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Curso de Introdução 
à INTELIGÊNCIA 
PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1
Fundamentos teóricos e 
doutrinários da Atividade de
Inteligência Penitenciária
EXPEDIENTE
Todo o conteúdo do Curso de Introdução à Inteligência Penitenciária – CIIPEN, da Secretaria Nacional de 
Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal — 2022, está licenciado sob 
a Licença Pública Creative Commons Atribuição — Não Comercial — Sem Derivações 4.0 Internacional. Para 
visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.BY NC ND
GOVERNO FEDERAL
Presidente da República 
Luiz Inácio Lula da Silva
Vice-Presidente da República 
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho
Ministro da Justiça e Segurança Pública 
Flávio Dino de Castro e Costa
Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais – SENAPPEN 
Rafael Velasco Brandani
Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN 
Stephane Silva de Araújo
Equipe ESPEN 
Haynara Jocely Lima de Almeida 
Italo Rodrigues dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Coordenação Geral 
Luciano Patrício Souza de Castro
Financeiro 
Fernando Machado Wolf
Consultoria Técnica EaD 
Giovana Schuelter
Coordenação de Produção 
Caroline Daufemback Henrique 
Francielli Schuelter
Coordenação de AVEA 
Andreia Mara Fiala
Revisão Textual
Supervisão: Evillyn Kjellin 
Victor Rocha Freire Silva
Vivianne Oliveira Rodrigues
Design Instrucional
Supervisão: Milene Silva de Castro 
Flora Bazzo Schmidt
Joyce Regina Borges
Design Gráfico
Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima
Airton Jordani Jardim Filho
Cleber da Luz Monteiro
Giovana Aparecida dos Santos
Guilherme Comerão Stecca Almeida
Julia Morato Leite Lucas
Renata Cristina Gonçalves
Sonia Trois
Tiago Augusto Paiva
Programação
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro
João Pedro Mendonça de Araujo
Luan Rodrigo Silva Costa
Luiz Eduardo Pizzinatto
Audiovisual 
Supervisão: Rafael Poletto Dutra 
Angie Luiza Moreira de Oliveira 
Dilney Carvalho da Silva 
Eduardo Corrêa Machado 
Jacob de Souza Faria Neto 
Kimberly Araujo Lazzarin 
Marcelo Vinícius Netto Spillere 
Marília Gabriela Salomao Dauer 
Maycon Douglas da Silva
Apresentação 
Áureo Mafra de Moraes
Conteúdo
Jean Cler Brugnerotto 
Álvaro Portel Júnior
Ana Paula Alves Ferreira Botelho 
Andrea Delgado Ferreira
Antônio Marcos Mota 
Diego Mantovaneli do Monte 
Moacir Vilanova Lopes Neto 
Sergio da Silva de Medeiros
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed
ESCLARECIMENTO
 
A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional 
(DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais 
(SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém, 
devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência 
da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN 
é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover-
namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias 
e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma 
nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual.
SUMÁRIO
Apresentação 7
Objetivos do módulo 7
Unidade 1: Introdução à Atividade de Inteligência 
Penitenciária 10
1.1 Breve histórico da Atividade de Inteligência no mundo 10
1.2 Atividade de Inteligência e seus quatro paradigmas históricos 16
1.3 Histórico da Atividade de Inteligência no Brasil 17
1.4 Sistema Brasileiro de Inteligência 20
1.5 Instrumentos de Governança da Inteligência no Brasil 21
1.6 Inteligência Penitenciária e Segurança Pública 22
1.7 Atividade de Inteligência na América Latina 27
Unidade 2: A Atividade de Inteligência Penitenciária 32
2.1 O Ambiente prisional e seu histórico 32
2.2 Surgimento da Inteligência Penitenciária 42
2.3 Alguns aspectos legais da Inteligência Penitenciária 42
2.4 Perfil do Policial Penal de Inteligência 45
2.5 Agência Central de Inteligência Penitenciária 47
SUMÁRIO
Unidade 3: Fundamentos doutrinários da Atividade de 
Inteligência Penitenciária 51
3.1 Fundamentos históricos e a Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária no Brasil – 
a DNIPEN 51
3.2 Doutrinas de Inteligência na América Latina 54
3.3 Princípios e características que orientam a Atividade de Inteligência 57
3.4 Metodologia da Produção do Conhecimento: estados da mente e ciclo da 
produção do conhecimento 61
3.5 Tipos de conhecimento 66
Unidade 4: Aspectos teóricos de Contrainteligência e das 
Operações de Inteligência 69
4.1 Contrainteligência Penitenciária: características e fundamentos 69
4.2 Ramos da Contrainteligência 71
4.3 Operações de Inteligência Penitenciária: características e fundamentos 73
4.4 Tipos de Operações de Inteligência e seus planejamentos 76
4.5 Ações de busca 77
4.6 Técnicas de Operações de Inteligência 83
SUMÁRIO
Síntese do Módulo 88
Referências 91
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 7
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista! 
Seja bem-vindo(a) ao Curso de Introdução à Inteligência Penitenciária, 
o CIIPEN. 
Este curso contém 7 unidades e está dividido em dois grandes módulos. 
Iniciaremos agora o primeiro: Fundamentos teóricos e doutrinários da 
Atividade de Inteligência Penitenciária. Nele, veremos a história, os prin-
cípios, as características, a legislação e os outros aspectos importantes 
que dão fundamento à Atividade de Inteligência Penitenciária. 
Na segunda parte do curso, no Módulo 2, trataremos da Inteligência 
Penitenciária Aplicada. Será o momento de vermos a prática dos ele-
mentos teóricos que veremos a seguir. Com uma leitura dinâmica, rica 
em exemplos e com sugestões de conduta, essa segunda parte ofere-
cerá ao leitor a oportunidade de conhecer como se aplica a Inteligência 
Penitenciária na rotina penal. 
Objetivos do módulo
• Conhecer um resumo da evolução histórica da Atividade de Inteligência 
no mundo e no Brasil.
• Compreender como se dá a organização e a governança nacional 
da Inteligência. 
• Justificar a importância da Inteligência Penitenciária no contexto da 
Segurança Pública. 
• Localizar em que panorama está a Atividade de Inteligência na 
América Latina.
• Compreender e fixar o que é Inteligência Penitenciária no contexto 
do ambiente prisional. 
• Aprender sobre o perfil do analista de Inteligência e os aspectos legais 
da Atividade de Inteligência Penitenciária. 
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 8
• Assimilar como se dá o funcionamento da Agência Central de 
Inteligência Penitenciária no Brasil.
