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DIREITO ADMINISTRATIVO
Didatismo e Conhecimento 1
DIREITO ADMINISTRATIVO
Bruno Tulim e Silva
Advogado – Graduado em Direito pelo Centro Universitário 
Eurípedes de Marília/SP, UNIVEM; com Curso de Atualização em 
Direito pelo Complexo Jurídico Damásio de Jesus
PRINCÍPIOS: DA LEGALIDADE, DA IM-
PESSOALIDADE, DA MORALIDADE, DA 
PUBLICIDADE, DA FINALIDADE, DA CON-
TINUIDADE, DA INDISPONIBILIDADE, DA 
AUTOTUTELA,DA SUPREMACIA DO INTE-
RESSE PÚBLICO, DA IGUALDADE, DA 
EFICIÊNCIA E DA MOTIVAÇÃO. 
A Administração Pública é a atividade do Estado exercida 
pelos seus órgãos encarregados do desempenho das atribuições 
públicas, em outras palavras é o conjunto de órgãos e funções ins-
tituídos e necessários para a obtenção dos objetivos do governo.
A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esfe-
ras, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência, como impõe a norma fundamental 
do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988, que assim dispõe em seu caput: 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
de, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.
Diante de tais princípios expressos constitucionalmente te-
mos:
Princípio da Legalidade: Este é o principal conceito para a 
configuração do regime jurídico-administrativo, pois se justifica 
no sentido de que a Administração Pública só poderá ser exercida 
quando estiver em conformidade com a Lei.
O administrador não pode agir, nem mesmo deixar de agir, 
senão de acordo com o que dispõe a lei. Para que a administração 
possa atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é neces-
sária para tanto a existência de determinação ou autorização da 
atuação administrativa na lei. Os particulares podem fazer tudo o 
que a lei não proíba, entretanto a Administração Pública só pode 
fazer aquilo que a lei autorizar.
Importante ainda esclarecer que a administração pública está 
obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape-
nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princí-
pios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas 
pela própria administração pública.
Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Ad-
ministração Pública tem que manter uma posição de neutralidade 
em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar nem 
mesmo privilegiar quem quer que seja. Dessa forma a Administra-
ção pública deve servir a todos, sem distinção ou aversões pessoais 
ou partidárias, buscando sempre atender ao interesse público. 
Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrati-
vo seja emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais 
do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade exclu-
sivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e impessoal.
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade tem es-
treita relação com o também principio constitucional da isonomia, 
ou igualdade, sendo dessa forma vedada perseguições ou benesses 
pessoais.
Princípio da Moralidade: Tal princípio vem expresso na Cons-
tituição Federal no caput do artigo 37, que trata especificamente da 
moral administrativa, onde se refere à ideia de probidade e boa-fé. 
A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao sta-
tus de principio constitucional, dessa maneira pode-se dizer que 
um ato imoral é também um ato inconstitucional. 
A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a 
presença coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se 
constitui de um conjunto de regras e normas de conduta impostas 
ao administrador da coisa pública.
Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da 
Moral e dos Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo, 
como forma de impor à Administração Pública, por meio de juízo 
de valor, um comportamento obrigatoriamente ético e moral no 
exercício de suas atribuições administrativas, através do pressu-
posto da moralidade.
A noção de moral administrativa não esta vinculada às con-
vicções intimas e pessoais do agente público, mas sim a noção de 
atuação adequada e ética perante a coletividade, durante a gerência 
da coisa pública.
Princípio da Publicidade: Por este principio constitucional, te-
mos que a administração tem o dever de oferecer transparência de 
todos os atos que praticar, e de todas as informações que estejam 
armazenadas em seus bancos de dados referentes aos administra-
dos.
Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e 
busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica-
dos devem ser acessíveis aos cidadãos. 
Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial 
como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei, 
onde o sigilo deve ser mantido e preservado.
Princípio da Eficiência: Por tal principio temos a imposição 
exigível à Administração Pública de manter ou ampliar a qualida-
de dos serviços que presta ou põe a disposição dos administrados, 
evitando desperdícios e buscando a excelência na prestação dos 
serviços.
Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa 
prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais 
econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da admi-
nistração pública. 
O administrador deve procurar a solução que melhor atenda 
aos interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recur-
sos públicos, evitando dessa forma desperdícios. 
Diante de tais princípios tidos como expressamente constitu-
cionais, decorrem outros, implícitos, de igual importância para a 
regulamentação das atividades públicas senão vejamos:
Princípio da Continuidade: Os serviços públicos não podem 
parar, devendo manter-se sempre em funcionamento, dentro das 
formas e períodos próprios de sua regular prestação.
Didatismo e Conhecimento 2
DIREITO ADMINISTRATIVO
O serviço público deve ser prestado de maneira continua, o 
que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre 
justamente pela própria importância de que o serviço público se 
reveste diante dos anseios da coletividade. 
É o principio que orienta sobre a impossibilidade de 
paralisação, ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito 
dos administrados a que não seja suspenso ou interrompido, pois 
entende-se que a continuidade dos serviços públicos é essencial a 
comunidade, não podendo assim sofrer interrupções.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em de-
corrência do princípio da indisponibilidade do interesse público 
são vedados ao administrador da coisa pública qualquer ato que 
implique em renúncia a direitos da administração, ou que de ma-
neira injustificada e excessiva onerem a sociedade.
Dessa maneira, a administração pública deve ter sai ação con-
trolada pelo povo, por meios de mecanismos criados pelo Estado 
para esta finalidade, visto que o interesse público não pode ser 
disponível.
Princípio da Autotutela: A Administração Pública pode corri-
gir de oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e inopor-
tunos e anulando os manifestamente ilegais, respeitado o direito 
adquirido e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem a carac-
terística de autocontrole de seus atos, verificando o mérito do ato 
administrativo e ainda sua legalidade;
Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio, 
muito embora não se encontre expresso no enunciado do texto 
constitucional é de suma importância para a atividade administra-
tiva, tendo em vista que, em decorrência do regime democrático 
adotado pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, temos 
que toda a atuação do Poder Público seja consubstanciada pelo 
interesse público e coletivo.
Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal 
que lhe foi imposta pelo ordenamento jurídico, qual seja, o inte-
resse público, é assegurado a administraçãopública uma série de 
prerrogativas, não existente no direito privado, para que se alcance 
a vontade comum da coletividade.
Assim, a supremacia do interesse público deve se sobressair 
sobre os direitos particulares dos administrados, pois decorre deste 
princípio que, na hipótese de haver um conflito entre o interesse 
público e os interesses de particulares, é evidente e lógico que a 
vontade comum e o interesse coletivo deve prevalecer, respeitados 
os princípios do devido processo legal, e do direito adquirido.
Princípio da Igualdade: A Constituição Federal de 1988 con-
sagrou o princípio da igualdade de direitos, dispondo sobre a igual-
dade entre os cidadãos, com tratamento idêntico e igualitário pela 
lei, sendo vedadas as diferenciações arbitrárias, as discriminações 
não acolhidas por uma finalidade pública abrigadas pelo direito 
positivo, haja vista que em busca da igualdade real deve o Poder 
Público proporcionar o tratamento desigual dos casos desiguais, 
como exigência tradicional do próprio entendimento de Justiça.
