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Questão 1/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leia o texto abaixo: 
“Por que o gênero importa para a política mundial? Qual diferença faz enxergar a política mundial por 
meio das lentes do gênero? O que se torna visível quando vemos as “relações internacionais” como 
relações interconectadas de desigualdades – entre gêneros, raças, classes, sexualidades e 
nacionalidades – em oposição às simples interações entre e em Estados autointeressados? Quais são 
os custos de estar desatento às dinâmicas de gênero, a fim de lidar com uma miríade de problemas 
globais que afetam a todos nós?” (Runyan; Peterson, 2014, p. 1; tradução a partir do trecho original em 
inglês). 
Fonte: Runyan, Anne Sisson; Peterson, V. Spike. Global gender issues in the new millennium. Boulder: 
Westview Press, 2014. 
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos ao longo da disciplina de Teorias 
Contemporâneas das Relações Internacionais, análise as assertivas abaixo, que tratam da 
inserção do pensamento feminista na área de Relações Internacionais: 
I. Um dos principais questionamentos do feminismo em relação à área consiste na denúncia da ausência 
das mulheres e do gênero como partes integrantes das temáticas ligadas à política internacional. 
PORQUE 
II. Os pressupostos implícitos à noção de “internacional”, objeto de estudo da área, excluem aquilo que 
é considerado “privado”, “doméstico”, “local” ou “trivial”, restringindo, dessa forma, a agenda de pesquisa 
da disciplina aos objetos associados aos homens e ao masculino, como o Estado e a guerra. 
Sobre as assertivas acima, assinale a alternativa que faz a análise correta: 
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I. 
Você acertou! 
A resposta correta é aquela que indica que as duas afirmações são verdadeiras e que a segunda asserção é uma justificativa correta 
da primeira. A primeira asserção está correta ao afirmar que uma das principais contribuições do feminismo à disciplina é o 
questionamento acerca dos mecanismos que invisibilizam as mulheres e a discussão de gênero como temas relevantes para as 
Relações Internacionais. A segunda asserção está correta quando afirma que a maneira como se define a noção de internacional, 
objeto de reflexão por excelência da disciplina, exclui aquilo que é considerado “privado”, “doméstico”, “local” ou “trivial”, privilegiando 
temas como o Estado e a guerra, associados aos homens e à masculinidade. A segunda asserção é também uma justificativa da 
primeira, pois o motivo pelo qual as mulheres e o gênero estão ausentes da disciplina, denúncia feita pelo feminismo, é justamente 
a forma como a noção de “internacional” é tradicionalmente definida na área (excluindo temáticas associadas ao “feminino” e 
privilegiando as masculinas) (ENLOE, 1989, p. 343). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 4 – Material para a Impressão. 
Tema 3: “Mulheres e gênero na análise das relações internacionais”. 
 
Questão 2/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leia o texto abaixo: 
“A crítica coxiana não leva a supor que a busca por um conhecimento neutro ou imparcial deva inspirar 
o teórico. Ao contrário, afirma que todo conhecimento refletirá particularidades de quem o produz, e das 
quais o teórico não pode se julgar imune. A perspectiva deve ser compreendida como o contexto histórico 
a partir do qual a produção teórica ocorre [...] Uma teoria sempre serve a alguém e a algum propósito. É 
imprescindível conhecer o contexto em que é gerada e usada; igualmente imperativo é conhecer se o 
objetivo do teórico e de quem se utiliza da teoria é manter a ordem social existente ou mudá-la. Esses 
dois propósitos levam a duas espécies de teoria” (Silva, 2005, p. 261-262). 
Fonte: Silva, Marco Antonio de Meneses. Teoria crítica em relações internacionais. Contexto 
Internacional [online]. 2005, v. 27, n. 2, pp. 249-282. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
85292005000200001>. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais e a divisão entre Teorias Críticas e Teorias de Solução de Problemas feita 
por Robert Cox, assinale a alternativa que descreve, corretamente, como o autor define as teorias 
de solução de problemas nas Relações Internacionais: 
As teorias de solução de problemas podem ser caracterizadas pela adoção de uma visão naturalizada 
acerca da realidade internacional, de modo que tendem a reproduzir os pressupostos do próprio objeto a 
ser estudado. 
