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Resenha descritiva - David Harvey - Condição Pós-Moderna Partes 1 e 2

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Resenha Descritiva: David Harvey – Condição Pós-Moderna (Partes I e II)
	Na introdução em relação à passagem ao pós-modernismo dos anos 70, aspectos culturais são discutidos como, por exemplo: arquitetura, literatura, exposições artísticas - moda, arte. Conceitualmente o termo "pós-modernismo" seria uma forma de reação ao "modernismo" ou de afastamento dele. Resultando em possíveis substituições como nos exemplos: totalidade por pluralismo, homogêneo por heterogêneo, reivindicações metafísicas ou metanarrativas por conjunto de narrativas, padronização por diferenças, progresso linear por fragmentação, verdade absoluta por indeterminação, positivista e racionalista por intensa desconfiança, ordens sociais por vários papeis distintos, estratificação (ocupação e classe) por aparência.
	Desde a Revolução Francesa e o pensamento iluminista problemas vividos no século XX trouxeram desconfianças como se a busca da emancipação humana pudesse tornar-se um sistema de opressão universal. A Modernidade/Modernismo buscava entender o eterno/imutável dentro do efêmero/fugidio, e o pensamento iluminista também lidava com essa dualidade de maneira otimista, mas algumas contradições despontavam como “os fins justificarem os meios”, “a definição de quem estaria com a razão”, a “destruição criativa”, e o contexto histórico das duas Grandes Guerras Mundiais influenciarem a arte tanto à política, quanto à economia, e influenciados pelo establishment ao longo do tempo – ou seja, instrumentalizados – em que o universalismo presente no modernismo fundiu-se com o capitalismo liberal e com o imperialismo.
	O pós-modernismo buscou fazer frente à opressão com a resistência, na linguagem com determinismos locais, a presença da voz própria ao invés da voz unificada por outros, nas experiências a diferença, a alteridade e o liberatório (também dos movimentos sociais), na comunicação o desconstrucionismo, na produção cultural ficou marcada a colagem/montagem ao mesmo tempo em que aparece a performance e o happening (ao invés de algo acabado e autoritário). No entanto, pressupostos psicológicos podem ser afetados como a personalidade, a motivação e o comportamento, uma vez que aparecem a fragmentação, a instabilidade da linguagem dos discursos, a perda de temporalidade e a perda de profundidade (trocada pelo impacto instantâneo). De modo histórico, há uma confluência entre as mudanças em relação à percepção sobre o tempo, o avanço da tecnologia e seus impactos sobre a arte, da economia que afeta as várias relações sociais, chega ao cotidiano e ao consumo de massas – cujo sistema capitalista não só abarca as grandes áreas, como as sociais e políticas, mas também os influencia.
	Existem elementos comuns entre o capitalismo e a modernidade como, por exemplo: o dinheiro no individualismo, na alteridade e na fragmentação social; relações de troca de mercadoria com alienação e separação do significado; empreendimentismo, especulação e inovação em que se vê “o outro” em termos instrumentais; ruptura total com seu passado – em comum com a origem do capitalismo; divisão do trabalho cuja força de trabalho passa por fragmentação forçada; destruição criativa e instabilidades que levam a crise, cujo ambiente é de insegurança; geração de necessidades, de novos produtos – que de fato tornam-se acentuadamente efêmeros; a velocidade de circulação do capital e a experiência como mudanças do espaço e do tempo.
	A investigação entre modernismo e pós-modernismo expande-se entre um afastamento de novos modos de pensar ou uma mudança operacional do capitalismo mais atual – cujos elementos comuns seriam um reforço e não uma transformação, ou seja, a existência de mais elementos de continuidade somada apenas a alguma crise. Evidenciando-se o mimetismo (imitação - se há e em qual nível isso se daria) ou pelo contrário o direito próprio do movimento. A visão do último em relação ao primeiro de forma caricata, como resolução de “todos os males”, exagerando ou fazendo um recorte tendo em vista que há várias correntes no modernismo. Na qual seriam desprezadas quaisquer realizações benéficas mesmo que em um cenário de rápida mudança urbana pelo capitalismo do séc. XX, até a assimilação de realizações já conquistadas tendo em vista a ordem cronológica. Ainda, existem pontos criticados no pós-modernismo como, por exemplo, as relações de poder que levariam a distorções entre dar vozes a todos, as realidades da economia política e das circunstâncias do poder global que poderiam gerar alguma forma de cumplicidade com uma estetização da política.
	Na parte II “A transformação político-econômica do capitalismo do final do século XX” é utilizado como base a Escola da Regulação Francesa constatando mudanças ao longo do tempo dentro do próprio sistema capitalista, cujo pilar seria o modo de regulação, o qual permite certa coerência no sistema ainda que mudem os regimes de acumulação. No entanto, existem contradições inerentes ao próprio sistema como, por exemplo: lucros ao maior número de capitalistas, falha num crescimento estável de longo prazo, regulamentação e intervenção estatal em algum grau para compensar falhas de mercado, influência na construção de identidade do indivíduo, trabalho assalariado alienante e força de trabalho como necessária a acumulação de capital. Portanto além do modo de regulação, que permite às mudanças gerarem novas adaptações na visão desta Escola, torna-se mister a análise das relações e dos arranjos existentes.

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