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Morfologia Distribuida: formac_;ao de palavras na sintaxe Ana Paula Scher Antes de come9ar esta apresenta9ao do modelo da Morfologia Distribuida, 1 do- ravante MD, e preciso apontar que existem muito poucas semelhan9as entre ele e os ~odelos tradicionais para o tratamento da morfologia das linguas naturais. A no9ao de "palavra", por exemplo, percebida como um epifenomeno em MD, mas como um objeto resultante de processos morfo16gicos realizados em um componente lexical, em modelos lexicalistas, talvez reflita com mais intensidade essas diferen~as. Ao longo deste capitulo, verificaremos que, na realidade, as semelhan9as entre uma teoria sintatica para dar conta da forma9ao de senten9as e uma teoria nao lexica- lista, como a MD, para dar conta da forma9ao de palavras, sao maiores que as que se observam entre modelos lexicalistas e nao lexicalistas destinados a explicar os processos de forma9ao de palavras. Isso quer dizer que, ao assumir que ex.pressoes linguisticas de qualquer natureza, sejam elas palavras ou senten9as, sao geradas pelo unico mecanismo gerativo presente na arquitetura da gramatica, nomeadarnente. a sintaxe, a MD se aproxima mais de uma proposta de analise sintatica que de uma proposta lexicalista de analise morfol6gica: e a partir desse componenk ger-1ti , o. que ea sintaxe, que se fonnam palavras, sintagmas e senten~as. A proposta da MD apareceu pela primeira vez em Halle e Marantz l l 993), daqui em diante H&M , e vem sendo desenvolvida, desde entJo. em trahalhos subsequentes. E um modelo que preve uma arquitetura da gramatica desprovida c!2. componente lexical, como concebido pela gramatica gcrati\ a em suas diYersas versoes (cf. Chomsky, 1957, 1965, 19~ I, 1995. 2000). Ainda assim, as tarefas anks atribuidas a ta! componcnte precisam scr cksempcnlrndas de alguma forma para que expressoes lingufsticas sejam procluzidas. 0 quc ocorrcu, entao, foi que os proponentes da MD distribuiram essas tarefas por trcs li stas de demcntos de naturezas ctiferentes que passam a compor essa nova arquitetura da gramatica. Sucintamentc, 0 modelo conta corn: i) uma Lista J, tambem chamada de ;"lexico reduziclo' ' composta de tra<;os mor- fossintaticos abstratos que alimentam a sintaxe, que opera com esses trar-os t'o ct t "r , mrnn o derivac;oes que serao enviadas ao componentc morfol6gico~ ii) uma fisto 2, conhecida corno '"vocabulario"; composta de itens vocabulares que interpretain a , d • ~ - s enva9oes 38 Novos corninhos do Lingu1stica ~intMicas: na realidade, esses itens sao regras que rcgulam a insen;:ao de material fono16gico nos nos terminais morfossintaticos abstratos resultantes da dcri vayao sintatica a qua! se aplicam opera95es morfol6gicas variadas; iii) uma /ista 3, a "enciclopedia", definidora de significados especiais para as express6es I inguisti cas (nosso conhecimento de mundo ). Por sua essencia nao lexicalista, portanto, o modelo se op5e frontalmente a pro- postas lexicalistas para a analise dos processos de forma9ao de palavras, como as de Anderson (1992) ou Lieber (1992), e surge como uma tentativa de demonstrar seu pressuposto de que uma proposta de analise linguistica que de conta da forma9a0 de palavras e de senten9as por meio de um mode lo de gramatica que dispoe de apenas um componente gerativo, nomeadamente, a sintaxe, deve ser mais vantajosa que outras propostas que dependam de componentes distintos para cada um <lesses processos: um lexico para fonna9ao de palavras e uma sintaxe para a forma9ao de senten9as. 0 que se pretende, portanto, neste capitulo, e apresentar essa proposta nao lexica- lista para a analise dos processos de fonna9ao de express5es linguisticas, 2 definindo suas caracteristicas principais (inserr;ao tardia, subespecificar;ao e sintaxe em toda a derivar;ao) e demonstrando o seu funcionamento por meio das senten9as Ela ama- va/entendia/ouvia o filho pequeno, do portugues brasileiro (PB). Esta apresenta~ao segue organizada da seguinte fonna: a primeira se9ao mostra como se da, em :vm. a distribui9ao, entre os componentes da arquitetura da gramatica, <las tarefas atribuidas ao lexico em outros modelos. Aqui, tambem sera apresentado um exemplo concre- to da forma9ao de express5es linguisticas de acordo com o modelo. Sua primei ra propriedade, iE1s~ 9ao tardia, sera descrita na segunda se9ao, seguida. na tercei ra se9ao, pela apresenta9ao de sua segunda e terceira proprie_Siades: subespecifica~ao e sinti1,Xe _~m toda a deri vas,ao. A partir dos mesmos exemplos do PB. chamarernos aten9ao para o fato de que as linguas naturais nem sempre dispoem de material fono- 16gico compatf vel com o resultado das opera95es sintilticas quc derivam a estrutma de suas express5es lingufsticas. Dito de outra forma, a relay~1o entre a estrutura intcrna das e,2(press5~s Iingufsticas ea sua representac;ao fonok\gica nem st:mpre ~ de' um para um, podendo haver formas fonol6gicas subespcci fi cauas cm relm;:'in aos t1w;os gramaticais ·';' dos-1~6s terminais sint{tticos cm que scrfto inseridas. Essa incompatibilidade pode se resolver em termos dessa mcsma subcspcci lica~au. a segunda propriedade dL) modelo, ou pode requercr que sc apliquem dctcrminadas opera<;oes morfol0gicas as derivac;:5es geradas pela sintaxe. Tais opera<;t1cs sfio, portanto. rea li zadas pos- sintaticamente, mas antes da insen;:ao Jc itcns d~- voca bul{irio na cleriva<;iio. Para ilustrar essa caracteristica mais especilica do moddo, a tt:nxira se9ao tra r::1 alguns exemplos de opera95es quc, cmbora sc rcalizem pos-s intaticamente, manipulam estruturas que reprcsentam, csscncialmcntc, rcla<;oes sintat i..:as (Harley e Noyer. 