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Gestão de Resíduos Robson Zago 2 SUMÁRIO 1. ATMOSFERA ........................................................................................................................ 3 2. TECNOLOGIAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR .......................................................... 8 3. RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................................ 14 4. MEDIDAS DE ACONDICIONAMENTO ................................................................................. 18 5. TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO ...................................................................................... 23 6. ATERROS SANITÁRIOS ........................................................................................................ 28 3 1 ATMOSFERA A atmosfera é responsável pela proteção dos organismos contra a exposição de radiação ultravioleta, além de conter gases que são utilizados nos processos vitais, como a respiração celular e o fornecimento da água necessária para a vida. Sua composição não é constante, ou seja, ela está em constante mudança. Uma de suas camadas, inclusive, a troposfera, contém gases essenciais para a nossa sobrevivência. O oxigênio que é liberado por plantas e algas no processo de fotossíntese é utilizado por nós e pelos animais para a manutenção de nossas vidas. Em contrapartida, o gás carbônico liberado por nós no processo de respiração é utilizado pelos seres fotossintetizantes. 1.1 Composição e estrutura vertical da atmosfera Atualmente sabe-se que através de muitos estudos que o surgimento da atmosfera terrestre data-se de aproximadamente 4 bilhões de anos. Neste período, a atmosfera apresentava gases com substâncias improváveis de haver vida na Terra. Porém, com o surgimento dos oceanos e das plantas aquáticas, o planeta sofreu novamente alterações, e que por meio da respiração das plantas (processo chamado de fotossíntese), transformou a situação que se encontrava na Terra. Agora, nosso planeta é constituído por diferentes gases muito importantes para a proliferação da vida no planeta. Composta por várias camadas que se distingue devido às alterações físicas e químicas, a atmosfera terrestre é dividida da seguinte forma (da mais baixa para a mais alta): troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. Dependendo da camada da atmosfera, podemos ter concentrações diferenciadas dos principais gases que a compõe. Até mesmo em uma mesma camada, a troposfera, por exemplo, encontramos concentrações de oxigênio diferentes à medida que alcançamos grandes altitudes, como uma cidade que está muito acima do nível do mar por exemplo. É preciso entender também que a composição do ar não é constante, ou seja, ela está em constante mudança. Caso ocorresse a remoção do vapor d’água, das partículas suspensas e de certos gases variáveis que estão presentes em quantidades mínimas, seria possível encontrarmos uma composição estável sobre a Terra, até uma altitude de aproximadamente 80 km. Os principais gases que formam a atmosfera atual são o nitrogênio e o oxigênio, totalizando juntos, aproximadamente 99% de toda composição atmosférica. 1.2 Poluentes atmosféricos 4 Segundo a Resolução do Conama n. 3 de 28 de junho de 1990: Art. 1º - São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Parágrafo Único - Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: I. impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II. inconveniente ao bem-estar público; III. danoso aos materiais, à fauna e flora. IV. prejudicial à segurança. ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Um dos grandes problemas ambientais é sem dúvida nenhuma, os poluentes atmosféricos. A qualidade do ar cai à medida que a ação antrópica em busca da produção e consumo a qualquer custo aumenta, e como consequência disso, a natureza e a nossa saúde sofrem a cada dia. O nível de qualidade do ar depende da interação entre a atmosfera e as fontes de poluição. A medição sistêmica da qualidade do ar está associada ao número de poluentes, que é estipulado em função de sua relevância e dos meios disponíveis para seu monitoramento. Podemos citar como um dos principais poluentes encontrados no ar, o material particulado, que pode ser constituído de partículas totais em suspensão (PTSs), partículas inaláveis (MP10), partículas inaláveis finas (MP2,5) e fumaça (FMC). Sob a denominação geral de MP, se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. 1.3 Poluição do ar O homem, ao longo dos anos, vem destruindo a natureza com a desculpa de que o progresso não pode ser contido e, com isso, a natureza vem pagando um preço alto, sendo utilizada das mais variadas formas, por meio de agressões, como por exemplo, queimadas, descarte de lixo, derrubada de florestas, etc. Além disso não podemos esquecer dos malefícios causados no próprio homem através dos problemas de saúde, especificamente os problemas respiratórios, que atualmente é um dos principais causadores de morte seja no Brasil e no mundo. Esses problemas respiratórios afetam, por exemplo, a produtividade de uma pessoa e que por conta disso, poderá ficar afastada do seu posto de trabalho até a sua reabilitação. Obviamente, a qualidade de vida das pessoas é bastante afetada, pois 5 muitas vezes essas doenças respiratórias podem se tornar crônicas ou até mesmo serem incuráveis. SAIBA MAIS O artigo disponibilizado retrata a problemática dos poluentes atmosféricos desde a época da Revolução Industrial até os dias atuais, sendo considerado, portanto, um mal secular que já matou milhares de pessoas no mundo inteiro. Outros detalhes importantes contidos no artigo são os efeitos da poluição na gestação, além dos efeitos dos poluentes em todo o sistema respiratório. Artigo de revisão: ARBEX, Marcos Abdo et al. A poluição do ar e o sistema respiratório. J. bras. pneumol., São Paulo, v. 38, n. 5, p. 643-655, out. 2012. Disponível em: <https://goo.gl/TwEYNz>. Acesso em: 6 dez. 2018. 1.4 Fontes fixas e fontes móveis Com a ocupação desordenada da superfície da Terra, aliada a um grande desenvolvimento econômico e ao avanço tecnológico e industrial, chegamos a um grande desequilíbrio na biosfera. Os processos produtivos realizados pelas indústrias emitem poluentes, como, por exemplo, o enxofre, que é um dos componentes da chuva ácida, causadora de danos às florestas, às plantações e, consequentemente, ao homem, que consome alimentos contaminados. Nesse caso, as indústrias são consideradas fontes fixas, pois ocupam uma área relativamente limitada, permitindo uma avaliação direta na fonte. Diferentemente das fontes fixas, temos as fontes móveis, representadas pelos meios de transporte e que são as principais emissoras de NOx e CO e importantes emissoras de CO2 e de COVs, além de emitirem alguns poluentes específicos, como o chumbo. O problema é tão sério que foi criado o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que estabelece e atualiza todos os padrões para carros, ônibus e caminhões novos. 1.5 Efeitos da poluição do ar São muitas as consequências negativas da poluição do ar. Como já foi falado anteriormente, a poluição atmosférica prejudica o sistema respiratório, causando ou até mesmo agravando diversas doenças crônicas. Já para o meio ambiente, os efeitos muitasvezes podem ser incalculáveis. O aquecimento global, efeito estufa e a destruição da camada de ozônio são exemplos de efeitos negativos da poluição do ar. Tomemos como exemplo o efeito estufa: alguns gases são responsáveis pela absorção da radiação terrestre, como o CO2, o metano (CH4), o O3, óxido nitroso (N2O) e os hidrocarbonetos clorofluorados (CFCs). O princípio é muito parecido com o de uma 6 estufa de vidro, que deixa passar a radiação solar que aquece a Terra e retém a radiação terrestre, ou seja, o aumento na concentração desses poluentes tem como uma das consequências o aumento da temperatura do ar, resultando no degelo das calotas polares e na subida do nível das águas dos oceanos. 