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1 ESTRATÉGIAS DE LEITURA A PARTIR DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS QUEM ESTÁ TENDO DIFICULDADE OU ESTÁ SEM TEMPO PARA FAZER O TCC ME CHAMA NO WHATSAPP, SERÁ UM PRAZER TE AJUDAR 44 98808-4199. SOBRENOE, Nome1 RU: ORIENTADOR (A) RESUMO O presente trabalho teve como objetivo compreender a importância da utilização dos diferentes gêneros textuais em sala de aula e como estas estratégias podem ser aplicadas. Para tanto, foi desenvolvida pesquisa de caráter exploratório de alguns documentos e artigos que tratam sobre esta temática, a fim de classificar o que são estratégias de leitura e sua consequente utilização com os mais diversos gêneros textuais. Foram estudados os autores, como Firak, Hodges, Cantalice, Rangel, dentre outros. A falta da pratica de leitura entre as crianças e jovens trazem malefícios ao longo de toda a vida academia e após na vida adulta, portanto criar uma estratégia para que a leitura seja frequente é fundamental para que isso nãos e torne algo maçante e cansativo. Concluiu-se que as estratégias de leitura são diversas e são abordadas de diferentes formas para se trabalhar na aquisição da leitura, e que por darem tanta diversidade de ação, são ricos recursos para a exploração do professor que pode escolher as melhores formas de trabalhar, de acordo com seus alunos e sua realidade. Trata-se de um trabalho versátil que abre diversas possibilidades de ação. Cabe ao professor, considerado pelos documentos estudados como os intermediadores do conhecimento, traçarem as estratégias de leitura mais adequadas a sua turma, sempre considerando suas especificidades, e tendo como objetivo central tornar o aluno o protagonista de seu conhecimento. Palavras-chave: Estratégias de Leitura. Gêneros Textuais. Conhecimento. Leitor. 1. INTRODUÇÃO A aquisição da leitura e da escrita é um processo que envolve um trabalho efetivo do professor que precisa utilizar-se de vários recursos para conseguir bons resultados 1 Aluna do curso de Licenciatura em Letras no Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. Letras - 2022. 2 frente a seus alunos. Todo esse processo exige que instituições e professores atuem buscando novas formas de ensino e novos recursos que realmente chamem a atenção dos alunos, tornando o ensino e a aprendizagem muito mais dinâmicos. Para entender melhor o assunto dividimos a primeira parte em2 capítulos, o primeiro trata da base da leitura no ambiente escolar e como isso se perpetuara ao longo de sua trajetória de vida. O Segundo abordara as técnicas que podem ser utilizadas durante o processo de leitura Dentre vários recursos disponíveis estão os gêneros textuais. O uso de gêneros textuais pode ser um grande aliado neste processo, pois fornece um aparato de recursos diferenciados que tornam o trabalho mais dinâmico e interativo. São vários os gêneros que podem ser aproveitados de acordo com a turma e a etapa de ensino. O importante é disponibilizar os gêneros textuais e fazer uso dos que forem mais atrativos ou principalmente serem aplicados de acordo com a necessidade de aluno. Porém, neste processo de aquisição da leitura faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias de leitura que podem englobar o uso dos diferentes gêneros textuais. As estratégias são importantes, pois fazem com que o trabalho seja planejado e não disponibilizado de forma aleatório. É preciso ter objetivos a serem seguidos e os procedimentos necessários para enfim tornar os gêneros textuais grandes aliados da aprendizagem. Dessa forma, este trabalho se justifica pela necessidade de se compreender a importância das estratégias de leitura com os diferentes gêneros textuais, ou seja, compreender a importância da utilização dos diferentes gêneros textuais nas estratégias de leitura. Os objetivos específicos são: analisar como se dá o processo de aquisição da leitura; compreender como os gêneros textuais podem ser trabalhados em sala de aula; estudar alguns autores e documentos oficiais que tratam sobre a aplicabilidade dos gêneros textuais em sala de aula e analisar algumas estratégias de leitura a serem utilizadas em sala de aula. A metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica em textos conceituados da literatura da área. 2. ESTRATÉGIAS DE LEITURA E O USO DE GÊNEROS TEXTUAIS 3 2.1. A LEITURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR Para que uma pessoa exerça com coerência seu papel na sociedade, ela precisa ter uma formação adequada nas escolas, pois é neste ambiente em que se depara com as mais diversas aprendizagens, e mais precisamente neste caso, com o ensino da leitura, item essencial para a sua participação efetiva na sociedade. Não se trata de excluir as pessoas que não tiveram formação, mas trata-se de um item que o inclui e faz com que seja consciente do que realmente acontece ao seu redor. Dessa forma, é essencial a formação de um leitor competente. Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade. (BRASIL, 1997, p. 40). Esta citação resume o que se espera na formação de leitor competente: ele mesmo deve aprender e utilizar diariamente as estratégias de leitura para decifrar os variados textos que surgem. Trata-se de um aprendizado que serve para a vida cotidiana, para as necessidades da pessoa. Daí a necessidade de se investir nesse processo, pois “formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos” (BRASIL, 1997, p. 40). Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente. (BRASIL, 1997, p. 40). Um leitor realmente eficiente utiliza-se de decodificação, mas compreende que esta é apenas um procedimento necessário, mas quando lê realmente, a leitura fluente, envolve várias estratégias, dentre elas “seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência” (BRASIL, 1997, p. 39). Esses procedimentos permitem o controle do que está sendo lido, ajudam na tomada de 4 decisões diante das dificuldades, e possibilitam a busca no texto a comprovação de suposições e hipóteses. A formação de leitores realmente competentes para ler e entender os diferentes gêneros textuais precisa ser pautada em reais situações de uso, ou seja, não se pode ficar apenas na teoria, é preciso atentar-se para a prática. Assim propõe as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná: é preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua sejam de leitura, oralidade e escrita. (PARANÁ, 2008, p. 50). Dessa forma, o trabalho baseado em decodificação não causa o efeito esperado, que é de tornar o aluno hábil, na leitura, na oralidade e na escrita, conforme cita o documento. Exige-se, assim, que haja função interativa da língua por meio de textos orais e escritos, que possibilita um trabalho produtivo das atividades de ensino da leitura. Diante desta concepção, o texto passa a ser entendido como um instrumento de comunicação e de conhecimento e que proporciona às pessoas interação e entendimentos. Neste ínterim, surge a necessidade de elaboração de estratégias de leitura para melhor desenvolver as habilidades de leitura e consequente aquisição da escrita.“Estratégias de leitura são técnicas ou métodos que os leitores usam para adquirir a informação, ou ainda procedimentos ou atividades escolhidas para facilitar o processo de compreensão em leitura” (CANTALICE, 2004, p. 01). E ainda, O ensino de estratégias de leitura abre novas perspectivas para uma potencialização da leitura, possibilitando aos alunos ultrapassarem dificuldades pessoais e ambientais de forma a conseguir obter um maior sucesso escolar. Essas podem e devem ser ensinadas nas séries iniciais do Ensino Fundamental (CANTALICE, 2004, p. 01). Chama a atenção pois Cantalice diz que as estratégias devem ser ensinadas desde as séries iniciais: Ensino Fundamental. Então, quanto mais cedo se inicia o trabalho com a leitura utilizando-se de estratégias pode conseguir melhores resultados em anos posteriores, surgem novas possibilidades de ultrapassagem das dificuldades pessoais e 5 até mesmo pessoais, conforme citado pela escritora deste artigo. Por outro lado, deve-se ater ainda à função do professor, que precisa conhecer a diversidade de estratégias e adequá-las de acordo com a realidade atual de sua turma. Considerando-se esses aspectos, o professor exerce um papel de grande importância ao propiciar não somente a aprendizagem em leitura, mas também ao propor modelos técnicos e procedimentos que proporcionem a compreensão em leitura. O processo de ensinar seria uma forma de possibilitar ao estudante desenvolver estruturas conceituais e procedimentais que implementem seu desempenho (CANTALICE, 2004, p. 01). A característica do professor que trabalha não somente com a aprendizagem da leitura, mas a complementa com técnicas e procedimentos que propiciem sua compreensão, torna-se um professor com mais amplitude em sua metodologia e que não se atém a critérios tradicionais. Ao aliar estratégias de leitura ao ato da leitura, o ensino torna-se dinâmico e prepara os alunos para que eles mesmos sejam muito