1999), Morfologia Distribufdo 39 motivando, assim, a explicitac;ao da terceira propriedade do modelo, a sintaxe em toda a derivac;ao. Finalmente, a quarta sec;ao apresentara algumas limitac;oes para a proposta e a quinta sec;ao trara as considerac;oes finais . POR QUE MORFOLOGIA DISTRIBUfDA? Como ja foi apontado anteriormente, apesar de sugerir a supressao do compo- nente lexical da arquitetura da gramatica, a MD preve que a forma9ao de express5es linguisticas conta com a n1:anutern;ao da realizac;ao das tarefas atribufdas ao lexico em outros modelos. Isso s6 podera ocorrer se tais tarefas forem distribufdas entre <?S _ ~if~!entes m6dulos da gramatica, da form a como se descreve a seguir. Antes, porem, seria born recuperar o que tradicionalmente se assume sobre a composic;ao do componente lexical em modelos lexicalistas. Pode-se dizer, de modo geral, que o lexico deve contef pec;as morfol6gicas- raizes e afixos - alem de regra..? _ que regulem a combinac;ao <lesses elementos. Em propostas lexicalistas, portanto, <2_ resultado dessas combinac;oes sao itens lexicais (ILs, daqui em di ante) que, por sua vez, g_ev~m_apresentar tres tipos de propriedades: fonol6gicas , morfossintaticas e semanticas ( cf. (1 )). (1) a. IL: MORAR fonologia: /mo'rah/ morfossintaxe: Verbo intransitivo semantica: "habitar" b. IL: CASA fonologia: /'kazu/ morfossintaxe: Nome semantica: "construc;ao que serve de moradia" c. IL: MAGRO fonologia: / 'magro/ morfossintaxe: Adjetivo semantica: "que nao tern , ou tern pouca gordura " Assim O born funcionamento eta MD clepender{t de duas condi~oes que deverao ' ser satisfeitas pela nova arquitetura da gramatica, considernndo-se a supressao do lexico: ela deve conter: i) as r_Egras quc regulam a combina9Jo das pec;as morfol6gi~as (raizes e afixos) g_ue_yao formar ~Ls; e ii) as propriedadcs fono16gicas. morfossin- taticas e semanticas <lesses I Ls, ou dessas pec;as morfol6gicas. Essas propriedadcs sao herdadas das raizes e afixos. De acordo com o modelo, a primeira condic;ao e satisfeita ao se assumir que O mesmo tipo de ~perac;ao que gera sentern;as pode gernr palavras tambem. Assim, nenhum tipo de operac;ao especialmente desenhado para o processo de formac;ao de palavras sera necess{uio: o modelo preve que, para a formac;aode - 40 Novos co minhos do lingu fstica expressoes linguisticas, de modo geral , serao necessarias apenas as opera95es de concatenac;iio (combinac;ao de pec;as morfol6gicas duas a duas) e de,movimento' ( deslocamento de um a parte da estrutura em formac;ao de um ponto a outro dessa estrutura). Essas sao operac;oes tipicas do componente sintatico e cuja mecanica ficara mais clara a partir da descric;ao dos exemplos que aparecerao ao longo do capitulo. lsso quer dizer que, como a estrutura das sentenc;as, a estrutura das palavras e construida na sintaxe. Em outros termos, estrutura morfol6gi ca e estrutura sintatica em MD. - A satisfac;ao da segunda condic;ao e o que vai caracterizar o modelo como i'dis- tribuido'i. H&M assumem com Anderson ( 1992), Aronoff ( 1994) e Beard ( 1995) a separa9ao entre os tra90s morfossintaticos dos n6s terminais ( derivados pela sintaxe por meio das opera95es de concatena9ao e movimento) e a sua realiza9ao fonol6- _gica. Isso sugere que, no cornponente sintatico, portanto, sujeitos a aplica9ao <las opera95es sintaticas, ~starao s~1~~nte os tra9os morfossintaticos que caracterizar~<2 ~ palavra resultante desse processo. Os tra9os fono16gicos, que nao desempenham nenhum papel na aplica9ao das opera95es sintaticas, sao desnecessarios no compo- nente sintatico e _serao inseridos tardiamente, p6s-sintaticamente, no componente ~orfol6gico, depois da aplica9ao de opera95es morfo16gicas que puderem ser ne- cessarias. Os tra9os semanticos, que dizem respeito ao significado das express6es linguisticas, tambem nao sao observados no componente sintatico, pelas mesmas razoes que assumimos para descartar a presen9a de trac;os fonol6gicos nesse com- ponente: Q significado, tal qua! a representa9ao fonol6gica, nao determina que tipo ~e operac;:ao sintatica deve ser realizado e ~em de qu.e forma isso deve ocorrer. E assim, portanto, que o modelo da MD distribui entre os diferentes componentes du ~rquite!ur~ sf~ gr~matica as propriedades que os modelos Iexicali stas atribuem aos ILs e ao lexico, propriamente dito. Os exemplos a seguir mostram de modo informal o passo a passo inicinl da formac;:ao de uma ex pressao linguistica, a sc ntcrn;a em (2) , de aeon.lo (:0111 essa proposta de modelo. (2) Ela amava o filho pequeno. De forma simplificada, e poss ivel idcntificar em (2), os seguintL'S tr~wos gr,1- maticai s e raizes ( cf. (3 )b ): 3a: terceira pessoa; Sg.: singular: Pr.: pronome: ✓A l\1 : raiz do verho amar; 0: ddcrminante; ✓FILI I : raiz do nome/i//10: ✓PEQU EN : rn iz do adjetivo pequeno; Fem.: fominino; Masc.: masculino; v: catcgori/.ador verbal: n: categorizador nominal ; a: catcgorizador adjetival; c I : classe verba l I ( la conju- gac;:ao); Primp .: pretcrito impcrfcito. Morfologia Distribu ida 41 (3) a. Ela amava 0 filho pequeno b. Pr ✓AM D. ✓FILH ✓PEQUEN 3a -v 3a -n -a Fem. -cl Masc. Masc. Masc. Sg. -Prlmp. Sg. Sg. Sg. _3a Sg. A rigor, a sintaxe vai operar sobre um conjunto de elementos que reune rafzes como as de ( 4)a, tra9os gramaticais, oriundos da lista 1 (trac;:os abstratos universais de numero, pessoa, tempo, modo, aspecto, etc. ( cf. ( 4)b ), e trac;:os de categoria, como [v], para verbo, [n] , para nome, ou [a] , para adjetivo (responsaveis por definir a categoria gramatical ou sintatica <las raizes ( cf. ( 4 )c). (4) a. ✓AM, ✓FILH, ✓PEQUEN, etc. b. [Pr], [D.], (3a], [Sg.], (Masc.], [Primp.], etc. .. t, .j G1• 1 '·; • 1 c. [v], [n], [a], etc. 1 r-.r , 1 ·• · • _1 ' -M ·; A partir <lesses tra9os e por meio das opera95es de concatena9ao e movimento nao explicitadas aqui, mas descritas detalhadamente em Mioto et al. (2013 ), por exemplo, a sintaxe fonna feixes que constituem os n6s tenninais da deriva9ao sintatica ( cf. ( 5) ). 0 resultado final da aplicac;:ao das opera95es de concatenac;:ao e movimento em cada passo derivacional para a fonnac;:ao dos constituintes e subconstituintes da sentern;a em (2) ([[ela] [[amava] [o filho pequeno]]]) vem em negrito a direita de cada ~xemplo ((5)a,b,c)), sem os colchetes intemos que marcam a hierarquia da aplicac;:ao dessas operac;:oes aos trac;:os da lista 1 : (5) a. [3a] + [Fem.] (3aFem] + [Sg.] b. ✓AM+ [v] [ ✓AM-v] + [PrJmp.] c. [D.] ✓FILH + [n] [✓FILH-n] + [Masc.] [✓FILH-n Masc.]