelo CTN, verificada hipótese 
de incidência, seguida pelo que define a legislação:
 “ [...] fato gerador, nascendo a obrigação tributária, ou seja, o vínculo 
jurídico existente entre o sujeito ativo e sujeito passivo, após é ne-
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cessário definir o montante do tributo ou pagamento, o devedor e 
o prazo para pagamento, de forma a conferir exigibilidade à obri-
gação. Daí a exigência de um procedimento oficial consistente em 
declarar formalmente a ocorrência do fato gerador, definir os ele-
mentos materiais da obrigação surgida (alíquota e base de cálculo), 
calcular o montante devido, identificar o respectivo sujeito passivo, 
com o fito de possibilitar que contra este feita a cobrança do tributo 
ou da penalidade pecuniária. Todo esse procedimento é legalmente 
denominado como lançamento (ALEXANDRE, 2015, p. 556). 
Assim estabelece, no artigo 142 do Código Tributário Nacional:
 “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa 
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o 
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria 
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o su-
jeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vincu-
lada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional (BRASIL, 
1966, on-line).
Espécies de lançamento 
Os Lançamentos podem ser direto ou de ofício quando ocorre sem auxílio do 
contribuinte pela própria administração tributária. O lançamento pode ser, ain-
da, por declaração ou misto quando o próprio contribuinte presta informações 
ao ente público, sem qualquer obrigação de pagamento antecipado de acordo 
ao artigo 147 do CTN; se houver equívoco no lançamento ou deseje reduzir ou 
aumentar, poderá apresentar uma retificação, se ocorrer antes de ser notificado 
o lançamento, os erros podem ser corrigidos; caso contrário, poderá resultar 
em auto de infração.
Há, ainda, uma terceira forma de lançamento, o chamado lançamento por 
homologação, o contribuinte antecipa o pagamento sem prévio exame da autori-
dade administrativa, cabendo a esta, após o recolhimento, fiscalizar e homologar 
o pagamento caso este tenha sido efetuado corretamente, previsto no artigo 150, 
§ 1º do CTN.
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Suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário 
A exigibilidade do crédito tributário ocorre após o lançamento, quando ele 
passa a ser exigível, sob pena de o contribuinte sofrer os efeitos da mora. Se-
gundo Nasser (2013, p. 68):
 “ [...] quando ocorrer o lançamento por homologação, administração 
tributária terá cinco anos para exigir eventuais diferenças de paga-
mento, ultrapassado este prazo o direito à fiscalização e realização 
de lançamento complementar de ofício será extinto.
Se não houver pagamento no prazo determinado (após vencimento) ou após 
esgotamento das formas administrativas de exigir, dar-se-á de maneira coativa, 
por meio da execução Fiscal que é regida pela lei nº 6.830/80.
Suspensão do Crédito Tributário
No entanto, há situações que a lei estabelece (CTN), sendo assim não poderá ser 
cobrado por meio da via judicial, ou seja, da execução Fiscal, são as seguintes:
 ■ Moratória: é a prorrogação do pagamento de uma dívida concedida pelo 
credor ao devedor, podendo ser concedida por lei a todos os contribuintes, 
ou individualmente, conforme estabelece o CTN em seus artigos 152 a 155-A.
 ■ Depósito do montante integral: ocorre quando o contribuinte deposita 
integralmente o crédito exigido, tanto na esfera judicial quanto na admi-
nistrativa, devendo ser integral e em dinheiro para ter valor.
 ■ Parcelamento: ocorre quando a realização do pagamento do débito tribu-
tário pelo devedor ao credor ocorre de maneira parcelada. Cabe salientar 
que a concessão de parcelamento deve ser estabelecida em lei específica 
que estabelece suas condições e que a exigibilidade do crédito tributário 
somente estará suspensa durante o pagamento das parcelas, ocorrendo 
inadimplemento das parcelas, e o contribuinte perderá o parcelamento.
 ■ Reclamações e recurso administrativo: sempre que ocorre um lança-
mento, o contribuinte tem a oportunidade de se defender, administrati-
vamente, discordar do lançamento efetuado pela administração pública, 
alegando incorreção ou ilegalidade no tributo apurado. Enquanto perdu-
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rar o processo administrativo, a exigência estará suspensa, no entanto, as 
reclamações e os recursos administrativos dependentes de previsão legal 
do ente tributante não.
 ■ Concessão de Medida liminar em mandado de segurança: é uma 
medida conseguida por meio de processo judicial, cujo objetivo é afastar o 
ato ilegal praticado pela autoridade pública. Ocorre mediante o Mandado 
de segurança, pleiteando uma medida liminar, ou seja, até que se decida 
o mérito do processo, a exigência permanecerá suspensa ou enquanto 
não fizerem outro recurso para revogar os efeitos liminares. Esta liminar 
poderá ocorrer em outras espécies de ação.
Causas de Extinção do Crédito tributário 
A Lei prevê quais serão as formas de extinção do crédito tributário e Nasser 
(2013) nos ensina que são as seguintes:
 ■ Pagamento: a extinção normal da obrigação tributária, pela qual o con-
tribuinte entrega ao erário a quantia correspondente ao tributo exigido, 
com os eventuais acréscimos decorrentes da mora.
 ■ Compensação: quando o contribuinte e ente tributante são credores e 
devedores ao mesmo tempo um do outro, existe a possibilidade das dívi-
das se compensarem até sua extinção, havendo lei do ente tributante que 
a autorize. Cumpre ainda destacar que a compensação na esfera tributária 
também pode ser aplicada a créditos vincendos.
 ■ Transação: é o acordo entre o Fisco e o contribuinte, dependente de lei 
que a autorize, com concessões mútuas. Assim, cada parte cede parcela de 
seu direito com o objetivo de atingirem o ponto de interesse para ambas, 
terminando o litígio e extinguindo o crédito tributário.
 ■ Remissão: é o perdão ou dispensa total ou parcial do pagamento do 
tributo devido, também mediante lei que a autorize.
 ■ Prescrição (artigo 174, CTN): é o prazo para o Fisco realizar a cobrança 
judicial do crédito tributário, fixado por lei em5 anos da constituição 
definitiva do crédito tributário. Caso o contribuinte proponha impugna-
ção administrativa face ao lançamento efetuado, o prazo prescricional se 
iniciará após o trânsito julgado do referido recurso. Decorrido o prazo, o 
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Fisco perde o direito de ação (por via da execução fiscal) contra o contri-
buinte e, por consequência, perde o próprio direito ao crédito.
 ■ Decadência: trata-se da perda do direito de a Fazenda Pública constituir 
o crédito tributário por meio do lançamento. O prazo é de cinco anos, 
diferindo o termo inicial de acordo com a modalidade de lançamento.
 ■ Conversão de depósito em renda: nos casos de decisão favorável ao ente 
tributante, o valor depositado, judicial ou administrativamente, poderá ser 
levantado, providenciará o encontro de contas e quitará o tributo devido.
 ■ Pagamento antecipado e homologação posterior: essa modalidade 
de extinção é aplicada apenas aos tributos sujeitos a lançamento por ho-
mologação. Depois de realizados os cálculos do tributo e devidamente 
quitado pelo contribuinte, o Fisco tem cinco anos para verificar a correção 
do pagamento antecipado pelo contribuinte, homologando-o e, conse-
quentemente, extinguindo o crédito tributário.
 ■ Consignação em pagamento (artigo 164, CTN): havendo cobrança 
ou recusa no recebimento do tributo por mais de uma pessoa jurídica de 
direito público, o contribuinte pode consignar (depósito em consignação) 
o valor, ato esse que extingue a exigibilidade do crédito tributário.
 ■ Decisão administrativa irreformável: nos casos de procedimentos 
administrativos em que o contribuinte apresentou impugnação admi-
nistrativa, a extinção do referido crédito ocorrerá apenas com a decisão 
final favorável (total ou parcialmente) da qual não caiba mais recursos 
para nenhuma das partes.
 ■ Decisão judicial transitada em julgado: é a decisão final, da qual não 
cabe recurso, proferida pelo poder judiciário, reconhecendo a inexigibi-
lidade do tributo ou invalidade da ação fiscal.
 ■ Dação em pagamento em bens imóveis: na forma e condições estabeleci-
das em lei, poderá o ente tributante aceitar como pagamento bens imóveis, 
transferindo a titularidade do bem ao Fisco com esta finalidade específica.
Causas de exclusão do crédito tributário 
Por exclusão do crédito tributário, o legislador estabeleceu causas em que o crédi-
to, seja principal, seja a penalidade pela mora, não poderá ser cobrado nos casos 
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de isenção ou de anistia. Lembre-se que a exclusão do crédito tributário não 
dispensa o sujeito passivo do cumprimento das obrigações acessórias previstas 
em lei (artigo 175, CTN). Tais como:
 ■ Isenção (artigos 176 a 179, CTN): afasta-se a tributação que o contribuin-
te estava obrigado a pagar; a isenção decorre de lei que será de competência 
do tributante. Ela poderá se dividir entre: a) geral: onde haverá a dispensa 
do pagamento expressamente pelo ente tributante, nos termos em que a 
lei dispor; b) específica: será dada em cada situação específica, para de-
terminado contribuinte. Em regra, ocorrerá por meio de um despacho da 
autoridade administrativa a requerimento do contribuinte com prova de 
que esse preenche os requisitos previstos em lei ou contrato para concessão.
As isenções concedidas a prazo certo e por força do preenchimento de condições 
(isenções condicionais) somente podem ser revogadas após o fim do prazo es-
tabelecido. As isenções sem prazo certo podem ser revogadas a qualquer tempo, 
devendo, nesses casos, obediência ao princípio da anterioridade.
 ■ Anistia: é o perdão legal referente às penalidades pecuniárias (juros, mul-
ta). Pela anistia, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo 
da Legislação Tributária, impedindo a constituição do crédito tributário.
A anistia pode ser geral ou limitada (artigo 181, CTN). Segundo caso, poderá ser 
inerente apenas:
a) Às infrações relativas a determinado tributo.
b) Às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado mon-
tante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza.
c) A determinada região do território da entidade tributante, em função de 
condições a ela peculiares.
d) À condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei concessiva 
do favor ou pela autoridade administrativa.
Relação Jurídica tributária - “Linha do Tempo” 
Caro(a) aluno(a), para finalizar e entender esta unidade, ilustraremos os aconte-
cimentos aprendidos por meio da RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA – “LI-
NHA DO TEMPO” elaborada por Sabbag (2012).
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Figura 2 - Relação jurídico tributária – “linha do tempo” / Fonte: Sabbag (2012, p. 309).
Descrição da Imagem: Linha do tempo da relação jurídica tributária.
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A literatura recente aponta que o multiplicador fiscal resulta de uma série de fatores den-
tre os quais se destaca seu comportamento em relação ao ciclo econômico, sendo mais 
elevado em períodos recessivos. [...]. 
Entenda um pouco mais sobre o assunto lendo o artigo: Política Fiscal e ciclos econômicos 
no Brasil, de Manoel Pires. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art-
text&pid=S1413-80502014000100004&lang=pt. 
Fonte: adaptado de Pires (2014).
explorando Ideias
“Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos”.
(Benjamin Franklin)
pensando juntos
Caro(a) aluno(a), foi um imenso prazer dividir com você este conteúdo sobre as 
obrigações tributárias, tenho certeza que você as utilizará para toda a vida.
Terminamos mais uma fase de nossa viagem extraordinária, tenho certeza que 
esses conhecimentos serão proveitosos para toda nossa vida, já que aplicamos esta 
relação em nosso cotidiano, não apenas no trabalho, pois em tudo que compramos, 
adquirimos ou fazemos envolve tributação atualmente, sendo assim, conhecer essa 
relação não só ajuda no desenvolvimento intelectual como no pessoal.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502014000100004&lang=pt
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502014000100004&lang=pt
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, adentramos um pouco no mundo da Legisla-
ção Tributária, entendendo o papel de cada uma dentro do ordenamento jurídico. 
