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Alunos com necessidades educativas

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Alunos com necessidades educativas 
especiais: surdez, deficiência 
auditiva, cegueira e baixa visão
Apresentação
Um dos grandes desafios da escola é reconhecer e desenvolver da melhor forma as capacidades 
dos alunos com necessidades educacionais especiais. Nesse estudo, são consideradas, em especial, 
as pessoas com surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão.
Para isso, torna-se essencial conhecer e diferenciar os tipos de deficiência, promovendo e 
potencializando atividades de inclusão escolar e social. Para que a educação se torne realmente 
inclusiva, é preciso que os profissionais da educação sejam habilitados para atuar com alunos com 
necessidades educacionais especiais e tenham, com frequência, a oportunidade de qualificar a sua 
prática pedagógica a partir de cursos de formação continuada.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as causas e reconhecer os problemas 
relacionados às necessidades educacionais especiais apresentadas por alunos surdos, com 
deficiência auditiva, cegos e com baixa visão, bem como vai saber o que diz a legislação vigente 
sobre a nova política de educação especial.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir as causas da surdez, da deficiência auditiva, da cegueira e da baixa visão.•
Reconhecer como os problemas ligados à audição e à visão podem afetar o processo 
educacional das crianças com essas deficiências.
•
Apresentar ações que respondam às necessidades educacionais especiais de alunos com 
problemas de audição ou de visão.
•
Desafio
Tornar o dia a dia das pessoas surdas mais agradável e acolhedor é fundamental. Para tanto, é 
preciso que os ouvintes tenham maior conhecimento acerca das pessoas surdas. Assim, a 
desinformação e, consequentemente, o preconceito tendem a diminuir, criando maior aproximação 
e sentimento de empatia entre surdos e ouvintes.
Neste Desafio, você vai observar o cartaz de uma campanha de conscientização, ilustrado na obra 
de Smith (2008, p. 304). A campanha se refere à convivência entre surdos e ouvintes no ambiente 
escolar.
 
Diante dessa situação, analise a mensagem da campanha, explicitando o que ela parece destacar, e 
explique como esse tipo de peça publicitária ajuda a criar um ambiente mais inclusivo.
Infográfico
A informação é fundamental para uma educação realmente inclusiva. Assim, destaca-se a 
importância do conhecimento a respeito das necessidades educacionais especiais, a saber, de 
alunos com deficiência auditiva e de alunos com deficiência visual.
Neste Infográfico, você vai conhecer um guia de etiqueta para a prática inclusiva, que considera as 
necessidades específicas desses dois grupos de alunos. Confira.
Conteúdo do livro
Os alunos com deficiências visuais e auditivas necessitam de adaptações para desenvolver maior 
autonomia no ambiente físico escolar, bem como no que diz respeito aos aspectos da 
aprendizagem.
No capítulo Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e 
baixa visão, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber sobre as dificuldades 
sensoriais relacionadas à deficiência visual e à surdez, bem como explorar algumas possibilidades 
de intervenção pedagógica no sentido de propiciar a inclusão de estudantes nessas condições no 
sistema regular de ensino.
Boa leitura.
EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA: 
FUNDAMENTOS 
E METODOLOGIA
Vania Aparecida Marques Leite
Alunos com necessidades 
educativas especiais: 
surdez, deficiência auditiva, 
cegueira e baixa visão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir as causas da surdez, da deficiência auditiva, da cegueira e da 
baixa visão.
 � Reconhecer como os problemas ligados à audição e à visão podem 
afetar o processo educacional das crianças com essas deficiências.
 � Apresentar ações que respondam às necessidades educacionais es-
peciais de alunos com problemas de audição ou de visão.
Introdução
As deficiências sensoriais envolvem dificuldades relacionadas à captação 
dos estímulos visuais, auditivos ou ambos. De acordo com Farrell (2008), 
essas dificuldades podem variar conforme o grau de comprometimento 
sensorial, exigindo diferentes níveis de intervenção, que vão desde o 
acesso às oportunidades e aos equipamentos adaptados até a necessidade 
de intervenções educacionais e sociais mais complexas.
Neste capítulo, você terá oportunidade de construir conhecimentos 
acerca das dificuldades sensoriais relacionadas às deficiências visuais e 
auditivas.
É importante destacar que os conceitos de surdez e deficiência 
auditiva não são sinônimos, da mesma forma que a cegueira e a 
baixa visão são conceitos diferentes e que requerem tratamentos 
diferenciados. Por isso, a preocupação sempre é enfatizar essa diferença 
porque as formas de conduzir a aprendizagem desses sujeitos diferem 
bastante. Ao longo do capítulo você irá entender essas diferenças.
Inicialmente, serão apresentados os fatores que podem causar essas 
deficiências e as suas implicações sobre o desenvolvimento e a apren-
dizagem. Em seguida, vamos explorar algumas possibilidades de inter-
venção pedagógica no sentido de possibilitar a inclusão desses sujeitos 
no sistema regular de ensino.
Possíveis causas para a surdez e a cegueira
As causas das deficiências sensoriais, de forma geral, são variadas, podendo 
ser congênitas ou adquiridas. No que se refere à surdez ou deficiência auditiva, 
Marchesi (2004) aponta que, em cerca de um terço das pessoas, a origem da 
surdez não pode ser identificada com exatidão e há uma incidência entre 30% 
e 50% de causas hereditárias. Quanto à surdez adquirida, o autor aponta que 
as causas normalmente estão associadas a ocorrências como doenças ou lesões 
no aparelho auditivo, que podem ser provocadas por perfuração do tímpano 
devido ao uso de objeto perfurante, perda auditiva induzida por ruído e traumas 
físicos que afetam o osso temporal, entre outros fatores.
Quanto à deficiência visual, a Secretaria de Educação Especial do Ministério 
da Educação, por meio do documento Saberes e Práticas de Inclusão (BRASIL, 
2006a), explica que as causas congênitas incluem a prematuridade, por retinopatia 
da prematuridade ou por excesso de oxigênio na incubadora; a toxoplasmose, 
que pode levar a corioretinite; a rubéola e infecções na gestação, que podem 
levar a catarata ou glaucoma. A deficiência visual também pode decorrer de 
problemas durante o parto, que envolvem hipoxia, anoxia ou infecções perinatais, 
as quais podem levar à atrofia óptica. Aspectos hereditários como glaucoma 
congênito, degenerações retinianas (síndrome de Leber) e doenças hereditárias 
como diabetes também são fatores causadores da deficiência visual.
Com relação às causas adquiridas, podem ser destacados os traumas oculares, 
as lesões cerebrais por acidente, doenças como diabetes, descolamento de retina, 
glaucoma, catarata, degeneração senil, infecções virais, tumores cerebrais. 
Também podem ocorrer lesões cerebrais em que o aparelho ocular se encontra 
em funcionamento normal, mas as mensagens visuais não são corretamente 
interpretadas e processadas pelo cérebro, o que leva à deficiência visual cortical 
(encefalopatias, alterações de sistema nervoso central ou convulsões).
