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IMPACTO AMBIENTAL UNIDADE 4

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Prévia do material em texto

Avaliação de 
Impacto Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
5
• Introdução
• Estudando o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) - Geral
• Considerações finais
• Nesta unidade, faremos um estudo de caso de um EIA (Estudo de Impacto 
Ambiental), analisando seu RIMA (Relatório de Impacto Ambiental). O 
objetivo é visualizar na prática um pouco do processo de elaboração de 
um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Vamos procurar fazer o link 
com toda a teoria que já foi dada nas unidades anteriores. Um estudo 
de impacto ambiental é um processo complexo, então vamos pontuar 
alguns itens do projeto, para que você, futuro(a) profissional em meio 
ambiente, perceba a complexidade do trabalho e veja como é realizado 
na prática, contribuindo para sua formação do profissional.
Prezado(a) aluno(a),
Nesta unidade, faremos um estudo de caso de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Como método de estudo, você deverá realizar as atividades de leitura, na sequência realizar 
as atividades de fixação dos conteúdos (Atividade de sistematização) e as atividades de interação 
(Fórum, Reflexiva ou Aplicação).
Explore todos os recursos do Blackboard. Não acumule dúvidas, participe, pergunte! 
Bons estudos.
Aproveite ao máximo!
Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA/RIMA) – Estudo de caso
6
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
Contextualização
Os Estudos de Impactos Ambientais ficam disponíveis para consulta a qualquer pessoa 
que tenha interesse; isso está contemplado na legislação. Para acessar o estudo que va-
mos trabalhar e qualquer outro que tenha interesse em pesquisar, segue o link de acesso: 
https://bit.ly/3MBANs0
Dentre os vários estudos de impactos ambientais, selecionamos o realizado para a construção 
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizada na bacia do rio Xingu. Selecionamos esse 
estudo porque é uma das maiores obras envolvendo a construção de uma hidrelétrica, que está 
localizada na floresta amazônica, e foi e é motivo de muita discussão dos órgãos ambientais, 
entidades ambientais sem fins lucrativos e governo.
A construção de uma usina hidrelétrica já é uma decisão muito importante e sua viabilidade 
necessita ser muito bem estudada. É importante e imprescindível ouvir o poder público, o 
órgão ambiental, a população da região e os representantes da sociedade civil.
Há muito tempo já vinha sendo estudada a possibilidade de se construir uma usina hidrelétrica 
na bacia do rio Xingu, localizada nos estados do Pará e Mato Grosso. No ano de 2005, o 
congresso nacional autorizou a Eletrobrás – centrais elétricas brasileiras S/A, a completar os 
estudos a respeito da viabilidade do aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte, e desde então 
se deu início à elaboração do EIA (Estudo de Impacto Ambiental).
7
Introdução
Nesta unidade, faremos um estudo de caso de um EIA (Estudo de Impacto Ambiental), 
analisando seu RIMA (Relatório de Impacto Ambiental). O objetivo é visualizar na prática um 
pouco do processo de elaboração de um estudo de Impacto Ambiental (EIA). Vamos procurar 
fazer o link com toda a teoria que já foi dada nas unidades anteriores. Um estudo de impacto 
ambiental é um processo complexo, então vamos pontuar alguns itens do projeto para que 
você, futuro(a) profissional em meio ambiente, perceba a complexidade do trabalho e veja 
como é realizado na prática, contribuindo para sua formação do profissional.
É sabido que a construção de uma usina hidrelétrica tem efeitos negativos e positivos. 
E para determinar quais os efeitos que uma obra como essa poderia causar nos impactos 
ambientais, foi necessário estudar os meios físico, biótico e socioeconômico, e com uma 
particularidade nesse caso: o estudo das comunidades indígenas existentes dentro da área do 
empreendimento.
O Estudo de Impacto Ambiental apontou a necessidade de mudanças no projeto original, 
para diminuir os efeitos negativos que essa construção poderia causar ao meio ambiente e às 
pessoas envolvidas.
Além das mudanças, foram propostas ações para controlar, diminuir e até sanar os efeitos 
negativos, e para potencializar os efeitos positivos. Para conhecermos e analisarmos esse 
empreendimento, os efeitos e ações propostas para diminuir os efeitos negativos e potencializar 
os positivos, é que vamos estudar o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental da viabilidade do 
Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte.