Eis que cada uma desenvolve um papel essencial no desenvolvimento tributário, 
sendo que este é diferenciado dos outros institutos, visto que decorre da previsão 
legal estabelecida, mas que, ao mesmo tempo, deve obedecer aos limites impostos 
pela Constituição Federal.
A vigência da Legislação Tributária também foi um ponto importante a ser 
apresentado, sendo o território nacional o grande limite estabelecido, salientado 
nossa dificuldade em um país tão vasto como o Brasil. 
Aplicação da Lei no Tempo e espaço também é uma das situações que foram 
apresentadas e que são essenciais, pois define o momento e local da incidência do 
tributo para aplicação da lei tributária; o próximo tópico estudado foi a integração 
e interpretação da legislação – passo importante a ser discernido em nosso estudo.
Além disso, a relação jurídica tributária é essencial para entender o direito 
tributário, pois é por meio dela que vamos entender de onde surge a obrigação 
tributária, o motivo pelo qual devemos pagar o tributo, quando isso ocorre.
Seguimos nossa busca pelo conhecimento, entendendo quem possui capaci-
dade tributária e qual a responsabilidade do contribuinte, visto que a legislação 
delimita mediante prazos, locais ou domicílio tributário para que não haja abusos, 
e a partir do surgimento da obrigação, nos é apresentado o crédito tributário 
que possui toda sistemática adotada pela teoria do CTN, que finaliza com um 
procedimento chamado lançamento e, a partir daí, o contribuinte necessita da 
realização do pagamento.
Evidente que tudo em nossa vida tem tempo de vida útil e não seria diferente 
aos tributos, de maneira que existem formas de suspensão, exclusão e extinção 
do crédito tributário– nosso último tema abordado – formas pelas quais pode-
mos discutir as relações ou mesmo extingui-las, sempre lembrando no direito 
tributário, tudo é decorrente de lei.
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aprimore-se
REGIME DE TRIBUTAÇÃO: CONHEÇA OS 3 MODELOS
Escolher um Regime de Tributação é muito mais que estar em conformidade com o 
Fisco. A escolha entre um dos três regimes faz parte da estratégia financeira de cada 
empresa, sendo responsável por modelar os seus resultados.
É importante para todo empreendedor que busca atingir um maior nível de ma-
turidade da sua empresa entender e se adequar ao melhor modelo.
Neste artigo você irá aprender:
 ■ A importância de escolher bem um regime de tributação;
 ■ Os três modelos existentes;
 ■ Informações básicas características de cada um.
Regime de Tributação: Sua Importância.
Acompanhar o mercado e a situação financeira da sua empresa são os pilares para 
escolher o melhor regime de tributação. É por intermédio das previsões de receita 
e de gastos que conseguimos identificar qual regime se enquadra de maneira mais 
eficaz na sua empresa.
Quando se trata de micro e pequenas empresas que têm variações constantes em 
seus planejamentos financeiros, o regime de tributação adequado também varia mui-
to de ano a ano. O que fazia sentido em um ano pode já não fazer sentido nó próximo.
Dessa maneira, o empreendedor que não se mantem antenado quanto aos regi-
mes de tributação disponíveis e suas respectivas peculiaridades pode acabar pagan-
do mais do que deve para o governo.
Então, para não ficar prejudicado é imprescindível que no período estipulado 
pela Receita Federal o pequeno empreendedor entre em contato com sua contabi-
lidade para analisar qual regime tributário seria mais favorável para a empresa no 
ano conseguinte.
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aprimore-se
Como funcionam os Regimes Tributários?
Basicamente existem três modelos disponibilizados pela Receita Federal do Brasil:
 ■ Lucro Real;
 ■ Lucro Presumido;
 ■ Simples Nacional.
Cada um desses regimes é mais adequado para uma dada situação econômica da 
sua empresa. Também deve ser observado as restrições legais de cada regime antes 
de tomar a decisão.
Os regimes Lucro Real e Lucro Presumido são utilizados por médias e grandes 
empresas. São os regimes mais complexos e exigem maior conhecimento para que 
não ocorram erros.
As empresas de pequeno porte usualmente utilizam o regime SIMPLES Nacional. 
Este simplifica a coleta de impostos, como você verá no decorrer do texto!
Lucro Real
A adesão ao Regime de Tributação Lucro Real é obrigatória para empresas que pos-
suem um faturamento anual superior a 78 milhões e para a maioria das empresas 
que estão inseridas dentro do mercado de capitais. Contudo, a adesão a esse regi-
me de tributação pode ser requisitada por qualquer empresa. 
O Lucro Real passar a ser interessante, principalmente para as empresas de 
prestação de serviços, quando o Lucro Líquido Percentual da empresa é inferior a 
32% no período de apuração.
Isso ocorre pelo patamar inferior das alíquotas do Imposto de Renda sobre PJ 
no Lucro Real: 25% para empresas com lucro superior a 20 mil reais mensais e 15% 
para empresas de lucro inferior.
Já para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido a alíquota será de 9% inde-
pendente do lucro.
134
aprimore-se
Dessa maneira, é imprescindível que os optantes pelo Lucro Real tenham um 
controle rigoroso das finanças empresariais, além de manter um contato contínuo 
com uma consultoria contábil. Uma estimativa errada das margens de lucro da em-
presa pode culminar em uma carga tributária mais elevada que o necessário, além 
de gerar problemas com o Fisco.
Lucro Presumido
Para o modelo de Lucro Presumido apenas empresas que possuem faturamento anual 
superior a 78 milhões de reais podem se enquadrar nessa classificação tributária.
Este Regime de Tributação é recomendado para empresas de grande e médio porte, 
que tem uma expectativa favorável de margens de lucro elevadas para o ano seguinte.
Como o próprio nome diz, as bases de cálculo são presumidas. É preciso que a 
empresa estime suas movimentações financeiras para o próximo ano, e estas po-
dem não corresponder com a realidade.
Ou seja, caso o empresário faça uma estimativa de margem lucro superior à 
fixada na legislação, a escolha pelo regime do Lucro Presumido irá render ganhos 
financeiros para a empresa. Contudo, caso a margem de lucro real da empresa não 
supere a estimativa feita, é possível que aconteça uma destinação percentual de 
receita para os cofres públicos.
As faixas de lucro fixadas na legislação são 32% para prestadores de serviço e 8% 
para atividades comerciais.
É importante salientar que a escolha pelo Lucro Presumido pode ser sim uma 
ótima escolha no que diz respeito a redução no volume de tributos pagos pela firma, 
mas desde que as estimativas feitas pelo setor financeiro tenham embasamento 
com a realidade de mercado e de gastos da empresa.
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aprimore-se
SIMPLES Nacional
O SIMPLES Nacional contempla empresas com receita bruta anual de 4,8 milhões 
de reais. É o regime tributário recomendado para micro e pequenas empresas, por 
conta da sua facilidade de reconhecimento e pagamento.
Além disso, as alíquotas variam de acordo com o faturamento, começando mais 
baixas e indo até o teto. Isso garante um modelo mais justo de tributação.
[...]
É importante que você e sua empresa sempre contem com o auxílio de uma 
Consultoria Contábil de confiança. São análises complexas que devem ser feitas por 
profissionais, para identificar o regime mais favorável para a sua empresa!
Fonte: Lessa (2018, on-line).
136
na prática
1. Explique como funciona a vigência da lei no tempo.
2. Quando se inicia aplicação da lei tributária?
3. Quais as formas de integração da lei tributária?
4. Em alguns casos, a legislação determina a forma de interpretação literal, quais são 
eles?
5. Quando devemos aplicar a interpretação mais favorável ao contribuinte?
6. De acordo com o que estudamos neste capítulo, explique resumidamente a linha 
do tempo compacta elaborada por Sabbag (2012).
7. O que é obrigação, capacidade e domicílio tributário?
8. Quem possui responsabilidade tributária?
9. Quais são as espécies de Lançamentos?
10. Quais as formas de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário?
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eu recomendo!
Obrigação Tributária
Autor: José Souto Maior Borges
Editora: Malheiros
Sinopse: este livro aborda o Direito Tributário – a obrigação tribu-
tária, a questão da patrimonialidade e da transitoriedade dessas 
obrigações.
livro
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DA COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA
e os Tributos em Espécie
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Competência Tributária • Espécies 
de Tributos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Entender a competência tributária. • Compreender espécies dos tributos. • Aprender como instituir os 
impostos Federais, Estaduais e Municipais. • Aprender sobre o funcionamento das taxas, contribuições 
de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais..
PROFESSORAS 
Dra. Letícia Carla Baptista Rosa
Esp. Renata Monteiro de Andrade
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), nesta unidade, vamos nos aprofundar um pouco mais 
na competência tributária, especificamente na área dos impostos, taxas e 
contribuições, ou seja, a parte mais sensível do cidadão, o bolso.
Nosso objetivo é entender o motivo dos recolhimentos, iniciando com a 
competência tributária, lembrando que somente podemos criar, isentar ou 
excluir impostos, taxas ou contribuições por meio da lei, primeiro dentro 
dos limites constitucionais, seguindo pelas outras legislações específicas.
Veremos que tanto a União como Estados, Distrito Federal ou Mu-
nicípios possuem competência para instituir impostos, no entanto, estão 
sempre limitados à Lei e devem atender as características que elas impõem, 
que também serão tema de nossos estudos nesta unidade.
Além da competência, devemos entender a relação entreo ente federa-
tivo e o tributo de acordo com as disposições legais, seguindo pela definição 
de tributo e suas espécies, pois é necessário entender o funcionamento de 
cada um para compreender sua utilização.
Iniciamos nossos estudos pelos impostos definindo conceitos e, prin-
cipalmente, suas espécies instituídas pela União, Estados e Municípios, 
sempre apresentando seu fundamento legal para instituição, apresentado 
por meio de quadros para facilitar entendimento em que explicamos fato 
gerador, momento da ocorrência, sujeito passivo, base de cálculo, alíquota, 
aplicação do princípio da anterioridade, aplicação do princípio da legali-
dade e sua função.
Finalizamos nossa unidade com apresentação do conceito e apresen-
tação das taxas, contribuições de melhorias, empréstimo compulsório e 
Contribuições Especiais, todos fazem parte de um emaranhado de contri-
buições presentes em nosso cotidiano, fazendo-se necessário seu conheci-
mento para vida profissional e pessoal. Bons estudos!
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COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a mais este encontro cheio de informações 
e conhecimento, em que trataremos da competência tributária, os tributos em 
espécie. Vamos viajar neste mundo de sabedoria.
Para entender a competência tributária, distinguiremos três conceitos: poder 
tributário, competência tributária e capacidade ativa tributária:
 “ O poder tributário dita as relações de fato e está liga-
do à soberania do ente estatal, de modo que o Estado 
pelo uso da força impõe sua vontade sobre os cidadãos. 
O poder tributário foi delimitado por meio de lei, no caso a Cons-
tituição Federal, limitada a sua competência repartida nas três es-
feras – federal, estadual e municipal – além da geral ou nacional. 
A capacidade ativa tributária é aptidão para ser o sujeito ativo da 
relação jurídica tributária, relacionada ao titular da prerrogativa 
para exigir o tributo (VIEIRA, 2014, p. 44).
Competência tributária é aptidão que tem os entes federativos para criar, por 
meio da lei, os tributos. As espécies de tributos estão reservadas a cada ente pela 
própria Constituição, e cada um deles apenas está autorizado a agir dentro dos 
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limites impostos pelo texto constitucional. Finalmente, o exercício da competên-
cia representa típica função legislativa (CASALINO, 2012).
Diante destes conceitos, precisamos enfatizar que a Constituição Federal não 
cria e nem obriga a criar o tributo, ela apenas o autoriza por meio dos entes fede-
rativos, cabendo a cada um deles a decisão de instituir ou não o tributo.