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão2
Deficiência visual e cegueira
O termo “deficiência visual” se refere à diminuição ou perda da resposta visual, 
de caráter congênito ou adquirido. De acordo com Gil (2000), a deficiência 
visual pode ser classificada de duas formas:
 � baixa visão – quando ocorre a perda profunda da acuidade visual, indicando 
significativa redução do campo visual e da sensibilidade aos contrastes. A 
baixa visão se apresenta como “[...] incapacidade de enxergar com clareza 
suficiente para contar os dedos da mão a uma distância de 3 metros, à luz 
do dia;em outras palavras, trata-se de uma pessoa que conserva resíduos 
de visão” (GIL, 2000, p. 6). Quando os óculos convencionais, as lentes 
de contato, os implantes de lentes, os colírios ou as cirurgias não podem 
melhorar a qualidade da visão, estamos diante de um caso de baixa visão.
 � cegueira ‒ quando ocorre a ausência total da resposta visual ou mesmo 
ausência da projeção de luz pelo aparelho ocular. Raramente ocorrem 
cegueiras absolutas; na maioria dos casos, as pessoas cegas conseguem 
captar alterações de luz no ambiente, sombras ou mesmo nuances de cores. 
De acordo com o documento Saberes e Práticas da Inclusão (2006), a 
cegueira se caracteriza pela acuidade visual igual ou menor que 20/200 
ou campo visual inferior a 20° no melhor olho, cujo resíduo visual pode 
ser utilizado para fins sociais, mas não oferece suporte à realização de 
tarefas, exigindo auxílio de tecnologias assistivas e/ou técnicas específicas.
De acordo com a legislação vigente, mais especificamente a partir da Lei 
Brasileira da Inclusão, Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015:
Cegueira: na qual a acuidade visual é menor ou igual a 0,05 no melhor olho 
com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade 
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho e com a melhor correção óptica; 
os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os 
olhos for igual ou menor que 60; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das 
condições anteriores (BRASIL, 2015, p. 6).
É importante destacar que essa definição não se constitui como 
uma tipificação visual única. Dependendo das circunstâncias em que 
se encontram os sujeitos, a maneira como cada pessoa enxerga pode variar.
3Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
Deficiência auditiva e surdez
Bisol e Sperb (2010) apontam a falta de consenso entre os autores sobre os 
conceitos de surdez e deficiência auditiva. Para alguns, a surdez é uma limitação 
sensorial, cujas evidências científicas, culturais e sociais indicam que seja uma 
deficiência. Para outros, no entanto, a surdez não constitui uma deficiência, já 
que a pessoa surda é capaz de se comunicar; as limitações nessa área lhe são 
impostas pela sociedade, que não reconhece o seu meio natural de comunicação: 
a língua de sinais. Para os autores que se dedicam a pesquisar sobre a 
surdez pelo viés cultural, como Lopes (2007), Perlin (2007), Skliar (2010), essa 
questão está bastante clara, ou seja, com a oficialização e regulamentação 
da Libras houve um deslocamento importante do que entendemos sobre as 
especificidades do sujeito surdo e também do que entendemos pelo conceito 
da surdez. Ou seja, a Libras proporcionou ao sujeito surdo à possibilidade 
de ser reconhecido a partir da sua especificidade linguística, permitindo que 
ele se comunique a partir de outra língua e faça parte de uma outra cultura, 
no caso a cultura surda. Nesse sentido, o sujeito surdo é reconhecido pelo 
enfoque cultural. Essa questão é muito importante, isso porque, dependendo 
do nosso olhar sobre a surdez como deficiência ou não, todo o processo 
de ensino e aprendizagem para esses sujeitos será diferente. Ao longo do 
texto, essas diferenças serão melhor demarcadas. Assim, a crítica feita por 
aqueles que defendem que a surdez não é uma deficiência é a de que a educação 
supervaloriza a audição e a fala, contribuindo para que as pessoas surdas fiquem 
à margem da sociedade.
A pessoa surda é aquela cuja audição não é funcional para todos os sons e 
ruídos ambientais da vida, apresentando altos graus de perda auditiva, o que pode 
limitar a aquisição da linguagem oral e escrita. 
De acordo com o Decreto 5.626, de 22 de fevereiro de 2005 (BRASIL, 
2005, documento on-line):
Art. 2º – Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compre-
ende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando 
sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Parágrafo único: Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial 
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas 
frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. 
A audição é geralmente medida e descrita em decibéis (dB), uma medida 
relativa da intensidade do som. Zero decibéis representa audição normal, e 
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão4
uma perda auditiva de até 25 decibéis não é considerada uma deficiência 
significativa. A surdez parcial é também denominada de hipoacusia.
Para entender um pouco melhor de que forma ocorre uma perda auditiva, 
é fundamental conhecer como funciona o ouvido. O ouvido externo é respon-
sável pela captura dos sons, formado pelo pavilhão auricular (orelha) e o canal 
auditivo, em continuidade o som é conduzido até o ouvido médio, chocando-se 
contra a membrana timpânica, produzindo ondas vibratórias que chegam a três 
pequenos ossos, também conhecidos como cadeia ossicular do ouvido, quais 
sejam: o martelo, a bigorna e o estribo. Esses três pequenos ossos formam uma 
ponte entre o ouvido médio e o ouvido interno. Essa interação é responsável 
por intensificar e ampliar as ondas sonoras antes que elas cheguem à janela 
oval, o ouvido interno. É no ouvido interno que está localizada a cóclea, 
cujo formato é o de um caracol que contém um sistema de canais cheio de 
um líquido aquoso. Quando as ondas sonoras fazem a janela oval vibrar, o 
líquido se movimenta e mexe células muito pequenas, as quais chamamos de 
células ciliadas, que o nervo auditivo capta e leva as informações ao cérebro.
As vibrações são transformadas em impulsos elétricos no órgão de Corti 
(ou órgão espiral), as ondas sonoras, como as conhecemos, que são transmitas 
pelo ar. São sons captados por nossa via aérea. Também é possível captar os 
sons por via óssea. No caso de uma pessoa com audição normal, o som é 
escutado por via aérea e, somente quando o som for muito grave e intenso, 
sentimos a vibração por via óssea, como, por exemplo, o bater de um tambor.
Classificação da deficiência auditiva
É necessário saber quais são os fatores etiológicos que originam a perda 
auditiva. Isso porque existem diferentes classificações para cada tipo de perda 
auditiva, essas perdas são identificadas por escalas em decibéis (dB). Essas 
informações são necessárias, pois é por meio delas que o professor irá desen-
volver estratégias de ensino para esses sujeitos.
Identificar se o aluno é surdo ou tem alguma deficiência auditiva é fun-
damental, isso porque todas as discussões voltadas para o seu processo de 
inclusão no ensino regular serão determinadas por esse fator. Além disso, 
as práticas pedagógicas voltadas para o ensino de pessoas com deficiência 
auditiva dependem das suas especificidades linguísticas e comunicacionais. 
Segundo o MEC (2003), do ponto de vista educacional, consideram-se 
dois grupos específicos:
5Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
	 parcialmente surdos ou com deficiência auditiva: aqueles com surdez 
leve e surdez moderada;
	 grupo dos surdos: aqueles com surdez severa e surdez profunda.