1.6 Atmosfera Após a Revolução Industrial, a poluição do ar tornou-se um sério problema para o meio ambiente e, consequentemente, para nossa sociedade. O uso de técnicas baseadas na queima de carvão, lenha e, posteriormente, óleo combustível resultou na perda gradativa da qualidade do ar nos grandes centros urbanos industriais, com danos à saúde de seus habitantes (MARQUES, 2012). A quantidade de poluentes na atmosfera é considerada atualmente um dos mais importantes indicadores ambientais para determinar as condições de saúde pública, devido à responsabilidade que tais contaminantes têm em muitas patologias respiratórias (GALVÃO et al., 1998, p. 48). Conclusão Chegamos ao fim da nossa primeira unidade intitulada “Atmosfera”. Nela, foi possível observar o quão importante são os gases que mantém a vida no planeta terra, seja ela a humana, a flora e a fauna. Também vimos como os poluentes atmosféricos podem afetar o equilíbrio do meio ambiente, seja através da liberação de material particulado, seja através de outros poluentes extremamente nocivos. Sabemos muitas vezes que a maioria dos poluentes liberados são frutos da ação antrópica, causados pelas fontes fixas e móveis. Por fim vimos que os efeitos da poluição do ar podem ser catastróficos, como é o caso do aquecimento global e do buraco da camada de ozônio. Ambos contribuem de forma negativa para o desequilíbrio ambiental e consequentemente, para degradação dos recursos naturais. 7 REFERÊNCIAS ASSUNÇÃO, J. V. Apostila do curso de seleção de equipamentos de controle da poluição do ar (vol. B). São Paulo: CETESB, 1987. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Fontes fixas. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <https://goo.gl/YnbXr4>. Acesso em: 4 set. 2018. ENTENDA a origem da atmosfera terrestre. Portal Educação. Disponível em: <https://goo.gl/vydwUS>. Acesso em: 3 set. 2018. GALVÃO et al. Indicadores de saúde e ambiente. Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, ano VII, n. 2, p. 45-53, abr./jun. 1998. MARQUES, Alexandre. A degradação das Florestas Urbanas no Município de São Paulo devido à Expansão Urbana. EcoDebate, 8 mar. 2012. Disponível em: <https://goo.gl/ehSPF3>. Acesso em: 7 dez. 2018. 8 2 TECNOLOGIAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR Segundo Werneck (2017), Tendo o Protocolo de Quioto como um marco na redução de emissão de poluentes atmosféricos, desde sua ratificação, diversos países assim como toda sociedade mundial vêm buscando cada vez mais instrumentos na luta por um meio ambiente saudável. O avanço na tecnologia limpa e sustentável de modo a reduzir as emissões de poluentes atmosféricos, é essencial para que continuemos no caminho do desenvolvimento afetando cada vez menos o meio ambiente. Este deve ser o objetivo comum dentre as nações. 2.1 Controle – Medidas diretas e indiretas Por conta da alta produção atrelada ao consumo desenfreado das pessoas, a poluição atmosférica alcança ano após ano níveis alarmantes. Essa poluição atmosférica já foi observada desde o século XVIII, durante a Revolução Industrial e, desde então (com maior ênfase nos últimos 30 anos), o homem procura adotar medidas de controle para evitar o caos. Basicamente, as medidas indiretas ocorrem através da modificação das matérias- primas por outras que causam menos impacto ambiental, manutenção dos equipamentos etc., visando a prevenir o escape ou formação dos gases, sendo, geralmente, as chamadas “tecnologias limpas”. Segundo Lapa (2016), (...) a fim de se reduzir a quantidade de poluentes produzidos, é necessário tomar algumas providências. Entre elas, estão: operar os equipamentos dentro de suas capacidades nominais, realizar uma boa operação e manutenção dos equipamentos de produção, adequar o armazenamento de materiais pulverulentos, mudar os processos, equipamentos, operações e combustíveis. Já com relação às medidas diretas, as técnicas são submetidas a tratamento efetivo, por concentração dos poluentes na fonte, antes do lançamento na atmosfera. É importante observar que, quando estamos lidando com um contaminante tóxico cuja dispersão na atmosfera pode contaminar outras áreas de trabalho ou até mesmo a vizinhança, o sistema deve incluir um dispositivo de coleta, que deve estar localizado num ponto antes que o ar evacuado seja lançado na atmosfera. 9 2.2 Equipamentos de controle de material particulado Dando continuidade às medidas e controle da poluição do ar, percebemos que existe uma especificidade quando se trata de poluição atmosférica. O controle do material particulado, por exemplo, requer equipamentos específicos para que o mesmo não polua ainda mais o ambiente. De acordo com Schirmer e Lisboa (2007, p. 7), Os equipamentos de controle são classificados primeiramente em função do estado físico do poluente a ser considerado. Em seguida a classificação envolve diversos parâmetros como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro líquido, etc. Por conta disso, existe uma gama enorme de equipamentos de controle da poluição do ar. Em se tratando do controle de material particulado, podemos citar como exemplo os coletores secos, coletores gravitacionais, os ciclones, filtros de tecido (filtros- manga), entre outros (SCHIRMER; LISBOA, 2007). Os coletores gravitacionais, por exemplo, são equipamentos de controle que utilizam a força gravitacional como mecanismo de coleta. Suas dimensões são suficientemente grandes onde a velocidade da corrente gasosa se reduz, fazendo com que as partículas em suspensão tenham tempo para se depositar. Possuem baixa eficiência para partículas menores que 40 μ, fazendo com que seu uso mais comum seja como pré- coletor que retira o particulado grosso, diminuindo a sobrecarga do equipamento de controle final (SCHIRMER; LISBOA, 2007). 2.3 Equipamentos de controle de gases e vapores Uma outra gama de poluentes atmosféricos, os gases e vapores, também necessitam de aparelhos especiais para que façam o seu total controle. Grandes indústrias que por muitas vezes também são grande fontes poluidoras, necessitam de equipamentos específicos, tais como absorvedores e adsorvedores como forma de controlar ou fazer com que diminua o lançamento de gases que por muitas vezes são tóxicos na atmosfera. Com relação aos equipamentos de controle de gases e vapores, podemos citar os absorvedores, adsorvedores e a incineração de gás como chama direta como equipamentos eficazes no tratamento e controle de gases e vapores. Mais especificamente, no controle de poluição do ar, a absorção envolve a remoção de um contaminante gasoso de uma corrente gasosa por sua dissolução em um líquido. A absorção é um processo de transferência de massa que se dá devido a uma diferença de concentração entre os meios presentes. Essa transferência ocorre até que continue havendo diferença de concentração nos meios envolvidos. Já a adsorção leva 10 significativa vantagem em relação aos incineradores de gases pela não necessidade de uso de combustível auxiliar, além de possibilitar a recuperação de solventes, quando se utiliza o processo regenerativo. Porfim temos a incineração que também pode ser utilizada para a oxidação de compostos inorgânicos, como, por exemplo, o gás sulfídrico (H2S), que é um gás de odor bastante desagradável, transformando-o em SO2 e vapor d’água. 2.4 Equipamentos de coleta de material particulado - aerossóis O uso de aerossóis sempre foi condenado não só no Brasil como no mundo inteiro. Juntamente com o gás CFC, esses gases são tidos como vilões por destruírem a camada de ozônio da atmosfera, um gás tão precioso que filtra os raios ultravioletas, principal causador de câncer de pele, por exemplo. Hoje, o Brasil ocupa a terceira posição na