Características da Competência Tributária
A competência tributária possui características importantes, mas são tratadas por 
alguns autores como princípios, conforme os ensinamentos de Carrazza (2011). 
Dentre eles, é importante destacar:
Privatividade: a competência tributária e privativa de cada ente federativo 
significa que cada um tem para instituir certos tributos e exclui, ao mesmo tem-
po, a possibilidade dos outros entes instituírem-no. Por exemplo, a União possui 
competência para instituir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Isso 
significa que Estados, Distrito Federal e Municípios estão, automaticamente, excluí-
dos da possibilidade de institui-lo, fazendo isso, estarão invadindo a competência 
tributária federal, sendo assim consideradas inconstitucionais. A privatividade da 
competência tributária é característica fundamental em um estado federal, porque 
garante a autonomia financeira dos entes federativos (CARRAZZA, 2011).
Facultatividade: o exercício da competência tributária é facultativo, pois os 
entes federativos não estão obrigados a exercê-la, ou seja, não estão obrigados 
a instituir os tributos que lhes são reservados pela Constituição. A criação do 
tributo, como dissemos, é uma opção política do legislador, que escolhe entre 
fazê-lo ou não. Por exemplo, a União optou por não instituir o Imposto sobre 
Grandes Fortunas (IGF), previsto no art. 153, VII, da CF/1988, mas poderá criá-lo 
a qualquer momento (CARRAZZA, 2011).
Indelegabilidade: a competência tributária é indelegável, não pode ser trans-
ferida de um ente federativo para outro. Portanto, os tributos estão previstos 
na Constituição e foram previamente distribuídos a cada ente federativo, não 
podendo, nem mesmo por meio de lei, transferir a competência tributária entre 
si. A indelegabilidade da competência tributária é uma garantia para os entes 
federativos, na medida em que protege suas autonomias financeiras, ou seja, auto-
nomia para a obtenção de recursos financeiros. Não por outra razão, está prevista 
no início do art. 7° do CTN (CARRAZZA, 2011).
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Irrenunciabilidade: da mesma maneira pela qual as pessoas políticas não 
podem delegar suas competências tributárias, também não as podem renunciar, 
quer no todo, quer em parte. A competência tributária não “pertence” aos entes 
federativos, mas sim para que cumpram uma função bem específica de arrecadar 
as quantias necessárias ao cumprimento dos deveres impostos pela Constituição. 
A competência deve ser exercida no interesse público, assim, União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, nem mesmo por lei, estão autorizados a renunciar 
as suas competências (CARRAZZA, 2011).
Incaducabilidade: o exercício da competência tributária é incaducável, ou 
seja, seu exercício não está sujeito a decadência. Os entes federativos podem exer-
cer a competência tributária no momento em que desejarem, não havendo um 
prazo preestabelecido para instituírem os tributos que lhes são reservados pela 
Constituição. Por exemplo, a União pode instituir o Imposto sobre Grandes 
Fortunas (IGF) no momento que tiver interesse, sendo autorizada a criá-lo agora, 
como daqui a dez anos, quinze, vinte, e assim por diante. Ressalta-se, ainda, o pre-
visto no art. 8° do CTN: “O não-exercício da competência tributária não a defere 
a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha 
atribuído” (BRASIL, 1966, on-line). Portanto, o não exercício da competência tri-
butária não acarreta a sua delegação a outro ente federativo (CARRAZZA, 2011).
Inalterabilidade: a competência tributária está fixada diretamente na Cons-
tituição, portanto, os entes federativos nada podem fazer para alterá-la, qual-
quer eventual modificação da competência apenas pode ser efetuada por meio 
de emenda à Constituição (art. 60 da CF/1988). Por isso, qualquer modificação 
deve ter o cuidado de não afetar a autonomia financeira de cada ente federativo 
(CARRAZZA, 2011).
Classificação da Competência Tributária
A competência tributária é classificada por meio de dois critérios, observando 
o ente federativo, o tributo de sua competência, suas características específicas 
e suas consequências para o exercício da respectiva competência. Para melhor 
entender, vamos fazer a análise da seguinte classificação (CASALINO, 2012):
Competência privativa: a Constituição reservou a cada ente federativo, com 
exclusividade, uma série de fatos ou comportamentos econômicos que podem ser 
tributados por impostos, quando for exclusiva de um dos entes, todos os outros 
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entes estão excluídos desta competência. Se um Município editar lei instituindo 
o Imposto de Renda (IR), por exemplo, tal ato normativo deve ser considerado 
inconstitucional por violação frontal das regras de competência tributária e do 
princípio federativo (CASALINO, 2012)
Competência comum: a Constituição não especifica detalhadamente quais 
serviços públicos, poderes de polícia ou obras públicas estão sob competência da 
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios. Portanto, a Constituição Federal 
só aponta essas duas primeiras atividades dando ensejo à instituição e cobrança de 
taxas (art. 145, II, da CF/1988), já a terceira, a contribuição de melhoria (art. 145, III, 
da CF/1988). Nesse sentido, um exemplo é que compete aos Estados o fornecimento 
domiciliar de gás canalizado (art.25, § 2°, da CF/1988) (CASALINO, 2012).
Competência especial: a competência da União para a instituição de em-
préstimos compulsórios (art. 148 da CF/1988) e contribuintes especiais (art. 149 
da CF/1988) e especial, portanto, outros entes federativos não possuem com-
petência para a instituição desses tributos. Um exemplo, por acaso, se o Estado 
institui um empréstimo compulsório com o intuito de arcar com os gastos de uma 
calamidade pública (enchente), o tributo deverá ser considerado inconstitucional, 
por “invasão” de competência tributária (CASALINO, 2012).
Competência residual: é a competência prevista nos arts. 154, I e 195, § 4°, 
da CF/1988. No primeiro caso, a União poderá instituir impostos “residuais”, ou 
seja, os impostos cujos fatos geradores e as bases de cálculo sejam diferentes dos 
demais impostos descritos na Constituição Federal. No segundo caso, a União 
poderá instituir contribuições para a seguridade social, desde que tenham fato 
gerador e base de cálculo diferentes das contribuições já previstas no texto cons-
titucional (CASALINO, 2012).
Competência extraordinária: conforme o art. 154, II, a União possui compe-
tência para a instituição dos impostos extraordinários em caso de guerra externa 
ou sua iminência. É uma situação excepcional, extraordinária, pois nessas situações, 
a lei ordinária federal está autorizada a descrever fatos econômicos reservados a 
outros entes federativos para instituição do tributo, por exemplo, um imposto fe-
deral sobre a circulação de mercadorias. Sabe-se que este fato econômico está sob 
a competência dos Estados e Distrito Federal (art. 155, II, da CF/1988), no entanto, 
na situação de guerra, a União está autorizada a tributá-lo (CASALINO, 2012).
Competência cumulativa: conforme o art. 147 da Constituição, “Competem 
à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for 
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distri-
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ESPÉCIES DE
TRIBUTOS
to Federal cabem os impostos municipais” (BRASIL, 1988, on-line). No Brasil, 
atualmente, não existem territórios federais, mas poderão ser criados de acordo 
com o art. 18, § 2°, da CF/1988. Se criados, o território poderá ser dividido em 
Municípios ou não; neste caso, os impostos estaduais são de competência da 
União e os municipais dos respectivos Municípios (CASALINO, 2012).
Caro(a) aluno(a), a função principal do tributo é gerar recursos financeiros 
para o Estado. Durante nossos estudos, já vimos que são cinco as espécies de 
tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios 
e contribuições especiais.
As espécies de tributos se enquadram no artigo 3º do Código Tributário Nacional, 
que estabelece: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato 
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada” (BRASIL, 1966, on-line); possuem características próprias e particu-
lares que as diferenciam umas das outras.
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Vamos entender como funciona cada espécie de tributo para compreender 
sua utilização.
Impostos 
São tributos que não estão vinculados a nenhuma atividade estatal específica 
ao contribuinte, dessa maneira, ele terá o direito a arrecadar sem a necessidade 
de contrapartida. A vinculação do tributo é analisada por meio da hipótese de 
incidência, ao passo que a vinculação da receita acontece após a ocorrência do 
fato gerador e depois do tributo já ter ingressado nos cofres públicos.
Para resumir, o sujeito passivo tem a obrigação de pagar o imposto ao praticar 
o fato gerador, ou seja, um fato econômico previamente descrito em lei do ente 
federativo competente.
Existem regras gerais para destinação dos impostos que devem ser seguidas 
de acordo com o art. 160 da Constituição Federal: “É vedada a retenção ou qual-
quer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e 
acréscimos relativos a impostos” (BRASIL, 1988, on-line).
Entretanto, o parágrafo único do mesmo artigo (160 da CF) define algumas exceções:
 “ Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede 
a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: 
I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias. 
II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. 
[...] Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram 
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sis-
tema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
[...] § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos 
mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: 
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercí-
cio financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento). 
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arreca-
dação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que 
tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as 
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parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios (BRA-
SIL, 1988, on-line).
Ainda devemos mencionar a regra estabelecida no artigo 212 da Constituição Fe-
deral, que determina percentual do ente federativo a uma destinação estabelecida:
 “ Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no 
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a prove-
niente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados 
aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do 
cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir 
(BRASIL, 1988, on-line). 
Neste, a União deve destinar nunca menos de 18% anualmente de suas receitas 
e os Estados 25% para manutenção e desenvolvimento do Ensino, destacando 
que os valores transferidos da União aos Estados não são considerados neste 
percentual, e sim os valores referentes à arrecadação.
A Constituição ainda prevê situações facultativas, como as trazidas pelos 
artigos 204, parágrafo único, e 216, § 6º, que apresenta:
 “ Art. 204. As ações governamentais na área da assistên-
cia social serão realizadas com recursos do orçamen-
to da seguridade social, previstos no art. 195, além de ou-
tras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular 
a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos 
por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses 
recursos no pagamento de: I - despesas com pessoal e encargos sociais. 
II - serviço da dívida. III - qualquer outra despesa corrente não vin-
culada diretamente aos investimentos ou ações apoiados (BRASIL, 
1988, on-line). 
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E ainda menciona:
 “ Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natu-
reza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferen-
tes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo 
estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita 
tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos 
culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais. II - serviço da dívida. 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados (BRASIL, 1988, on-line).
Assim, a União, osEstados, o Distrito Federal e os Municípios terão que divulgar 
até o último dia do mês subsequente ao mês da arrecadação os valores de cada um 
dos tributos arrecadados, bem como os recursos recebidos de origem tributária 
que já foram entregues ou, ainda, estão a entregar, e a expressão numérica dos 
critérios destinados ao rateio. Esses dados divulgados pela União deverão ser 
discriminados por estado e por município (BRASIL, 1988, on-line).
Impostos Federais
Instituído por Lei Federal, o exercício 
da competência tributária depende de 
Lei ordinária ou complementar, con-
forme o caso, que instituirá o imposto. 
Entenderemos alguns desses impostos 
por meio de quadros desenvolvidos 
por Nasser (2013):
Imposto de Importação dispos-
to no artigo 153, I, da Constituição 
Federal, e artigos 19 a 22 do Código 
Tributário Nacional.
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IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II)
FATO GERA-
DOR
Entrada de mercadorias importadas no território nacional.
MOMENTO 
DA OCOR-
RÊNCIA
Com a entrada da mercadoria no território nacional, tempo-
ralmente considerada com o despacho aduaneiro. Impor-
tante destacar a sistemática do drawback, que consiste em 
permitir o ressarcimento, a isenção do valor pago a título 
de Imposto de Importação, ou a suspensão da exigibilida-
de, incidente sobre insumos de origem estrangeira, caso os 
mesmos sejam utilizados na produção de bens destinados à 
exportação.
