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PROCESSOS DE ESCRITA seção 3

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NÃO PODE FALTAR
PROCESSOS DE ESCRITA: ASPECTOS COMPOSICIONAIS DO
TEXTO
Monique Bisconsim Ganasin
PRATICAR PARA APRENDER
Nesta disciplina, você estudou, de forma geral, as características de cada prática de
linguagem, oral e escrita, como se manifestam por meio dos gêneros textuais e
como são importantes para a compreensão do aluno, em seu papel de produtor e
leitor de textos.
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
Conheça alguns exemplos de gêneros textuais em suas tipologias textuais.
Fonte: Shutterstock.
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Além disso, você pôde compreender estratégias e saber como planejar, organizar e
executar, por meio dos gêneros discursivos, práticas docentes que atinjam seus
objetivos enquanto professor.
Nesta seção, abordaremos as características composicionais dos textos em geral,
mostrando como se estrutura sua unidade menor – o parágrafo – e como a
argumentação, que é muito pouco ensinada no ensino básico, constitui-se na
produção textual e tem um papel importante para o ensino básico e para a
formação de professores. Por �m, serão estudadas as tipologias textuais, que
constituem as características mais gerais dos gêneros discursivos já estudados.
Dessa forma, por meio deste estudo, espera-se que você, professor em formação,
possa re�etir a aprimorar práticas de produção textual em diversas tipologias,
sobretudo a argumentação, visando ao seu trabalho em sala de aula com os
diferentes gêneros, tanto orais quanto escritos.
Para ampliar sua visão acerca das possibilidades de aplicação dos conhecimentos a
serem aprendidos, vamos analisar a seguinte situação: você leciona aulas para
turmas menores de ensino fundamental. Essas turmas são reduzidas (com no
máximo oito alunos) justamente porque são compostas por alunos que
apresentam Transtorno de Dé�cit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), os quais
também fazem acompanhamento semanal com o psicopedagogo da escola.
No primeiro mês de aulas e de acompanhamento, o psicopedagogo percebeu que
necessitava de um alinhamento entre ele e você, a �m de conhecer suas práticas
em sala de aula e quais eram as suas percepções a respeito do desenvolvimento e
a aprendizagem dos alunos. Como sua carga horária de trabalho é grande e você
não tem disponibilidade para fazer reuniões semanais com o psicopedagogo, a
coordenação da escola solicitou que você produzisse relatórios individuais para
informar ao psicopedagogo as práticas de ensino com seus alunos portadores de
TDAH e quais resultados e reações ele apresentavam em suas aulas. Dessa forma,
nesta situação-problema, você deverá escrever um relatório destinado ao
psicopedagogo, explicitando o comportamento de seus alunos, as práticas
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adotadas em suas aulas e os resultados obtidos.
Seja bem-vindo e aproveite cada parte desta seção dedicada aos aspectos
composicionais que envolvem a produção do texto escrito!
CONCEITO-CHAVE
A NOÇÃO DE PARÁGRAFO: UMA UNIDADE DE COMPOSIÇÃO
De acordo com Garcia (2010), o parágrafo é de�nido como uma unidade de
composição constituída por um ou mais de um período, no qual uma ideia central
é desenvolvida, agregando-se outras ideias, secundárias, as quais estão
relacionadas pelo sentido e pela lógica.
Como existem vários processos de desenvolvimento de ideias, nem sempre esse
conceito ocorre exatamente dessa maneira na prática, pois isso depende da
natureza do assunto tratado e/ou de sua complexidade, do seu gênero discursivo,
do objetivo do texto e das competências do autor e do leitor.
Assim, trataremos, neste momento, do que Garcia (2010) chama de parágrafo-
padrão, não somente por mostrar um modelo de parágrafo, mas também por ser
mais frequente/predominante na língua escrita.
O parágrafo é marcado materialmente por um leve afastamento da margem
esquerda da folha e facilita ao escritor a prática de isolar e depois ajustar
convenientemente as ideias principais de sua produção textual, permitindo ao
leitor acompanhar o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.