• Conhecer princípios e características que orientam a Atividade 
de Inteligência.
• Entender a importância da Doutrina Nacional de Inteligência Peniten-
ciária e de sua aplicação na Metodologia da Produção do Conhecimento. 
• Entender o papel da Contrainteligência Penitenciária.
• Visualizar os ramos da Contrainteligência.
• Visualizar as características das Operações de Inteligência Penitenciária.
• Verificar as principais ações e técnicas utilizadas pelos agentes dentro 
de uma Operação de Inteligência.
UNIDADE 1
Introdução à Atividade de 
Inteligência Penitenciária
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 10
1. INTRODUÇÃO À ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA
“A atividade de Inteligência Penitenciária (IPEN) é o exercício perma-
nente e sistemático de ações especializadas para a identificação, 
acompanhamento e avaliação de ameaças reais ou potenciais na 
esfera do Sistema Penitenciário. Estas são basicamente orientadas 
para a produção e salvaguarda de conhecimentos necessários à de-
cisão, ao planejamento e à execução de uma política penitenciária e, 
também, para prevenir, obstruir, detectar e neutralizarações adversas 
de qualquer natureza dentro do Sistema Penitenciário e atentatórias 
à ordem pública.” (BRASIL, 2013).
Iniciando o Curso de Introdução à Inteligência Penitenciária, esta unidade 
mostrará a evolução histórica da Atividade de Inteligência no mundo e 
no Brasil. Abordará, de forma resumida, a organização e a governança 
nacional da Inteligência. Ainda, será exposta a importância da Inteligência 
Penitenciária no contexto da Segurança Pública. Por fim, será apresentado 
um resumo do panorama da Atividade de Inteligência na América Latina.
1.1 Breve histórico da Atividade de Inteligência no mundo 
A história da Atividade de Inteligência se confunde com a própria his-
tória da humanidade, já que a busca pelo conhecimento é inerente ao 
ser humano. Desde a Antiguidade, vemos os indivíduos utilizando-se 
de vários métodos para adquirir conhecimento, como se pode ver em 
alguns relatos milenares:
“Enviou-os, pois, Moisés a espiar: a terra de Canaã, e disse-lhes: Subi 
por aqui para o Neguebe, e penetrai nas montanhas; e vede a terra, 
que tal é; e o povo que nela habita, se é forte ou fraco, se pouco ou 
muito, que tal é a terra em que habita, se boa ou má; que tais são as 
cidades em que habita, se arraiais ou fortalezas; e que tal é a terra, 
se gorda ou magra; se nela há árvores, ou não; e esforçai-vos, e tomai 
do fruto da terra.” (BÍBLIA, 1969).
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 11
“[...] se não conheces a ti e nem a teu inimigo, sempre sereis derrota-
do. Se conheces a ti e não a teu inimigo, para cada vitória terás uma 
derrota. Se conheces a ti e a teu inimigo, não temereis o resultado de 
cem batalhas.” (TZU, 2001).
Idade Antiga
Com o incremento da organização humana de forma política e burocrática, 
as ações furtivas se tornaram igualmente mais estruturadas e paulati-
namente especializadas. Basicamente, havia situações de dominação 
ilegítima (controle por força, ocupações, colonizações, imperialismo) 
(BRASIL, 2016).
Sítio arqueológico de construção da Grécia Antiga.
Foto: © [Jenifoto] / Shutterstock.
Nesse período, destaca-se o uso da espionagem (amadora) por meio de 
agentes infiltrados, com o fim de obter dados sobre inimigos ou sobre 
oportunidades em novos territórios.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 12
Idade Média
\
Ferramenta de cifragem monoalfabética. 
Foto: Kapersky Daily.
Esse período se destaca pela busca de expansão territorial e pela conquista 
de poder monárquico. A comunicação era lenta, tornando a conquista 
de surpresa estratégica uma questão difícil de equilibrar; por exemplo, 
o tempo necessário para reunir grandes forças contra o tempo necessário 
para agentes inimigos descobrirem-nas e denunciá-las. As ferramentas 
mais utilizadas estavam ligadas à criptografia e aos sistemas de cifragem.
“Na Idade Média, o serviço de espionagem foi posto de lado, devido 
à influência da Igreja e da Cavalaria, que o julgavam pecado. Porém, 
Maomé o utilizou em 624. Seus agentes infiltrados em Meca (Arábia 
Saudita) o avisaram de um ataque de soldados árabes a Medina, 
cidade em que estava refugiado. Ele mandou, então, que fizessem 
trincheiras e barreiras ao redor da cidade, que impediram o avanço 
dos soldados.” (FARIAS, 2005, p. 87).
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 13
Idade Moderna
Ilustração de navios portugueses usados nas grandes navegações. 
Fonte: © [Michael Rosskothen] / Shutterstock.
Com o colonialismo e com as expansões marítimas europeias, devido 
à intensificação das relações comerciais, ao mercantilismo, às grandes 
navegações e às pretensões territoriais hegemônicas de alguns Estados, 
surgiu a necessidade de políticas direcionadas ao fluxo de diferentes 
tipos de informações. 
• Século XV: as cidades-estados italianas abriram embaixadas que 
obtinham informações estratégicas e em cujas bases estabeleceram-se 
redes regulares de espionagem (BRASIL, 2016).
• Século XVI: a iniciativa italiana foi reproduzida por outras sociedades 
dos séculos seguintes, e tais informações passaram a ser processadas 
em organizações permanentes e profissionais, inseridas na burocracia 
estatal, dando origem ao que se denomina Atividade de Inteligência. 
Um dos registros mais antigos do termo “inteligência” em seu sentido 
moderno, the intelligence, foi utilizado ainda no século XVI, na Inglaterra, 
na Secretaria de Estado (Department of Intelligence) (BRASIL, 2016).
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 14
Idade Contemporânea
A Atividade de Inteligência, como parte da burocracia do Estado, origi-
nou-se de quatro matrizes institucionais e históricas: economia, guerra, 
diplomacia e polícia (BRASIL, 2016).
 
Membros das Forças Armadas do Brasil. 
Foto: Ministério da Defesa/gov.br.
• Primeira Guerra Mundial: os Serviços de Inteligência da maioria dos 
países europeus eram incipientes e, inicialmente, os Estados Unidos não 
tinham uma organização central de Inteligência. A guerra, que nenhum 
dos combatentes pretendia, é frequentemente citada em retrospectiva 
como um trágico fracasso de Inteligência. 