SUJEITO 
PASSIVO
a) O importador (qualquer pessoa física ou jurídica).
b) O arrematante de produtos apreendidos ou abandona-
dos.
c) O destinatário de remessa postal internacional indicado 
pelo respectivo remetente (artigo 31, inciso II, do Decreto-lei 
37/1966 com a nova redação determinada pelo Decreto-lei 
2.472/1988).
BASE DE 
CÁLCULO
a) Unidade de medida adotada pela lei tributária.
b) Preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao 
tempo da importação, em uma venda em condições de livre 
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do 
produto no País.
c) Produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, sua 
base cálculo para o recolhimento do imposto de importação 
será o preço da arrematação.
ALÍQUOTA
a) Específica: a alíquota que não leva em consideração o 
valor dos bens importados, mas sim uma unidade de medida 
prevista em lei (ex.: metragem, peso, litros etc.).
b) ad valorem: sobre o valor da operação.
PRINCÍPIO 
DA ANTE-
RIORIDADE
É exceção, sendo exigível imediatamente.
PRINCÍPIO 
DA LEGALI-
DADE
É exceção, podendo as alíquotas ser alteradas por decreto 
presidencial.
FUNÇÃO Extrafiscal (função principal de regular o comércio exterior).
Tabela 1 - Imposto de Importação (II) / Fonte: Nasser (2013, p. 75).
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Imposto de exportação está previsto na Constituição Federal em seu artigo 153, 
II, bem como no artigo 28 do Código Tributário Nacional. 
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE)
FATO GERA-
DOR
Exportar bens (vendê-los a pessoas estrangeiras).
MOMENTO 
DA OCOR-
RÊNCIA
A saída do território nacional, ou seja, a liberação pela auto-
ridade aduaneira.
SUJEITO 
PASSIVO
O exportador ou quem a ele equiparar, ou seja, qualquer 
pessoa física ou jurídica que promova a exportação de mer-
cadoria.
BASE DE 
CÁLCULO
a) Unidade de medida adotada pela lei tributária.
b) Preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, 
ao tempo da importação, em uma venda em condições de li-
vre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada 
do produto no País.
ALÍQUOTA
a) Específica: a alíquota que não leva em consideração o va-
lor dos bens importados, mas sim uma unidade de medida 
prevista em lei (ex.: metragem, peso, litros etc.).
b) ad valorem: sobre o valor da operação.
PRINCÍPIO 
DA ANTE-
RIORIDADE
É exceção, sendo exigível imediatamente.
PRINCÍPIO 
DA LEGALI-
DADE
É exceção, podendo as alíquotas ser alteradas por decreto 
presidencial.
FUNÇÃO Extrafiscal (função principal de regular o comércio exterior).
Tabela 2 - Imposto de Exportação (IE) / Fonte: Nasser (2013, p. 76).
Imposto de Renda e proventos de qualquer natureza, previsto no artigo 153, III, da 
Constituição de Federal, bem como nos artigos 43 a 45 do Código Tributário Nacional.
Na declaração de ajuste da pessoa física (obrigação acessória), há a apuração 
do montante devido, das eventuais deduções e a correção de eventual valor an-
tecipado pela fonte pagadora (retenção de Imposto de Renda pelo empregador, 
por exemplo), que é o responsável tributário pelo pagamento do tributo.
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Apuração realizada pelo lucro real significa a base e o lucro líquido, ou seja, 
diferença da receita bruta menos as despesas operacionais, calculados com base 
na legislação tributária.
Apuração realizada pelo lucro presumido consiste em uma opção que tem a pes-
soa jurídica, desde que não esteja obrigada a apuração pelo lucro real. Compreende a 
aplicação de um percentual sobre a receita bruta no respectivo período de apuração.
Utiliza-se a apuração pelo lucro arbitrado quando, em razão de prática irregular 
do contribuinte, não existe a possibilidade de se apurar o lucro real, presumido. 
Nesses casos, o contribuinte deixou de cumprir obrigações acessórias (ex.: não 
apresentação de livros fiscais), fazendo com que a autoridade fiscal arbitre tal lucro.
IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (IR)
FATO GERADOR
Auferir renda (o produto do capital, do trabalho ou 
da combinação de ambos) ou provento de qualquer 
natureza (acréscimo patrimonial não compreendido na 
renda).
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
Com a disponibilização da renda no patrimônio do sujei-
to passivo. A apuração do tributo é feita anualmente, de 
acordo com o exercício fiscal.
SUJEITO PASSI-
VO
Toda pessoa física ou jurídica que aufira renda ou pro-
ventos de qualquer natureza.
BASE DE CÁLCU-
LO
O valor correspondente à renda ou ao provento de 
qualquer natureza. A forma de apuração e o elemento 
que varia de acordo com a espécie de contribuinte:
a) sujeito passivo pessoa física, valor bruto dos rendi-
mentos, com as deduções legalmente autorizadas.
b) sujeito passivo de pessoa jurídica - Imposto de 
Renda para Pessoas Jurídicas (IRPJ), a apuração pode se 
dar sobre o lucro real; sobre o lucro presumido; lucro 
arbitrado.
ALÍQUOTA
Varia de acordo com a renda auferida do sujeito passi-
vo, sendo tal variação sujeita ao princípio da capacidade 
contributiva, sendo as alíquotas progressivas. Prevê a 
legislação quatro alíquotas: 7,5%; 15%; 22,5% e 27,5%.
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PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE
Sujeita-se a anterioridade anual, mas não a nonagesimal.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Sujeita-se inteiramente.
FUNÇÃO Predominantemente fiscal.
Tabela 3 - Imposto de Renda e proventos de Qualquer Natureza (IR)
Fonte: Nasser (2013, p. 76).
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) está disposto pela Constituição 
Federal em seu artigo 153, IV, bem como no Código Tributário Nacional em seus 
artigos 46 a 51.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
FATO GERADOR
Realizar operações (transferências de titularidade) 
com produtos industrializados (produto que tenha 
sido submetido a qualquer operação que lhe modifi-
que a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para 
consumo).
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
a) o desembaraço aduaneiro, quando tratar-se de 
produto importado.
b) a saída do estabelecimento de contribuinte do IPI.
c) a arrematação, quando tratar-se de produto 
apreendido ou abandonado e levado a leilão.
SUJEITO PASSIVO
a) o importador ou quem a lei a ele equiparar.
b) o industrial ou a quem a lei a ele equiparar.
c) o comerciante de produtos sujeitos ao imposto.
d) o arrematante de produtos apreendidos ou aban-
donados levados a leilão.
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BASE DE CÁLCULO
a) o valor da operação de saída do produto do estabe-
lecimento de contribuinte do IPI, acrescido do valor do 
frete e demais despesas cobradas do comprador ou 
destinatário;
b) quando houver a incidência será o preço normal 
acrescido do imposto de importação,das respectivas 
taxas inerentes à importação, dos encargos cambiais;
c) o prego da arrematação quando produto levado a 
leilão.
Não são cumulativas, descontando-se da base de 
cálculo o IPI já pago pela fase anterior da operação 
(princípio da não cumulatividade).
ALÍQUOTA
São seletivas pela essencialidade: suas alíquotas 
podem ser variadas em razão da importância, neces-
sidade ou, ainda, utilidade do produto (princípio da 
seletividade).
PRINCÍPIO DA AN-
TERIORIDADE
Observa apenas a anterioridade nonagesimal.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
É exceção, permitindo-se a alteração das alíquotas por 
decreto.
FUNÇÃO Extrafiscal, ou seja, controle de mercado.
Tabela 4 - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) / Fonte: Nasser (2013, p. 77).
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO OU OPERAÇÕES 
RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS (IOF)
FATO GERADOR
a) nas operações de crédito, a entrega do montante ou 
do valor que constitua o objeto da obrigação.
b) nas operações de câmbio, a efetiva entrega da moe-
da.
c) nas operações de seguros, o ato do recebimento 
total ou parcial do prêmio.
d) nas operações relativas a títulos ou valores mobiliá-
rios, a aquisição, cessão, resgate, repactuação ou paga-
mento para liquidação de títulos e valores mobiliários.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
No momento de realização de cada uma das opera-
ções financeiras.
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SUJEITO PASSIVO
a) as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito.
b) os compradores ou vendedores de moedas estran-
geiras nas operações de câmbio.
c) pessoas físicas ou jurídicas seguradas.
d) adquirentes de títulos ou valores mobiliários.
e) as instituições financeiras nos termos da lei.
BASE DE CÁLCU-
LO
a) nas operações de crédito, o montante da operação.
b) nas operações de câmbio, o próprio valor operacio-
nalizado.
c) nas operações de seguros, o montante do prêmio.
d) nas operações relativas a títulos ou valores mobi-
liários será o valor da aquisição, resgate, cessão ou 
repactuação de títulos e valores mobiliários.
e) o valor da operação de financiamento realizada em 
bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e asse-
melhadas.
f) o valor de aquisição ou resgate de cotas de fundos 
de investimento e de clubes de investimento.
ALÍQUOTA
Varia conforme a base de cálculo (atualmente é fixada 
nos artigos 6° e seguintes do Decreto 6.306/2007).
PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE
É exceção, sendo exigível imediatamente (artigo 150, § 
1°, Constituição Federal).
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
É exceção, podendo as alíquotas serem alteradas por 
decreto presidencial.
FUNÇÃO
Extrafiscal, isso porque o IOF objetiva o controle de 
mercado.
Tabela 5 - Imposto sobre operações de crédito, câmbio ou operações relativas a títulos ou 
valores mobiliários (IOF) / Fonte: Nasser (2013, p. 78).
O Imposto Territorial Rural (ITR) é um imposto que está disposto no artigo 
153, VI, da Constituição Federal, no Código Tributário Nacional, artigo 29 a 31 
e, ainda, na Lei 9.393/1996.
De acordo com a Constituição, especificamente no § 4º, III, do artigo 153: 
os Municípios podem fiscalizar e cobrar o ITR, situação essa em que todo valor 
da arrecadação será destinado aos seus cofres; caso este não desempenhar essa 
função, terá direito apenas à metade da arrecadação.
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Poderá haver isenção do imposto quando se tratar de pequenas glebas rurais 
exploradas por proprietários que não possuem outro imóvel (art. 153, VII CF).
 IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR)
FATO GERA-
DOR
Ser proprietário, ter o domínio útil ou a posse de imóvel 
localizado na zona rural.
Imóvel rural e definido por exclusão, sendo aquele que não 
é urbano para fins de Imposto sobre a Propriedade Predial 
e Territorial Urbana (lPTU).
MOMENTO 
DA OCOR-
RÊNCIA
Anualmente, coincidindo com o exercício financeiro.
SUJEITO PAS-
SIVO
Proprietário ou possuidor do bem.
BASE DE CÁL-
CULO
Sua base de cálculo do ITR e o valor fundiário do imóvel, ou 
seja, o valor da terra nua (artigo 10 da Lei 9.393/1996), esta 
que vem a ser o valor da propriedade desprovida de suas 
benfeitorias.
ALÍQUOTA
Serão progressivas (artigo 153, § 4°, I, Constituição Fede-
ral), de acordo com o grau de utilização da terra. Inician-
do-se em 0,03%, para imóveis de até 50 hectares, com uti-
lização do bem superior a 80%. E, para imóveis com mais 
de 5.000 hectares com utilização inferior a 30%, podem 
chegar à quota de 20%.
PRINCÍPIO DA 
ANTERIORI-
DADE
Observa o princípio da anterioridade anual, mas não o da 
nonagesimal.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Observa-o totalmente.
FUNÇÃO
Extrafiscal (e instrumento para interferir nos imóveis rurais 
incentivando o seu aproveitamento).
Tabela 6 - Imposto Territorial Rural (ITR) / Fonte: Nasser (2013, p. 80).
A Constituição Federal define que a União poderá criar impostos que não es-
tejam previstos no artigo 153, por meio da Lei Complementar, no entanto, fato 
gerador e base de cálculo já discriminados em outros impostos já criados. Esta 
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autorização é definida como imposto residual da União e está prevista no artigo 
154, I, da Constituição Federal.
