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Saúde, segurança 
do trabalho e 
meio ambiente
2a edição
Marcos Alberto de Oliveira
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771)
Oliveira, Marcos Alberto de 
 Saúde, segurança do trabalho e meio ambiente / Saúde, Segurança 
do Trabalho e Meio Ambiente. – 2. ed. – São Paulo : Editora Senac São 
Paulo, 2022. (Série Universitária)
	 Bibliografia.
 e-ISBN 978-85-396-3298-5 (ePub/2022)
 e-ISBN 978-85-396-3299-2 (PDF/2022)
	 1.	 Saúde	 e	 segurança	 ocupacional	 2.	 Higiene	 ocupacional 3.	
Acidentes de trabalho – Prevenção 4. Programas ocupacionais : 
Prevenção	 de	 Riscos 5.	 Riscos	 ambientais 6.	 Riscos	 ocupacionais											
I. Título. II. Série. 
22-1502t CDD – 363.116 
 613.62 
 BISAC TEC017000
 HEA028000
Índice para catálogo sistemático:
1. Prevenção e controle de risco : Problemas sociais 
363.116
2. Saúde e segurança ocupacional : Higiene ocupacional 
613.62
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SAÚDE, SEGURANÇA DO 
TRABALHO E MEIO AMBIENTE
Marcos Alberto de Oliveira
2a edição
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 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
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Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor do Departamento Regional
Luiz Francisco de A. Salgado
Superintendente Universitário e de Desenvolvimento
Luiz Carlos Dourado
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Editora Senac São Paulo
Conselho Editorial
Luiz Francisco de A. Salgado 
Luiz Carlos Dourado 
Darcio Sayad Maia 
Lucila Mara Sbrana Sciotti 
Luís Américo Tousi Botelho
Gerente/Publisher
Luís Américo Tousi Botelho
Coordenação Editorial/Prospecção
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comercial@editorasenacsp.com.br
Acompanhamento Pedagógico
Otacília da Paz Pereira
Designer Educacional
Nathália Barros de Souza Santos
Revisão Técnica
Alexandre Saron
Preparação e Revisão de Texto
Karen Daikuzono
Projeto Gráfico
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Emília Corrêa Abreu
Capa
Antonio Carlos De Angelis
Editoração Eletrônica
Marcella Rigazzo Maiolino
Ilustrações
Marcella Rigazzo Maiolino
Imagens
Adobe Stock Photos
E-book
Rodolfo Santana
Proibida a reprodução sem autorização expressa.
Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Senac São Paulo
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© Editora Senac São Paulo, 2022
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Sumário
Capítulo 1
Conceitos de saúde, segurança 
do trabalho e meio ambiente, 7
1	Saúde	do	trabalhador, 8
2	Segurança	do	trabalho, 10
3	Meio	ambiente, 12
4	Sustentabilidade, 14
Considerações	finais, 17
Referências, 18
Capítulo 2
Trajetória da saúde do 
trabalho, princípios da higiene 
ocupacional e da segurança do 
trabalho, 19
1 Evolução histórica do trabalho, da 
saúde	e	segurança	do	trabalho, 20
2 Princípios da higiene 
ocupacional, 23
3 Princípios da segurança do 
trabalho, 26
4	Normas	regulamentadoras, 28
Considerações	finais, 34
Referências, 35
Capítulo 3
Acidente do trabalho e doenças 
ocupacionais, 37
1	Conceito	de	acidente	do	trabalho, 38
2 Doenças ocupacionais: doença 
profissional	e	doença	do	trabalho	
(saúde	e	doença), 42
3 Comunicado de acidente do 
trabalho	–	CAT	e	dia	do	acidente, 43
4	Nexo	técnico	epidemiológico, 48
Considerações	finais, 49
Referências, 50
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Capítulo 4
Reflexos dos acidentes do 
trabalho, 51
1 Enfoque social, econômico, jurídico, 
previdenciário e epidemiológico do 
acidente	do	trabalho, 52
2 Responsabilidades do empregador 
decorrentes do acidente do trabalho 
(trabalhista, tributária, civil e 
penal), 56
Considerações	finais, 64
Referências, 64
Capítulo 5
Tipos de riscos ocupacionais, 
insalubridade e 
periculosidade, 67
1 Tipos de riscos ocupacionais (risco 
×	perigo), 68
2 Equipamentos de proteção 
coletiva, 73
3 Equipamentos de proteção 
individual, 74
4	Insalubridade, 77
5	Periculosidade, 80
Considerações	finais, 82
Referências, 82
Capítulo 6
SESMT e Cipa, 85
1 Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em 
Medicina	do	Trabalho	–	SESMT, 86
2 Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes	–	Cipa, 92
Considerações	finais, 97
Referências, 98
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Capítulo 7
Ergonomia, 99
1	Conceito	e	tipos	de	ergonomia, 100
2 Conceito de estresse, fatores 
geradores e consequências para 
o trabalhador e meio ambiente do 
trabalho, 105
3	Qualidade	de	vida	no	trabalho, 110
Considerações	finais, 113
Referências, 114
Capítulo 8
Programas de gestão da 
segurança e saúde do 
trabalhador, 115
1 Programa de Gerenciamento de 
Riscos	–	PGR, 116
2 Programa de Controle Médico de 
Saúde	Ocupacional	–	PCMSO, 123
3 Evolução da OHSAS 18001 para a 
ISO	45001, 127
Considerações	finais, 132
Referências, 133
Sobre o autor, 135
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Capítulo 1
Conceitos de 
saúde, segurança 
do trabalho e meio 
ambiente
A preocupação com a segurança e a saúde dos colaboradores bem 
como adotar práticas que protejam o meio ambiente devem fazer parte 
das estratégias de negócios de toda organização. Até porque, entre os 
principais	desafios	enfrentados	pelas	empresas,	está	a	adoção	de	es-
tratégias de negócios voltadas à sustentabilidade.
Desse modo, as empresas devem adotar práticas e procedimentos 
que possibilitem aos seus colaboradores realizarem suas atividades em 
condições salubres e comsegurança, uma vez que o maior patrimônio 
de qualquer organização são as pessoas.
8 Saúde, segurança do trabalho e meio ambiente Ma
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.Por outro lado, uma empresa deve ter clareza de sua responsabilida-
de ambiental, adotando estratégias que considerem a proteção ao meio 
ambiente e que contribuam para o desenvolvimento sustentável.
Assim, neste capítulo, vamos conhecer e entender a importância dos 
conceitos de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente, e seu ali-
nhamento com o conceito de sustentabilidade.
1 Saúde do trabalhador
Para que se mantenham competitivas, as organizações buscam o 
aprimoramento de suas estratégias visando oferecer produtos e servi-
ços que entreguem valor ao mercado. Para tanto, é fundamental a ade-
quação de seus processos e o alinhamento de seus colaboradores em 
torno dos objetivos estabelecidos.
Assim, note que os colaboradores da empresa são fundamentais 
para a realização das estratégias de negócios, pois são os realizadores 
de todas as atividades e, para tanto, precisam de condições seguras. A 
relação entre trabalhador, ambiente de trabalho e produção estabelece 
relações de troca que nem sempre são saudáveis para seus agentes, ou 
seja, o trabalhador e o meio ambiente (CORREA, 2020).
O bem-estar dos trabalhadores depende da saúde física, mental e so-
cial, o que possibilita a realização de suas atividades laborais com o me-
lhor	desempenho	possível,	garantindo	a	eficiência	e	a	eficácia	de	suas	
ações e contribuindo para a efetividade dos negócios da organização.
Podemos	afirmar	que	a	saúde	do	trabalhador	está	relacionada	aos	
processos de trabalho que envolvem questões econômicas, sociais 
e tecnológicas. Portanto, as organizações devem desdobrar ações 
que tenham como foco principal realizar as adequações necessá-
rias para garantir boas condições de saúde aos seus colaboradores 
(BELLUSCI, 2017).
9Conceitos de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente
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IMPORTANTE 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como “um es-
tado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a au-
sência de afecções e enfermidades” (CORREA, 2020, p. 7).
 
Essa	definição	ressalta	a	importância	de	uma	preocupação	constan-
te com a saúde do trabalhador que envolve sua condição física, mental 
e seu bem-estar psicológico. É fácil perceber como uma doença, um 
acidente ou o estresse emocional podem afetar a saúde do indivíduo 
e, por consequência, o seu desempenho em sua atividade laboral. Os 
gestores das empresas devem se responsabilizar pelo estado de saúde 
geral dos trabalhadores, garantindo que as medidas necessárias este-
jam sendo tomadas para promover a qualidade de vida de todos os en-
volvidos (ROSSETE, 2015).
É importante destacarmos que a evolução tecnológica tem promo-
vido mudanças profundas nos processos de trabalho que, aliadas à di-
versidade de situações de trabalho e aos métodos gerenciais que nem 
sempre priorizam a manutenção de boas relações de trabalho, podem 
trazer sérias consequências à saúde dos trabalhadores.
Considerando a responsabilidade legal da empresa, é importante 
ressaltar que a saúde ocupacional está relacionada à assistência mé-
dica preventiva, é prevista por lei e garante o acompanhamento médico 
do empregado. A empresa deve possuir um programa de medicina ocu-
pacional que envolva exames, relatórios anuais e arquivos médicos ela-
borados	por	profissionais	de	medicina	do	trabalho.	Essas	informações	
auxiliam as ações para a melhoria da produtividade e da qualidade de 
vida	não	somente	no	ambiente	profissional	como	também	no	ambiente	
pessoal dos trabalhadores (ROSSETE, 2015).
10 Saúde, segurança do trabalho e meio ambiente Ma
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.No Brasil, a expressão “saúde do trabalhador” se refere ao campo 
do saber que visa compreender as relações entre trabalho e processo 
saúde/doença. O aspecto legal que trata o conceito de saúde do traba-
lhador é a Lei n. 8.080/1990, na qual, em seu art. 6, parágrafo 3o,	define:
Entende-se por saúde do trabalhador um conjunto de atividades 
que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e 
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalha-
dores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos 
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das con-
dições de trabalho. (BRASIL, 1990)
Essa lei atribuiu à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) 
a responsabilidade pela coordenação da política de saúde do trabalha-
dor em nosso país.
Assim, podemos concluir que a saúde, o bem-estar e o trabalho 
são fenômenos que se inter-relacionam, podendo afetar não apenas o 
empregado, mas também as organizações. Estas devem implementar 
ações para atender à legislação vigente e, principalmente, para promo-
ver	condições	adequadas	de	trabalho,	a	fim	de	manter	a	saúde	e	o	bem-
-estar de seus trabalhadores, aplicando e promovendo o conceito de 
saúde proposto pela OMS no ambiente de trabalho.
Entretanto, além das questões que envolvem a saúde do trabalhador, 
as organizações devem também considerar todos os aspectos relacio-
nados à segurança do trabalho.
2 Segurança do trabalho
A segurança do trabalho está relacionada à saúde ocupacional, pois 
tem como objetivos eliminar as condições inseguras de trabalho e pre-
venir acidentes.
http://conselho.saude.gov.br/legislacao/lei8080.htm
11Conceitos de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente
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IMPORTANTE 
Basicamente, podemos dizer que a segurança do trabalho é aplicada 
nas organizações considerando as etapas a seguir (ROSSETE, 2015).
• Observação: esta etapa é muito importante para a identificação 
dos possíveis atos inseguros que podem ser cometidos pelo traba-
lhador, bem como os riscos relacionados à função desempenhada 
por ele. É importante destacar que o monitoramento das atividades, 
considerando o passo a passo da rotina do trabalhador, deve ser 
examinado para que todas as particularidades da função laboral 
sejam observadas, permitindo saber onde um erro pode ocorrer, 
possíveis atos inseguros que podem ser cometidos pelo trabalha-
dor e situações ou falhas que podem causar algum tipo de dano.
• Ação preventiva: após a etapa de observação, na qual foram obtidas 
as informações sobre a rotina do trabalhador em uma determinada 
função, o próximo passo é desenvolver normas e procedimentos de 
segurança, explicando claramente o que o trabalhador deve e o que 
ele não deve fazer durante a realização de suas atividades, sempre 
visando prevenir a ocorrência de acidentes. Em muitas situações, 
temos que definir o que será alterado ou até excluído da rotina de 
trabalho em uma determinada função.
• Comunicação: de nada adianta observar a rotina do trabalhador e 
identificar as ações preventivas necessárias se o trabalhador, queé o principal envolvido no processo, não for devidamente comu-
nicado. Assim, os trabalhadores devem conhecer e compreender 
as normas e os procedimentos de segurança para que respeitem 
e cumpram as orientações, realizando suas funções com maior 
segurança e conscientes sobre a importância do cumprimento das 
regras de segurança para a prevenção de acidentes.
 
Podemos	definir	a	segurança	do	trabalho	como	um	conjunto	de	ciên-
cias e de tecnologias que tem como objetivo a proteção do trabalhador 
em	seu	ambiente	profissional.	Os	procedimentos	e	as	normas	de	segu-
rança têm como principal objetivo garantir a integridade física e psíqui-
ca dos colaboradores durante a realização de sua atividade laboral.
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.Vale ressaltar que, na segurança do trabalho, entre os fatores mais 
importantes para que os resultados relacionados à prevenção de aci-
dentes sejam satisfatórios, as empresas devem atender aos requisi-
tos legais e normativos, bem como aos requisitos de segurança para 
cada tipo de atividade. Para tanto, é fundamental não só a conscienti-
zação como também o comprometimento das pessoas, no caso, dos 
trabalhadores.
A conscientização é muito importante para que o trabalhador enten-
da o porquê da adoção de um determinado procedimento de trabalho. 
Já o comprometimento com o cumprimento das orientações e determi-
nações previstas no procedimento de trabalho é fundamental para que 
as ações de prevenção sejam implementadas e, consequentemente, 
para que o trabalhador realize suas atividades em condições seguras.
Assim,	podemos	afirmar	que	um	local	de	trabalho	seguro	depende	
da empresa, que estabelece as diretrizes para manter a segurança com 
base na legislação e nas características de cada atividade, e do traba-
lhador,	que	deve	seguir	o	que	lhe	foi	determinado	a	fim	de	preservar	a	
sua integridade física, mental e social (STUMM, 2020).
Concluindo, após tratarmos os conceitos e as aplicações relaciona-
das à saúde e à segurança dos trabalhadores, vamos entender a inte-
gração desses conceitos com o meio ambiente.
3 Meio ambiente
Para que possamos compreender de que maneira o conceito de meio 
ambiente pode ser relacionado à saúde do trabalhador e à segurança 
do trabalho, é importante compreendermos inicialmente o conceito de 
meio ambiente interno à organização.
O	meio	ambiente	 interno	ou	de	trabalho	pode	ser	definido	como	o	
local onde o trabalhador exerce a sua atividade laboral. Assim, todas as 
13Conceitos de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente
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ações de proteção ao meio ambiente interno contribuem diretamente 
para a segurança e a manutenção da saúde dos trabalhadores, o que 
evidencia uma relação direta entre os conceitos.
Entretanto, se considerarmos que as organizações são sistemas 
abertos e que interagem o tempo todo com o meio ambiente exter-
no, também podemos relacionar a segurança do trabalho com o meio 
ambiente, pois, se a organização realiza as suas atividades com a 
preocupação em proporcionar um ambiente sem poluição, resíduos e 
contaminação, não só estará promovendo a saúde e a integridade do 
trabalhador, como também estará contribuindo para a manutenção das 
condições adequadas para o meio ambiente.
Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981), meio 
ambiente	pode	ser	definido	como	o	“conjunto	de	condições,	leis,	influên­
cias e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abri-
ga e rege a vida em todas as suas formas”.
Em	uma	visão	holística,	podemos	afirmar	que	o	meio	ambiente	con-
templa o ser humano e todo o contexto no qual está inserido: social, 
econômico, político, etc. Assim, devemos considerar o conceito de se-
gurança do trabalho associado não só ao conceito de saúde do traba-
lhador como também ao conceito de meio ambiente e de sustentabili-
dade (SILVA; REZENDE; TAVEIRA, 2019).
Portanto, o gerenciamento de estratégias e ações implementadas 
pela organização com uma visão sistêmica que considere as questões 
que envolvem a saúde, a segurança e o meio ambiente com um foco 
direto nas pessoas (sendo seus colaboradores ou não) é fator prepon-
derante para a sua competitividade, pois impacta diretamente sobre os 
seus recursos permanentes.
Todas as organizações, independentemente do seu segmento de 
atuação, devem desenvolver estratégias voltadas à segurança do tra-
balho, à promoção da saúde de seus trabalhadores e à preservação do 
meio ambiente.
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.Essas ações, alinhadas com as ações relacionadas ao desenvolvi-
mento econômico, ambiental e social das empresas, remetem ao con-
ceito de sustentabilidade, o qual será apresentado a seguir.
4 Sustentabilidade
A palavra sustentabilidade se refere à perenidade e à continuidade, 
sempre com a noção de algo capaz de se manter ao longo do tempo. 
Assim, sustentabilidade é o princípio que assegura que nossas ações de 
hoje não limitarão a gama de opções econômicas, sociais e ambientais 
disponíveis para as futuras gerações.
PARA SABER MAIS
Para saber com mais detalhes o que é e o que não é sustentabilidade, 
ver o item 1 do capítulo 2 do livro Sustentabilidade organizacional, de 
Tobias Coutinho Parente (2018, p. 24-26).
 
Podemos dizer que o conceito de sustentabilidade do negócio está 
intimamente ligado ao conceito de sustentabilidade da própria socieda-
de, uma vez que as organizações vivem e interagem com a sociedade. 
A sustentabilidade depende basicamente de três tipos de recursos, os 
quais apresentamos a seguir (OLIVEIRA, 2020).
• Recursos econômico-financeiros: relacionados aos investimen-
tos em infraestrutura e em produção, visando ao lucro ou a ou-
tro resultado que atenda aos interesses de seus acionistas ou 
proprietários,	 ou	 seja,	 é	 uma	 relação	entre	o	 recurso	financeiro	
investido	 e	 o	 resultado	 econômico­financeiro	 obtido.	 A	 gestão	
da qualidade, na medida em que busca atender à satisfação 
dos clientes e aos requisitos regulamentares relacionados aos 
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produtos intencionais gerados, está diretamente ligada à utiliza-
ção desses recursos.
 • Recursos ambientais: estão relacionados à utilização dos recur-
sos naturais renováveis ou não renováveis disponíveis e ao im-
pacto que suas atividades produzem nesses recursos. A gestão 
ambiental está diretamente ligada à utilização desses recursos.
 • Recursos sociais: relacionados ao ser humano e à sua vida no 
trabalho e em sociedade. As gestões da segurança no trabalho, 
da saúde ocupacional e das políticas de respeito aos direitos hu-
manos estão diretamente ligadas à utilização desses recursos.
Sustentabilidade, portanto, depende do equilíbrio resultante da cor-
reta utilizaçãodesses recursos pelas empresas de modo a assegu-
rar a viabilidade do negócio por meio do equilíbrio entre os recursos 
econômico­	financeiros	e	os	ambientais,	da	preservação	de	condições	
de vida atuais e futuras, da preservação de recursos naturais e da ma-
nutenção de um meio ambiente saudável que não comprometa ad-
versamente os recursos sociais e a relação justa entre os interesses 
econômico­financeiros	e	os	interesses	da	sociedade	como	um	todo.	O	
conceito de sustentabilidade depende de três pilares (econômico, social 
e ambiental) que, se bem gerenciados, poderão trazer benefícios às or-
ganizações e à sociedade.
NA PRÁTICA 
A sustentabilidade não deve ser definida como um rótulo concedido às 
organizações ou às pessoas, do tipo “empresa sustentável”, mas, sim, 
um conceito abrangente que se baseia em valores. Ou seja, é mais pru-
dente identificar os valores que pautam uma empresa que busca ter 
uma postura sustentável do que simplesmente classificar as empresas 
como sustentáveis ou não sustentáveis.
Apesar de ser comum o uso da expressão “empresa sustentável”, é im-
portante compreendermos que a expressão se refere a uma empresa 
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que possui ações e políticas derivadas e pautadas por determinados va-
lores que buscam tratar de maneira equitativa as dimensões da susten-
tabilidade, ou seja, as dimensões econômica, social e ambiental.
Por exemplo, apoiar instituições que cuidam de crianças carentes está 
dentro do escopo da dimensão social da sustentabilidade, mas de nada 
adianta uma empresa ter essa preocupação e não oferecer condições 
adequadas de trabalho para seus colaboradores. Também não pode ser 
considerada sustentável uma empresa que financie projetos de conser-
vação ambiental sem ter um equilíbrio financeiro para tanto.
Portanto, a sustentabilidade é um valor, e não um estado permanente, 
por isso, as organizações devem buscar a todo tempo uma conduta em 
prol da sustentabilidade (PARENTE, 2018, p. 25-26).
 
Outro conceito importante que deve ser considerado neste estudo é 
o de desenvolvimento sustentável. A ideia de desenvolvimento sustentá-
vel	foi	definida	pela	chamada	Comissão	Mundial	sobre	o	Meio	Ambiente	
e o Desenvolvimento (OLIVEIRA, 2020, p. 229): “o desenvolvimento que 
atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade 
de atendimento das necessidades das gerações futuras”.
A partir de então, a expressão “desenvolvimento sustentável” co-
meçou	a	ser	usada	em	todos	os	documentos	oficiais	dos	governos,	da	
diplomacia, dos projetos das empresas, no discurso ambientalista con-
vencional e nos meios de comunicação. O desenvolvimento sustentável 
é	proposto	ou	como	um	ideal	a	ser	atingido	ou	como	um	qualificativo	de	
um processo de produção ou de um produto, feito pretensamente den-
tro de critérios de sustentabilidade, ou seja, considerando os aspectos 
sociais, econômicos e ambientais (BOFF, 2016).
Enfim,	o	tema	sustentabilidade	demanda	das	organizações	diversas	
ações, que contemplam a segurança do trabalho, a proteção da saúde 
dos trabalhadores, a preservação do meio ambiente, entre tantas outras 
ações internas e externas que podem e devem ser implementadas para 
que os valores que norteiam o conceito possam ser materializados por 
meio dessas ações.
17Conceitos de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente
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É fato que as organizações podem contribuir muito à medida que
compreendam a relevância do tema, não só para o seu desempenho
econômico, como também para o seu desempenho social e ambiental.
Essas iniciativas têm sido cada vez mais reconhecidas pela sociedade e,
principalmente, pelos consumidores que, cada vez mais, consideram as
questões relacionadas à sustentabilidade em suas decisões de compra.
Assim,	compete	aos	gestores	responsáveis	pela	definição	das	estra-
tégias nas organizações considerar os valores associados ao conceito 
de sustentabilidade para implementar as ações e disseminar esses va-
lores, desenvolvendo uma cultura voltada para a sustentabilidade.
 
 
 
 
 
PARA PENSAR
Na sua opinião, quais são os principais aspectos a serem considerados 
pelas organizações que buscam definir estratégias voltadas à susten-
tabilidade?
 