mais conscientes e reflexivos. Cantalice (2004, p. 02), cita algumas estratégias de leitura, que são: focar a atenção dos alunos nas ideias principais; perguntar aos alunos questões sobre seu entendimento para ajudá-lo a monitorar sua compreensão; relacionar o conhecimento prévio dos alunos com nova informação; professores podem questionar e designar feedback para ajudar os alunos a aplicarem técnicas e estratégias de estudo apropriadas; podem treinar os alunos a usarem essas estratégias e técnicas de maneira mais efetiva; utilizar reforços positivos verbais e de escrita com os alunos que apresentam baixa compreensão; pode-se fazer questões aos alunos para ajudar a reconhecer a contradição entre o que ele realmente conhece e o que ele pensou conhecer, mas não conhece; além de considerarem a variedade dos textos estruturados na preparação dos textos para alunos e plano de aula (CANTALICE, 2004, p. 02). Dentre estas estratégias chama a atenção a formulação de feedback para auxiliar os alunos aplicarem as técnicas e estratégias de forma mais efetiva e o levantamento de questões para que os alunos possam reconhecer a contradição entre o que ele realmente conhece e o que pensou conhecer, mas não conhece. Essas estratégias podem surtir bons efeitos, visto que neste ponto se coloca o aluno a refazer e a rever seus conceitos e modificar o que achar necessário modificar. Trata-se de uma revisão de conceitos e habilidades que além de fomentar a leitura, impulsiona a reflexão. 6 Para aprender as estratégias, o aluno deve integrá-las a uma atividade de leitura significativa, assim, é preciso articular situações de ensino de leitura em que se garanta sua aprendizagem significativa. Quando se trata de ensinar as estratégias responsáveis pela compreensão, o aluno deve vivenciar e assistir ao que o professor faz quando ele mesmo se depara com a leitura ou com dificuldade de leitura. (VALLE, 2007, p. 03). É fato que é preciso se aliar teoria e prática nas situações de exercícios de leitura para que o aluno perceba a importância das estratégias de leitura e a possibilidade de se tornar um leitor autônomo e realmente competente. Elizete Firak, no artigo Estratégias de leitura para o ensino médio, aplicadas a textos jornalísticos, cita duas autoras que tratam sobre estratégias de leitura: kleiman (2004) e Sole (1998). Para Kleiman, As estratégias de leitura seriam atividades regulares para abordar o texto. Elas podem ser concebidas quando se dá a compreensão do texto, que é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor, das respostas que ele dá a perguntas sobre o texto, dos resumos e das paráfrases que faz – enfim, da maneira como ele trabalha com o texto – se sublinha, se passa os olhos rapidamente, se relê (KLEIMAN, 2004, p.49 apud FIRAK, p. 04). E para Solé (1998), As estratégias para a compreensão leitora “são procedimentos de caráter elevado, que envolvem a presença de objetivos a serem realizados, o planejamento das ações que se desencadeiam para atingi-los, assim como sua avaliação e possível mudança” (SOLÉ, p. 69 apud FIRAK, p. 05). Compreende-se que as estratégias de leitura precisam ser planejadas em ações, e que neste planejamento pode-se utilizar os diversos gêneros textuais para trabalhar em sala de aula, visto que estes estão bem mais flexíveis e que acompanham os acontecimentos atuais. Os gêneros discursivos cada vez mais flexíveis no mundo moderno nos dizem sobre a natureza social da língua. Por exemplo, o texto literário se desdobra em inúmeras formas; o texto jornalístico e a propaganda manifestam variedades, inclusive visuais, os textos orais coloquiais e formais se aproximam da escrita; as variantes linguísticas são marcadas pelo gênero, pela profissão, camada social, idade, região. (BRASIL, 2000, p. 21). E assim, os gêneros textuais são recursos que podem ser explorados infinitamente, visto que atendem às peculiaridades locais, conforme citado acima, e que 7 tanto se exige na Educação atual. Resta saber qual a importância desse trabalho utilizando-se das estratégias de leitura e quais estratégias podem ser adequadas. A literatura aponta que estratégias de leitura, [...], são eficazes em ajudar o aluno a desenvolver sua compreensão e a superar dificuldades, e sendo assim podem e devem ser ensinadas, pois este ensino é essencial para a formação de leitores autônomos, capazes de compreender diversos tipos de texto. (HODGES, 2012, p. 480). Outra questão importante levantada por Rangel (2010, p. 02), é que o ensino da língua, para