+ [Sg.] ✓PEQUEN + (a] [✓FILH-n Masc.Sg.]+[✓PEQUEN-a] [D.]+[✓FILH-n Masc.Sg. ✓PEQUEN-aJ ---+ (3"Fem] ---+ 1311 Fem.Sg.J ---+ (✓AM-v] -► l✓AM -v Prlmp.J -► [✓FILH-n] ---+ [✓FlLH-n Masc.] ---+ [✓FILH-n Masc.Sg.] ---+ [✓PEQUEN-a] ---+ [ ✓FlLH-n Masc.Sg. ✓PEQUEN-a] ---+ (D. 'YFILH-n lVlasc.Sg. "1>EQUEN-a] 42 Novos corn inhos do Lingufs tica 0 que se viu, portanto, com esse ~x~mplo preli~in~r e que a sintaxe manipula mkleos abstratos, sem cont~udo fonolog1co. Na sequenc1a das opera9oes pertinentes ao processo de forma9ao de expressoes li~guis~ic~s, a rnorfologia ~nterpreta O resultado das operayoes sintaticas de duas formas : 1) atnbumdo-lhes conteudo fonol6gico, caso 0 material fono16gico da lingua em questao seja compativel corn a deriva9ao sintatica, ou ii) reaiizando opera96es morfo16gicas de rnodo a tomar possivel essa reJa9ao. Na continua9ao deste capitulo, serao apresentadas algurnas propriedades formais e centrais para a MD, que se podem depreender a partir do que se come9ou a fa lar aqui sobre a forma9ao de uma sentenc;a como (2). PROPRIEDADES CENTRAIS DO MODELO Chomsky ( 1995: I 68), em seu Program a Minimalista ( PM, na sequencia ), afinna que a F aculdade daLinguagem ( doravante, FL), ou "6rgao da linguagem" ( Chomsky, 2000: 90), esta encaixada em sistemas de performance da mente que permitem que suas expressoes sejam usadas para articular, interpretar, referir, etc. Para o autor, ~ln um estado inicial S 0 , que e uma expressao dos genes. Essa faculdade ~ _uqi_gesenvolvimento evolucionario recente, que pass~ por mudanc;as de estad~d;sencadeadas por influencias do ambiente. ---------- - --- -- - -- Assim, de acordo com o autor, "sea FL de Jones esta em um estado L, dizemos que Jones tern (fala, sabe ... ) a lingua L." (Chomsky, 2000: 90, minha traduc;ao ). As express5es linguisticas produzidas por FL sao instruc;5es para esses sistemas de performance e devem fomecer inforrnac;oes relevantes para seu funcionamento. Assim, em PF ( abreviatura de Phonetic Form - fonna fonetica -do ingles ), deve ( e s6 pode) haver informac;oes que sejam legiveis pelo sistema sens6rio-motor (S-M) (por exemplo. instru- c;oes para a boa-formac;ao fonol6gica das expressoes linguisticas) e em Lf ( abr~viatura de Logical Form-forma l6gica-do ingles), somente informac;oes legiveis pdo sistema conceitual-intencional (C-I) (instruc;oes para a boa formac;ao semantica das expressoes Jingufsticas). Em (6), a seguir, tem-se uma representa~ao simplificnda de FL para 0 PM. (6) A arquitetura da gramatica no PM Numera~ao Sintaxe ► j Spell-out Fonologia Seman ti ca Morfologia Distribufdo 43 Como se ve, o papel da morfologia no PM e apenas secundario e as tarefas que dizem respeito a esse modulo da gramatica deverao ser exploradas de acordo com suas rela95es com os componentes fonol6gico e sintatico. Em MD) por outro lado, o componente morfol6gico retoma seu papel de destaque e passa a interpretar os 1:esultados das opera95es sintaticas, que se aplicam a nucleos ou feixes de tra9os sem conteudo fonol6gico . Uma representa9ao preliminar da arquitetura da gramatica, adotada em MD, aparece em (7) (adaptado de Embick e Noyer (2007: 293)), em que se destaca o lugar da Estrutura Morfol6gica (EM) no modelo: (7) A arquitetura da gramatica em MD \\ II Deriva9ao sintatica I Morfologia - EM I , , spell-out/// (Forma Fonetica) PF (S-M) Interface Sens6rio motor Sistema S-M + LF (Forma L6gica) (C-1) Interface Conceitual Intencional \\\ Lista 3: - Sistema C-l SIGN ffj A de modo particular que raizes, tra9os morfossintaticos e trac;os MD assume, , definidores de categorias gramaticais sao os primitivoscom os quais a sintaxe opera. ) Os trayos morfossintaticos e os cat~gori_ais podem ser con~ideradqs_1111iversru.s e, por i; so, fa~ sentid; dizer que sao abstratos, nao se associando a tra90s fonetico/fono- 16gicos. De modo geral, representam as categorias funcionais, que se traduzem em 44 Novos caminhos da lingufstico informac;oes gramaticais pertinentes as express5es linguisticas, tais coma numero, para nomes, e tempo para verbos, par exemplo, ou mesmo [v], [n] ou [a]. Os diferentes trac;os morfossintaticos e categoriais abstratos sao armazenados na lista 1 do diagrama em (7), a qual pode ser acessada pelo aprendiz durante O pro-cesso de aquisic;ao de linguagem. Essa lista contem, alem <las raizes de determinada lingua e desses trac;os abstratos universais de natureza morfossintatica e categorial, a informac;ao sobre <.l.':1~is <lesses trac;os estao ativos na lingua em q_uestao. Para entender a distinc;ao entre trac;os ativos e nao ativos em um determinado sistema, observemos o que acontece com os trac;os de numero. De modo geral, nas linguas naturais, trac;os de numero podem ter os seguintes valores e respectivas representac;oes: (8) Trac;os de numero a. singular: b. mais de um: c. mais de um- ate duas unidades, no maxima: d. mais de um- ate tres unidades, no maxima: e. mais de um- ate quatro unidades, no maxima: [Sg.] [Pl.] [Dual] [Trial] [Paucal] As linguas diferem, no entanto, quanta aos valores para o trac;o de numero que se apresentam ativos em seus sistemas. De alguma forma, os falantes nativos ad-quirem essa informac;ao durante o processo de aquisic;ao de sua lingua. Em PB, por exemplo, o trac;o de numero ativa apenas os valores [Sg.] e [Pl.]