A autoridade administrativa tem o dever de aplicar a lei e de-
mais atos normativos de maneira igualitária, sem distinções em ra-
zão de sexo, religião, preferências partidárias, classe social ou raça.
Princípio da Finalidade: Todo ato emanado da Administração 
Pública pressupõe uma finalidade pública, ou seja, a finalidade de 
toda e qualquer atividade administrativa deve estar vinculada ao 
bem coletivo, ao bem estar social, convalidando a prevalência e 
supremacia dos interesses coletivos frente aos direitos individuais.
Esta é a finalidade do Poder Público, proporcionar aos seus 
administrados o bem comum, atuando de forma a garantir o inte-
resse público, correspondendo aos anseios sociais previstos em lei.
Princípio da Motivação: O motivo é a causa imediata do ato 
administrativo, é a situação fática, ou jurídica, que determina ou 
possibilita a atuação administrativa, razão pela qual todo ato admi-
nistrativo deve ser motivado, assim temos que o motivo é elemen-
to integrante do ato.
O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como 
um elemento, mas também como um pressuposto objetivo do ato 
em si, a motivação do ato administrativo tornou-se regra jurídico-
-administrativa abrigatória.
Por força vinculante do princípio da motivação, o Poder Pú-
blico tem o dever de motivar e justificar seus atos, indicando de 
forma clara e precisa os seus fundamentos fáticos e legais, explici-
tando aos cidadãos os motivos que o levaram praticar determinada 
atividade administrativa.
OS PODERES E DEVERES DO
ADMINISTRADOR PÚBLICO: PODER-DEVER 
DE AGIR, DEVER DE EFICIÊNCIA, DE-
VER DE PROBIDADE E DEVER DE PRESTAR 
CONTAS. USO E ABUSO DO PODER: EXCES-
SO DE PODER, DESVIO DE FINALIDADE, 
OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO. 
A Administração é dotada de poderes ou prerrogativas instru-
mentais que garantem o efetivo desempenho de suas atribuições 
que lhe são legalmente definidas. 
Os poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas 
que a Administração Pública possui para alcançar os fins almeja-
dos pelo Estado, tais poderes são inerentes à Administração Pú-
blica para que esta possa proteger o interesse público. Encerram 
prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem 
ser exercidas nos limites da lei.
Muito embora a expressão poder pareça apenas uma faculda-
de de atuação da Administração Pública, o fato é que os poderes 
administrativos envolvem não uma mera faculdade de agir, mas 
sim um dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder 
Público.
Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a 
Administração Pública deve agir, na medida em que os poderes 
conferidos ao Estado são irrenunciáveis. 
Entende-se dessa maneira a noção de deveres administrativos 
oriundos da obrigação do Poder Público em atuar, utilizando-se 
dos poderes e prerrogativas atribuídos mediante lei.
O dever de agir está ligado à própria noção de prerrogativas 
públicas garantidas ao Estado, que enseja, por consequência, ou-
tros deveres: dever de eficiência, dever de probidade, dever de 
prestar contas, dever de dar continuidade nos serviços públicos, 
entre outros.
Dever de Eficiência:
Pelo dever de atuação eficiente da Administração Pública, 
cabe aos agente público, no exercício de suas atribuições, realizar 
suas atividades com presteza, perfeição e rendimento funcional.
Didatismo e Conhecimento 3
DIREITO ADMINISTRATIVO
O Poder Público deve prezar pela economia de materiais na 
prestação dos serviços públicos, atuando de forma eficiente, com 
excelência e qualidade, capacitando seus agentes públicos, além 
de promover o aperfeiçoamento das atividades administrativas, 
com a implantação de recursos tecnológicos que tenham o objetivo 
de melhorar a prestação da atividade administrativa.
Dever de Probidade: 
Decorrente do princípio da Autotutela, a Administração Pú-
blica poderá invalidar qualquer ato administrativo que venha lesar 
bens ou interesses públicos, assim, a probidade é elemento fun-
damental na conduta do agente público, de suma importância à 
legitimidade da atividade administrativa.
Por probidade temos a característica de honradez, integrida-
de de caráter, retidão na atuação administrativa, honestidade na 
gestão da coisa pública, adjetivos que devem estar presentes nas 
condutas dos agentes públicos.
A Administração Pública, quando identifica que houve ato 
administrativo que prejudique interesses coletivos, decorrente de 
atos de má-fé de agente público tem o poder-dever de aplicar as 
sanções previstas em lei, objetivando a correção da conduta admi-
nistrativa e reparando os prejuízos ocasionados, retomando a lisura 
e retidão da atividade administrativa.
Dessa forma, temos que a probidade administrativa é uma das 
vertentes da moralidade administrativa que pressupõe o dever do 
agente públicos de atuar com honestidade, exercendo suas atribui-
ções sem aproveitar-se dos poderes e privilégios ou facilidades em 
proveito próprio ou de terceiros, atuando com fidelidade ao que 
dispõe a lei sobre a destinação do dinheiro público, ou outros obje-
tos que lhe são confiados em virtude do cargo público que ocupa.
Dever de Prestar Contas:
Aquele que ocupa um cargo público ou então está investido 
em mandato eletivo, terá sempre o dever legal de prestar contas, 
e não apenas aos órgãos fiscalizadores, mas também possuem o 
dever de prestar contas aos contribuintes, objetivando demonstrar 
a forma de emprego dos recursos públicos, devendo haver transpa-
rência nas informações prestadas.
 Alias, este é o principal objetivo da prestação de contas por 
aqueles que gerenciam as verbas públicas, visto que a Administra-
ção Pública deve comunicar aos administrados sobre as aplicações 
dos recursos públicos, o quanto efetivamente tais recursos foram 
revertidos em melhorias para a população, seja melhorias nos ser-
viços colocados a disposição dos usuários, quanto as melhorias 
dos equipamentos públicos.
Assim, a prestação de contas é de suma importância como 
indicativo sobre a gestão do dinheiro público, é decorrente da ges-
tão de bens e interesses públicos e coletivos, visto que o dever de 
prestar contas decorre diretamente dos Princípios Administrativos 
de Legalidade, de Publicidade, de Eficiência e de Moralidade ad-
ministrativa.
O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo or-
denamento jurídico à Administração Pública caracteriza de modo 
genérico, o denominado abuso de poder. 
Dessa maneira, o abuso de poder ocorre diante de uma ilegiti-
midade, ou, diante de uma ilegalidade, cometida por agente públi-
co no exercício de suas funções administrativas, o que nos autoriza 
a concluir que o abuso de poder é uma conduta ilegal cometida 
pelo agente público, e, portanto, toda atuação fundamentada em 
abuso de poder é ilegal.
 Importante destacar que é plenamente possível o abuso de 
poder assumir tanto a forma comissiva, quanto à omissiva, ou seja, 
o abuso tanto pode ocorrer devido a uma ação ilegal do agentepúblico, quanto de uma omissão considerada ilegal.
O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras, quais sejam: 
- Excesso de poder: Ocorre quando o agente público atua fora 
dos limites de sua competência, em outras palavras, o agente pú-
blico, durante sua atuação administrativa deve atuar de forma limi-
tada, restringindo sua atuação dentro de sua área de competência, 
ou seja, dentro dos limites legais impostos ao cargo público que 
ocupa.