Por fim, não podemos deixar de mencionar os casos excepcionais, os chamados 
impostos extraordinários, que podem ser cobrados em caso de guerra ou sua imi-
nência. Trata-se de uma exceção ao princípio da anterioridade em razão da própria 
urgência, conforme estabelece o artigo 150, III, § 1º da Constituição Federal.
Impostos Estaduais
A instituição do tributo depende da criação por lei do Estado, sempre lembrando 
que anistia, isenção, parcelamento e transação também devem ser feitos por meio 
de lei estadual.
Vamos estudar alguns dos principais impostos estaduais.
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), disposto no 
artigo 155, I, da Constituição Federal e, ainda, nos artigos 35 a 42 do Código 
Tributário Nacional.
IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO (ITCMD)
FATO GERADOR
A transmissão não onerosa de qualquer propriedade 
(bens móveis ou imóveis), assim como a transmissão 
de direitos também não onerosa.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
Com a transmissão.
SUJEITO PASSIVO
a) o herdeiro ou legatário, nos casos de transmissões 
decorrentes de causa mortis.
b) para os casos de doação, será o doador ou dona-
tário nos termos da lei.
BASE DE CÁLCULO
Valor venal dos bens ou direitos transmitidos e da 
doação (artigo 35, Código Tributário Nacional).
ALÍQUOTA
Podem ser fixadas livremente pelos Estados e Distrito 
Federal, desde que obedecido o limite máximo esta-
belecido pelo Senado Federal (Resolução 9/1992 fixou 
alíquota máxima em 8% atualmente).
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PRINCÍPIO DA AN-
TERIORIDADE
Sujeita-se inteiramente.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Sujeita-se inteiramente.
FUNÇÃO Predominantemente Fiscal.
Tabela 7 - Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) 
Fonte: Nasser (2013, p. 82).
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e Transporte interesta-
dual, intermunicipal e de comunicação (ICMS), tratado pela Constituição Federal 
em seu artigo 135, II, bem como Lei Complementar 87/1996. 
O ICMS é imposto plurifásico, o que significa dizer que haverá sua incidência 
sobre o mesmo produto nas várias etapas da cadeia produtiva até o consumidor fi-
nal. Pode ser pago por substituição tributária, ou seja, pessoa diversa daquele que 
efetivamente cometeu o fato gerador poderá ser responsável pelo seu pagamento, no 
entanto, é assegurado a esse contribuinte substituído o direito à restituição tributária.
A Energia elétrica é considerada bem móvel para efeito de incidência do ICMS.
O IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS E TRANS-
PORTE INTERESTADUAL, INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO (ICMS)
FATO GERADOR
Realizar circulação de mercadorias ou serviços de 
transporte interestaduais e intermunicipais, de serviço 
de comunicação, assim compreendida como o qual-
quer meio de comunicação (ex.: telefone, internet 
etc.).
“Circulação” deve ser compreendida como sendo a 
circulaçãojurídica do bem (transferência de titularida-
de jurídica do bem).
“Mercadoria” deve ser interpretada como sendo todo 
bem móvel com objetivo de comércio.
Vide Súmula 166, Superior Tribunal de Justiça.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
A circulação de mercadorias ou prestação de serviços 
interestaduais ou intermunicipais e serviços de comu-
nicação, ainda que iniciados no exterior.
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SUJEITO PASSIVO
a) todas as pessoas que circulem mercadorias.
b) os importadores.
c) prestadores de serviços de transporte interesta-
dual e intermunicipal.
d) prestadores de serviços de comunicação.
BASE DE CÁLCULO
a) o valor da operação no caso de circulação de mer-
cadorias.
b) o preço do serviço, em se tratando de transporte 
interestadual, intermunicipal e de comunicação.
c) valor da mercadoria quando importada.
Será não cumulativa, compensando-se o que for devi-
do como os valores já pagos.
ALÍQUOTA
Poderão ser majoradas ou reduzidas em razão da 
seletividade ou essencialidade do bem (artigo 155, § 2. 
°, Ill, Constituição Federal).
São livremente fixadas por cada Estado e pelo Distrito 
Federal, obedecendo aos seguintes limites:
a) as alíquotas utilizadas nas operações de expor-
tação, e nas operações interestaduais, serão fixadas 
em resolução do Senado Federal (artigo 155, § 2. °, IV, 
Constituição Federal).
b) o Senado Federal poderá fixar alíquotas mínimas 
e máximas que devem ser observadas pelos Estados 
e pelo Distrito Federal em operações internas (artigo 
155, § 2. °, V).
c) Estados e Distrito Federal não podem conceder 
isenções, nem reduzir a alíquota interna a alíquotas 
interestaduais.
PRINCÍPIO DA AN-
TERIORIDADE
Apenas o ICMS incidente sobre combustíveis é exce-
ção ao princípio da anterioridade anual, não sendo 
exceção, no entanto, ao princípio da anterioridade 
nonagesimal.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Apenas o ICMS incidente sobre combustíveis é exce-
ção ao princípio da legalidade.
FUNÇÃO Fiscal.
Tabela 8 - O imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e transporte interestadual, 
intermunicipal e de comunicação (ICMS) / Fonte: Nasser (2013, p. 84).
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Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) está disposto na 
Constituição Federal em seu artigo 155, III. 
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA)
FATO GERADOR
Ser proprietário de veículo automotor de qualquer 
espécie, no Estado membro em questão.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
Todo dia 1° de janeiro de cada ano.
SUJEITO PASSIVO O proprietário de veículo automotor.
BASE DE CÁLCULO
O prego comercial, que consta de tabelas editadas 
pelos próprios Estados, ou aquele constante em nota 
fiscal, no caso de carros zero km e de veículos impor-
tados.
ALÍQUOTA
São definidas em lei ordinária editadas pelos próprios 
Estados e Distrito Federal.
PRINCÍPIO DA AN-
TERIORIDADE
Sujeita-se apenas a anterioridade anual.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Sujeita-se inteiramente.
FUNÇÃO Predominantemente fiscal.
Tabela 9 - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
Fonte: Nasser (2013, p. 85).
Impostos Municipais
A Instituição do tributo depende da criação da lei do município competente ou do 
Distrito Federal, lembrando que somente por lei municipal poderá haver anistia, 
parcelamento, compensação e transação para os tributos que serão apresentados:
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IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA 
(IPTU)
FATO GERADOR
Ter a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem 
imóvel, localizado em zona urbana do Município ou do 
Distrito Federal. Para fins do imposto em questão, o 
conceito de zona urbana está definido no artigo 32, § 1.º, 
Código Tributário Nacional que define como sendo área 
urbana toda aquela beneficiada com, no mínimo, dois 
dos melhoramentos indicados nos incisos do próprio 
artigo (ex.: água, luz, calcamento etc.).
Cumpre ainda destacar que a lei municipal - pode con-
siderar urbanas as áreas urbanizáveis ou de expansão 
urbana nos termos do § 2° do mesmo artigo.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
Em 1° de janeiro de cada ano.
SUJEITO PASSI-
VO
O proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou seu 
possuidor a qualquer título.
BASE DE CÁL-
CULO
Valor venal do imóvel.
ALÍQUOTA
São progressivas, nos termos do artigo 156, § 1º, I e II, 
e artigo 182, § 4.°, II Constituição Federal. Podem ser 
maiores ou menores, de acordo com a capacidade 
econômica de cada contribuinte. Para tanto, a legislação 
leva em consideração quatro elementos: o uso; o valor, a 
localização; a função social da propriedade.
PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDA-
DE
Deve atender apenas a anterioridade anual.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
A base de cálculo pode ser atualizada monetariamente 
por decreto.
FUNÇÃO Predominantemente fiscal, mas também extrafiscal.
Tabela 10 - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Fonte: Nasser (2013, p. 84).
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), estabelecido pelo artigo 
156, III, da Constituição Federal, bem como pela Lei Complementar 116/2003.
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IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISS)
FATO GERADOR
É a prestação por empresa ou profissional autônomo, 
com ou sem estabelecimento fixo, de serviços pelos 
quais estão previstos na lista anexa à Lei Complemen-
tar 116/2003.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
Da efetiva prestação do serviço (a apuração pode 
ocorrer em outra periodicidade, conforme disciplina 
da lei municipal competente).
SUJEITO PASSIVO
Sujeito passivo: o prestador de serviço, empresa ou pro-
fissional autônomo com ou sem estabelecimento fixo.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do ISS, em regra, é o preço do 
serviço, sendo possível a adoção de base de cálculo 
presumida (fixa), conforme lei do Município tributante 
(por exemplo, para profissionais liberais).
ALÍQUOTA
Os municípios têm autonomia para fixar livremente as 
alíquotas, respeitando os limites estabelecidos, que, 
nos termos do artigo 8°, Lei Complementar 116/2003, 
deverá ser de, no máximo, 5%.
PRINCÍPIO DA AN-
TERIORIDADE
Deve observar tanto a anterioridade anual quanto a 
anterioridade nonagesimal.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Submete-se integralmente.
FUNÇÃO Predominantemente fiscal.
Tabela 11 - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) / Fonte: Nasser (2013, p. 88).
O Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos (ITBI), a qualquer título, 
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física e de direitos reais 
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição 
– ITBI, disposto no artigo 156, II da Constituição Federal, bem como artigo 32 a 
42 do Código Tributário Nacional.
Estabelece-se a não incidência do ITBI sobre a transmissão de bens ou di-
reitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica. Tampouco incide sobre 
a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou 
extinção de pessoa jurídica (artigo 156, § 2°, I, Constituição Federal). Não estarão 
amparadas do benefício as atividades que objetivam a compra e venda desses 
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bens ou direitos, destacando que não haverá a incidência do ITBI na usucapião 
por não constituir fato gerador desse tributo, ou seja, não há o elemento “trans-
ferência”, por se tratar de aquisição originária.
O Imposto sobre transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física e de direitos 
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos 
à sua aquisição – ITBI
FATO GERADOR
Transmissão inter-vivos, por ato oneroso, de bens 
imóveis, excetuando os bens de garantia, bem com 
cessão de direitos à sua aquisição.
MOMENTO DA 
OCORRÊNCIA
No momento da transmissão.
SUJEITO PASSIVO Qualquer das partes da operação de transferência.
BASE DE CÁLCULO
O valor de venda do bem imóvel, ou seja, o prego de 
mercado.
ALÍQUOTA
Já com relação às alíquotas, estas podem ser esti-
puladas livremente pelos Municípios e pelo DistritoFederal, obedecendo apenas aos limites máximos 
estabelecidos pelo Senado Federal.
PRINCÍPIO DA AN-
TERIORIDADE
Submete-se integralmente.
PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE
Submete-se integralmente.
FUNÇÃO Predominantemente fiscal.
Tabela 12 - Imposto de transmissão inter-vivos / Fonte: Nasser (2013, p. 89).
Taxas
As taxas (art. 145, II, da CF e art. 77 do CTN) têm como fato gerador o exer-
cício regular do Poder de Polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de 
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou colocado 
à sua disposição de acordo com artigo 79 do Código Tributário Nacional 
(SABBAG, 2012).
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Os contornos da definição constitucional deixam claro que as taxas são 
tributos retributivos ou contraprestacionais, uma vez que não podem ser co-
bradas sem que o Estado exerça o poder de polícia ou preste ao contribuinte, 
ou coloque à sua disposição um serviço público específico e divisível (ALE-
XANDRE, 2015).
Sendo assim, são dois os fatos do estado que resultam na cobrança de taxas:
 ■ As taxas de polícia têm por fato gerador o exercício regular do poder de 
polícia (atividade administrativa). Exemplo: a taxa de inspeção sanitária. 
 ■ As taxas de serviço só são possíveis mediante à disponibilização de ser-
viços públicos que se caracterizem pela divisibilidade e especificidade. 