A teoria crítica nas Relações Internacionais contrapõe-se às teorias dominantes da área, em especial aos pressupostos positivistas 
em que elas se embasam. A crítica a esses pressupostos segue a linhagem argumentativa do marxismo clássico e do já citado texto 
de Horkheimer: realismo e liberalismo seriam teorias “tradicionais”, no sentido de serem incapazes de problematizar a própria 
atividade de teorização, pertencente – como todas as atividades humanas – ao processo global de produção material da vida e, 
também, à constituição de uma certa ordem social. Nesse sentido, Robert Cox nomeia as teorias tradicionais da área como “teorias 
de solução de problemas”, ou seja, como produções intelectuais que se deixam guiar de maneira irrefletida por problemas e questões 
de pesquisa oriundos do senso comum ou de uma visão naturalizada acerca da realidade internacional. De 
maneira intencional ou não, argumenta Cox, elas acabariam por sustentar a ordem existente, ao reproduzir, de maneira acrítica, 
pressupostos e vieses oriundos do próprio objeto a ser estudado (COX, 1986). Tal tendência pode ser notada em teorias como o 
neorrealismo de Kenneth Waltz, que naturaliza e, por essa via, eterniza, características – do comportamento dos Estados e da 
estrutura da realidade internacional – que são na verdade o produto de processos históricos específicos e que podem, portanto, ser 
alteradas no futuro. 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. 
Tema 2: “Pressupostos Fundamentais da Teoria Crítica nas Relações Internacionais”. 
 
Questão 3/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leia o texto abaixo: 
“A aproximação entre os Estudos de Gênero e as Relações Internacionais1 acontece no contexto do 
chamado "terceiro debate" em RI. Este artigo tratará da trajetória desse encontro a partir da perspectiva 
das RI. O objetivo será, além de construir um panorama das diversas abordagens feministas para as 
relações internacionais, demonstrar a forma pela qual o surgimento da reflexão pós-positivista em RI 
será responsável por abrir o espaço, na disciplina, necessário à aplicação do gênero como categoria de 
análise” (Monte, 2013, p. 59). 
Fonte: Monte, Izadora Xavier do. O debate e os debates: abordagens feministas para as relações 
internacionais. Revista Estudos Feministas [online]. 2013, v. 21, n. 1, pp. 59-80. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100004>. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, duas contribuições 
das teorias feministas para as teorias das Relações Internacionais: 
O feminismo ampliou as possibilidades analíticas nas Relações Internacionais com o estudo dos 
mecanismos de invisibilização das mulheres na política internacional e com a operacionalização do 
gênero como categoria analítica fundamental na disciplina. 
Resumidamente, o feminismo ampliou as possibilidades analíticas da disciplina em duas direções: primeiramente, na do estudo dos 
mecanismos de invisibilização das mulheres na política internacional; em segundo lugar, na operacionalização do gênero como 
categoria analítica fundamental para as Relações Internacionais. Em relação ao primeiro ponto, Cynthia Enloe (1989, p. 1) lança 
uma pergunta e uma provocaçãoà área: onde estariam as mulheres na política internacional? Tal ausência leva a autora a questionar 
os pressupostos das teorias dominantes e a maneira como elas constroem a noção de “internacional”, objeto de reflexão da 
disciplina. Ao excluir aquilo que é considerado “privado”, “doméstico”, “local” ou “trivial”, tais teorias apagam as mulheres – suas 
experiências, ações e ideias – das análises presentes na disciplina. A contribuição feminista, aqui, reside justamente na inclusão do 
“pessoal” e do “privado” nas agendas de pesquisa, mostrando como eles constituem e são também constituídos pelo internacional 
(ENLOE, 1989, p. 343). Uma segunda direção em que a abordagem feminista ampliou as possibilidades analíticas da área diz 
respeito à operacionalização da categoria “gênero” como dimensão central da política internacional. Os trabalhos guiados por essa 
preocupação compõem o que Jacqui True denominou como “segunda geração” dos estudos feministas na disciplina (TRUE, 2005, 
p. 216), centrados no desvelamento do caráter genderizado das estruturas e dinâmicas internacionais (TICKNER, 2001, p. 278). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. 