Quando o agente público extrapola sua atuação, agindo fora 
de sua competência, excedendo o poder conferido por lei ao cargo 
público que ocupa, este agente público está abusando dos poderes 
a ele atribuídos pela lei, atuando com excesso de poder.
- Desvio de poder. Ocorre quando a atuação do agente é pau-
tada dentro dos seus limites de competência, mas contraria a fina-
lidade que determinou ou autorizou a sua atuação.
O agente público, durante a realização de suas atividades ad-
ministrativas, atua dentro de sua área de competência, entretanto, 
sua atuação ocorre com o desvio da finalidade pública.
Como exemplo, podemos verificar a situação hipotética de um 
Prefeito Municipal, que tem a competência de determinar a desa-
propriação de um imóvel particular, entretanto, tal ato deve ser 
fundamentado e pautado dentro das finalidades públicas, agindo 
com Desvio de Poder o chefe do Poder Executivo que desapropria 
uma área simplesmente porque pertence a um adversário político.
Assim, a Administração Pública agiu dentro de seus limites 
de competência, entretanto, sua atuação ocorreu com desvio de 
finalidade, caracterizando um abuso de poder.
Omissão Administrativa
Como já mencionado em tópico próprio, o Poder Público tem 
o Poder-Dever de agir, diante das situações fáticas que ocorrem 
durante a atividade administrativa.
Assim, ocorrendo a circunstancia fática, prevista em lei, fica 
condicionada a vontade do agente público à pratica do ato admi-
nistrativo que melhor se enquadre na situação exposta, objetivando 
a concretização da finalidade pública que se faz necessária, para 
enfrentar a situação fática, em outros termos, ocorrendo o fato, 
o administrado não somente pode, como deve utilizar-se de suas 
prerrogativas públicas previstas em lei para a emanação de deter-
minado ato administrativo que melhor atenda aos anseios da cole-
tividade.
Dessa maneira, quando o Poder Público não atua, se omite 
diante de suas atribuições, incorre em ato de improbidade, e des-
cumprimento dos princípios informativos do direito administrati-
vo, e ainda quando tal omissão causar lesão ou prejuízos, deverá a 
Administração Pública indenizar, sendo certo que a mais simples 
omissão administrativa já implica em violação de dever imposto à 
Administração Pública.
Didatismo e Conhecimento 4
DIREITO ADMINISTRATIVO
SERVIDORES PÚBLICOS: CONCEITO, CA-
RACTERÍSTICA, ESPÉCIES, COMPETÊN-
CIA ORGANIZACIONAL, PRINCÍPIOS CONS-
TITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS SERVIDO-
RES PÚBLICOS E AGENTES MILITARES. 
Conceitos:
- Servidor Público: na definição do jurista Celso Antônio Ban-
deira de Mello, temos que são servidores públicos: “todos aque-
les que mantêm vínculo de trabalho profissional com as entidades 
governamentais, integrados em cargos ou empregos da União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e 
fundações de Direito Público. Em suma: são os que entretêm com 
o Estado e com as pessoas de Direito Público da Administração 
indireta relação de trabalho de natureza profissional e caráter não 
eventual”.
Em outras palavras, podemos definir servidor público como 
aqueles que gozam da titularidade de cargos públicos de provi-
mento efetivou ou de provimento de cargo em comissão, são agen-
tes administrativos, de caráter estatutário.
- Empregados Públicos: são aqueles que mantém vínculo 
funcional com a administração pública, ocupantes de empregos 
públicos, sujeitando-se a regime jurídico contratual de trabalho, 
regidos especificamente pelas regras e normas previstas na 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
- Temporários: são os particulares contratados pela Adminis-
tração Pública com tempo de prestação de serviço determinado, 
para atender necessidades temporárias de excepcional interesse 
público, são ocupantes de função pública remunerada e temporá-
ria, com contrato de trabalho regido pelas normas do Direito Pú-
blico, e não trabalhista (CLT), mas também não possui o caráter 
estatutário. É uma forma especial de prestação de serviço público 
temporário, urgente e excepcional.
Para melhor compreensão sobre o tema oportuno e conve-
niente, mencionarmos as definições confeccionadas pela doutrina 
administrativa de cargos públicos, empregos públicos e funções 
públicas:
- Cargos públicos: nos ensinamentos do professor e jurista 
Celso Antônio Bandeira de Mello, temos que cargos públicos “são 
as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem 
expressadas por um agente , prevista em número certo, com de-
nominações próprias, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito 
Público e criadas por lei”.
Importante esclarecer que aqueles que são titulares de cargos 
públicos são submetidos ao regime estatutário, são servidores pú-
blicos efetivos e/ou comissionados.
- Empregos Públicos: para Celso Antônio Bandeira de Mello, 
“são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preen-
chidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação 
trabalhista”.
Destaca-se que os ocupantes de empregos públicos são regi-
dos ao regime contratual, obedecidos as regras da CLT, com natu-
reza trabalhista.
- Funções Públicas: são as funções de confiança e ainda as 
funções exercidas por agentes públicos contratado por tempo cer-
to e determinado para atender interesse de caráter excepcional de 
interesse público, não havendo a necessidade de abertura de con-
curso público para tal contratação, dada sua urgência e excepcio-
nalidade.
Da Acessibilidade aos Cargos e Empregos Públicos
A Constituição Federal prevê que é amplo o acesso aos cargos 
e empregos públicos aos brasileiros que cumpram os requisitos 
previstos em lei, assim como aos estrangeiros (pois há cargos pú-
blicos que somente poderão ser preenchidos por brasileiros natos 
ou naturalizados), mediante a realização e aprovação em concurso 
público de provas ou provas e títulos, exceto para a contratação de 
cargo de provimento em comissão, os quais são livres a nomeação 
e a exoneração, de acordo com a conveniência e oportunidade ve-
rificada pela Autoridade Administrativa.
A obrigatoriedade de concurso público é somente para a 
primeira investidura em cargo ou emprego público, isto é, para 
o ingresso em cargo isolado ou no cargo inicial da carreira, nas 
entidades estatais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas 
paraestatais. 
O concurso é o meio técnico posto à disposição da Adminis-
tração Pública para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiçoa-
mento do serviço público propiciando igualdade de oportunidade 
a todos os interessados no ingresso da carreira pública, desde que 
atendam aos requisitos da lei, consoante determina a Constituição 
Federal. 
Após a realização do concurso segue-se o provimento do car-
go, através da nomeação do candidato aprovado.
Importante ressaltar que a exigência de aprovação prévia em 
concurso público implica a classificação dos candidatos e nomea-
ção na ordem dessa classificação, haja vista que não basta, pois, 
estar aprovado em concurso para ter direito à investidura, visto 
que é necessária também é que esteja classificado e na posição 
correspondente às vagas existentes, durante o período de validade 
do concurso, que é de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado 
por igual período, uma única vez.