América Latina entre os países que mais consomem produtos de latas de aerossol, e menos de 1% desse tipo de embalagem é reciclado. Um dos problemas de maior importância na emissão de contaminantes gasosos é a retenção de partículas que se originam de gases residuais, que são responsáveis por um alto número de fenômenos, dependendo da concentração e tempo de exposição. Para a meteorologia, as partículas possuem um comportamento semelhante ao dos núcleos de condensação, o que favorece a formação de neblinas, que modificam o microclima. Já na óptica sanitária, as partículas em suspensão são um grave perigo para pessoas com doenças bronquíticas crônicas. Fazendo uma análise para a vegetação, temos a obstrução dos estômatos e folhas, o que dificulta o desenvolvimento de muitas das atividades biológicas, como, por exemplo, a fotossíntese. Em suma, a retenção das partículas é um problema grave. Como exemplo de filtração de aerossóis, o uso de filtros rígidos cerâmicos já provou ser uma das melhores tecnologias na filtração de partículas na faixa submicrométrica. As resistências térmica, química e mecânica, além da altíssima eficiência de coleta parecem ser insuperáveis por qualquer outro equipamento de limpeza operando ao mesmo custo. SAIBA MAIS O artigo disponibilizado relata que a utilização de filtros cerâmicos para a filtração de aerossóis mostraram que a eficiência diminuiu com o aumento da temperatura. Artigo: Filtração de aerossóis em altas temperaturas utilizando filtros cerâmicos de dupla camada: influência do diâmetro de partícula na eficiência de coleta Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/ce/v50n316/a1150316.pdf 11 2.5 Legislação Quando se trata de leis, o mundo inteiro está pautado em legislações que não permitem muitas brechas quando se trata de poluição do ar. Mesmo assim, é comum vermos em noticiários lugares que ainda sofrem com a poluição, principalmente as grandes metrópoles. Por conta disso, os riscos à saúde são imensos, e por muitas vezes uma grande quantidade de empresas são multadas por não conseguirem se adequar à legislação daquele determinado local. O Decreto Estadual n. 8.468/1976 estabeleceu os padrões de qualidade do ar estaduais em 1976. Já os padrões nacionais foram estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e aprovados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução CONAMA n. 03/1990. Com o passar dos anos, os conhecimentos técnicos e científicos evoluíram, fazendo com que a União Europeia e os Estados Unidos revisassem suas referências, atualizando e incluindo os padrões. Em 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou os padrões de qualidade do ar, que oscilam de acordo com a abordagem adotada para equilibrar riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações econômicas e vários outros fatores políticos e sociais. O estado de São Paulo iniciou um processo de revisão dos padrões de qualidade do ar em 2008. Os padrões foram baseados nas diretrizes estabelecidas pela OMS, com participação de representantes de diversos setores da sociedade. SAIBA MAIS O artigo disponibilizado estabelece os limites máximos de emissão de poluentes. O artigo considera para isso, entre outras coisas, os altos níveis de poluição atmosféricos já alcançados, principalmente nas regiões metropolitanas, e seus reflexos negativos sobre a saúde, o meio ambiente e a economia. Artigo: RESOLUÇÃO CONAMA n. 382, de 26 de dezembro de 2006. Disponível em: http://portal.mma.gob.cl/wp-content/uploads/2017/06/Resolucao- CONAMA-No382.pdf 2.6 Tecnologias de controle da poluição do ar Poluição atmosférica é qualquer emissão que resulte na alteração da atmosfera. Seus riscos e impactos para o meio ambiente e saúde humana podem ser fatais. A poluição atmosférica começou a ser percebida com o tempo assim que as pessoas passaram a viver em centros urbanos com grande densidade populacional. Pode-se dizer que foi mais ou menos a partir da Revolução Industrial, quando o carvão mineral começou a ser utilizado como fonte de energia (LAPA, 2016). 12 Nossa sociedade é extremamente dependente da utilização de combustíveis fósseis e sua combustão incompleta libera carcinógenos humanos, como os hidrocarbonetos poliaromáticos, sendo a atmosfera o principal meio de transporte de contaminantes químicos nos grandes centros urbanos. Se olharmos em nossa volta, é notório que muita coisa mudou, muitas dessas tecnologias, por exemplo, de fato fizeram com que a qualidade do ar tenha mudado para melhor. O grande problema é que consumimos dia após dia cada vez mais, e esse consumo desenfreado faz com que o ambiente esteja cada vez mais tóxico e poluído. Romero (1998) reforça a ideia de que a poluição atmosférica é um dos problemas urbanos de maior complexidade. Por conta disso, foram necessários a criação de várias tecnologias/equipamentos de controle da poluição atmosférica, cada um com sua especificidade e sua relação com o tipo de poluente. Conclusão Chegamos ao fim da nossa primeira unidade intitulada “Tecnologias de Controle da Poluição do Ar”. Nela, foi possível observar a imensa gama de equipamentos de controle de controle e coleta, seja de material particulado, de controle de gases e vapores e até mesmo de aerossóis. A escolha do equipamento de controle de poluição do ar, que melhor cumprirá sua função de coleta, nem sempre é um problema de simples solução, tendo-se em vista o número de fatores intervenientes, mas de uma maneira geral, pode-se dizer que a escolha depende de fatores relativos às propriedades do contaminante, relativos às propriedades do gás carreador e relativos a aspectos econômicos e práticos. Por fim vimos um pouco sobre a legislação que rege e estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas, Considerando, entre outras coisas, que o atendimento aos limites de emissões de poluentes atmosféricos objetiva minimizar os impactos sobre a qualidade do ar e, assim, proteger a saúde e o bem- estar da população. 13 REFERÊNCIAS Apostila do curso de Tecnologia de Controle de Poluição por Material Particulado. São Paulo, 1990. ASSUNÇÃO, J. V. Apostila do curso de Seleção de Equipamentos de Controle da Poluição do Ar (material didático auxiliar). São Paulo: Cetesb, 1986. ÁVILA, Cristina. Novas tecnologias diminuem poluição do ar. Ministério do Meio Ambiente, Brasília, 2011. Disponível em: <https://goo.gl/bTyK26>. Acesso em: 13 set. 2018. LAPA, Reginaldo Pedreira. Medidas para controlar a poluição atmosférica. Segurança tem futuro, 1 set. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/Hq3MBX>. Acesso em: 13 set. 2018. SCHIRMER, W. N.; LISBOA, Henrique de Melo. Controle da Poluição Atmosférica (Capítulo VII - Métodos de controle da poluição atmosférica) 2007 (Elaboração de Material Didático). WERNECK, Tatyanne de Mello Faria. A importância do controle de poluição atmosférica. Iusnatura, 7 jun. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/NqBFs1>. Acesso em: 13 set. 2018. 14 3 RESÍDUOS SÓLIDOS Talvez um dos grandes problemas que infelizmente nossa sociedade ainda não sabe gerir, é o problema do lixo ou resíduo sólido. Por dia, são descartados milhões de toneladasde resíduos que por não ter um tratamento adequado, acabam poluindo o solo, a água e até mesmo o ar. Resíduo sólido ou simplesmente "lixo" se refere a todo material sólido ou semissólido indesejável e que necessita ser removido por ter sido considerado sem serventia por quem o descarta em recipiente apropriado. Bem, no entanto, devemos nos atentar à característica que muitas pessoas impõe sobre o lixo, de inservível. Isso é relativo uma vez que, apesar de não apresentar nenhuma serventia para quem o descarta, para outro pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo. Dessa forma, a temática do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos. São resultantes da atividade humana e animal, normalmente sólidos, sem utilização ou indesejáveis pelo seu detentor, no entanto com capacidades de valorização (TAVARES, 2015). 