Tema 4: “Andrew Linklater”. 
 
Questão 4/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leio o texto a seguir: 
“Ao longo da história ocidental sempre houve mulheres que se rebelaram contra sua condição, que 
lutaram por liberdade e muitas vezes pagaram com suas próprias vidas. A Inquisição da Igreja Católica 
foi implacável com qualquer mulher que desafiasse os princípios por ela pregados como dogmas 
insofismáveis. Mas a chamada primeira onda do feminismo aconteceu a partir das últimas décadas do 
século XIX, quando as mulheres, primeiro na Inglaterra, organizaram-se para lutar por seus direitos, 
sendo que o primeiro deles que se popularizou foi o direito ao voto. As sufragetes, como ficaram 
conhecidas, promoveram grandes manifestações em Londres, foram presas várias vezes, fizeram greves 
de fome. Em 1913, na famosa corrida de cavalo em Derby, a feminista Emily Davison atirou-se à frente 
do cavalo do Rei, morrendo. O direito ao voto foi conquistado no Reino Unido em 1918” (Pinto, 2003, p. 
15). 
Fonte: Pinto, Céli Regina Jardim. Feminismo, história e poder. Revista de Sociologia e Política [online]. 
2010, v. 18, n. 36, pp. 15-23. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-44782010000200003>. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações 
Internacionais e o trecho citado acima, analise as afirmações abaixo, às quais discutem as três ondas do 
movimento feminista ao longo da história: 
I. A primeira onda do movimento feminista teve início em meados do século XIX na Europa e nos Estados 
Unidos, caracterizando-se, principalmente, pela luta das mulheres por direitos políticos e civis. 
II. A segunda onda do movimento feminista teve o seu ápice nas décadas de 1960 e 1970, estando 
vinculada a um contexto mais amplo de contestação à ordem social e política que vigorava desde o fim 
a Segunda Guerra Mundial. 
III. A segunda onda feminista foi marcada pelo entendimento de que “o pessoal é político” e, por 
conseguinte, ampliando a crítica feminista às relações privadas, da moral e da sexualidade. 
IV. A terceira onda do movimento feminista têm início nos anos 1980 e se caracteriza por uma abordagem 
essencialistas e universalista das discussões sobre o impacto do gênero na vida social. 
Agora, assinale a alternativa que indica apenas as corretas: 
Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
Como movimento político-social, a historiografia tem periodizado o desenvolvimento histórico do feminismo contemporâneo em três 
grandes “ondas”. A afirmação I está correta porque a primeira onda localiza-se em meados do século XIX e estende-se até o início 
do século seguinte, eclodindo sobretudo nos Estados Unidos e no Reino Unido. Essa primeira onda caracteriza-se pela luta por 
direitos civis e políticos, como o direito à herança e à abertura de conta em bancos, o direito ao divórcio e a oposição aos casamentos 
arranjados. De maneira ainda mais notória, esse feminismo inicial foi o responsável pela luta por participação política e pela extensão 
do direito de voto às mulheres, constituindo-se em momento fundamental da criação dos sufrágios universais contemporâneos e, 
portanto, das democracias atuais (RIBEIRO, 2020, p. 37). A afirmação II está correta porque a segunda onda do feminismo data de 
meados do século XX, tendo atingido seu ápice nas décadas de 1960 e 1970, na Europa e nos Estados Unidos, com ramificações 
em várias outras partes do mundo. Naquele momento, o feminismo inseriu-se em um contexto mais amplo de mudanças culturais e 
comportamentais iniciadas no pós-guerra, momento crítico de contestação à ordem social e política imposta pelas gerações 
anteriores. A afirmação III está correta porque a segunda onda, profundamente marcada pelos escritos de autoras como Virginia 
Woolf (1882-1941) e Simone de Beauvoir (1908-1986), caracteriza-se por uma extensão da crítica feminista ao campo das relações 
privadas, da moral e da sexualidade: “o pessoal é 
político”, frase da ativista Carol Hanisch, tornou-se um dos motes dessa fase do movimento (ibidem, p. 88), expressando a politização 
de esferas até então naturalizadas, como é caso do corpo feminino e dos direitos reprodutivos e sexuais a ele ligados, ambos 
revolucionados pela chegada da pílula anticoncepcional e pela consequente ruptura entre reprodução e prazeres sexuais (ibidem). 