Considerações finais
Neste capítulo, tivemos a oportunidade de conhecer e entender a im-
portância dos conceitos de saúde, segurança do trabalho e meio ambien-
te, bem como o seu alinhamento com o conceito de sustentabilidade.
As empresas devem atuar de maneira sustentável para se manter 
competitivas, considerando que cada vez mais a sociedade demanda 
atributos associados à sustentabilidade para escolher as organizações 
com as quais deseja se relacionar.
Não importa se esse relacionamento será como cliente, fornecedor, 
empregado	ou	financiador,	o	que	se	deseja	é	identificar	valores	organi-
zacionais em harmonia com a sustentabilidade, e isso inclui as ações 
para a segurança do trabalho, a proteção à saúde dos trabalhadores e a 
preservação do meio ambiente.
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Referências
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Paulo: Editora Senac São Paulo, 2017.
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. 5. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2016.
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do	Meio	Ambiente,	seus	fins	e	mecanismos	de	 formulação	e	aplicação,	e	dá	
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 set. 1981.
BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento 
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 20 set. 1990.
CORREA, Glaucia Garanhani. Atenção à saúde do trabalhador. Curitiba: 
Contentus, 2020.
OLIVEIRA, Marcos Alberto de. Fundamentos da administração. São Paulo: 
Editora Senac São Paulo, 2020.
PARENTE, Tobias Coutinho. Sustentabilidade organizacional. São Paulo: 
Editora Senac São Paulo, 2018.
ROSSETE, Celso Augusto (org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
SILVA, Agenor; REZENDE, Mardele; TAVEIRA, Paulo. Segurança do trabalho e 
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STUMM, Silvana Bastos. Segurança e ergonomia. Curitiba: Contentus, 2020.
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Capítulo 2 
Trajetória da 
saúde do trabalho, 
princípios da
higiene ocupacional
e da segurança do 
trabalho 
Sabemos que todas as ações realizadas pelas empresas para pro-
porcionar melhores condições de trabalho são fundamentais para o 
bem-estar dos seus colaboradores. Desse modo, para que possamos 
entender como essas ações podem e devemser realizadas, é impor-
tante compreendermos o panorama histórico do trabalho e da saúde 
do trabalhador. 
Neste capítulo, estudaremos também os princípios norteadores da 
higiene ocupacional e da segurança do trabalho, preceitos fundamentais 
para que as organizações e seus colaboradores possam implementar 
as ações necessárias, visando a prevenção de acidentes e a proteção 
dos trabalhadores. 
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Por fim, vamos conhecer as normas regulamentadoras que, no 
Brasil, regem e fornecem as orientações sobre as obrigatoriedades dos 
procedimentos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador. 
1 Evolução histórica do trabalho, da saúde e 
segurança do trabalho 
Atualmente, as organizações implementam programas voltados à 
segurança e à saúde dos trabalhadores com base em normas, legisla-
ções, regras, especificações e controles, visando proporcionar o bem-
-estar e proteger a integridade física e a saúde de seus colaboradores. 
Entretanto, é importante compreender que as práticas atuais podem ser 
consideradas como resultados de muitos anos de estudos, pesquisas e 
observações das atividades laborais e dos ambientes de trabalho. 
Inicialmente, devemos entender o conceito de trabalho que pode ser 
definido não como um ato estanque em si mesmo, mas como um pro-
cesso em que ocorre a relação do trabalhador com o meio ambiente, 
uma vez que o trabalho é realizado em qualquer ambiente (em escritório 
num local fechado, andando sob sol e chuva, locais de temperaturas 
extremas – próximo a um forno ou que tenha que entrar em uma câma-
ra frigorífica –, locais que necessitam de turnos de revezamento de 24 
horas, entre outros). Assim, considerando que o processo de trabalho 
apresenta inúmeras variantes que se relacionam com o trabalhador e 
que essas condições podem provocar danos ou adoecimentos ao longo 
dos anos, foram desenvolvidos estudos e levantamentos sobre os ris-
cos existentes em cada atividade laboral (CORREA, 2020). 
Podemos dizer que, a partir do momento em que os meios de produ-
ção passaram a ser organizados para a obtenção de lucro, a situação 
para a saúde e a segurança dos trabalhadores se tornou bastante pre-
cária. As primeiras fábricas utilizavam galpões com pouca iluminação 
e ventilação, acumulavam lixo e sujeira, o que proporcionava aos traba-
lhadores condições de trabalho insalubres (OLIVEIRA, 2018). 
21 Trajetória da saúde do trabalho, princípios da higiene ocupacional e da segurança do trabalho
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As condições inadequadas de trabalho oferecidas aos trabalhadores 
despertaram grande interesse de pesquisadores e estudiosos sobre o 
tema, o que trouxe, ao longo dos anos, contribuições muito representa-
tivas para a segurança e a saúde dos trabalhadores. 
Entre os principais pesquisadores sobre o tema e que desenvolve-
ram estudos que trouxeram contribuições relevantes para a segurança 
e a saúde dos trabalhadores, podemos destacar (OLIVEIRA, 2018): 
• Georgius Agricola (1494-1555): foi o primeiro especialista a tratar 
a vinculação entre saúde e trabalho. Era considerado um perito 
em minerais e em doenças provocadas nos mineradores; e por ter 
essa especialidade, desenvolveu um estudo fazendo a correlação 
entre o processo de extração de minerais (ouro e prata) e as doen-
ças e acidentes mais habituais entre os trabalhadores em minas. 
Esse estudo foi publicado na obra De re metallica, em 1556. 
• Paracelso (1493-1541): Paracelso era o pseudônimo do pesquisa-
dor Felipe Teofrasto de Hohenheim, que desenvolveu um estudo 
que relacionava trabalho e doença, enumerando diversos proces-
sos de trabalho, substâncias químicas utilizadas e as respectivas 
doenças decorrentes. Entre os temas estudados, destacam-se a 
silicose e a intoxicação sofrida pelos mineiros e fundidores que 
manipulavam mercúrio e chumbo. Esse estudo foi publicado 
postumamente na obra Dos ofícios e doenças da montanha, em 
1567. Paracelso é considerado um dos precursores da medicina 
do trabalho. 
• Bernardino Ramazzini (1633-1714): desenvolveu um estudo de cin-
quenta profissões ou ocupações, pormenorizando as doenças, os 
sintomas e os sinais relacionados a cada tipo de trabalho, prescre-
vendo como remediá-los e preveni-los. Esse estudo foi publicado 
em 1700, na obra De morbis artificum diatriba (As doenças dos tra-
balhadores). A publicação dessa obra deu a Ramazzini o epíteto de 
“pai da medicina do trabalho”, como é reverenciado mundialmente. 
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As contribuições trazidas por esses grandes profissionais foram 
importantes para o desenvolvimento de muitas outras pesquisas e 
trabalhos sobre a segurança e a saúde dos trabalhadores, até porque, 
ao longo dos anos, com o surgimento e a utilização das máquinas nos 
processos, tivemos um grande avanço tecnológico promovendo um au-
mento da produtividade e dos volumes de produtos fabricados. 
Entretanto, o avanço tecnológico sem qualquer tipo de controle so-
bre a segurança e a saúde dos trabalhadores trouxe um grande núme-
ro de doenças ocupacionais, bem como proporcionou a ocorrência de 
muitos acidentes relacionados ao trabalho. Assim, nesse contexto de 
condições inadequadas para o trabalho, surgiram os primeiros movi-
mentos associados a sindicatos para a defesa dos direitos aos traba-
lhadores. Esses movimentos não surtiram efeitos imediatos, podemos 
dizer que as melhorias nas condições de trabalho foram bem lentas. 
Entre as organizações mundiais que contribuíram para a dissemina-
ção dos direitos dos trabalhadores, devemos destacar a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT). A OIT, criada em 1919, é a entidade 
responsável pela redação, formulação e aplicação das normas inter-
nacionais do trabalho por meio de convenções e recomendações, e 
tem como objetivo garantir que homens e mulheres tenham acesso a 
um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equida-
de, segurança e dignidade. No Brasil, além da promoção permanente 
das normas internacionais do trabalho, do emprego, da melhoria das 
condições de trabalho e da ampliação da proteção social, a OIT tem se 
caracterizado pelo apoio ao esforço nacional de promoção do trabalho 
decente em áreas combatendo o trabalho forçado, o trabalho infantil, o 
tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e comercial; à promo-
ção da igualdade de oportunidades e tratamento de gênero e raça no 
trabalho; à promoção de trabalho decente para os jovens; entre outras 
(BARSANO; BARBOSA, 2018). 
23 Trajetória da saúde do trabalho, princípios da higiene ocupacional e da segurança do trabalho
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PARA SABER MAIS 
Para entender a evolução histórica mundial e nacional, vero capítulo 1 
“Introdução à segurança e saúde no trabalho” do livro Gestão dos progra-
mas ocupacionais, de Eduardo A. R. de Oliveira (2018, p. 7). 

Após a apresentação de um breve histórico sobre o trabalho e a preo-
cupação com a saúde e a segurança dos trabalhadores, vamos estudar 
a seguir os princípios da higiene ocupacional. 
2 Princípios da higiene ocupacional 
Segundo a American Conference of Governmental Industrial 
Hygienists (ACGIH – Conferência Norte-Americana de Higienistas 
Industriais Governamentais), a higiene do trabalho ou higiene industrial 
é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reconhecimento, a ava-
liação e o controle daqueles fatores ambientais ou tensões originadas 
nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde 
ou ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalha-
dores ou entre pessoas da comunidade (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
Os profissionais que atuam na área de saúde, higiene e segurança 
do trabalho utilizam a higiene ocupacional para antecipar, reconhecer, 
avaliar e controlar os agentes ou processos produtivos que colocam 
em risco a saúde e a integridade dos trabalhadores (SILVA; REZENDE; 
TAVEIRA, 2019). 
A metodologia de ação da higiene ocupacional é dividida em três 
etapas (BREVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2020): 
• Reconhecimento dos riscos: nesta primeira etapa, são levantadas 
informações sobre o ambiente de trabalho, visando identificar os 
riscos presentes e promover o devido controle para esse ambiente. 
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Vale ressaltar a importância desta etapa, pois, se um determinado 
risco não for identificado, não será avaliado e controlado. 
Para que se tenha eficiência nesta etapa, é fundamental que se co-
nheça a tecnologia de produção utilizada, o projeto das instalações, 
as matérias-primas utilizadas (em caso de setor industrial), os ris-
cos presentes no processo produtivo, as condições climáticas, as 
propriedades físico-químicas dos produtos utilizados, as caracte-
rísticas toxicológicas dos produtos e as atividades desenvolvidas 
pelos trabalhadores. Nota-se a importância desta etapa ser bem 
realizada para que possamos realmente identificar os riscos exis-
tentes. Até porque se nesta etapa de reconhecimento for identifica-
do que as concentrações ou as exposições estão muito acima dos 
limites de exposição, inicia-se imediatamente a etapa de controle. 
• Avaliação dos riscos: após o reconhecimento dos riscos, é rea-
lizada uma avaliação por meio de medições ou pela coleta de 
amostras que representam a realidade à qual os trabalhadores 
estão expostos. É uma etapa importante, pois, se o ambiente for 
saudável, possivelmente não haverá o desenvolvimento de doen-
ças profissionais, entretanto, se a avaliação não for realizada ou 
se for realizada de maneira inadequada, talvez a falha só será des-
coberta quando o trabalhador adoecer, o que será tarde demais. 
Nesta etapa, se faz necessário conhecer as técnicas de amostra-
gem para que seja utilizada a metodologia adequada para cada 
tipo de agente. Também é muito importante que seja feita uma 
estimativa da probabilidade do agravo e o grau de exposição em 
que ocorreu o dano. A responsabilidade pela realização da ava-
liação é muito grande, pois, se houver falha na estratégia ou na 
metodologia utilizada, o trabalhador correrá riscos de estar tra-
balhando em um ambiente insalubre, sem que a empresa tenha 
tomado as devidas providências. 
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 • Medidas de controle dos riscos: após o reconhecimento e a ava-
liação dos riscos, temos a última etapa, que trata sobre o controle 
desses agentes buscando reduzir ou eliminar os riscos presentes 
no ambiente de trabalho. Nesta etapa, as medidas de proteção 
coletiva para proteger o ambiente de trabalho devem ser prioriza-
das em relação às medidas de proteção individual. 
A utilização dos princípios da higiene ocupacional é de fundamental 
importância, pois a higiene ocupacional trabalha em prol da adaptação 
do trabalho ao homem, e do homem ao seu trabalho. Assim, compreen-
der as causas geradoras de riscos é fundamental para o desdobramen-
to de ações preventivas. 
NA PRÁTICA 
Vamos apresentar uma situação que demonstra como é importante a 
atuação da higiene ocupacional: 
Quando um trabalhador exposto em um ambiente de traba-
lho insalubre (contaminado por agentes físicos, químicos ou 
biológicos) desenvolve algum tipo de doença que o incapaci-
ta para o trabalho, ele será afastado. 
Após o devido tratamento, esse trabalhador, estando em 
condições de trabalhar, poderá retornar à sua atividade labo-
ral no mesmo local onde contraiu a doença. Provavelmente, 
voltará a ficar doente, dessa vez, mais rapidamente até que 
fique totalmente incapacitado para o trabalho. 
Isso ocorre pois, o que está sendo tratado é a consequên-
cia, no caso, a doença e não a causa básica fundamental 
que é a exposição a ambiente contaminado. 
A higiene ocupacional atua exatamente sobre a causa, ou 
seja, o ambiente contaminado. (BREVIGLIERO; POSSEBON; 
SPINELLI, 2020, p. 9). 
 
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Agora que já conhecemos os princípios da higiene ocupacional, va-
mos entender quais são os princípios da segurança do trabalho. 
3 Princípios da segurança do trabalho 
Em um ambiente de constantes mudanças no ambiente de trabalho 
impulsionadas pelas inovações tecnológicas e pelo desenvolvimento 
econômico, o tema segurança do trabalho deve ser tratado com muita 
atenção pelas organizações. Até porque, quando surgem novas ativida-
des laborais, se faz necessária a análise de quais serão as condições de 
trabalho necessárias para a realização da atividade e, por consequência, 
deve-se avaliar também quais os riscos associados à sua realização. 
Assim, podemos definir a segurança do trabalho como a ciência que 
estuda as possíveis causas dos acidentes e incidentes originados du-
rante a atividade laboral do trabalhador, visando prevenir os acidentes, 
as doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde profissio-
nal (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
As empresas devem utilizar os princípios da segurança do trabalho 
para reduzir ou evitar a ocorrência de acidentes do trabalho e o desen-
volvimento de doenças relacionadas ao trabalho. Para tanto, não basta 
simplesmente atender às legislações em vigor, mas, acima de tudo, as-
sumir uma posição estratégica em relação ao tema, compreendendo 
que a adoção dos princípios pode trazer benefícios físicos, financeiros e 
sociais (ROSSETE, 2015). 
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IMPORTANTE 
Compete à segurança do trabalho junto com outros conhecimentos 
afins, como a higiene ocupacional e a medicina do trabalho, identificar 
os fatores de risco que levam à ocorrência de acidentes e doenças ocu-
pacionais. 

A segurança do trabalho proporciona uma visão abrangente que en-
volve diversas áreas de conhecimento, o que faz com que a empresa 
tenha um desafio cada vez maior para atuar com efetividade na imple-
mentação de ações prevencionistas. Como nos locais de trabalho nor-
malmente existem inúmeras situações de riscos passíveis de provocar 
acidentes do trabalho, quanto maior for o detalhamento da análise dos 
fatores de risco em todas as tarefas e nas operações do processo, maior 
será a assertividade para a implementação das ações de prevenção. 
Se considerarmos que a segurança do trabalho encontra uma relação 
com praticamente todas as áreas de conhecimento humano, para imple-
mentar as ações sugeridas, é uma questão obrigatória para as empresas 
estarem atentas às características do colaborador, como escolaridade, 
histórico profissional e biótipo do trabalhador, pois só assim conseguirá 
realizar uma avaliação mais precisa, identificando se o trabalhador pos-
sui características adequadas para a função que será exercida. 
Por outro lado, considerando a segurança dos processos, será fun-
damental que a empresa proporcione boas condições de trabalho, caso 
contrário de nada adiantará escolher o colaborador adequado para a 
função se as condições de trabalho não forem adequadas e salubres. A 
seguir, vamos estudar as normas regulamentadoras e outros aspectos 
legais relacionados à segurança do trabalho. 
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4 Normas regulamentadoras 
Antes de falarmos especificamente sobre as normas regulamenta-
doras, é importante compreender a hierarquia das normas relativa à 
saúde e à segurança do trabalho. No Brasil, a ordem hierárquica das 
normas respeita a ordem jurídica apresentada a seguir (BARSANO; 
BARBOSA, 2018, p. 14). 
1o: Constituição Federal (CF/1988), ADCT, Emendas Constitucio-
nais, Tratados e Convenções sobre Direitos Humanos. 
2o: Lei Complementar, Lei Ordinária, Lei Delegada, Medida Provisó-
ria, Decreto Legislativo. 
3o: Decretos, Resoluções, Portarias, Instruções Normativas. 
4o: Contratos, Sentenças Judiciais, Atos e Negócios Jurídicos. 
Assim, podemos afirmar que a segurança do trabalho é regulamen-
tada por muitas normas (Constituição Federal, leis, decretos, portarias, 
resoluções, instruções técnicas, etc.), que visam garantir a integridade 
física e psíquica dos trabalhadores. As principais normas que regem a 
segurança do trabalho no Brasil são as seguintes: 
• Constituição Federal de 1988 (CF/1988): a Constituição da 
República Federativa do Brasil, publicada em 1988, discorre em 
seu art. 7, XXII, ser “direito do trabalhador a redução dos riscos 
inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança” (BRASIL, 1988). 
• Decreto-lei n. 5.452, de 1o de maio de 1943: Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT) – a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, 
em seu Capítulo V do Título II – Da Segurança e da Medicina do 
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Trabalho, trata o tema nos arts. de 154 a 200. O texto original foi 
alterado com a Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1997. 
• Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991: dispõe sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social, que também regulamentam o 
acidente do trabalho. 
• Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1997: essa lei alterou o 
Capítulo V do Título II da CLT (relativo à segurança e à medicina 
do trabalho). 
• Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978: essa portaria aprovou as 
normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da CLT relativas 
à segurança e à medicina do trabalho. 
As normas regulamentadoras (NRs) são consideradas a principal re-
ferência para todos os profissionais da área de segurança do trabalho 
em virtude de sua importância na prevenção de acidentes do trabalho 
nos diversos segmentos organizacionais. A seguir, apresentamos as 37 
NRs (BRASIL, 2021). 
NR-1 – Disposições Gerais: esta é a norma que estabelece as dispo-
sições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns 
às NRs relativas à segurança e à saúde no trabalho, e as diretrizes e os 
requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas 
de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho (SST). 
NR-2 – Inspeção Prévia: esta norma foi revogada pela Portaria SEPRT 
n. 915, de 30 de julho de 2019, publicada no Diário Oficial da União de 
31 de julho de 2019. 
NR-3 – Embargo e Interdição: a norma trata dois temas essenciais 
para o perfeito andamento da fiscalização de segurança e saúde do tra-
balhador – embargo e interdição. 
NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT): esta norma define que os Serviços 
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Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
devem ser realizados por uma equipe de profissionais especializados. 
Estabelece as atribuições, os requisitos, a jornada de trabalho e o di-
mensionamento da equipe. 
NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa): é con-
siderada uma das normas mais importantes para a segurança do tra-
balho, ela define as atribuições da Cipa, como deve ser o processo elei-
toral, as reuniões ordinárias e extraordinárias e as atribuições e direitos 
do cipeiro. 
NR-6 – Equipamentos Proteção Individual (EPIs): esta norma define 
equipamentos de proteção individual (EPIs), comenta sobre a importân-
cia dos equipamentos de proteção coletiva (EPCs) e sua aplicação no 
cotidiano das organizações. 
NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO): norma que estabelece diretrizes e requisitos para o desenvol-
vimento do PCMSO nas organizações. 
NR-8 – Edificações: nesta norma, estão estabelecidos os requisitos 
técnicos mínimos a serem considerados nas edificações para garantir 
segurança e conforto aos trabalhadores. 
NR-9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes 
Físicos, Químicos e Biológicos: é a norma que estabelece os requisitos 
para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, quími-
cos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento 
de Riscos (PGR), previsto na NR-1, fornecendo as informações quanto 
às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais. 
NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade: esta-
belece os requisitos e condições mínimos a serem observados na im-
plementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de modo 
a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que atuem, direta 
ou indiretamente, com instalações elétricas e serviços de eletricidade. 
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NR-11 – Transporte, Movimentação e Armazenagem e Manuseio de 
Materiais: é a norma que estabelece os procedimentos de segurança 
para a operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais 
e máquinas transportadoras. 
NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: esta 
é a norma que define as referências técnicas, os princípios fundamen-
tais e as medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade físi-
ca dos trabalhadores, estabelece requisitos mínimos para a prevenção 
de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização 
de máquinas e equipamentos de todos os tipos. 
NR-13 – Caldeiras, Vasos sob Pressão e Tubulações e Tanques 
Metálicos de Armazenamento: esta norma regulamenta as atividades 
envolvendo caldeiras e vasos sob pressão. 
NR-14 – Fornos: é a norma que determina que os fornos devem ser 
construídos solidamente, revestidos com material refratário, de maneira 
que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância estabeleci-
dos pela NR-15. 
NR-15 – Atividades e Operações Insalubres: é a norma que define 
quais são as atividades consideradas insalubres e também estabele-
ce qual será o adicional incidente ao salário do trabalhador que exerce 
suas atividades laborais em condições de insalubridade. 
NR-16 – Atividades e Operações Perigosas: de acordo com essa nor-
ma, são consideradas perigosas as atividades e operações com explo-
sivos, inflamáveis e radiações ionizantes ou substâncias radioativas. 
NR-17 – Ergonomia: esta norma estabelece os parâmetros que per-
mitam a adaptação das condições de trabalho às características psi-
cofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o conforto, a 
segurança e o desempenho suficiente ao colaborador. 
NR-18 – Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção: 
norma que tem como objetivo estabelecer diretrizes de ordem 
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administrativa, de planejamento e de organização, que visam à imple-
mentação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança 
nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indús-
tria da construção. 
NR-19 – Explosivos: de acordo com esta norma, é considerado ex-
plosivo o material ou substância que, quando iniciada, sofre decompo-
sição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de 
calor e desenvolvimento súbito de pressão. 
NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e 
Combustíveis: é a norma que estabelece as diretrizes para a segurança 
e a saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis. 
NR-21 – Trabalhos a Céu Aberto: esta norma estabelece as diretrizes 
para trabalhos a céu aberto. 
NR-22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: norma que 
estabelece medidas para o controle dos riscos existentes no setor de 
mineração. 
NR-23 – Proteção contra Incêndios: esta norma estabelece que to-
dos os empregadores devem adotar medidas de proteção de incêndios, 
em conformidade com a legislação e as normas técnicas aplicáveis. 
NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: 
norma que define todas as diretrizes relacionadas às condições sanitá-
rias e de conforto nos locais de trabalho. 
NR-25 – Resíduos Industriais: estabelece os meios de prevenção 
quanto ao descarte dos resíduos. 
NR-26 – Sinalização de Segurança: é a norma que regulamenta a cor 
na segurança do trabalho, bem como estabelece as regras de sinaliza-
ção de segurança nos locais de trabalho. 
NR-27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho: 
esta norma foi revogada em 12 de junho de 1990, pela Portaria DSST n. 6. 
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NR-28 – Fiscalização e Penalidades: norma que estabelece os pro-
cedimentos a serem adotados pela fiscalização de segurança e saúde 
do trabalho. 
NR-29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: norma que esta-
belece medidas para o controle dos riscos existentes no setor portuário, 
aplicada para operações tanto a bordo como em terra. 
NR-30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: norma que re-
gulamenta as condições de trabalho aquaviário, relativo a toda embar-
cação de bandeira nacional ou estrangeira. 
NR-31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, 
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura: norma que regulamenta 
as condições de trabalho nos ambientes rurais. 
NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde: nor-
ma que regulamenta as condições de trabalho na área de saúde. 
NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados: 
norma que regulamenta as condições de trabalho em espaços 
confinados. 
NR-34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção, Reparação e Desmonte Naval: norma que regulamenta as 
condições de trabalho na indústria da construção e reparação naval, 
estabelecendo medidas de prevenção à segurança, à saúde e ao meio 
ambiente nesta atividade. 
NR-35 – Trabalho em Altura: esta é a norma que regulamenta as con-
dições de trabalho para as atividades em altura. 
NR-36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e 
Processamento de Carnes e Derivados: norma que regulamenta as con-
dições de trabalho na indústria de abate e processamento de carnes e 
derivados destinados ao consumo humano. 
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. NR-37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo: estabelece 
os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no 
trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas 
Jurisdicionais Brasileiras (AJB). 
PARA PENSAR 
Agora que você já conhece todas as normas regulamentadoras, tente 
identificar todas as normas aplicáveis à sua empresa e verifique como 
estão as atividades relacionadas ao atendimento de cada norma. 
 
