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Gestão na Construção Civil Aula 4: Produtividade e Inovação Apresentação Nesta aula, veremos que as inovações tecnológicas estão cada vez mais presentes na realidade da indústria da construção civil. Entenderemos que é graças a elas que os empreendimentos se tornam cada vez mais competitivos, atraentes e robustos para encarar a competição voraz do mercado da construção. Além de todos os outros benefícios, as inovações tecnológicas também ajudam a aumentar a produtividade visto que, quando a tecnologia é empregada no ramo da construção civil, as atividades são desenvolvidas de forma mais padronizada. Esses pontos serão amplamente abordados nesta aula, observando os objetivos estratégicos do negócio, assim como a visão que mais se encaixa para cada empreendimento construtivo. Objetivo Reconhecer a importância da tecnologia para a produtividade Identi�car as formas de mensuração da produtividade na construção civil; Relacionar produtividade e inovação na melhoria de resultados na construção civil. Palavras iniciais Tanto a produtividade quanto a inovação são temas que vêm ganhando grandes dimensões em todos os segmentos econômicos brasileiros e, em especial, na construção civil. Sem dúvida alguma estamos diante de um grande desa�o, ou seja, apoiar projetos inovadores e sustentáveis, com novas tecnologias e aumento da produtividade. Nesse sentido, o conceito de produtividade total, vem, a cada dia, crescendo nas empresas, visto que são geradoras de lucro para as organizações, melhoram sua imagem de mercado e garantem um trabalho seguro. Fonte: Shutterstock Podemos a�rmar, então, que conceitualmente a produtividade é fator determinante de crescimento de uma organização ao longo do tempo. O crescimento da produtividade ao longo dos anos, vem ao encontro do próprio crescimento do setor da construção civil, disso não resta nenhuma dúvida. Um grande desa�o para a contextualização e implementação da produtividade no segmento da construção civil, plenamente veri�cada nos canteiros de obra, por exemplo, está diretamente atrelada à baixa quali�cação dos pro�ssionais e, consequentemente, à grande di�culdade no recrutamento de mão de obra no Brasil. Conceito de produtividade Quando abordamos o termo produtividade, estamos tratando de diversos conceitos: produtividade do trabalho, do capital físico, de um processo produtivo, de um insumo. Todos os conceitos expressam aspectos especí�cos. É notório que existe uma relação positiva entre o produto gerado por um setor ou por uma economia e a quantidade de trabalhadores e de máquinas, equipamentos, instalações etc. utilizados. A essa função denominamos função de produção. Podemos então a�rmar que a produtividade irá determinar a capacidade produtiva de certa organização produzir um bem. Por exemplo, a produtividade na construção de um edifício multifamiliar determinará sua capacidade de produção de apartamentos em determinado prazo e de�nindo inclusive sua qualidade. Sem dúvida alguma que, nesse sentido, um dos fatores determinantes é o tipo de tecnologia que será implementada na construção. Quais as máquinas e equipamentos? Serão alugados por determinado período ou serão adquiridos visando novos empreendimentos? Podemos ter claramente essa visão se alinhados à gestão da produtividade. Logo, uma construtora que, em decorrência do tipo da obra, utiliza muitas máquinas e equipamentos e poucos trabalhadores, seria por de�nição mais e�ciente, caso fosse considerada a produtividade média do trabalho como medida de e�ciência; e menos e�ciente, se fosse utilizada a produtividade do capital como medida. Nesse caso, um conceito mais amplo para a produtividade é obtenção de uma produção maior com uma mesma quantidade de recursos empregados ou, de outra maneira, quando se emprega menos recursos para obter uma mesma produção. Não há dúvidas de que a produtividade é perfeitamente mensurável. Na construção civil, é extremamente necessário medir e aumentar a produtividade, o que implica escolher a melhor maneira de usar os recursos de que dispomos em campo. Em outras palavras, trata-se de pensar em estratégias para explorar bem o espaço físico e empregar da melhor forma possível os instrumentos, os insumos disponíveis, os métodos de gerenciamento e a mão de obra. 1º exemplo: Uma determinada empresa de construção civil que não tem programa de gerenciamento de seus