O volume ou intensidade dos sons é medido por unidades chamadas de-
cibéis (dB).
	 Surdez leve: perda auditiva de até 40 dB. Essa perda impede a per-
cepção perfeita de todos os fonemas da palavra, mas não impede 
a aquisição normal da linguagem. Pode, no entanto, acusar algum 
problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita.
	 Surdez moderada: perda auditiva entre 40 e 70 dB. Esses limites se 
encontram no nível da percepção da fala, sendo necessário uma voz 
de certa intensidade para que seja claramente percebida. A pessoa 
apresenta maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientesruidosos. Ela identifica as palavras mais significativas, mas tem 
dificuldade na compreensão de certos termos de relação e/ou frases 
gramaticais complexas.
	 Surdez severa: perda auditiva entre 70 e 90 dB. Essa perda permite a 
identificação de alguns ruídos familiares e apenas a percepção da voz 
de timbre mais forte. A compreensão verbal vai depender da utiliza-
ção da percepção visual e da observação do contexto das situações.
	 Surdez profunda: perda auditiva superior a 90 dB. Essa perda é 
muito grave e pode privar a pessoa da percepção e identificação da 
voz humana, impedindo-a de adquirir naturalmente a linguagem oral.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão6
O professor do aluno portador de baixa visão deve pautar-se no estímulo à utilização 
plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes. Alguns sinais característicos 
podem ser observados nesses alunos, como esfregar excessivamente os olhos, franzir 
a testa, balançar a cabeça ou movê-la para frente ao olhar para um objeto próximo ou 
distante, fechar e cobrir um dos olhos, levantar para ler o que está escrito no quadro negro, 
em cartazes ou mapas, copiar do quadro negro faltando letras, trocar palavras e mesclar 
sílabas, ter dificuldade na leitura ou em outro trabalho que exija o uso concentrado dos 
olhos, piscar mais que o habitual, chorar com frequência ou irritar-se com a execução 
de tarefas, tropeçar ou cambalear diante de pequenos objetos, trazer livros ou objetos 
miúdos para bem perto dos olhos, apresentar desconforto ou intolerância à claridade. 
Esses alunos costumam trocar a posição do livro e perder a sequência das linhas em uma 
página ou mesclar letras semelhantes. Eles demonstram falta de interesse ou dificuldade 
em participar de jogos que exijam visão de distância (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007).
Desenvolvimento e educação de crianças surdas 
e com deficiência visual
Autores da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, como Piaget, 
Vygotsky e Wallon, entre outros, assinalam a importância das interações comunica-
tivas entre o bebê e as pessoas que o cercam. Mas e quando essa comunicação não 
dispõe de canais fundamentais como a visão ou a audição? O estudo dos impactos 
da privação dos sentidos da visão e da audição sobre o desenvolvimento é de suma 
importância para a educação, pois fornece elementos para a compreensão dos 
aspectos sociais, emocionais, cognitivos e linguísticos envolvidos nas deficiências 
sensoriais, bem como para a compreensão dos fatores socioambientais que podem 
influenciar no desenvolvimento pleno das crianças com essas deficiências.
A ausência de estimulação ou restrição de experiências comunicativas visuais 
e auditivas pode ameaçar o desenvolvimento normal do processo educativo da 
criança privada de visão ou audição. Além disso, o modo como essa restrição 
opera sobre o seu desenvolvimento depende de alguns fatores desenvolvimentais, 
educacionais e socioemocionais, os quais serão abordados a seguir.
7Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
Aspectos do desenvolvimento e as implicações 
socioeducacionais da criança cega 
De acordo com Ochaíta e Espinosa (2004), as crianças cegas podem construir 
o seu desenvolvimento, apesar das limitações no acesso a informações visuais. 
Isso ocorre porque há um processo de compensação pelos demais órgãos do 
sentido, que passam a ser vias alternativas de conhecimento de mundo.
 Para Farrel (2008), o desenvolvimento social e emocional, da linguagem 
e cognição e da mobilidade e orientação são afetados na deficiência visual, 
podendo influenciar o funcionamento e a aprendizagem da criança nessa 
condição, caso não sejam empregadas as estratégias educacionais adequadas. 
Cabe ressaltar, conforme apontado pela Secretaria de Educação Especial do 
Ministério da Educação (BRASIL, 2006a), que não há diferença entre a criança 
com deficiência visual e a criança vidente, do ponto de vista da capacidade 
de aprender. O nível “funcional” dessa criança, entretanto, pode estar redu-
zido, pela restrição de experiências que, adequadas às suas necessidades de 
maturação, sejam capazes de minimizar os prejuízos decorrentes do distúrbio 
visual (BRASIL, 2006a).
 O impacto da deficiência visual sobre o desenvolvimento do indivíduo 
depende de vários fatores que, de acordo o documento Saberes e Práticas de 
Inclusão (BRASIL, 2006a), devem ser observados pelos educadores, a fim de 
promover intervenções pedagógicas mais adequadas. Eles serão analisados 
a seguir.
Idade em que manifestou a deficiência 
Se uma criança possui cegueira congênita ou perdeu a visão nos primeiros 
anos de vida, a sua aprendizagem dependerá dos outros sentidos (tato, paladar, 
olfato, audição). Ela não conserva imagens visuais para relacioná-las com as 
impressões recebidas e formar os conceitos sobre o mundo que a cerca.
Causa da deficiência
O conhecimento da causa da deficiência pode auxiliar os educadores a identi-
ficarem se algum aspecto da conduta visual pode afetar o processo de ensino-
-aprendizagem, bem como os cuidados necessários. Por exemplo, algumas 
patologias da visão requerem ambientes com pouca luz e outras, ambientes 
bem iluminados.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão8
Aceitação da deficiência 
Estudos indicam que a forma como a pessoa lida com a evidência da perda 
visual é fundamental para que os programas de inclusão tenham sucesso. 
Quando o aluno aceita a sua condição de deficiência, apresenta-se mais aberto 
à utilização dos seus próprios recursos sensoriais remanescentes e dos recursos 
de ensino para aprender (BRASIL, 2006a).
Tempo transcorrido e estrutura emocional 
Geralmente, os indivíduos que perdem a visão de forma gradativa e lenta e que 
convivem há mais tempo com a deficiência tendem a se adaptar mais facilmente 
à situação educacional, ao contrário daqueles que ainda se encontram sob o 
impacto emocional da perda recente da visão. A capacidade de aceitação da 
deficiência depende, em grande parte, da estrutura emocional, bem como das 
condições oferecidas pelo meio social e familiar, em especial quando a perda 
da visão ocorre de forma súbita.
Grau da perda visual
O fato de o aluno ter visão residual interfere diretamente nas estratégias 
didático-pedagógicas, indicando a necessidade de utilização ou não de de-
terminados materiais adaptados.
Oportunidades de aprendizagem
A criança com deficiência visual necessita de oportunidades para aprender, 
num ambiente em que possa ser estimulada em seu desenvolvimento, por meio 
de experiências sensoriais compensatórias e convívio social. Quando isso não 
ocorre, pode levar à insegurança na adequação ao meio social.