A afirmação IV está incorreta porque a terceira onda do movimento surgiu na metade da década de 1980, trazendo um 
questionamento sobre muitos dos pressupostos do feminismo até então, o que tem levado analistas a tratarem tal momento de 
revisão crítica interna como uma forma de “pós-feminismo”. Influenciada pelo pós-estruturalismo e pela teorização interseccional 
das relações entre gênero, raça e classe – tal como presente em autoras como Angela Davis –, a terceira onda passou a questionar 
a visão essencialista e universalizante a respeito da “mulher”, principalmente a indevida universalização das experiências específicas 
da mulher branca de classe média, sobretudo daquela oriunda dos centros de poder do sistema internacional, como Estados Unidos 
e Europa. Assiste-se, em vez disso, a um esforço em pluralizar as diferentes formas de se conceber o “feminino”, incluindo aí as 
discussões sobre transexualidade, colonialismo, raça e classe (ibidem, p. 219-225). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 4 – Material para a Impressão. 
Tema 1: “O Movimento e o Pensamento Feministas”. 
 
Questão 5/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leia o texto abaixo: 
“Diríamos melhor, portanto, política de poder e equilíbrio de forças. A primeira expressão significa que 
os Estados não admitem árbitro, tribunal ou lei superiores à sua vontade; em consequência, devem sua 
existência e segurança a si próprios, e a seus aliados. Acho preferível dizer ‘equilíbrio de forças’ a 
‘equilíbrio de poder’, porque as forças são mais mensuráveis do que o poder ou a potência. Se as forças 
estão equilibradas, as potências também o estão, pelo menos de modo aproximado. Nenhum Estado 
impõe soberanamente sua vontade aos demais, a menos que possua recursos a tal ponto esmagadores 
que seus rivais sejam levados a admitir, antecipadamente, a inutilidade da resistência.” (Aron, 2002, p. 
189). 
Fonte: Aron, Raymond. Paz e guerra entre as nações. Brasília: Universidade de Brasília, 2002. 
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos ao longo da disciplina de Teorias 
Contemporâneas das Relações Internacionais, análise as assertivas abaixo, que tratam do fim da 
Guerra Fria e do advento de uma nova ordem internacional: 
I. O sistema internacional pós-Guerra Fria é visto por muitos analistas como uma “nova ordemmundial”, 
em que importantes transformações em matéria econômica, política e de segurança tornaram-se 
particularmente visíveis. 
PORQUE 
II. O sistema bipolar e moderadamente heterogêneo característico da Guerra Fria, com um equilíbrio de 
forças entre as duas grandes potências, Estados Unidos e União Soviética, chegou ao fim com o colapso 
desta última no início dos anos 1990. 
Avalie as assertivas acima e, depois, assinale a alternativa que faz a análise correta: 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. A configuração do sistema internacional ao 
longo do período da chamada Guerra Fria era, tal como conceitualizado por Aron (2002), de natureza bipolar: duas superpotências, 
Estados Unidos e União Soviética, lideravam blocos de países que representavam modelos de organização econômica e política 
bastante distintos – os modelos capitalista e socialista. Tal sistema bipolar, ainda segundo Aron (2002, p. 159-160), podia também 
ser caracterizado como moderadamente heterogêneo, pois os diferentes Estados organizavam-se em blocos e alianças a partir de 
duas ideologias rivais mais importantes, evitando o desequilíbrio que a presença de um número maior de ideologias poderia produzir. 