O RIMA traz as principais informações sobre o empreendimento, descreve toda a região 
antes da implantação do empreendimento e quais os principais efeitos negativos e positivos 
que a instalação da usina pode causar, as ações propostas, assim como as mudanças 
realizadas no projeto de engenharia para que Belo Monte possa ser construído e operado com 
sustentabilidade.
É bom esclarecermos que vamos utilizar o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) e não 
o EIA (Estudo de Impacto Ambiental), porque o RIMA é a versão simplificada do EIA e com 
uma linguagem mais palatável. O EIA de Belo Monte é um documento extremamente extenso 
e complexo e precisaríamos de muito tempo para poder estudá-lo. Para termos uma ideia da 
complexidade do EIA, vamos apresentar abaixo o número de volumes do EIA de Belo Monte.
Link para consulta: https://bit.ly/3MtZFBD
8
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
Estudando o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) - Geral
Como todo trabalho, o RIMA, que está disponível para todos os alunos no material 
complementar para consulta durante a leitura desta unidade, inicia-se explicando o que é uma 
usina hidrelétrica e como decidir se uma usina deve ou não ser construída e como viabilizar 
esse empreendimento nas questões ambientais. Segue uma parte do texto retirado do RIMA 
para ilustrar o que foi colocado agora:
Se alguma empresa se interessar em construir uma 
usina hidrelétrica num dos locais estudados, ela deve 
pedir autorização ao Governo Federal para estudar a 
área e saber se a construção é possível ou não. Com a 
autorização, a empresa faz os estudos de engenharia, 
chamados de Estudos de Viabilidade, e os estudos 
de meio ambiente, chamados de Estudo de Impacto 
Ambiental – EIA. Depois é feito um resumo do EIA, 
em uma linguagem que toda a população possa 
entender, que recebe o nome de Rima - Relatório de 
Impacto Ambiental.
A seguir é apresentado um breve histórico de Belo Monte desde 1975, quando houve o 
início dos estudos para o aproveitamento hidrelétrico da bacia do rio Xingu, até 2009, quando 
o EIA e o RIMA foram entregues ao Ibama.
A seguir são apresentadas outras informações, como: empresa responsável pelo estudo; 
empresa responsável pela construção; local das obras; e como será o AHE Belo Monte. A 
seguir um mapa que representa como será Belo Monte:
RIMA – Belo Monte
9
O trecho do rio Xingu localizado entre a barragem do Sítio Pimentel e a casa de força 
principal (Sítio Belo Monte) terá a quantidade de água diminuída por conta do desvio das águas 
para formar os reservatórios dos canais.
O RIMA segue explicando o que será necessário para a construção; mão de obra que 
será utilizada; como será a residência e alojamentos durante a construção; e como serão os 
canteiros de obras.
São descritos também quais acessos serão utilizados, de onde virão as fontes de materiais 
para a construção e para onde irá todo o material que será retirado. Segue trecho retirado do 
RIMA referente a esses materiais:
Todo o material que sobrar da escavação deve ser colocado 
na forma de aterros definitivos, chamados de botafora. Esses 
botafora serão bem grandes para que neles sejam colocados 
cerca de 150 milhões de metros cúbicos de terra e 60 milhões 
de metros cúbicos de rocha. Ficarão em áreas escolhidas 
com antecedência, seguindo critérios técnicos e ambientais, 
de preferência próximos aos locais de escavação, para baixar 
ocusto com o transporte. Os maiores volumes deverão ser 
colocados em locais próximos aos Canais de Derivação.
Na sequência, vamos fazer um esclarecimento sobre a realidade da região para entendermos 
um pouco mais sobre esse trabalho. Mais da metade da bacia do rio Xingu onde se localiza 
a usina de Belo Monte é formada por terras indígenas e unidades de conservação. Mesmo 
com toda essa proteção, existe desmatamento no entorno do rio Xingu, que tem como suas 
principais causas o aumento do cultivo de soja, principalmente no estado do Mato Grosso; 
a extração de madeira e a criação de gado; e o aumento da ocupação humana ao longo das 
estradas, como a BR-163 e a Transamazônica.
Áreas de influência direta e indireta
Após toda descrição do empreendimento e demais informações, o RIMA apresenta a área 
de influência direta e indireta, estudo que vai nortear todo o desenvolvimento do estudo de 
impacto ambiental.
Na sequência, trecho retirado do RIMA com a definição das Áreas de Influência Indireta 
(AII) e Áreas de Influência Direta (AID):
As áreas mais distantes são aquelas que podem sofrer 
modificações indiretas, a partir das alterações que 
acontecerão nas áreas vizinhas ao empreendimento e 
naquelas onde vão estar as obras do AHE Belo Monte. 