Aspectos do desenvolvimento e as implicações 
socioeducacionais da criança surda
Sabe-se que a capacidade de comunicação é um dos principais responsáveis pelo 
processo de desenvolvimento da criança surda em toda a sua potencialidade. 
Mas o que dizem as teorias sobre o desenvolvimento da comunicação dessa 
criança? Será que essa criança passa pelos mesmos processos que a criança 
ouvinte quanto ao desenvolvimento da sua capacidade de se comunicar?
9Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
Antes da aquisição da linguagem oral, os seres humanos utilizam natural-
mente recursos gestuais para se comunicarem. A criança que nasce surda ou 
perde a audição muito precocemente necessita de um ambiente estimulador, 
que valorize os recursos utilizados por ela para se comunicar.
Segundo Marchesi (2004), nos primeiros meses de vida, o intercâmbio 
comunicativo entre adulto e bebê já ocorre por meio de expressões primitivas, 
pelas quais um e outro se regulam mutuamente, constituindo uma relação 
social básica. A falta do feedbak auditivo pode levar a uma diminuição das 
expressões vocais dos bebês, mas essas consequências podem serminimizadas 
em um ambiente rico em interações.
Um fator de influência sobre o modo como ocorrerá o desenvolvimento da 
criança surda destacado por Marchesi (2004) é a idade em que se produziu a perda 
auditiva, que o autor diferenciou em dois tempos: antes dos três anos e depois dos 
três anos de idade. O primeiro caso denomina-se surdez pré-locutiva, pois a surdez 
ocorre antes que a criança tenha consolidado a fala; o segundo denomina-se surdez 
pós-locutiva, pois ocorre posterior à consolidação do desenvolvimento da fala. 
Com isso, as estratégias educativas devem levar esses dois fatores em consideração. 
Segundo o autor, pesquisas indicam que as crianças que se tornam surdas 
antes da consolidação da linguagem oral não conseguiram consolidar, or-
ganizar neurologicamente e internalizar a fala. Já as crianças que perderam 
a audição depois possuem melhores condições de aprimorar a competência 
linguística verbal, se forem estimuladas a isso. Cabe ressaltar, no entanto, que 
a oralização como método de comunicação para surdos não é um consenso 
entre os autores, como você verá mais adiante. 
Os fatores ambientais também são destacados por Marchesi (2004) como 
capazes de influenciar o desenvolvimento de crianças surdas, como a atitude 
dos pais diante da surdez, a sua aceitação e busca de uma forma legítima de 
comunicação, que possibilite à criança interagir plenamente com o seu meio 
social, bem como a possibilidade de estimulação sensorial e a utilização da 
linguagem de sinais. O autor destaca ainda que crianças filhas de pais surdos 
tendem a ser mais bem-estimuladas em termos comunicacionais do que as 
que nascem de pais ouvintes. 
Alguns estudos sobre o desenvolvimento da linguagem em crianças surdas 
indicam, segundo o autor, que a progressão da linguagem ocorre de maneira 
semelhante à dos ouvintes: as crianças surdas escolhem inicialmente um 
membro de uma classe para representar a classe em seu conjunto. Por exem-
plo, criam um sinal ou um gesto para a classe “animal”, que pode representar 
qualquer animal (cachorro, gato, leão, etc.) e, aos poucos, vão refinando a sua 
comunicação, como ocorre com as crianças ouvintes.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão10
Marchesi (2004) ressalta que a competência cognitiva dos surdos também 
é semelhante à dos ouvintes, pois passam pelas mesmas etapas do desen-
volvimento, podendo ocorrer uma evolução um pouco mais lenta devido às 
deficiências experimentais/comunicacionais que o surdo vive. Então, em se 
tratando da educação de crianças surdas, o desenvolvimento comunicativo e 
linguístico é um elemento decisivo à sua inserção social e cultural, influen-
ciando também na sua aprendizagem.
Necessidades educativas especiais e a inclusão 
de alunos com surdez, deficiência auditiva, 
cegueira e baixa visão
A participação no currículo regular, com as devidas adequações de acesso, 
deve ser uma meta perseguida pelas escolas, no sentido de assegurar a educa-
ção inclusiva. Assim, as escolas devem prever a participação dos alunos com 
deficiências sensoriais em programas voltados ao Atendimento Educacional 
Especializado (AEE), para que estas possam se desenvolver plenamente e apren-
der com equidade. Tais programas envolvem o desenvolvimento de técnicas 
e tecnologias assistivas, bem como o desenvolvimento de conhecimentos e 
habilidades, visando minimizar as dificuldades oriundas da privação sensorial.
De acordo com o Ministério da Educação, por meio do documento Diretrizes 
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado, implementado 
pelo Decreto nº. 6.571/2008, no âmbito do sistema educacional, esses programas 
podem se efetivar dentro da própria escola, em salas de recursos multifuncio-
nais, em Centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou 
em instituições conveniadas, sempre de forma complementar ou suplementar, 
devendo ocorrer no turno inverso à escolarização (BRASIL, 2009).
A seguir, vamos discorrer sobre as necessidades educativas especiais es-
pecíficas apresentadas por alunos com deficiência auditiva e visual, indicando 
possíveis intervenções pedagógicas no âmbito do atendimento educacionais 
especializado. 
Necessidades educativas especiais para alunos com 
deficiência visual e a educação 
A deficiência visual pode limitar a experiência da criança com o mundo. Por 
isso, é importante que sejam oferecidas a ela oportunidades para desenvolver e 
aprimorar a utilização dos sentidos remanescentes, assim como as habilidades 
11Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
que favoreçam a sua inclusão social e educacional. Isso se torna possível a partir 
da sua participação em programas de atendimento educacional especializado 
e mediante as adequações de acesso ao currículo escolar.
De acordo com o documento Saberes e Práticas da Inclusão (BRA-
SIL, 2006a), os programas de atendimento especializado para pessoas com 
deficiência visual envolvem as áreas de atividades da vida diária (AVD), 
orientação e mobilidade, e o ensino de braile.
Atividades da vida diária
Segundo Gil (2000), desde a tenra infância, aprendemos a lidar com as mais 
diversas situações apenas por meio da observação. A criança que nasce cega 
necessitará que as atividades que fazem parte do seu cotidiano lhe sejam 
ensinadas, já que não dispõe do recurso da visão para aprender pela observa-
ção. As atividades da vida diária são uma área da educação especial voltada 
ao desenvolvimento de competências relacionadas à autonomia na resolução 
de problemas cotidianos. São procedimentos que fazem parte do nosso dia 
a dia, mas aos quais não damos muita atenção, em função da facilidade que 
temos em realizá-los. Contudo, a pessoa cega necessita de treinamento para 
executá-los com autonomia e independência.
Os programas de AVD contribuem com o desenvolvimento de habilidades e técnicas que 
possibilitam à pessoa cega executar com autonomia atividades como higiene pessoal, 
elaboração de seus próprios alimentos e alimentação, bons hábitos à mesa, cuidado à 
casa, técnicas de organização pessoal, comportamento social, atividades domésticas, 
cuidados com a saúde e segurança. A criança cega desenvolve essas capacidades com o 
auxílio da comunicação oral e do uso de recursos e técnicas específicas, propiciados pelo 
contato físico. Por exemplo, uma criança vidente pode aprender a se alimentar com garfo 
e faca sem transbordar a comida do prato apenas observando, já a criança cega deverá 
contar com o apoio de técnicas de medidas e dosagens para não transbordar o alimento.