3.1 Definição e classificação dos resíduos sólidos Muitas pessoas se confundem ou muitas vezes não conseguem diferenciar, a diferença de lixo para resíduo sólido. Mas uma coisa é certa, seja uma definição ou outra, ambas degradam todos os anos os ecossistemas aquáticos e terrestres. O pior disso tudo, é que a concentração desse lixo (ou resíduo) vai aumentando constantemente, principalmente onde não existem lugares ou formas de disposição corretas. E o resultado todos nós sabemos: degradação ambiental. De acordo com o Dicionário Houaiss, "lixo é um objeto sem valor ou utilidade, ou restos de trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga fora”. Já para a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10.004– a definição de lixo seria "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semissólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional”. Dentro desta definição se encontram os lodos advindos de sistemas de tratamento de água, os lodos produzidos em equipamentos e instalações de controle de poluição ou ainda, alguns tipos de líquidos, cujas características o tornem inviável para o lançamento na rede pública de esgoto ou corpo de água, ou que necessitem de soluções técnicas e economicamente inviáveis diante as técnicas disponíveis no mercado (CONCEITO). 15 Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (2001), os autores de publicações sobre resíduos sólidos, normalmente, fazem uso indistintamente dos termos "lixo" e "resíduos sólidos". 3.2 Classificação dos Resíduos A poluição das cidades, especialmente naquelas de industrialização recente, ou que tiveram crescimento rápido da população em razão da mudança dos sistemas produtivos do campo, é um problema que ganha espaço a olhos vistos. Os resíduos sólidos são responsáveis por uma grande variedade de gases estufa, desde gases carbono (como o monóxido de carbono, o dióxido de carbono e o metano), passando elementos causadores das chuvas ácidas, como o enxofre, por exemplo, até os perigosíssimos resíduos nucleares que ainda continuam sendo largados no ambiente sem tratamento em diversos países. Por conta disso, até para que haja um consenso entre as pessoas, existe a classificação dos resíduos. Essa classificação com relação às propriedades físicas (sólido, líquido e gasoso) permite muitas vezes identificar qual tipo de poluente e qual a melhor estratégia de minimizá-lo. Para esses acontecimentos temos a contribuição efetiva tanto dos resíduos domésticos e comerciais como dos resíduos industriais, e dos particulados decorrentes dos tratamentos de efluentes. 3.3 Classificação dos Resíduos - composição química Os resíduos sólidos também podem ser classificados quanto a sua composição química em orgânicos e inorgânicos. Esse tipo de classificação, por exemplo, nos permite diferenciar e até mesmo acondicionar/dispor os resíduos de uma forma correta. Através do lixo orgânico, podemos produzir adubo através dos restos de alimentos deixados por uma pessoa. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, Os resíduos orgânicos representam metade dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil e podem ser tratados em várias escalas, desde a escala doméstica, passando pela escala comunitária, institucional (de um grande gerador de resíduos), municipal até a escala industrial, para a produção de fertilizante orgânico. Já o lixo inorgânico, será todo aquele resíduo que não apresenta uma origem biológica, isto é, não deriva de um organismo vivo diretamente, a não ser que derive do meio industrial, ou é o resultado de algum processo não natural. Os produtos de tipo industrial como, por exemplo, as garrafas, os plásticos, entre outros, são um exemplo deste tipo de lixo. Além disso, o lixo inorgânico traz um grande problema ambiental, que é a sua grande quantidade gerada e a sua forma de disposição correta pequena. Com isso, a problemática dos resíduos sólidos parece não ter fim, pois cada vez mais se agravam os impactos ambientais. 16 3.4 Classificação dos Resíduos - toxicologia O processo produtivo, na grande maioria das vezes, tem como consequência a geração de resíduos que precisam de tratamento e destino adequados, uma vez que diversas substâncias bastante comuns nos resíduos industriais são tóxicas e algumas têm a capacidade de bioacumulação nos seres vivos, podendo entrar na cadeia alimentar e chegar até o homem. Esse é mais um dos variados tipos de efeitos que os resíduos podem causar. Repare que essa problemática não afeta somente nós seres humanos, mas como já foi falado anteriormente, afeta toda a fauna e flora. A realidade vivida pelo setor industrial no Brasil é bastante peculiar. Apesar de o gerador ser o responsável pelo destino de seus resíduos, a escassez de informações e de alternativas disponíveis para esse fim e a carência de pessoal especializado faz com que algumas indústrias dispensem pouca ou nenhuma atenção a tal responsabilidade. E o resultado disso tudo é catastrófico, pois cada vez mais as populações se adoecem e perdem significativa qualidade de vida. SAIBA MAIS O artigo disponibilizado ao aluno avaliou o potencial de toxicidade dos resíduos produzidos em indústrias de diferentes segmentos, analisando 21 amostras distintas. Artigo: Disposição em aterros controlados de resíduos sólidos industriais não inertes: avaliação dos componentes tóxicos e implicações para o ambiente e para a saúde humana. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csp/2003.v19n2/369-374/pt 3.5 Riscos potenciais de contaminação do Meio Ambiente Todos sabem que um dos principais problemas dos resíduos sólidos é, entre outros, os riscos de contaminação do meio ambiente. Podemos elencar vários deles como O lançamento de efluentes não tratados em rios, lagos e córregos provocam um sério desequilíbrio no ecossistema aquático, consumindo o oxigênio em seu processo de decomposição, causando a mortalidade de peixes e plantas. Outro perigo ao meio ambiente é a poluição atmosférica, onde a emissão de gases tóxicos, partículas industriais, circulação de veículos e etc., gera situação crítica para a saúde da população. A poluição atmosférica pode provocar a formação de gases naturais na massa de lixo, pela decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio. Isso sem contar com outros perigos considerados até mais graves, como o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a chuva ácida. Todos esses citados anteriormente são grandes exemplos de fenômenos agravados principalmente por ações antropogênicas. É interessante lembrar que todos esses problemas citados têm solução, através de uma forma sustentável de pensar. Com práticas sustentáveis, é 17 possível reduzir os riscos e consequentemente diminuir o impacto ambiental que causamos no planeta. 