. Uma vez definidos os trac;os ativos para uma determinada lingua, a sintaxe manipula os itens da lista 1 (raizes e trac;os abstratos universais de natureza mor-fossintatica e categorial), gerando estruturaJ hier~rquicas ~omplexas, cujos n6s terminais sao feixes de trac;os (cf. (S)a) ou combinac;oes de raizes e trac;os categoriais e morfossintaticos ( cf. (S)b,c ). Portanto, a representac;ao sintatica simplificada de uma sentenc;a como (2), sera (9), em que TP representa o sintagma de tempo (tense phrase, do ingles ), e em que, como dito anteriormente, nao explicito as sucessivas camadas derivacionais (cf. Mioto et al., 2013) que resultam em mna forma verbal como amava, ou em um sintagma nominal como o filho pequeno, por exemplo. (9) TP Morfologia Distribufdo 45 Cada um <lesses n6s terminais e tratado como um morfema abstrato, desprovido de material fonol6gico, a nao ser pelas raizes. E preciso observar que a questao da presen9a de conteudo fonol6gico nas raizes ainda suscita debates calorosos entre os seguidores do modelo. Enquanto H&M, por exemplo, assumem que, da mesma forma · que OS tra9os abstratos, as raizes nao dispoem de material fonol6gico,.Embick e Noyer r (2007: 295) defendem a presen9a de fonologia na constitui9ao <lesses elementos. De ~ acordo com eles, podemos entender que, no caso do PB, as raizes sao itens como ✓AM, ✓FILH ou ✓PEQUEN, que representam complexos de tra90s fonol6gicos, por vezes, , associados a tra9os diacriticos nao fonol6gicos. Por hip6tese, os autores assumem "'· que as raizes nao contem tra9os gramaticais ( ou morfossintaticos ): sao combina96es -~ de som e significado particulares de cada lingua e sao, originalmente, acategoriais. ~ Dessa forma, para que possam ocorrer em uma expressao linguistica como membros -- de uma determinada categoria (nome, verbo ou adjetivo), sempre ocorrerao em uma --:: 'S relacao local ~QJ:Jl um nucleo funcional definidor de categoria ([ n ], [ v ], etc.). Superfi- ~ cialmente, portanto, as raizes sempre farao parte de categorias complexas em que se apresentam associadas a um nucleo categorizador como em (10): (10) Raiz + nucleo funcional [n] , [v] , etc. Os morfemas abstratos gerados pela sintaxe nao sao, portanto, signos saussu- rianos, diferentemente dos ILs que compoem o lexico nas abordagens lexicalistas: morfemas abstratos nao tern uma contraparte fonetico-fonol6gica. Ao final da comput~ao sintatica, a deriva9~lo e bifurcada (s;ell-out), para que os sistemas de interface PF e FL possam alimentar os sistemas S-M e C-I, respectivarnente. com informa95es pertinentes a cada um deles. Assim os n6s terminais derivados a partir das opera95es sintaticas deverao ser ' preenchidos com trac;os fonol6gicos para que PF possa instruir as a9oes do sistema S-M.3 Esse mecanismo de preenchimento dos n6s terminais sintaticos com material fonolqgico_recebe O nome de /nser9ao de vocab11llJrio e, por ocorrer p6s-sintatica cSfG~ tardiamente constitui-se como a primeira das tres propriedades centrais desse mo- ' delo separacionista que serao destacadas ncste trabalho, qual seja, a inserriio tardia. Por esse mecanismo de insen;ao tardia, e.xpoentes fono l6gicos que com poem a Iista 2 do esquema em (7), denominada vocabulario, competem para inscr~no nos n6s terminais abstratos que a sintaxe gerou. A representa9ao em (9) e os exemplos em ( 11) e (12) nos ajudarao a entender esse processo. Tomemos, portanto, a senten9a em (11), que retoma (2). 01) Ela amava o filho pequeno. - 40 N • , caminho1. dn I I\Q \l'(o , ) cnntumn de l'\l'.mptn<- cm , 12 l rcunc cxpocntcs tonoln ll.O quc cnnc.orr , para n pr~nch,mcntn dP no tcnTitn:-tl quc a c.;mtaxc va, gerar para a po~1can d u f1. n, da ... entcn~a em 111 1. I rdta--.c. na rcalidadc. de ,tenc; de \ ocabulann. donn anr J\ ... quc ,an r~gr,1-. de in,er~ao de materral tonolt, 1 ic.. , quc ac;soc,am tnl matenal d Ullldi\'oc, de m,en;an na dcrt\ acao (.,10tatica ()~I a. C\\ - [laSg.l h. \O se - f ~2 Sg.J \... eh - [3 3 Masc.Sg.] d. riv, - f 31 Fem.Sg.J Como\ imos na reprcr,entac~o cm (9). que se aphca a ( 11 ). o no 'iintattco den\ad para a posi~ao de !,Uje,to e reprcsentado por r 31 Fcm.Sg. ]. \ss1m. OS exempt em ( 12). quc mostram JV<- quc relac10nam material fonologico a con.1muo..; d..: tr , de pes 0a. rcnero C numero tem. cm pnncip10. boas c.:ond I( t,l,'1;,, pard pret'nt h e nb. quc tern O\ mcsmn.., tra~os de pessoa. genero e numero. No entanto. entrc toda:: as p<Ji,~1h1hdadcs apr\:i,cntada~ em ( 12 ). a orxrao cm ( J 2 )de .i umca ad(·quada rcahzar c-,-,c prcench1mcnto. uma, e✓ que a~ •mas cond11;rn.:i., de mser~ao ( ,er msen cm um rn·l quc contcnha o, tra~o~ de 3 . Fem .. Sg. l -.ao plcnamcnk ,a11,te11J, d a .: do~ ira~o.., prc,cntc~ ncssc nc1 da pos,~ao de !-.UJCltt ,. Port.anto. com hasc no prmupw Jo '111bum11mtn <lc5ento a scgutr. 4uc ~ontrub J anser~Ao de JV,. podc-\C du.er que f 12 )d , cncc a competi~ao qu ... · tra\ t corn t i 2 . b c. c e t0')(.1'tdo tardmmcntc no nt', term ma I rclc, ante: ~lll N!JIS PnrK1p11, do ~utx:onJuntuj c J 1 .puerile tP11olog1lo Jc urn item Jt.· Hxabui trtu c mscndo cm wua po,1 '..t' 1• t: U1l item c 1..ompat1,cl lOfll hJJ,,.~ uu \:Urll um utx<,nJunt do mu;~ C pt:1. !IJL,1'111 ll,tqucl., JHt\1&;,\o \ lfl"ICf\1\P 11ao o"orrc .,~ () llt"lll Jt.· \O\.abu I.H JII 1.. 11ntc111 lt,t1,o-, quc 11fto t'\lfio p,c.,clllC"I lhJ IIH•lh:Ul t -...c \dfll,., l(~lh J \ nt:i.Jhubc 11, ~,Ht"lf J/Clll ..1\ \,;oud,\{k, de: m~c:1 \LlP, , , at~Ut 4uc tl,1 '-ompim, d L<,rn , , 111a101 11u11H:tu de UU\W, c-i,,tt:llflldiJo., mJ murkul.t tcrnunal J_;\C ~1 t:"ilolt11<lll ff lallc:. f tN7 I ~X tnu.Jlh, .\11 1111111tu; t\ dt:">4:f II, ,io do pr If IL 1pH, <lt , ,ul ~oil JUI 1111 d1.~ iU lH Ul \\:J1 U.J.UHt"Hlc- U."' po ,1t,1 ltd.1,1,. ~ m•-.cr<,:uo J"" JV, t.11 1 t I ~J.1,h,l t 111hur, , c:,1b.t111 ,, lfLtJ,u Jl· uurnchl -.m •ulur, "omp..111\ :I t.:011111 dn h t , tcrw111.1l [ ~"I L"l 11 '\•• ! ,· 11 .id 1111.111,111111111 U.H .. •' 1.k g,nt"ru 1.0111,• \.\lmh..;ll 1 lk : 111•,i.:11,:l11 po,.k11<l◄ 1 ,\.° apltL tr r u1lu ao ~t'fl\.' JO HU"H.ttluh• 1.jlUtHIP ,hi ti.:mtflllld, ,,., J \.., i I:, H1 l" ( l ~ ,ti J)f l'. t:1,:m 1 -.L·r ik,l·.ut,td1 ,.., de\ 1do ,,H ratu Jt· yu~ "'-~ 1.011.J1\,".04.•, <l-c m"t'f\-~' ' MorfologiaDistribuida 4 7 impostas por seus tra9os de 1 a e 2a pessoas, respectivamente, nao sao satisfeitas pelo tra90 de 3a pessoa do n6 relevante. Por sua vez, (12)c tambem nao se qualifica como uma boa altemativa, uma vez que o tra90 de genero [Fem.] do n6 terminal nao satisfaz acondi9ao de inser9ao imposta por seu tra90 de genero [Masc.]. Percebe-se, assim, que, de todas as altemativas em (12), apenas (12)d tern as condi96es de inser9ao impostas por seus tra9os satisfeitas junto aos tra9os do n6 terminal [3aFem.Sg.]