Para Gil (2000), o desenvolvimento de um programa de AVD não se li-
mita ao objetivo de oferecer maior independência à pessoa com deficiência 
visual, mas contribui também para a sua autoconfiança e para que a sociedade 
possa enxergar as suas potencialidades e capacidades, tendo em vista a sua 
participação social ativa.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão12
Orientação e mobilidade
Segundo Ochaíta e Espinosa (2004), conhecer o espaço à sua volta e mover-se 
no espaço com autonomia é uma das aprendizagens mais complexas a serem 
conquistadas pela pessoa com deficiência visual, devido à importância da visão 
para a orientação e a mobilidade espacial. Por isso, a orientação e mobilidade 
faz parte dos programas de atendimento educacional especializado. Envolve 
o desenvolvimento do esquema corporal, a orientação, o reconhecimento da 
natureza dos ambientes e terrenos, bem como o reconhecimento dos obstáculos 
geográficos; a percepção de distância (passos, metros, quilômetros e tempo), 
de profundidade e altura; e o desenvolvimento do sentido sinestésico, para a 
criação de mapas mentais.
É uma área de extrema importância para que a pessoa com deficiência 
visual tenha autonomia e independência, pois permite que ele exercite o seu 
direito de ir e vir, sem depender diretamente dasações de outras pessoas. 
Muitas vezes, a pessoa com deficiência visual pode se encontrar desorientada 
e sem referências para realizar um movimento ou locomover-se no espaço, 
por não ter desenvolvido essas habilidades.
De acordo com Mota (2001), o processo de orientação e mobilidade é 
amplo e flexível, e envolve o desenvolvimento de um conjunto de capacida-
des motoras, cognitivas, afetivas e sociais. Por meio de técnicas apropriadas 
e específicas, essas capacidades permitem à pessoa com deficiência visual 
conhecer, relacionar-se e deslocar-se de forma independente e natural nas mais 
diversas estruturas, nos espaços e nas situações do ambiente. A educação para 
orientação e mobilidade envolve o desenvolvimento do conceito corporal, 
conceitos espaciais, de medidas e ambientais, além do treino da audição 
(MOTA, 2001). As estratégias e os recursos mais utilizados na orientação e 
mobilidade são o guia vidente, a autoproteção, a bengala longa e o cão-guia.
Ensino do braile
Conforme apontado por Sá, Campos e Silva (2007), a leitura e escrita do aluno 
cego têm como recurso o sistema braile, que é um código universal de leitura 
tátil inventado na França, em 1825. O braile consiste na combinação de seis 
pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. As diferentes 
disposições desses seis pontos permitem a formação de 63 combinações ou 
símbolo braile. Os símbolos formados pelo braile representam não só as letras 
do alfabeto, mas também os sinais de pontuação, números e notas musicais, 
permitindo ao cego uma comunicação ampla (Figura 1).
13Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
Figura 1. Criança cega realizando leitura em braile.
Foto: Wavebreakmedia/Shutterstock.com.
Ao contrário da leitura e escrita dos videntes, as pessoas cegas que utili-
zam o braile leem com as pontas dos dedos, deslizando-os sobre os pontos 
em relevo. No braile, o aluno cego pode ler apenas um símbolo de cada vez, 
tornando a leitura mais lenta.
Para Ochaíta e Espinosa (2004), o ensino do braile deve ser priorizado como 
forma de comunicação escrita para crianças cegas, devendo-se utilizar o sistema 
em tinta para os casos de baixa visão, sempre que possível, já que existem 
tecnologias assistivas, como lupas e computadores com ampliação de tela.
Além disso, segundo Ochaíta e Espinosa (2004, p. 165), a utilização desse 
sistema:
[...] lhes permite maior acesso às informações e à comunicação, tanto dentro 
como fora da escola. Se, pelo tipo de deficiência – por exemplo, uma doença 
degenerativa do sistema visual –, for aconselhável a aprendizagem do Braile, 
mesmo que a criança disponha de resquícios visuais importantes, o ensino deve 
ser feito associando as informações táteis e visuais, visto que diversos estudos 
demonstraram que a aprendizagem visual do Braile é mais fácil que a tátil. 
Conforme prevê a Política Nacional de Educação Especial, a inclusão de 
alunos com deficiência requer a estruturação do atendimento educacional 
especializado pela formação da sala de recursos, para apoiar o professor da 
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão14
classe regular. Deve-se providenciar adaptação de materiais e tecnologias 
assistivas, como recursos ópticos, sistema braile, computadores com sinteti-
zadores de voz, gravadores e materiais desportivos adaptados, como bola de 
guizo, xadrez, dominó, dama, baralho e outros.
A acessibilidade, definida pela Lei nº. 10.098/ 2000, também deve ser 
garantida e adequada à Norma 9050 da ABNT, visando acessibilidade arqui-
tetônica e do mobiliário. Exemplos dessa adaptação são a reorganização do 
espaço para facilitar a movimentação e evitar acidentes; pistas táteis, auditivas 
ou olfativas para orientar o aluno na localização de ambientes; colocação de 
corrimões nas escadas.
No que se refere às adequações de acesso ao currículo escolar, o documento 
Saberes e Práticas da Inclusão (2006) define algumas ações para a inclusão 
de alunos cegos e com baixa visão. É importante que o professor familiarize 
o aluno com o espaço da sala de aula, apoiando-o na locomoção e tomando 
cuidado para que a mobília não seja alterada, a fim de que o aluno não seja 
surpreendido com modificações que possam provocar acidentes.
Para a aprendizagem da matemática, além dos recursos em relevo que o 
professor pode utilizar para a confecção de gráficos e elementos algébricos, 
um recurso bastante utilizado por alunos cegos é o Soroban, um aparelho de 
cálculo adaptado, que permite a realização de operações matemáticas (adição, 
subtração, multiplicação, divisão, radiciação, potenciação).
De acordo com Sá, Campos e Silva (2007), os desenhos, gráficos e mapas 
devem ser adaptados e representados em relevo. Também são relevantes para a 
inclusão do aluno cego o uso de alfabeto de madeira, lixa ou pano, bola de guizo 
(para aulas de educação física), globo em relevo, gravador, mapa de madeira, 
miniaturas, computador com sintetizador de voz, prancha, reglete e punção. 
Conforme apontado por Sá, Campos e Silva (2007), é importante que as 
atividades predominantemente visuais sejam adaptadas com antecedência. Isso 
pode ser feito com o apoio do professor que atua no atendimento educacional 
especializado. Outras atividades requerem adaptação durante a sua realização, 
como o uso de audiodescrição durante a exibição de filmes e outras informações 
que possam auxiliar o aluno a identificar o contexto, seja na sala de aula ou em 
atividades externas, como excursões e exposições. É recomendável apresentar 
um resumo ou contextualizar a atividade programada para esses alunos.