• Segunda Guerra Mundial: com as lições de Inteligência da Primeira 
Guerra Mundial, juntamente com os avanços tecnológicos — especial-
mente eletrônica e tecnologia aeronáutica —, ocorreu a proliferação de 
novas agências de Inteligência nos anos 20 e 30, particularmente em 
estados totalitários (Itália, Alemanha e União Soviética), mas também em 
alguns países europeus democráticos, e, em especial, também ocorreu o 
estouro da Segunda Guerra Mundial, em 1939 (RANSOM; PRINGLE, 2021).
Nesse período, as organizações são aperfeiçoadas quanto à estrutura, à 
metodologia próprias e ao pessoal especializado. A institucionalização 
dos Serviços de Inteligência começa a ocorrer no século XX, motivada 
pela necessidade de obtenção de informação militar. Foi daí que surgiram 
os principais órgãos de Inteligência do mundo: CIA, KGB, MI6 e Mossad.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 15
 
• Guerra Fria: a Inteligência militar passou a se preocupar predominante-
mente com defesa e dissuasão, enquanto sua vertente civil dedicava-se 
à vigilância ideológica e interferência política (BRASIL, 2016). A Atividade 
de Inteligência tornou-se uma das maiores indústrias do mundo, empre-
gando centenas de milhares de profissionais. Os grandes países criaram 
enormes estruturas de Inteligência, geralmente consistindo em agências 
secretas (RANSOM; PRINGLE, 2021).
Principais órgãos de Inteligência do mundo
Central Intelligence Agency – CIA
Komitet Gosudarstveno Bezopasnosti – KGB
Military Intelligence, Section 6 – MI6
Mossad
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 16
Os sistemas de Inteligência dos Estados Unidos, da União Soviética e do 
Reino Unido foram usados como modelos gerais para a organização da 
maioria dos outros Serviços de Inteligência (RANSOM; PRINGLE, 2021).
1.2 Atividade de Inteligência e seus quatro paradigmas históricos
A informação constitui um dos pilares do Estado, juntamente com a 
força e o direito, que restringe esta última. A Atividade de Inteligência, 
ao contrário dos demais aparatos coercitivos, não se fundamenta na 
força, e sim no conhecimento e no segredo, com o desempenho de 
função essencialmente informacional. Em alguns países, porém, em 
razão de interesses e tensões oriundas de suas relações internacionais,a atividade extrapola os limites da função informacional, atuando com 
intervenções como sabotagem, desinformação, propaganda, subversão 
e até eliminação de adversários, em um contexto de guerra não oficial-
mente declarada (BRASIL, 2016). 
A seguir, serão apresentadas as relações dos regimes de governos com 
os Serviços de Inteligência, de acordo com Numeriano (2011).
• No totalitarismo: Serviço de Inteligência como “paradigma policial”, 
que utiliza informações para oprimir os cidadãos e para conformar pen-
samentos e comportamentos (exemplos: nazismo, fascismo).
• No autoritarismo: Serviço de Inteligência como “paradigma repressivo”, 
orientado por ideologia seletiva, gera informações para coibir a ação de 
atores adversos ao sistema vigente (exemplos: ditaduras na América, 
na África).
Aqui cabe uma pausa para expor um comparativo entre autoritarismo e o 
totalitarismo, já que impactará no exercício da Atividade de Inteligência. 
O autoritarismo atua para forçar o povo à apatia, à obediência passiva e à 
despolitização, por outro lado, o totalitarismo busca mobilizar a sociedade 
civil de cima para baixo, para moldá-la e impor-lhe uma obediência ativa 
e militante (direcionamento político partidário) em relação ao status quo, 
condicionada pela adesão à ideologia oficial do Estado. 
• Na democracia em desenvolvimento: Serviço de Inteligência como 
“paradigma informativo”; dada a precariedade do equilíbrio institucional, 
oscila entre conteúdos com vieses ideológicos e análises isentas da rea-
lidade, submetendo-se formalmente a controles institucionais. 
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 17
• Na democracia desenvolvida: Serviço de Inteligência como “paradig-
ma preditivo”; subordina-se aos princípios constitucionais e ao efetivo 
controle externo, e produz conhecimento preponderantemente prospec-
tivo, com apoio de técnicas cientificamente embasadas e da tecnologia 
da informação. 
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir a animação sobre as relações dos 
regimes de governos com os serviços de inteligência, ou acesso 
o link: https://youtu.be/MtrPnQTPo7M.
1.3 Histórico da Atividade de Inteligência no Brasil
A seguir, serão apresentadas as fases históricas da Atividade de Inteli-
gência no Brasil.
Fase embrionária (1927 a 1964)
A Atividade esteve inserida, de forma complementar, em conselhos de 
governo (de 1927 a 1946) e no Serviço Federal de Informações e Con-
trainformações (SFICI) (de 1946 a 1964). Nessa fase, inicia-se a construção 
das primeiras estruturas governamentais voltadas para a análise de dados 
e para a produção de conhecimentos (BRASIL, 2020).
 
Fonte: Brasil, 2020.
Fase Embrionária (1927-1964)
1927
1934 1937 1946
1964
CDN
Conselho de 
Defesa Nacional
CSN
Conselho de 
Segurança Nacional
CSSN
Conselho Superior de 
Segurança Nacional
SFICI
Serviço Federal de 
Informações e Contrainformações
Presidentes da República
Washington Luís
1926 a 1930
Getúlio Vargas
1930 a 1945
Eurico Gaspar Dutra
1946 a 1951
Getúlio Vargas
1951 a 1954
Café Filho
1954 a 1955
Juscelino Kubitschek
1956 a 1961
Jânio Quadros
1961
João Goulart
1961 a 1964
https://youtu.be/MtrPnQTPo7M
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 18
Destaca-se pelo conflito não declarado e de fortes componentes ide-
ológicos e estratégicos, ocorrido entre os Estados Unidos da América 
(EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Não sem 
coincidência, nas décadas de 1940 e de 1950 foram fundados os prin-
cipais serviços secretos do mundo.
Fase da bipolaridade (1964 a 1990)
No período da Guerra Fria, em que questões ideológicas estavam em 
ênfase, a Atividade de Inteligência ficou focada nesse tema (BRASIL, 
2020c). Em 1964, durante o regime militar, foi extinto o SFICI e criado 
o Serviço Nacional de Informações (SNI) (BRASIL, 2020c). O SNI foi 
criado em 13 de junho de 1964 e caracterizou-se por sua ligação direta 
ao Presidente da República e pelo enfrentamento a oponentes internos, 
principalmente àqueles alinhados a ideologias comunistas (BRASIL, 2016).
 
Ilustração das bandeiras da União Soviética e dos Estados Unidos da América. 