Exemplo: taxa judiciária.
É proibido que as taxas tenham base de cálculo própria de impostos (art. 145, § 
2º, Constituição Federal); já o Código Tributário Nacional dispõe que a taxa não 
pode ter base de cálculo ou fato gerador iguais aos dos impostos (art. 77, pará-
grafo único). Para reduzir os conflitos acerca do tema, foi publicada uma súmula 
vinculante 29 no Supremo Tribunal Federal (STF) que define: “É constitucional a 
adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo 
própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre 
uma base e outra” (STF, [2021a], on-line).
Como o regime das taxas é legal, não é possível rescisão. Também há de se des-
tacar que, segundo expressas disposições legais (CTN, arts. 7.º e 119), só podem 
figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária pessoas jurídicas de direito 
público, o que é integralmente aplicável às taxas.
Contribuições de Melhorias
De acordo com os ensinamentos de Alexandre (2015), a Constituição Federal 
de 1988, ao prever a possibilidade de a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios instituírem contribuições de melhoria, apenas declarou que elas 
decorrem de obras públicas (art. 145, III).
Conforme já ressaltado, tais contribuições são tributos vinculados, uma vez 
que sua cobrança depende de uma específica atuação estatal, qual seja a realização 
de uma obra pública que tenha como consequência um incremento do valor de 
imóveis pertencentes aos potenciais contribuintes.
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O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas 
sim sua consequência, a valorização imobiliária. Assim, a contribuição de me-
lhoria tem caráter contraprestacional. Serve para ressarcir o Estado dos valores 
(ou parte deles) gastos com a realização da obra.
Os Limites estão dispostos na Constituição Federal (1988), mas foram recep-
cionados pelo nosso Código Tributário Nacional, que estabelece, em seu artigo 81:
 “ Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respecti-
vas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de 
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado (BRASIL, 1966, on-line).
Lembrando que esses limites não estão previstos expressamente na Constituição. 
A Base de Cálculo é apresentada pelo artigo seguinte 82, que define:
 “ Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguin-
tes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto. b) orçamento do custo da obra. 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financia-
da pela contribuição. d) delimitação da zona beneficiada. 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para 
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas. 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos 
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior. 
III - regulamentação do processo administrativo de ins-
trução e julgamento da impugnação a que se refere o in-
ciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada 
pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea 
c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em 
função dos respectivos fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte 
deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma 
e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o 
respectivo cálculo (BRASIL, 1966, on-line).
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Não se vislumbra, portanto, a estipulação de uma alíquota a ser aplicada sobre a 
valorização individual, mas sim a fixação de uma parcela do custo da obra a ser 
rateada entre os proprietários dos imóveis beneficiados proporcionalmente aos 
respectivos “fatores individuais de valorização”.
Empréstimo Compulsório
Os empréstimos compulsórios são empréstimos forçados, coativos, porém, resti-
tuíveis. A obrigação de pagá-los não nasce de um contrato, de uma manifestação 
livre das partes, mas sim de determinação legal. Verificada a ocorrência do fato 
gerador, surge a obrigação de “emprestar” dinheiro ao Estado.
São tributos de competência partilhada entre os entes federativos, no entanto, 
para sua exigência, deve cumprir algumas determinações legais de acordo com 
Decreto-Lei 195/1967. Para a cobrança da contribuição de melhoria, exige-se os 
seguintes requisitos:
1. Administração pública deve publicar o edital contendo, entre outros ele-
mentos, delimitação das áreas direta e indiretamente beneficiadas e a re-
lação dos imóveis nelas compreendidos, memorial descritivo do projeto, 
orçamento total ou parcial do custo das obras e determinação da parcela 
do custo das obras a ser ressarcida pela contribuição, com correspondente 
plano de rateio entre os imóveis beneficiados.
2. Os proprietários dos imóveis situados nas zonas beneficiadas pelas obras 
publicadas têm prazo de 30 dias, a começar da data da publicação do 
edital, para impugnação de qualquer dos elementos constantes, cabendo 
ao impugnante o ônus da prova.
A competência é exclusiva da União para a criação de empréstimos compulsórios 
e só poderá ser instituído por meio de lei complementar. O parágrafo único do 
art. 15, do Código Tributário Nacional, dispõe que a lei que instituir o empréstimo 
compulsório deverá fixar o prazo e as condições de resgate.
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Contribuições Especiais
Seguindo ensinamentos de Alexandre (2015), entenderemos as disposições sobre 
contribuições especiais a seguir.
As contribuições sociais se destinam a financiar os denominados direitos 
sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal (1988):
 “ Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos de-
samparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988, on-line).
O artigo 149 da Constituição Federal autoriza a União a instituir contribuições 
sociais e intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias pro-
fissionais e econômicas sem prejuízo do que estabelece o artigo 195, § 6º da C.F.
Via de regra, as contribuições sociais devem financiar a atuação da União na 
área social, servindo como um instrumento de arrecadaçãode recursos finan-
ceiros vinculados a uma finalidade.
A competência para instituir as contribuições é exclusiva da União, entretan-
to, excepcionalmente, os Estados, Distrito Federal e Municípios estão autorizados 
a instituir contribuição, mas somente destinada ao custeio da seguridade social 
e, ainda assim, na subárea de previdência social.
As contribuições de melhoria estão vinculadas a uma atividade estatal direta-
mente desenvolvida ao sujeito passivo; já para a contribuição especial, não há uma 
definição constitucional específica, mas deixa ao legislador a opção de selecionar 
fatos ou comportamentos dos contribuintes mais adequados ao alcance dos fins.
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) 
Encontra-se genericamente prevista no art. 149 da CF, havendo atribuição cons-
titucional de competência para a criação, conforme analisado anteriormente. 
As CIDEs são, portanto, tributos criados com base no elemento teleológico ou 
finalístico, uma vez que, para serem consideradas legítimas, suas finalidades 
têm que ser compatíveis com as disposições constitucionais, principalmente 
com aquelas relativas à ordem econômica e financeira, que aparecem a partir 
do art.170 da Carta Magna.
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A União tem autonomia relativamente grande para instituir as CIDEs, pois, 
desde que não se desvie do referido “elemento teleológico”, a liberdade para a criação 
das CIDEs é bastante ampla. Isso se deve ao fato de a Constituição Federal de 1988 
não ter explicitado quais as bases econômicas sobre as quais o tributo pode incidir.
Mais recentemente, a EC 42/2003 ampliou bastante a previsão constitucional 
de incidência das CIDE nas operações de importação, uma vez que, originaria-
mente, o inciso II, do § 2º, do art. 149 da CF previa a cobrança do tributo apenas 
sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e 
álcool combustível. Atualmente, a previsão abrange a importação de produtos 
estrangeiros ou serviços, expressão muito mais abrangente.
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas –são 
contribuições corporativas aquelas criadas pela União com o objetivo parafiscal 
de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições 
representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas (cor-
porações). Os exemplos mais relevantes de tais contribuições são a contribuição 
sindical e a destinada ao custeio das entidades de fiscalização do exercício de 
profissões regulamentadas.
Contribuição de Iluminação Pública (COSIP)
Conforme já estudado, é assente no âmbito do STF o entendimento de que o 
serviço de iluminação pública não atende aos requisitos de especificidade e di-
visibilidade, necessários à possibilidade de financiamento mediante à instituição 
de taxa. Recorde-se que o entendimento foi cristalizado no Enunciado 670 da 
Súmula Vinculante 41 do Supremo Tribunal Federal, afirmando que “o serviço 
de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa” (STF, [2021b], 
on-line). O dispositivo constitucional deixa claro que a arrecadação da contri-
buição é vinculada ao custeio do serviço de iluminação pública, sendo, portanto, 
ilegítima qualquer espécie de destinação diversa.
Caro(a) aluno(a), foi com imenso prazer que concluímos este estudo enten-
dendo um pouco mais sobre impostos e taxas. Espero que você tenha aprendido 
tanto quanto eu, pois sempre aprendemos mais do que ensinamos. Sucesso!
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Entidades de apoio científico e sem fins lucrativos têm direito à imunidade de IPI e 
Imposto de Importação
Entidades de caráter técnico cultural e sem fins lucrativos têm direito à imunidade tributá-
ria sobre o Imposto de Importação (II) e o Imposto sobre Produtos Industrializados. Com 
esse entendimento, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou, na última 
semana, sentença em mandado de segurança que determinou à Receita Federal a libe-
ração de uma sonda importada da Austrália pela Fundação Luiz Englert, de Porto Alegre.
Fonte: TRF4 (2016, on-line).
explorando Ideias
Os impostos consomem, hoje em dia, mais de 38% do orçamento da família média [ame-
ricana], segundo a Tax Foundation. Isso é mais do que é gasto em alimentação, vestuário, 
habitação e transporte juntos. Compare isto com a situação do servo na Idade Média. 
Eles só tinham que dá ao seu senhor um terço de sua produção – e eram considerados 
semiescravos. No que isso nos transforma então? (Richard Epstein)
pensando juntos
http://taxfoundation.org/
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nossos estudos frente aos impostos iniciaram com aprendizado 
sobre a quem compete criar e instituir os impostos. Descobrimos que a Constituição 
Federal é a primeira a designar e distribuir a competência a cada ente federativo, que 
somente por meio de lei específica poderá instituir e cobrar os tributos.
Neste estudo, ficou bem claro que a lei é quem estabelece os limites, sem 
estes não há como criar ou exigir qualquer imposto, mas não podemos deixar 
de mencionar as características específicas da competência, tratado por alguns 
autores como princípios, são primordiais para o entendimento e balizamento 
da compreensão.
Assim como estabelece a forma, também determina sua classificação, pois 
não há como criar sem saber o lugar correto de aplicar, por isso, Casalino (2012) 
nos apresenta, de maneira clara, as formas de classificação para que possamos 
compreender objetivo e aplicação de cada imposto, taxa ou contribuição.
Seguimos adiante conhecendo os impostos em sua espécie, primeiro definin-
do depois conhecendo os principais instituídos pela União, Estados e Municípios 
para que possamos saber qual fato gerador, o momento da ocorrência, quem é o 
responsável ou responsáveis, base de cálculo, alíquota e se devemos ou não aplicar 
os princípios da anterioridade e legalidade e, principalmente, qual sua função, 
isto nos principais princípios.
Para encerrar com entendimento sobre taxas, vimos quando e como devem 
ser cobradas, quais os fatos que resultam nesta cobrança, não podendo deixar de 
lembrar que durante toda a unidade a legislação aplicada está a todo momento 
fundamentada. Em seguida, aprendemos sobre Contribuições de melhoria, em-
préstimo compulsório e contribuições especiais. 
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aprimore-se
VIA LEGAL: RESPONSABILIDADE SOBRE PRESERVAÇÃO DE PATRIMÔNIO 
HISTÓRICO
O Via Legal dessa semana fala da preservação de patrimônio histórico. De quem 
deve ser essa responsabilidade? O principal agente na tarefa de conservar e manter 
as características de casas e prédios centenários é o poder público. O problema é 
que nem sempre isso acontece. Em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, o Mi-
nistério Público precisou entrar com uma ação na Justiça Federal para conseguir 
recuperar um imóvel, construído em 1873.
Nesta edição, o programa ainda destaca a situação de pessoas que descobrem ter 
câncer. Além de todo o sofrimento que envolve o tratamento, os pacientes também 
precisam lidar com o aumento dos gastos. É por isso que a legislação brasileira prevê 
uma série de benefícios. Mas nem sempre esses direitos são respeitados. A reporta-
gem de Eliane Wirthmann mostra que, no entendimento da Justiça Federal, todas as 
pessoas que têm ou já tiveram a doença podem pedir isenção do Imposto de Renda.