O professor do aluno cego deve providenciar adequações de acesso ao cur-
rículo da sala de aula, fornecendo recursos materiais e adaptando a avaliação 
quanto ao instrumento utilizado, com a transcrição de provas para o braile, 
provas ditadas ou gravadas, avaliações orais. Além disso, deve ampliar o tempo 
de realização da avaliação, para que o aluno não fique em desvantagem com 
15Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
relação aos demais, entregar com antecedência para o aluno o material de leitura 
que será transcrito para o braile ou gravado. Para alunos que já enxergaram, 
é importante que se considere a bagagem de informações visuais, a fim de 
desencadear novas associações que favoreçam a compreensão.
Ainda segundo Sá, Campos e Silva (2007), a área da informática tem ofe-
recido recursos valiosos para a inclusão da pessoa com deficiência visual, os 
quais facilitam muito o acesso à informação e a comunicação com esses alunos. 
Alguns exemplos são os softwares sintetizadores de voz, que leem o que está 
escrito na tela do computador para o aluno, os teclados em braile, os softwares 
que ampliam o tamanho das letras ou o próprio texto para as pessoas com visão 
subnormal.
O vídeo Recursos para pessoas com deficiência visual: Programa Especial traz uma re-
portagem que acompanha pessoas com deficiência visual e apresenta uma série de 
recursos que auxiliam na sua independência e inclusão social.
https://goo.gl/SpSYXe
Necessidades educativas especiais para alunos surdos e 
a educação 
De acordo com Damázio, Alves e Ferreira (2010), as concepções sobre a melhor 
forma de comunicação do surdo se fundamentaram historicamente em três 
diferentes abordagens educacionais: a abordagem oralista, a comunicação 
total e a educação bilíngue.
Na abordagem oralista, a pessoa surda é ensinada a comunicar-se pela voz, 
para que possa utilizar a língua dos ouvintes. Nesse tipo de comunicação, o surdo 
reproduz a fala e realiza a leitura labial; a utilização de gestos ou sinais para 
representar ou indicar coisas ou objetos não é bem aceita. A comunicação total 
considera a pessoa com surdez de forma natural, valorizando suas características 
e admitindo o uso de todo e qualquer recurso possível para que a comunicação 
e a interação socialocorram, ou seja, a linguagem gestual/visual, textos orais e 
escritos. Quanto ao bilinguismo, Damázio, Alves e Ferreira (2010) enfatizam 
que é a forma de comunicação que capacita a pessoa com surdez para a utilização 
de duas línguas: a língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão16
De acordo com Damázio, Alves e Ferreira (2010), o oralismo e a comunicação 
total não favorecem o pleno desenvolvimento das pessoas surdas, pois enfatizam 
a modalidade oral, em que essas pessoas usam um português sinalizado, em 
detrimento da sua língua natural: a língua de sinais. A autora defende que a 
educação bilíngue é a que melhor corresponde às necessidades educacionais 
do aluno com surdez, pois respeita a língua natural e permite construir um 
ambiente propício para a educação especial na perspectiva da inclusão escolar.
A língua de sinais é uma forma de comunicação que se dá exclusivamente 
por meio de sinais gestuais. É um sistema linguístico de natureza visual-motora, 
com estrutura gramatical própria, mas que não é universal. Cada país possui 
a sua própria língua de sinais, que varia regionalmente, conforme a cultura. 
A língua brasileira de sinais (Libras) é reconhecida como uma língua 
oficial na Lei nº. 10.436/2002 (BRASIL, 2002). O direito à comunicação por 
Libras bem como aos recursos que sirvam de suporte para essa comunicação 
são definidos no Decreto nº. 5.626 (BRASIL, 2005), que preconiza a oferta 
obrigatória do ensino da Libras e da língua portuguesa como segunda língua 
para os surdos, desde a educação infantil, e prevê que os sistemas educacionais 
devem contar com: a) professor de Libras ou instrutor de Libras; b) tradutor e 
intérprete de Libras–língua portuguesa; c) professor para o ensino de língua 
portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e d) professor regente 
de classe com conhecimento da singularidade linguística manifestada pelos 
alunos surdos. Assim, como suporte à comunicação, cabe às escolas desenvol-
verem um ambiente bilíngue, sendo o atendimento educacional especializado 
ofertado tanto na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais.
De acordo com Quadros (2008), a melhor escola para os surdos é aquela que 
oferece um ambiente em que a criança surda possa se comunicar com pessoas 
que sejam falantes nativas da língua de sinais, ou seja, com outras pessoas 
surdas. Esse é o posicionamento de autores que defendem que a educação de 
surdos seja realizada em escolas próprias para crianças nessas condições. 
Alguns dos argumentos apresentados por Quadros (2008) são os seguintes: 
[...] oportunizar a aquisição da Libras, oferecer modelos bilingue e bicultural à 
criança e oportunizar o desenvolvimento da cultura específica da comunidade 
surda. A escola deve se preocupar com a qualidade e a quantidade de input 
da Libras oferecido à criança (QUADROS, 2008, p. 108).
A criação de um projeto educacional inclusivo na escola é uma condição 
fundamental para que sejam rompidas as barreiras para a inclusão do aluno 
surdo. A escola deve considerar as necessidades de comunicação desse aluno, 
17Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
preparando-o para a vida em sociedade. Para tanto, deve oferecer-lhe condi-
ções de aprender um código de comunicação que permita o seu ingresso na 
realidade sociocultural, com efetiva participação na sociedade.
De acordo com Damázio (2007), a inclusão do aluno surdo requer da escola 
as seguintes providências:
 � contratação de um intérprete de sinais, para acompanhar os alunos 
surdos sinalizados nas atividades do currículo escolar;
 � disponibilização de material concreto e visual que sirva de apoio para 
garantir a assimilação de conceitos novos;
 � troca de experiências com professores que tenham vivenciado situações 
semelhantes;
 � orientação de professores de educação especial, itinerantes ou de salas 
de recursos.
Alguns cuidados e adequações que o professor deve ter para a inclusão do aluno 
surdo estão descritos a seguir.
 � Sempre que for falar com o aluno surdo, dirigir-se a ele, e não ao intérprete.
 � Empregar formas diversificadas de meios de comunicação.
 � Facilitar a compreensão do aluno servindo-se de mensagens escritas, lousa, pro-
jeções e outros métodos visuais.
 � Favorecer o trabalho em pequenos grupos, para que a comunicação seja mais 
efetiva e o aluno possa participar.
 � Cuidar para que o posicionamento do aluno na sala permita que ele possa ter o 
melhor alcance visual da sala e do professor.
 � No caso de alunos que realizam leitura labial, articular as palavras de forma clara.
 � Entregar textos para leitura com antecedência.
 � Considerar as possíveis falhas na produção escrita do aluno, adequando os critérios 
de avaliação nesse quesito.
 � Possibilitar que o aluno realize as atividades que envolvam escrita e leitura em 
maior tempo.
 � Criar situações de comunicação que favoreçam a expressão e interação contínua 
do aluno surdo junto aos colegas na sala de aula.
 � Repetir as questões ou os comentários durante as discussões ou conversas e indicar, 
por gestos, quem está falando, para uma melhor compreensão por parte do aluno.