ser produtivo deve estar pautado em execução de estratégias de leitura abordando os diferentes gêneros textuais já que estes estão vinculados na e pela sociedade e como consequência disso, o aluno tem maior acesso aos gêneros e tipos textuais, o que proporciona maior informação e autoconhecimento. Percebe-se, portanto, que se dá grande importância à junção das estratégias de leitura utilizando-se dos gêneros textuais, visto que estes fornecem um grande aparato de textos que vinculam na sociedade. E assim, como os demais autores que tratam sobre esta temática, Rangel caracteriza o professor como mediador e facilitador no processo de ensino- aprendizagem, e que com este auxílio, a leitura torna-se um hábito para o aluno. Para tanto, é preciso Promover algumas estratégias de leitura como, por exemplo, ativar o conhecimento prévio do aluno por meio de determinadas perguntas que tenham relação com o que vai lido, levar o aluno a distinguir o essencial do que é pouco relevante, esquematizando uma hierarquização, para construir o significado global do texto. Para isso, é fundamental o aluno saber qual o objetivo da leitura, para poder avaliar e reformular, se necessário, as idéias iniciais. Além disso, o professor pode instigá-lo a interagir com o texto, criando expectativas ou, ainda, fazendo previsões (RANGEL, 2010,p. 03). Chama a atenção estas estratégias indicadas por Rangel. Ainda que comece citando o conhecimento prévio, assim como muitos que tratam sobre as estratégias, o objetivo é fazer com que o aluno distingue o que é essencial e o que pouco relevante. Essa estratégia seria uma estratégia de exclusão e classificação, muito interessante dentro do contexto do uso adequado das estratégias. A partir daí ocorre à esquematização e a construção global do texto. 8 Solé (1998, apud FIRAK, p. 05), aponta as seguintes estratégias: Antes da leitura: estratégias para o leitor se dotar de objetivos de leitura e atualizar os conhecimentos prévios relevantes; Durante a leitura: estratégias que permitem o leitor estabelecer inferências, rever e comprovar sua compreensão enquanto lê e tomar decisões apropriadas diante de erros ou falhas nessa compreensão; Depois da leitura: estratégias para o leitor recapitular o conteúdo, a resumi-lo e a ampliar o conhecimento que obteve quando leu. A formação do leitor competente – estratégias de leitura, um trabalho publicado no site Dia a dia Educação escrito por Maria de Jesus Ornelas Valle, demonstrou um resultado de pesquisa que esta professora realizou em uma determinada turma e utilizou dos pressupostos teóricos de Isabel Solé para fundamentar seu trabalho. Neste trabalho, As estratégias de leitura foram aplicadas em textos de narrativas curtas e apresentaram-se como recursos necessários e eficientes para enfrentar com segurança, confiança e interesse a atividade de leitura e ser utilizadas de forma autônoma pelos leitores que poderão também utilizá-las em outros textos (VALLE, 2007, p. 01). Nota-se que o objetivo de Valle foi justamente trabalhar o seu aluno para que este possa enfrentar com segurança e confiança a atividade de leitura e a partir desse enfrentamento, aprender a utilizar as estratégias e aplicá-las em outros textos. Para a autora do texto, a sua pesquisa demonstrou que As estratégias utilizadas ajudaram o aluno na construção de sentido do texto e deverão ajudá-lo em qualquer outra situação e com quaisquer outros textos. O aluno passou a participar mais e melhor das aulas com interesse em dar sua opinião oralmente e por escrito e a buscar argumentos para fundamentar seu ponto de vista, neste processo, embora o aluno seja o protagonista, o professor, como mediador, também teve um papel de destaque (VALLE, 2007, p. 10). Cabe aqui observar que todos os autores que tratam sobre o uso de estratégias de leitura em sala de aula demonstram que a atuação do professor deve ser a de mediador, mas que o aluno seja o protagonista, ou seja, o autor de seu conhecimento. E que as estratégias aprendidas sejam aplicadas em diversos outros textos e o que o auxiliem na melhor compreensão dos mesmos. Esses processos se desdobrariam em várias atividades que levam o leitor a realmente, no final dos trabalhos, compreender o que leu e colocou em prática o que foi trabalhado. 