Fonte: Adaptado de © [Vincent Grebenicek] / Shutterstock.
Fase de transição (1990 a 1999)
Com a volta do regime democrático, a Atividade de Inteligência sofre 
uma reavaliação e uma autocrítica para adequar sua atuação aos novos 
contextos governamentais (BRASIL, 2020c). 
Em 1990, o Presidente Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente 
eleito pelo voto direto, após o regime militar, extinguiu o SNI. Assim, 
a Atividade de Inteligência do Brasil deixou de ser exercida por um órgão 
de assessoria direta ao Presidente da República e tornou-se vinculada à 
Secretaria da Presidência da República.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 19
Presidente Fernando Collor de Mello. 
Foto: Centro de Referência de Acervos Presidenciais/Arquivo Nacional.
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) foi criada em 7 de dezembro 
de 1999, juntamente com o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), 
que tem a ABIN como órgão central.
 
Símbolo da ABIN. 
Fonte: ABIN.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 20
1.4 Sistema Brasileiro de Inteligência
“Agência de Inteligência não é uma ilha fora do contexto, habitada 
por profissionais desconectados com a realidade da comunidade e 
do continente.” (SOUZA, 2016, p. 102).
O SISBIN iniciou-se com 22 órgãos e, atualmente, é composto por 48 
órgãos federais, tendo a ABIN como órgão central. De acordo com a 
Lei nº 9.883, de 07 de dezembro de 1999, suas principais funções são 
“planejamento e execução das atividades de Inteligência do País, com a 
finalidade de fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos 
de interesse nacional.” (BRASIL, 1999).
Símbolo do SISBIN. 
Fonte: ABIN.
SAIBA MAIS
Conheça a estrutura do SISBIN, disponível em: 
https://www.gov.br/abin/pt-br/assuntos/sisbin/composicao-do-
-sisbi. 
O Decreto nº 4.376, de 13 de setembro de 2002, regulamentou a or-
ganização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência. Di-
ferentemente do que ocorria com o Sistema Nacional de Informações 
(SISNI), nem todos os integrantes do SISBIN são órgãos de Inteligência. 
Ademais, a composição do SISBIN é variável e determinada por injunções 
conjunturais (BRASIL, 2016, p. 25).
https://www.gov.br/abin/pt-br/assuntos/sisbin
https://www.gov.br/abin/pt-br/assuntos/sisbin
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 21
1.5 Instrumentos de Governança da Inteligência no Brasil
Na sequência, serão abordados os principais documentos de governança 
estabelecidos para direcionar a Atividade de Inteligência no país. 
• Política Nacional de Inteligência (PNI): o Decreto nº 8.793, de 29 de 
junho de 2016, fixou a Política Nacional de Inteligência com objetivo de 
definir os parâmetros e os limites de atuação da Atividade de Inteligência 
e de seus executores no âmbito do Sistema Brasileiro de Inteligência.
• Estratégia Nacional de Inteligência (ENINT): o Decreto de 15 de de-
zembro de 2017 aprovou a Estratégia Nacional de Inteligência para 
subsidiar os órgãos e as entidades da administração pública federal em 
seus planejamentos. 
“A ENINT é um documento de orientação estratégica decorrente da 
Política Nacional de Inteligência (PNI), fixada por meio do Decreto 
nº 8.793, de 29 de junho de 2016, e servirá de referência para a for-
mulação do Plano Nacional de Inteligência.Ela consolida conceitos 
e identifica os principais desafios para a atividade de inteligência, 
definindo eixos estruturantes e objetivos estratégicos, de forma a 
criar as melhores condições para que o Brasil possa se antecipar 
às ameaças e aproveitar as oportunidades.” (BRASIL, 2016, p. 302).
• Plano Nacional de Inteligência (Planint): foi aprovado pela Portaria nº 40, 
de 3 de maio de 2018, mas trata-se de um documento classificado nos 
termos dos incisos I, II e IX, do art. 25, do Decreto nº 7.724, de 16 de 
maio de 2012.
“É o documento, decorrente das diretrizes de Inteligência, que orienta 
as ações do organismo central de Inteligência voltadas à execução 
da PNI e que serve de parâmetro para os organismos do SISBIN que 
desempenham a Atividade de Inteligência elaborarem os seus planos 
específicos. O Planint gera um fluxo constante de conhecimentos, 
fornecendo ao organismo central insumos para o atendimento dos 
objetivos de Inteligência.” (BRASIL, 2016).
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 22
1.6 Inteligência Penitenciária e Segurança Pública
No sistema prisional, está custodiada grande parte da liderança do crime 
organizado que, por vezes, ainda permanece atuante nas ações delitivas. 
PODCAST
Sabe-se que transações de tráfico de drogas e de armas, bem 
como ordens para homicídios e para outros crimes, fluem de 
unidades prisionais. Desde a década de 70, facções criminosas 
surgem de dentro de estabelecimentos prisionais e, até a atu-
alidade, continuam surgindo e se expandindo. Alianças entre 
facções ocorrem em prisões. Acrescenta-se ainda que presos 
encarcerados no Brasil se comunicam com aliados de outros 
países da América do Sul. Percebe-se, com isso, que as prisões 
são uma extensa fonte de dados de grande relevância para a 
Segurança Pública do país. Esses dados podem ser coletados 
e processados pelos próprios servidores atuantes nas prisões, 
já que têm contato constante com os presos, conhecen-
do suas rotinas, seus vínculos, seus relacionamentos, 
seus comportamentos.
Ainda que o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) seja in-
tegrante, desde 2005, do SISBIN, sua competência legal limitava sua 
Atividade de Inteligência ao Sistema Penitenciário Federal, embora, 
de fato, sempre tivesse mantido articulações com órgãos de Inteligência 
Penitenciária estadual. Por meio do Decreto nº 9.662, de 1º de janeiro 
de 2019, foi criada a Diretoria de Inteligência Penitenciária do DEPEN, 
tendo entre suas competências:
“Art. 36. À Diretoria de Inteligência Penitenciária compete:
[...]
III - planejar, coordenar, integrar, orientar e supervisionar, como 
agência central, a inteligência penitenciária em âmbito nacional;
IV - coordenar as atividades de atualização da Doutrina Nacional 
de Inteligência Penitenciária;
V - subsidiar a definição do plano nacional de inteligência pe-
nitenciária e da atualização da Doutrina Nacional de Inteligência 
Penitenciária e sua forma de gestão, o uso dos recursos e as metas 
de trabalho;” (BRASIL, 2019, grifos nossos).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 23
O Sistema Penitenciário só foi incluído na Constituição Federal como 
órgão de Segurança Pública em 2019, quando foi criada a Polícia Penal, 
nos âmbitos da União, estados e Distrito Federal, por meio da Emenda 
Constitucional nº 104, promulgada em 2 de dezembro do mesmo ano. 