 � Escrever no quadro ou no caderno do aluno datas e informações importantes, 
para assegurar que foram entendidas (p. ex. datas, terminologia, símbolos, etc.).
 � Disponibilizar um tempo para o atendimento individual do aluno, a fim de auxiliá-lo 
e acompanhar o seu progresso.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão18
Como suporte à comunicação, cabe às escolas desenvolverem um ambiente 
bilíngue, no qual seja possibilitado ao aluno surdo o acesso à língua brasileira 
de sinais e à língua portuguesa. 
Os alunos surdos devem frequentar as salas regulares e, em horário com-
plementar, deverá ser realizado o atendimento educacional especializado. 
Segundo Damázio (2007), esse atendimento deve envolver três momentos 
didático-pedagógicos.
 � Atendimento educacional especializado em Libras: é o momento 
em que o aluno surdo é auxiliado por um professor, preferencialmente 
surdo, no desenvolvimento dos diferentes conteúdos curriculares abor-
dados na sala de aula, utilizando a linguagem de sinais como forma 
de comunicação.
 � Atendimento educacional especializado para o ensino de Libras: é 
o momento destinado ao ensino da Libras para alunos surdos, que terão 
aulas nessa língua, visando favorecer a sua aprendizagem, especialmente 
no que se refere ao conhecimento e à aquisição de termos científicos. 
Esse trabalhado deve ser realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras 
(preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento 
da língua de sinais em que o aluno se encontra. 
 � Atendimento educacional especializado para o ensino da língua 
portuguesa: é o momento em que são trabalhadas as especificidades 
da língua portuguesa para os alunos surdos. Deve ser um trabalho 
diário junto ao aluno, realizado por um professor de língua portuguesa, 
graduado nessa área, preferencialmente. 
A criança com audição normal aprende a ler decodificando o sistema de 
símbolos da palavra, pela associação desses símbolos aos conceitos linguísticos 
já adquiridos por meio da fala. Na criança surda, essa base linguística é ausente; 
portanto, o aprendizado da língua portuguesa tende a ocorrer com maior di-
ficuldade e em maior tempo do que para as crianças ouvintes. Ela necessitará 
de condições especiais para aprender essa língua, que não é natural para ela.
A escrita de crianças surdas tem sido caracterizada na literatura como 
deficiente, quando comparada com a de crianças ouvintes. Observam-se 
dificuldades em relação à flexão e à concordância entre os elementos da frase, 
e faltam elementos de ligação, como preposições e conjunções. Além disso, 
os vocabulários não são ordenados conforme determina a gramática.
19Alunoscom necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
Veja um exemplo de texto escrito por uma pessoa surda.
Os amigos está convite. Vamos Formosa Clube semana e o seu ele vê carnaval pessoas 
para banco como houve falou amigos pedir acabou, já noite as pessoas amigos para 
outra vamos já e embora ele passear para vamos ele cansado banho dormiu (J. S. 
R. – supletivo Fase III – Nível II) (BRASIL, 2006b).
Quanto à alfabetização da criança surda, a Libras é a sua primeira lín-
gua. Por isso, para a alfabetização em língua portuguesa, é importante que a 
criança não oralizada tenha se apropriado da língua de sinais, de modo que 
possa estabelecer uma comunicação com o professor alfabetizador e associar 
os símbolos da escrita.
O professor que alfabetiza crianças surdas sinalizadas precisa se comunicar 
com elas na língua de sinais, A alfabetização deve começar pela leitura: ini-
cialmente o professor deve provocar o interesse dos alunos por essa atividade, 
discutindo previamente um assunto ou uma ilustração sobre ele. Deve primeiro 
apresentar o texto ao aluno em termos gerais, discutindo sobre o que ele trata, 
e somente depois adentrar os detalhes.
O professor pode listar palavras-chave e/ou listar um vocabulário, esti-
mulando o aluno a buscar o significado de algumas palavras do texto. Deve 
também disponibilizar diferentes tipos de texto, que sejam adequados à faixa 
etária da criança surda. 
Na fase da alfabetização, recomenda-se o uso de livros de histórias infantis 
e quadrinhos, pois despertam o interesse da criança e favorecem o estabele-
cimento de relações entre as palavras do texto e o contexto da história com 
o auxílio de ilustrações. Lembre-se de que a criança surda não faz a associa-
ção entre os sons dos fonemas; por isso, precisará memorizar visualmente a 
sequência das letras que formam uma palavra, associando-a sequência a um 
objeto concreto. 
A leitura é uma etapa que antecede a escrita. Assim, a criança precisa ser 
exposta aos estímulos da escrita, interpretando diferentes textos, conforme 
suas possibilidades e aquisições. De acordo com Quadros (2006), a apropriação 
da leitura-escrita pela criança surda passa pelos seguintes níveis.
Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão20
1. Concreto – sinal: a criança deve ler o sinal que refere coisas concretas, 
diretamente relacionadas com a criança. Exemplo: Existe um sinal 
(gesto) para árvore, então a professora apresenta o sinal para a criança.
2. Desenho – sinal: a criança deve ler o sinal associado com o desenho 
que pode representar o objeto em si ou a forma da ação representada 
por meio do sinal. Exemplo: o professor apresenta o sinal árvore e o 
associa à figura de uma árvore.
3. Desenho – palavra escrita: a criança lê a palavra representada por 
meio do desenho, relacionada com o objeto em si ou a forma da ação 
representada por meio do desenho na palavra. Exemplo: apresentar a 
forma escrita da palavra “árvore”, associando-a à figura da árvore.
4. Alfabeto manual – sinal: a criança estabelece a relação entre o sinal de 
árvore e a palavra no português, soletrada por meio do alfabeto manual. 
Exemplo: o professor soletra a palavra usando o alfabeto manual.
5. Alfabeto manual – palavra escrita: a criança associa a palavra escrita 
com o alfabeto manual. Exemplo: representar a palavra “árvore” por 
meio do alfabeto manual.
6. Palavra escrita no texto: a criança lê a palavra no texto (QUADROS, 
2006).
Essas etapas compõem o processo de construção da alfabetização pela 
criança. Observe que a criança surda precisa realizar diversas associações, 
até que sejam internalizados os signos da escrita. Na fase inicial da alfabeti-
zação, o professor não deve exigir da criança surda que realize uma escrita 
estruturada. O mais importante é que a criança possa se expressar. À medida 
que ela vai se tornando mais segura, o professor pode introduzir outros níveis 
de exigência para o desenvolvimento de um texto mais elaborado.
No link e código a seguir, leia o artigo Inclusão e escolarização 
do surdo: o que relatam as pesquisas?, das autoras Clarice Karen 
de Jesus e Celi Corrêa Neres.
https://goo.gl/hgPEBj 
21Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
BISOL, C.; SPERB, T.M. Discursos sobre a surdez: deficiência, diferença, singu-
laridade e construção de sentido. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 26, n. 1, 
jan./mar. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
-37722010000100002&script=sci_abstract>. Acesso em: 19 jul. 2018.
BRASIL. Decreto nº. 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 
24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 
da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 2005. Disponível em: <http://portal.