. Por esse motivo, este sera o IV escolhido entre os que estao disponiveis. Nesse caso, entao, foi a satisfa9ao de todas as condi96es de inser9ao impostas por (12)d, que o definiu como o IV adequado ao preenchimento do n6 terminal na posi9ao de sujeito. E preciso chamar atern;ao para o fato de que a insen;ao de voc<!_~ulario2 pr_o_- priamente dita, nao ocorre ainda. Vejam que a representa9ao dos feixes de tra9os ----- derivados pela sintaxe, em (9), nao dispoe de nucleos tais como os de Caso grama- tical ( que marcaremos sempre com maiusculas, a partir de agora) e concordancia, considerados relevantes apenas para o componente morfol6gico da gramatica. Dessa forma, para que os morfemas abstratos ganhem material fonol6gico, sera necessario que nucleos de Caso e concordancia sejam inseridos p6s-sintaticamente, por meio de opera96es mo~fol~gicas_, das quais passaremos a falar a seguir. OPERA<;OES MORFOLOGICAS Nesta se9ao, descreveremos as duas ultimas propriedades centrais da MD, nomea- damente, a subespecificar;ifo relacionada a N s, e a sintaxe em toda derivar;cw, ao apre- sentarmos as opera96es p6s-sintaticas pertinentes ao modelo. Faremos isso ainda com base na senten9a Ela amava o filho pequeno, em (2)/(11 ), cuja representa9ao sintatica apareceu em (9) e vem repetida em (14). (14) TP ---------------[3aF em.Sg.] T ---------------[✓AM -v Primp.] [D. ✓FILH-n Masc.Sg. ✓PEQUEN-a] Usaremos, ainda, as senten9as em ( l 5)a,b, para as quais se pode atribuir a mesma representayao sintatica em (14), no intuito de evidenciar as diferen9as entre elas, que vao se estabelecer na EM. (15) a. Ela entendia o filho pequeno. b. Ela ouvia o filho pequeno. llll l1H 48 Novos caminhos da Linguistica lnsen;ao de morfemas Uma observa9ao mais atenta da representac;ao em (14) nos mostra que ela nao exibe nenhuma informa9ao concemente a marca9ao de Caso dos sintagmas que ocupam as posi95es de sujeito e complemento verbal na senten9a em ( 11 ). O mesmo pode ser dito das informac;;5es sobre a concordancia entre o verbo e o sujeito, por um lado, e entre o nome, o adjetivo e o determinante no sintagma que ocupa a posi9ao de complemento do verbo, por outro. Isso faz sentido na medida em que tais infor-ma95es podem ser tomadas como particulares de cada lingua e, por esse motivo, !_lao_preci~c!m aparecer no componente sintatico que deve ser o lugar reservado para as informa95es que sejam comuns entre as linguas naturais. As diferen9as entre as ~nguas devem ser tratadas fora da sintaxe, mais particularmente, na morfologia. 0 modelo deve, portanto, prever um mecanismo de inser9ao dessas informa96es p6s-sint! ticamente. A esses mecanismos vamos dar o nome de opera95es mqrfol6gicas . A primeira dessas opera95es pode ser ilustrada a partir de ( 11 ) e (14). Trata-se da [nser_wo de morfemas 4 na EM com o objetivo de _satisfazer condi95es universais ou particulares de cada ligg!!a. No caso em questao, sera necessaria a inser9ao de morfemas de Caso Nominativo, na posic;ao de sujeito, e Acusativo, na posi9ao de complemento verbal, para a satisfa9ao do filtro do Caso. Esse filtro e uma condi~ao universal, que diz que todos os sintagmas nominais pronunciados, de todas as lin-guas naturais, devem ser marcados ou pertencer a uma cadeia marcada com Caso. Isso se verifica ainda que tal marca de Caso nao tenha, ela pr6pria, uma realiza~ao fonol6gica, como em PB . A satisfa9ao dessa condi9ao se verificara, dessa forma. com a insen;;ao na deriva9ao em (14) dos nucleos de Caso Nominativo e Acusnti\'o. marcados em negrito nas posi95es relevantes dos exemplos de ( 16), que, por rnzoes didaticas, exibe os constituintes da sentenc;;a representados em linhas diferentes: (16) a. [D [D 3ap em.Sg.] lcusu Norn.]] b. [T [v ✓AM lv V 1] [T Primp.]] C. [D [!J D. ✓FlLH-n Masc.Sg. ✓PEQUEN-a] lcuso Acus.) I Mais morfemas precisarao ser insericlos nos n6s acima, desta feita, para a satisfa~ao de condic;;5es mais particulares do PB ou do portugucs, em geral. Trata-se da inseryi'io de tres tipos de morfemas: i) morfemas de classe realizados por vogais tcmoticas. que definem a classe do verbo ou do nome cuja fonna esta sendo derivadn (representadns por~,._ ou theme vowel, do ingles); ii) morfemas de_concordancia, que marcarao es~e tipo de rela9ao entre o verbo e o sujeito: iii) morfemas de concordancia, que man.:arao • · · A , -t o que e:xpressa esse tipo de rela9ao entre o nome, o adJet1vo e o determmante. - o nuc e · Morfologia Distribufda 49 rela96es de concordancia, chamamos de Agli. (agreement, do ingles). Os resultados das opera96es de inserc;ao <lesses morfemas na EM da sentenc;a ( 11) aparecem em (17), cujos exemplos mostrarao a inserc;ao de morfemas de Caso, Agr. e classe verbal apenas. Exemplos de inserc;ao de morfemas de classe nominal ( cN) serao exibidos ao final desta sec;ao, na subsec;ao sobre as operac;oes de fusao e empobrecimento: (17) a. [0 [ 0 3aFem.Sg.] lcaso Norn.]] \ • b. [T [TL ✓AM [V L V] [3 cl]]] [T Pr Imp.]] [Agr 3asg.]] c. [0 [ 0 D.[Masc.Sg.] ✓FILH-nMasc.Sg. ✓PEQUEN-a[Masc.Sg.]] lcasoAcus.]] A partir deste ponto, a deriva9ao sintatica,ja modificada por algumas operac;oes morfol6gicas, esta pronta para receber as informa96es fonol6gicas pertinentes. Em outras palavras, a inserc;ao de vocabulario pode ocorrer e devera levar em conta os IVs disponiveis na lingua. Dentre as muitas possibilidades oferecidas pelo PB, os IVs em ( 18) poderao ser inseridos nos morfemas em ( 17), como demonstrado em ( 19): (1 8) a. /cla/ ~ [3aFem.Sg.Nom.] c. 0 ~ [Caso Acus.] e. le/ ~ [c2] g. /va/ ~ [Prlmp.cl J,, (1 9) a. [D [D 3afem.Sg.] [Caso Norn.]] /da/ b. /u/ d. /a/ f. Iii ~ [D.Masc.Sg.] ~ [cl] ~ [c3] [Prlmp.] h. /ia/ ~ b. [T [T [V ✓AM LL v] [3 cl]]] [T Prlmp.]] [Agr 3asg.]] /am/ /a/ /va/ 0 c. [ 0 [ 0 D.[Masc.Sg.] ✓FILH-nMasc.Sg. ✓PEQUEN-a [Masc.Sg.]] lcns 0 Acus.1] /u/ /fif.u/ /p1kEnl /u/ 0 A partir dai, outros reaj ustes fonol6gicos podem ainda acontcccr, a depend er das propriedades fono16gicas da cada lingua. Nesse ponto, recorremos tambem as sentern;as em ( 15) para tratarmos du proprie- dade de subespecificayao dos IVs, tao importante dcnt:ro do modelo du r-,,m. Nessas sentenyas, a morfologia de [Prlmp.] se realiza pela forma - ia, diferentemente do que acontece no caso da sentenc;a com amava, em ( 11 ), em que - va ea forma que rea liza o [Prlmp.]