Considerações finais 
Neste capítulo, pudemos entender como se deu a evolução histórica 
do trabalho, da saúde e da segurança do trabalho. Estudamos também 
os princípios norteadores da higiene ocupacional e da segurança do 
trabalho e a maneira que os empregadores devem desdobrar suas es-
tratégias voltadas à promoção de boas condições de trabalho aos seus 
colaboradores. 
Também foram apresentadas as 37 normas regulamentadoras 
(NRs), destacando seus objetivos e foco de atuação. Vale salientar que, 
além de atender aos requisitos estabelecidos nessas normas, as em-
presas também deverão atender às determinações de outras normas 
complementares. 
Por fim, o mais importante a ser ressaltado é a preocupação com a 
prevenção de acidentes e com as boas condições de trabalho, destaca-
das nos preceitos estabelecidos pela higieneocupacional, pela seguran-
ça do trabalho e pelas normas regulamentadoras. 
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Referências 
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balho. São Paulo: Érica, 2018. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 
out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ 
constituicao.htm. Acesso em: 11 ago. 2021. 
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Trabalho. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguran-
ca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras?b_start:int=20. Acesso em: 
11 ago. 2021. 
BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: 
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Paulo, 2020. 
CORREA, Glaucia Garanhani. Atenção à saúde do trabalhador. Curitiba: 
Contentus, 2020. 
OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Gestão dos programas ocupacionais. 
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2018. 
ROSSETE, Celso Augusto (org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
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SILVA, Agenor; REZENDE, Mardele; TAVEIRA, Paulo. Segurança do trabalho e 
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https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguran
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao
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Capítulo 3 
Acidente do 
trabalho e doenças 
ocupacionais 
Neste capítulo, vamos estudar os fundamentos do acidente do tra-
balho e suas práticas legais. Por mais que as empresas implementem 
ações voltadas à saúde e à segurança dos seus colaboradores, infeliz-
mente jamais conseguirão eliminar totalmente os riscos de acidentes 
no ambiente de trabalho. 
Assim, cada evento acaba servindo como uma orientação para a 
implementação de melhorias e de ações preventivas, sempre visando 
proteger os trabalhadores. A promoção do bem-estar no ambiente de 
trabalho proporcionando condições salubres e seguras para que os 
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colaboradores possam realizar suas atividades laborais deve ser um ob-
jetivo permanente para que as organizações desenvolvam uma cultura 
de segurança. 
1 Conceito de acidente do trabalho 
Para que possamos estudar o conceito de acidente do trabalho, é 
importante compreendermos o contexto em que esses acidentes ocor-
rem nas empresas. Sabemos que não existe uma causa única para a 
ocorrência de acidentes, assim como também não existe uma única 
maneira para a sua prevenção. Basicamente, todo estudo realizado pela 
segurança do trabalho envolve duas forças opostas, ou seja, os fatores 
de risco (que atuam no sentido de provocar acidentes e doenças) e a 
função segurança (que atua para prevenir, evitar ou pelo menos reduzir 
os efeitos dos fatores de risco) (ROSSETE, 2015). 
Considerando esse contexto, a segurança do trabalho aborda o tema 
acidente do trabalho sob dois enfoques: legal e prevencionista. Sob a 
ótica prevencionista, o conceito aborda o acidente do trabalho não so-
mente como uma causa de dano real ao trabalhador ou ao patrimônio, 
mas principalmente como uma prevenção, por meio da antecipação de 
certo evento que, sob o olhar prevencionista dos profissionais envol-
vidos com a segurança do trabalho na empresa, possa desencadear, 
por diversos incidentes (ou quase acidentes), uma pequena lesão, uma 
grave lesão ou até mesmo um acidente fatal (morte do trabalhador) 
(BARSANO; BARBOSA, 2018). 
IMPORTANTE 
Acidente do trabalho é um evento inesperado e indesejado que traz al-
gum tipo de dano ao trabalhador. 
 
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O acidente de trabalho é um evento ou ocorrência que não foi pro-
gramado, que ocorre na maioria das vezes de maneira inesperada, que 
interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, causan-
do danos materiais, lesões nos trabalhadores e perda de tempo. Desse 
modo, é primordial que a empresa estabeleça um processo de preven-
ção de acidentes e adote metodologias para estudar as atividades labo-
rais, visando investigar e registrar as ocorrências para que possam ser 
desdobradas as ações de prevenção. 
O conceito legal de acidente do trabalho é apresentado pela Lei n. 
8.213, de 24 de julho de 1991. Esta lei estabelece os critérios e concei-
tos sobre acidentes do trabalho. O art. 19 da lei define: “acidente do tra-
balho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou 
de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte 
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para 
o trabalho” (BRASIL, 1991). 
Um acidente típico é o acidente que ocorre pelo exercício do traba-
lho a serviço da empresa, ou seja, aquele que se amolda perfeitamente 
como descrito no art. 19 da Lei n. 8.213 de 1991 (ROSSETE, 2015). De 
acordo com o tipo de acidente ocorrido, o trabalhador poderá ser afas-
tado ou não de suas atividades laborais, assim, o acidente pode ser: 
• Sem afastamento: quando o trabalhador, após o acidente, já retor-
na ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja 
incapacidade permanente. 
• Com afastamento: quando o trabalhador, após o acidente, se au-
senta do trabalho. O afastamento do trabalhador é em decorrên-
cia de sua incapacidade para a realização da atividade laboral, 
esta incapacidade pode ser classificada ainda como: 
◦ incapacidade temporária – ocorre quando o trabalhador se 
afasta, mas, em seu retorno, consegue desenvolver suas 
atividades; 
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.◦ incapacidade permanente parcial – ocorre quando o trabalha-
dor, ao retornar ao trabalho, volta sem as mesmas condições 
laborais, permanecendo com certa redução de sua capacida-
de para a realização das suas atividades laborais; 
◦ incapacidade total permanente – ocorre quando o trabalhador 
fica impossibilitado de retornar ao trabalho, tornando-se inváli-
do para o exercício de atividades laborais; 
◦ morte – quando o trabalhador vem a óbito em decorrência de 
acidente do trabalho. 
A Lei n. 8.213 de 1991 equipara igualmente a acidente do trabalho 
outros infortúnios sofridos pelo trabalhador em situações específicas 
(OLIVEIRA, 2018). Segundo o art. 21 dessa lei: 
A Previdência Social classifica como acidente de trabalho: 
a. o acidenteligado ao trabalho que, embora não tenha sido 
a causa única, haja contribuído diretamente para a morte 
do trabalhador, para perda ou redução da sua capacidade 
para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija 
atenção médica para a sua recuperação; 
b. o acidente sofrido pelo trabalhador no local e horário do 
trabalho, em consequência de: 
◦ ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado 
por terceiro ou companheiro de trabalho; 
◦ ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por 
motivo de disputa relacionada com o trabalho; 
◦ ato de imprudência, de negligência ou de imperícia 
de terceiro, ou de companheiro de trabalho; 
◦ ato de pessoa privada do uso da razão; 
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◦ desabamento, inundação, incêndio e outros casos 
fortuitos decorrentes de força maior; 
c. a doença proveniente de contaminação acidental do 
empregado no exercício de sua atividade; 
d. o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local 
e horário de trabalho: 
◦ na execução de ordem ou na realização de serviço 
sob a autoridade da empresa; 
◦ na prestação espontânea de qualquer serviço à 
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar 
proveito; 
◦ em viagem a serviço da empresa, inclusive para 
estudo, quando financiada por esta, dentro de 
seus planos para melhor capacitação da mão-de-
obra, independentemente do meio de locomoção 
utilizado, inclusive veículo de propriedade do 
segurado; no percurso da residência para o local 
de trabalho ou deste para aquela, qualquer que 
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de 
propriedade do segurado; 
◦ acidente de trajeto: o acidente sofrido no percurso 
da residência para o local de trabalho ou deste para 
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, 
inclusive veículo de propriedade do segurado. 
(BRASIL, 1991) 
Essa mesma lei também equipara a acidente do trabalho as doenças 
profissionais e do trabalho que serão tratadas a seguir. 
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2 Doenças ocupacionais: doença profissional 
e doença do trabalho (saúde e doença) 
Antes de estudarmos o conceito de doença ocupacional, deve-
mos entender que o conceito de saúde, de acordo com a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), se refere ao estado de completo bem-estar 
físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou 
enfermidade. Entretanto, sabemos que os trabalhadores podem adqui-
rir doenças em função de causas relacionadas ao trabalho, como resul-
tado da profissão exercida ou que exerceu anteriormente, ou pelas con-
dições adversas em que o seu trabalho foi realizado (OLIVEIRA, 2018). 
Nesse contexto, é importante destacar que a saúde é mundialmente 
reconhecida como um direito de todo ser humano e a sua manutenção 
é um direito social estabelecido em nossa Constituição. A Constituição 
Brasileira publicada em 1988 estabelece no art. 6 do Capítulo II – Dos 
Direitos Sociais que: “são direitos sociais a educação, a saúde, o traba-
lho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade 
e à infância e a assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988). 
O conceito de doença ocupacional está previsto em lei, na qual é 
equiparada também a acidente do trabalho, tendo em vista que as doen-
ças, de um modo ou de outro, se relacionam com determinada atividade 
realizada no ambiente de trabalho (OLIVEIRA, 2018). 
Assim, de acordo com a Lei n. 8.213 de 1991, também são conside-
radas acidente do trabalho (BRASIL, 1991): 
• Doença profissional: doença produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante 
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social. Por exemplo, asma ocupacional, dermatose ocu-
pacional, saturnismo (exposição ao chumbo), estresse ocupacio-
nal, pneumoconiose e câncer por exposição a produtos químicos. 
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• Doença do trabalho: doença adquirida ou desencadeada em fun-
ção de condições especiais em que o trabalho é realizado e com 
ele se relacione diretamente, e constante da respectiva relação 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Por 
exemplo, perda auditiva, lesão por esforço repetitivo (LER), distúr-
bios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), depres-
são e cegueira. 
Vale ressaltar que, de acordo com essa mesma lei, não são conside-
radas como doença do trabalho (BRASIL, 1991): 
• Doença degenerativa. 
• Doença inerente a grupo etário. 
• Doença que não produz incapacidade laborativa. 
• Doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região 
onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de ex-
posição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
Um aspecto importante a ser destacado é que, apesar dos conceitos 
de acidente do trabalho e de doenças ocupacionais serem tratados com 
grande preocupação pelas empresas e pelos seus colaboradores, sabe-
mos que, infelizmente, muitos acidentes de trabalho ocorrem diariamente 
nas empresas e, a partir do momento em que ele ocorre, a empresa pre-
cisa tomar uma série de providências, entre elas comunicar a Previdência 
Social, conforme será apresentado a seguir. 
3 Comunicado de acidente do trabalho – CAT 
e dia do acidente 
Antes de estudarmos como deve ser realizado o comunicado de 
acidente do trabalho, é importante conhecermos quais são as causas 
dos acidentes de trabalho. Vale ressaltar que, na maioria das vezes, 
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.essas causas são complexas, pois existem fatores que atuam direta 
ou indiretamente no desencadeamento de um acidente. Basicamente, 
os acidentes de trabalho ocorrem sobretudo em razão de dois fatores 
(BARSANO; BARBOSA, 2018): 
• Ato inseguro: ato praticado pelo indivíduo, consciente (quando ele 
sabe que está se expondo ao perigo), inconsciente (quando ele 
não sabe que está se expondo ao perigo) ou circunstancial (quan-
do algo mais forte o leva a praticar uma ação insegura). 
• Condição insegura: quando é o ambiente de trabalho que expõe o 
trabalhador ou as instalações e os equipamentos ao risco. 
NA PRÁTICA 
São exemplos de atos inseguros: colocar alguma parte do corpo em um 
lugar perigoso, ficar junto ou sob cargas suspensas, usar máquinas sem 
habilitação, limpar máquinas em movimento, fazer brincadeiras e prati-
car exibicionismo durante a atividade laboral, usar roupas inadequadas, 
não usar os equipamentos de proteção individual. 
São exemplos de condições inseguras: falta de ordem e de limpeza, 
ventilação e/ou iluminação inadequadas, falta de espaço, passagens 
perigosas, falta de proteção em máquinas e equipamentos,defeitos nas 
edificações (como vazamentos e instalações danificadas), desvios ou 
improvisação nos processos ou falta/falha de manutenção (as chama-
das “gambiarras”, que ocorrem no dia a dia das empresas) (BARSANO; 
BARBOSA, 2018, p. 8). 
 
Também devemos destacar o fator pessoal de insegurança que 
ocorre quando o trabalhador executa suas atividades laborais desmo-
tivado, em más condições físicas, sem nenhuma experiência, etc. Por 
exemplo: trabalhar embriagado, trabalhar doente (com alguma deficiên-
cia física, psíquica, etc.), ser dependente de drogas, estresse, depressão, 
ter problemas familiares e/ou financeiros, entre outros. 
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Quando ocorre um acidente do trabalho ou a verificação da uma 
doença ocupacional, a empresa e o empregador doméstico devem co-
municar o infortúnio à Previdência Social por meio de um documento 
denominado Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). A CAT é um 
documento oficial padronizado e uma fonte de informações sobre os 
acidentes do trabalho para a Previdência Social, que recolhe e processa 
as informações recebidas (ROSSETE, 2015). 
3.1 Emissão da CAT exclusivamente eletrônica 
A CAT deve ser feita pela empresa e enviada à Previdência Social, 
dentro do prazo legal, independentemente de ter havido ou não o afasta-
mento do trabalhador. É uma obrigação legal do empregador, amparada 
pela Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos 
de Benefícios da Previdência Social e que afirma em seus arts. 22 e 23: 
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência 
Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso 
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa 
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de con-
tribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada 
e cobrada pela Previdência Social. (BRASIL, 1991) 
Vale ressaltar que, com a publicação da Portaria SEPRT/ME n. 4.334, 
de 15 de abril 2021, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho 
do Ministério da Economia, o procedimento para a emissão da CAT foi 
alterado. De acordo com essa nova portaria, a CAT será cadastrada 
exclusivamente por meio eletrônico, de tal modo que, a partir de sua 
vigência, não será mais possível o protocolo físico do documento nas 
agências da Previdência Social (BRASIL, 2021). 
A emissão da CAT, exclusivamente eletrônica, deve ser realizada pelo 
eSocial, seguindo a orientação estabelecida no Manual de Orientação 
do eSocial (MOS), que está disponível no site do eSocial na internet 
(BRASIL, 2021). 
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Assim, a CAT deve ser emitida pelo empregador, inclusive o domésti-
co, em relação aos empregados, ou pela empresa tomadora de serviço, 
ou na sua falta, pelo sindicato da categoria ou órgão gestor de mão de 
obra, em relação ao trabalhador avulso (BRASIL, 2021). 
Todos os campos da CAT deverão ser preenchidos com a transcri-
ção fiel dos dados informados no atestado médico. As informações que 
deverão ser prestadas são: os dados de identificação (qual o tipo de 
emitente, qual o tipo de CAT, qual a iniciativa da CAT e qual a fonte de 
emissão); os dados do emitente; os dados do acidentado; as informa-
ções sobre o acidente; e as informações do atestado médico. As orien-
tações para o preenchimento da CAT podem ser obtidas no Manual de 
Orientação do eSocial (MOS) e no site da Previdência Social. 
Após preencher a CAT, o trabalhador, com as respectivas testemu-
nhas, deve se dirigir a um serviço de saúde (ambulatório da empresa, 
hospital, etc.), no qual um médico preencherá o laudo de exame médico. 
Se o acidente promover um afastamento superior a 15 dias, o trabalhador 
adquire estabilidade de 12 meses, contados a partir do seu retorno ao tra-
balho, não podendo ser dispensado, salvo em caso de justa causa. Desse 
modo, o acidentado deverá se dirigir ao Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS) para promover a caracterização do acidente do trabalho. 
Vale destacar que, na falta de emissão da CAT por parte da empresa, 
de acordo com o art. 22 da Lei n. 8.213/1991, podem formalizá-la: o pró-
prio acidentado ou seus dependentes, a entidade sindical competente, 
o médico que prestou o primeiro atendimento ou qualquer autoridade 
pública; esta formalização dever ser feita pelo site da Previdência Social 
(BRASIL, 1991). 
A determinação legal de entrega, pelo empregador, de cópia fiel da 
CAT ao acidentado ou dependentes e ao sindicato, contida no parágrafo 
1o do art. 22 da Lei n. 8.213/1991, ocorrerá (BRASIL, 1991): 
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• No caso de envio da CAT pelo eSocial, pela entrega de formulário 
com o modelo previsto no anexo da portaria, com cópia fiel dos 
dados enviados no eSocial. 
• No caso de envio da CAT pelo site da Previdência, pela impressão 
do formulário disponibilizado pelo sistema após o preenchimento 
do documento. 
O cadastramento eletrônico da CAT, pelo eSocial ou pelo site da 
Previdência, corresponde ao cumprimento da obrigação do empregador 
previsto no art. 22 da Lei n. 8.213/1991. 
3.2 Dia do acidente 
Outro aspecto importante a ser ressaltado é o dia do acidente. De 
acordo com o art. 23, da Lei n. 8.213/1991, considera-se como dia do 
acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início 
da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o 
dia da segregação compulsória, ou o dia que for realizado o diagnóstico, 
valendo para este efeito o que ocorrer primeiro (BRASIL, 1991). 
Assim, a empresa é responsável pela adoção e uso das medidas co-
letivas e individuais de proteção e segurança da saúde dos trabalhado-
res, com o intuito de evitar a ocorrência de acidentes do trabalho e de 
doenças profissionais (ROMAR; LENZA, 2021). 
PARA SABER MAIS 
Para conhecer a teoria da responsabilidade do empregador, ver o item 
13.5 “Acidente do trabalho” do livro Direito do trabalho, 7. ed., de Carla T. 
M. Romar e Pedro Lenza (2021). 

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.Um aspecto importante a ser considerado para a caracterização do 
acidente do trabalho é o nexo técnico epidemiológico. A seguir, vamos 
conhecer este conceito. 
4 Nexo técnico epidemiológico 
Quando se trata do tema acidente do trabalho, surge uma questão 
importante, que é a caracterização de doenças e acidentes que estão 
correlacionados com a atividade laboral. O método que deve ser utiliza-
do para essa caracterização é o nexo técnico epidemiológico previden-
ciário (NTEP). 
O NTEP foi instituído pela Lei n. 11.430, de 26 de dezembro de 2006, 
que introduziu um novo artigo à Lei n. 8.213/1991, permitindo ao peritodo INSS a conexão de peculiaridades individuais do empregado (saúde 
e atividade profissional do trabalhador) com os elementos coletivos la-
borais. O art. 21 da Lei n. 11.430, diz o seguinte: 
A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza aci-
dentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo téc-
nico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da rela-
ção entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora 
da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doen-
ças – CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. 
§ 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste 
artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o 
caput deste artigo. 
§ 2o A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico 
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito sus-
pensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da 
Previdência Social. (BRASIL, 2006) 
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O NTEP é obtido pelo cruzamento das informações do código 
da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e do código da 
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), e aponta 
a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desen-
volvida pelo trabalhador na empresa. 
PARA PENSAR 
Na empresa onde trabalha, você já presenciou algum acidente do traba-
lho? Como foi conduzida a situação? 
 