Espera-se que, com a regulamentação das polícias penais, haja um 
fortalecimento dos Serviços de Inteligência e a devida integração com 
demais órgãos. 
Diante do cenário exposto, mostra-se imperioso o incremento 
dos Serviços de Inteligência Penitenciária, contando com recursos, 
capacitação técnica e a devida estrutura, de modo a viabilizar uma 
produção de conhecimentos úteis e oportunos às autoridades 
da Polícia Penal e da Administração Penitenciária, bem como às 
que atuam no combate ao crime organizado.
Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP)
Antes mesmo da regulação das atividades do SISBIN, foi criado o Subsis-
tema de Inteligência de Segurança Pública (SISP), por meio do Decreto 
nº 3.695, de 21 de dezembro de 2000. 
O SISP é composto por órgãos da União, embora seja contemplada 
a possibilidade de participação dos órgãos de Inteligência estaduais. 
As deliberações quanto à criação de normas e às atividades de Inteligên-
cia de Segurança Pública permaneceram limitadas aos órgãos federais 
(membros permanentes do Conselho Especial).
Por fim, o SISP não tem em sua composição o DEPEN e os órgãos esta-
duais do sistema prisional. Tal constatação é uma lacuna gritante, pois, 
como será apontado na sequência, não é possível abordar Inteligência de 
Segurança Pública sem entender que o sistema prisional lhe é intrínseco. 
É urgente a revisão da composição do SISP.
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir o vídeo sobre a composição do 
SISP, ou acesse o link: https://youtu.be/pr5oeaxyVR4. 
https://youtu.be/pr5oeaxyVR4
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Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)
O SUSP foi instituído pela Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018.
“Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública 
(SUSP) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa 
Social (PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem 
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por 
meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada 
dos órgãos de segurança pública e defesa social da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em articulação com 
a sociedade.” (BRASIL, 2018, grifos nossos).
Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS)
A mesma lei que instituiu o SUSP criou a Política Nacional de Seguran-
ça Pública e Defesa Social (PNSPDS), que tem, entre outras diretrizes, 
a “atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios em ações de segurança pública [...]” (BRASIL, 2018). A Ativi-
dade de Inteligência tem destaque entre os objetivos da PNSPDS:
“Art. 6º São objetivos da PNSPDS:
I - fomentar a integração em ações estratégicas e operacionais, 
em atividades de inteligência de segurança pública e em geren-
ciamento de crises e incidentes;
[...]
IX - estimular o intercâmbio de informações de inteligência de 
segurança pública com instituições estrangeiras congêneres;
X - integrar e compartilhar as informações de segurança pública, 
prisionais e sobre drogas;” (BRASIL, 2018).
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Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP)
O Decreto nº 10.822, de 28 de setembro de 2021, instituiu o Plano 
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP) como meio e 
instrumento para a implementar a PNSPDS. E sobre a Atividade de 
Inteligência, destaca-se:
Ação Estratégica 8 
Fortalecer a atividade de inteligência das instituições de segurança 
pública e defesa social, por meio da atuação integrada dos órgãos 
do SUSP, com vistas ao aprimoramento das ações de produção, 
análise, gestão e compartilhamento de dados e informações.
[...]
a. Promover ações com o objetivo de dotar as instituições de 
segurança pública com ferramentas de inteligência modernas, 
padronizadas e integradas para a produção de conhecimento, 
em conformidade com a legislação aplicável; 
b. Atuar na estruturação e no aperfeiçoamento das atividades de 
inteligência penitenciária; 
c. Estimular a cooperação e o intercâmbio de informa-
ções de inteligência de segurança pública com instituições 
estrangeiras congêneres; 
d. Promover a criação e a estruturaçãoda atividade de inteligência 
de trânsito; 
e. Integrar os sistemas e os subsistemas de inteligência de segu-
rança pública e promover o compartilhamento de tecnologias 
interagências; e 
f. Estimular a articulação e a cooperação entre o sistema de in-
teligência de segurança pública com setores de inteligência da 
iniciativa privada, em conformidade com a legislação aplicável à 
proteção de dados. (BRASIL, 2021).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 26
Política Nacional de Inteligência de Segurança Pública (PNISP) 
O Decreto nº 10.777, de 24 de agosto de 2021, instituiu a Política Na-
cional de Inteligência de Segurança Pública (PNISP) “com o objetivo de 
estabelecer os parâmetros e os limites de atuação da atividade de inte-
ligência de segurança pública no âmbito do Subsistema de Inteligência 
de Segurança Pública – SISP.” (BRASIL, 2021). 
Esse decreto estabelece, no art. 2º, que: “compete à Diretoria de Inte-
ligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça 
e Segurança Pública a coordenação das atividades de inteligência de 
segurança pública no âmbito do SISP.” (BRASIL, 2021).
Ao apresentar o panorama da Segurança Pública na República Federativa 
do Brasil, a PNISP expõe: 
“4.3 Apesar dos avanços no investimento e na política de segurança 
pública, o crime organizado se mantém por meio de suas diversas 
faces, principalmente com o surgimento de organizações criminosas 
oriundas do sistema prisional, de milícias em grandes centros urba-
nos e, com a expansão da área de atuação das facções criminosas, 
em diferentes regiões e ambientes.” (BRASIL, 2021).
Estratégia Nacional de Inteligência de Segurança Pública (ENISP)
A Estratégia Nacional de Inteligência de Segurança Pública (ENISP) é 
um instrumento de execução da PNISP (no período entre 2021 e 2025) 
e, com relação ao Sistema Penitenciário, traz um ponto a ser explorado 
na Atividade de Inteligência:
“5.1. Ameaça 
[...] 
Criminalidade organizada
O fenômeno da criminalidade organizada tem abrangência signifi-
cativa e projeta sua influência, direta ou indiretamente, na sociedade. 
Seu alcance recai sobre crimes interestaduais e transnacionais e 
sobre o sistema prisional, em uma dimensão fluida que contribui 
para o desenvolvimento de uma série de outros fenômenos criminais.” 
(BRASIL, 2021, grifos nossos).