3.6 Resíduos sólidos Nas últimas décadas, o aumento da população e seus hábitos de consumo resultaram na elevação da produçãoindustrial e, por consequência, na maior geração de resíduos. O problema é quando descartados sem nenhum tratamento podem afetar o meio ambiente – o solo, a água e/ou o ar - e a saúde humana. A poluição do solo, por exemplo, pode alterar suas características físico-químicas, representando grave ameaça à saúde pública, ao tornar o ambiente propício ao desenvolvimento de transmissores de doenças. Essa deposição de resíduos perigosos no solo e nos vegetais prejudica a flora e fauna, além de ser responsável por reduzir a produção agrícola. Observe que infelizmente o impacto causado pelo homem é gigantesco, e por muitas vezes, além de culpados, somos os que mais sofremos com todo esse desequilíbrio ambiental, seja com a destruição dos ecossistemas, seja com o déficit da qualidade de vida. Conclusão Chegamos ao fim da nossa primeira unidade intitulada “Resíduos Sólidos”. Nela, foi possível observar desde o seu conceito, diferenciando do termo “lixo”, passando por suas diversas classificações. Foram caracterizados os resíduos de acordo com suas propriedades físicas, composição química e sua toxicologia. Além disso, estudamos a problemática dos resíduos, desde seus riscos de contaminação ao meio ambiente, até suas “fases”, como a fração gasosa, líquida e sólida. Vimos que a chuva ácida, o efeito estufa e até mesmo a destruição da camada de ozônio são os grandes vilões do meio ambiente, e que infelizmente o homem que os criou, contaminando e degradando cada vez mais nossos recursos naturais. REFERÊNCIAS MANCINI, S. D. Classes de Resíduos, 2013. Disponível em: http://www.sorocaba.unesp.br/Home/Graduacao/EngenhariaAmbiental/SandroD.Mancini/3- classes.PDF. MANUAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. SMA - SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE – Resíduos Sólidos, São Paulo, 2010. TAVARES, Naira. O Problema dos Resíduos Sólidos no Brasil. Recicloteca, 22 maio 2015. Disponível em: <https://goo.gl/4rhK19>. Acesso em: 14 set. 2018. CONCEITO de lixo inorgânico. QueConceito. Disponível em: <http://queconceito.com.br/lixo- inorganico>. Acesso em: 14 set. 2018. 18 4 MEDIDAS DE ACONDICIONAMENTO Mas afinal, o que significa acondicionar os resíduos sólidos? Bem, trata-se do preparo desses materiais para a coleta, de forma a garantir condições sanitariamente adequadas e compatíveis com o tipo e a quantidade de resíduos. O grande problema hoje em dia talvez seja o desconhecimento por parte das pessoas que acondicionar o resíduo de forma correta facilita em muitos pontos o processo até o mesmo ser separado ou disposto em um aterro sanitário, por exemplo. Para garantir que os serviços de coleta e transporte de lixo ocorram de forma satisfatória, é necessário que o lixo seja armazenado em seus respectivos recipientes adequadamente e que os tenham dispostos no dia e local pré-estabelecidos pelo órgão responsável pela coleta. Isso nos mostra o quanto é importante a nossa ação de armazenar corretamente, visto que esta é a primeira etapa da longa jornada que o lixo irá percorrer. 4.1 Medidas de controle Já sabemos que a disposição incorreta dos resíduos sólidos no solo resulta em vários problemas ambientais. Um deles é a poluição do solo, onde o chorume, que é o resultado da decomposição da matéria orgânica, se infiltra no solo podendo alcançar o lençol freático. As atividades humanas, cada dia mais intensas devido ao acentuado crescimento populacional, consumo desenfreado e desenvolvimento industrial, têm resultado na produção de resíduos, na forma de energia ou de matérias sólidas, líquidas ou gasosas, os quais são lançados no ambiente, causando a poluição. Todos estes, colaboram de forma clara e negativa para a destruição da biosfera. SAIBA MAIS O vídeo fala sobre a principal lei brasileira que se refere aos resíduos sólidos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu um prazo de quatro anos para que todos os municípios acabassem com os lixões e aterros improvisados. Cinco anos se passaram e o país ainda está longe de atingir meta. Das 70 milhões de toneladas de resíduos coletadas no Brasil todos os anos, 42% não recebem a destinação e o tratamento corretos. Brasília é hoje um dos piores exemplos e abriga o maior lixão da América Latina. Vídeo: Resíduos Sólidos – Momento Ambiental Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2mYSbkOXl5g 19 4.2 Medidas de coleta Depois de passarmos pela etapa de acondicionamento, o próximo passo a ser realizado é a coleta. A coleta tem como objetivo recolher o lixo, previamente acondicionado pelo gerador, para então enviá-lo a seu destino, que pode ser uma estação de transferência, uma estação de tratamento ou disposição final, para que dessa forma, evite impactos negativos à população. A coleta e transporte dos resíduos de pequenos geradores (residenciais e pequenos comércios, por exemplo) são, na maior parte das vezes, efetuados por meio do órgão responsável pela limpeza púbica do município. Já os resíduos dos “grandes geradores” (produtores de mais de 120 litros de lixo por dia) são coletados por meio de empresas particulares cadastradas na prefeitura, a cargo do gerador. Estes resíduos podem ser coletados por diversos tipos de veículos, uma vez que estes atendam às exigências estabelecidas pela legislação do município, podendo ser com ou sem compactação. O que pode se entender sobre as medidas de coleta, é que seja um pequeno, médio ou grande gerador, todos possuem responsabilidades nessa importante etapa pré- armazenamento, onde, caso haja uma falha nesse processo, todos os demais serão prejudicados e consequentemente a disposição final desses resíduos será prejudicada, causando, por exemplo, uma contaminação ambiental. 4.3 Medidas de armazenamento A importância do correto acondicionamento se dá, dentre alguns motivos, como por exemplo: evitar a ocorrência de acidentes, evitar a proliferação de vetores e, consequentemente, a propagação de doenças, minimizar o impacto negativo no visual e odor do ambiento no entorno e reduzir a diversidade de diferentes tipos de resíduos, facilitando o trabalho de coleta (caso haja coleta seletiva na cidade ou município). Todos sabem que infelizmente nem todas as pessoas seguem a regra, e muitas vezes a rotina de alguns lugares é a presença de algo que nos choca muito: os lixões ou pontos viciados, que receberam esse nome por conta do local de estar repleto de lixos provenientes de residências, comércio, construção civil, etc. 20 SAIBA MAIS Apesar de ser de conhecimento geral, os procedimentos para a correta armazenagem do lixo não são colocados em prática. Não precisamos ir muito longe para encontrar locais que passam a acumular lixo a céu aberto, trazendo consigo impactos negativos ao meio ambiente e a saúde pública além, de serem atrativos para animais como ratos, baratas, etc. O artigo trata especificamente sobre o armazenamento de resíduos sólidos perigosos. Nele, são abordados desde o armazenamento correto desses resíduos, passando pelos seus critérios de localização, isolamento, sinalização, treinamento, entre outros. Artigo: Armazenamento de resíduos sólidos perigosos Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/residuos/files/2014/04/nbr-12235-1992- armazenamento-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-perigosos.pdf 4.4 Medidas de transporte Uma das etapas mais importantes de todo o processo apresentado nesse bloco de conhecimento, é o transporte do resíduo até a sua disposição final. Essa medida é necessária porque a partir dela o resíduo pode chegar a estações de triagem onde o mesmo será segregado e partirá para um outro local, como a reciclagem, por exemplo. A coleta e o transporte do resíduo domiciliar produzido em imóveis residenciais, em estabelecimentos públicos e no pequeno comércio são, em geral, efetuados pelo órgão municipal encarregado da limpeza urbana. Para esses serviços, podem ser usados recursospróprios da prefeitura, de empresas sob contrato de terceirização ou sistemas mistos, como o aluguel de viaturas e a utilização de mão de obra da prefeitura. O lixo dos estabelecimentos que produzem mais que 120 litros de lixo por dia deve ser coletado por empresas particulares, cadastradas e autorizadas pela prefeitura. A coleta do lixo domiciliar deve ser efetuada em cada imóvel, sempre nos mesmos dias e horários, regularmente. Somente assim os cidadãos habituar-se-ão e serão condicionados a colocar os recipientes ou embalagens do lixo nas calçadas, em frente aos imóveis, sempre nos dias e horários em que o veículo coletor irá passar (TEMBRA, 2012). 