Considerações finais 
Neste capítulo, estudamos o conceito de acidente do trabalho sob a 
ótica previdenciária e legal, bem como as principais causas dos aciden-
tes, ou seja, os atos inseguros, as condições inseguras para a realização 
do trabalho e os fatores pessoais de insegurança. 
Conhecemos também os conceitos de doenças ocupacionais, doen-
ça profissional e doença do trabalho, que são consideradas acidente do 
trabalho. 
Tratamos ainda dos procedimentos administrativos relacionados à 
ocorrência do acidente do trabalho, mais especificamente a CAT e o dia 
do acidente. 
Por fim, estudamos o conceito de nexo técnico epidemiológico, utili-
zado pelo perito do INSS para a caracterização das doenças e acidentes 
que estão correlacionadas com a atividade laboral. 
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Referências 
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balho. São Paulo: Érica, 2018. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 
out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ 
constituicao.htm. Acesso em: 18 ago. 2021. 
BRASIL. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. 
BRASIL. Lei n. 11.430, de 26 de dezembro de 2006. Altera as Leis n. 8.213, de 
24 de julho de 1991, e n. 9.796, de 5 de maio de 1999, aumenta o valor dos 
benefícios da previdência social; e revoga a Medida Provisória n. 316, de 11 de 
agosto de 2006; dispositivos das Leis n. 8.213, de 24 de julho de 1991, n. 8.444, 
de 20 de julho de 1992, e da Medida Provisória n. 2.187-13, de 24 de agosto de 
2001; e a Lei n. 10.699, de 9 de julho de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 27 dez. 2006. 
BRASIL. Portaria SEPRT/ME n. 4.334, de 15 de abril de 2021. Dispõe sobre o 
procedimento e as informações para a Comunicação de Acidente de Trabalho 
(CAT), de que trata o art. 22 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. (Processo 
n. 10132.100084/2021-71). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 abr. 2021. 
OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Gestão dos programas ocupacionais. 
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2018. 
ROMAR, Carla Teresa Martins; LENZA, Pedro. Direito do trabalho. 7. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2021. E-book. 
ROSSETE, Celso Augusto (org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao
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Capítulo 4 
Reflexos dos 
acidentes do 
trabalho 
Neste capítulo, apresentaremos informações sobre as consequên-
cias dos acidentes do trabalho. É fato que as empresas devem investir 
em ações voltadas à prevenção de acidentes, entretanto, mesmo fazen-
do os investimentos e realizando as ações necessárias, infelizmente, 
toda empresa está sujeita à ocorrência de eventos inesperados, ou seja, 
os acidentes. 
Os acidentes podem trazer reflexos significativos tanto para a em-
presa quanto para o trabalhador acidentado, assim, vamos estudar os 
reflexos dos acidentes do trabalho considerando os enfoques social, 
econômico, jurídico, previdenciário e epidemiológico. 
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Também serão tratadas as responsabilidades do empregador decor-
rentes do acidente do trabalho sob a ótica trabalhista, tributária, civil e 
penal. Essas informações são muito importantes para que as empresas 
possam conduzir o processo pós-acidente de maneira adequada não só 
na perspectiva administrativa, como também na legal. 
1 Enfoque social, econômico, jurídico, 
previdenciário e epidemiológico do acidente 
do trabalho 
Podemos afirmar que o objetivo da segurança do trabalho é tentar 
eliminar ou pelo menos minimizar as ocorrências de acidentes e doen-
ças relacionadas ao trabalho, promovendo saúde e bem-estar aos tra-
balhadores (ROSSETE, 2015). Entretanto, sabemos que, mesmo que as 
empresas adotem todas as medidas de segurança de maneira adequa-
da, elas não estarão isentas da ocorrência de acidentes do trabalho. 
Os reflexos do acidente podem resultar em danos físicos e até mes-
mo a morte do trabalhador ou danos materiais e econômicos para a 
empresa. Ao longo dos anos, muitos estudos foram realizados visando 
encontrar uma relação de causa e efeito para os diversos eventos em 
organizações de diferentes segmentos, analisando as frequências dos 
acidentes e incidentes do trabalho. 
Entre os diversos estudos realizados, podemos destacar o trabalho 
de Frank Bird Jr., que, após analisar diversos casos, publicou em 1966 
estudos que contemplavam não só as lesões decorrentes dos acidentes 
como também os danos à propriedade e os prejuízos decorrentes das 
paralisações de produção causadas por acidentes. Após a realização 
desses estudos, Bird Jr. concluiu que, para cada acidente grave (com 
afastamento), havia cerca de dez acidentes sem afastamento, trinta 
acidentes com danos materiais e cerca de seiscentos incidentes sem 
danos pessoais ou materiais. Essa relação, apresentada a seguir na fi-
gura 1, é conhecida como pirâmide de Frank Bird Jr. (ROSSETE, 2015). 
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Figura 1 – Pirâmide de Frank Bird Jr. 
1 
10 
30 
600 
Acidente com consequências graves ou inabilitações 
10 acidentes com lesões leves 
30 acidentes com danos materiais 
600 incidentes 
Fonte: adaptado de Rossete (2015, p. 33). 
Vale ressaltar que, para chegar a essa conclusão, Frank Bird Jr. estu-
dou cerca de dois milhões de acidentes em quase trezentas empresas 
diferentes. Interpretando as informações apresentadas na pirâmide, po-
demos dizer que os incidentes e acidentes com menores consequên-
cias têm uma frequência muito maior quando comparados aos aciden-
tes com reflexos mais graves. 
Assim, podemos afirmar que cada empresa deve ter a sua própria 
pirâmide, no entanto, de uma maneira geral e de acordo com a pirâmide 
de Bird Jr., à medida que aumenta a ocorrência de incidentes, aumenta 
também a probabilidade de ocorrência de um acidente. 
Os acidentes de trabalho causam prejuízos a todos. A empresa per-
de mão de obra qualificada, vê sua imagem comprometida e perde pro-
dutividade, além de assumir os gastos com hospital, medicamentos, 
apoio psicossocial e indenizações. O governo perde com pagamento 
de pensões e aposentadorias precoces, ou seja, o contribuinte também 
paga pelo prejuízo. 
Entretanto, quem mais sofre são os trabalhadores e suas famílias, 
com a redução de renda, envolvimento de familiares no cuidado do aci-
dentado, gastos com tratamento, além da dor física e psicológica. 
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IMPORTANTE 
Um acidente do trabalho gera prejuízos ao trabalhador, ao empregador 
e ao país. 

Ao estudarmos um acidente, podemos adotar enfoques distintos 
considerando as variáveis que envolvem a ocorrência do evento. Para 
Guimarães (2000 apud Rossete, 2015), acidentes do trabalho podem ter 
quatro enfoques: social, econômico, jurídico e epidemiológico. 
Figura 2 – Os quatro enfoques do acidente do trabalho 
1 – Social 2 – Econômico 3 – Jurídico 4 – Epidemiológico 
• Enfoque social: é a incapacidade permanente, ou mesmo tempo-
rária, da vítima, o sofrimento do acidentado e de sua família, além 
da sobrecarga do sistema previdenciário, afetando a sociedade 
em geral. O acidente influencia a vida social do acidentado, de 
modo que a vítima inicia uma trajetória de sofrimento e humi-
lhações decorrentes do tipo de assistência que passa a receber, 
somando-se à sua fragilidade emocional e ao abatimento moral 
por que passa toda a sua família. Esses fatores podem ser mais 
críticos em função da gravidade do acidente, da incapacidade 
permanente da vítima e do falecimento do trabalhador. 
• Enfoque econômico: envolve os custos do acidentado, da equi-
pe, do transporte, do equipamento e do material danificado, dos 
supervisores, além das despesas jurídicas, dos danos à imagem 
da empresa, da redução da competitividade desta, da redução 
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da moral dos funcionários e da queda nos níveis de produção de 
bens ou serviços, aumentando, consequentemente, os custos 
operacionais e diminuindo o lucro. 
• Enfoque jurídico: refere-se às leis de acidente de trabalho. Estas, 
em geral, não são cumpridas, ficando o empregador sem a devida 
punição, e o trabalhador, à mercê da sua própria sorte. 
• Enfoque epidemiológico: relaciona-se à descrição da localização 
e da classificação das lesões decorrentes do acidente do trabalho 
e das doenças profissionais. 
Devemos acrescentar a essa abordagem um quinto enfoque, o en-
foque previdenciário, que se relaciona com as prestações previdenci-
árias cabíveis, concedidas, mantidas, pagas e reajustadas na forma e 
de acordo com os prazos previstos na legislação de Previdência Social. 
Considerando cada um dos enfoques, fica fácil compreender a im-
portância da segurança do trabalho, pois, quanto maiores forem os cui-
dados e as ações em segurança, menor será a probabilidade de ocor-
rência de danos, acidentes, lesões, mutilações ou até mesmo morte. 
Um método interessante e que pode ser utilizado pelas empresas 
visando implementar ações voltadas à prevenção de acidentes do 
trabalho é o método de abordagem holística (CARDELLA, 1999 apud 
ROSSETE, 2015). Essa abordagem considera os conceitos a seguir. 
• Acidente: fenômeno complexo, composto de fatores físicos, bio-
lógicos, psicológicos, sociais e culturais. 
• Função segurança: conjunto de ações para reduzir a frequência e 
a intensidade dos riscos. 
• Risco bruto: risco inerente a cada atividade, se não houver a fun-
ção segurança. 
• Risco líquido: risco bruto reduzido pela função segurança. 
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.Note que, mesmo que uma empresa adote essa abordagem, não es-
tará isenta da ocorrência dos acidentes, por isso, o tema é tão importan-
te para a gestão da segurança do trabalho nas organizações. 
A seguir, vamos conhecer quais são as responsabilidades do empre-
gador decorrentes do acidente do trabalho. 
2 Responsabilidades do empregador 
decorrentes do acidente do trabalho 
(trabalhista, tributária, civil e penal) 
Quando um trabalhador sofre um acidente do trabalho, uma série 
de consequências reflete negativamente na organização, de maneira 
prática, legal e jurídica efetivamente ou em potencial. Os reflexos são 
sociais, cíveis, penais e previdenciários, portanto, é importante destacar 
as responsabilidades do empregador decorrentes do acidente do traba-
lho (OLIVEIRA, 2018). 
NA PRÁTICA 
Quando se avalia se há responsabilidade do trabalhador, é importante 
considerar que: 
A responsabilidade do empregador por acidente do trabalho 
é subjetiva. 
No entanto, considerando que é obrigação do empregador 
adotar todas as medidas necessárias e decorrentes da lei 
para garantir a incolumidade física de seus empregados, 
mantendo, para isso, um meio ambiente salubre e sem 
riscos, presume-se que o acidente decorreu de culpa do em-
pregador, cabendo, no entanto, prova em sentido contrário. 
(ROMAR; LENZA, 2021, [n. p.]) 
 
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A organização deve estar ciente de suas responsabilidades legais 
referentes à proteção do ambiente de trabalho. As responsabilidades do 
empregador em relação à ocorrência dos acidentes podem ser divididas 
sob quatro óticas distintas: trabalhista, tributária, civil e penal. 
2.1 Responsabilidade trabalhista 
A responsabilidade trabalhista do empregador na ocorrência de aci-
dentes se refere às questões que envolvem estabilidade no emprego, 
dispensa indireta e possíveis multas. 
A empresa tem a obrigação de manter o empregado acidentado em 
seutrabalho no período de doze meses, o trabalhador que sofre um 
acidente passa a ter estabilidade. Isso está previsto no art. 118 da Lei n. 
8.213/1991, que dispõe: 
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo 
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato 
de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença aci-
dentário, independentemente da percepção do auxílio-acidente. 
(BRASIL, 1991) 
2.1.1 Auxílio-doença 
O auxílio-doença é um benefício por incapacidade devido ao segurado 
do INSS acometido por uma doença ou acidente que o torne tempora-
riamente incapaz para o trabalho (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
A Lei n. 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da 
Previdência Social, define em seus arts. 59 e 60: 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapa-
citado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais 
de 15 (quinze) dias consecutivos. 
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Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que 
se filiar ao Regime Geral da Previdência Social já portador da doen-
ça ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quan-
do a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agrava-
mento dessa doença ou lesão. 
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a 
contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso 
dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade 
e enquanto permanecer incapaz (BRASIL, 1991). 
Por exemplo, se um empregado for submetido a uma cirurgia de 
emergência decorrente de apendicite, e dela tiver complicações que 
acarreta o seu afastamento por 60 dias, o empregador terá obrigação 
de pagar o seu salário até o 15o dia, a partir do 16o dia, o empregado 
na qualidade de segurado do INSS receberá o auxílio-doença até a alta 
médica, certificada pelo médico da Previdência Social. 
Outro aspecto importante a ser considerado é a chamada estabili-
dade provisória. Se o segurado estiver em auxílio-doença em virtude de 
ter sofrido acidente do trabalho (a partir do 16o dia de afastamento), ele 
terá estabilidade provisória por um período de 12 meses após o retorno 
(BRASIL, 1991). 
Por exemplo, o empregado no exercício de suas atividades laborais so-
fre uma queda que resulta na fratura de um dos seus braços. A empresa, 
ciente de suas responsabilidades, expediu a Comunicação de Acidente 
do Trabalho (CAT), e encaminhou o empregado acidentado para o devido 
atendimento médico. O tratamento médico culminou em cirurgia e afas-
tamento do empregado por um prazo de 90 dias. O empregador efetuou 
o pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento, sendo os demais 
custeados pela Previdência Social, por meio do auxílio-doença em virtu-
de de ter sofrido um acidente do trabalho. Assim que for concedida a alta 
médica pelo médico da Previdência Social, o empregado passará a ter 
estabilidade de emprego pelo prazo de 12 meses. 
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2.1.2 Auxílio-acidente 
O auxílio-acidente está embasado pelo art. 86 da Lei n. 8.213, de 24 de 
julho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência 
Social. De acordo com esse artigo, 
o auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado 
quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de 
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da 
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. (BRASIL, 
1991) 
O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% do salário de benefí-
cio e será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou 
até a data do óbito do segurado (BRASIL, 1991). 
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessa-
ção do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração 
ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com 
qualquer aposentadoria (BRASIL, 1991). 
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto 
de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do 
auxílio-acidente (BRASIL, 1991). 
Importante destacar que a perda de audição, em qualquer grau, so-
mente proporcionará a concessão do auxílio-acidente quando, além do 
reconhecimento da causalidade entre o trabalho e a doença, resultar 
comprovadamente em redução ou perda da capacidade para o trabalho 
que habitualmente exercia (BRASIL, 1991). 
2.2 Responsabilidade tributária 
A legislação previdenciária foi alterada nos últimos anos por gerar 
custos significativos não só para as empresas como também para todo 
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o aparato estatal. Assim, essas alterações têm como principal objetivo 
reduzir a incidência de acidentes do trabalho na concepção ampla da 
expressão e também reduzir o déficit do sistema previdenciário. 
As empresas são responsáveis pelo pagamento do Seguro de Aci-
dentes do Trabalho (SAT). O SAT é uma contribuição paga à Pre-
vidência Social para cobrir as despesas com benefícios decorren-
tes de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. (OLIVEIRA, 
2018, p. 36) 
Resumidamente, o Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT) e o Fator 
Acidentário de Prevenção (FAP) consideram, para os respectivos cálcu-
los, o número de acidentes e doenças do trabalho ocorridos no âmbito 
da empresa, comparando-os com os números das médias de acidentes 
e doenças ocorridos em todas as empresas pertencentes ao mesmo 
ramo de atuação (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016 apud OLIVEIRA, 2018). 
Essa contribuição é feita na forma de tributo que incide sobre a re-
muneração paga pela empresa aos seus empregados e trabalhadores 
avulsos. A alíquota do SAT a ser paga é definida pela Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) em uma tabela que esta-
belece o grau de risco de cada empresa de acordo com a sua atividade. 
Desse modo, é possível verificar facilmente o grau de risco de ocorrên-
cia de acidente do trabalho ou doença ocupacional em cada atividade 
econômica; e, com essa informação, será possível definir a alíquota do 
SAT a ser paga. 
O SAT, em sua concepção original, estava associado somente ao 
custeio dos benefícios acidentários, porém, após a publicação da Lei n. 
9.732/1998, foi incluído também o custeio do benefício de aposentado-
ria especial (BRASIL, 1998). 
É importante ressaltar que as organizações com menores números 
de acidentes do trabalho terão uma redução do imposto do SAT em até 
50%, pagando a metade do imposto em tese a ser recolhido aos cofres 
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públicos. No entanto, as empresas com maior número de acidentes do 
trabalho terão o valor do SAT aumentado em até 100%, podendopagar 
o imposto devido em até duas vezes (OLIVEIRA, 2018). 
2.3 Responsabilidade civil 
A responsabilidade civil é manifestada a partir do momento em que um 
direito do trabalhador é violado pela empresa, o que a obriga a indenizar 
os prejuízos causados à vítima por sua conduta causadora de prejuízos. 
Portanto, quando o colaborador for lesado, seja em relação à sua in-
tegridade física ou à sua saúde, em decorrência da atividade laborativa, 
ou seja, com nexo de causalidade em relação ao trabalho realizado na 
empresa ou a serviço dela, ele terá o direito de ser indenizado, de modo 
proporcional ao mal que lhe foi causado (OLIVEIRA, 2018). 
De acordo com o art. 927 do Código Civil: “aquele que causa um dano 
a outrem tem a obrigação de repará-lo” (BRASIL, 2002). Assim, a partir 
do momento em que ocorre um acidente do trabalho ou o trabalhador 
adoece, a empresa deverá atender aos aspectos legais, indenizando o 
empregado pelo acidente ou pela doença do trabalho para a reparação 
do mal sofrido. 
A responsabilidade civil pode ser traduzida em indenização pecuniá-
ria, ou seja, o pagamento em dinheiro para a vítima, com o objetivo de 
amenizar o seu sofrimento. 
Existem basicamente dois tipos de compensações financeiras às 
quais o trabalhador terá direito quando sofrer um acidente do trabalho: 
• Indenização por responsabilidade civil a cargo da empresa 
empregadora. 
Neste caso, é necessária a prova de culpa da empresa e não se 
avalia se o trabalhador ficou incapaz de exercer a sua atividade 
laboral, somente se avalia a prova do dano. 
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• Recebimento dos benefícios e serviços por parte da Previdência 
Social, representada pelo Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS). 
Nesta situação, não é necessária a prova de culpabilidade da 
empresa, porém, exige-se a prova de incapacidade ou óbito do 
trabalhador. 
2.4 Responsabilidade penal 
De acordo com o Código Penal brasileiro, mais especificamente nos 
arts. 121, 129 e 132, a responsabilidade penal pode ser caracterizada 
não só pela ocorrência de acidentes do trabalho como também pelo 
descumprimento de normas de higiene, saúde e segurança do trabalho, 
expondo a riscos e perigo a vida dos trabalhadores, o que caracteriza os 
crimes de homicídio, lesões corporais ou de perigo comum por conduta 
dolosa ou culposa do empregador ou dos responsáveis pela segurança 
do trabalhador (MELO, 2016; OLIVEIRA, 2018). 
A Lei n. 8.213/1991, art. 19, parágrafo 2o, considera que “é contra-
venção penal, punível com multa, a empresa descumprir as normas de 
segurança e higiene do trabalho” (BRASIL, 1991). 
Vale destacar que a responsabilidade penal é pessoal (do emprega-
dor, do tomador de serviços, do preposto, do membro da Cipa, do enge-
nheiro de segurança, etc.), isso merece um destaque importante para 
os envolvidos que muitas vezes desconhecem a sua real responsabili-
dade quando do descumprimento das normas de segurança e higiene 
do trabalho nas empresas. Essa responsabilidade, de acordo como o 
Código Penal, será caracterizada não só pela ocorrência do acidente do 
trabalho, quando a ação ou a omissão decorre de dolo ou culpa, mas 
também pelo descumprimento das normas de segurança, higiene e me-
dicina do trabalho, expondo-se ao risco e perigo para vida dos trabalha-
dores (MELO, 2016). 
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Como ocorre nas relações trabalhistas, a responsabilidade penal re-
cai sobre o gestor ou preposto, de modo que os crimes não podem ser 
imputados à organização (pessoa jurídica). Os crimes recaem sobre as 
pessoas físicas, ou seja, diretores, gerentes, gestores, prepostos, etc., 
pois são eles os responsáveis imediatos por tomarem todas as medi-
das necessárias para a preservação da integridade física e da saúde 
dos colaboradores da empresa que estão sob a sua responsabilidade 
(MELO, 2016). 
Figura 3 – As responsabilidades do empregador 
Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade 
trabalhista tributária civil penal 
Auxílio-doença 
Auxílio-acidente 
PARA SABER MAIS 
Para conhecer as teorias da responsabilidade objetiva e subjetiva, ver o 
item 6.3 “Responsabilidade pelo acidente de trabalho” do livro Higiene 
e segurança do trabalho, de Paulo R. Barsano e Rildo P. Barbosa (2018). 
 
Para concluir, podemos afirmar que é responsabilidade das em-
presas, independentemente de serem públicas ou privadas, assegurar 
boas condições de trabalho, visando manter a saúde e a segurança de 
seus colaboradores. A negligência ou a omissão dessa prática pode 
trazer grandes problemas para as empresas não só pelos desdobra-
mentos que envolvem diretamente o maior prejudicado, que é sempre 
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o trabalhador, como também todos os aspectos legais que regulamen-
tam as questões que envolvem os possíveis acidentes do trabalho. 
PARA PENSAR 
Faça uma pesquisa na empresa na qual você trabalha e tente descobrir 
se já houve algum acidente de trabalho. Verifique como a sua empresa 
realizou as ações sob a ótica trabalhista, tributária, civil e penal. 

Considerações finais 
Neste capítulo, foi possível compreender os reflexos de um acidente 
do trabalho sob os enfoques social, econômico, jurídico, previdenciário 
e epidemiológico. 
Apresentamos também as responsabilidades legais do empregador 
pela ocorrência do acidente do trabalho sob a ótica trabalhista, tribu-
tária, civil e penal. O conteúdo apresentado ressalta a importância do 
tema para as empresas que devem estar atentas a todas as questões 
administrativas e técnicas, bem como aos desdobramentos legais que 
envolvem a ocorrência de um acidente do trabalho. 
Referências 
BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Higiene e segurança do tra-
balho. São Paulo: Érica, 2018. 
BRASIL. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. 
BRASIL. Lei n. 9.732, de 11 de dezembro de 1998. Altera dispositivos das Leis 
n. 8.212 e n. 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Lei n. 9.317, de 5 de 
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dezembro de 1996, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 14 dez. 1998. 
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. 
MELO, Raimundo Simão de. Acidentes de trabalho podem levar a responsabili-
zação na esfera penal. Consultor Jurídico, 25 nov. 2016. Disponível em: https:// 
www.conjur.com.br/2016-nov-25/reflexoes-trabalhistas-acidentes-trabalho-
podem-levar-responsabilizacao-esfera-penal. Acessoem: 30 set. 2021. 
OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Gestão dos programas ocupacionais. 
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2018. 
ROMAR, Carla Teresa Martins; LENZA, Pedro. Direito do trabalho. 7. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2021. E-book. 
ROSSETE, Celso Augusto (org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 
www.conjur.com.br/2016-nov-25/reflexoes-trabalhistas-acidentes-trabalho
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Capítulo 5 
Tipos de riscos
ocupacionais,
insalubridade e 
periculosidade 
Para que as empresas possam implementar ações para a preven-
ção de acidentes, bem como proporcionar condições adequadas para 
que os seus colaboradores possam realizar suas atividades laborais, é 
fundamental ter conhecimento sobre os riscos existentes, as medidas 
de proteção disponíveis e os impactos causados aos trabalhadores ex-
postos aos riscos. 
Assim, neste capítulo, estudaremos os tipos de riscos ocupacionais 
existentes no ambiente de trabalho, a norma regulamentadora que es-
tabelece o uso do equipamento de proteção individual (EPI) e a imple-
mentação e a utilização do equipamento de proteção coletiva (EPC). 
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Estudaremos também as diferenças entre os conceitos de insalubrida-
de e periculosidade, bem como suas repercussões legais. 
1 Tipos de riscos ocupacionais (risco × perigo) 
Antes de estudarmos os tipos de riscos ocupacionais, é importan-
te conhecer o conceito de ambiente do trabalho, que pode ser definido 
como todo espaço físico ou abstrato, que, ao interagir com o trabalha-
dor, exerce a influência de maneira positiva ou negativa, alterando seu 
estado físico, psíquico e social, ou seja, atua direta ou indiretamente 
na qualidade de vida das pessoas e nos resultados dos seus trabalhos 
(BARSANO; BARBOSA, 2018). 
Figura 1 – Segurança física e psicológica 
Se considerarmos que os trabalhadores passam grande parte do seu 
tempo no ambiente de trabalho, é fundamental que as empresas imple-
mentem as ações de segurança, visando garantir a integridade física e 
psicológica de seus colaboradores. 
Infelizmente, os ambientes de trabalho dos mais diversos ramos 
de atividade são repletos de situações que podem oferecer perigo e 
risco aos trabalhadores, o que demanda por parte das empresas um 
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processo sistematizado para a identificação e posterior controle dos 
perigos e riscos. Na segurança do trabalho, perigo e risco não possuem 
o mesmo significado. O quadro 1 a seguir apresenta a diferença entre
esses conceitos (OLIVEIRA, 2020).
Quadro 1 – Diferença entre os conceitos de perigo e risco 
Perigo 
Pode ser definido como quaisquer situações que 
exponham o trabalhador a fatores ambientais – 
objetos, ação ou conjunto de ações que possam gerar 
como resultado alguma lesão ao trabalhador ou dano à 
propriedade. Assim, por mais simplório que seja, tendo 
potencial para causar dano, deverá ser preliminar-
mente considerado como perigo. Em outras palavras, o 
perigo é a fonte, situação ou evento com potencial 
para causar danos à integridade física do trabalhador, 
às instalações e/ou aos equipamentos do ambiente de 
trabalho. Desse modo, uma máquina sem proteção que 
exponha engrenagens em movimento, um local com 
piso escorregadio, uma superfície aquecida, uma área 
energizada, um produto químico, podem ser 
considerados exemplos de perigo. 
Risco 
Pode ser definido como uma forma de 
quantificação de um perigo, sendo ele 
dimensionado por meio de duas 
variáveis, a probabilidade de ocorrência 
de um evento e o seu dano potencial. 
Desse modo, toda vez que um perigo 
está presente, as variáveis probabili-
dade e gravidade deverão ser 
analisadas. Esta análise é muito 
importante, pois aponta qual é o nível 
de atenção e de prioridade a ser dada a 
determinado perigo. 
Fonte: adaptado de Oliveira (2020). 
IMPORTANTE 
O risco está sempre associado à exposição ao perigo, é uma forma de 
quantificação de um perigo, dimensionado pela probabilidade de ocor-
rência de um evento e o seu dano potencial (OLIVEIRA, 2020, p.11). 
 