9 2.2. DUKE E PEARSON E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA Podemos definir como estratégias de leitura os métodos ou as técnicas que alguns leitores utilizam para adquirir a informação desejada. Outra definição seria a utilização de processos e/ou atividades que facilitam a compreensão do que está sendo lido. Todas essas estratégias devem vir através de planos bem flexíveis e sempre adaptáveis as situações diversas que casa leitor passa no seu dia-a-dia, e ainda de acordo com o texto que esta sendo lido, sem se esquecer que a abordagem elaborada por cada leitor antes de iniciar a leitura é imprescindível para o sucesso de cada estratégia. A leitura é uma atividade que requer do leitor não apenas habilidades linguísticas, como reconhecer palavras, estruturas sintáticas, sentidos de frases, mas também extralinguísticas, como acessar seus conhecimentos, estabelecer objetivos e expectativas, para construir uma unidade de sentido. As pesquisas em leitura e compreensão textual demonstram que há complexas interações entre leitor, texto e seus conhecimentos de mundo (Clark, 1996; Silva, 1997; Koch, 2002). O Colunista Portal-Educação, cita Duke e Pearson (2002), como identificadores de seis tipos de estratégias, mas cita algumas delas: Seleção cognitiva: síntese das ideias principais. (PORTAL-EDUCAÇÃO, 2013, p. 01). Seria o uso de suportes para as outras estratégias, ou seja, seria fazer listagem de tópicos mais importantes, fazer resumo, listar informações relevantes e entendidas com mais facilidades. Seria mapear o texto para posterior estudo e melhor compreensão. Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda esta por vir. Com base em informações explicitas e em suposições. (PORTAL-EDUCAÇÃO, 2013, p. 01). Nesse formato são levantadas as suposições sobre o texto a ser trabalhado, ou seja, antecipam-se os fatos que o texto possa vir a conter. Podem ser também informações explícitas. Estratégia de inferência: permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência á aquilo que lemos, mas não está escrito. (PORTAL – EDUCAÇÃO, 2013, p. 01). 10 No contexto desse aprendizado, faz-se “adivinhações”, que podem ser confirmadas ou não, baseadas no conhecimento do leitor, são a busca por conhecimento prévio a fim de se saber realmente o que o aluno sabe daquele determinado texto. Para Hodges (2012, p. 478), “entende-se por conhecimentos prévios o total de conhecimentos, sejam informações ou experiências internalizadas, que o indivíduo traz consigo ao ler permitindo que vá além da informação estritamente textual no processo de compreender um texto”. Dessa forma, o estabelecimento de inferências requer que do leitor a integração das informações textuais e destas com os conhecimentos prévios. Estratégias de verificação: tornam possíveis os controles da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar ou não as especulações realizadas. (PORTAL – EDUCAÇÃO, 2013, p. 01). Um dos principais pontos aqui é verifica se as estratégias traçadas anteriormente foram eficazes ou não. De certa maneira, é o momento em que se chega se houve a compreensão da leitura realizada. Mas as estratégias não podem ser desenvolvidas em apenas uma etapa. É preciso que várias estratégias sejam utilizadas sendo de acordo com cada texto e em cada turma especificamente. Utilizamos todas as estratégias de leitura, mais ou menos ao mesmo tempo, sem ter consciência disso. Só nos damos conta do que estamos fazendo se formos analisar com cuidado nosso processo de leitura, como estamos fazendo ao longo desse texto. Ler não é um ato mecânico, e sim um processo ativo. A mente filtra as informações recebidas, interpreta essas informações e seleciona aquelas que são consideradas relevantes. O que se fixa em nossa mente é o significado geral do texto. (COLUNISTA PORTAL – EDUCAÇÃO, 2013, p. 01). Além dessas estratégias citadas por Duke e Pearson, HODGES (2012, p. 481), cita três estratégias definidas por ela como amplas e sofisticadas: Monitoramento: “O monitoramento é um importante fator de natureza tanto cognitiva quanto metacognitiva para uma compreensão de textos bem-sucedida. Ele permite ao leitor tomar consciência de sua compreensão de textos à medida que ela se processa”. (HODGES, 2012, p. 481). De acordo a autora, este tipo de estratégia pode ser utilizado durante ou após a leitura, momento em que o leitor avalia as inconsistências em sua compreensão do texto. Ela cita que dentre as estratégias realizadas durante a leitura podem ser destacadas “a 11 autocorreção, a repetição da leitura, a realização da leitura em velocidade mais lenta, e a seleção de informações relevantes. As próprias ações de monitoramento tendem a impulsionar o leitor a fazer regulações sobre a sua compreensão