4.5 Disposição final e minimização de resíduos Você já parou para pensar se tudo aquilo que descartamos é realmente lixo? Segundo ABRELPE (2010), cada brasileiro produz em torno de 1,2 kg/resíduos/dia. Um dos grandes entraves do processo de acondicionamento dos resíduos é a sua disposição final. Embora existam várias formas de dispor o resíduo, o grande problema é ainda a quantidade gerada. E com relação a isso infelizmente isso só tem a piorar, 21 pois estudos indicam que a população mundial crescerá exponencialmente nos próximos anos. A região sudeste e nordeste, somadas, são responsáveis pela maior geração de resíduos no Brasil, em média 1,3 kg/habitante.dia. A região sul corresponde ao equivalente de 0,9 kg/habitante.dia (ABRELPE, 2010). Só a Região Metropolitana de São Paulo, com seus 19,7 milhões de habitantes é responsável pela produção estimada de 16.233 toneladas por dia ou quase seis milhões de toneladas por ano de resíduos sólidos domiciliares (BESEN, 2011). O que você gosta ou não está intrinsecamente ligado à insatisfação. Ao vermos um comercial na televisão de um produto no qual gostamos, ficamos insatisfeitos por não o tê-lo levando então ao consumo do mesmo para satisfazermos nossas vontades, gerando inclusive a satisfação de prazer. Tudo isso nos mostra que devemos nos atentar não apenas com o que fazer depois do consumo (destinação das embalagens, local e recipiente para descarte etc.), mas também com o que faremos antes mesmo de consumir (de onde vem este produto, como se torna disponível para consumo, quem o fabrica etc.). São através de reflexões como estas que nos despertam para o consumo responsável, visando minimizar os impactos negativos em nosso meio ambiente. 4.6 Medidas de acondicionamento A etapa de acondicionamento inicia-se imediatamente após o resíduo sólido ser gerado. Este processo tem como objetivo principal preparar os resíduos de forma adequada para a coleta, porém como já sabemos, não são todos que contribuem nesse processo. Existe uma gama bastante variada de recipientes para o acondicionamento de resíduos sólidos. Normalmente são utilizados sacos plásticos, latas ou baldes, latões, caixas e contêineres. A escolha do recipiente mais adequado deve ser feita considerando-se as características do lixo, a quantidade gerada, a frequência da coleta, o tipo de edificação e o preço do recipiente. Com relação as características do lixo, já nos deparamos várias vezes em comércios em geral, lixeiras com cores que indicam qual tipo de resíduo poderá ser jogado naquele recipiente. A etapa de acondicionamento inicia-se imediatamente após a geração dos resíduos sólidos. Este processo tem como objetivo principal preparar os resíduos de forma adequada para a coleta. Existe uma gama bastante variada de recipientes para o acondicionamento de resíduos sólidos. Normalmente são utilizados sacos plásticos, latas ou baldes, latões, caixas e contêineres. A escolha do recipiente mais adequado deve ser feita considerando-se as características do lixo, a quantidade gerada, a frequência da coleta, o tipo de edificação e o preço do recipiente. 22 Os resíduos sólidos domiciliares normalmente são acondicionados em sacos plásticos ou em contêineres de plástico ou metal. Os sacos plásticos por exemplo, Os devem seguir algumas especificações regulamentadas pela norma NBR 9.190 da ABNT. A norma especifica a resistência, o volume (20, 30, 50 ou 100 litros) e a cor (exceto branco), entre outras características essenciais para a adequação dos sacos ao acondicionamento dos resíduos gerados nas residências (ACONDICIONAMENTO, 2013). Conclusão Chegamos ao fim da nossa quarta unidade intitulada “Medidas de Acondicionamento”. Nessa unidade, foi possível observar as diversas medidas sejam elas de coleta, transporte, armazenamento/acondicionamento. Além disso, vimos a importância da disposição final e minimização de resíduos, sobretudo com os olhos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). O artigo 3º inciso VII trata, especificamente, da destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, entre outros. REFERÊNCIAS ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). Resíduos Sólidos: classificação, NBR 10.004. Rio de Janeiro, 1987. 63p. BESEN, G. R. Coleta seletiva com inclusão de catadores: construção participativa de indicadores e índices de sustentabilidade. São Paulo, 2011. 275p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. ACONDICIONAMENTO - Preparando os Resíduos de Forma Adequada. Portal Educação, 23 jan. 2013. Disponível em: < https://goo.gl/MKy1ib>. Acesso em: 24 set. 2018. TEMBRA, Nelson. O transporte adequado de resíduos sólidos. Disponível em: <https://goo.gl/HwKPuE>. Acesso em: 24 set. 2018. 23 5 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO Da mesma forma que causamos um grande impacto ambiental na geração de resíduos, de alguns anos para cá, também estamos sabendo lidar com as formas de tratá-lo. Através das tecnologias de tratamento, o home pouco a pouco procura diminuir sua pegada ecológica negativa, e desta forma, aplicar o conceito de desenvolvimento sustentável. O que observamos hoje, no Brasil, é que a maior parte da gestão dos resíduos sólidos urbanos, em municípios de pequeno e de médio porte, é realizada pelos órgãos municipais. Nos grandes municípios nota-se a tendência de concessão à iniciativa privada dos serviços de coleta e destinação. A privatização do setor está gerando a expectativa de um ingresso expressivo e crescente de capital privado. Com isso, há a perspectiva do surgimento de novos projetos para tratamento de resíduos sólidos urbanos que abrangem outras tecnologias, que não o aterramento, ainda não existentes em escala industrial no Brasil. 5.1 Compostagem Uma das tecnologias mais conhecidas é a técnica de compostagem. Quem nunca já viu uma pessoa de mais idade juntando os resíduos de matéria orgânica para colocar em sua composteira, para que depois de alguns dias, possa se tornar em um bom adubo para as suas plantas. Compostagem é o processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em restos advindos de origem animal e vegetal, transformando-a em um material denominado composto (semelhante ao solo), utilizado como adubo durante plantio. Uma grande vantagem da compostagem é poder dar uma finalidade adequada para mais de 50% do lixo doméstico, ao mesmo tempo em que melhora a estrutura e aduba o solo, gera redução de herbicidas e pesticidas devido a presença de fungicidas naturais e microrganismos, e aumenta a retenção de água pelo solo, além de não requerer conhecimentos muito específicos para sua elaboração. 5.2 Biodigestão Uma outra tecnologia de tratamento bastante conhecida é a biodigestão. O processo no qual será explicado a seguir, requer pouca utilização de humanos, uma vez que bactérias realizam todo o processo, gerando um gás altamente poluidor, mas que se aplicado de forma correta, pode trazer e gerar benefícios. 