O concurso público deve ser realizado com observância ao 
tratamento impessoal e igualitário aos interessados e concorrentes 
do certame. Cumpre ressaltar que o concurso público dever ser 
provas ou provas e títulos, ou seja, não basta para a aprovação do 
candidato a cargos efetivos ou empregos públicos a análise basea-da exclusivamente em títulos ou currículos, mas sim precedidos da 
realização de provas, objetivando aferir o melhor e mais preparado 
candidato postulante de cargo ou emprego público.
As entidades estatais são livres para organizar seu pessoal 
para o melhor atendimento dos serviços e cargos, mas a organi-
zação deve ser fundamentada em lei, prevendo as devidas compe-
tências e observâncias das normas constitucionais pertinentes ao 
funcionalismo público.
É facultado ao Poder Executivo, através de ato administrativo 
extinguir cargos públicos na forma da Lei bem como praticar 
os atos de nomeação, remoção, demissão, punição, promoção, 
licenças, aposentadorias, lotação e concessão de férias.
A nomeação é o ato de provimento de cargo, que se completa 
com a posse e o exercício.
A investidura do servidor no cargo ocorre efetivamente com 
a posse. Por ela se conferem ao funcionário ou ao agente político 
as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo ou do mandato. 
Didatismo e Conhecimento 5
DIREITO ADMINISTRATIVO
Importante salientar que sem a posse o provimento não se 
completa, nem pode haver exercício da função pública. É a posse 
que marca o início dos direitos e deveres funcionais, como, tam-
bém, gera as restrições, impedimentos e incompatibilidades para o 
desempenho de outros cargos, funções ou mandatos. 
Por isso mesmo, a nomeação regular só pode ser desfeita pela 
Administração antes de ocorrer a posse do nomeado. No entanto, 
a anulação do concurso, com a exoneração do nomeado, após a 
posse, só pode ser feita com observância do devido processo legal 
e a garantia de ampla defesa e o contraditório.
O exercício do cargo é consequência natural da posse. Nor-
malmente, a posse e o exercício são dados em momentos suces-
sivos e por autoridades diversas, mas casos há em que se reúnem 
num só ato, perante a mesma autoridade. É o exercício que marca 
o momento em que o funcionário passa a desempenhar formal-
mente e de acordo com a lei suas funções e ainda adquire direito 
às vantagens do cargo e à contraprestação pecuniária devida pelo 
Poder Público.
Com a posse, o cargo fica provido e não poderá ser ocupado 
por outrem, mas o provimento só se completa com a entrada em 
exercício do nomeado. Se este não o faz na data prevista, a nomea-
ção e, assim, consequentemente, a posse tornam-se ineficazes, o 
que, devendo assim ser declarada, pela autoridade competente, a 
vacância do cargo.
Do Provimento: Ato administrativo no qual o cargo público 
é preenchido, podendo ser provimento efetivo ou em comissão.
Assim, provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimen-
to do cargo público, com a designação de seu titular. O provimento 
pode ser originário ou inicial e derivado. 
Provimento inicial é o que se faz através de nomeação, que 
pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de serviço 
anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Assim, tanto 
é provimento inicial a nomeação de pessoa estranha aos quadros 
do serviço público quanto a de outra que já exercia função públi-
ca como ocupante de cargo não vinculado àquele para o qual foi 
nomeada. 
Entretanto o provimento derivado, que se faz por promoção, 
remoção, reintegração, readmissão, enquadramento, aproveita-
mento ou reversão, é sempre uma alteração na situação de serviço 
do provido.
Segundo a classificação aceita pelo Supremo Tribunal Fede-
ral, as formas de provimento são:
- Originárias: não decorre de qualquer vínculo anterior entre o 
servidor e a administração (única forma é a nomeação)
- Derivadas: decorre de vínculo anterior entre servidor e a ad-
ministração (são: promoção, readaptação, reversão, aproveitamen-
to, reintegração e recondução).
Da Vacância de Cargos Públicos: Ocorre a vacância quando 
o servidor desocupa o seu cargo, ficando esse cargo a disposição 
da Administração Pública, que utilizando-se das formas de provi-
mento em cargos públicos o ocupará.
A vacância poderá ser:
- Definitiva: mediante exoneração, demissão e falecimento.
- Não definitiva (forma um novo vínculo): promoção, readap-
tação, aposentadoria e posse em outro cargo inacumulável.
Enquanto existir o cargo, como foi provido, seu titular terá 
direito ao exercício nas condições estabelecidas pelo estatuto, mas, 
caso venha a modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos 
para seu desempenho, são lícitas a exoneração, a disponibilidade, 
a remoção ou a transferência de seu ocupante, para que outro o 
desempenhe na forma da nova lei. 
Entretanto, o que não se admite é o afastamento arbitrário ou 
abusivo do titular, por ato do Executivo, sem lei que o autorize, 
e desrespeitados o devido processo legal, suprimindo o direito a 
ampla defesa e contraditório, constituindo em arbitrariedade e con-
sequentemente abuso de poder.
Da proibição de acumulação de cargos e empregos públi-
cos remunerado.
Objetivando evitar abusos, e com finalidade de moralizar as 
atividades estatais, o legislador constituinte cuidou em estabele-
cer vedações a acumulação remunerada de cargos, funções e em-
pregos públicos, tanto na esfera da Administração Direta como na 
Administração indireta e a ela correlatas, conforme dispõe o artigo 
37, em seus incisos XVI e XVII, excetuando-se as ressalvas ex-
pressas na Carta Magna que admite excepcionalmente as acumu-
lações remuneradas, desde sejam compatíveis entre si nos horários 
e obedecidos o teto remuneratório.
Para tanto a Constituição Federal arrolou expressamente os 
cargos passiveis de acumulação remunerada, quais são:
- Dois cargos de professor;
- De um cargo de professor com outro cargo técnico ou cien-
tífico, e;
- De dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas.
É ainda possível a acumulação remunerada de cargos 
constante do texto constitucional, sendo permitido acumular nos 
casos de servidor eleito a vereador (art. 38, III); permissão para 
juízes de direito cumulativamente exercerem o magistério (art. 
95, parágrafo único) e ainda permissão para que os membros do 
Ministério Público possam exercer cumulativamente o magistério 
(artigo 128, § 5º, inciso II, “d”).
Do regime constitucional específico dos servidores públi-
cos titulares de cargos.
As disposições constitucionais pertinentes exclusivamente 
para os servidores públicos titulares de cargos públicos, os esta-
tutários, estão explicitamente previstos no texto constitucional no 
artigo 39 ao artigo 41, além de ter sua disciplina regulamentada, na 
esfera federal, por meio da Lei 8.112/90, denominada Estatuto dos 
Servidores Públicos Civis da União.
Sistematicamente, objetivando melhor compreensão sobre o 
tema, subdividimos alguns dos principais direitos conferidos pela 
constituição e pela referida Lei Federal, senão vejamos:
Irredutibilidade de Vencimentos: Por definição, temos que 
vencimento é a designação técnica da retribuição pecuniária pre-
vista legalmente como a contrapartida devida ao servidor público 
pela sua prestação de serviços.
Assim, a Constituição Federal, em seu artigo 37, inciso XV, 
estabelece e garante que é vedada a irredutibilidade dos vencimen-
tos dos servidores públicos.