Nos estudos, essas áreas são chamadas de AII – Área 
de Influência Indireta. 
10
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
As áreas vizinhas são aquelas que ficam em volta do 
AHE Belo Monte e do reservatório, chamadas de AID – 
Área de Influência Direta. Elas incluem não só as terras 
que vão ser ocupadas pelas obras e pelo reservatório, 
mas também aquelas que vão sofrer interferências 
diretas, negativas ou positivas, do empreendimento. 
As áreas das obras são aquelas que vão ser ocupadas 
pelas estruturas principais de engenharia e por toda a 
parte de infraestrutura necessária para a construção 
do AHE Belo Monte, como a barragem, os canteiros 
de obra, as estradas de acesso e áreas de botafora, 
considerando também as áreas de inundação. Essas áreas 
são chamadas de ADA – Área Diretamente Afetada. 
As áreas do reservatório (com suas duas partes – o 
Reservatório do Xingu e o Reservatório dos Canais), as 
Áreas de Preservação Permanente e o Trecho de Vazão 
Reduzida também fazem parte da ADA, assim como um 
trecho de cerca de 15 km rio abaixo a partir do ponto 
onde as águas passarão pelas turbinas da Casa de Força.
RIMA – Belo Monte
Para saber um pouco mais sobre essa obra que já gerou 
tanta polêmica, acesse o link: 
http://arte.folha.uol.com.br/especiais/2013/12/16/belo-monte/
11
Diagnóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico)
Com a definição das áreas de influência direta e indireta, é possível realizar o diagnóstico 
ambiental com a descrição dos meios físico, biótico e socioeconômico, e é o que foi apresentado 
na sequência do RIMA.
No trecho a seguir vemos uma parte da descrição do meio físico:
Na Área de Influência Indireta do AHE Belo Monte, o 
período de chuvas é diferente daquele que ocorre em grande 
parte do país. As chuvas ocorrem mais nos meses de janeiro 
a abril. No período seco, a quantidade de água que corre no 
rio é bem menor do que na cheia (em média é menos do 
que 5 por cento da quantidade de água que normalmente 
corre pelo rio Xingu no período chuvoso)..
Na sequência, é realizada a descrição do meio biótico. Segue um trecho da descrição do 
meio biótico:
Por causa do tamanho da AII e dos vários ambientes que ela tem, 
existe uma grande variedade de espécies animais. São cerca de 
440 espécies de aves e algumas estão ameaçadas de extinção, 
como a arara-azul, a arara vermelha e a ararajuba. São 259 
espécies de mamíferos (só na floresta são mais de 40 espécies 
de mamíferos de tamanho médio e grande, como o guariba, 
o prego e o cuxiú) e 174 espécies de répteis e anfíbios, como 
sapos, lagartos, rãs, pererecas, tracajás, serpentes e jacarés. 
No ambiente aquático, os botos e peixes-boi são encontrados 
apenas na parte final do rio Xingu, abaixo do local da futura 
casa de força principal do AHE Belo Monte. Também é nessa 
região que estão as principais praias, onde a tartaruga-da-
Amazônia faz sua desova.
E também a descrição do meio socioeconômico. Segue um trecho desse item muito importante 
na caracterização da área:
A maioria das sedes municipais dessa região está às margens da 
rodovia Transamazônica, menos as cidades de Porto de Moz, 
Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, que estão localizadas às 
margens do rio Xingu. A cidade de Altamira fica tanto às margens 
do Xingu quanto da Transamazônica. A população total da AII é de 
317.472 habitantes, sendo que 51 por cento moram nas cidades. 
Em Altamira, a população da área urbana chega a 75 por cento do 
total do município. Na AII, a maioria das atividades econômicas está 
ligada à agropecuária e ao extrativismo vegetal. A soma de tudo que 
é produzido pelos onze municípios, chamado de Produto Interno 
Bruto (PIB), correspondia a aproximadamente 3 por cento de tudo 
que era produzido no Pará em 2005. As grandes propriedades 
(com mais de 10 mil hectares) ocupam 30 por cento das áreas 
rurais. Já as pequenas e médias propriedades (entre 100 e 500 
hectares) ocupam 70 por cento das áreas rurais.
12
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
RIMA – Belo Monte
A figura retirada do RIMA ilustra a AII do meio socioeconômico.