resíduos e não se preocupa com a destinação �nal do entulho da obra. Esta empresa não está alinhada com os programas de produtividade, logo, não conseguirá entender o quanto esse entulho poderá gerar resultados �nanceiros e garantir novos clientes; Fonte: Shutterstock Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fonte: Shutterstock 2º exemplo: Um trabalhador num canteiro de obras com sobrecarga de trabalho, horas extras contínuas, sem descanso e sem boas condições de trabalho. Podemos, num primeiro momento, veri�car que a obra está cumprindo seu cronograma, será entregue no prazo, mas não dimensionamos o preço referente à saúde desse trabalhador. Podemos concluir que a produtividade na construção civil está relacionada ao equilíbrio geral do resultado. De acordo com o Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2019), os principais fatores de impacto na produtividade na construção civil são: 01 Capacitação e treinamento da mão de obra: funcionários bem capacitados, adequadamente remunerados e quecriam vínculos com a empresa tendem a apresentar melhor produtividade. 02 Retrabalho: quando o trabalho não precisa ser refeito, o desperdício é reduzido e os prazos atendidos. 03 Matéria-prima: bons materiais proporcionam menos retrabalho e controle sobre o estoque proporciona continuidadeao �uxo de trabalho. 04 Layout do canteiro de obras: ao planejar o espaço de trabalho, a circulação de trabalhadores e máquinas é agilizada,com fácil acesso aos materiais pela frente de trabalho. 05 Segurança do trabalho: quando um funcionário se machuca, além do custo humano imensurável, há prejuízos�nanceiros e impactos na produção e nos prazos. 06 Planejamento e controle de obras: com um plano a�nado de execução, a obra não vai enfrentar desabastecimentonem desperdício de materiais. Também serão menos graves os eventuais atrasos ou erros. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Neste contexto surgem ferramentas de suporte no trabalho na construção civil. Veja: Ferramentas de medição da produtividade na construção civil Clique no botão acima. Existem algumas ferramentas para medir a produtividade na construção civil: a) TCPO (Tabelas de Composições de Preços para Orçamento)- instrumento tradicional para medir a produtividade na construção civil. Trata-se de uma publicação que traz composições de custos para diversos serviços realizados num canteiro de obras. Estas composições de custo indicam a quantidade de horas, os equipamentos e a mão de obra necessários para realizar cada serviço. Com isso, estabelece valores de referência para a produtividade na construção civil brasileira; b) Há também, na TCPO, uma lista de fatores que impactam positiva ou negativamente para a produtividade de cada serviço; c) Outra ferramenta útil é o Manual Básico de Indicadores de Produtividade na Construção Civil, da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). A entidade adotou, para a publicação, os conceitos de RUP (Razão Unitária de Produção), apresentado como RUP cumulativa e RUP potencial, e de CUM (consumo unitário de materiais). A produtividade apresenta um critério de cálculo atrelado à quantidade de serviço a ser realizado por um número de pro�ssionais durante determinada quantidade de tempo (hora, dia ou mês). A produtividade pode ser expressa de forma individual ou por equipe, e o relacionamento dessas variáveis segue conforme a fórmula abaixo: Exemplo: Quantidade de serviço: 80m² Tempo de execução: 8 horas Número de pro�ssionais: 2 homens Na indústria da construção civil, é uma prática comuma análise e o cálculo da produtividade, considerando-se um índice ou coe�ciente relacionado ao tempo estimado do serviço, quantidade de pro�ssionais que irá executá-lo e a quantidade de serviço. Vejamos o exemplo a seguir: Quantidade de serviço: 80m² Tempo de execução: 8 horas Número de pro�ssionais: 2 homens Por exemplo, quando se trata da pintura de um apartamento, as principais tarefas são: Preparar a superfície (lixar, selar, aplicar massa, lixar novamente etc.); Pintar - com produtividades diferentes. Assim o cálculo do coe�ciente de produtividade é obtido calculando o Hh/m² (homem-hora por metro quadrado) de cada um dos serviços de execução. Assim, se um pintor leva duas horas para pintar 10m² de parede, seu coe�ciente é de 0,2 Hh/m². Obviamente, há uma variação se você calcular o tempo usado para cantos e detalhes. Porém, é