24 A biodigestão ou também denominada de fermentação anaeróbica é um método de reciclagem de resíduos, que tem como princípio a produção de gás combustível e adubos, a partir de compostos orgânicos (geralmenteexcrementos de animais, restos de frutas e vegetais). Ela é realizada por bactérias que se encontram livres na natureza e pode ser considerada uma alternativa energética renovável e principalmente uma forma de eliminação dos resíduos orgânicos urbanos. Dentro do aparelho, esses detritos entram em decomposição pela ação de bactérias anaeróbicas (que não dependem de oxigênio). Durante o processo, todo o material orgânico acaba convertido em gás metano, que é utilizado como combustível em fogões de cozinha ou geradores de energia elétrica. No caso de uma granja, por exemplo, o gás gerado pelas fezes das galinhas é usado para aquecer os ovos nas incubadoras. O resíduo sólido que sobra no biodigestor também pode ser aproveitado como fertilizante (MUNDO ESTRANHO, 2011). SAIBA MAIS Os biodigestores são equipamentos de fabricação relativamente simples, que possibilitam o reaproveitamento de detritos para gerar gás e adubo, também chamados de biogás e biofertilizantes. O biodigestor geralmente é alimentado com restos de alimentos e fezes de animais, acrescidos de água. O vídeo relata como a construção de biodigestores beneficiou uma comunidade em uma cidade do nordeste, trazendo principalmente economia para os moradores. Vídeo: Biodigestor: Um jeito inteligente de cuidar do meio ambiente Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=v3D8BP8l_L0 5.3 Biorremediação Já pensou em descontaminar um lugar contaminado de petróleo utilizando bactérias? Sim, isso é possível através da técnica de biorremediação. Esse processo é baseado na redução do contaminante através de organismos vivos, tais como plantas, fungos e outros microrganismos, como as bactérias, promovendo a remediação no ambiente. Fazendo uso de processos biodegradáveis para tratamento de resíduos, este processo é capaz de regenerar o equilíbrio do ecossistema original. O processo de Biorremediação se baseia na redução ou do contaminante através de organismos vivos, tais como plantas, fungos e outros microrganismos, promovendo a remediação no ambiente. Fazendo uso de processos biodegradáveis para tratamento de resíduos, este processo é capaz de regenerar o equilíbrio do ecossistema original. Especificamente, a biorremediação atua através da introdução de processos biológicos adicionais para a decomposição dos resíduos que favorecem e incrementam a velocidade do processo natural de degradação. 25 Ela pode ser empregada para atacar contaminantes específicos no solo e águas subterrâneas, como por exemplo, a degradação de hidrocarbonetos do petróleo (como já foi citado anteriormente) e compostos orgânicos clorados pelos microrganismos aplicados. Um exemplo mais geral e de grande aplicação é a remediação de um ambiente com derramamentos do óleo, através da adição dos fertilizantes de nitrato ou de sulfato para facilitar a decomposição do óleo pelas bactérias presentes no meio. Uma outra forma de biorremediar é através do uso de plantas, onde suas raízes, por exemplo, conseguem tratar a água contaminada. Para isso, é claro, é necessário um estudo mais aprofundado sobre o tipo de contaminante para então estabelecer qual planta será utilizada. 5.4 Solidificação A estabilização por solidificação (E/S) é uma técnica de tratamento de resíduos que faz uso do conhecimento das respostas ambientais e estruturais, em função da destinação preconizada. Tais respostas são obtidas basicamente pelo estudo das propriedades mecânicas e químicas do resíduo e pela simulação e modelagem, visando à extrapolação dos dados para longo prazo. Portanto, é um tratamento específico, mas que funciona muito bem quando se obtém dados prévios com relação ao tipo de poluente. SAIBA MAIS Na E/S, os contaminantes ficam retidos em numa matriz sólida e, portanto, é limitada seja pela diminuição da área de superfície exposta ao meio ambiente e/ou pelo isolamento dos contaminantes da influência do meio externo por partículas presentes no resíduo. Nesse artigo, os autores fazem uma avaliação da técnica de solidificação no tratamento de resíduos têxteis. O material utilizado para s/e, além de solidificar o resíduo perigoso por meios químicos, insolubiliza, imobiliza, encapsula, destrói ou interage com os componentes do resíduo utilizado. Artigo: Avaliação da técnica de solidificação/estabilização no tratamento de resíduo têxtil - produção de bloco cerâmico de vedação Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ce/v55n336/11.pdf 26 5.5 Landfarming Uma técnica um pouco mais específica, porém de grande eficácia é a técnica que chamamos de Landfarming. Essa técnica consiste na degradação biológica de resíduos em uma camada superior de solo, periodicamente revolvida para haver aeração. Este processo foi desenvolvido há mais de 20 anos objetivando o tratamento de resíduos e derivados petroquímicos, mas atualmente vem sendo aplicado no tratamento de lodos de esgotos domésticos, e resíduos perigosos de indústrias químicas. Esta técnica está baseada na aplicação do resíduo misturado à camada reativa do solo, de forma controlada, de modo que a própria microbiota do solo atue como agente de degradação. 5.6 Tecnologias de tratamento Resíduos sólidos, como já foi falado, é um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. A falta de conscientização das pessoas e a escassez de profissionais especializados na área intensificam esse grande problema. A consequência do inadequado tratamento dos resíduos traz a degradação ambiental, seja do solo, água e ar. Por outro lado, para os profissionais que têm a visão holística do segmento, o mercado é promissor e está cada vez mais aquecido, até porque o problema infelizmente está longe do fim. A busca por soluções na área dos resíduos é crescente. Você mesmo percebeu ao longo dos blocos de aprendizado que a preocupação com esse tema é bastante recorrente. O tratamento de resíduos sólidos consiste em um conjunto de métodos, operações e uso de tecnologias apropriadas, aplicáveis aos resíduos, desde sua produção até o destino final, com o objetivo de mitigar o impacto negativo sobre a saúde humana e o meio ambiente e transformá-los em um fator de geração de renda como a produção de matéria prima secundária. Dessa forma podemos denominar de tratamento de resíduos as várias tecnologias existentes. Conclusão Chegamos ao fim da nossa quarta unidade intitulada “Tecnologias de Tratamento”. Nessa unidade foi possível observar as diversas tecnologias existentes no que diz respeito ao tratamento dos resíduos sólidos. Vimos por exemplo, que microrganismos como bactérias, auxiliam ativamente no processo de tratamento, como é o caso da biorremediação. Com o fim desta unidade, foi possível identificar que se gerenciado de forma adequada, os resíduos adquirem valor comercial, desta forma podem ser introduzidos no mercado como matéria-prima para geração de novos produtos. Além disso, trará resultados satisfatórios no âmbito social, ambiental e econômico. 27 REFERÊNCIAS ANDRADE, R. O. B. de; TACHIZAWA, T. Gestão Socioambiental: estratégias na nova era da sustentabilidade. São Paulo: Editora Campus, 2010. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prenctice Hall, 2002. LEME, P.S.; MARTINS, J.L.G.; BRANDAO, D. Guia prático para minimização e gerenciamento de resíduos - USP São Carlos, 2012. 80 p. O que são biodigestores. Mundo Estranho, 18 abr. 2011. Disponível em: <https://goo.gl/riE9JD>. Acesso em: 25 set. 2018. 28 6 ATERROS SANITÁRIOS Embora haja outras formas de disposição de resíduos, historicamente o aterro é o método mais comum de eliminação de resíduos organizados e permanece assim em muitos lugares ao redor do mundo, portanto, não sendo uma exclusividade do nosso país. Em termos mais técnicos, o aterro sanitário é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causardanos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário. Ainda existem alguns problemas a serem enfrentados, como a área inicial para construção ser muito grande e a sua vida útil, porém continua sendo uma das formas mais utilizadas. 6.1 Tipos de aterros Existem alguns tipos de aterros que se diferenciar pelas suas particularidades. Um aterro controlado, embora o nome possa remeter a uma pequena confusão, não é tão eficaz frente a um aterro sanitário, por exemplo. Nesse tipo de aterro, muitas vezes não há uma proteção na qual o chorume seja retido e não alcance os lençóis freáticos. Já em um aterro sanitário o lixo é depositado em local impermeabilizado por uma base de argila e lona plástica, o que impede o vazamento de chorume para o subsolo. Diariamente, o lixo é aterrado com equipamentos específicos para este fim. Existem, também, tubulações que captam o metano, gás liberado pela decomposição de matéria orgânica e que pode ser usado para geração de energia e venda de créditos de carbono. Já em um aterro controlado existe a cobertura diária do lixo com terra, evitando mal cheiro e proliferação de insetos e animais, mas a capacidade de impedir a contaminação do solo e águas subterrâneas não é garantida. 