Os riscos ambientais ou ocupacionais são aqueles que, de alguma ma-
neira, possam prejudicar a integridade física ou a saúde do trabalhador. 
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.Esses riscos estão relacionados ao ambiente e ao processo de trabalho 
e se dividem em cinco grupos: físico, químico, biológico, ergonômico e 
de acidentes. Cada grupo apresenta uma série de agentes ambientais 
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo 
de exposição, podem afetar a saúde e a segurança dos trabalhadores 
expostos, conforme apresentado na figura 2 (ROSSETE, 2015). 
Figura 2 – Riscos ambientais 
Riscos 
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos De acidentes 
• Riscos físicos: são considerados agentes físicos as diversas for-
mas de energia a que os trabalhadores possam estar expostos, 
como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extre-
mas, radiações ionizantes e radiações não ionizantes. 
• Riscos químicos: temos como agentes químicos as substâncias, 
os compostos ou os produtos que possam penetrar no organis-
mo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, 
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de 
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo 
por meio da pele ou por ingestão. 
• Riscos biológicos: são considerados agentes biológicos as bac-
térias, os fungos, os bacilos, os parasitas, os protozoários, os ví-
rus, os insetos, entre outros. 
• Riscos ergonômicos: são considerados riscos ergonômicos 
aqueles decorrentes de esforço físico intenso, levantamento e 
transporte manual de peso pelo trabalhador, postura inadequada, 
controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, 
trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, 
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monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de es-
tresse físico e/ou psíquico. 
• Riscos de acidentes: consideram-se riscos de acidentes arranjo 
físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, fer-
ramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, 
eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazena-
mento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de 
risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. 
Ter o conhecimento sobre os tipos deriscos é fundamental para que 
as empresas possam implementar medidas de proteção no trabalho 
que sejam adequadas para cada situação. Essas medidas de proteção 
no trabalho podem ser alcançadas por meio de medidas administra-
tivas, por proteção coletiva e por proteção individual. As medidas de 
proteção administrativas devem ser as primeiras providências a serem 
tomadas pelos profissionais da segurança do trabalho, como uma ma-
neira de eliminar determinado risco que coloca em perigo a integridade 
física e psíquica do trabalhador (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
NA PRÁTICA 
São exemplos de medidas de proteção administrativas (BARSANO; 
 BARBOSA, 2018): 
• Ordens de serviços, pareceres e instruções técnicas implantadas 
pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT). 
• Restrições impostas pelo empregador na entrada e na saída de 
locais de risco. 
• Procedimentos de trabalho e execução de serviços. 
• Proibição de entrada em espaços confinados. 
• Preceitos de segurança e saúde no trabalho. 

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.As ações voltadas à promoção do bem-estar, da saúde e da seguran-
ça do trabalho têm como preceito básico minimizar ou eliminar o risco 
de acidente, bem como reduzir ou eliminar a possibilidade de um traba-
lhador desenvolver alguma doença relacionada ao trabalho. Para tanto, 
é primordial a realização de medidas de controle de riscos. A implemen-
tação dessas medidas deve seguir uma hierarquia de ações, tomando 
sempre como base os princípios prevencionistas. 
A seguir, apresentamos a hierarquia das medidas a serem tomadas. 
Figura 3 – Hierarquia das cinco medidas e ações prevencionistas 
Eliminação do risco 
Substituição 
Controle de engenharia 
Sinalização e bloqueio 
Fornecer EPI 
• Eliminação do risco: uma ação prevencionista prioriza sempre o 
trabalhador, assim, a primeira ação deve ser a tentativa de elimi-
nar o risco. 
• Substituição: caso não seja possível eliminar o risco, a segunda 
alternativa deve ser a tentativa de troca ou de substituição de um 
material ou produto por outro que seja mais seguro. 
• Controle de engenharia: os controles de engenharia são também 
chamados de medidas físicas de controle do risco. Essa medida 
coletiva de proteção tem como objetivo amenizar o risco, promo-
vendo algum tipo de melhoria no ambiente de trabalho. 
• Sinalização e bloqueio: identificar e bloquear a fonte de risco, si-
nalizando para alertar a sua existência, é a quarta possibilidade 
na hierarquia de ações de prevenção de acidentes. 
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• Fornecer o equipamento de proteção individual: esta deve ser 
sempre a última opção, quando o risco não pode ser eliminado 
ou controlado. 
Conheceremos a seguir o conceito de equipamentos de proteção 
coletiva. 
2 Equipamentos de proteção coletiva 
Um equipamento de proteção coletiva pode ser definido como 
um procedimento ou um equipamento utilizado ou projetado em um 
ambiente de trabalho para proteger um grupo de pessoas, durante o 
exercício de sua atividade laboral, que pode ser uma determinada tarefa 
ou qualquer atividade. Vale destacar que essas medidas são de cunho 
coletivo e, por isso, proporcionam segurança aos trabalhadores em uma 
mesma atividade (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
Podemos destacar como exemplos de equipamentos de proteção 
coletiva: os exaustores (em uma cozinha industrial), as placas e fitas 
de sinalização, o corrimão em escadas e passarelas, os cones, os 
guarda-corpos, o projeto de enclausuramento acústico de um motor 
para evitar o ruído, as proteções de partes móveis das máquinas e dos 
equipamentos, os sensores e chaves de fim de curso, as grades de 
proteção contra queda de materiais, as redes de proteção, entre outros 
(ROSSETE, 2015). 
Um aspecto importante a ser ressaltado é que, como os equipamentos 
de proteção coletiva não dependem da vontade do trabalhador para que 
atenda à sua finalidade, esse tipo de equipamento deve sempre ser priori-
zado em relação ao equipamento de proteção individual. A seguir, vamos 
conhecer o conceito e os tipos de equipamentos de proteção individual. 
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3 Equipamentos de proteção individual 
A decisão sobre a utilização de equipamento de proteção individual 
(EPI) em qualquer situação de trabalho deve ser adotada sempre em 
último caso, após serem esgotadas todas as outras medidas de prote-
ção e, mesmo assim, ainda persistir o risco acima dos limites toleráveis 
de segurança, colocando em perigo a integridade física e psíquica do 
trabalhador (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
De acordo com a NR-6, podemos definir um EPI como todo disposi-
tivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado 
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador (BRASIL, 1978). 
É importante ressaltar que o EPI é um equipamento de proteção que 
não evita o acidente, apenas reduz a chance de que o acidente cause 
lesões ao trabalhador e que deve ser usado em lugares onde não é pos-
sível eliminar os riscos (ROSSETE, 2015). 
O EPI é de uso individual, ou seja, cada trabalhador deve ter o seu. 
Desse modo, a empresa deve fornecer os EPIs sem custo aos trabalha-
dores, em perfeito estado, nas seguintes circunstâncias (BRASIL, 1978): 
• Sempre que as medidas de ordem geral não oferecerem comple-
ta proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doen-
ças profissionais e do trabalho. 
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo 
implantadas. 
• Para atender às situações de emergência. 
Tanto o empregador como o empregado possuem responsabilida-
des relacionadas ao equipamento de proteção individual. Essas respon-
sabilidades estão definidas na NR-6, conforme apresentado a seguir 
(BRASIL, 1978). 
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a. Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada 
atividade. 
b. Exigir o seu uso. 
c. Fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo 
órgão nacional competente em matéria de segurança e 
saúde no trabalho. 
d. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, 
guarda e conservação. 
e. Substituir imediatamente, quando o EPI estiver 
danificado ou extraviado. 
f. Responsabilizar-se pela higienização e manutenção 
periódica. 
g. Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) 
qualquer irregularidade observada. 
h. Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo 
ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. 
(BRASIL, 1978, p. 2) 
É importante ressaltar a importância dessas obrigações para as 
empresas porque o descumprimento poderá levar a empresaa severas 
condenações judiciais. Assim, toda empresa deve cumprir integralmen-
te suas obrigações relativas aos EPIs, realizando as ações necessárias 
para que todas as responsabilidades estabelecidas sejam atendidas, 
conforme citação a seguir (BRASIL, 1978). 
a. Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina. 
b. Responsabilizar-se pela guarda e conservação. 
c. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o 
torne impróprio para o uso. 
d. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso 
adequado. (BRASIL, 1978, p. 2-3) 
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.Considerando as responsabilidades do trabalhador em relação ao EPI 
e sabendo da importância de sua correta utilização, podemos destacar a 
conscientização dos funcionários como a melhor maneira para que a em-
presa consiga fazer com que o trabalhador use o EPI apropriado em seu 
posto de trabalho. Essa conscientização dos funcionários pode ser rea-
lizada de diversos modos, como treinamentos, vídeos instrucionais, car-
tilhas, palestras de 5 minutos sobre segurança, eventos como a Semana 
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat), entre outros. 
O Anexo I da NR-6 apresenta uma lista de EPIs, organizados pela parte 
do corpo que protegem, a classificação, e exemplos de cada EPI, confor-
me apresentamos a seguir (BRASIL, 1978). 
• Cabeça: capacete, capuz e balaclava. 
• Olhos e face: óculos, protetor facial e máscara de solda. 
• Ouvidos: protetor auricular (tipo plug, tipo concha). 
• Trato respiratório: máscaras (com diferentes tipos de filtros). 
• Tronco e corpo inteiro: avental, macacão e vestimentas. 
• Membros superiores: luvas, cremes de proteção, mangas, braça-
deiras e dedeiras. 
• Membros inferiores: botas, meias, perneiras, calças e calçados de 
segurança. 
• Proteção contra queda: cinto de segurança. 
PARA SABER MAIS 
Sobre as responsabilidades do fabricante e do importador e o certificado 
de aprovação para um EPI, fazer uma pesquisa no site do Ministério do 
Trabalho e Emprego e ler na íntegra o conteúdo sobre a NR-6 – Equipa-
mentos de Proteção Individual. 
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Figura 4 – Diferença dos equipamentos de proteção individual e coletiva 
Equipamentos de 
proteção coletiva 
Equipamentos de 
proteção individual 
• Exaustores 
• Placas e fitas de sinalização 
• Corrimão 
• Cones 
• Guarda-corpos 
• Enclausuramento acústico/ruído 
• Proteção de partes móveis em 
máquinas 
• Sensores 
• Chaves 
• Grades de proteção 
• Adoção em último caso 
quando o risco está acima 
dos limites toleráveis 
• Risco à integridade física 
e psíquica 
• Uso individual 
• Não evita acidentes 
• Reduz chances de lesão 
Agora que já estudamos os conceitos de equipamentos de prote-
ção coletiva e individual, vamos tratar de dois temas muito importan-
tes relacionados ao exercício de determinadas atividades laborais: 
 insalubridade e periculosidade. 
4 Insalubridade 
Figura 5 – Ambientes insalubres 
Tipos de riscos ocupacionais, insalubridade e periculosidade 77 
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Os ambientes de trabalho, as atividades e as operações pelo modo 
ou características como são desenvolvidos no âmbito das organizações 
podem expor os trabalhadores a uma condição insalubre. Considera-se 
trabalho insalubre a atividade que pode abalar a saúde do trabalhador 
de maneira grave, ocasionando doenças. A insalubridade diz respeito, 
portanto, a um risco à saúde do trabalhador (ROMAR; LENZA, 2021). 
As atividades ou as operações insalubres são classificadas segundo 
a NR-15 – Atividades e Operações Insalubres, e a fundamentação legal 
dessa NR está prevista nos arts. 189 e 192 da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). 
O art. 189 da CLT apresenta o seguinte conceito para insalubridade 
(BRASIL, 1943): 
serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas 
que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expo-
nham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limi-
tes de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do 
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. (BRASIL, 1943) 
Assim, para a caracterização de uma atividade como insalubre, de-
ve-se considerar a natureza do agente, as condições ou métodos de 
trabalho, e estes devem expor o empregado à situação de trabalho 
agressiva à sua saúde acima dos limites de tolerância ao agente insa-
lubre, fixados pelo MTE (ROMAR; LENZA, 2021). 
A definição de insalubridade destaca um conceito importante que 
deve ser considerado para a caracterização da atividade: o limite de 
tolerância. 
De acordo com a NR-15, o limite de tolerância é a concentração ou a 
intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo 
de exposição ao agente que não causará danos à saúde do trabalhador, 
durante a sua vida laboral. 
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Portanto, a NR-15 considera como atividades ou operações 
insalubres: 
• Aquelas que se desenvolvem acima dos limites de tolerância pre-
vistos para ruídos contínuos ou intermitentes, ruídos de impacto, 
exposição ao calor, radiações ionizantes, agentes químicos cuja 
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção 
no local de trabalho e poeiras minerais. 
• Aquelas que envolvam trabalhos sob condições hiperbáricas, 
agentes químicos cujas atividades são consideradas insalubres 
em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho – 
 excluindo-se dessa relação as atividades ou as operações com 
os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12 da NR-15, 
agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela ava-
liação qualitativa. 
• Aquelas cujo laudo de inspeção do local de trabalho comprova ra-
diações não ionizantes, vibrações, frio, umidade (BRASIL, 1978). 
De acordo com o art. 192 da CLT e com a NR-15, o exercício de traba-
lho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção 
de adicional, incidente sobre o salário-mínimo da região, equivalente a: 
• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo. 
• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio. 
• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo. 
Vale destacar que, quando ocorre a incidência de mais de um fator de 
insalubridade, será considerado somente o de grau mais elevado, para 
efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 
Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a eliminação ou a 
neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento 
do adicional respectivo. Segundo a NR-15, para que a empresa possa 
eliminar ou neutralizar a insalubridade, ela deve adotar medidas de or-
dem geral (equipamentos de proteção coletiva)que conservem o am-
biente de trabalho dentro dos limites de tolerância, fornecer equipa-
mentos de proteção individual aos trabalhadores, reduzir o tempo de 
exposição aos agentes agressores, fazendo alterações nos processos 
ou estabelecendo o revezamento na equipe (OLIVEIRA, 2020). 
5 Periculosidade 
As atividades ou operações perigosas são classifi cadas segundo a 
NR-16 – Atividades e Operações Perigosas, e a sua fundamentação le-
gal está prevista no art. 193 da CLT. 
O art. 193 da CLT considera como atividade ou operações perigosas 
aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco 
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a explo-
sivos, infl amáveis, energia elétrica, radiação ionizante, riscos oriundos 
de atividades de segurança patrimonial e pessoal, e as atividades peri-
gosas em motocicleta (BRASIL, 1943). 
Assim, conforme apresenta a figur a 6, podemos considerar três 
pressupostos para a configur ação da periculosidade. 
Figura 6 – Indicadores de periculosidade 
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2. Caráter 
permanente de 
periculosidade 
3. Condições de 
risco acentuado 
1. Contato com: 
• Inflamáveis 
• Explosivos 
• Energia elétrica, roubos ou 
violência física nas atividades 
profissionais de segurança 
pessoal, segurança patrimonial 
e atividades em motocicletas 
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De acordo com a NR-16 e com o art. 193 da CLT, o exercício de tra-
balho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a per-
cepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, 
sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participa-
ção nos lucros da empresa. 
O direito ao recebimento do adicional de periculosidade é reconhecido 
a todos os trabalhadores urbanos e rurais que exerçam suas atividades 
em área de risco, independentemente de manipularem ou estarem em 
contato direto com o agente perigoso. O ingresso ou a permanência em 
área de risco é que gera o direito ao adicional. Portanto, se o emprega-
dor colocar o empregado em área de risco (por exemplo, uma empresa 
prestadora de serviços de informática tem seus empregados trabalhan-
do em uma plataforma de petróleo do tomador de serviços), terá que lhe 
pagar o adicional de periculosidade (ROMAR; LENZA, 2021). 
Assim como acontece com a insalubridade, também não há direito 
adquirido ao recebimento do adicional de periculosidade. Desse modo, 
tão logo o risco à saúde ou à integridade física do trabalhador seja 
eliminado, o pagamento do referido adicional também será cessado 
(BARSANO; BARBOSA, 2018). 
Por fim, a NR-16 estabelece que o empregado pode optar pelo adi-
cional de insalubridade que porventura seja devido. Vale destacar que 
o trabalhador poderá optar por um ou outro, não podendo acumular os 
adicionais. 
PARA PENSAR 
Faça uma pesquisa na empresa na qual você trabalha e tente descobrir 
quais são as medidas de segurança e os equipamentos de proteção co-
letiva e individual utilizados. 
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Considerações finais 
Neste capítulo, foi possível compreender a importância dos concei-
tos de perigo e de risco relacionados à segurança do trabalho. Os riscos 
ocupacionais devem ser cuidadosamente verificados não só pela em-
presa como também pelos seus empregados, visando manter as condi-
ções adequadas de saúde e segurança nos ambientes de trabalho. 
Para tanto, estudamos também os equipamentos de proteção coleti-
va e individual e suas aplicações como medidas de segurança, visando 
promover a proteção dos trabalhadores. 
Além disso, tratamos os conceitos de insalubridade e periculosidade, 
ressaltando suas peculiaridades e repercussões legais. 
O grande desafio para as empresas é promover ações de preven-
ção que contribuam para o bem-estar, a saúde e a segurança dos seus 
colaboradores. 
Referências 
BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Higiene e segurança do tra-
balho. São Paulo: Érica, 2018. 
BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1o de maio de 1943. Aprova a Consolidação das 
Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 ago. 1943; retificado 
pelo Decreto-lei n. 6.353, de 1944; e retificado pelo Decreto-lei n. 9.797, de 1946. 
BRASIL. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas 
Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do 
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 6 jul. 1978. 
OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Gestão de segurança e saúde no traba-
lho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2020. 
83 Tipos de riscos ocupacionais, insalubridade e periculosidade
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 ROMAR, Carla Teresa Martins; LENZA, Pedro. Direito do trabalho. 7. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2021. E-book. 
ROSSETE, Celso Augusto (org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 
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Capítulo 6 
SESMT e Cipa 
Para oferecer condições de trabalho adequadas para que seus cola-
boradores possam exercer as suas atividades laborais, as organizações 
devem implementar ações e medidas de segurança. Nesse sentido, o 
primeiro passo é atender aos aspectos legais relacionados à saúde e à 
segurança do trabalho, estabelecidos pela legislação brasileira e, mais 
especificamente, pelas normas regulamentadoras. 
Sabemos que, para que as medidas de segurança tenham a eficácia 
esperada, é fundamental o engajamento e a conscientização de todas 
as pessoas da empresa. Desse modo, o apoio e a participação de profis-
sionais qualificados, como os Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que possuem o 
conhecimento técnico sobre a saúde e a segurança do trabalho, e a 
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participação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), 
que permite o envolvimento dos trabalhadores, que são aqueles que es-
tão expostos aos riscos durante as atividades laborais, tornam-se fun-
damentais para o sucessodessas ações. 
Nas empresas, existem dois órgãos relacionados à segurança e à 
medicina do trabalho: o SESMT e a Cipa. Ambos estão relacionados 
nas Consolidações das Leis Trabalhistas (CLT), no Capítulo V, Seção 
III, e constituem respectivamente as normas regulamentadoras NR-4 e 
NR-5, as quais vamos estudar neste capítulo. 
1 Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho 
– SESMT 
Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT) envolvem, na prática, os profissionais com 
conhecimentos técnicos na área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), 
que prestam assessoria ao empregador, aos empregados e à Cipa nos as-
suntos relacionados à sua área de atuação (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
A gestão da segurança é uma atividade coletiva, e a prevenção parte 
do pressuposto de que todos os colaboradores de uma empresa devem 
estar dispostos a contribuir para que as condições de trabalho sejam 
adequadas, reconhecendo os riscos no ambiente de trabalho e apre-
sentando sugestões de melhoria. Entretanto, sabemos que, em muitas 
situações, os colaboradores não possuem o conhecimento técnico ne-
cessário, o que demanda a atuação de profissionais especializados e 
que valorizam ainda mais a atuação do SESMT. 
O SESMT é regulamentado pela NR-4, que estabelece como as em-
presas devem organizar e manter o seu funcionamento, a fim de cuidar 
da saúde e da integridade física e psíquica do trabalhador em seu am-
biente de trabalho (ROSSETE, 2015). 
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A fundamentação legal para a NR-4 está prevista no art. 162 da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme apresentado a se-
guir: “Art. 162 – As empresas, de acordo com normas a serem expedidas 
pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços espe-
cializados em segurança e em medicina do trabalho” (BRASIL, 1943). 
Um aspecto importante a ser ressaltado é que o SESMT é compos-
to por um grupo restrito de empregados, formado exclusivamente por 
profissionais cuja formação esteja ligada à segurança e à medicina do 
trabalho. A seguir, vamos conhecer quais são os requisitos necessários 
para os profissionais que atuam no SESMT. 
1.1 Requisitos para os profissionais do SESMT 
Os profissionais que compõem o quadro de funcionários dos 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho devem possuir formação superior com uma especializa-
ção, como no caso de engenheiro de segurança do trabalho, médico 
do trabalho e enfermeiro do trabalho. Já os demais profissionais do 
quadro são de nível técnico, como o técnico de segurança do trabalho 
e o auxiliar de enfermagem (BRA SIL, 1978). 
É estabelecido pela NR-4 que todas as empresas que possuem fun-
cionários regidos pela CLT deverão manter o SESMT, cujo dimensiona-
mento é estabelecido pela matriz do quadro II desta NR. 
Figura 1 – Profissionais do SESMT 
Grupo SESMT 
Engenheiro de segurança do trabalho 
Médico do trabalho 
Profissionais ligados à 
área de segurança e 
medicina do trabalho 
Enfermeiro do trabalho 
Auxiliar de enfermagem do trabalho 
Técnico de segurança do trabalho 
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Os requisitos para que cada um desses profissionais possa exercer 
sua função no SESMT são apresentados a seguir. 
• Engenheiro de segurança do trabalho: profissional graduado em 
qualquer área da Engenharia ou em Arquitetura e que comprove 
a realização de um curso de pós-graduação lato sensu em enge-
nharia de segurança do trabalho com reconhecimento pelo MEC 
e Crea. 
• Médico do trabalho: profissional graduado em Medicina e que 
possua a titulação de curso de pós-graduação em medicina do 
trabalho e/ou tenha concluído a residência médica na área de 
saúde do trabalhador ou equivalente. A pós-graduação deve ter o 
reconhecimento do MEC e CRM. 
• Enfermeiro do trabalho: profissional graduado em enfermagem e 
que possua a titulação de curso de pós-graduação em enferma-
gem do trabalho. O curso de pós-graduação deve ser realizado 
em universidade ou faculdade que possua o curso de graduação 
em Enfermagem. 
• Auxiliar de enfermagem do trabalho: profissional com a forma-
ção em auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e que 
possua o curso de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministra-
do por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo 
Ministério da Educação. 
• Técnico de segurança do trabalho: profissional que possua o 
curso de técnico de segurança do trabalho, realizado em insti-
tuição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da 
Educação. 
Assim, podemos concluir que todos os profissionais integrantes do 
SESMT devem ter formação e registro profissional em seus respectivos 
conselhos de classe ou entidades governamentais (ROSSETE, 2015). 
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IMPORTANTE 
De acordo com a NR-4, a empresa é responsável pelo cumprimento da 
NR, devendo assegurar, como um dos meios para concretizar tal res-
ponsabilidade, o exercício profissional dos componentes dos Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(BRASIL, 1978). 