importante ter muito cuidado com alguns fatores que devem ser considerados e que nem sempre são percebidos nos cálculos: Quantidade de funcionários envolvidos; Tempo de execução de cada serviço; Tempo de transporte de materiais; Fatores externos; Materiais utilizados; Uso de equipamentos. Observe que existem diversos fatores que poderão acarretar o comprometimento de um cronograma físico-�nanceiro de um empreendimento, podendo ser plenamente mensurável com as equações da produtividade acima apresentadas. Em outros termos, se o material de trabalho não estiver à disposição no prazo determinado, a produtividade diminuirá. Da mesma forma, atrasos de salários, acidentes de trabalho, o relacionamento interpessoal e a quantidade de dias chuvosos também in�uenciam o resultado. Em razão disso, o controle da produtividade é um indicador importante da melhora de desempenho dos processos. Por isso, uma forma muito e�ciente de usar o cálculo é considerar a in�uência em Hh/m² de cada fator envolvido. Vamos então exempli�car estes questionamentos: a) Qual a variação entre a pintura de cômodos grandes e pequenos em Hh/m²? b) E no caso de paredes mal preparadas? c) Qual a in�uência da indisponibilidade de materiais? E equipamentos? d) Qual a análise da taxa de falhas das máquinas antigas e que estão em operação? e) Quais os valores gastos com os acidentes de trabalho, incluindo o próprio Seguro de Acidente de Trabalho – SAT, oriundos da ausência de investimentos nas Normas Regulamentadoras de proteção aos trabalhadores numa obra? Seguindo as orientações do SEBRAE (2019), vamos abordar as questões relacionadas à tecnologia como aliada à produtividade na construção civil. Segundo o SEBRAE, a tecnologia está revolucionando a produtividade na construção civil em pelo menos três frentes: Materiais: há cada vez mais alternativas de materiais de construção inteligentes e que ajudam a obter melhores índices de qualidade e produtividade na construção civil; Controle e gestão: aparelhos digitais, como tablets, smartphones e softwares de gestão, proporcionam organização e acesso instantâneo a informações relevantes para o bom andamento da obra. Com isso, reduzem processos e, consequentemente, melhoram a produtividade na construção civil; Produção: desde que sob a operação de colaboradores bem capacitados, ferramentas e equipamentos permitem automatizar boa parte do processo produtivo, levando à melhoria na produtividade na construção civil. Con�ra o grá�co que indica em quais aspectos a tecnologia proporciona ganhos de produtividade na construção civil: Inovações na Indústria da Construção Civil Agora vamos tratar um pouco das questões relacionadas às inovações na indústria da construção civil, visto que este tema também está diretamente relacionado à produtividade, ou seja, produtividade e inovação se complementam claramente. Os reais objetivos de uma organização passam por processos de melhoria contínua e, nesse sentido, a inovação vem ao encontro das expectativas e objetivos de uma organização. O processo de inovação nos traz oportunidades de observar um cenário, nem sempre positivo, e propor melhorias que irão modi�car um processo de produção, por exemplo, e garantir maior produtividade. Vejam que mais uma vez produtividade e inovação caminham juntas. Muitas construtoras vêm utilizando drones para as avaliações termográ�cas das fachadas prediais quanto à instalação de revestimentos cerâmicos, fazendo uma análise em tempo real de possíveis não conformidades e gerando melhoria no processo, garantindo qualidade e, com certeza, maior produtividade. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Outro exemplo que vem ganhando mercado na construção civil é o uso de robôs nos canteiros de obra, algo inimaginável em tempos remotos. Os robôs vêm realizando montagens e instalações de paredes de gesso acartonado (modelo dry wall) sem a necessidade de operadores para acompanhar este trabalho. Mais uma vez a inovação garante ótimo rendimento e excelente resultado em produtividade. Fonte: Tecmundo Atividades 1. De acordo com as informações e orientações do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), existem diversos fatores que impactam na produtividade. Marque a única alternativa que está correta nesse sentido: a) Capacitação e treinamento da mão de obra: quando um funcionário se machuca, além do custo humano imensurável, há prejuízos financeiros e impactos na produção e nos prazos. b) Retrabalho: quando o trabalho não precisa ser refeito o desperdício é reduzido e os prazos atendidos. c) Matéria-prima: ao planejar o espaço de trabalho a circulação de trabalhadores e máquinas é agilizada, com fácil acesso aos materiais pela frente de trabalho. d) Layout do canteiro de obras: com um plano afinado de execução, a obra não vai enfrentar desabastecimento nem desperdício de materiais. Também serão menos graves os eventuais atrasos ou erros. e) Segurança do trabalho: bons materiais proporcionam menos retrabalho, e o controle sobre o estoque proporciona continuidade ao fluxo de trabalho. 