Além disso, o parágrafo pode ser uma estratégia didática, pois é uma unidade de
composição “[…] su�cientemente ampla para conter um processo completo de
raciocínio e su�cientemente curta para nos permitir a análise dos componentes
desse processo, na medida em que contribui para a tarefa da comunicação”
(TRAINOR; MCLAUGHLIN, 1963, p. 422).
A estrutura e extensão do parágrafo podem variar, ou seja, podemos encontrar
parágrafos escritos em duas linhas ou em uma página inteira. Dessa forma, o
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critério de extensão não é o único para padronizá-lo, mas principalmente a sua
ideia central, isto é, o que torna um parágrafo padrão não é sua forma estética e
seu tamanho, e sim sua composição interna formada pelo desenvolvimento de sua
ideia principal. Assim, o parágrafo faz parte de uma composição maior – o texto –
que é constituída por diversas ideias associadas, as quais correspondem às
diferentes partes em que o autor julgou conveniente dividir o seu assunto (GARCIA,
2010).
ASSIMILE
De acordo com Fávero e Koch (2009, p. 25), o texto é “uma unidade de
sentido, de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza por um
conjunto de relações responsáveis pela tessitura do texto”, ou seja, essa
unidade forma um todo semântico, independentemente de sua extensão.
Essa de�nição não se restringe apenas aos seus componentes linguísticos
formais, pois, segundo Marcuschi (2008), o texto funciona em planos
enunciativos complexos, que vão além de regras �xas, uma vez que
perpassa as relações entre os indivíduos, conforme a�rma que “o texto se
dá como um ato de comunicação uni�cado num complexo universo de
ações alternativas e colaborativas” (MARCUSCHI, 2008, p. 79).
Geralmente, o parágrafo-padrão ocorre na tipologia textual da dissertação e da
descrição e tem sua composição interna da seguinte forma:
• Introdução: formada, na maioria das vezes, por um ou dois períodos curtos
iniciais, em que se expressa de maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo
(também chamada de tópico frasal).
• Desenvolvimento: parte em que há a explanação da ideia-núcleo.
• Conclusão: parte menos comum, principalmente em parágrafos pouco
extensos ou naqueles nos quais a ideia central não é tão complexa.
Por meio dessa estrutura, é possível perceber que o tópico frasal é um meio muito e�caz
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de expor ou explanar ideias, pois, quando ele enuncia logo de saída a ideia-núcleo, garante
previamente a objetividade, a coerência e a unidade do parágrafo (GARCIA, 2010).
A seguir, um exemplo de parágrafo-padrão, em que �ca evidente no primeiro
período (em itálico) seu tópico-frasal:
Nesse exemplo, é possível entender que a ideia central do parágrafo é uma
declaração sobre o Brasil como país independente. O caminho das ideias a serem
desenvolvidas já está aí traçado, então, em seguida, o autor explana, especi�ca,
justi�ca e fundamenta o que anunciou no tópico-frasal. 
Há diferentes maneiras de explicitar o tópico-frasal, e uma das mais comuns é a
declaração inicial, conforme o exemplo citado, ou seja, algo é declarado de forma
positiva ou negativa. Além da declaração inicial, o tópico-frasal pode ser construído
por meio das seguintes estratégias: de�nição, divisão, alusão histórica,
interrogação, dentre outros.
O desenvolvimento do parágrafo-padrão consiste na explanação do tópico-frasal, o
qual podeocorrer por meio de diversos processos, que variam conforme a
natureza do assunto e a �nalidade do texto. Tais processos podem ocorrer, por
exemplo, com enumeração ou descrição de detalhes, confronto, analogia e
comparação, citação de exemplos, causa e motivações, razões e consequências e
de�nição, dentre outros.