Importante ressaltar que, ao profissional especializado em seguran-
ça e em medicina do trabalho, de acordo com a NR-4, é vedado o exer-
cício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação 
no SESMT (BRASIL, 1978). 
A seguir, vamos entender quais são as competências do SESMT es-
tabelecidas pela NR-4. 
1.2 Competências do SESMT 
Os cinco profissionais que fazem parte do SESMT devem atuar nas 
empresas, desempenhando o seu papel, ou seja, cada um na sua área 
de formação atendendo aos itens das competências profissionais lista-
dos na NR-4, item 4.12 (BRASIL, 1978). 
Dentro de suas atribuições, esses profissionais deverão sempre 
atuar com a prevenção, no meio ambiente laboral, nos equipamentos 
e nas instalações, assim como na promoção do bem-estar e da saúde 
dos trabalhadores por meio da realização dos exames médicos admis-
sionais, periódicos e demissionais. 
No dia a dia, esses profissionais deverão realizar os controles e regis-
tros necessários para o desenvolvimento das práticas prevencionistas, 
sempre visando eliminar ou minimizar os riscos existentes no ambiente 
de trabalho. 
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Analisando as competências do SESMT, fica fácil perceber como a 
sua atuação é de grande importância para as empresas, porque con-
tribui de maneira estratégica à medida que realiza ações previstas nos 
programas de segurança, no nível tático, e contribui disseminando os 
conceitos prevencionistas entre todos os setores e áreas da empresa; 
já no nível operacional, atua diretamente juntoaos trabalhadores, forne-
cendo informações e dando suporte para as melhorias das condições 
de trabalho. 
PARA SABER MAIS 
Para saber como podem ser realizadas as inspeções de segurança, ler 
o item “Inspeções de segurança” do livro Segurança do trabalho e saúde 
ocupacional, de Celso Augusto Rossete (2015, p. 88-92). 

1.3 Dimensionamento do SESMT 
Para que a empresa possa fazer o dimensionamento do seu SESMT 
de maneira adequada, basta seguir as orientações previstas na NR-4. A 
norma apresenta o quadro II, que relaciona o grau de risco da atividade 
econômica exercida pela empresa com a quantidade de profissionais 
que deverão compor o SESMT. 
Vale ressaltar que, dependendo do grau de risco e da quantidade de 
funcionários, a empresa pode não ser obrigada a constituir o SESMT. 
A seguir, na tabela 1, apresentamos o quadro II da NR-4, para que se 
compreenda como deve ser realizado o dimensionamento do SESMT 
(BRASIL, 1978). 
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Tabela 1 – Dimensionamento do SESMT de acordo com a NR-4 
Fonte: adaptado de Brasil (1978). 
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 empregados no 
estabelecimento 
Técnicos 
50 
a 
100 
101 
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250 
251 
a 
500 
501 
a 
1.000 
1.001 
a 
2.000 
2.001 
a 
3.500 
3.501 
a 
5.000 
Acima de 
5.000 para 
cada grupo 
de 4.000 ou 
 fração acima 
de 2.000** 
Técnico seg. trabalho 1 1 1 2 1 
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1* 
1 Aux. enferm. do trabalho 1 1 1 
Enfermeiro do trabalho 1* 
Médico do trabalho 1* 1* 1 1* 
Técnico seg. trabalho 1 1 2 5 1 
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 1* 
2 Aux. enferm. do trabalho 1 1 1 1 
Enfermeiro do trabalho 1 
Médico do trabalho 1* 1 1 1* 
Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 6 6 3 
Engenheiro seg. trabalho 1* 1 1 2 1 
3 Aux. enferm. do trabalho 1 2 1 1 
Enfermeiro do trabalho 1 
Médico do trabalho 1* 1 1 2 1 
Técnico seg. trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3 
Engenheiro seg. trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1 
4 Aux. enferm. do trabalho 1 1 2 1 1 
Enfermeiro do trabalho 1 
Médico do trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1 
* Tempo parcial (mínimo de três horas).
** O dimensionamento total deverá ser feito considerando-se o dimensionamento de faixas de 3.501 a 5.000 
mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração acima de 2.000.
Obs.: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos 
similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro de trabalho em tempo integral.
NA PRÁTICA 
É possível observar na tabela 1 de dimensionamento do SESMT que a 
empresa que contar com 1.360 empregados e que tiver sua atividade 
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classificada como grau de risco 4 deverá manter em seu quadro de em-
pregados: cinco técnicos em segurança do trabalho, um engenheiro de 
segurança do trabalho, um auxiliar de enfermagem do trabalho e um 
médico do trabalho. 
Diferentemente de uma empresa que possui 63 funcionários e sua ati-
vidade é classificada como grau de risco 3, que não precisa manter em 
seu quadro de empregados nenhum funcionário para o seu SESMT. 
 
Vale ressaltar que, na hipótese de a empresa não dimensionar cor-
retamente o seu SESMT, haverá a possibilidade da imposição de multa 
pela fiscalização trabalhista. 
O SESMT deve manter entrosamento permanente com a Cipa, fazen-
do com que a Cipa atue como um agente multiplicador das ações de 
segurança por toda a empresa. Também deve estudar as observações 
e solicitações apresentadas pela Cipa para que possa implementar so-
luções corretivas e preventivas, visando o bem-estar dos colaboradores 
da empresa. A seguir, vamos estudar a Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (Cipa). 
2 Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes – Cipa 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) surgiu a partir 
de uma sugestão de trabalhadores de diversos países que, reunidos na 
Organização Internacional do Trabalho (OIT), organizaram em 1921 um 
comitê para estudar assuntos relacionados à segurança e higiene do 
trabalho, bem como para recomendar medidas preventivas de doenças 
e acidentes do trabalho. Essas medidas passaram a ser adotadas pelos 
países de acordo com o seu interesse em promover a melhoria nas con-
dições de trabalho de seu povo (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
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A Cipa tem como objetivo “a prevenção de acidentes e doenças rela-
cionadas ao trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, 
o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do traba-
lhador” (BRASIL, 2021, [n. p.]) no seu âmbito físico e mental. 
A Cipa é regulamentada pelos arts. 163 a 165 da CLT e pela NR-5. 
É considerada uma das figuras mais importantes para a prevenção de 
acidentes e controle de perdas dentro das empresas. 
O art. 163 da CLT estabelece que “será obrigatória a constituição de 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), de conformidade 
com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabele-
cimentos ou locais de obra nelas especificadas” (BRASIL, 1943). 
A NR-5 estabelece que são obrigadas a constituir Cipa todas as em-
presas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da 
administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações 
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam 
trabalhadores como empregados (BRASIL, 2021). 
2.1 Composição da Cipa 
A Cipa é composta de representantes do empregador e dos empre-
gados, e o número de membros titulares e suplentes está sujeito ao 
número de funcionários e à atividade econômica desempenhada pela 
empresa. 
A orientação sobre a composição da Cipa está prevista na CLT, que 
diz no art. 164: “cada Cipa será composta de representantes da em-
presa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser 
adotados na regulamentação que trata o parágrafo único do artigo 163” 
(BRASIL, 1943). 
A NR-5 estabelece que a Cipa será composta de representantes 
do empregador (em que os titulares e suplentes são designados pelo 
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próprio empregador) e representantes dos empregados (em que os titu-
lares e suplentes sejam eleitos em votação secreta do qual participem, 
independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados 
interessados). 
O número de representantes dos empregados (eleitos) e dos empre-
gadores (indicados) deve ser o mesmo. A participação dos funcionários 
é voluntária, e os representantes dos empregados são eleitos por voto 
secreto, cujo mandato tem a duração de um ano, sendo permitida uma 
reeleição. Já para os representantes do empregador, não há restrição 
do número de mandatos. O presidente da Cipa será designado pelo em-
pregador. O vice-presidente da Cipa será escolhido, entreos titulares, 
pelos representantes dos trabalhadores. 
Um detalhe importante sobre a Cipa é que os cipeiros eleitos, ou seja, 
os representantes dos empregados, desfrutam de estabilidade, desde o 
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. A 
demissão por parte do empregador só poderá ocorrer mediante justa 
causa (ROSSETE, 2015). 
2.2 Dimensionamento da Cipa 
Para o dimensionamento do número de efetivos e suplentes da Cipa, 
deve-se consultar o quadro I anexo à NR-5. O processo é bem parecido 
com o dimensionamento do SESMT; assim, para o dimensionamento 
da Cipa, deve-se obedecer aos seguintes critérios: o número de funcio-
nários da empresa e a classificação de sua atividade principal, seguindo 
a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Com essas 
informações, basta verificar no quadro I qual deve ser a quantidade de 
membros efetivos e suplentes que deverão compor a Cipa da empresa. 
A seguir, vamos conhecer quais são as atribuições da Cipa. 
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 2.3 Atribuições da Cipa 
Antes de falarmos sobre as atribuições da Cipa, vale ressaltar que, 
desde que tenha o devido apoio da organização, a Cipa pode exercer 
um papel muito importante para a melhoria das condições de trabalho. 
Afinal, é composta por pessoas que trabalham na empresa e, portan-
to, conhecem o ambiente de trabalho. Assim, devem receber o apoio 
da empresa para que consigam realizar as ações necessárias de modo 
que as atribuições da Cipa sejam cumpridas. 
Entre as atribuições da Cipa, devemos destacar as atividades rela-
cionadas à identificação dos riscos no ambiente de trabalho. Essa ação 
geralmente está associada à elaboração do mapa de riscos, que é um 
documento importante para a empresa, pois permite a visualização dos 
tipos de riscos existentes em cada ambiente de trabalho. Com isso, a 
empresa pode, com o apoio dos cipeiros, implementar medidas preven-
tivas de segurança de acordo com os riscos identificados em cada am-
biente de trabalho (BRASIL, 2021). 
A Cipa também deve realizar reuniões periódicas para que todos os 
temas relacionados à segurança dos trabalhadores possam ser discuti-
dos. Geralmente, com base nas discussões realizadas nessas reuniões, 
são definidas ações a serem implementadas, sempre com o objetivo de 
promover a saúde e o bem-estar dos trabalhadores realizando as ações 
de prevenção. 
Outra ação muito importante que deve ser realizada pela Cipa é a or-
ganização e a realização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes 
do Trabalho (Sipat). Trata-se de um evento realizado internamente para 
que todos os colaboradores da empresa recebam informações sobre 
temas de grande relevância para esses profissionais. Assim, com a rea-
lização da Sipat, a Cipa auxilia a empresa na realização de ações que 
possam conscientizar todas as pessoas da empresa sobre as questões 
relacionadas à saúde e à segurança do trabalho (BRASIL, 2021). 
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.Considerando todas as atribuições apresentadas, é fácil perceber 
a importância da Cipa. Cabe às organizações proporcionar os meios 
necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo su-
ficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. 
Conforme já apresentado anteriormente, a Sipat é um evento que 
deve ser realizado para a conscientização de todos os funcionários so-
bre o tema saúde e segurança do trabalho e que deve ser organizado 
pela Cipa e pelo SESMT. 
A Sipat é um evento muito importante, pois é o momento em que a 
Cipa e o SESMT têm a oportunidade de acentuar ainda mais os concei-
tos prevencionistas a respeito da segurança do trabalho e da saúde ocu-
pacional, que, muitas vezes, são negligenciados por funcionários e até 
pelos próprios empregadores, que ainda enxergam esse evento como 
mera obrigação legal (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
A Sipat é uma semana dedicada a palestras, avaliações médicas e 
reuniões especiais com a finalidade única de promover a todos os en-
volvidos uma reflexão sobre a conscientização sobre a segurança no 
trabalho e fora dele, em casa, no trânsito, nas atividades de lazer e ou-
tras atividades sociais. Pensando nisso, muitas empresas convidam os 
familiares dos seus colaboradores para participarem dos eventos, com 
o intuito de disseminar a informação. 
Entre os temas importantes que normalmente são abordados na 
Sipat, podemos destacar: 
• Campanha de prevenção da Aids. 
• Dependência química (problema do alcoolismo e do consumo de 
drogas). 
• A importância da direção defensiva para a redução dos acidentes 
no trânsito. 
• As consequências do tabagismo. 
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• Incentivo a programas e campanhas de doação de sangue. 
• Qualidade de vida (alimentação saudável, ginástica laboral e 
exercícios). 
Quadro 1 – Funções da Cipa e Sipat 
CIPA SIPAT 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho 
Identificação de riscos na área de Palestras 
trabalho Avaliações médicas 
Reuniões periódicas Reuniões especiais 
Eventos internos sobre temas relevantes Conscientização para os perigos dentro e fora do ambiente de 
trabalho 
PARA PENSAR 
Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente descobrir 
a quantidade de funcionários e o seu grau de risco para saber se existe 
ou não a obrigatoriedade da empresa em constituir a Cipa e o SESMT. 
 
Considerações finais 
Neste capítulo, foi possível compreender as normas regulamentado-
ras que fundamentam a implementação dos Serviços Especializados 
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). 
A implementação e o apoio para que tanto o SESMT como a Cipa 
consigam colocar em prática as ações e as medidas de segurança 
necessárias para o cumprimento das atribuições estabelecidas pelas 
normas regulamentadoras são fundamentais para a prevenção de aci-
dentes na empresa. 
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Referências 
BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Higiene e segurança do tra-
balho. São Paulo: Érica, 2018. 
BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1o de maio de 1943. Aprova a Consolidação 
das Leis do Trabalho. Lex: coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, 
v. 7, 1943. 
BRASIL. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas 
Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do 
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 6 jul. 1978. 
BRASIL. Portaria/MTP n. 422, de 7 de outubro de 2021. Aprova a nova redação 
da NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, 8 out. 2021. 
ROSSETE, Celso Augusto(org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 
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Capítulo 7 
Ergonomia 
Proporcionar bem-estar e boas condições de trabalho aos seus co-
laboradores é um desafio constante para que as organizações possam 
promover a qualidade de vida no trabalho. Desse modo, cada organi-
zação deve proporcionar condições ergonômicas para o exercício das 
atividades laborais, bem como promover ações voltadas à qualidade de 
vida no trabalho. 
Neste capítulo, conheceremos a norma regulamentadora sobre er-
gonomia e os principais conceitos de qualidade de vida no trabalho. 
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1 Conceito e tipos de ergonomia 
Pode-se afirmar que é impossível estudar os aspectos relacionados 
à saúde e à segurança do trabalho sem considerar o tema ergonomia. 
De maneira objetiva, a ergonomia pode ser definida como o estudo da 
relação entre homem e máquina. Entretanto, esse conceito passou por 
transformações ao longo dos anos que podem ser resumidas em três 
fases históricas (ROSSETE, 2015): 
• A adaptação do homem à máquina. 
• A percepção e a prevenção do erro humano. 
• A interação global do sistema homem-máquina. 
Atualmente, presenciamos nas organizações os impactos da glo-
balização e da competitividade global, aumentando as exigências de 
produtividade e impulsionando a utilização de novas tecnologias, o que 
tem ocasionado aos seus colaboradores não só o aumento do estresse 
como também uma série de desdobramentos para a saúde desses co-
laboradores, em virtude da ausência de exercícios físicos, da utilização 
de mobiliários inadequados, entre tantos aspectos que podem gerar os 
riscos ergonômicos. 
IMPORTANTE 
O estudo da ergonomia pode ser perfeitamente associado à medicina 
do trabalho, à engenharia de produção, à sociologia, à psicologia, à an-
tropologia, à economia e à administração. Todas essas áreas do conhe-
cimento reiteram que o trabalho deve ser adaptado ao ser humano, e 
nunca o contrário (ROSSETE, 2015, p. 142). 

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Podemos definir os riscos ergonômicos como aqueles que podem 
gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos nos trabalhadores, como o 
esforço físico intenso, o levantamento e transporte manual de peso, a 
exigência de postura inadequada, o controle rígido de produtividade, a 
imposição de ritmos excessivos, o trabalho em turno e noturno, as jorna-
das de trabalho prolongadas, a monotonia e repetitividade na atividade 
laboral, as situações de estresse, a depressão, entre outros (BARSANO; 
BARBOSA, 2018). 
A norma regulamentadora que estabelece os parâmetros para a 
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológi-
cas dos trabalhadores é a NR-17. Essa norma foi criada pela Portaria 
n. 3.214, de 8 de junho de 1978, e, a partir de então, vem sofrendo al-
terações e revisões. A chamada nova redação da NR-17 foi aprovada 
pela Portaria n. 423 do Ministério do Trabalho e Previdência, no dia 7 de 
outubro de 2021 (BRASIL, 2021). 
A NR-17 tem como principal objetivo proporcionar um máximo de 
conforto, segurança e desempenho eficientes para os trabalhadores da 
empresa. Ela prevê que, para que uma empresa possa avaliar a adapta-
ção das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, ela deverá realizar uma análise ergonômica do trabalho 
que aborde no mínimo as condições de trabalho. Essas condições de 
trabalho incluem: os aspectos relacionados ao levantamento, transpor-
te e descarga de materiais, os mobiliários, os equipamentos e as condi-
ções ambientais do posto de trabalho, além da própria organização do 
trabalho (BRASIL, 2021). 
Existem diferentes maneiras de se realizar uma análise ergonômica 
laboral, entretanto, sempre deve-se considerar nesses estudos o pla-
no sagital do ser humano e seus movimentos. Assim, para a realiza-
ção da análise ergonômica, deve-se adotar um método e considerá-lo 
como parâmetro. 
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NA PRÁTICA 
Entre os métodos e as técnicas de intervenção no ambiente de trabalho, 
pode-se adotar os seguintes métodos: 
• Observação: realizada pessoalmente, por meio de fotos ou vídeos, 
ou ocasional, por fichas de entrevista com os trabalhadores. 
• Registro de comportamento: anotações de expressões verbais e 
não verbais dos trabalhadores. 
• Inquirição: por meio da realização de entrevistas com os trabalha-
dores. 
Vale ressaltar que é fundamental que os colaboradores da empresa 
expressem sua opinião sobre a maneira como executam as suas ati-
vidades laborais, sobre o funcionamento da empresa e, principalmen-
te, sobre algum tipo de desconforto causado no ambiente de trabalho 
(ROSSETE, 2015, p. 142). 
 