. Nos exemplos de IVs em (18), podemos observar essa opcionalidade, no que diz respeito as marcas de [Prlmp.] , bem como as marcas de~: ha alomorfes distintos para essas duas categorias no PB. Em (20), reunimos esses expoentes fono- 16gicos distintos, concorrentes para o preenchimento do n6 terminal que a sintaxe vai gerar para a forma flexionada que vai ocupar posic;ao de n(1cleo do predicado verbal. I so Novos caminhos da Linguistica (20) a. /va/ ---+ [Prlmp.cl] b. /ia/ ---+ [Prlmp.] C. /a/ ---+ [cl] d. /el ---+ [c2] e. /i/ ---+ [c3] Com a representa9ao em ( l 9)b para a forma amava, ja pudemos observar que, em EM, o n6 sintatico relativo a f01ma verbal ganhou os morfemas de .3 e de Agr. E, de modo geral, podemos dizer que a deriva9ao morfol6gica para as formas de 3a pessoa do singular do preterito imperfeito sera como (21 ), em que ✓v pode ser ✓AM, ✓ENTEND ou ✓ouv (as raizes dos verbos amar, entender e ouvir das sen- ten9as em (11) e ( 15)) e 3 pode ter os tra9os de [ c 1] , [ c2] ou [ c3], representando a possibilidade de escolha entre as vogais tematicas das tresconjugac;oes; (22), por sua vez, representa apenas a parte do n6 morfossintatico T (ja modificado na EM pela inser9~fo do morfema de classe verbal) que contempla os morfemas de Te de J. (21) [T [TL ✓v L [V v] [3 cl ,2,3]]] [T Prlmp.]] [Agr. 3asg.]] (22) [TL ✓v L [v v] [3 cl,2,3]]] [T Primp.]] Com (22) em mente, observamos que os IVs em (20)a,b e (20)c,d,e, respecti- vamente, sao os que tern condi96es de concorrer para o seu preenchimento, pois relacionam material fonol6gico a conjuntos de tra9os pertinentes a T e .J. Assim, para a forma amava, em (11 ), que tera a representa9ao mais especifica em (23), no caso do preenchimento do morfema de 3, percebemos que, assim como no preenchimento do n6 de sujeito, o n6 3, que exibe o tra90 [ c 1 ], s6 satisfaz in- tegralmente as condic;oes de inserc;ao impostas pelo IV (20)c. Os IVs (20)d,e sao, entao, descartados pelo principio do subconjunto, em (13). (23) a. [T [v ✓AM [v L v] [ 3 cl]]] [T Prlmp.]] /a'm/ /a/ /va/ amava /a' mava/ Quanto ao morfema de T, em principio, (20)a e (20)b estariam disponiveis para o seu preenchimento. No entanto, (23) nos mostra a associac;ao entre T e 3, o que nos remete as condi96es de inserc;ao dos IVs em (20), relativas a essas propriedades gramaticais. Vejamos que, ao passo que (20)a condiciona a realiza9ao de /va/, simuJ- taneamente, aos valores de [Primp.] e de [cl] para os morfemas de Te ,3, respectiva- mente, (20)b exige a presenc;a do trac;o [Prlmp.] como t'mica condic;ao para a inser9ao de /ia/. Ora, nesse caso, as duas formas em (20)a,b terao suas condic;oes de inser9ao Morfologia Distribuida 5 1 satisfeit~s pelo n6 terminal em (23) e, portanto, sao elegiveis para o preenchimento d~s~e ~0 - No entanto, o mesmo principio do subconjunto, em ( 13 ), afi rma que "se vanos itens de vocabulario satisfazem as condi96es de inser9ao, o item que for com- pativel com o maior numero de trac;os especificados no morfema terminal deve ser escolhido" . Como (23) satisfaz duas condic;oes de inser9ao em (20)a e apenas uma em (20)b, somos levados a escolher (20)a para o preenchimento do trac;o de [Prlmp.] nos morfemas T dos verbos de classe 1, derivando, portanto, a forma amava. Por sua vez, no que concerne aos tra9os correspondentes aos morfemas de T e de 3, o n6 morfossintatico T para as formas entendia e ouvia, em ( l 5)a,b, respec- tivamente, terao as representa96es em (24)a,b. (24) a. [r L ✓ ENTEND L [v v] [ 3 c2]]] [r Primp.]] litt d3/ /e/ /ia/ b. [r L ✓ OUV LC, v] ( 3 c3]]] [r Primp.]] /ow'v/ /i/ /ia/ entendia lit£' d3ia/ ouvia /ow 'via/ Para o preenchimento do n6 de 3 em cada caso, temos que seus tra9os [ c2]. em (24)a, e [ c3],. (24)b, respectivamente, satisfazem integralmente as condi- 96es de inserc;ao impostas pelos IVs (20)d e (20)e, sen do as outras alternativas automaticamente descartadas pelo principio do subconjunto, em ( 13 ). Quanta ao preenchimento de T, marcado com [Primp.] nos dois casos de (24), temos. agora, apenas um candidato, nomeadamente (20)b, ja que, nesses dois casos. os trac;os em T nao podem satisfazer as condi96es de inserc;ao de l-1 0)a. que exigem a presenc;a de um tra90 [ c 1] na composi9ao do n6 termi nal. Esse l V t. entao, descartado em favor de outro que, por nao impor cond i~oes de insen;ao relativas ao n6 de 3, ou seja, por ser subespeci.ficado para os tra<i:os rderentes a esse n6, e compativel tanto com o trac;o [ c2], quanto com o tra<;o l c3 ]. Assim, como esperado, /ia/ ea forma escolhida para o pr~enchimento ck ( ~➔ )u.b, como se ve acima. Nesse caso, pode-se vcr, ainda. que outros rcaj ustes fonol 6gicos ocorreram ( 0 apagamento fono16 gico dos segmentos Id e I ii , reforentes aos trac;os [c2] e [c3], respectivam entc), para que a fo rma derivada fi que de acordu com propriedades fonol6gicas da cacla lingua. o que se ve, entao, e que o pr6prio principio do subconjunto ja preve a{stT!fespe- •, ~ ode IV:l,, a segunda propriedade central do modelo da Mil: o~ n6s terminais SIGI sao c~mpl~_!