A seguir, o exemplo demonstra um desenvolvimento (em destaque) do tópico
frasal (“Sol é muitíssimo maior do que a Terra”) a partir de uma analogia:
O Brasil é a primeira grande experiência que faz na história moderna a espécie humana para criar um grande país
independente, dirigindo-se por si mesmo, debaixo dos trópicos. Somos os iniciadores, os ensaiadores, os experimentadores de
uma das mais amplas, profundas e graves empresas que ainda se acharam em mãos da humanidade. Os navegadores das
descobertas que chegaram até nós impelidos pela vibração matinal da Renascença, cumpriram um feito que terminava com o
triunfo na luz da própria glória; belo era o país que descobriam, opulenta a terra que pisavam, maravilhoso o mundo que em
redor se desdobrava; podiam voltar, contentes, que tudo para eles se cumprira. (AMADO, 1963, p. 332 apud GARCIA, 2010, p.
223)
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ARGUMENTATIVIDADE
De acordo com Garcia (2010), a argumentação deve basear-se nos princípios da
lógica, porém não raramente a argumentação se desvirtua nos debates, nas
polêmicas, nas discussões que se travam a todo instante, na simples conversação,
na imprensa, nas assembleias ou agrupamentos de qualquer ordem, nos
parlamentos, ou seja, o autor do texto pode acabar utilizando o insulto, o
xingamento, a ironia e o sarcasmo para invectivas de toda ordem, o que se
confunde com argumentação. Essas práticas não são consideradas argumentos;
muito pelo contrário, elas revelam a falta deles. Além disso, não são considerados
argumentos os preconceitos, as superstições ou as generalizações que se baseiam
naquilo que a lógica chama de juízos de simples inspeção (GARCIA, 2010).
A verdadeira argumentação deve ser “[…] construtiva na sua �nalidade,
cooperativa em espírito e socialmente útil. […] O ponto de vista que considera a
discussão como vazia de sentido e ausente de senso comum é não só falso, mas
também perigoso, sob o ponto de vista social” (PENTEADO, 1964, p. 233 apud
GARCIA, 2010).
A argumentação apoia-se em dois elementos principais:
• Consistência do raciocínio: diz respeito à explicação e explanação da ideia,
que deve seguir a lógica e coerência.
• Evidência das provas: pode se manifestar de diversas maneiras, sendo mais
comum o uso de fatos, exemplos, dados estatísticos e testemunhos.
POR DENTRO DA BNCC
Veja, a seguir, como a questão da argumentação aparece entre uma das
dez competências gerais da educação básica, na BNCC:
Sol é muitíssimo maior do que a Terra, e está ainda tão quente que é como uma enorme bola incandescente, que inunda o
espaço em torno com luz e calor. Nós aqui na Terra não poderíamos passar muito tempo sem a luz e o calor que nos vêm do
Sol, apesar de sabermos produzir aqui mesmo tanto luz como calor. Realmente podemos acender uma fogueira para obtermos
luz e calor. Mas a madeira que usamos veio de árvores, e as plantas não podem viver sem luz. Assim, se temos lenha, é porque
a luz do Sol tornou possível o crescimento das �orestas. (PESSOA, 1963, p. 35 apud GARCIA, 2010, destaques nossos)
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Os fatos formam o elemento mais importante da argumentação em particular,
assim como da dissertação ou explanação de ideias em geral, pois eles provam e
convencem. Porém, nem todos os fatos são irrefutáveis, uma vez que seu valor de
prova é relativo, sujeitos como estão à evolução da ciência, da técnica e dos
próprios conceitos ou preconceitos de vida, ou seja, o que era verdade ontem pode
não o ser hoje.
Os exemplos são fatos típicos ou representativos de determinada situação. Os
dados estatísticos são também fatos, porém são especí�cos e têm grande valor
de convicção, constituindo quase sempre prova ou evidência incontestável. No
entanto, é necessário ter cuidado na sua apresentação ou manipulação, pois sua
validade é também muito relativa, isto é, com os mesmos dados estatísticos tanto
se pode provar como refutar a mesma tese.