Como cada estudo deve ser adaptado de acordo com as necessidades do meio estudado, 
esse especificamente definiu uma área de estudos própria para as comunidades indígenas 
presentes na região do empreendimento. Esse aspecto único dessa região ilustra bem como 
um estudo deve ser adaptado a cada situação.
Segue trecho do RIMA contemplando essa particularidade da região:
A Funai apontou a necessidade de estudos mais detalhados para as Terras 
Indígenas Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu, e para a Área 
Indígena Juruna do km 17. Isto porque as Terras Indígenas Paquiçamba 
e Arara da Volta Grande do Xingu estão na Área de Influência Direta 
(AID), sendo afetadas pela redução da vazão do rio Xingu. E porque a 
Área Indígena Juruna do km 17 está às margens da Rodovia PA-415 e, 
por isso, deverá sofrer a influência do aumento do tráfego nessa estrada. 
Estas duas TIs e Área Indígena formam o que a Funai chamou de Grupo 1 
para os estudos do AHE Belo Monte. O Grupo 2 é formado pelas outras 
7 TIs, que formam um bloco contínuo de terras indígenas. Além dessas 
Terras e Área Indígenas, a Funai definiu também a necessidade de serem 
estudados os índios que moram na cidade de Altamira e os que moram 
às margens do rio Xingu, no trecho a ser afetado pelo AHE Belo Monte.
É apresentada no RIMA uma descrição bem completa de todas as áreas e povos indígenas 
existentes na região e todas as inter-relações desses povos com o meio ambiente.
13
Impactos ambientais
Com a definição das áreas de influência direta e indireta e o diagnóstico ambiental já 
concluído, chegou o momento da definição dos impactos ambientais.
Belo Monte vai gerar muitas mudanças ambientais na região do Grande Xingu, na 
fauna, na flora e nas comunidades em todas as etapas do projeto, as quais podem 
ser divididas em 04 etapas principais: Estudos e Projetos; Construção; Enchimento; 
e Operação.
O empreendimento vai provocar tanto mudanças negativas como positivas, mudanças 
que são chamadas de impactos ambientais. O EIA analisou e identificou os impactos 
que serão gerados, propôs medidas para prevenir, diminuir ou compensar os impactos 
e potencializar os benefícios dos impactos positivos.
O EIA organizou essas medidas em planos, programas e projetos ambientais. Vamos 
apresentar um resumo dessas medidas através do RIMA, para darmos continuidade ao 
nosso estudo de caso, cujo objetivo é apresentar na prática como se desenvolve um 
estudo ambiental.
Na sequência, o RIMA apresenta todos os impactos de todas as etapas do projeto 
em todos os meios envolvidos. A seguir vamos apresentar um dosimpactos retirado do 
RIMA para ilustrar como foi colocado no estudo:
Impactos: Aumento do Barulho e da Poeira com Incômodo da 
População e da Fauna 
O movimento de terra necessário para as obras irá causar 
poeira e poderá modificar a qualidade do ar próximo aos 
canteiros, principalmente no Sítio Belo Monte e no Sítio 
dos Canais e Diques. O barulho que também será gerado, 
por causa do tráfego de veículos e equipamentos pesados, 
poderá causar incômodo à população. Também por causa do 
barulho poderá ter fuga de animais nas áreas mais próximas 
às obras. As consequências dos impactos causados pela 
alteração na qualidade do ar e no nível de barulho sobre 
a população poderão ser diminuídas e controladas por 
ações do Plano Ambiental de Construção. Já o Programa 
de Interação Social e Comunicação, que faz parte do Plano 
de Relacionamento com a População, prevê que o aumento 
dos incômodos gerados à população seja acompanhado 
por ações de comunicação. Para acompanhar as alterações 
no comportamento dos animais, lembra-se de que estão 
previstas ações nos Planos de Conservação dos Ecossistemas 
Terrestres e Aquáticos.
14
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
Para resumir, vamos apresentar a seguir um quadro retirado do RIMA, que indica com 
barras coloridas a época em que cada impacto terá início e sua duração ao longo das diferentes 
etapas do empreendimento.