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5626-2005-secadi&Itemid=30192>. Acesso em: 19 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais 
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Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORAMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edif-
cações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Brasília: ABNT, 2015.
BRASIL. Decreto nº. 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõesobre o atendimento 
educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de 
novembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/decreto/d6571.htm>. Acesso em: 19 jul. 2018.
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SMITH, D. D. Introdução à educação especial: ensinar em tempos de inclusão. 5. ed. Porto 
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TVBRASIL. Recursos para pessoas com deficiência visual: programa especial. Youtube, 
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Acesso em: 20 jul. 2018.
23Alunos com necessidades educativas especiais: surdez, deficiência auditiva, cegueira e baixa visão
Dica do professor
Você aprendeu que a surdez e a deficiência auditiva não são a mesma coisa. Antes da oficialização 
da língua brasileira de sinais (Libras), os sujeitos surdos eram somente reconhecidos pelo viés 
clínico, ou seja, a surdez era considerada uma deficiência e deveria ser tratada.
Em 24 de abril de 2002, foi sancionada a Lei n.o 10. 436, que dispõe sobre a Libras, sendo 
reconhecida como meio legal de comunicação e expressão dos sujeitos surdos. Essa lei foi 
regulamentada pelo Decreto n.o 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Isso significa que o Brasil é 
um país bilíngue — além da língua portuguesa, temos, agora, a Libras como língua oficial.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer um pouco mais sobre a Libras e a sua importância para 
as comunidades surdas.
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Exercícios
1) Na educação inclusiva, é fundamental que o professor esteja em constante processo de 
reciclagem, sendo capaz não apenas de detectar as necessidades educacionais especiais, 
estando atento ao comportamento e às queixas de cada aluno, mas também de tomar 
atitudes corretas diante das situações que se apresentam. 
Sobre esse enunciado, assinale a alternativa correta.
A) Apesar de seus esforços, o professor não consegue garantir que seu aluno com surdez 
progrida como os demais e, por isso, se sente fracassado.
B) Um aluno cego apresenta mau desempenho. O professor atribui isso à sua deficiência, 
propondo-lhe atividades mais fáceis que aquelas propostas aos demais.
C) No processo de atendimento ao aluno surdo, o professor não leva em conta a presença do 
intérprete educacional na sala de aula.
D) Para melhor atender ao aluno cego, o professor aprende o método braile e elabora os textos 
e as atividades na forma adequada para a leitura do aluno.
E) Um aluno posicionado no fundo da sala queixa-se por não ouvir bem. O professor o transfere 
para a primeira fila como solução para o problema.
2) Termos como "cegueira" e "baixa visão" são empregados para definir condições específicas 
de pessoas com necessidades visuais.
Com base nos seus conhecimentos sobre tal grupo, assinale a alternativa correta.
A) As crianças cegas conseguem interagir com mais facilidade com as crianças videntes do que 
com as crianças que têm baixa visão.
B) Chamamos de pessoas com baixa visão os indivíduos que não conseguem ler corretamente.
C) Comunicação gestual e visual pode ser usada como recurso na interação com os cegos.
D) É considerado cego o indivíduo que não consegue enxergar, mesmo que seja capaz de 
detectar algum movimento à sua frente.
E) O método braile é o único recurso que o cego pode usar para ler ou se comunicar por escrito 
com outra pessoa.
3) Para os educadores, pode ser útil entender as causas da perda auditiva, pois, para cada tipo 
de perda, existe uma série de adaptações necessárias a uma educação eficaz. 
Com base no estudo dessas causas, assinale a alternativa correta.
A) As causas de todos os tipos de surdez já foram identificadas pela medicina por meio de testes 
e análises feitas por otorrinolaringologistas.
B) As condições hereditárias são as causas menos comuns de deficiência auditiva profunda em 
crianças.
C) O ouvido humano já está adaptado a ruídos altos, comuns nos grandes centros urbanos, não 
sendo mais considerados como causa de surdez.
D) A otite média em crianças pequenas, se não for detectada e tratada adequadamente, poderá 
ocasionar distúrbios auditivos.
E) Rubéola é causa de surdez quando contraída na infância ou na adolescência.
4) É considerada muda a pessoa que não faz uso do seu aparelho fonador, composto por um 
conjunto de órgãos e estruturas que produzem os sons de nossa fala. É normal estabelecer 
uma relação entre a mudez e a surdez. 
Na perspectiva de relacionamento entre tais doenças, e com maior compreensão da situação 
dos "mudos", assinale a alternativa correta.
A) A linguagem de sinais não pode ser considerada como recurso para a comunicação dos 
mudos.
B) A pessoa muda é aquela que não se comunica de forma inteligível por não fazer uso do seu 
aparelho fonador, situação que nem sempre está relacionada à surdez.
C) A comunicação por meio da linguagem de sinais com as pessoas ouvintes é simples e pode ser 
usada por todos em sala de aula.
D) Tanto a pessoa muda quanto a surda precisam ser educadas quanto ao uso da linguagem de 
sinais e da leitura labial.
E) Toda pessoa surda irá se tornar necessariamente muda com o passar do tempo, pois as 
habilidades de ouvir e falar estão interligadas.
5) A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, que estava em vigor 
desde o ano de 2008, garantia a matrícula de alunos surdos, da educação especial, no ensino 
regular. Com a Nova Política Nacional de Educação Especial, a matrícula dos alunos surdos 
pode ser realizada em:
I – Classes e escolas regulares inclusivas 
II – Escolas ou classes especializadas 
III – Escolas ou classes bilíngues para surdos
Assinale a alternativa que contém o(s) item(ns) correto(s).
A) I.
B) I, II, III.
C) II.
D) III.
E) I e II.
Na prática
O modo como somos preparados para lidar com adversidades e desafios tem grande impacto em 
nossa qualidade de vida. Nesse sentido, todos os indivíduos, com ou sem alguma necessidade 
educacional especial, se beneficiam de uma educação adequada, sobretudo quando esta se insere 
em um contexto de apoio familiar.
Neste Na Prática, veja o relato de duas histórias que ilustram o papel da educação no sucesso de 
duas pessoas com deficiências distintas.
 
Para finalizar esse Na Prática, fique com uma entrevista na qual são abordados assuntos 
relacionados à trajetória profissional na educação inclusiva e o contexto atual sobre a inclusão de 
pessoas com deficiência no ambiente escolar.
 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Como criar estratégias para proporcionar aprendizado a 
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Leia este artigo, que trata da criação de estratégias para proporcionar melhores condições de 
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Alunos com deficiência auditiva em sala de aula: dicas para 
professores
Confira, no material a seguir, uma abordagem sobre a importância de os professores conhecerem as 
necessidades ea cultura das pessoas com deficiência auditiva.
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O aprendizado de um aluno com cegueira ou baixa visão | 
Momento Papo de Mãe
Assista a este vídeo, que traz importantes informações sobre o aprendizado de um estudante com 
cegueira ou baixa visão.
https://diversa.org.br/criar-estrategias-estudantes-surdos/
https://cronicasdasurdez.com/dicas-professores-deficiencia-auditiva/
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