É justamente tal sistema internacional bipolar e heterogêneo que implodiu a partir do declínio de uma das duas superpotências, a 
União Soviética, colocando em xeque o equilíbrio da política mundial até então mantido por tal bipolaridade e inaugurando uma nova 
ordem mundial, caracterizada pela supremacia de uma potência, os Estados Unidos, e por transformações nas esferas econômica, 
política e de segurança internacional. 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 6 – Material para a Impressão. 
Tema 2: “O fim da Guerra Fria e a nova ordem mundial”. 
 
Questão 6/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leio o texto a seguir: 
“Dessa vez, a retomada desse debate [entre realistas e liberais] ocorreu num contexto histórico 
caracterizado pelo impacto dos choques do petróleo (1973 e 1979), com repercussões econômicas 
significativas. No entanto, tratava-se de um momento da Guerra Fria marcado pela diminuição das 
tensões entre as superpotências, o que não impediu a continuidade da corrida armamentista que 
colocava, ainda, o mundo em risco. Ao mesmo tempo, a reedição desse debate ocorreu no momento em 
que se desenvolveram novas estratégias teóricas e metodológicas de abordagem na ciência política e 
nas relações internacionais, sob o impulso do contraponto entre o behaviorismo e o realismo no segundo 
grande debate teórico das relações internacionais” (Pereira, 2016, p. 176). 
Fonte: Pereira, Alexsandro. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Editora Intersaberes, 2016. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais e o trecho citado acima, análise as afirmações abaixo, acerca do debate 
entre neorrealismo e neoliberalismo: 
I. Com a Guerra Fria entrando em sua fase final, o processo de globalização se intensificando e atores 
internacionais não estatais (como ONGs e empresas transnacionais) se consolidando, as premissas 
realistas e liberais clássicas passaram a ser cada vez mais confrontadas e revisadas, dando origem ao 
chamado debate “neo/neo”. 
II. Fundamentais para o debate “neo/neo”, as obras Power and Interdependence [Poder e 
Interdependência], de Robert Keohane e Joseph Nye Jr., e Theory of International Politics [Teoria da 
Política Internacional], de Kenneth Waltz, podem ser vistas como representativas, respectivamente, do 
neorrealismo e do neoliberalismo. 
III. Um dos principais conceitos construídos por Keohane e Nye Jr. é o de “interdependência complexa”, 
que se refere ao fato de que o crescente fluxo internacional de capital, bens, pessoas, serviços e 
informações gera situações de dependência mútua entre os países (“efeitos recíprocos”), ainda que em 
bases assimétricas. 
IV. A abordagem avançada por Kenneth Waltz, de caráter estruturalista, é a de analisar primeiramente 
as propriedades propriamente sistêmicas da realidade internacional (como a anarquia e a 
descentralização), a fim de então explicar os comportamentos e atributos individuais dos Estados. 
Agora, assinale a alternativa que indica as afirmativas corretas: 
Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. A afirmativa I está correta pois o surgimento do chamado debate “neo/neo” ocorreu 
a partir das mudanças na realidade internacional em fins da década de 1970, dadas a intensificação da globalização econômica e 
informacional e a consolidação de atores não estatais, como empresas transnacionais e ONGs, na esfera internacional. Tais 
mudanças fomentaram uma revisão das premissas clássicas de realistas e liberais. A afirmativa II está incorreta pois inverte a filiação 
teórica dos autores apresentados: Keohane e Nye Jr. estão entre os principais representantes do neoliberalismo, e Waltz, do 
neorrealismo. A afirmativa III está correta ao apontar a centralidade do conceito de “interdependência complexa” na teorização de 
Keohane e Nye Jr. De acordo com esse conceito, o aumento dos fluxos transnacionais produz situações de dependência mútua 
entre os países (“efeitos recíprocos”), ainda que de maneira assimétrica e variada em torno de cada setor. Por fim, a afirmativa IV 
está correta ao destacar o caráter estruturalista da proposta neorrealista de Waltz, de 
acordo com a qual a análise deve se concentrar nos aspectos sistêmicos da realidade internacional, como a anarquia e a 
descentralização. 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 6 – Material para a Impressão. 