Didatismo e Conhecimento 6
DIREITO ADMINISTRATIVO
Estabilidade: Nos termos do artigo 41 da Constituição Fede-
ral, temos que transcorrido o lapso temporal de 3 (três) anos de 
exercício subsequentes à nomeação do servidor público, este goza 
de estabilidade, sendo certo que para sua aquisição é necessária e 
obrigatória a efetiva avaliação especial de desempenho, por uma 
comissão formada especialmente para tal fim.
Assim, para que o servidor público esteja apto a gozar de sua 
estabilidade é necessário o preenchimento de quatro requisitos 
cumulativos:
- aprovação em concurso público;
- nomeação para cargo público efetivo;
- três anos de efetivo exercício no cargo público, e;
- aprovação em avaliação especial de desempenho julgada por 
comissão instituída para tal finalidade.
A estabilidade de servidor público é o direito de não ser des-
ligado de suasocupações públicas, senão em virtude de sentença 
judicial transitada em julgado e realização de processo adminis-
trativo, observado a garantia constitucional da ampla defesa e do 
contraditório.
Cumpre ressaltar que, apesar de divergência doutrinária, em 
nenhuma hipótese o servidor ocupante de cargo em comissão terá 
direito a estabilidade, e tampouco, os empregados públicos, seja 
qual for o órgão ou entidade que esteja vinculado.
Disponibilidade: Pela disponibilidade, temos que o servidor 
público estável é colocada em inatividade remunerada, até que o 
mesmo seja aproveitado adequadamente em outro cargo, com pro-
ventos proporcionais ao seu tempo de prestação de serviços.
Isto ocorre quando o servidor público estável tem seu cargo 
extinto ou declarado desnecessário, assim, com tal extinção do 
cargo que ocupava, a Constituição Federal conferiu o direito de 
o servidor estável aguardar inativamente e sendo remunerado sua 
recolocação nos quadros funcionais da Administração Pública, po-
dendo ocorrer ainda na hipótese de reintegração de outro servidor 
(cuja exoneração foi revista judicialmente), seja desalojado do car-
go que ocupava sem ter uma cargo de origem para retornar a ele.
Da Aposentadoria e proventos: É garantido constitucional-
mente que o servidor público titular de cargo efetivo ingresse no 
regime de previdência de caráter contributivo, lhe garantindo apo-
sentadoria e proventos em condições especiais.
O regime de previdência que estão submetidos os servidores 
públicos de cargo efetivo é um regime próprio, com peculiarida-
des, diferente do regime geral a que estão sujeitos os demais tra-
balhadores, não só da iniciativa privada regulamentado pela CLT, 
mas também os servidores ocupantes de cargo em comissão, fun-
ção temporária e emprego público.
Proventos é a designação técnica relativa aos valores pecuniá-
rios devidos aos servidores inativos, podendo estarem aposentados 
ou disponíveis.
A aposentadoria pode ocorrer em três hipóteses:
 - Voluntária;
 - Compulsória por idade, e;
 - por acidente em serviço, ou doença grave ou então incurável 
(especificada em lei), ou então decorrente de invalidez originária 
de causas diversas das situações anteriores. 
Responsabilidade do Servidor Público
O servidor público no exercício de suas atribuições pode ser 
responsabilizado, pela prática de ato ilícito, nas esferas adminis-
trativa, civil ou penal. 
A administração pode aplicar a sanção de forma cumulativa, 
ou seja, o mesmo ato pode ser punido por um sanção civil, penal 
e administrativa.
Responsabilidade Civil – o servidor público é obrigado a re-
parar o dano causado à administração pública ou a terceiro, em 
decorrência de sua conduta dolosa ou culposa, praticada de forma 
omissiva ou comissiva, mediante o direito de regresso.
 Essa responsabilidade é subjetiva, ao contrário da responsabi-
lidade da administração que é objetiva. 
Responsabilidade penal – decorre da conduta ilícita praticada 
pelo servidor público que a lei penal tipifica como infração penal. 
Os principais crimes contra a administração estão previstos 
artigos 312 a 326 do Código Penal Brasileiro. 
Responsabilidade administrativa – quando o servidor pratica 
um ilícito administrativo, bem como o desatendimento de deveres 
funcionais. Essas práticas ilícitas poderão redundar na responsabi-
lidade administrativa do servidor, que após apuração por meio de 
sindicância e processo administrativo, sendo culpado, será punido 
com uma das seguintes medidas disciplinares: 
a) advertência – faltas de menor gravidade, prevista em lei 
específica; 
b) suspensão – se houver reincidência da falta punida com 
advertência; 
c) demissão – aplicada quando o servidor cometer falta grave, 
prevista em lei específica;
d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade – aplicada 
ao servidor aposentado, que, quando em atividade, praticou falta 
grave;
e) destituição de cargo em comissão ou função comissionada 
– também por falta grave. 
Preceitos Constitucionais:
A Constituição Federal de 1988 contem uma grande quanti-
dade de dispositivos onde são veiculados princípios e regras no 
tocante à Administração Pública.
Da análise dessas disposições constitucionais, conclui-se que 
foi conferida atenção especial aos agentes públicos, sendo muito 
numerosas as regras acerca das relações jurídicas existentes entre 
eles e o Poder Público.
Os artigos Constitucionais que tratam especificamente da 
classe dos servidores públicos estão elencados nos artigo 37 a 41 
da Constituição Federal, nos referidos artigos foi devidamente re-
gulamento o acesso a cargos e empregos públicos, à remuneração, 
à acumulação, à estabilidade, ao regime próprio de previdência, 
entre outras garantias.
Assim, para melhor entendermos as normas constitucionais 
concernentes aos servidores públicos, é imprescindível a leitura 
atenta nos artigos constitucionais acima citados, senão vejamos:
Didatismo e Conhecimento 7
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL DE 1988
CAPÍTULO VII 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos 
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as-
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de 
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
ração; 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois 
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de 
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos con-
cursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a 
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições 
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento; 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as-
sociação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica; 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públi-
cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios 
de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional 
interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que 
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por 
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção 
de índices; 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, 
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica 
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores 
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, 
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, 
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como 
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no 
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduaise Distritais 
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores 
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro-
curadores e aos Defensores Públicos; 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do 
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder 
Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do 
serviço público; 
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
blico não serão computados nem acumulados para fins de conces-
são de acréscimos ulteriores; 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos 
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos 
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, 
e 153, § 2º, I; 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em 
qualquer caso o disposto no inciso XI. 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controla-
das, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais 
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên-
cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl-
timo caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, 
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições 
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga-
ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, 
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali-
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio-
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades 
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento 
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III 
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, 
nos termos da lei. 
Didatismo e Conhecimento 8
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na 
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos 
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento 
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade 
dos serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X 
e XXXIII; 
III - a disciplina da representação contra o exercício negli-
gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração 
pública. 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in-
disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos 
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre-
juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao 
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta 
que possibilite o acesso a informações privilegiadas. 
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos 
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá 
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação 
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei 
dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas 
e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que 
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de 
custeio em geral. 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de 
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti-
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação 
e exoneração. 
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites 
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as 
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste 
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, 
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições 
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsí-
dio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se 
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados 
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autár-
quica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se 
as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, 
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
ração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibi-
lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego 
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exer-
cício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para 
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
tivesse.