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1.7 Atividade de Inteligência na América Latina
Os Serviços de Inteligência na América Latina tiveram sua origem ou 
seu amadurecimento no período da Guerra Fria. Basicamente, caracte-
rizavam-se pelos conceitos de defesa e de segurança. Nesse período, 
a Inteligência estava focada em ações, tais como: o combate ao co-
munismo, a detecção de opositores aos governos da região e a contra 
insurgência (UGARTE, 2009). De acordo com Ugarte (2009), até 1983, 
enquanto perdurava a Guerra Fria, as agências de Inteligência na América 
Latina estavam:
Na América do Sul, Argentina e Brasil foram os primeiros países que de-
senvolveram seus Serviços de Inteligência. Confira no infográfico abaixo 
o ano de criação destes serviços, assim como os dos Estados Unidos da 
América e do México. 
Sob controle e coordenação militar.
Baseadas em conceitos de segurança e de defesa com 
amplitude praticamente ilimitada.
Fundamentalmente preocupadas com a 
segurança interna.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 28
Fonte: Adaptado de Curti (2015). 
Com o fim da Guerra Fria, o combate ao crime (fundamentalmente con-
tra o crime organizado) passa ser o foco da Atividade de Inteligência na 
América Latina, podendo ser chamada de Inteligência criminal, formada 
com base em experiências americanas, inglesas, canadenses, australianas 
e alemãs (UGARTE, 2009).
Criação dos Serviços de Inteligência
Brasil
Ano de criação: 1946
Serviço de Inteligência: Serviço Nacional de Informação e
Contrainformação (SFICI)
Argentina
Ano de criação: 1946
Serviço de Inteligência: Coordenação Estatal de Informação
Estados Unidos da América
Ano de criação: 1947
Serviço de Inteligência: Agência Central de Inteligência
(conhecida como CIA, por sua sigla em inglês)
México
Ano de criação: 1947
Serviço de Inteligência: Diretório Federal de Segurança
Fonte: Adaptado de Curti (2015).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 29
Rios (2016) fala sobre a evolução da função de Inteligência na América 
Latina, citando modelos descritos por Ugarte (2009):
• Inteligência civil sob controle militar, modelo formado por:
“Organizações de inteligência de natureza civil sob controle militar e 
funções de coordenação, como o Serviço Nacional de Informações 
(SIN), a Secretaria de Estado de Inteligência (SIDE) Argentina, a Dire-
ção Nacional de Inteligência do Chile (DINA), substituída pela Central 
Nacional de Informações, o Serviço Nacional de Inteligência do Peru. 
Em alguns casos, esses as organizações nasceram sob a égide mili-
tar, como é o caso do Brasil; em outros, eles foram criados, como na 
Argentina, sob um governo civil, mas logo ficou sob controle militar. 
Esses coexistiam com organizações de inteligência militar ou das 
forças armadas, que, com base em conceitos de segurança e defesa 
de amplitude praticamente ilimitada em vigor durante o Conflito 
Leste-Oeste, eles se aventuraram fundamentalmente na segurança 
interna.” (UGARTE, 2009, p. 2, tradução nossa).
• Inteligência exclusivamente militar, modelo formado por:
“[…] alguns países latino-americanos – geralmente menores em ta-
manho e recursos – existiram exclusivamente agências de inteligência 
militar com a competência ampliada já descrita, como a Diretoria de 
Inteligência do Estado-Maior de Defesa Nacional da Guatemala, ou 
o Escritório de Segurança Nacional dependente da Guarda Nacional 
da Nicarágua, ou quer agências de inteligência policial sob controle 
militar, como a Direção Nacional de Investigações hondurenhas, 
ou Departamento Nacional de Investigações (DENI) do Panamá.” 
(UGARTE, 2009, p. 2-3).
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 30
• Inteligência civil com influência militar, modelo formado por:
“[...] países que mantiveram a validade de seu sistema democrático 
durante o Conflito Leste-Oeste - embora sem poder escapar à influ-
ência das ideias de segurança típicas da época – como Venezuela, 
Colômbia e México conviviam com agências de inteligência de natureza 
civil, policiais e um alto grau de politização – como, na Venezuela, 
a DISIP (Diretoria de Serviços de Inteligência e Prevenção) ou no Mé-
xico, a Direção Federal de Segurança e a Direção Geral de Pesquisas 
Políticas e Sociais, antecessoras da atual CISEN.” (UGARTE, 2009, p. 3).
• Em um quarto modelo, sui generis, destaca-se o caso do país da Costa 
Rica que: 
“com a sua Agência Nacional de Segurança, no âmbito do Ministério 
da Segurança Pública, foi provavelmente o único caso na região de 
atividade de inteligência – muito limitado carente de um grau signifi-
cativo de militarização ou politização, durante o conflito Leste-Oeste.” 
(UGARTE, 2009, p. 3).
Mesmo diante das evoluções identificadas nos Serviços de Inteligência 
latino-americanos, pode-se se dizer que ainda existem resquícios de 
extensão e de concentração de poderes, de controles incipientes e de 
uso indevido da atividade na política. Ainda, destaca-se a permanência 
de embaraço entre as atividades de Inteligência e de Segurança Pública, 
sem as devidas limitações de atuação (UGARTE, 2016).
A América Latina tem o grande desafio deprofissionalizar e de despolitizar 
os Serviços de Inteligência, bem como trazer a distinção adequada entre 
Atividade de Inteligência e atividade policial (UGARTE, 2016). Por fim, 
é imperiosa a necessidade de se estabelecer e de se manter mecanismos 
adequados de controle externo da Atividade de Inteligência. 
UNIDADE 2
A Atividade de 
Inteligência Penitenciária
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 32
2. A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA
Veremos, a seguir, a importância de como a Atividade de Inteligência 
surge no ambiente prisional e como se estabelece a relação sistêmica 
com a Inteligência de Segurança Pública.
2.1 O Ambiente prisional e seu histórico
O conceito de pena de prisão nasce na Idade Média com as penitências 
estabelecidas pela Igreja Católica aos monges que deveriam permanecer 
em suas celas meditando sobre seus erros. Com base nessa ideia, a House 
of Correction (Casa de Correção), considerada o primeiro estabelecimento 
para recolhimento de pessoas presas, foi construída em Londres, por volta 
de 1550. A partir do século XVIII, esse modelo se espalhou pelo mundo.
“No decorrer do tempo a pena privativa de liberdade passou a ser a 
penalidade mais aplicada do “direito punitivo” moderno, desse modo 
surgiram teorias para regulamentar a sua execução, donde afloraram 
os sistemas penitenciários.” (BITENCOURT, 2011, p. 60).