Tema 1: “O debate entre neorrealismo e neoliberalismo”. 
 
Questão 7/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leio o texto a seguir: 
“Desde a última década do século XX, os debates teóricos no âmbito das Relações Internacionais 
caracterizam-se pela crescente presença de abordagens que questionam as teorias positivistas, 
principalmente o neorrealismo. Dentre as críticas produzidas por essas novas perspectivas, dois grandes 
grupos podem ser destacados: autores construtivistas, que aceitam elementos das abordagens 
tradicionais, mas acrescentam variáveis mais subjetivas às análises, e autores que relativizam de 
maneira radical as perspectivas mainstream a partir de um marco pós-estruturalista. Estes últimos 
extrapolam os limites do conceito de estrutura e analisam fenômenos identificando aberturas e 
instabilidades que produzem um constante fluxo de sentidos em relação ao objeto estudado” (Mendes, 
2015, p. 46). 
Fonte: Mendes, Cristiano. Pós-estruturalismo e a crítica como repetição. Revista Brasileira de Ciências 
Sociais [online]. 2015, v. 30, n. 88, pp. 45-59. Disponível em: <https://doi.org/10.17666/308845-59/2015>. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma das principais 
contribuições da abordagem pós-estruturalista para as Relações Internacionais: 
A preocupação pós-estruturalista com as relações entre conhecimento e poder possibilitou a 
problematização da centralidade teórica do Estado nas Relações Internacionais e dos seus efeitos para a 
realidade internacional. 
A partir do final dos anos 1980 e começo da década seguinte, as contribuições dessa nova filosofia, sobretudo francesa, começou 
a encontrar eco nas produções de autores e autoras da área, por meio de trabalhos como os de Richard Ashley (1981; 1984), James 
Der Derian (1987), Michael Shapiro (1988) e R. B. J. Walker (1987; 1995) (CAMPBELL, 2010, p. 226). Inicialmente, tais trabalhos 
baseavam-se em problematizações de cunho majoritariamente meta-teórico, quer dizer,questionando o próprio processo de 
construção de conhecimento na área, seus pressupostos e fundamentos implícitos. Um exemplo de tais problematizações, é aquela 
em relação ao caráter “estadocêntrico” das teorias tradicionais, como a realista: “[o pós-estruturalismo começou] questionando como 
o Estado passou a ser considerado o ator mais importante na política mundial, e como o Estado passou a ser entendido como um 
ator unitário e racional” (ibidem). Tratava-se, assim, de desnaturalizar a centralidade teórica do Estado, indagando inclusive por meio 
de quais práticas estatais o Estado colaborava para manter a visão a respeito de sua importância (ibidem). Após esse primeiro 
momento, em que a atenção das abordagens pós-estruturalistas esteve centrada nos pressupostos e fundamentos meta-teóricos 
da disciplina, outros fenômenos e aspectos da realidade internacional passaram a ser problematizados. Ainda que muito variada, a 
produção desse novo momento pode ser descrita como possuindo os seguintes elementos: “1) uma preocupação fundamental com 
a relação entre poder e conhecimento; 2) o emprego de metodologias pós-positivistas, como a desconstrução e a genealogia; 3) um 
engajamento crítico com o papel do Estado e com questões relacionadas a fronteiras, violência e identidade; e 4) a necessidade 
resultante de repensar fundamentalmente a relação entre política e ética” (BLEIKER, 2007, p. 91). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 1 – Material para a Impressão. 
Tema 2: “O Pós-Estruturalismo em Relações Internacionais”. 