Impactos
ETAPAS
CONSTRUÇÃO
(10 anos)
ESTUDOS E 
PROJETOS 
(Início dos 
Estudos na 
Bacia do 
Xingu até a 
Obtenção da 
LP e da LI)
IMPLANTAÇÃO 
DA INFRA-
ESTRUTURA E 
DAS OBRAS DE 
ENGENHARIA 
(5 anos)
ENCHIMENTO 
(30 dias)
MONTAGEM 
E TESTE DAS 
TURBINAS E 
GERADORES 
(5 anos)
OPERAÇÃO 
COMERCIAL
Geração de expectativas quanto ao futuro da população local e da 
região
Geração de Expectativas na População Indígena
Aumento da população e da ocupação desordenada do solo
Aumento da Pressão sobre as Terras e Áreas Indígenas
Aumento das Necessidades por Mercadorias e Serviços, da Oferta de 
Trabalho e Maior Movimentação da Economia
Perda de Imóveis e Benfeitorias com Transferência da População na 
Área Rural e Perda de Atividades Produtivas
Perda de Imóveis e Benfeitorias com Transferência da População na 
Área Urbana e Perda de Atividades Produtivas
Melhorias dos acessos
Mudanças na paisagem (causadas pela instalação da infra-estrutura de 
apoio e das obras principais)
Perda de Vegetação e de Ambientes Naturais, com Mudanças na Fauna 
(causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras principais)
Aumento do Barulho e da Poeira com Incômodo da População e da 
Fauna (causado pela instalação da infra-estrutura de apoio e principais)
Mudanças no Escoamento e na Qualidade da Água nos Igarapés do Trecho 
do Reservatório dos Canais, com Mudanças nos Peixes
Alterações nas Condições de Acesso pelo Rio Xingu das Comunidades 
Indígenas à Altamira (causadas pelas obras no Sítio Pimental)
15
Alteração da Qualidade da Água do rio Xingu próximo ao Sítio Pimental 
e Perda de Fonte de Renda e de Sustento para as
Populações Indígenas
Danos ao Patrimônio Arqueológico
Interrupção Temporária do Escoamento da Água no Canal da Margem 
Esquerda do Xingu, no Trecho entre a Barragem Principal e o Núcleo de 
Referência Rural São Pedro
7 Meses
Perda de Postos de Trabalho e Renda (causada pela desmobilização de 
mão de obra)
Retirada de Vegetação, com Perda de Ambientes Naturais e Recursos 
Extrativistas (causada pela formação dos reservatórios)
Mudanças na Paisagem e Perda de Praias e Áreas de Lazer (causada pela 
formação dos reservatórios)
Inundação Permanente dos Abrigos da Gravura e Assurini e Danos ao 
Patrimônio Arqueológico (causada pela formação dos reservatórios)
Perda de Jazidas de Argila Devido à Formação do Reservatório do Xingu
Mudanças nas Espécies de Peixes e no Tipo de Pesca (causada pela 
formação dos reservatórios)
Alteração na Qualidade das Águas dos Igarapés de Altamira e no 
Reservatório dos Canais (causada pela formação dos
reservatórios)
Interupção de Acessos Viários pela Formação do Reservatório dos Canais
Interrupção de Acessos na Cidade de Altamira (causada pela formação 
do Reservatório do Xingu)
Mudanças nas Condições de Navegação (causada pela formação dos 
reservatórios)
Aumento da Quantidade de Energia a ser Disponibilizada para o Sistema 
Interligado Nacional – SIN
Dinamização da Economia Regional
Interrupção da Navegação no Trecho de Vazão Reduzida nos Períodos de 
Seca
Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e 
outros animais no Trecho de Vazão Reduzida
Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de 
ambientes para mosquitos que transmitem doenças no
Trecho de Vazão Reduzida
Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no Trecho 
de Vazão Reduzida
16
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
Planos, programas e projetos ambientais
Para que Belo Monte seja construído e operado com sustentabilidade, é proposto no EIA um 
conjunto de ações com intuito de diminuir e compensar as alterações negativas e potencializar 
as positivas.
É importante frisar que as ações propostas e que devem ser colocadas em prática são de 
responsabilidade do empreendedor, e algumas ações devem ser mantidas por toda a vida útil 
do empreendimento.
Planos e programas inseridos no EIA (figura extraída do RIMA)
O RIMA apresenta a seguir as medidas para todos os impactos previstos de todas as 
áreas e fases da implantação do projeto. A seguir um exemplo de um dos programas 
contemplados no RIMA:
Programa de Conservação da Fauna Terrestre 
O objetivo principal deste Programa é a conservação da fauna 
terrestre da região onde se pretende construir o AHE Belo Monte. 