2. Numa obra, temos um serviço a ser realizado em 200m², em 10 horas e com 2 trabalhadores para desenvolverem tal atividade. Qual a produtividade individual neste caso? a) 2 m²/hora. b) 10 m²/hora. c) 20m²/hora. d) 1m²/hora. e) 40m²/hora. 3. De acordo com o SEBRAE, a tecnologia pode ajudar a melhorar a produtividade na construção civil. Quando dizemos desde que sob a operação de colaboradores bem capacitados, ferramentas e equipamentos permitem automatizar boa parte do processo produtivo, levando à melhoria na produtividade na construção civil, estamos tratando de: a) Materiais. b) Gestão. c) Custos. d) Segurança. e) Produção. 4. Em relação à inovação na indústria da construção civil, é incorreta a a�rmativa: a) A inovação é o processo em que a construção tratará apenas do custo da obra. b) Inovar tem a ver com o aprimoramento constante e a gestão da inovação adequada para auxiliar no cumprimento dos objetivos da empresa. c) Uma inovação pode ser de ordem organizacional, gerencial, de produto etc. d) É o exemplo de optar pelo uso de sensores vestíveis para gerenciar melhor o trabalho da equipe ou de equipamentos. Há ainda a possibilidade de uma política de resíduos a fim de diminuir o impacto ambiental. e) A inovação atua tanto no cenário macro (econômico, político, meio ambiente etc.), quanto no micro (gestão da obra, dos trabalhadores etc.). 5. Composto basicamente por per�s modulares de PVC (Polyvinyl Chloride), ou policloreto de vinil, ao serem combinados e preenchidos com concreto, constroem paredes e divisórias. Além de ser altamente resistente à ação de fungos e agentes químicos, proporciona um maior conforto térmico e bloqueia a umidade. Estamos tratando de qual material inovador na indústria da construção civil? a) Biconcreto. b) Contrapiso autonivelante. c) Concreto PVC. d) Concreto protendido. e) Argamassa corrida. Notas Referências ABIKO, A. K.; MARQUES, F. S.; CARDOSO, F. F.; TIGRE, P. B. Setor de Construção Civil: segmento de edi�cações. Brasília: SENAI/DN,2005. ALVES, T. C. L. Buffering practices in HVAC Ductwork Supply Chains. 286 f. Ph.D. Dissertation. Department of Civil and Environmental Engineering, University of California, Berkeley, 2005. ARBULU, R. Improving construction supply chain performance: case study on pipe supports used in power plants. Berkeley, CA. 2002. 108 f. Master of Engineering Thesis, Department of Civil and Environmental Engineering, University of California, Berkeley, 2002. AZAMBUJA, M. M. B. Processo de projeto, aquisição e instalação de elevadores em edifícios: diagnóstico e propostas de melhoria. 2002. 149 f., il. Dissertação (Pós-Graduação em Engenharia Civil) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002. CARDOSO, F. F. Importância dos estudos de preparação e da logística na organização dos sistemas de produção de edifícios: alguns aprendizados a partir da experiência francesa. São Paulo, 1996. CORSI, A.; CHIROLI, D. M. G.; ZOLA, F. C.; ARAGÃO, F. V. Logística na construção civil: análise e propostas para aplicação em uma construtora. In: Simpósio de Engenharia de Produção, 2016, Maringá. Disponível em: www.dep.uem.br/gdct/index.php/simeprod/article/download/1018/920. Acesso em: 14 ago. 2019. SZAJUBOK, N. K.; ALENCAR, L. H.; ALMEIDA, A. T. Modelo de gerenciamento de materiais na construção civil utilizando avaliação multicritério. v. 16, n. 2. São Paulo: 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0103-65132006000200010. Acesso em: 14 ago. 2019. Próxima aula Inovações tecnológicas no seguimento da construção civil; Possibilidades de inovações para melhoria de execução de planos. Explore mais javascript:void(0); javascript:void(0); Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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