Por �m, o testemunho é ou pode ser o fato colocado por meio de terceiros. Se
autorizado ou �dedigno, seu valor de prova é inegável. Porém, sua e�cácia é
também relativa, pois o mesmo fato presenciado por várias pessoas pode assumir
proporções e versões diferentes (GARCIA, 2010).
Con�ra alguns exemplos de evidência de provas na argumentação:
• Argumentação pelo exemplo: “No livro ‘Vidas Secas’ de Graciliano Ramos, o
protagonista Fabiano, desprovido do acesso ao conhecimento, acabava sendo
explorado e humilhado por aqueles que detêm o saber. Nesse viés, sendo a
arte uma mera reprodução da realidade, hoje são milhares os fabianos no
Brasil” (FELPI, 2019, p. 15).
• Argumentação por dados estatísticos: “Essa dinâmica não foi diferente com a
chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país frequenta os
centros culturais em questão” (FELPI, 2019, p. 13).
Argumentar com base em fatos, dados e informações con�áveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta. (BRASIL, 2020, p. 9)
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• Argumentação pelo testemunho: “Entretanto, de acordo com o geógrafo
Milton Santos, no texto ‘Cidadanias Mutiladas’, a democracia, extremamente
necessária para a fundamentação cultural do indivíduo, só é efetiva quando
atinge a totalidade do corpo social, ou seja, na medida em que os direitos são
universais e desfrutados por todos os cidadãos” (FELPI, 2019, p. 11).
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
  Além do conceito de gêneros textuais, é de suma relevância entendermos os tipos
textuais. Isso acontece, por exemplo, quando um texto tem aspecto de um gênero,
mas foi construído em outro, ou seja, gêneros textuais com especi�cidades
próprias e diferentes, porém com características semelhantes. A esse fenômeno,
Marcuschi (2002) dá o nome de intertextualidade intergêneros, explicando que
isso acontece porque ocorreu no texto a con�guração de uma estrutura de
natureza altamente híbrida, em que um gênero assume a função de outro.
Para o autor, os gêneros não são entidades naturais, mas artefatos culturais
construídos historicamente pelo ser humano, sendo que esses textos podem não
ter determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero.
EXEMPLIFICANDO
Para exempli�car a intertextualidade intergêneros, Marchuschi (2002) cita o
gênero textual carta: ainda que o autor da carta não tenha assinado o nome
no �nal, ela continuará sendo carta, graças às suas propriedades
necessárias e su�cientes. O autor exempli�ca também que uma publicidade
pode ter o formato de um poema ou de uma lista de produtos em oferta. O
importante é esse texto fazer a divulgação de produtos e estimular a
compra daquele produto, isto é, que a publicidade apresente tema, forma
composicional e estilo característicos de um gênero como esse. 
Marcuschi (2008) de�ne tipo textual da seguinte forma:
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Ainda de acordo com Marcuschi (2002, p. 22), a expressão tipologia textual refere-
se a “uma espéciede sequência teoricamente de�nida pela natureza linguística de
sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas)”.
Para o autor, esse termo deve ser utilizado para determinar uma espécie de
sequência teoricamente de�nida pela natureza linguística de sua composição.
REFLITA
Quais situações concretas de comunicação podem ser trazidas para a sala
de aula a �m de exempli�car “gêneros discursivos” e “tipologias textuais”
para os alunos?
Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação,
exposição, descrição e injunção.
Narração
O texto narrativo tem como objetivo contar uma história através de uma sequência
de ações reais ou imaginárias. A narração da história é composta por meio de
elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador.
Exemplos: conto, fábula, lenda, romance, novela, crônica, notícia, relato etc.
Descrição
O texto descritivo tem a �nalidade de descrever detalhadamente algo ou alguém,
levando o leitor a criar uma imagem mental do que é descrito. Esse tipo de texto
pode ser mais objetivo ou mais subjetivo, focando apenas aspectos mais
relevantes ou também detalhes especí�cos.
Exemplos de gêneros com essa tipologia: laudo, guia de viagem, relatório, texto
publicitário etc.