 
Questão 8/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leio o texto abaixo: 
“É a partir de problematizações que um projeto de pesquisa se inicia. A atividade de pensar/construir a 
realidade implica interrogar o que se encontra instituído historicamente. Tal um arqueólogo, o 
pesquisador explora estratos teóricos com o intuito de encontrar restos que, quando atualizados, possam 
imprimir um movimento de virtualização aos estudos realizados. Um arqueólogo não sabe exatamente o 
que vai encontrar. Há a procura. Não se trata de encontrar uma verdade, mas de atualizar uma 
virtualidade. Nesse caso, a pesquisa busca a identificação de certas regras de formação dos enunciados, 
das proposições, de certa forma de colocação do problema. O procedimento de pesquisa é, ao mesmo 
tempo, produção de saber, construção de metodologia, elaboração de princípios, estabelecimento de 
resultados e invenção/construção processual do seu caminho, abandonando certas vias e criando outras. 
Tem-se associado a concepção de metodologia à utilização de estratégias formais que têm como modelo 
o campo das ciências naturais ou exatas. Mas o que entendemos por metodologia? A metodologia fala 
do como pesquisar. Mais do que uma descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados, indica 
as opções e a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro teórico utilizado” (Aragão, Barros e 
Oliveira, 2005, p. 19-20) 
Fonte: Aragão, Elisabeth Maria; Barros, Maria Elisabeth Barros de; Oliveira, Sonia Pinto de. Falando de 
metodologia de pesquisa. Estudos e Pesquisa em Psicologia. 2005, vol.5, n.2, pp. 18-28. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
42812005000200003&lng=pt&nrm=iso>. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais e a importância da metodologia para a pesquisa científica, assinale a 
alternativa que apresenta, corretamente, quatro estratégias metodológicas introduzidas nas 
Relações Internacionais pela abordagem pós-estruturalista: 
Leitura Dupla, Desconstrução, Análise Estética e Genealogia. 
Além das já elencadas contribuições do pós-estruturalismo à problematização de alguns dos pressupostos subjacentes às teorias 
tradicionais das Relações Internacionais, autores como Derrida e Foucault também oferecem valiosas sugestões às estratégias 
metodológicas que pesquisadoras e pesquisadores da área podem empregar em suas pesquisas. Tais estratégias afastam-se, 
contudo, dos parâmetros positivistas de pesquisa e de ciência, guiando-se, ao contrário, pela tarefa de crítica e de desestabilização 
da presumida objetividade dos discursos acerca da realidade internacional, tendentes a naturalizar e universalizar características 
contingentes produzidas por processos históricos particulares. Entre tais estratégias metodológicas pós-estruturalistas, destacam-
se as estratégias textuais propostas por Derrida, notadamente a “desconstrução” e a “leitura dupla”; a análise genealógica, presente 
nas obras finais de Michel Foucault; e a análise estética, elaborada sobretudo a partir dos trabalhos do também francês Jacques 
Rancière (2004). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 1 – Material para a Impressão. 
Tema 5: “Metodologias Pós-Estruturalistas para as Relações Internacionais”. 
 
Questão 9/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leio o texto a seguir: 
“Para Bourdieu, não é o biológico em si mesmo que provoca desigualdades, ou seja, não há nada no 
corpo do homem ou da mulher [...] que produza [por si só] diferença. A questão é que essas diferenças 
biológicas são construções sociais naturalizadas. É como se, por exemplo, a capacidade de gestação 
feminina fosse a causa de a mulher ter sido associada à casa e ao espaço doméstico. No pensamento 
de Bourdieu, é a construção simbólica sobre a capacidade reprodutiva feminina (sem dúvida um dado 
biológico) que inscreve a mulher em determinados espaços e a retira de outros” (Ribeiro, 2020, p. 25). 
Fonte: Ribeiro, Alessandra. Teorias Sociológicas Feministas. Curitiba: Intersaberes, 2020. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais e o lugar central que o conceito de “gênero” ocupa no pensamento 
feminista, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as características desse conceito: 
O conceito de gênero rompe com as explicações biologizantes acerca das desigualdades de poder 
existentes entre homens e mulheres, destacando, em vez disso, o caráter cultural e historicamente 
contingente dessas desigualdades. 