Um projeto que não deu certo deixou os moradores de um bairro no Rio de Ja-
neiro indignados. A prefeitura cumpriu a promessa de urbanizar parte da orla, mas, 
quatro meses depois da inauguração, a estrutura foi destruída pela força do mar. 
O repórter Adeilton Oliveira foi até o lugar mostrar que, além do prejuízo, as obras 
causaram danos ambientais e consequências difíceis de serem reparadas.
O Via Legal fala ainda sobre habitação. Uma sucessão de erros da Caixa Eco-
nômica e da prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de 
Recife, causou transtorno a milhares de moradores e prejuízo aos cofrespúblicos. 
No condomínio Muribeca, centenas de prédios terão de ser demolidos por causa de 
problemas estruturais. A situação fica ainda mais grave, porque as casas ao redor 
do conjunto foram construídas de forma irregular e serão atingidas pelas obras. O 
repórter Alessandro Moura detalha a decisão da Justiça Federal que determinou o 
pagamento de auxílio-moradia para quem perdeu a casa.
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aprimore-se
O programa também traz uma decisão da Justiça Federal em São Paulo, que ne-
gou a um estudante a validação automática do diploma de um curso feito no exte-
rior. Um acordo firmado entre países do Mercosul até prevê um caminho mais fácil 
para que o título possa ser usado no Brasil, porém uma lei federal exige a revalida-
ção do diploma. A reportagem é de Letícia Lagoa.
Fonte: TRF4 (2015, on-line). 
171
na prática
1. Sabemos que, para entender a competência tributária, precisamos distinguir três 
conceitos: poder tributário, competência tributária e capacidade ativa tributária. 
Defina cada um.
2. O que é Competência Tributária, quais são suas características e como podemos 
classificá-la?
3. O que é tributo e como ocorre sua vinculação?
4. Quais são os principais impostos cobrados pela União?
5. Quais são os principais impostos cobrados pelos Estados?
6. Quais são os principais impostos cobrados pelos Municípios?
7. O que são taxas e quais são fatores que resultam em sua cobrança?
8. O que são contribuições de melhoria?
9. O que é Empréstimo Compulsório?
10. O que são as Contribuições Especiais?
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eu recomendo!
Imposto: Federais, Estaduais e Municipais
Autor: Leandro Paulsen e José Eduardo Soares Melo
Editora: Saraiva
Sinopse: neste livro, os autores se dedicam precisamente a esta 
parte especial do Direito Tributário, cuidando de cada um dos im-
postos instituídos em nosso país. Fazem de modo didático para 
permitirem uma boa compreensão do fundamento constitucio-
nal de cada qual e das respectivas hipóteses de incidência, como estruturadas 
nas leis complementares, instituídas pelas leis ordinárias e detalhadas pelos re-
gulamentos. Com isso, resta claro o que pode ser alcançado por cada tributo, 
seus fatos geradores, contribuintes e bases de cálculo. Leandro Paulsen cuida 
dos impostos federais (II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF) e José Eduardo Soares de Melo 
aborda os impostos estaduais (ITCMD, ICMS e IPVA) e municipais (IPTU, ITBI e ISS).
livro
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conclusão geral
conclusão geral
Prezado(a) aluno(a)! 
Vimos, ao longo do nosso estudo, que as modificações legislativas, no decorrer 
dos anos, foram muito significativas e que trouxeram grandes avanços ao Direito 
Empresarial, que passou a adotar uma teoria mais abrangente, cuidando do direi-
to societário, falimentar, industrial, cambiário, concorrencial, entre outros trata-
dos pela legislação.
Tanto o Direito Empresarial quanto o Direito Tributário vêm tratados pela Cons-
tituição Federal que institui a forma de atuação de cada um sem esquecer dos prin-
cípios específicos aplicados a cada um.
Entender o conceito do Direito Empresarial, empresário, empresa e atividade 
empresarial, bem como as formas de atuação de cada um para, em sequência, defi-
nir qual a melhor estratégia a seguir no desenvolvimento empresarial.
Conceituar as sociedades para classificar faz parte da estratégia para definir qual 
melhor tipo de empresa a ser constituída, dentro das características de cada pes-
soa ou empresa, partindo para as noções de Direito Tributário que determinarão 
o sistema de atuação dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal e 
Legislações aplicadas, conhecendo, inclusive, a hierarquia das leis.
Aplicabilidade das legislações tributárias servirá como base do conhecimento 
das funções dos tributos aplicados dentro dos princípios e limitações do poder de 
tributar; eis que conhecer o momento do surgimento da obrigação tributária será 
um diferencial para prevenção ou mesmo orientação e adequação da instituição da 
responsabilidade tributária, para não haver qualquer descumprimento de preceitos 
legais que resultem em multa ou prejuízos.
Conhecendo a legislação, também aprendemos sobre a competência e, princi-
palmente, as espécies de tributos cobrados por cada ente federativo em cada mo-
mento, por meio das regras gerais estabelecidas.
Diante disto tudo, é possível observar que o sucesso empresarial depende do 
conhecimento tributário, enfim, o conhecimento é sempre a melhor arma a ser uti-
lizada em qualquer ramo de atividade. 
Sucesso!
referências
174
UNIDADE 1
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Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 
14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis 
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outubro de 1941 - Código de Processo Penal, e a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985; revoga 
dispositivos da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei nº 9.781, de 19 de janeiro de 1999; 
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de 15 de dezembro de 1976, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 12.350, de 20 de dezembro 
de 2010, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 8.248, de 23 de outubro de 1991, 9.648, de 27 
de maio de 1998, 11.943, de 28 de maio de 2009, 9.808, de 20 de julho de 1999, 10.260, de 
12 de julho de 2001, 11.096, de 13 de janeiro de 2005, 11.180, de 23 de setembro de 2005, 
11.128, de 28 de junho de 2005, 11.909, de 4 de março de 2009, 11.371, de 28 de novembro 
de 2006, 12.249, de 11 de junho de 2010, 10.150, de 21 de dezembro de 2000, 10.312, de 27 
de novembro de 2001, e 12.058, de 13 de outubro de 2009, e o Decreto-Lei nº 288, de 28 de 
fevereiro de 1967; institui o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas 
Nucleares (Renuclear); dispõe sobre medidas tributárias relacionadas ao Plano Nacional de 
Banda Larga; altera a legislação relativa à isenção do Adicional ao Frete para Renovação da 
Marinha Mercante (AFRMM); dispõe sobre a extinção do Fundo Nacional de Desenvolvimento; 
e dá outras providências. 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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de 1976, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 12.682, de 9 de julho de 2012, 6.015, de 31 de 
dezembro de 1973, 10.522, de 19 de julho de 2002, 8.934, de 18 de novembro 1994, o Decreto-
-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946 e a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943; revoga a Lei Delegada nº 4, de 26 de setembro de 
1962, a Lei nº 11.887, de 24 de dezembro de 2008, e dispositivos do Decreto-Lei nº 73, de 21 de 
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VIEIRA, M. A. R. Direito Tributário Definitivo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.
gabarito
183
UNIDADE 1
1. É o ramo do Direito que tem por objeto a regulamentação da atividade econômica da-
queles que atuam na circulação ou produção de bens, bem como na prestação de ser-
viços.
2. Esta modificação na terminologia se deve à modificação da teoria adotada pelos códigos, 
ou seja, o Código Comercial adotava teoria dos atos do comércio, por isso, era tratado 
como Direito comercial. O Código Civil, atualizado em 2002, adotou a teoria de empresa 
passando a ser mais abrangente que a teoria anterior, não considerando atividade em-
presarial apenas as de natureza intelectual.
3. Tratadas como primárias ou secundárias, em que as primeiras são as leis, por exemplo, 
Lei de falência, Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a Constituição Fe-
deral, entre outras. A segunda ou secundárias são usos e costumes, que são as práticas 
reiteradas que passam a ser aceitas pelos empresários como regras, passando a vigorar 
quando não houver norma expressa sobre assunto, por exemplo, emissão de pagamento 
de boletos bancários.
4. Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto que ele 
atende às necessidades da sociedade, e estas (como alimentos, o vestuário e o cré-
dito) são imediatas, daí a ausência de formas rígidas para prática dos atos jurídi-
cos no Direito Comercial, que valoriza as práticas adotadas, ou seja, os costumes. 
Universalismo: todas as pessoas, em qualquer lugar no mundo, necessitam de ali-
mentos e de vestuário, tais necessidades são, muitas vezes, comuns e univer-
sais; tudo isso, inegavelmente, imprimiu no direito comercial um caráter univer-
sal ou cosmopolita e conduziu a padronização de muitas das normas nessa matéria. 
Onerosidade: é um elemento incluído a toda relação comercial. O empresário desenvolve 
sua atividade de produção de bens, circulação de bens ou de serviços de forma a obter 
lucro. O elemento-chave nesse ponto é a especulação com a finalidade de lucro.
Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual. 
Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois direito empresarial se 
vincula a outros ramos do direito, mesmo que haja características próprias, ela deve estar 
em harmonia com outras leis.
Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico e está sempre em constante desenvolvimento, 
aderindo a novas tecnologias, o que resulta na prática de novas práticas comerciais.
gabarito
184
5. Soberania nacional; propriedade privada; função social da propriedade; livre concorrên-
cia; defesa do consumidor; defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento 
diferenciado, conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos 
de elaboração e prestação; e tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
6. É a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma atividade econômica de produção 
ou circulação de bens ou serviços. Essa pessoa pode ser tanto a física, que emprega seu 
dinheiro e organiza a empresa individualmente, como a jurídica, nascida da união de 
esforços de seus integrantes.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica or-
ganizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Define-se empresa segundo a teoria poliédrica explicitados da seguinte forma:
1) objetivo – a empresa significa patrimônio, ou melhor, estabelecimento, enquanto conjunto 
de bens destinados ao exercício da empresa (nesse sentido: art. 1.142 do Código Civil).
2) subjetivo – a empresa é entendida como sujeito de direitos, no caso o empresário, indivi-
dual (pessoa natural) ou sociedade empresária (pessoa jurídica), que possui personalida-
de jurídica, com a capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações (nesse sentido: 
arts. 966 e 981 do Código Civil).
3) corporativo – a empresa significa uma instituição, como um conjunto de pessoas (em-
presário, empregados e colaboradores) em razão de um objetivo comum: um resultado 
produtivo útil.
4) funcional (ou dinâmico) – a empresa significa atividade empresarial, sendo uma organiza-
ção produtiva a partir da coordenação pelo empresário dos fatores de produção (capital, 
trabalho, matéria-prima e tecnologia) para alcançar sua finalidade (que é o lucro).
7. Àquele que esteja em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil) e não haja 
qualquer impedimento legal para exercício. Os cônjuges podem constituir sociedades 
empresárias entre si ou com terceiros, mas a lei reserva uma exceção para aqueles casa-
dos em regime comunhão universal de bens ou em separação obrigatória.
8. O Falido não reabilitado, Funcionário Público, militar, devedor de INSS e Estrangeiros se 
tratam de impedimentos legais, ou seja, a lei dispõe que não podem ser empresários.
gabarito
185
9. O empresário individual não adquire personalidade jurídica, não sofre a desconsideração 
pessoa jurídica, não exige capital social mínimo e adota como nome empresarial a firma 
individual. Na EIRELI, o empresário individual adquire personalidade jurídica, tendo uma 
separação patrimonial entre patrimônio pessoal e da EIRELI, admitindo a desconsidera-
ção da pessoa jurídica; exige a existência de um patrimônio social mínimo, pode utilizar 
como nome empresarial tanto a firma como a denominação, acrescidas de EIRELI.
10. As principais características da MEI são: empresa isenta de sociedade; opção para contra-
tação de até um empregado; ser a atividade enquadrada no sistema do “simples nacio-
nal” e, dessa forma, com a obrigatoriedade de se fazer a declaração simplificada, em que 
somente o valor do faturamento bruto adquirido no ano anterior deverá ser informado e 
faturamento de até R$ 81.000 por ano (média de R$ 6.750 reais por mês). 