6.2 Dimensionamento de taludes A construção de aterro sanitário não é algo tão simples como se deve imaginar. Diferentemente de ser apenas uma grande área onde se deposita o lixo e depois se cobre com terra, o aterro precisa de um planejamento técnico e até mesmo um estudo mais aprofundado para a sua construção. Você saberia me responder o que é um talude? É simples! Talude é uma dada superfície exposta que faz um dado ângulo α com a horizontal. Um exemplo de talude são as superfícies de um aterro sanitário. Para calcularmos a estabilidade dos taludes, por exemplo, devemos determinar o ângulo de inclinação sob o qual, nas condições peculiares do talude, e, levando em consideração a influência de pressões neutras 29 provenientes da percolação da água no solo, adensamento ou deformações de cisalhamento, o talude mantém-se em equilíbrio plástico. SAIBA MAIS O artigo em questão relata o uso de um método mais analítico para o dimensionamento de taludes frente o grande número de procedimentos, sobretudo convencionais para o dimensionamento de estruturas de solo reforçado. Artigo: Método de análise de taludes reforçados sob condições de trabalho. Disponível em: http://www.coripa.com.ar/view/uploads/articles/article_file-359.PDF 6.3 Células e impermeabilização Como citado anteriormente, para a construção de um aterro sanitário vários fatores são levados em consideração. Um dos grandes cuidados que um aterro sanitário precisa ter é com relação a sua impermeabilização, pois caso ocorra a contaminação do solo, os problemas ganham em magnitude. Embora planejado a partir de uma série de critérios técnicos, muitos problemas são constatados em aterros sanitários: liberação de gases causadores de efeito estufa (metano), problemas na drenagem de lixiviado, instabilidade geotécnica, cobertura insuficiente de solo, recalque excessivo, erosão do solo de cobertura, escorregamentos de resíduos, dentre outros. Um problema de grande impacto ambiental é o vazamento de lixiviado para o aquífero, devido à perfuração ou instalação incorreta de geomembrana (sistema de impermeabilização). Em muitos casos, este problema é detectado após o fechamento da área, essencialmente por meio de poços, mas que não detectam o ponto de vazamento (HELENE; MOREIRA, 2017). A base do aterro deve ser impermeabilizada com material adequado, que impossibilite a passagem do chorume (líquido resultante da decomposição da matéria orgânica realizada por bactérias), ou percolado para o solo e subsolo. Geralmente são usadas diferentes camadas de argila, solo compactado e/ou material sintético especial. Os resíduos depositados são em muitos casos separados em camadas ou células, revestidas por cobertura selante de solo ou argila. 6.4 Sistemas de drenagem, coleta do chorume e de gases Após dimensionar o tamanho dos taludes, se preocupar com a impermeabilização do solo, é hora de criar sistemas de drenagem, coleta do chorume e de gases. Um sistema de drenagem eficiente evitará a desestabilização do aterro e o risco de colapso futuro. Para tanto, podem ser utilizados tubos de concreto perfurados, valas com pedra amarroada e/ou brita e com termoplásticos como o PVC e o PEAD perfurados, rígidos ou flexíveis. É importante que o sistema de drenos esteja protegido por geotêxtil para 30 evitar a colmatação e, consequentemente, perda de eficiência. Para garantir uma maior eficiência na drenagem dos gases e líquidos do aterro, os drenos horizontais contendo o percolado e os verticais com os gases devem estar interligados. Além do chorume, a decomposição do lixo nos aterros sanitários produz gases que são liberados ao meio ambiente, tais como o gás carbônico (CO2) e o metano (CH4), que é inflamável. Há casos em que os gases podem vir se infiltrar no subsolo, atingindo as redes de esgoto, fossas, etc. podendo causar um acidente, uma vez que o metano pode formar uma mistura explosiva com o ar. Muitos aterros atualmente, além de tratar o chorume, utilização o gás metano em benefício próprio, como por exemplo, na geração de energia para o próprio aterro em questão. SAIBA MAIS O vídeo trata da problemática dos aterros sanitários irregulares. Retrata o problema de se jogar o lixo de forma inadequada e por conta disso, a contaminação do lençol freático devido o chorume Vídeo: Desafios do Lixo: “Chorume” o líquido que verte do lixo recebe o tratamento adequado Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JHhYPyUpfZs 6.5 Gerenciamento de Resíduos e Legislação aplicada Mais uma vez a questão legal existe ao se tratar de resíduos sólidos. A legislação com relação a esses tipos de resíduos é bastante recente, visto todo o impacto que o homem já causou e ainda causa na natureza. O desenvolvimento e implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR) é fundamental para qualquer estabelecimento que deseja maximizar as oportunidades e reduzir custos e riscos associados à gestão de resíduos sólidos, além de transmitir uma imagem positiva à sociedade. O preceito envolvido na implantação PGR não difere de outros sistemas de gestão existentes. O PGR deve garantir que todos os possíveis resíduos gerados no processo serão gerenciados de forma adequada e segura, desde a geração até a destinação final. O sucesso nas ações implica que estas estejam fundamentadas na teoria dos 3Rs, teoria esta que prioriza a redução da geração na fonte, a reutilização e a reciclagem, podendo vir a ser o principal objetivo do PGR. Além de tudo que foi mencionado, vale ressaltar a importância da conscientização das pessoas a fim de se obter um desenvolvimento sustentável, e com isso, alcançar a sustentabilidade. 31 6.6 Aterros sanitários Embora todos saibam todo lixo produzido por nós polui e muito o meio ambiente, seja o solo que cultivamos, a água que bebemos ou o ar que respiramos. O grande problema é que nem todos os municípios brasileiros contam, por exemplo, com aterros sanitários. Muitas das vezes, o lixo é lançado em local a céu aberto, sem proteção alguma, trazendo inúmeros perigos principalmente a população, pois lixões a céu aberto possuem vetores que causam diversas doenças. Os resíduos da atividade humana vêm se acumulando e degradando o ambiente natural, o que faz com que os recursos fiquem mais escassos e consequentemente mais caros (LAY-ANG). Conclusão Chegamos ao fim da nossa quarta unidade intitulada “Aterros Sanitários”.Nessa unidade foi possível observar os diversos tipos de aterros, desde o processo de impermeabilização, sistemas de coleta do chorume, de gases etc. Com o fim desta unidade, foi possível identificar a problemática existente quando se fala em aterros sanitários, principalmente porque a maioria da população não se preocupa com a quantidade de material descartável que gera e continua a utilizar mais do que a reciclar, como sacos plásticos, metais, eletrônicos, e que com o advento da modernidade se tornam rapidamente defasados. REFERÊNCIAS BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prenctice Hall, 2002. CARMO JUNIOR, G. N da R. Aterro Sanitário, [s.d]. Disponível em: <http://www.engenhariaambiental.unir.br/admin/prof/arq/Res%20Solidos%20_Aula% 209.pdf>. IPT - INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278p. HELENE, L. P. I. ; MOREIRA, C. A. . Falha em sistema de impermeabilização de aterro sanitário caracterizado por métodos geofísicos. In: V Simpósio sobre Resíduos Sólidos, 2017, São Carlos. Anais do 5º Simpósio sobre Resíduos Sólidos, 2017. Disponível em: <https://goo.gl/WD3zx7>. Acesso em: 6 set. 2018. LAY-ANG, Giorgia. Aterro sanitário. Brasil Escola. Disponível em: <https://goo.gl/6ggkww>. Acesso em: 6 set. 2018.
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