Seção II 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
Art. 39. A União,os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico 
único e planos de carreira para os servidores da administração pú-
blica direta, das autarquias e das fundações públicas. 
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais 
componentes do sistema remuneratório observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade 
dos cargos componentes de cada carreira; 
II - os requisitos para a investidura; 
III - as peculiaridades dos cargos. 
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão 
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos 
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um 
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, 
a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o 
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, 
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos 
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão 
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, 
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor 
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer 
caso, o disposto no art. 37, XI. 
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão 
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e 
empregos públicos. 
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários 
provenientes da economia com despesas correntes em cada 
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento 
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização 
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio 
de produtividade. 
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em 
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. 
Didatismo e Conhecimento 9
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de ca-
ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-
rial e o disposto neste artigo.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência 
de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus 
proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio-
nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente 
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou 
incurável, na forma da lei; 
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
tos proporcionais ao tempo de contribuição; 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no 
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se-
guintes condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se 
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, 
se mulher; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos 
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição. 
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por 
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do 
respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria 
ou que serviu de referência para a concessão da pensão. 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por 
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações 
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes 
de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da 
lei. 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados 
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de 
que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis 
complementares, os casos de servidores: 
I portadores de deficiência; 
II que exerçam atividades de risco; 
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão 
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, «a», 
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no 
ensino fundamental e médio. 
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção 
de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência 
previsto neste artigo. 
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por 
morte, que será igual: 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, 
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime ge-
ral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de seten-
ta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à 
data do óbito; ou 
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no car-
go efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo esta-
belecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela 
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios estabelecidos em lei. 
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal 
será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço 
correspondente para efeito de disponibilidade. 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem 
de tempo de contribuição fictício. 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total 
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da 
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras 
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previ-
dência social, e ao montante resultante da adição de proventos de 
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta 
Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-
ção e exoneração, e de cargo eletivo. 
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência 
dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no 
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de 
previdência social. 
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem 
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se 
o regime geral de previdência social. 
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
desde que instituam regime de previdência complementar para os 
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, 
para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo 
regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para 
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201. 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o 
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe-
cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no 
que couber, por intermédio de entidadesfechadas de previdência 
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos 
participantes planos de benefícios somente na modalidade de con-
tribuição definida. 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto 
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado 
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar. 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para 
o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente 
atualizados, na forma da lei. 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de 
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata 
este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores 
titulares de cargos efetivos. 
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado 
as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, 
III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono 
de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previden-
ciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória 
contidas no § 1º, II. 
Didatismo e Conhecimento 10
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e 
de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente 
estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. 
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá 
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de 
pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para 
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, 
for portador de doença incapacitante. 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os 
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude 
de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
rada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor 
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se 
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o 
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento 
em outro cargo. 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é 
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
Seção III
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
(Alterado pela EC-000.018-1998)
Art. 42 - Os membros das Polícias Militares e Corpos de 
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierar-
quia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios. 
§ 1º - Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as 
disposições do Art. 14, § 8º; do Art. 40, § 9º; e do Art. 142, §§ 2º 
e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do 
Art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas 
pelos respectivos governadores. 
§ 2º - Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específi-
ca do respectivo ente estatal. 
PODER DE POLÍCIA: POLÍCIA 
ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA, MEIOS DE 
ATUAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E LIMITES. 
Poder de Polícia:
A partir da Constituição Federal e das leis em nosso ordena-
mento jurídico, foi conferido uma série de direitos aos cidadãos, 
que por sua vez, tem o seu pleno exercício vinculado com o bem 
estar social.
Assim, é por meio do Poder de Polícia que a Administração 
limita o exercício dos direitos individuais e coletivos com o obje-
tivo de assegurar a ordem pública, estabelecendo assim um nível 
aceitável de convivência social, esse poder também pode ser deno-
minado de polícia administrativa.
É o poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento 
das medidas que a ordem, a saúde e a moralidade pública exigem. 
O principio norteador da aplicação do Poder de Polícia é a 
predominância do interesse público sobre o interesse privado.
O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida a Ad-
ministração Pública para, na forma e nos limites legais, condiciona 
ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e a pratica de ati-
vidades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais 
da coletividade.
Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o 
exercício dos direitos individuais em benefício do interesse 
público. 
Mesmo sendo considerado como poder discricionário da Ad-
ministração, o Poder de Polícia é controlado e limitado pelo orde-
namento jurídico que regulam a atuação da própria Administração, 
isto porque o Estado deve sempre perseguir o interesse público, 
mas sem que haja ofensa aos direitos individuais garantidos por 
lei.
Dessa forma, podemos concluir que o Poder de Polícia é um 
poder de vigilância, cujo objetivo maior é o bem-estar social, im-
pedindo que os abusos dos direitos pessoais possam ameaçar os 
direitos e interesses gerais da coletividade.
Decorre, portanto do Poder de Polícia, a aplicação de sanções 
para fazer cumprir suas determinações, fundamentadas na lei, e 
assim, diversas são as sanções passiveis de aplicação, previstas 
nas mais variadas e esparsas leis administrativas, que podem ser 
aplicadas no âmbito da atividade de polícia administrativa.
Poder de Polícia Administrativa: 
O Poder de Polícia Administrativa tem o objetivo principal da 
manutenção da ordem pública em geral, atuando em situações em 
que é possível a prevenção de possíveis cometimentos de infrações 
legais, entretanto, poderá atuar tanto preventivamente como de 
forma repressiva, porem, em ambos os casos, a atuação da Policia 
Administrativa tem a finalidade de evitar e impedir comportamen-
tos dos indivíduos que possam causar prejuízos para a sociedade.
O Poder de Polícia Administrativa visa a proteção específi-
ca de valores sociais, vedando a práticas de condutas que possam 
ameaçar a segurança pública, a ordem pública, a tranquilidade e 
bem estar social, saúde e higiene coletiva, a moralidade pública, 
entre outras.
Importante esclarecer que o poder de polícia administrativa 
incide sobre atividades e sobre bens, não diretamente sobre os ci-
dadãos, haja vista que não existem sanções aplicadas decorrentes 
do poder de polícia administrativa que impliquem em restrição ao 
direito de liberdade das pessoas como detenção e prisão.
Assim, várias são as sanções decorrentes do poder de polí-
cia administrativa, tais como: multa administrativa; demolição de 
construções irregulares; apreensão de mercadorias com entrada 
irregular no território nacional; interdição de estabelecimento co-
merciais que estão em desacordo com a lei; embargos administra-
tivos a obras, entre outras.
Didatismo e Conhecimento 11
DIREITO ADMINISTRATIVO
Poder de Polícia Judiciária: 
A Polícia Judiciária desenvolve e executa atividades de ca-
ráter repressivo e ostensivo, ou seja, possui o dever de reprimir 
atividades infratoras a lei por meio da atuação policial em caráter 
criminal, com sua consequente captura daqueles que infringirem 
a lei penal.