textual”. (HODGES, 2012, p. 481). Auto-explicações: “As auto-explicações, [...] demandamque o leitor avalie monitore e regule a própria compreensão, tomando consciência de como pensa sobre o trecho lido”. (HODGES, 2012, p. 483). Aqui o aluno é incentivado a pausar a leitura e fazer uma autoexplicação do que acabou de ler. De acordo com a autora, em uma pesquisa sobre o uso dessa estratégia demonstrou-se que “as autoexplicações promovem a aprendizagem e a compreensão profunda de novos conteúdos” (HODGES, 2012, p. 483). Justificativas: “Após responder perguntas relativas à compreensão do texto lido podem ser solicitadas ao leitor justificativas para as suas respostas. Estas justificativas consistem na explicação das bases de suas respostas”. (HODGES, 2012, p. 484). Hodges (2012), cita Brandão e Oakhill (2005), que realizaram um trabalho com crianças de sete e oito anos, utilizando-se de justificativas, e observaram que A solicitação dessas justificativas tende a ajudar a identificar com maior precisão as dificuldades de compreensão do leitor. Além disso, as autoras fazem uma reflexão pontuando que é possível que tal solicitação sirva ainda para promover uma compreensão mais eficiente, visto que estimula o leitor a pensar sobre suas respostas, podendo discuti-las, revê-las e modificá-las se achar necessário. (HODGES, 2012, p. 484). Portanto, as estratégias são inúmeras e variadas e podem ser utilizadas de acordo com cada situação apresentada, porém, não são desenvolvidas isoladamente, tudo depende do professor e também do aluno, que passará a utilizá-las no seu cotidiano. Então, “não há receita única para uma intervenção a favor da melhor compreensão textual” (HODGES, 2012, p. 485), o que há de importante é que todas as estratégias podem ser úteis e importantes e facilitam a autonomia do leitor frente a seu conhecimento. 12 Além do mais, o amadurecimento do próprio indivíduo enquanto leitor faz com este ganhe autonomia e, mediante suas necessidades pessoais, crie ou adote as estratégias que atendam à sua necessidade, mas que não seriam, talvez, eficazes para todos os outros leitores. (HODGES, 2012, p. 485). O que se espera é que a partir de um trabalho dinâmico, o leitor consiga realmente sua autonomia, habilidade necessária para que atue diretamente em seu cotidiano e na vida em sociedade. Os autores estudados e os documentos que regem a educação brasileira são precisos neste quesito, e demonstram que a aquisição da leitura e consequentemente da escrita perpassam pela elaboração eficiente de estratégias que facilitem a aprendizagem do aluno e que as estratégias não estão prontas e acabadas, elas precisam e podem estar em constante atualização e adequação. 3 METODOLOGIA De acordo com Silva e Menezes (2005, p. 20), a “pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos”. Trata-se de um procedimento a ser realizado para se resolver o problema levantado, a fim de alcançar o resultado. E para tanto, para que um trabalho ocasione em resultados satisfatórios e convincentes e sejam considerados conhecimentos, é preciso investigar por meio de trabalhos confiáveis que fundamentem o questionamento levantado. Dentre as formas de abordagem do problema está a escolha da pesquisa que mais se enquadra ao problema que se procura responder. Dentre estas metodologias, está a pesquisa qualitativa, que de acordo com Silva e Menezes (2005, p. 20). “a interpretação dos fenômenos e a atribuição dos significados são básicas no processo, [...] não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas”. Trata-se de uma abordagem de caráter descritivo, no qual o pesquisador trabalhará o seu resultado. Quanto aos objetivos, estes precisam ser bem definidos. E ainda, a pesquisa precisa definida, como neste caso, como uma pesquisa de exploratória, que consiste em pesquisas bibliográficas e estudo de caso. Este tipo de pesquisa “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências 13 práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão” (SILVA, MENEZES, 2005, p. 20). Portanto, este trabalho de pesquisa consistiu em abordagem qualitativa, cuja metodologia foi a pesquisa bibliográfica, através do caráter exploratório e descritivo, tendo em vista o teor investigativo na literatura sobre a temática desenvolvida, de cunho teórico. Para tanto, foi feita análise de documentos, busca e seleção de material, localização de informações, anotações, fichamentos, sendo tudo realizado a partir de uma busca teórica, a fim de maior aprofundamento sobre assunto e, enfim, alcançar os objetivos propostos. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como objetivo responder ao questionamento de qual a importância da utilização dos diferentes gêneros textuais nas estratégias de leitura. Para tanto, foi realizada pesquisa de caráter exploratório, a qual consistiu em análise de vários documentos que regem a educação brasileira, bem como outros documentos que tratam diretamente sobre a temática levantada, como os trabalhos de Cantalice e Elizete Firak. Chegou-se ao resultado de que o processo de aquisição da leitura e de uma leitura realmente transformadora, somente acontecerá se forem utilizadas diversas estratégias que leitura que realmente faça o diferencial. Neste caso, trabalhando com os diversos gêneros textuais em sala que aula, um dos recursos mais precisos na aquisição da leitura que podem ser explorados infinitamente e que podem atender às peculiaridades locais, o que se exige na Educação atual. Dentre os autores estudos que se referem à utilização de estratégias de leitura, foi estudado sobre Solé (1998) por intermédio de Firak, que aponta de forma suscinta que as estratégias devem realizadas antes, durante e depois da leitura, e também, de forma mais definida. E também o trabalho de Cantalice que também define algumas estratégias de leitura. Um fator expressivo em suas estratégias é o feedback, um instrumento que auxilia os alunos a aplicarem técnicas e estratégias de forma mais efetiva, ou seja, é um instrumento que permite que seja feita uma reavaliação dos trabalhos e posterior 14 modificação e reestruturação. Trata-se de estratégias que incitam o aluno a rever conceitos e habilidades que além de fomentar a leitura, impulsiona a reflexão. O Portal Educação também define e explora diversas estratégias, dentre elas, por exemplo, seleção cognitiva, que consiste em síntese das ideias principais, e estratégias de antecipação, em que é possível prever o que está por vir, dentre outras. E ainda, a demonstração da pesquisa realizada. Ao fizer um comparativo entre os autores estudados neste trabalho, percebe-se que todos focalizam atividades antes, durante e depois da leitura e que estas atividades aparentemente são idênticas na forma de condução. Porém, se fizer um levantamento mais apurado, será notado que as estratégias são variáveis e que assim, abrem-se várias opções, cabendo, como citado no decorrer do trabalho, a escolha do professor em aplicá- las de acordo com o que o seu alunado exige. Chama atenção o trabalho de alguns autores que citam a autoavaliação do trabalho, fazendo um comparativo e melhorias nas estratégias em busca de melhor resultado. Esse processo de refazer e rever o que foi elaborado, contribui para que o aluno compreenda a importância de rever e refazer conceitos, que após investigados e estudados precisam ser aprimorados. O que se conclui é que as estratégias de leitura são diversas e são abordadas de diferentes formas para se trabalhar na aquisição da leitura, e que por darem tanta diversidade de ação, são ricos recursos para a exploração do professor que pode escolher as melhores formas de trabalhar,de acordo com seus alunos e sua realidade. Trata-se de um trabalho versátil que abre diversas possibilidades de ação. Cabe ao professor, considerado pelos documentos estudados como os intermediadores do conhecimento, traçarem as estratégias de leitura mais adequadas a sua turma, sempre considerando suas especificidades, e tendo como objetivo central tornar o aluno o protagonista de seu conhecimento. Resta, portanto, dar maior atenção a estes recursos e se promover formação dos professores no sentido de utilizá-los da melhor forma possível e com objetivos específicos. E ainda, que os usos de estratégias sirvam e contribuam para o desenvolvimento integral do aluno que consiga desenvolvê-las nos seus trabalhos escolares e no seu dia a dia. 15 Salientamos e deixamos claro que essa pesquisa não pode ser a única fonte de informação, ou não pode ser mais uma fonte, se faz necessário que novas pesquisas, novas fontes sem feitas. A educação é um braço sem fim de conhecimento e aprendizado, ou seja, tudo está em constante mudança e com isso novos pensadores e novas teorias precisam sem aplicadas. REFERÊNCIAS BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio – Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf>. Acesso em: janeiro de 2022. CANTALICE, Lucicleide Maria de. Sugestões práticas – Ensino de estratégias de leitura. 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