De acordo com Machado, Souza e Souza (2013), as prisões surgiram no 
Brasil a partir do século XIX:
“No Brasil, foi a partir do século XIX que se deu início ao surgimento 
de prisões com celas individuais e oficinas de trabalho, bem como 
arquitetura própria para pena de prisão. O Código Penal de 1890 
possibilitou o estabelecimento de novas modalidades de prisão, 
considerando que não mais haveria penas perpétuas ou coletivas, 
limitando-se às penas restritivas de liberdade individual, com pe-
nalidade máxima de trinta anos, bem como prisão celular, reclusão, 
prisão com trabalho obrigatório e prisão disciplinar.” (MACHADO; 
SOUZA; SOUZA, 2013, p. 230).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 33
O sistema prisional brasileiro atual é basicamente composto pela tríade: 
preso, estabelecimento prisional e servidor público. Este último tem 
como objetivo, segundo a Lei n° 7210, 11 de julho de 1984 — Lei de Exe-
cução Penal (LEP) —, efetivar as disposições de sentença ou de decisão 
criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social 
do condenado e do internado. A LEP disciplina os direitos e deveres 
dos presos provisórios, dos condenados e dos sem pena (presos em 
flagrantes), que o Estado (representado pela figura do servidor público) 
deverá resguardar.
Por diversas questões históricas, o ambiente prisional, apesar da evolução 
atual, ainda se apresenta de forma insalubre para os atores do sistema 
prisional: policiais penais, servidores da saúde, juízes, promotores, visi-
tantes e o próprio preso. De modo geral, essa insalubridade advém da 
superlotação das prisões; da precariedade de estabelecimentos penais 
antigos; da ausência do Estado na execução fiel da LEP; e, por fim, como 
consequências das demais, do aparecimento e do crescimento das or-
ganizações criminosas que estão presentes em quase todas as prisões 
do Brasil.
Servidor Público
Preso Estabelecimento Prisional
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 34
O crescimento da população prisional, na década de 90 e início dos anos 
2000, mostrou as fragilidades de um sistema que é conhecido por sua 
importância, mas que foi historicamente marcado pela falta de investi-
mento, tanto em sua estrutura física e logística quanto na contratação, 
na qualificação e na valorização de seus profissionais. O resultado foi o 
surgimento de grupos faccionados, como o Primeiro Comando da Capital, 
em 1993, e de rebeliões que marcaram a história do país, como a rebelião 
na Casa de Detenção de São Paulo, que resultou na morte de 111 presos 
e ficou conhecida como “massacre do Carandiru”. Em 2001, ocorreu, no 
estado de São Paulo, uma rebelião que envolveu simultaneamente 29 
estabelecimentos prisionais. Em 2006, o mesmo estado vivenciou a 
maior rebelião de todas, quando presos se rebelaram simultaneamente 
em 73 estabelecimentos. 
 
Rebelião na penitenciária de Junqueirópolis, maio de 2006. 
Foto: © [Alex Silva] / Estadão Conteúdo.
 Fatores responsáveis pela 
insalubridade do sistema prisional
Superlotação 
nos presídios
Facções 
criminosas
Ausência
do Estado
Violência
+ +
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INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 35
Esses fatos foram um alerta para todo o sistema nacional, a fim de que 
se voltasse a atenção para investimentos em infraestrutura, em recursos 
humanos e em Serviços de Inteligência prisional. 
2.1.1 Crescimento da população carcerária
Um fator importante, que impacta bastante o ambiente prisional, é a 
relação entre o número de presos e o número de vagas. O art. 71, da Lei 
n° 7.210, de 11 de julho de 1984, estabelece que o DEPEN, subordinado 
ao Ministério da Justiça, é o órgão executivo da Política Penitenciária 
Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional 
de Política Criminal e Penitenciária.
É o DEPEN quem cuida do levantamento nacional das informações 
penitenciárias. Os dados prisionais de todas as unidades da federação 
eram centralizados semestralmente no antigo Infopen (Levantamento 
Nacional de Informações Penitenciárias). Atualmente, o departamento 
instituiu o SISDEPEN (Sistema de Informações do Departamento Pe-
nitenciário Nacional) para tal função.
“SISDEPEN é a plataforma de estatísticas do sistema penitenciário 
brasileiro que sintetiza as informações sobre os estabelecimentos 
penais e a população carcerária. Os dados são periodicamente atua-
lizados pelos gestores das unidades prisionais desde 2004. Substituiu 
o Infopen Estatísticas, reformulando a metodologia utilizada, com 
vistas a modernizar o instrumento de coleta e ampliar o leque de 
informações coletadas.” (BRASIL, 2021).
É possível também obter dados internacionais no site World Prision Brief 
(WORLD PRISION BRIEF DATA, 2022), que é um repositório de dados 
prisionais mundiais. A tabela a seguir mostra o número de presos no 
Brasil entre os anos 1906 e 2000.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 36
Fonte: Adaptado de World Prision Brief Data (2022).
Entre 1906 e 2000, o Brasil teve um salto demográfico na população 
presa, de 3.154 passou-se para 232.755 presos. Nesses 94 anos, o número 
de presos no país foi multiplicado em 72 vezes.
A partir do ano 2000, os registros passam a ser anuais, possibilitando 
estudar a dinâmica ano a ano. Segundo o portal SISDEPEN (BRASIL, 
2022), em 2001 a população prisional atingiu 233.7859 presos e em 
Ano População Total
Taxa da população prisional 
por 100 mil habitantes
1906 3.154 15
1934 6.212 26
1949 9.865 19
1965 23.385 28
1969 39.658 42
1973 32.573 32
1995 173.104 107
1997 198.520 119
2000 232.755 133
Salto demográfico na população presa 
entre os anos de 1906 e 2000 
1906
3.154 6.212 9.865
23.385
39.658
32.573
173.104
198.520
232.755
25
Em
 m
ilh
ar
es
50
75
100
125
150
175
200
225
1934 1949 1965 1969 1973 1995 1997 2000
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 37
2021 o país já custodiava cerca de 679.687 presos; ou seja, nesses vinte 
anos, houve um crescimento geométrico anual de aproximadamente6%. Melhor explicando: a cada ano, a partir do ano 2000, o número de 
presos cresceu em média 6%. Esse dado é importante porque permite 
compará-lo ao crescimento da população brasileira.
Segundo o IBGE (2001), a população brasileira, em 2001, atingia 
172.385.826 habitantes, e, em 2021, atingimos 213.317.639 habitantes. 
Nesses vinte anos, crescemos em média exponencialmente cerca de 1%. 
Insta salientar que essa taxa está caindo anualmente, hoje estamos em 
0,78% ao ano. A seguir, é possível visualizar o crescimento nesse período.
Fonte: Adaptado de IBGE (2021).