Assim, a Polícia Judiciária atua em defesa dos preceitos es-
tabelecidos no Código Penal Brasileiro, com foco em sua atuação 
nas atividadesconsideradas crime pela lei penal, tendo caracterís-
ticas e prerrogativas ostensivas, repressivas e investigativas.
A atuação da Polícia Judiciária incide sobre as pessoas, sendo 
exercido pelos órgãos especializados do Estado como a Polícia Ci-
vil e a Polícia Militar, sendo certo que tais atividades repressoras 
e ostensivas objetiva auxiliar o Poder Judiciário, em sua atividade 
jurisdicional, na aplicação da lei em casos concretos, fornecendo 
o conjunto probatório suficiente para condenar ou absolver o cida-
dão apresentado a Justiça Pública.
Diferenças entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária: 
Diante dos conceitos e explicações acima formuladas, passa-
mos a identificar as principais diferenças entre a atuação da policia 
administrativa e a polícia judiciária.
A Polícia Administrativa é regida pelas normas do Direito 
Administrativo, sendo considerada infração administrativa a não 
observância aos preceitos normativos constantes das normas e 
regulamentos administrativos, enquanto que a polícia judiciária é 
regulamentada pelas normas do Direito Penal e Processual Penal.
A atividade de polícia administrativa é executada pelos órgãos 
e agentes públicos escalonados e mantidos pela Administração Pú-
blica, a polícia judiciária por sua vez tem suas atividades executa-
das privativamente por organizações especializadas no combate e 
repressão a pratica criminosa, ou seja, pela Polícia Civil e Polícia 
Militar.
As penalidades no caso da polícia administrativa incidem 
exclusivamente em produtos e serviços, enquanto as penalidades 
previstas para a atuação da polícia administrativa recaem sobre 
pessoas, podendo em alguns casos ocorrer em face de apreensão 
de produtos, desde que sejam de origem criminosa.
Características do Pode de Polícia
- Autoexecutoriedade: Constitui prerrogativa aos atos emana-
dos por força do poder de polícia a característica autoexecutória 
imediatamente a partir de sua edição, isso ocorre porque as de-
cisões administrativas trazem em si a força necessária para a sua 
auto execução. 
Os atos autoexecutórios do Poder de Polícia são aqueles que 
podem ser materialmente implementados pela administração, de 
maneira direta, inclusive mediante o uso de força, caso seja neces-
sário, sem que a Administração Pública precise de uma autoriza-
ção judicial prévia.
A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se 
na natureza pública da atividade administrativa, em razão desta, 
atendendo o interesse público, assim, a faculdade de revestimento 
do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus 
próprios atos se manifesta principalmente pela supremacia do in-
teresse coletivo sobre o particular.
- Coercibilidade: Trata-se da imposição coercitiva das deci-
sões adotadas pela Administração Pública, objetivando a garantia 
do cumprimento, mesmo que forçado, do ato emanado mediante o 
Poder de Polícia.
Cumpre esclarecer que todo ato de Polícia tem caráter im-
perativo e obrigatório, ou seja, temos a possibilidade de a admi-
nistração pública, de maneira unilateral, criar obrigações para os 
administrados, ou então impor-lhes restrições.
Dessa forma, não existe ato de polícia de cumprimento fa-
cultativo pelo administrado, haja vista que todos os atos adotados 
com fundamento no Poder de Polícia admite a coerção estatal para 
fim de torná-lo efetivo, sendo certo que tal coerção independe de 
prévia autorização judicial.
- Discricionariedade: Os atos discricionários são aqueles que 
a Administração Pública pode praticar com certa liberdade de es-
colha e decisão, sempre dentro dos termos e limites legais, quanto 
ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e con-
veniência administrativa.
Dessa maneira, na edição de um ato discricionário, a legislação 
outorga ao agente público certa margem de liberdade de escolha, dian-
te da avaliação de oportunidade e conveniência da pratica do ato.
Limites do Poder de Polícia: 
Muito embora a Discricionariedade seja característica do ato 
emanado com fundamento no Poder de Polícia, a lei impõe alguns 
limites quanto a competência, a forma e aos fins almejados pela 
Administração Pública, não sendo o Poder de Polícia um poder 
absoluto, visto que encontra limitações legais.
Não podemos perder de vista que toda a atuação administra-
tiva, seja em que esfera for, deve obediência ao principio admi-
nistrativo constitucional da Legalidade, devidamente previsto no 
artigo 37 da Constituição Federal.
Assim, toda atuação administrativa pautada dentro dos limites 
legais, seja quanto a competência do agente que executou a ativi-
dade administrativa ou então a forma em que foi realizada, será 
considerada um ato legal e legítimo, desde que atenda o interesse 
coletivo.
De outra forma, o ato administrativo que for praticado com 
vícios de competência, ilegalidades, ilegitimidades, ou ainda que 
contrariem o interesse público, será considerado um ato ilegal, pra-
ticado com abuso ou desvio de poder.
Os limites impostos à atuação do poder de polícia se destinam 
a vedar qualquer manifestação administrativa revestida de arbitra-
riedade e ilegalidade por parte do agente público, sendo certo que 
todo e qualquer ato administrativo poderá ser levado a analise de 
legalidade pelo Poder Judiciário, que tem o poder jurisdicional de 
anular ato ilegal ou ilegítimo.
ATOS ADMINISTRATIVOS: FATOS E ATOS 
ADMINISTRATIVOS, REQUISITOS, CLASSI-
FICAÇÃO, DISCRICIONARIEDADE E VIN-
CULAÇÃO, ATRIBUTOS E ELEMENTOS DOS 
ATOS ADMINISTRATIVOS, CONTROLE 
JURISDICIONAL E INVALIDAÇÃO DOS 
ATOS ADMINISTRATIVOS. 
Conceito: 
Atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”, ou 
seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e desti-
nadas diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico.
Didatismo e Conhecimento 12
DIREITO ADMINISTRATIVO
De acordo com os ensinamentos do jurista Celso Antônio 
Bandeira de Mello, ato administrativo pode ser conceituado como: 
“declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como, por 
exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de 
prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurí-
dicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e 
sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles, te-
mos que: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, 
tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administra-
dos ou a si própria”.
Para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo pode ser de-
finido como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, 
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob 
regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Judi-
ciário”.
Dessa forma, temos que é por meio do ato administrativo que 
a função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização 
da vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objeti-
vando alcançar o interesse coletivo.
Concluindo então, ato administrativo é a manifestação ou de-
claração da Administração Pública, editada pelo Poder Público, 
através de seus agentes, no exercício concreto da função adminis-
trativa que exerce, ou de quem lhe faça às vezes, sob as regras de 
direito público, com a finalidade de preservar e alcançar os interes-
ses da coletividade, passível de controle Jurisdicional.
Fato e Ato Administrativo: 
Temos o ato administrativo como espécie do ato jurídico, este 
como gênero extraído da teoria geral do direito. Podemos afirmar 
então que o fundamento do ato administrativo é o mesmo do ato 
jurídico, sendo acrescido da finalidade pública. Este termo finali-
dade pública é fator distintivo, que torna própria a espécie.
A Administração Pública ao desempenhar suas atividades ad-
ministrativas, realiza uma função, esta o faz por meio de atos jurí-
dicos. O ato administrativo nada maisé do que um enunciado, uma 
declaração administrativa que produz efeitos jurídicos.