Serão monitoradas espécies de animais que são ameaçadas de 
extinção, assim como o comportamento da fauna antes, durante e 
após a implantação do empreendimento. Dentre os vários projetos 
que formam este programa tem o de Salvamento e Aproveitamento 
Científico da Fauna. Este projeto cuida do resgate de animais durante 
os trabalhos de retirada da vegetação para as obras e, depois, para o 
enchimento dos reservatórios. Esses animais capturados serão soltos 
em locais identificados por especialistas e alguns serão enviados para 
jardins zoológicos e instituições de pesquisa. Este projeto deve permitir 
a discussão, com as populações indígenas, sobre o aproveitamento 
de alguns animais que possam servir de reprodutores para criação de 
suas espécies dentro das TIs. Além disso, as comunidades indígenas 
devem ser envolvidas na discussão sobre as áreas onde serão soltos 
os animais que forem resgatados. (Trecho extraído do RIMA).
17
A seguir, exemplo de um dos planos contemplados no estudo:
Programa de Saneamento Básico para as Comunidades Indígenas 
Este Plano também tem dois programas: Programa de Abastecimento 
de Água. Tem como ações: construir poços profundos nas TIs; e 
realizar campanhas educativas sobre a importância do consumo de 
água de boa qualidade.
Monitoramento
Após a implantação de todos os programas e planos ambientais, chega a fase do 
monitoramento, que como sabemos é após a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, 
quando o empreendimento já estiver em andamento.
Considerações Finais
Hoje a usina de Belo Monte já está em operação, muitos programas e planos ambientais já 
estão implantados e sendo monitorados.
Chegamos ao fim da nossa unidade. A ideia foi apresentar um estudo de impacto ambiental 
(EIA) através do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), como um estudo de caso. Selecionamos 
o Estudo de Impacto Ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte porque é uma das 
maiores obras do país e por estar localizada na Amazônia, uma área de importância mundial, 
e por ter sido e ainda ser uma obra muito polêmica. A mídia tem feito uma ampla divulgação 
desse empreendimento, e é interessante aprofundar e entender todas as nuances envolvidas 
nessa obra. No material complementar, temos algunsmateriais atuais e interessantes para 
complementar o estudo iniciado aqui na unidade.
É importante ressaltar que durante o estudo desta unidade, os alunos acompanhem o texto 
original do RIMA, disponível no material complementar.
O objetivo de apresentar esse estudo de caso foi fornecer uma ferramenta a mais aos 
profissionais de meio ambiente e dar suporte para o profissional na elaboração de um EIA.
18
Unidade: Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – Estudo de caso
Material Complementar
Sites:
Para aprofundar seus estudos em Avaliação de impactos ambientais, explore o 
artigo abaixo:
LEME ENGENHARIA LTDA; ELETROBRÁS; BRASIL, MINISTÉRIO DE MINAS 
E ENERGIA. Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte – Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA). Disponível no site do Ministério do meio ambiente, 
Instituto brasileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis, em: 
https://bit.ly/3MtqNks. Acesso em: 03 jun. 2015.
Após um ano de funcionamento, Belo Monte segue envolta em polêmicas
https://goo.gl/PdJB24
19
Referências
FLEURYL, Lorena Cândido; ALMEIDA, Jalcione. A construção da usina hidrelétrica de 
Belo Monte: conflito ambiental e o dilema do desenvolvimento. Ambiente e sociedade, vol. 16, 
nº 4, São Paulo, versão online, out/dez. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S1414-753X2013000400009&script=sci_arttext>. Acesso em: 03 jun. 2015 
LEME ENGENHARIA LTDA. Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Belo Monte – Estudo 
de Impacto Ambiental (EIA). Disponível no site do Ministério do meio ambiente, Instituto 
brasileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis, em: <http://licenciamento.
ibama.gov.br/Hidreletricas/Belo%20Monte/EIA/>. Acesso em: 03 jun. 2015.
LEME ENGENHARIA LTDA; ELETROBRÁS; BRASIL, MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. 
Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte – Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 
Disponível no site do Ministério do meio ambiente, Instituto brasileiro do meio ambiente 
e dos recursos naturais renováveis, em: <http://licenciamento.ibama.gov.br/Hidreletricas/
Belo%20Monte/RIMA/Rima_AHE%20Belo%20Monte.pdf>. Acesso em: 03 jun. 2015.
PINTO, Lúcio Flávio. De Tucuruí a Belo Monte: a história avança mesmo? Boletim do museu 
paraense Emílio Goeldi, Ciências humanas, vol. 7, nº 3, Belém, versão online, set/dez. 2012. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bgoeldi/v7n3/a10v7n3.pdf>. Acesso em: 03 
jun. 2015.

Outros materiais