Um dos pontos basilares do pensamento feminista, em que pese sua imensa diversidade interna, reside no questionamento dos 
papéis e das relações de gênero vigentes nas sociedades humanas ao longo da história, em especial no Ocidente. O conceito de 
“gênero”, central a essa discussão, deve ser compreendido em sua diferença em relação à noção biologizante de “sexo”: este 
destaca as características fisiológicas, morfológicas e anatômicas que diferenciam os corpos de mulheres e homens (ou fêmeas e 
machos) pertencentes à espécie humana; o “gênero”, por outro lado, busca designar “comportamentos socialmente aprendidos, 
performances repetidas e expectativas idealizadas que são associadas com e distinguem entre os papéis de gênero [...] de 
masculinidade e feminilidade” (RUNYAN; PETERSON, 2014, p. 2). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 4 – Material para a Impressão. 
Tema 1: “O movimento e o pensamento feministas”. 
 
Questão 10/10 - Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais 
Leia o texto abaixo: 
“A teoria crítica internacional representa uma derivação do pensamento coxiano. Seu expoente cardeal, 
Andrew Linklater, tem sua trajetória acadêmica marcada por uma sintonia inicial com as idéias de Cox e 
uma marcante evolução rumo a uma temática alternativa. Para Devetak (1995), a tarefa da teoria crítica 
internacional, consoante Linklater (1996), seria fornecer uma teoria social da política mundial. Trata-se 
do alargamento do escopo tradicional das Relações Internacionais, não mais limitado por obsessões 
“estatocêntricas”. Em comunhão com as preocupações atinentes à transformação da realidade social e 
política, essa corrente deve muito às tentativas de reconstruçãodo materialismo histórico, em particular 
ao trabalho de Jürgen Habermas” (Silva, 2005, p. 269). 
Fonte: Silva, Marco Antonio de Meneses. Teoria crítica em relações internacionais. Contexto 
Internacional [online]. 2005, v. 27, n. 2, pp. 249-282. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
85292005000200001>. 
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das 
Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma das 
preocupações mais centrais na teoria crítica de Andrew Linklater: 
Uma das preocupações centrais da teoria crítica de Andrew Linklater era a formação de uma comunidade 
global regida por uma ética cosmopolita. 
Enquanto Cox baseia-se em um conjunto de conceitos gramscianos a fim de construir um modelo analítico que busca descrever e 
explicar o funcionamento e, sobretudo, as transformações da ordem mundial – salientando as possibilidades de construção de 
ordens alternativas –, a teoria crítica de Linklater dedica-se, como ponto de partida, a questões de caráter normativo. Sua 
preocupação fundamental é a de imaginar, por meio do diálogo com a Teoria Política e com as Relações Internacionais, uma outra 
realidade internacional, em que os princípios de emancipação universal se encontrem realizados em novas institucionalidades. Mais 
especificamente, Linklater preocupa-se com a possibilidade de formação de uma comunidade global regida por uma ética 
cosmopolita. O “cosmopolitismo” designa a defesa filosófica de uma cidadania ligada ao pertencimento à espécie humana, e não 
mais baseada no pertencimento a um Estado nacional. Entre seus defensores, encontram-se desde filósofos da Grécia antiga (em 
especial aqueles ligados ao cinismo e ao estoicismo) até autores modernos, como Immanuel Kant (1724-1804). Foi este último que 
deu ao cosmopolitismo sua defesa mais notória, definindo-o como um senso de responsabilidade perante a violação de direitos em 
geral, ainda que esta ocorra fora dos limites do Estado nacional de um determinado cidadão. Kant projeta, com isso, o ideal de uma 
comunidade universal de indivíduos, cujos direitos de cidadania seriam assentados sobre o pertencimento a uma humanidade 
comum (HELD, 1995). 
Referência: Teoria Contemporânea das Relações Internacionais. Rota de Aprendizagem da aula 3 – Material para a Impressão. 
Tema 4: “Andrew Linklater”.

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