Ato Administrativo é a exteriorização da vontade de agen-
tes da Administração Pública ou de seus delegatários, que, nessa 
condição, e sob regime de direito público, objetive à produção de 
seus regulares efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse 
público. É a manifestação de vontade funcional apta a gerar efei-
tos jurídicos aos administrados, produzida no pleno exercício de 
função administrativa.
Fatos administrativos, como fato jurídico, é toda operação 
material, de efeito prático, do agente público autorizado, atenden-
do os interesses da Administração, em consequência de ato admi-
nistrativo realizado anteriormente. 
É uma atividade material no exercício da função administrati-
va que visa efeitos práticos para a Administração. É o ato material 
de pura execução e, em satisfação de um dever jurídico traduz o 
exercício da função administrativa.
Assim o fato é a exteriorização do ato administrativo, vincula-
do à execução deste. São fatos administrativos todas as ações ma-
teriais da Administração, que tenham como objetivo a realização 
de um ato anterior.
São fatos administrativos a demolição de edifícios, o fecha-
mento efetivo de uma casa, a dispersão de manifestação que per-
turbam a ordem pública, a expulsão de estrangeiro indesejável, 
apreensão de gêneros alimentícios impróprios para o consumo, 
entre outros.
Requisitos e elementos do ato administrativo: 
A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco requisi-
tos básicos, ou elementos dos atos administrativos: competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto. 
Além, naturalmente, dos requisitos gerais de todos os atos ju-
rídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma prescri-
ta ou não proibida em lei.
Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do ato 
administrativo, pois o atos que for editado ou praticado em desa-
cordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será, via de 
regra, um ato nulo.
Competência: A definição de competência é o poder legal con-
ferido ao agente público para o desempenho regular e específico 
das atribuições de seu cargo. É a competência a condição primeira 
de validade do ato administrativo, onde deve haver uma análise 
sobre a incidência ou não da capacidade específica e legalmente 
definida para a prática do ato.
Importante observar que a noção de competência do agente, 
na esfera do Direito Administrativo, alcança, além do agente, tam-
bém o órgão do Estado que ele representa, dessa forma, conclui-se 
que a competência é prerrogativa do Estado, exercitada por seus 
agentes, respeitada a hierarquia e distribuição constitucional de 
atribuições.
A competência é um elemento, ou requisito, sempre vincula-
do, ou seja, não há possibilidade de escolha na determinação da 
competência para a prática de um ato, tendo em vista que tal vin-
culação decorre de lei.
Para os estudos sobre o requisito da competência do ato ad-
ministrativo, se mostra necessário e oportuno mencionar a exis-
tência das figuras da avocação de competência e a delegação de 
competência.
Nos casos em que houver avocação ou delegação de compe-
tência não se verifica a transferência da titularidade da competên-
cia, apenas o seu exercício. Importante salientar que o ato de dele-
gação ou avocação de competência é discricionário e revogável a 
qualquer momento.
A avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz 
para si o exercício temporário de certa competência atribuída por 
lei a um subordinado, devendo ser medida excepcional e de caráter 
precário, sendo que a avocação não será possível quando se tratar 
de competência exclusiva do subordinado.
A delegação, doutro modo é o ato mediante o qual o superior 
hierárquico delega para seu subordinado ou a outro órgão, compe-
tência que lhe pertence, também tem a característica de ser tempo-
rário e revogável a qualquer momento, devendo seguir os limites 
previstos em lei,
Quando o agente público ou órgão atua fora, ou além, de sua 
esfera de competência, temos presente então uma das figuras de 
abuso de poder, ou excesso de poder, que, nem sempre esta fadado 
a anulação do ato, visto que o vício de competência admite conva-
lidação, salve se tratar de competência em razão da matéria ou de 
competência exclusiva.
Finalidade: Ao editar determinado ato administrativo, o Poder 
Público deve perseguir o interesse público. É o objetivo principal 
que a Administração Pública pretende alcançar com a prática do 
ato administrativo. 
Didatismo e Conhecimento 13
DIREITO ADMINISTRATIVO
Dessa maneira a finalidade do ato deve ser sempre o interesse 
da coletividade e a finalidade específica prevista em lei para aquele 
ato da administração. 
Sendo requisito de validade do ato, é nulo qualquer ato prati-
cado visando exclusivamente o interesse privado, ou seja, o desa-
tendimento a qualquer das finalidades do ato administrativo con-
figura vício insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vício 
de finalidade é denominado pela doutrina como desvio de poder, 
configurando em uma das modalidades do abuso de poder.
Forma: A forma é o modo de exteriorização do ato adminis-
trativo. Todo ato administrativo, em principio, deve ser formal, e 
a forma exigida pela lei quase sempre é escrita, em atendimento 
inclusive ao principio constitucional de publicidade.
A forma, ou formalidade é o conjunto de exterioridades que 
devem ser observadas para a regularidade do ato administrativo, 
assim, temos que todo ato administrativo é formal, pelo que sua 
falta resulta, necessariamente, na inexistência do ato administra-
tivo.
Existe em dois sentidos, no amplo e no estrito. Em sentido 
amplo é o procedimento previsto em lei para a prática regular do 
ato administrativo. Seu sentido estrito refere-se ao conjunto de re-
quisitos formais que devem constar no próprio ato administrativo, 
de acordo com suas formalidades próprias.
Motivo: O motivo é a causa imediata do ato administrativo, é 
a situação fática, ou jurídica, que determina ou possibilita a atua-
ção administrativa, razão pela qual todo ato administrativo deve 
ser motivado, assim temos que o motivo é elemento integrante do 
ato.
O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como 
um elemente, mas também como um pressuposto objetivo do ato 
em si, a motivação do ato administrativo tornou-se regra jurídico-
-administrativa abrigatória.
Destaca-se que, de acordo com a teoria dos motivos deter-
minantes, que consiste em explicitar que a administração pública 
está sujeita e passiva de controle administrativo e/ou judicial, dian-
te do controle de legalidade e legitimidade, relativo a existência e 
a pertinência dos motivos, fáticos e legais, que a declarou como 
causa determinante para a prática do ato.
Dessa maneira, caso seja comprovada a não ocorrência da si-
tuação declarada como determinante para a prática do ato, ou então 
a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei, 
o ato será nulo.
A Teoria dos Motivos Determinantes aplica-se tanto a atos 
vinculados quanto a atos discricionários, mesmo aos atos discri-
cionários em que , embora não fosse obrigatória, tenha havido 
motivação.
Objeto: O objeto é o próprio conteúdo material do ato. O ob-
jeto do ato administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por 
meio do qual a administração manifesta sua vontade, ou simples-
mente atesta situações preexistentes. 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o objeto do 
ato administrativo “é aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato 
decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica”
Pode-se dizer que o objeto doa ato administrativo é a própria 
alteração na esfera jurídica que o ato provoca, é o efeito jurídico 
imediato que o ato editado produz.
Classificação dos Atos Administrativos:
Atos Vinculados e Atos Discricionários: Os atos vinculados 
são os que a Administração Pública pratica sem qualquer margem 
de liberdade de decisão, tendo em

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