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REPRESENTACAO POLITICA CORRENTE PSICOLÓGICA A corrente psicológica nasce na Michigan University, o que também dá a essa corrente o nome de Escola de Michigan . Os pesquisadores de Michigan buscaram entender quais os aspectos de ordem política mais ampla podem ser traçados como características do comportamento eleitoral dos estadunidenses. Para tanto, em sua obra de maior relevância The American Voter , os autores Campbell et al. (1960) analisaram dados das eleições de 1952 e 1956 com o objetivo de responder a essa questão. Diferindo da Corrente Sociológica, a Corrente Psicológica lança seu olhar para o indivíduo, e não para o coletivo. Busca evidenciar as influências sobre o comportamento eleitoral individual. A obra The American Voter foi fruto de estudo empírico que utilizou dados de survey (pesquisas de opinião pública) e técnicas estatísticas que permitiram extrapolar os achados da investigação para a população estadunidense. Com base nesses dados, Campbell et al. (1960) puderam apontar algumas tendências de relevância para o campo de estudo de comportamento eleitoral, em especial para as pesquisas de outros psicologistas que sucederam esse trabalho seminal. A teoria compreende que as atitudes em relação à política, também chamadas por essa teoria de sistemas atitudinais , não são características próprias de determinados grupos sociais ou de alguma classe social. Aqui, as atitudes são vistas, exclusivamente, como frutos do processo de socialização no ambiente onde o indivíduo está inserido, podendo, portanto, variar entre indivíduos de mesma classe social de acordo com o meio. O processo de socialização política se daria através de interações primárias dos indivíduos com sua a família, muito antes desses terem idade de votar. Com isso, as atitudes em relação a assuntos políticos são consideradas resultantes do ambiente social que os cerca (Figueiredo, 1988). A socialização política é entendida como o conjunto de atitudes políticas adquiridas por meio das relações mais primárias. As opiniões políticas são elaboradas por meio da incorporação dessas atitudes, passando a serem partes constitutivas da personalidade dos indivíduos. Assim, elas tendem a ser consolidadas e “articuladas da mesma maneira”, ainda que em diferentes contextos (Figueiredo, 1988). REPRESENTACAO POLITICA Também dentro de um processo social mais amplo, uma vez que as crenças e forças atitudinais são internalizadas, é desenvolvida uma identidade partidária em consonância com os valores pré-existentes. Essa identidade ou lealdade partidária é o que determina o comportamento político dos sujeitos para essa Corrente. Para melhor compreensão, enfatizo que a lealdade aqui é entendida como fruto de fatores psicológicos e políticos que determinam com qual dos partidos o eleitor se identificará. As variáveis sociais e demográficas, tais como classe social, religião, etnia e localização geográfica são enfraquecidas e “amalgamadas” no processo de socialização política que determinará as forças atitudinais dos indivíduos e, em decorrência delas, a sua identidade partidária. As forças atitudinais e lealdade partidária atuam como forças de longo-prazo a influenciar na decisão eleitoral (Figueiredo, 1988). Uma vez alinhado com um partido específico, a volatilidade eleitoral é menor e os resultados são mais previsíveis. Isso não quer dizer que os eleitores nunca serão desleais ao partido. Alguma variável política externa às forças atitudinais pode aparecer em uma eleição e levar o eleitor para outro partido (como o envolvimento do país em uma guerra ou grave crise). No entanto, ao retornarem às condições “normais”, o indivíduo também deverá retomar seus laços de lealdade partidária. DIFERENCIANDO DUAS CORRENTES PARTES DE UM MESMO GRUPO O grupo é composto por “correntes clássicas do comportamento eleitoral que enfatizam predisposições de longo prazo como determinante eleitoral”. Em parte dele estão as correntes sociológica e psicológica. É importante esclarecer duas diferenças objetivas entre as duas: a classe social, para os psicologistas, ganha menos importância. Essa variável, por estar positiva e altamente correlacionada com a variável escolaridade, é representada unicamente por essa última. Assim sendo, a escolaridade é entendida como um substituto (uma proxy ) da capacidade cognitiva de estruturar e elaborar opiniões políticas. Ademais, nessa teoria, a identificação partidária, tal como no caso da Corrente Sociológica, é decorrente da socialização política. Todavia, aqui, as interações sociais são mediadas por mecanismos psicológicos individuais (Campbell et al., 1960) A corrente psicológica é sofisticada, dotada de diversos estudos empíricos e incorporações, do ponto de vista epistemológico, que buscaram dar conta de algumas de suas limitações.
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