UNIDADE 2
1. “A sociedade é como ente que tem natureza contratual, ou seja, sociedade é um con-
trato” (COELHO, 2007, p. 109). O autor nos ensina que, na construção do conceito de 
sociedade empresária, dois institutos jurídicos servem de alicerces. De um lado, a pessoa 
jurídica, de outro, a atividade empresarial. Uma primeira aproximação ao conteúdo deste 
conceito se faz pela ideia de pessoa jurídica empresária, ou seja, que exerce atividade 
econômica sob a forma de empresa.
2. Sociedades personificadas que abrangem as sociedades simples e empresárias e as so-
ciedades não personificadas.
3. As sociedades simples são compostas por profissionais liberais e sociedades de ativida-
des intelectuais e cooperativas. As sociedades empresárias são compostas de comandi-
taspor ações, nome coletivo, limitada, sociedade anônima e comandita simples.
4. É a sociedade contratual em formação, isto é, aquela que tem contrato escrito e que está 
realizando os atos preparatórios para o seu registro perante o órgão competente, antes 
de iniciar a exploração de seu objeto social. A sociedade em conta de participação des-
taca que um sócio representa a sociedade, normalmente, financeiramente e obrigações 
decorrentes da sociedade, tendo como outro sócio ostensivo ou oculto.
5. Em razão do que estabelece o Código Civil em seu artigo 966, parágrafo único, deter-
minando que esta sociedade é formada pelos profissionais que desenvolvem atividades 
intelectuais de natureza científica, literária ou artística.
gabarito
186
6. Não possui limitação de faturamento anual; não possui limitações tributárias; não preci-
sa ter capital inferior a 100 salários mínimos; não possui limitação de atividades; possui 
responsabilidade até o limite da integralização do capital social; não possui limitação 
para contratação de empregados; tem possibilidade de constituição de mais de um tipo 
jurídico.
7. Sócios comanditados são aqueles com responsabilidades solidária e ilimitada, que, ne-
cessariamente, devem ser “pessoas físicas” (CC, art. 1.045, caput). Já os sócios comanditá-
rios têm responsabilidade limitada ao valor de suas quotas sociais e podem ser “pessoas 
físicas ou jurídicas” (CC, art. 1.045, caput). Comandita significa administrada ou coman-
dada. É um termo derivado do italiano “accomandita”, cujo significado era guarda ou 
depósito, uma vez que no passado pessoas confiavam seu capital a outrem para que este 
o administrasse em seu nome e risco.
8. Deve-se o sucesso a duas de suas características: a limitação da responsabilidade dos 
sócios e a contratualidade. Dessa forma, não há confusão entre patrimônio particular e 
patrimônio social, desde que o patrimônio da empresa esteja integralizado para enten-
der melhor, explica Gonçalves (2012).
9. Na sociedade limitada, o capital da empresa é dividido em quotas, já a sociedade anôni-
ma tem seu capital dividido por ações, que podem ou não ser comercializadas na bolsa 
de valores, dependendo do tipo de sociedade anônima e tipo de ação.
10. Transformação, incorporação, fusão e cisão.
UNIDADE 3
1. Casalino (2012) define direito tributário como um conjunto de normas jurídicas que dis-
ciplina a relação entre Estado e particular, regulamentando a instituição, fiscalização e 
arrecadação de tributos. Como conjunto de normas jurídicas, o direito tributário viabiliza 
a atividade de tributação do Estado, ao mesmo tempo em que protege o particular e sua 
propriedade contra eventuais abusos do poder público.
2. As fontes podem ser classificadas em: fontes formais, materiais e não formais.
3. As fontes formais são o direito exteriorizado por meio da legislação, tendo como princi-
pais: a Constituição Federal, Emenda Constitucional, Lei Ordinária, Decreto, Lei Delegada, 
Medida Provisória, Decreto Legislativo, Resolução, Tratados e convenções Internacionais 
e Lei Complementar.
gabarito
187
4. As fontes materiais são acontecimentos econômicos e sociais políticos que podem ser 
a motivação para alterações legislativas. As fontes materiais são situações pré-jurídicas, 
diferentemente dos fatos geradores que originam a cobrança de um tributo, pois esses 
fatos já juridicizados são previstos em lei como geradores de obrigação tributária.
5. São a jurisprudência e a doutrina que estão nesta classificação por orientarem a inter-
pretação das fontes formais, mas que não podem ser conceituadas como tal, em função 
de não serem de observação obrigatória, ressalvadas a edição das súmulas vinculantes 
e o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ou Ação Declaratória de 
Constitucionalidade (ADC) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
6. O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de normas, de princípios e de regras que 
governam o direito tributário.
7. O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização 
de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os 
entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um 
Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do 
Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.
8. A taxa é criada por lei, possui função de Remunerar serviço público prestado diretamente 
pelo ente federativo ou poder de polícia por ele desempenhado, tem natureza jurídica 
de tributo e somente pode ser reajustada por lei. A Tarifa é criada por contrato adminis-
trativo, sua função é Remunerar o serviço prestado por concessionária de serviço público. 
Sua natureza jurídica é de preço público. Reajuste somente pode ocorrer por ato da con-
cessionária, nos termos estabelecidos no contrato administrativo.
9. De acordo com a Constituição Federal (art. 145, I) e de acordo com art. 16 do Código 
tributário Nacional: “[...] é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
10. “O Poder de tributar significa o poder de avançar sobre a propriedade privada dos indi-
víduos, das empresas, enfim, dos particulares, por meio do tributo, sempre dentro dos 
limites constitucionais passando pelo código tributário nacional” (CASALINO, 2012, p. 45).
UNIDADE 4
1. A lei, em seu texto, deve estabelecer quando passará a vigorar; havendo omissão, repor-
tamos ao artigo primeiro do Decreto Lei nº 4.657/42 que estabelece que ela passará a 
vigorar 45 dias após a publicação.
gabarito
188
2. Para que haja aplicação da lei tributária, basta ocorrer o fato gerador e, assim, imediata-
mente, incide o tributo, conforme estabelece artigo 105 do CTN (BRASIL, 1966).
3. Analogia, princípios gerais do direito tributário, princípios gerais do direito público, equi-
dade.
4. O artigo 111 do CTN dispõe sobre a interpretação literal da legislação:
Art. 111. Interpreta-se literalmente a Legislação Tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário.
II - outorga de isenção.
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
5. De acordo com o artigo 112 do CTN, aplica-se a interpretação mais favorável quando 
houver previsão legal, quanto à natureza ou circunstâncias do fato, à natureza ou exten-
são dos efeitos permitirem, quanto à autoria, imputabilidade ou punibilidade ou quanto 
à natureza da penalidade aplicável ou sua graduação.
6. Havendo a hipótese de incidência, a situação prevista na lei que, se configurada, resultará 
no nascimento do episódio jurídico tributário, que segue para o fato gerador que é a con-
cretização da hipótese de incidência, neste sentido, é a ocorrência da hipótese prevista 
em lei, que faz surgir a obrigação tributária.
7. “A obrigação tributária surge quando ocorrida a situação prevista na lei (hipótese de inci-
dência) no mundo real, surge para o sujeito passivo o dever (obrigação) de pagar o tributo 
ou de cumprir o encargo acessório” (VIEIRA, 2014, p. 149).
A capacidade tributária, diferente dos outros institutos do direito, surge da lei e não da vonta-
de das partes, por isso, não segue as regras de capacidade que estabelece o código civil, 
como estabelece o artigo 116 do CTN. Não importa se uma pessoa está sujeita a alguma 
medida que limite ou prive o exercício de atividades. Se o fato gerador ocorrer, o tributo 
é devido.
“Domicílio é o lugar de exercício dos direitos e cumprimento das obrigações, no sentido 
exigibilidade. Na seara tributária é o local, determinado pela Legislação Tributária, onde 
o sujeito passivo é chamado para cumprir seus deveres jurídicos da ordem tributária” 
(SABBAG, 2012, p. 165).
8. Normalmente, o contribuinte é o responsável pelo cumprimento da obrigação tributá-
ria, ou aquele que praticouo fato gerador, podendo também, quando a lei dispuser, ser 
terceiro que não praticou fato gerador, mas está responsável pelo pagamento. Poderá 
haver alteração do polo passivo da relação tributária por transferência ou por substituição.
gabarito
189
9. Lançamento direto ou de ofício, lançamento por declaração ou de ofício e lançamento 
por homologação.
10. Causas de suspensão: moratória, depósito do montante integral, parcelamento, reclama-
ções e recurso administrativo, concessão de medida liminar em mandado de segurança 
ou em ações de outras espécies.
Causas de extinção: pagamento, compensação, transação, remissão, prescrição, decadência, 
conversão de depósito em renda, pagamento antecipado e homologação posterior, con-
signação em pagamento, decisão administrativa irreformável, decisão judicial transitada 
em julgado, dação e pagamento em bens imóveis. 
Causas de exclusão: isenção e anistia. 
UNIDADE 5
1. “O poder tributário dita as relações de fato e está ligado à soberania do ente estatal, de 
modo que o Estado pelo uso da força impõe sua vontade sobre os cidadãos. O poder 
tributário foi delimitado por meio de lei, no caso a Constituição Federal, limitada a sua 
competência repartida nas três esferas – federal, estadual e municipal – além da geral ou 
nacional. A capacidade ativa tributária é aptidão para ser o sujeito ativo da relação jurí-
dica tributária, relacionada ao titular da prerrogativa para exigir o tributo” (VIEIRA, 2014, 
p. 44).
2. Competência tributária é aptidão que os entes federativos têm para criar, por meio de 
lei, os tributos. Suas características são a Privatividade, Facultatividade, Indelegabilidade, 
Irrenunciabilidade, Incaducabilidade e Inalterabilidade. Classificamos em: competência 
privativa, competência comum, competência especial, competência residual, competên-
cia extraordinária e competência cumulativa.
3. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. A vinculação do tributo é analisada por 
meio da hipótese de incidência ao passo que a vinculação da receita realiza após a ocor-
rência do fato gerador e depois do tributo já ter ingressado nos cofres públicos.
4. Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto de Renda (IR), Imposto 
sobre Produto Industrializado (IPI), Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) e Imposto 
Territorial Rural (ITR).
5. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), o Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços e transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação 
(ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
gabarito
190
6. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto Sobre Serviços 
de Qualquer Natureza (ISS), o Imposto sobre Transmissão “Inter-vivos”, a qualquer título, 
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição – ITBI.
7. Os contornos da definição constitucional deixam claro que as taxas são tributos retribu-
tivos ou contraprestacionais, uma vez que não podem ser cobradas sem que o Estado 
exerça o poder de polícia ou preste ao contribuinte, ou coloque à sua disposição um 
serviço público específico e divisível (ALEXANDRE, 2015). São dois os fatos do estado que 
resultam na cobrança de taxas: 1) as taxas de polícia têm por fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia (atividade administrativa), por exemplo, a taxa de inspeção 
sanitária. 2) as taxas de serviço só são possíveis mediante a disponibilização de serviços 
públicos que se caracterizem pela divisibilidade e especificidade, por exemplo, taxa ju-
diciária.
8. São tributos vinculados, uma vez que sua cobrança depende de uma específica atuação 
estatal, a qual seja a realização de uma obra pública que tenha como consequência um 
incremento do valor de imóveis pertencentes aos potenciais contribuintes.
9. São tributos de competência partilhada entre os entes federativos, no entanto, para sua 
exigência, deve cumprir algumas determinações legais de acordo com Dec-Lei 195/1967.
10. As contribuições sociais se destinam a financiar os denominados direitos sociais previstos 
no artigo 6º da Constituição Federal. Via de regra as contribuições sociais devem financiar 
a atuação da União na área social, servindo como um instrumento de arrecadação de 
recursos financeiros vinculados a uma finalidade.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
anotações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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