A NR-17 estabelece regras básicas para o transporte manual de car-
gas (atividade na qual o peso da carga é suportado inteiramente por um 
só trabalhador). Assim, a análise ergonômica deve determinar o limite 
de peso adequado a cada atividade e trabalhador. Da mesma maneira, 
com relação ao mobiliário dos postos de trabalho, deve-se observar os 
aspectos gerais nas posições sentada e em pé e realizar a análise ergo-
nômica dos postos de trabalho (BRASIL, 2021). 
Os equipamentos dos postos de trabalho, as condições ambientais 
de trabalho e a organização do trabalho, segundo a NR-17, devem ser 
adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à 
natureza do trabalho a ser executado (BRASIL, 2021). 
Além das orientações previstas na NR-17, que orientam como a em-
presa deve promover as ações ergonômicas, podemos destacar alguns 
tipos de ergonomia. Entre os principais tipos e aplicações da ergono-
mia, podemos destacar (ROSSETE, 2015): 
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• Ergonomia de intervenção: como o próprio nome diz, a interven-
ção deve ser uma resposta a uma demanda do cliente, consumi-
dor e usuário que deverá ser investigada para que se possa apre-
sentar uma solução ao problema e, por consequência, implantar 
uma ação ergonômica. 
• Ergonomia de concepção: neste tipo de ergonomia, o principal 
objetivo é a elaboração de novos produtos, processos e sistemas 
de trabalho, estabelecendo uma nova metodologia e alterando as 
maneiras de execução dos processos para obter benefícios com 
a nova sistemática implantada. 
• Ergonomia de correção: é a ergonomia que se baseia na minimi-
zação ou correção das rotinas de trabalho, adequando aos con-
ceitos básicos de conforto, bem-estar e promoção da saúde. 
• Ergonomia de enquadramento:“enquadrar” significa estabelecer 
um padrão a ser seguido. Esse padrão deve ser estabelecido in-
ternamente pela empresa, motivado por uma decisão estratégica 
da própria empresa ou por imposição legal ou do sindicato. 
• Ergonomia de remanejamento: o remanejamento na ergonomia 
significa realizar mudanças que permitem o aperfeiçoamento dos 
processos, das matérias-primas, da logística e até mesmo das 
pessoas. Com isso, pode-se solucionar erros existentes e melho-
rar as condições de trabalho. 
• Ergonomia de modernização: a modernização remete à alteração 
de maneira abrangente e profunda dos processos. Essas altera-
ções dos processos envolvem a modernização dos equipamen-
tos, tanto de softwares como de hardwares, proporcionando ga-
nhos na qualidade e capacitando e especializando a mão de obra. 
Vale destacar que os estudos atuais em ergonomia disponibilizam 
na literatura técnica nacional e internacional diversas ferramentas, co-
brindo um grande universo de variáveis psicofisiológicas do trabalhador 
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em sua interação com o ambiente de trabalho, o que possibilita aos pro-
fissionais capacitados boas condições para atuar sobre as questões de 
ergonomia, visando melhorar os postos de trabalho (OLIVEIRA, 2018). 
A NR-17, em seu Anexo I, apresenta as condições a serem aplicadas 
pelas empresas que desenvolvem atividades comerciais utilizando sis-
tema de autosserviço e checkout, como supermercados, hipermercados 
e comércio atacadista; já o Anexo II da NR-17 apresenta as condições 
a serem aplicadas às empresas de teleatendimento ou telemarketing 
(BRASIL, 2021). 
Com relação aos setores de trabalho, devemos destacar que muitos 
deles sofreram forte influência do uso de computadores, tanto para o 
processamento de informações como para o controle de máquinas e 
equipamentos. Infelizmente, em muitas situações, essa mudança ocor-
reu sem planejamento, o que proporcionou condições de trabalho que 
agrediam o ser humano, provocando o desenvolvimento de doenças 
denominadas lesões por esforços repetitivos (LER). Mais recentemente, 
após a publicação da norma técnica do INSS, vêm sendo denominadas 
doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (Dort) (BELLUSCI, 
2017). 
É importante ressaltar que LER e Dort não são doenças, mas, sim, 
nomes para designar um grupo de doenças osteomusculares e suas 
repercussões sociopsicológicas que têm em comum o fato de serem 
provocadas por condições inadequadas no trabalho, como a tendinite, 
a bursite e a capsulite. Esse trabalho leva o indivíduo a submeter-se a 
posições estáticas, repetindo o mesmo padrão de movimentos em cur-
to espaço de tempo e sem intervalos para a recuperação das regiões 
do corpo que estão sendo muito utilizadas, além do uso da força que, 
nesse caso, nem sempre é utilizada para executar a tarefa em si, mas 
para segurar o peso do braço (que está sem apoio ou elevado acima 
da altura da cabeça), da cabeça inclinada ou do ombro, que está tenso 
em razão de condições psicológicas e ambientais, ou seja, o indivíduo 
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literalmente segura o braço, a cabeça e o ombro durante todo o período 
de trabalho e, se a sua estatura for baixa, ainda irá segurar também a 
perna, pois não consegue apoiá-la no chão (BELLUSCI, 2017). 
Agora que já conhecemos o conceito de ergonomia, bem como os 
conceitos de LER e de Dort, vamos estudar o conceito, os fatores gera-
dores e as consequências do estresse para os trabalhadores. 
2 Conceito de estresse, fatores geradores 
e consequências para o trabalhador e meio 
ambiente do trabalho 
A palavra estresse, do inglês, stress, significa tensão, insistência, 
pressão. É um termo utilizado para designar as tensões sob às quais 
estão expostos os materiais, ou seja, o grau de deformidade que uma 
estrutura sofre quando é submetida a um esforço. O estresse tem dois 
significados, ou seja, um processo (tensão diante de uma situação de 
desafio por ameaça ou conquista) ou um estado (resultado positivo 
ou negativo da tensão) (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2002 apud 
GRAMMS; LOTZ, 2017). 
Para compreendermos a importância desse tema, basta observar 
que o mundo do trabalho passa por profundas transformações que 
estão relacionadas a condições econômicas, sociopolíticas, legais, mu-
danças demográficas, inovação tecnológica, entre outras. Essa nova 
realidade, em que as demandas por adaptações sociais são constantes, 
exige reações do indivíduo capazes de prejudicar a sua racionalidade e 
igualmente prejudicar a saúde das pessoas que têm dificuldades para 
enfrentar as pressões (ZANELLI, 2010). 
Seguindo essa linha de raciocínio, os colaboradores das empresas 
ficam expostos a inúmeros eventos estressantes e podem apresentar 
uma série de comportamentos biopsicossociais. Ambientes de trabalho 
dinâmicos também levam à necessidade de uma constante adaptação, 
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.exigindo das pessoas envolvidas estratégias para que possam enfren-
tar esses novos desafios (ALCHIERI; CRUZ, 2014). 
As pressões sob as quais o organismo é submetido são denomina-
das estressores. Esses estressores podem vir tanto do meio externo 
(como frio ou calor, ambiente de trabalho insalubre e perigoso, convívio 
com o meio social, situação socioeconômica), como também ter ori-
gem no mundo interno (pensamentos, expectativas e emoções, como 
raiva, medo e tristeza) (GRAMMS; LOTZ, 2017). 
Desse modo, pode-se definir o estresse ocupacional como um es-
tado desagradável decorrente de aspectos do trabalho que o indivíduo 
considera ameaçadores à sua autoestima e ao seu bem-estar. Com 
isso, ambientes de trabalho com excesso de atividades, longas jorna-
das de trabalho, pressões e até o medo de perder o emprego favorecem 
o adoeciment o e o absenteísmo. As atividades de trabalho possuem 
agentes estressores para o indivíduo, entretanto, o tipo de agente e a 
sua manifestação se diferenciam pela situação e pelo contexto ocu-
pacional, bem como se modificam de pessoa para pessoa (ALCHIERI; 
CRUZ, 2014). 
Entre os fatores geradores de estresse, os chamados estressores, 
podemos destacar (GRAMMS; LOTZ, 2017): 
• Exigências de tempo, estrutura temporal do trabalho e ritmo: 
associadas a trabalhos em turnos, trabalhos ao ritmo da máqui-
na, pagamentos por produção, horas extras excessivas. 
• Estrutura das tarefas: quando a autonomia nas decisões sobre 
as atividades é baixa ou ausente e quando ocorre a subutilização 
das capacidades, também pode ocorrer em razão de mudanças 
drásticas no trabalho que acabam gerando incertezas em relação 
às atividades e às tarefas executadas pelo trabalhador, o que pro-
voca pressão e estresse no ambiente de trabalho. 
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• Condições físicas: quando o ambiente físico de trabalho é de-
sagradável, inseguro ou insalubre, com riscos físicos, mecâni-
cos, tóxicos, ergonômicos e predisposto a acidentes de trabalho. 
Também devem ser consideradas as viagens de longa distância 
realizadas a trabalho. Normalmente, as demandas físicas de tra-
balho são específicas de cada cargo, assim, a identificação e a 
redução desses estressores podem gerar economia para a em-
presa e alavancar a produtividade de seus funcionários. 
• Organização do trabalho: quando ocorre uma competição não 
saudável, gerando rivalidade, ambiguidade e conflito de papéis. 
A ambiguidade de papel ocorre quando o indivíduo recebe in-
formações insuficientes ou inadequadas sobre o conteúdo e os 
limites de sua função, é observada também quando a pessoa 
experimenta incerteza com relação às expectativas alheias. 
Essa ambiguidade pode ser causada por mal-entendidos que 
são esperados, por não saber como fazer algo ou não saber o 
resultado de um fracasso ao se fazer determinada coisa. Já o 
conflito de papéis, por sua vez, ocorre quando dois ou mais con-
juntos simultâneos de prescrições estão presentes de tal modo 
que a obediência a um conjunto inviabiliza ou torna impossível a 
obediência aos demais. 
• Fatores interpessoais: podemos destacar como exemplos de fa-
tores interpessoais as toxinas emocionais, entre elas o assédio 
sexual e uma liderança fraca. Normalmente, as toxinas emocio-
nais são causadas por pessoas com personalidade abrasiva. As 
organizações estão cada vez menos tolerantes ao assédio sexual, 
uma demanda interpessoal que cria um ambiente de trabalho des-
confortável tanto para a pessoa assediada como para os demais 
funcionários. Fraca liderança organizacional e estilo gerencial exi-
gente destacam-se como causas de estresse no trabalho, pois 
falta um fator primordial, a confiança entre gestor e subordinados. 
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• Fatores extraorganizacionais: fatores que estão relacionados à 
insegurança no emprego e às preocupações com a carreira. 
• Fatores do lar: os vários tipos de composição familiar presen-
tes na sociedade contemporânea geraram grande diversidade no 
âmbito das demandas do lar. Temos famílias com casais e filhos, 
casais sem filhos, pessoas que moram sozinhas, pessoas que 
moram com os pais com idade avançada, pais solteiros, casais 
separados entre as situações mais comuns; cada um apresen-
ta demandas específicas de acordo com a sua realidade, e o es-
tresse poderá ser causado por situações bem distintas, perda da 
creche para os filhos, atenção e cuidado com os filhos ou com os 
pais de idade avançada, ou seja, a tensão entre a família e o tra-
balho pode desencadear uma verdadeira batalha pelo equilíbrio. 
• Fontes extratrabalho: fatores pessoais, de família, fatores rela-
cionados com a comunidade. Entre as demandas pessoais que 
induzem ao estresse, podemos destacar o vício em trabalho. Os 
primeiros sintomas desse tipo de demanda pessoal incluem com-
prometimento total com o trabalho, incapacidade de desfrutar 
férias e folgas, preocupação com os problemas relacionados ao 
trabalho mesmo quando fora da empresa, além da insistência em 
levar trabalho para fazer em casa. Outro tipo de demanda pessoal 
são as relacionadas a atividades cívicas, trabalhos voluntários e 
comprometimento com instituições religiosas e organizações pú-
blicas. Essas demandas poderão se tornar estressantes depen-
dendo da compatibilidade ou não com o trabalho, a vida familiar e 
a capacidade de oferecer satisfação para o trabalhador. 
• Assédio moral: o assédio moral leva o indivíduo ao esgotamento 
e à depressão. Um exemplo importante a ser citado sobre esse 
tipo de estressor é apresentado no Anexo II da NR-17, que trata 
sobre o trabalho em teleatendimento e telemarketing e deixa claro 
que é vedada a utilização de métodos que causem assédio moral, 
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medo ou constrangimento, como: o estímulo abusivo à competi-
ção entre os trabalhadores e/ou equipes de trabalho; exigir que os 
trabalhadores usem, de maneira permanente ou temporária, ade-
reços, acessórios, fantasias e vestimentas com o objetivo de puni-
ção, promoção e propaganda; e expor publicamente os resultados 
das avaliações de desempenho dos operadores (BRASIL, 2021). 
O desequilíbrio entre as exigências do trabalho e princípios e as ne-
cessidades e expectativas pessoais abre caminho para o desgaste físi-
co e emocional (ZANELLI, 2010). 
Agora que já conhecemos quais são as causas do estresse, vamos 
apresentar a seguir as suas principais consequências. O impacto do 
estressor em uma dimensão (física, psicológica ou social) implica des-
dobramentos também nas outras, uma vez que existe a relação entre 
corpo, mente e meio externo, o que equivale a dizer que cada uma das 
dimensões afeta e é afetada pela outra. Assim, a saúde e a doença são 
estados gerados pelo equilíbrio harmônico do organismo ou pela desre-
gulação dele. Entre as síndromes diretamente associadas ao estresse, 
podemos destacar (GRAMMS; LOTZ, 2017): 
• Somatizações: sensações e distúrbios físicos com forte carga 
emocional e afetiva. 
• Fadiga: desgaste de energia física ou mental que pode ser recu-
perada por meio de repouso, alimentação ou orientação médica 
específica. 
• Depressão: é uma combinação de sintomas em que prevalece a 
falta de ânimo, a descrença pela vida e uma profunda sensação 
de abandono e solidão. 
• Síndrome do pânico: estado de medo intenso, repentino, acom-
panhado de imobilidade, sudorese e comportamento arredio. 
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• Síndrome de burnout: estado de exaustão total decorrente do es-
forço excessivo e contínuo. 
• Síndrome do desamparo: medo contínuo da perda de empre-
go, acompanhado de sentimento de perseguição e queda da 
autoconfiança. 
PARA SABER MAIS 
Sobre cada uma das síndromes associadas ao estresse, ler o item 2.2 
“Estresse e trabalho”, do capítulo 2 “Estresse e qualidade de vida no tra-
balho” do livro Gestão da qualidade de vida no trabalho, de Lorena Carmen 
Gramms e Erika Gisele Lotz (2017). 

3 Qualidade de vida no trabalho 
Podemos definir a gestão da qualidade de vida no trabalho (QVT) 
como o conjunto de estratégias que tem como objetivo diagnosticar, 
promover, acompanhar e monitorar ações para a saúde, o bem-estar e a 
satisfação profissional (GRAMMS; LOTZ, 2017). 
O tema ganhou grande representatividade à medida que as organiza-
ções sofreram os impactos da evolução tecnológica, das novas formas 
de trabalho e dos processos de inovação de produtos e de serviços; com 
isso, passaram a se preocupar cada vez mais não só com as condições 
oferecidas para o exercício das atividades laborais como também com 
a qualidade de vida dos trabalhadores fora do ambiente de trabalho. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define “qualidade de vida 
como a percepçãodo indivíduo sobre sua posição na vida, no contex-
to da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive em relação 
aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHOQOL 
Group, 2012 apud GRAMMS; LOTZ, 2017, p. 18). 
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Por meio da iniciativa da World Health Organization Quality of Life 
(WHOQOL), a OMS definiu alguns critérios para avaliar as condições de 
qualidade de vida das nações, que envolvem esferas físicas, psicológi-
cas, ambientais e de relacionamento social em que as pessoas estão 
inseridas em seu cotidiano (BES et al., 2021). 
Podemos afirmar que existe uma tendência de associar o concei-
to de qualidade de vida com aspectos da saúde (física e mental), bem 
como com aspectos econômicos, sociais e culturais. Os componentes 
que costumam integrar o conceito de qualidade de vida são os seguin-
tes (BES et al., 2021): 
• Ser: físico, psicológico e espiritual, ou seja, aquilo que a pessoa é 
no plano pessoal, que costuma envolver questões culturais e de 
classe social. 
• Pertencer: físico, social e comunitário, ou seja, de que maneira a 
pessoa se adapta aos contextos em que se insere. 
• Tornar-se: práticas, lazer, crescimento e progresso pessoal, ou 
seja, envolve as ações que podem ser realizadas pela pessoa a 
fim de alcançar suas aspirações e objetivos cotidianos. 
Assim, podemos dizer que a qualidade de vida de uma pessoa é 
composta por fatores objetivos e subjetivos. Os fatores objetivos são 
aqueles determinados pelas condições de vida do indivíduo e atrelados 
ao desenvolvimento econômico e social, como renda, escolaridade e 
moradia. Já os fatores subjetivos são determinados pelo estilo de vida 
do indivíduo e influenciados por hábitos que impactam diretamente em 
seu bem-estar, como alimentação, prática de atividades físicas e sono 
(GRAMMS; LOTZ, 2017). 
Entre os elementos e as práticas simples e acessíveis que contri-
buem com a qualidade de vida das pessoas, podemos destacar (BES 
et al., 2021): 
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.• Hábitos saudáveis e funcionais de sono e alimentação. 
• Atividades físicas regulares. 
• Pensamento positivo com objetivo. 
• Busca de autoconhecimento sobre o corpo e sobre processos 
mentais. 
• Relações saudáveis que colaborem com o fortalecimento de nos-
sas virtudes interpessoais. 
É importante ressaltar que o conceito de qualidade de vida apresen-
ta aspectos subjetivos e multidimensionais. A subjetividade é determi-
nada pela percepção de cada um, ou seja, depende da maneira e dos 
filtros por meio dos quais o indivíduo vê, sente e julga a sua qualidade 
de vida, tanto em relação ao seu estado de saúde quanto aos aspectos 
não médicos do seu contexto de vida. Já a multidimensionalidade está 
atrelada ao atendimento de diversos aspectos da vida do indivíduo, re-
presentados pelos domínios físico, emocional, social, ocupacional, inte-
lectual, espiritual e ambiental. A seguir, apresentamos cada um desses 
domínios (GRAMMS; LOTZ, 2017): 
• Físico: engloba o quadro clínico do indivíduo (presença/ausên-
cia, gravidade/intensidade de doença orgânica demonstrável), os 
hábitos que ele adota ao longo da vida (alimentação, atividades 
físicas, estar saudável) e a não adesão a hábitos nocivos à saúde. 
• Emocional: refere-se à capacidade de gerenciar as tensões e o 
estresse, a autoestima e o nível de entusiasmo em relação à vida. 
• Social: relacionado à qualidade e à harmonia nos relacionamen-
tos com os amigos, a família e os colegas de trabalho. 
• Profissional: associado ao nível de satisfação com o trabalho, 
com o desenvolvimento profissional e com o reconhecimento do 
valor do trabalho realizado. 
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• Intelectual: relacionado à oportunidade de utilizar a capacidade 
criativa e às possibilidades de expandir os conhecimentos per-
manentemente, de modo a compartilhar o seu potencial interno 
com outras pessoas. 
• Espiritual: esse domínio engloba o propósito de vida com base em 
valores e ética, associado a pensamentos otimistas e positivos. 
Por fim, podemos afirmar que a qualidade de vida é o resultado da 
percepção que o indivíduo tem sobre as diferentes dimensões de sua 
própria vida. 
PARA PENSAR 
Como você avalia a sua qualidade de vida no trabalho? Está adequada 
ou apresenta oportunidades de melhoria? 
 
Considerações finais 
Neste capítulo, tivemos a oportunidade de estudar temas de gran-
de relevância para a saúde e o bem-estar das pessoas. Conhecemos 
os conceitos de ergonomia e a sua norma regulamentadora, a NR-17. 
Estudamos também o conceito de estresse, destacando os seus fa-
tores geradores e as consequências para os trabalhadores; e, por fim, 
estudamos o conceito de qualidade de vida no trabalho, destacando as 
principais ações a serem realizadas pelas pessoas para a promoção da 
sua qualidade de vida. 
São temas de grande relevância e que devem ser tratados com muita 
atenção, não só pelas organizações como também pelos seus colabo-
radores, afinal, o bem-estar e a qualidade de vida devem ser objetivos 
compartilhados por todos. 
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Referências 
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Capítulo 8 
Programas 
de gestão da
segurança e saúde 
do trabalhador 
A necessidade das organizações em demonstrar o seu compromisso 
com o atendimento e o cumprimento dos preceitos legais e normativos 
relacionados à saúde e à segurança no trabalho, bem como atender aos 
próprios requisitos de organização, limpeza e segurança, fortalece cada 
vez mais a importância da sistematização dessas ações, ou seja, da im-
plementação de sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho. 
Assim, neste capítulo, conheceremos as principais ferramentas utili-
zadas para a gestão da saúde do trabalhador. Também estudaremos as 
normas regulamentadoras que regulam o Programa de Controle Médico 
de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Gerenciamento 
de Riscos (PGR). Por fim, estudaremos como se deu a evolução da 
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norma OHSAS 18001 para a norma ISO 45001, e seu impacto na ges-
tão estratégica, com vista à responsabilidade social e à longevidade da 
organização. 
1 Programa de Gerenciamento de Riscos
– PGR 
O tema gerenciamento de riscos sempre foi de grande relevância 
para a gestão da saúde e segurança do trabalho, entretanto, a partir da 
revisão da NR-1, publicada em 2020 e em vigor desde 2 de agosto de 
2021, o tema passou a ser o principal assunto a ser tratado pelas orga-
nizações, tendo em vista que as empresas deverão possuir um progra-
ma de Gerenciamento de Riscos (PGR). 
É claro que a grande maioria das empresas que já possuem um siste-
ma para a gestão da saúde e da segurança do trabalho contempla tam-
bém um programa para o gerenciamento dos riscos, entretanto, com 
essa alteração na NR-1, as empresas deverão desenvolver um PGR. 
Essa nova abordagem proposta pela NR-1, com a implementação 
do PGR, tem como objetivo a prevenção e o gerenciamento dos riscos 
ocupacionais, para tanto, as organizações devem fazer uso de outras 
normas regulamentadoras para a caracterização de atividades ou ope-
rações insalubres ou perigosas (BRASIL, 2020a). 
Assim, para que as organizações evidenciem o gerenciamento dos 
riscos ocupacionais em suas atividades, deverá constituir e formalizar 
um PGR, que poderá ser implementado por unidade operacional, por 
setor ou até por atividade (BRASIL, 2020a). 
Muitas empresas já possuem um sistema de gestão de Segurança e 
Saúde no Trabalho (SST) implementado, o que, por si só, já institui algu-
ma sistemática relacionada à identificação dos perigos e ao gerencia-
mento dos riscos. Essas sistemáticas geralmente utilizam ferramentas 
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que permitem o cumprimento dos objetivos estabelecidos para o siste-
ma de gestão e preservam a integridade física, a saúde dos trabalhado-
res e as instalações e bens de uma organização (OLIVEIRA, 2020). 
Desse modo, as organizações que já possuem sistemas de gestão 
implementados poderão atender às exigências da norma NR-1 com 
os próprios procedimentos adotados para o gerenciamento dos riscos 
ocupacionais previstos em seus sistemas de gestão, desde que cum-
pram as exigências previstas na norma e atenda aos aspectos legais 
relacionados à saúde e à segurança do trabalho (BRASIL, 2020a). 
IMPORTANTE 
De acordo com o item 1.5.3.1.3 da NR-1: 
O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, 
programas e outros documentos previstos na legislação de 
segurança e saúde no trabalho. (BRASIL, 2020a) 