Tipo textual designa uma espécie de construção teórica {em geral uma sequência subjacente aos textos} de�nida pela natureza
linguística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo}. O tipo caracteriza-se muito
mais como sequências linguísticas (sequências retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais. Em
geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação exposição,
descrição, injunção. O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar. Quando
predomina um modo num dado texto concreto, dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou expositivo ou
descritivo ou injuntivo. (MARCUSCHI, 2008, p 154-155) 
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Argumentação e Exposição
O texto dissertativo, que pode ser apenas expositivo ou também argumentativo,
tem como objetivo informar e esclarecer algo ao leitor, por meio da exposição clara
e objetiva, um determinado assunto ou tema. O texto dissertativo-argumentativo
tem a �nalidade de persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese
defendida acerca de determinado tema.
Exemplos de gêneros com a tipologia argumentação: editorial, carta ao leitor,
artigo de opinião, debate, resenha, resposta argumentativa etc.
Exemplos de gêneros com a tipologia exposição: artigo cientí�co, seminário,
palestra, resumo, �chamento etc.
Injunção
Por �m, o texto injuntivo tem o objetivo de instruir o leitor a respeito de um
procedimento. Ele fornece uma informação/instrução que leva o leitor a agir sobre
algo.
Exemplos de gêneros com essa tipologia: manual de instruções, receita culinária,
bula de remédio, tutorial, guia de instruções etc.
PESQUISE MAIS 
Para saber mais acerca dos estudos de tipologias textuais (no âmbito
linguístico e literário), sugere-se a leitura do seguinte artigo cientí�co, no
qual o autor considera os aspectos em que os estudos tipológicos dessas
duas vertentes convergem e divergem, e como cooperam, ou não, entre si:
• TRAVAGLIA, L. C. Tipologias textuais literárias e linguísticas. Scripta, Belo
Horizonte, v. 7, n. 14, p. 146-158, 1º sem. 2004.
Chegamos ao �m desta unidade, e você pôde observar que os termos “texto” e
“gêneros discursivos” podem ser muito amplos quando tratam do estudo da
Língua Portuguesa, certo? De que forma você poderia ampliar esses conceitos e
suas diferenças para que sejam assimilados pelos alunos?
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2020.
Disponível em: https://bit.ly/2ZUe57O. Acesso em: 14 jun. 2020.
FAVERO, L. L.; KOCH, I. G. V. Linguística Textual: uma Introdução. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2009.
FELPI, L. (Org.). Cartilha redação a mil 2.0. [S.l., s.n.]: 2019. Disponível
em: https://bit.ly/35XbwpE. Acesso em: 21 jul. 2020.
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever,
aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: de�nição e funcionalidade. In: DIONÍSIO,
Ângela et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MARINELLO, A. F.; BOFF, O. M. B.; KÖCHE, V. N. O Texto Instrucional como um
Gênero Textual. The Especialist, v. 29, 2008. Disponível em: https://bit.ly/2Hb9Eiv.
Acesso em: 21 jul. 2020.
SILVA, W. R. Escrita do gênero relatório de estágio supervisionado na formação
inicial do professor brasileiro. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo
Horizonte, v. 13, n. 1, jan./mar. 2013. Disponível em: https://bit.ly/2ZW5hi0. Acesso
em: 20 jun. 2020.
TRAINOR, Francis X.; MCLAUGHLIN, Brian K. An inductive method of teaching
composition. The English Journal, v. 3, n. 6, 1963.
TRAVAGLIA, L. C. Tipologias textuais literárias e linguísticas. Scripta, Belo Horizonte,
v. 7, n. 14, p. 146-158, 1º sem. 2004.
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https://bit.ly/35XbwpE
https://bit.ly/35XbwpE
https://bit.ly/2Hb9Eiv
https://bit.ly/2Hb9Eiv
https://bit.ly/2Hb9Eiv
https://bit.ly/2ZW5hi0
https://bit.ly/2ZW5hi0

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