_~~ente especificados, mas os I Vs que preenchem tais posi~oes nao precisam se-lo. A consequencia imediata dessa propriedade de subespecifica<;ao e a_2_ossibilid~de- de oferecer um tratamento para o ten6meno do sincretismo dentro da ~- -~..s>~~1~s ~ii:icreticas sao aquelas que ex ibem a mesma forma fonol6gica, mas 11111 52 N ovos cominhos do Lingufstica CJ.Ue representam trac;os gramaticais diferen.tes, ex~tamente como aco.ntece con, a sequencia /ia/, que pode remeter ao preterito 1mperfe1to de formas verba,s das cla~se'i 2 e 3. Nesses casos, corno consequencia imediata do principi o do subconjunto, urn unico IV _ (20)b - insere o mesrno expoente fon o16gico - / ia/ - em dois (poderiam ser mais de dois) n6s sintatico-semanticamente diferentes: (24 )a e (24 )b. Fusao e empobrecimento Alem da operac;ao de inserc;ao de morfema, o modelo preve, tambem, as ope- rac;oes deJfusao, que funde d_ois nu~leos sintaticos em um , de fissilo, que separa ~m nucleo sintatico em ~ois, de ~mpobrecimento (Bonet, 199 1 ), que apaga tras;os _de um nucleo sintatico, alem de regras de reajuste fonol6gico particulares de cada lingua. Abordaremos, aqui, apenas as operac;oes de fusao e de empobrecimento, para ilustrar o funcionamento do modelo. Uma das sentenc;as que vem nos servindo de apoio neste texto , com uma ligei- ra modificac;ao para Eu amava meu .filho pequeno, pode mostrar a aplica9ao <las operac;oes de fusao e de empobrecimento nas estruturas sintatica e morfol6gica que resultam na forma verbal amava. Demonstraremos isso, tomando por base a proposta de Bassani e Lunguinho (2011) para o tratamento da flexao verbal do portugues . Os autores assumem a derivac;ao sintatica basica em (25) ea derivac;ao morfologica em (26) para o verbo no portugues. Mais uma vez, v = categorizador verbaL , = urna raiz qualquer, T = m'.icleo da categoria Tempo e 3 (Th, para os autores) = classe verbal. Na representac;ao morfol6gica, sao inseridos os morfemas de Agr. e de 3. (25) l· (26) \ · T ~ T AGR ~ ---~ V T ~ -------- ✓ V ~ '- -, V J Morfologia Oistribufda 53 Considerando apenas o paradigma do preterito imperfeito, destacamos, entre os IVs relacionados pelos auto res como pertinentes a formac;ao da flexao verbal no portugues, as marcas de pessoa, alem da alomorfia para a desinencia modo-temporal desse paradigma, para a qual a lingua disponibiliza os alomorfes /val e /ia/. Em (27), os IVs relevantes: (27) a. /va/ ~ [Prlmp.] / [ c 1] b. /ia/ ~ [Prlmp.] / [ c2/3] c. lo/ ~ [Pres., PSg.] d. Iii ~ [lasg.] e. /mos/~ [PPL] f. /a/ ~ [ C 1] A estrutura em (26), usada para representar as formas do paradigma de prete- rito imperfeito, resulta em algo como (28)a e nos orienta a inserir dois morfemas para realizar os trac;os de T e Agr. na EM. Sendo amava a forma relevante para a primeira pessoa do singular, os autores sao levados a sugerir que ha fusao entre os nucleos T e Agr., como em (28)b. Dessa operac;ao resulta um n6 que contem, ao .!_llesmo temp~, os seguintes valores para os trac;os de Tempo, Pessoa e ~umero: [Prlmp. l asg.]. (28) a. T ~ V T ~ T ~ Prlmp. ✓ V ~ V 3 cl AGR 1asg. b. T ~ T AGR ~ Primp.l nSg. V ~ V -~ V 3 cl Entre as formas disponiveis em (27), o principio do subconjunto indicaria o lV em ( d) Iii~ [ 1 asg.] para o preenchimento do n6 [Prf mp. l asg.], resultante da ope- ra9a0 de fusao . No entanto, isso geraria a forma inesperada amai para a 1 n pessoa do singular do preterito imperfeito do verbo amar, como se ve em (29): ~ 1111 - - 54 Novos caminhos da Lingu istica (29) amai T ~ T AGR ~ Prlmp. 1asg. V T /i/ ~ ✓ V /am/ ~ V :s cl /a/ Os autores assume1n, entao, a regrade empobrecimento em (30), que a2aga o !r.~<;o de pessoa nas f~ffmas de singular do preterito imperfeito dos verbos de classe 1, ou seja, nas formas em que o tra90 de classe coocorre com o tra90 [Primp.] : A aplica9ao dessaregra de empobrecimento torna impossivel a inser9ao do IV em (27)d, mas permite, ao mesmo tempo, a inser9ao de outro IV compativel com o n6 [Prlmp. l asg.]: trata-se do IV em (27)a: (31) amava T ~ T AGR ~ Prlmp.Sg. v T /va/ /am/ ~ V J cl /a/ Associado a fonologia da raiz /am/ e do sufixo tematico adequado para c 1 /a/, 0 IV em (27)a resultara na forma flexional esperada amava. A opera9ao de empobrecimento tambem pode ser ilustrada em um contextQ_ 9eri-vacional, que cria formas truncadas como neura, correspondente, mas nao sinonima, -d~ neurose em PB. De modo geral, percebe-se, nesse tipo de forma truncada, uma - Morfologio Oistribuida 55 leitura apreciativa que da um carater informal e bastante familiar a expressao. Essa leitura fica bem evidente em exemplos como Ta de brines!, para Ta de brincadeira! e Tou de bobs .. . , para Tou de bobeira ... , ou, mais evidente ainda, quando se usam formas truncadas em apelidos, como Renas, para Renato, e Papis, para chamar o f cachorrinho cujo nome e Papiro. Scher (2016) assume que as representa96es em (32 )a,b e (33 )a,b sejam, respec- tivamente, as estruturas sintaticas e morfol6gicas para a forma plena - neurose - e para a sua forma truncada correspondente - neura. (32) a. N b. N ~ ✓NEUR N ~ . y'. r N 3 ,..0 ~ cn3 ✓NEUR N I I neur- -OS- -e A estrutura em (32)a representa o passo sintatico de categoriza9ao da raiz na for- ma9ao da palavra neurose. Na deriva9ao morfol6gica, como se ve em (32)b, um nucleo J para o sufixo tematico nominal e inserido na deriva9ao para satisfazer requisitos de boa forma9ao de palavras, especificos do PB, que nao suporta uma forma como neuros. com o significado de neurose. No caso de classes nao verbais, esse nucleo podera ser preenchido com os tra9os [ en 1 ], [ cn2] ou [ cn3] (cf.Alcantara, 2010), indicativos das classes nominais do PB. Nenhuma outra opera9ao modifica a representa9ao da fom1a plena ea inser9ao de vocabulario pode ocorrer como em (32)b. As estruturas sintatica e morfol6gica em (33), que representam a forma truncada neura, diferem das estruturas correspondentes a deriva9ao da forma plena ncurose por envolverem a presen9a da categoria [ EVAL ], uma fategoria avaliati\ n, responsavel pela leitura apreciativa que se tern na forma truncada. (33) a. N ~ N EVAL ~~ [cn2] ✓ NEUR N b. N ---~ N ~ _/ __ _,,,~-----.. en 2 N EVAL _____ ,.,-------------..