Para implementar um programa de gerenciamento de riscos ocupa-
cionais, a organização deve considerar as condições de trabalho nos 
termos da NR-17 e estabelecer um passo a passo muito bem delineado 
em um procedimento. Assim, a organização deve seguir os seis tópicos 
apresentados a seguir (BRASIL, 2020a). 
1.1 Evitar os riscos ocupacionais que possam ser 
originados no trabalho 
Implementando e promovendo ações preventivas, e conscientizan-
do os colaboradores sobre como proceder em suas atividades laborais 
para evitar os riscos de acidentes. 
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 1.2 Identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à 
saúde 
Para tanto, a organização deve considerar o que está definido nas 
normas regulamentadoras, bem como outras exigências legais de se-
gurança e saúde no trabalho. Para a realização dessa identificação, 
além da atuação dos profissionais da área de segurança do trabalho, 
dos gestores da empresa e das pessoas responsáveis pela gestão (di-
retores, gerentes e supervisores), a empresa pode consultar os seus co-
laboradores questionando sobre a percepção de riscos ocupacionais. 
Uma alternativa para a realização dessa ação é solicitar à Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), desde que a empresa tenha 
a obrigatoriedade de possuir a Cipa. Vale ressaltar que o levantamento 
preliminar dos riscos deve ser realizado não só para as atividades exis-
tentes, como também nas mudanças e na introdução de novos proces-
sos ou atividades de trabalho, ou antes do início do funcionamento de 
um novo estabelecimento ou de uma nova instalação. Basicamente, a 
identificação de perigos deve (BRASIL, 2020a): 
• Descrever os perigos e as possíveis lesões ou agravos à saúde, 
deixando evidente a necessidade de implementação de medidas 
preventivas de segurança. 
• Identificar as fontes ou as circunstâncias nas quais o perigo foi 
apontado, para que seja possível avaliar a situação e, com isso, 
buscar as soluções preventivas mais adequadas. 
• Identificar e indicar qual é o grupo de colaboradores da empresa 
que estão sujeitos ao risco, ou seja, quais são e quantos são os 
colaboradores da empresa que atuam em um determinado se-
tor e realizam uma determinada atividade e que, pelo exercício de 
sua atividade laboral, estarão expostos ao risco identificado. 
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1.3 Avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco 
Após a identificação dos riscos ocupacionais, a organização deverá 
efetuar a classificação dos riscos, considerando a severidade das pos-
síveis lesões ou agravos à saúde e a sua probabilidade ou chance de 
ocorrência, o que permitirá identificar o nível de risco, bem como ado-
tar as medidas de prevenção cabíveis. Para realizar a avaliação dos 
riscos, a empresa deve utilizar ferramentas e técnicas de avaliação 
que sejam as mais adequadas a cada tipo de risco ou circunstância 
em avaliação. 
Aqui vale ressaltar alguns aspectos a serem considerados na avalia-
ção dos riscos ocupacionais. Primeiro em relação à severidade de um 
risco, ou seja, para a definição da gradação da severidade, deve-se con-
siderar a magnitude da consequência e a quantidade ou o número depessoas (colaboradores da empresa) que poderão ser afetados. Esses 
critérios são muito importantes para que seja definida uma gradação 
adequada a cada risco existente. Da mesma maneira, quando se realiza 
a gradação da probabilidade de ocorrência das lesões ou agravos à saú-
de, a organização deve considerar primeiro as normas regulamentado-
ras aplicáveis e seus requisitos; segundo, as características da atividade 
laboral, ou seja, as exigências para a realização da atividade; e terceiro, 
todas as medidas de segurança já adotadas pela empresa sempre com-
parando o perfil de exposição ocupacional com os valores de referência 
estabelecidos na NR-9, que trata sobre a avaliação e controle das expo-
sições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. 
Outro aspecto muito importante a ser considerado pela empresa é a 
periodicidade em que deve ser realizada a avaliação de riscos. A NR-1 
estabelece que a avaliação deve ser um processo contínuo e que sua 
revisão deve acontecer a cada dois anos, ou quando houver a neces-
sidade de reavaliar a situação em virtude de mudanças na legislação, 
alterações no processo de trabalho com a aplicação de novas tecno-
logias, novos procedimentos implicando em novos riscos ou alterando 
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os riscos existentes após a ocorrência de algum acidente ou de alguma 
doença relacionada ao trabalho, ou mesmo após a implementação de 
medidas preventivas, visando identificar algum risco residual. Quando 
a empresa possui um sistema de gestão de saúde e segurança do tra-
balho, a norma estabelece que o prazo para a reavaliação dos riscos 
poderá ser estendido em até três anos. 
1.4 Classificar os riscos ocupacionais para determinar a 
necessidade de adoção de medidas de prevenção 
Após a avaliação e a identificação do nível de risco, será possível 
realizar uma classificação dos riscos ocupacionais de acordo com o 
seu tipo, ou seja, riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e 
de acidentes. Além disso, será possível identificar o impacto que esses 
riscos poderão trazer aos trabalhadores e à organização. Esse procedi-
mento permite aos envolvidos a definição das medidas de segurança a 
serem tomadas, bem como a priorização dessas medidas. Um aspecto 
primordial a ser considerado nesta etapa é a comunicação com os cola-
boradores da empresa para que tenham conhecimento sobre os riscos 
identificados e sobre quais serão as medidas de prevenção adotadas 
pela organização. 
1.5 Implementar medidas de prevenção, de acordo 
com a classificação de riscos e na ordem de prioridade 
estabelecida 
Seguindo a priorização estabelecida, a organização deve implemen-
tar as medidas de segurança adequadas a cada risco identificado, sem-
pre visando eliminar, reduzir ou controlar os riscos existentes. 
Para tanto, a empresa deve seguir as orientações e exigências pre-
vistas nas normas regulamentadoras, bem como atender aos aspectos 
legais aplicáveis. Considerando a classificação dos riscos ocupacionais, 
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a empresa também deve avaliar se existe alguma associação entre os 
riscos e as situações de trabalho identificadas com possíveis lesões e 
agravos à saúde dos trabalhadores. Para tanto, é fundamental que a 
empresa também possua um Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO), assim poderá avaliar se um determinado grupo 
de trabalhadores exposto a um tipo de risco em sua atividade laboral 
está sofrendo algum agravo à sua saúde. Por exemplo, a empresa tem 
um determinado setor produtivo em que as máquinas são ruidosas, ou 
seja, o nível de pressão sonora está acima dos limites estabelecidos. 
Essa empresa deve implementar as medidas de segurança aplicáveis 
e monitorar os agravos à saúde dos trabalhadores expostos ao ris-
co, ou seja, neste caso, avaliar por meio do exame de audiometria se 
existe alguma evidência de perda auditiva dos trabalhadores expostos 
(OLIVEIRA, 2020). 
As medidas de prevenção devem sempre priorizar as medidas de 
proteção coletiva. Caso essas medidas não sejam possíveis por invia-
bilidade técnica ou não sejam suficientes para a proteção dos colabo-
radores, a empresa deve adotar medidas administrativas ou de orga-
nização do trabalho e, como última opção, fornecer equipamentos de 
proteção individual aos seus colaboradores, sendo esta uma medida 
de proteção individual. 
Mais uma vez, devemos destacar que um aspecto fundamental para 
que as medidas preventivas implementadas pela empresa tenham a efi-
cácia desejada é a comunicação com os colaboradores envolvidos. A 
conscientização dos trabalhadores sobre os riscos existentes e a infor-
mação sobre todas as medidas de prevenção adotadas pela empresa 
é de fundamental importância, afinal, são os trabalhadores que estão 
diariamente realizando suas atividades nos locais de trabalho onde as 
medidas preventivas foram implementadas e, portanto, eles poderão 
contribuir muito para que as medidas sejam efetivamente realizadas. 
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1.6 Acompanhar o controle dos riscos ocupacionais 
Um programa de gerenciamento de riscos ocupacionais tem como 
preceito sistematizar as ações de gerenciamento, desse modo, após a 
implementação das ações de segurança, a organização deve monitorar 
e controlar os riscos ocupacionais. Para tanto, é fundamental que a or-
ganização elabore um plano de ação, em que as medidas de prevenção 
que serão adotadas pela empresa estejam claramente definidas. 
Os planos de ação para a implementação das medidas de preven-
ção devem possuir um cronograma detalhado com os períodos e pra-
zos definidos para cada medida de prevenção, deixar claro qual será o 
mecanismo para o acompanhamento da implementação da medida e 
como os resultados obtidos serão avaliados. Essas definições são mui-
to importantes, pois, sem elas, fica muito difícil avaliar a efetividade das 
medidas preventivas implementadas, bem como aprimorar as medidas 
quando necessário (OLIVEIRA, 2020). 
Considerando as etapas estabelecidas para a elaboração de um PGR, 
a empresa dá um passo importante e planejado para o desdobramen-
to das medidas preventivas de segurança, adequadas a cada atividade 
laboral. Entretanto, essas medidas devem ser integradas às ações vol-
tadas à saúde ocupacional dos colaboradores, pois, da mesma manei-
ra que o gerenciamento dos riscos deve ser um processo contínuo, o 
controle médico da saúde ocupacional também deve ser um processo 
preventivo muito bem planejado e continuado, seguindo a mesma lógi-
ca proposta pelo PGR, em que se deve estabelecer uma sistemática de 
trabalho. A seguir, vamos estudar o Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional (PCMSO). 
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2 Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO 
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) 
aborda questões intrínsecas à saúde dos trabalhadores em sua inte-
ração com o ambiente de trabalho. Esse programa é regulamentado 
pela NR-7, e deve ser elaborado e implementado por todas as orga-
nizações que admitam trabalhadores como empregados (BARSANO; 
BARBOSA, 2018). 
Podemos dizer que o PCMSO é um programa destinado à prevenção 
e ao controle da saúde dos empregados, realizado por meio de gestão e 
inspeções médicas permanentes, prevenindo a ocorrência de doenças 
ocupacionais. Desse modo, a empresa atua de modo preventivo, exe-
cutando duas atividades primordiais para a manutenção da saúde dos 
trabalhadores: o diagnóstico e o plano de ação (BRASIL, 2020b). 
O PCMSO tem, em parte, fundamento legal nos termos do art. 168 
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece que “será 
obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições 
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem 
expedidas pelo Ministério do Trabalho: na admissão, periodicamente e 
na demissão” (BRASIL, 1943). 
Vale ressaltar que a implementação do PCMSO não consiste em, 
simplesmente, realizar os exames médicos previstos no art. 168 da CLT, 
por isso, destacamos que a fundamentação legal do art. 168 é em parte, 
uma vez que a abordagem do PCMSO é muito mais abrangente do que 
a simples realização dos exames médicos. 
O PCMSO possui um viés preventivo quanto aos agravos à saúde 
dos colaboradores da empresa, pois permite que esses agravos sejam 
diagnosticados precocemente, bem como as doenças profissionais e 
outros danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores (OLIVEIRA, 2018). 
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A NR-7 estabelece as diretrizes e os requisitos para o desenvolvi-
mento do PCMSO nas organizações, destacando a importância da in-
tegração deste programa com o programa de gerenciamento de riscos 
(PGR), para que possa atingir o seu objetivo de proteger e preservar a 
saúde dos colaboradores da empresa em relação aos riscos ocupacio-
nais existentes (BRASIL, 2020b). 
Assim, o PCMSO considera as questões incidentes sobre o indivíduo 
e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico 
epidemiológico na abordagem da relação entre a saúde do trabalhador 
e o trabalho. É um programa que tem caráter de prevenção, rastrea-
mento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao 
trabalho, inclusive de natureza subclínica (que acontece sem manifes-
tação de sintomas), além da constatação da existência de casos de 
doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores 
(BRASIL, 2020b). Desse modo, deve ser planejado e implementado com 
base nos riscos à saúde dos trabalhadores, sempre visando diagnosti-
car uma doença o mais cedo possível e, assim, realizar as ações não 
só para o tratamento dos trabalhadores doentes como também para 
evitar que outros trabalhadores sejam afetados pela mesma doença 
(ROSSETE, 2015). 
Outra questão importante relacionada ao PCMSO é em relação às 
responsabilidades para a sua implementação. A NR-7 estabelece que 
o empregador deve garantir a elaboração, a implantação e o funciona-
mento do PCMSO, assumindo os custos de todos os exames e procedi-
mentos relacionados ao PCMSO, bem como indicando o médico coor-
denador que será responsável pelo programa (BRASIL, 2020b). 
O médico coordenador tem como responsabilidade realizar os exames 
médicos previstos no PCMSO ou delegar a profissionais médicos familia-
rizados com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem 
como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos aos quais o 
trabalhador a ser examinado está ou será exposto (BRASIL, 2020b). 
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Outra responsabilidade do médico coordenador é determinar os 
profissionais ou entidades que realizarão os exames complementares 
previstos no PCMSO. Assim, é inerente à atividade do médico coorde-
nador selecionar profissionais e instituições devidamente capacitados, 
equipados e qualificados, de acordo com a complexidade dos exames 
(BRASIL, 2020b). 
De acordo com a NR-7, pelo fato de o PCMSO ter uma natureza 
médica, deve-se acompanhar e tratar a saúde dos trabalhadores pela 
identificação de doenças por meio de exames médicos e laboratoriais. 
A realização desses exames médicos na gestão do PCMSO para a de-
terminação do nexo causal das patologias laborais é muito importante, 
pois, com a realização dos exames médicos periódicos, os dados cole-
tados no PCMSO determinam, em cada época do exercício da atividade 
laboral, as exatas condições de saúde do trabalhador (BRASIL, 2020b). 
O PCMSO deve incluir a realização obrigatória dos seguintes exames 
médicos (BRASIL, 2020b): 
• Admissional: deve ser realizado antes que o trabalhador 
assuma suas atividades. 
• Periódico: é realizado de acordo com os seguintes 
intervalos: 
◦ Empregados expostos a riscos ocupacionais 
identificados e classificados no PGR e para 
portadores de doenças crônicas que aumentem a 
susceptibilidade a tais riscos: 
◦ a cada ano ou a intervalos menores, a critério do 
médico responsável; 
◦ de acordo com a periodicidade especificada 
no Anexo IV da NR-07, relativo a empregados 
expostos a condições hiperbáricas. 
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◦ Para os demais empregados, o exame clínico deve 
ser realizado a cada dois anos. 
• Retorno ao trabalho: realizado obrigatoriamente antes que 
o empregado reassuma suas funções, quando ausente 
por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo 
de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não. 
Neste exame de retorno, a avaliação médica deve definir a 
necessidade de retorno gradativo ao trabalho. 
• Mudança de risco ocupacional: obrigatoriamente 
realizado antes da data de mudança. Deve-se entender 
por mudança de risco ocupacional toda e qualquer 
alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que 
implique a exposição do trabalhador a um risco diferente 
daquele a que estava exposto antes da mudança. 
• Demissional: será obrigatoriamente realizado em até 10 
(dez) dias contados do término do contrato, podendo 
ser dispensado caso o exame clínico ocupacional mais 
recente tenha sido realizado há menos de 135 (cento e 
trinta e cinco) dias, para as organizações que possuam 
graus de risco 1 e 2, e há menos de 90 (noventa) dias, para 
as organizações que possuam graus de risco 3 e 4. 
De acordo com a NR-7, para cada exame realizado, o médico emitirá 
o atestado de saúde ocupacional (ASO), que deve ser comprovadamen-
te disponibilizado ao empregado, devendo ser fornecido em meiofísico 
quando solicitado (BRASIL, 2020b). 
O ASO deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: sobre 
a empresa (razão social e CNPJ ou CAEPF); sobre o funcionário (nome 
completo, número do CPF e função de trabalho); sobre os perigos ou 
fatores de risco (descrição dos perigos ou fatores de risco identificados 
e classificados no PGR que necessitem de controle médico previsto no 
PCMSO, ou a sua inexistência); sobre os exames ocupacionais clínicos 
e complementares a que foi submetido o empregado (indicação e data 
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de realização); sobre o funcionário estar apto para a função (indicação 
de aptidão ou de inaptidão para o exercício da atividade laboral); sobre 
o médico responsável pelo PCMSO, se houver (nome completo e nú-
mero do registro profissional); e sobre o exame clínico (data, número 
de registro profissional e assinatura do médico que realizou o exame) 
(BRASIL, 2020b). 
Cada funcionário da empresa deve ter o seu prontuário médico com 
os registros de todos os exames clínicos realizados. Esse prontuário 
deve ser mantido pela empresa por, no mínimo, 20 anos após o desliga-
mento do funcionário (BRASIL, 2020b). 
Após compreendermos a importância e os principais aspectos a 
serem considerados pelas organizações para que, em atendimento à 
NR-7, implementem o PCMSO, vamos estudar a seguir os sistemas de 
gestão para a saúde e a segurança do trabalho. 
3 Evolução da OHSAS 18001 para a ISO 
45001 
Antes de tratarmos a evolução dos sistemas de gestão para a saúde 
e a segurança do trabalho, é importante compreendermos o conceito 
de sistema de gestão. Podemos definir um sistema de gestão como um 
conjunto de atividades, geralmente com muitas tarefas que são realiza-
das no ambiente digital, que serve para gerenciar algo que se queira me-
lhorar ou manter. Atualmente, os sistemas de gestão integrados (SGI) 
integram vários tipos de funções, sujeitos a várias normas, como o sis-
tema de gestão da qualidade (ISO 9001), o sistema de gestão ambiental 
(ISO 14001) e o sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional 
(ISO 45001), em que, apesar de possuírem focos distintos, o seu modo 
de funcionamento e controle é bastante parecido (ROSSETE, 2015). 
Para tentar equacionar os desafios relativos à segurança e à saúde do 
trabalho e melhorar o controle dos fatores que a influenciam, observa-se 
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.por parte das empresas um aumento na adoção dos sistemas de ges-
tão de segurança e saúde do trabalhador. Vale ressaltar que as organi-
zações buscam implantar sistemas de gestão visando melhorar o de-
sempenho dos seus processos e, consequentemente, a qualidade dos 
produtos e serviços, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida do 
trabalhador. Além disso, ações sistemáticas contribuem para que a or-
ganização promova o desenvolvimento sustentável e, como consequên-
cia direta, aumente a sua competitividade e lucratividade. 
Agora, tratando especificamente das normas sobre a gestão de se-
gurança e saúde no trabalho, a OHSAS 18001:2007, sucedida pela ISO 
45001:2018, definia os sistemas de gestão de segurança e saúde no tra-
balho como “parte do sistema de gestão de uma organização utilizada 
para desenvolver e implementar a sua política de saúde e segurança do 
trabalho e para gerenciar seus riscos de SST” (BSI, 2008, p. 3). 
Por outro lado, a norma ISO 45001:2018 apresenta uma definição 
genérica para o sistema de gestão e outra específica para o sistema de 
gestão de saúde e segurança no trabalho. Desse modo, ela define: 
Sistema de gestão como o conjunto de elementos inter-relaciona-
dos ou intervalos de uma organização que estabelece políticas, ob-
jetivos e processos para atingir esses objetivos; e 
Sistema de gestão de saúde e segurança no trabalho (sistema de 
gestão de SST) como um sistema de gestão ou parte de um siste-
ma de gestão usado para atingir a política de SST. (ISO, 2018, p. 4) 
É importante ressaltar que, cada vez mais, observa-se no mercado 
uma preocupação por parte das organizações em demonstrar o seu de-
sempenho relacionado às estratégias de saúde e segurança do trabalho 
para as partes interessadas (também conhecidos como os stak eholders 
– pessoas ou organizações que possuem algum tipo de interesse no 
negócio da empresa, podendo influenciar ou serem influenciados pe-
las ações da organização). Assim, acionistas, funcionários, clientes, 
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sindicatos, entidades de classe, governo e outras partes interessadas 
desejam receber informações sobre a gestão dos riscos e da melhoria 
dos efeitos benéficos das atividades da empresa, dos seus produtos e 
serviços. Portanto, a adoção e a implementação dos sistemas de ges-
tão se apresentam como uma maneira de deixar explícita as ações rea-
lizadas pela organização (ROSSETE, 2015). 
PARA SABER MAIS 
Sobre como uma organização deve agir para implementar um sistema 
de gestão de segurança e saúde no trabalho, ler o capítulo 6 “Conceitos 
e aplicação da gestão de segurança e saúde no trabalho” do livro Gestão 
de segurança e saúde no trabalho, de Eduardo A. R. de Oliveira (2020). 

Os sistemas de gestão OHSAS 18001:2007 e ISO 45001:2018 se ba-
seiam no modelo PDCA (plan, do, check e act). Esses sistemas estabe-
lecem os requisitos para que uma organização implemente uma gestão 
voltada à segurança do trabalho e à saúde ocupacional. 
Vale ressaltar que, até a publicação da norma ISO 45001:2018, a prin-
cipal referência utilizada pelas empresas que buscavam implementar 
um sistema de gestão para a segurança e a saúde no trabalho era a 
norma OHSAS 18001:2007. Entretanto, a partir da publicação da ISO 
45001:2018, as empresas iniciaram um processo de transição e ade-
quação das estruturas dos seus sistemas de gestão para atender aos 
requisitos definidos pela norma ISO. Até porque a adoção do padrão nor-
mativo ISO 45001:2018 permite às organizações maior integração com 
outros sistemas de gestão, como a ISO 9001:2015 – Sistema de gestão 
da qualidade, e a ISO 14001:2015 – Sistema de gestão ambiental. 
A base comum que permite essa integração é chamada de Anexo 
SL, e é considerada uma estrutura de alto nível, que fornece um qua-
dro genérico para qualquer norma de sistema de gestão ISO. Assim, as 
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.normas de sistemas de gestão possuem uma estrutura de alto nível 
unificada, com um texto de base idêntica, utilizando os mesmos termos 
e definições, bem como seguindo a maioria dos números das cláusulas 
e títulos dos itens das normas (ISO, 2018). 
O Anexo SL compreende dez cláusulas, conforme apresentadas a 
seguir (ISO, 2018):1. Escopo: define os resultados pretendidos pela organização. Deve 
estar alinhado à cláusula 4 – Contexto da organização. 
2. Referência normativa: fornece informações sobre as normas de 
referência e documentos relevantes para o sistema de gestão. 
3. Termos e definições: detalha termos e definições aplicáveis ao 
sistema de gestão. 
4. Contexto da organização: a empresa deve analisar o contexto 
considerando os fatores internos e externos que, de alguma ma-
neira, possam influenciar os resultados do sistema de gestão. 
Além disso, é fundamental que a empresa faça uma análise dos 
stakeholders (partes interessadas) para que possa identificar 
suas expectativas e necessidades para que sejam consideradas 
na definição dos requisitos do sistema de gestão. Outro requisito 
importante desta cláusula é a delimitação do escopo de certifica-
ção. Essa informação é primordial para que se compreenda quais 
são os limites do sistema de gestão implementado. 
5. Liderança: o papel exercido pela liderança é fundamental para o 
sucesso da implementação de um sistema de gestão, até porque 
são as lideranças que devem se comprometer com a implemen-
tação do sistema de gestão. Trata-se de uma decisão estratégica 
que, para tanto, demandará muito engajamento dos líderes, não 
só para alinhar as ações e estratégias de negócio como também 
para conscientizar todos os colaboradores da empresa sobre a 
importância estratégica do sistema de gestão para a empresa. 
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6. Planejamento: a cláusula de planejamento trata da necessidade 
de a empresa desdobrar a sua política da qualidade em objetivos 
com indicadores e metas definidas. Para tanto, é fundamental 
que tanto os riscos como as oportunidades identificadas na aná-
lise de contexto sejam consideradas. 
7. Apoio: tão importante como abordar as áreas fins com a defini-
ção de procedimentos e indicadores para os processos, as áreas 
de apoio são necessárias para que o sistema de gestão atinja os 
resultados esperados, ou seja, quais são os recursos necessários, 
como funciona o processo de comunicação da empresa e de que 
maneira as informações do sistema de gestão são mantidas pela 
empresa. 
8. Operação: essa cláusula trata não só sobre os processos da pró-
pria empresa como também de todos os processos terceiriza-
dos. Desse modo, a empresa poderá implementar um sistema de 
gestão com processos consistentes, devidamente controlados e 
com a documentação necessária para evidenciar a gestão. 
9. Avaliação de desempenho: o sistema de gestão deve ser devida-
mente monitorado e controlado, para tanto, deve-se definir indi-
cadores de desempenho para os processos, bem como realizar 
auditorias internas que permitam avaliar o desempenho do siste-
ma de gestão. 
10. Melhoria: os sistemas de gestão partem do pressuposto de 
que, com uma abordagem por processos devidamente controla-
da, a empresa pode promover ações de melhoria com uma sis-
temática bem definida. O ciclo PDCA é descrito pela norma ISO 
45001:2018 da seguinte maneira (ISO, 2018, p. vii): 
Plan (planejar) – a empresa deve determinar e avaliar os riscos 
e oportunidades de SST e outros riscos e oportunidades, esta-
belecer objetivos de SST e os processos de SST e os processos 
necessários para atingir os resultados de acordo com a política 
de SST da organização. 
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.Do (executar): a empresa deve implementar os processos confor-
me planejado. 
Check (verificar): a empresa deve monitorar e medir as atividades 
e os processos em relação à política e aos objetivos de SST, bem 
como relatar os resultados. 
Act (agir): a empresa deve tomar as ações necessárias para melho-
rar continuamente o desempenho de SST para alcançar os resulta-
dos pretendidos. 
Desse modo, podemos concluir que as referências e diretrizes para 
que as organizações possam estabelecer estratégias e implementar 
programas e sistemas de gestão já existem e são bastante eficazes. 
Compete aos seus gestores analisarem o contexto e buscarem as solu-
ções que sejam as mais adequadas a cada tipo de situação. 
PARA PENSAR 
Faça uma pesquisa na empresa na qual você trabalha e tente descobrir 
como funciona o PGR e o PCMSO. 
 
Considerações finais 
Neste capítulo, tivemos a oportunidade de estudar as principais fer-
ramentas utilizadas para a gestão da saúde do trabalhador. Também 
estudamos as normas regulamentadoras que regulam o Programa 
de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de 
Gerenciamento de Riscos (PGR). Por fim, estudamos como se deu a 
evolução da norma OHSAS 18001 para a norma ISO 45001 e o seu im-
pacto na gestão estratégica, com vista à responsabilidade social e à 
longevidade da organização. 
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1943. 
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Sobre o autor 
Marcos Alberto de Oliveira é engenheiro químico pela Fundação 
Armando Alvares Penteado (Faap), especialista em Engenharia de 
Segurança do Trabalho e em Engenharia de Controle da Poluição 
Ambiental pela Faap, especialista em Engenharia de Produção, 
Engenharia de Produto e em Organização e Métodospela Universidade 
São Judas Tadeu (USJT), mestre em Engenharia de Produção pela 
Universidade Paulista (Unip) e mestre em Administração de Empresas 
pela Universidade Guarulhos (UNG). Possui certificação IBELT em ges-
tão da inovação e é auditor interno de sistemas de gestão integrados 
ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001. 
Palestrante e professor universitário com experiência de 30 anos na 
área acadêmica, atuando em programas de educação continuada para 
empresas do segmento industrial e de serviços. Professor dos cursos 
de Engenharia e Administração da Faap, e em cursos de pós-graduação 
da Faap, da Fundação Instituto de Administração (FIA) e da Fundação 
Educacional Inaciana (FEI). 
É sócio-diretor da Firehawk Serviços de Aperfeiçoamento Profissional 
Ltda., e assessor de planejamento do Conselho Regional de Odontologia 
de São Paulo (Crosp). 
Autor do livro Em busca da excelência empresarial, da editora DVS; 
e dos livros Saúde, segurança do trabalho e meio ambiente, Estratégia 
empresarial e gestão da informação gerencial, Gestão de operações e 
serviços, Logística reversa e Fundamentos da administração, da editora 
Senac São Paulo. 
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