~ [cn2J ✓NEUR N I [n] neur- 0 -a , Morfologia Distribufda 57 opera<;5es se assemelham as ope~a95es sintaticas propriamente ditas ao se ~licarem a uma estrutura hierarquica f<?rmada pela sintaxe e por respeitarem os limites dessa estrut~ Dessa forma, pode-se dizer que estamos diante de estruturas sintaticas tambem no componente morfologico da arquitetura da gramatica prevista pela MI $IGN . de onde tiramos a terceira propriedade do modelo que diz que s6 ha {slruturas ~if!laticqs em toda a derivw;ao . . LIMITA<;OES DO MODELO Ate o momento, descrevemos a MD, em suas caracteristicas mais relevantes e procuramos oferecer ao leitor uma demonstra9ao desse modelo em funcionamen- to. Trata-se de uma proposta muito interessante, capaz de dar conta de processos distintos de forma9ao de palavras de uma maneira extremamente elegante, em que apenas um componente gerativo da arquitetura da gramatica e capaz de explicar a forma9ao de palavras e de senten9as por meio dos mesmos mecanismos. No entanto, embora ja haja esfor9os bastante significativos nesse sentido, os pro- cessos morfologicos que as teorias morfologicas costumam chamar de "morfologia nao concatenativa" ainda requerem uma aten9ao especial do modelo. Trata-se de processos tais como os de forma9ao de hipocoristicos (Leo II Leonardo), de formas truncadas (hidro II hidroginastica,· bi.Ju II bijuteria,· neura II neurose; bobs II bobeira) e de blends (apertamento II apartamento apertado). Entre esses, casos como neura II neurose, ou cerva II cerveja vem sendo estudados por mun e tern recebido um tratamento que sugere a forma9ao desse tipo de palavras a partir de uma raiz, nos moldes do exemplo de forma9ao de neura discutido na se9ao anterior. Por sua vez, casos como a forma9ao de blends' foram discutidos por M inussi e Nobrega (2014) e Nobrega e Minussi (2015), que ofereceram uma analise em termos do acesso da enciclopedia (lista 3) ao componente morfol6gico. De acordo com os autores, "esse acesso desencadeia i) o apagamento de segmentos fonol6gicos presentes nos IVs, ii) a sobreposi9ao de segmentos fonol6gicos identicos. ou iii ) a substitui<;ao de um IV por outro a partir da avalia9ao dos tra9os enciclopedicos presentes na lista 3." O autores identificam tres tipos diferentes de blends , a saber: i) os blends fonologic<?.? ( em que ha a prescn9a de um ou mais segmentos fonol6gicos identicos sendo sobrepostos, e.g., roubodfzio < ruubo + rodi::io ), j i) OS blends 121_?r- fologicos ( em que nao ha sobreposic;ao de segmentos, e am bas as palavras-fontes ;ao- truncadas, e.g., cariucho < carioca + gazkho) e iii) os blen1s semanticos (em que ha uma reanalise semantica de um conjunto de segmentos fonol6gicos de Lmrn das palavras-fontes, e.g., madrasta -t Ima/> ✓boa -t boadrasta). Para eles, todos os tipos de blends resultam de um_!_13.put enciclopedico e suas diferen9as superficiais ii-I - 58 Novos conilnhos da Li11gulstlco 1 da pr~senra ou nao de segmentos fonol6g1cos identicos. t essa nro-u~corrt!tn "' " _ - - ,, priedadt; dos blends que os leva a assm~ir a influend~ da en~icl_opedia - n0 550 conhecimento de mundo - no preench1mento dos nos termma1s gerados pela sintaxe. sugerindo que o input para os casos de uma clara interface sintaxe- pragmatica, especificamente no que compete a quest5es estilisticas, e resultado de uma visada enciclopedica no componente morfol6gico da gramatica. 0 resul- tado disso sera a sobreposi9ao ou apagamento de segmentos fonol6gicos dos IVs inseridos nos 116s terminais ( como se ve nos blends fonol6gicos e morfo16gicos) ou a troca de um IV por outro ( como se ve nos blends semanticos ). Logo, com ~m inpu! _semantico-enci~lope~ico, a sobreposi9ao de segmentos fono16gicos ~era um epifenomeno e nao um ponto_de partida para a forma9ao dos blends. Sao propostas interessantes, que ganham espa90 no modelo e que, certamente, apresentam sua contribui9ao para eliminar, gradativamente, o que ainda se ve como uma limita9ao do modelo, nomeadamente, o pouco uso que tern sido feito dele para o tratamento de ~asos de_ morfo logia nao concatenativa. CONSIDERA<;OES FINAIS Este capitulo apresentou, portanto, algumas das propriedades do modelo da MD. T~a~a_-se de_ um m_odelo caracterizado, principalmente, por tres propriedades c~ntrais. t~s~n;ao tardia, subespecificar;ao e sintaxe em toda a deriva9ao. Contra- nando a h1potese lexicalista que a , d 1 . 1 ssume mo u os d1ferentes para a derin1c;ao de pa avras e de sentenr;as e po · d . ' r consegumte, epende de uma divisao clara de trabnlho entre a smtaxe e a morfologia a MD u h' , ~ . . d I' r ' ' ma ipotese nao lex1caltsta para os estudos a mguagem, toma a palavra como um b' d . . outros termos nao se , . b . ,.. 0 ~eto envacional nao privilegiado. Em ' conce ea ex1stencia d- · • formar;ao de palavras c di.st· t d . e um mecarn smo especial, destinndo a .. 10 o o mcca n1smo r assume que todos os ohicto , 1 · · . que ormu sentenyas. Ess~ modelo J s comp cxos denvam d . sintaxe - e, dcssa forma pr . , . . . '" · 0 mcsmo s1stema gerntho - a ' cvc um,1 tnlcrf ace tnn , . . . nentes sintatico c morfol6gico. ' spaiente e dtr\!ta para os compo- NOTAS Devo agratlcccr uos mcn1hros do ( iruro d. l · l <l Esmeralda Vailat i Ni.:g,rilodos~ Lui; He . 1.: ·,~ ll _os 1.:m Morfologia Uistribuic.h <lu l ' 1 · >nn, pe a lc1tunuti.: 11 d ' '>' <,R1:t-.m -- i: 10s ·okgllS c sugc<;tocs qU(; tn 1.: aprcsc11tura1 n. l~in gramle art •• ~- . ,' a · c versl'i1.-s prdiminure'> dt.."'>lc k''\t l ' ~ . \. . ': tem, ccrtamcntc, mt nlls prohil:mas que '1 /1 c.1:'>'>,ts sugc'>l0c-. in.: le, aram ·\ presi.'nt ~ t: pel,ls t.:l1 111enl;tmh " Veja tam bL: 111 Hurley . N . (.ll , ~ourn-;.A-; 4L11: ... tl'>e-; reman1;, L·c11t · · -~· I . . e , ersoodestec.1pitulo,4ue t: oyer 199 ), l.1.: mlc d . I ( .., .., , I:'>~ o t e mmh.a rl!Spo, " b·1· I· J , aprescn tac;;<3es dnm odeln. 0 - 0 L J, Sd1 1.:·rd al(..,( )! ~) . · 1 " -' 11 u11.: . · - ' e SI.' her ( .., 0 I • ) 1 Quanto ao si~tema C-1 en b , " - ::-- pum llutrns , . . , . , 1 uru ll c,o sc n.: scr\. e, nestc .. . respe11o, assumunos 4ue clc sera alimentud ' . . <.: <1p1 tulu, n c:-;pai;:u a<lequudL1 . . 0 c rnstnndu de rno·'o I par, 1 urna d1sc ussa,1 a -;t>u u para elo. - · Morfologia Distri buida 59 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALCANTARA, Cintia da C. As classes for · d , distribuida. Porto Alegr 2003 Dm_azs o p~rtugues e sua constituir;:ilo: um estudo a luz da teoria da rnorfo logia e, • 1sserta9ao (Mestrado) - rums . "As classes formais do portugu ~ b · 1 • ,, L · --- es ras1 e1ro . etras de Hoje. Porto Alegre 45(1) 20 IO pp 5-15 ANDERSON, Stephen R. A-Morphous M h / N · · · · ' ' ' · · · orp o ogy. ew York: Cambndge University Press 1997 ARONOFF, Mark. 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