Evolução da população prisional brasileira: 2001-2021
2001 2004 2008 2012 2015 2018 2021
400
500
600
700
800
300
200
M
ilh
ar
es
Evolução da população brasileira: 2001-2021
2001 2004 2008 2012 2015 2018 2021
180
185
190
195
200
205
210
215
220
175
170
M
ilh
õe
s
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INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 38
Esses dados apresentados permitem afirmar que o crescimento da 
população prisional no Brasil é seis vezes maior do que o crescimento 
da população brasileira. 
2.1.2 Superlotação das prisões
Esse crescimento geométrico no número de presos não acompanhou 
o número de vagas disponibilizadas nos sistemas estaduais. No portal 
do SISDEPEN (BRASIL, 2022), é possível verificar o déficit de vagas ao 
longo do tempo e os valores atuais. 
Temos 679.687 presos para 490.024 vagas, ou seja, um déficit de 
189.663 vagas.
O déficit de vagas, as más condições dos estabelecimentos prisionais 
e a ausência do Estado no interior desses ambientes, favoreceram o 
aparecimento e o crescimento das organizações criminosas que atuam 
no Brasil. 
Relação atual entre número de 
presos e vagas disponíveis
dos presos sem vagas 
disponíveis (déficit)
dos presos com 
vagas disponíveis
72% 28%
3 Déficit de vagas189.663
Número de vagas
490.0242
Total de presos
679.6871
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 39
Fonte: Adaptado de IBGE (2021).
 
2.1.3 Organizações criminosas
Inicialmente, é necessário distinguir as facções criminosas que surgiram 
nas prisões, supostamente, para combater a opressão aos presos, do tipo 
penal “organização criminosa”, previsto na lei nº 12.850, de 2 de agosto 
de 2013. Consideraremos facções: os “grupos”, “bandos”, “bondes”, “co-
mandos”, entre outras denominações que surgiram e atuam no sistema 
prisional. A facção, enquanto organização criminosa, está definida como 
tipo penal no § 1º da lei acima referida:
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) 
ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela 
divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de 
obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, 
mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacio-
nal. (BRASIL, 2013).
A mais antiga e uma das maiores facções no país é o Comando Vermelho 
(CV), fundada na década de 1970 por presos custodiados no Instituto 
Penal Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Já a mais estruturada e talvez a 
maior em presença no Brasil e na América do Sul é o Primeiro Comando 
da Capital (PCC), fundada em 31 de agosto de 1993, no anexo da Casa 
de Custódia de Taubaté, chamada de “Piranhão”.
Evolução do déficit de vagas 2000-2021
2001 2004 2008 2012 2015 2018 2021
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
100.000
50.000
-
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 40
Esses grupos, inicialmente, estabeleceram-se no tráfico de drogas, em 
seus respectivos estados, até iniciarem um processo de expansão pelo 
país nos últimos vinte anos, aproximadamente. O PCC expandiu-se para 
o Paraná e para o Mato Grosso do Sul, inicialmente; enquanto o CV ex-
pandiu-se para o Mato Grosso e para o Amazonas. Numa segunda fase, 
essas facções criaram “filiais” em todos os estados brasileiros. Nessa fase, 
enquanto o Primeiro Comando da Capital mantinha sua marca: PCC, 
a sigla do Comando Vermelho aparecia ao lado da Unidade Federativa 
correspondente: CV-MT, CV-RO, CV-AM.
Numa terceira fase, criminosos espalhados pelo país, que integravam os 
quadros do PCC ou do CV, possuíam o know-how dessas organizações: 
estrutura de funções, arrecadação para própria facção, recrutamento de 
novos membros e formulação de estatutos, que deveriam ser seguidos 
por todos os integrantes. Foi o necessário para montarem suas próprias 
facções locais, independentes, embora aliadas de uma ou de outra fac-
ção. É nessa fase que surgem pelo país grupos semelhantes ao PCC e 
ao CV, a exemplo:
• da Família do Norte no Amazonas – FDN.
• do Sindicato do Crime no Rio Grande do Norte – SDC.
• do Primeiro Grupo Catarinense – PGC.
• do Primeiro Comando Paranaense – PCP.
Além desses, há os “bandos”, “grupos” e “bondes”, que compõem o cenário 
atual do gênero “facções” no país.
Atualmente, PCC e CV lutam pelo domínio da produção, da comercia-
lização e das rotas para o tráfico de drogas e de armas nas regiões de 
fronteira que vão do sul ao norte do Brasil.
O que há em comum é que toda essa logística ainda é coordenada por 
lideranças criminosas que se encontram no cárcere, demandando à In-
teligência prisional a necessidade de estar em constante especialização 
e de atuar de forma integrada no próprio sistema e com outros órgãos 
de Segurança Pública. 
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QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone 
ou tablet) no QR Code ao lado para acessar o vídeo sobre a ex-
pansão das facções no Brasil, ou acesse o link: https://youtu.be/
xVt5Dc0xP1o.
Na América Latina, não muito diferente do Brasil, vários grupos atuam 
no tráfico local e internacional de armas e drogas. Conheça a seguir, de 
acordo com o Insight Crime (2020), quais eram as dez principais organi-
zações criminosas da América Latina em 2019.
As dez principais organizações 
criminosas da América Latina
Brasil
Colômbia
El Salvador
México
62
5
81
107
3 9
4
Exército Nacional da Libertação (ENL)
Primeiro Comando Capital (PCC)
Cartel de Sinaloa
Jalisco Cartel Nova Geração (CJNG)
Ex-FARC Máfia
Comando Vermelho (CV)
MS-13
Autodefesas Gaitanistas de Colômbia (AGC)
Cartel do Golfo
Barrio 18
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Adaptado de Insight Crime (2020)
https://youtu.be/xVt5Dc0xP1o
https://youtu.be/xVt5Dc0xP1o
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 42
2.2 Surgimento da Inteligência Penitenciária
Como contextualizado anteriormente, os Serviços de Inteligência, 
no sistema prisional, nascem mais por uma necessidade do que por 
um planejamento prévio. É a partir do surgimento e da expansão de 
organizações criminosas que assumiram o controle ilegal da população 
prisional que surge, ainda que de forma incipiente, a atuação da Inteli-
gência prisional para:
A sofisticação que as organizações criminosas atingiram exigiu do Es-
tado investimento em capacitação técnica de seus servidores a fim de 
acompanhar e compreender a forma de agir de lideranças criminosas e 
seus subordinados. 
SAIBA MAIS
Para conhecer um pouco mais sobre organizações criminosas, 
assista à série de vídeos “PCC: Primeiro Cartel da Capital”, dis-
ponível no canal da UOL, no Youtube. O link para a primeira 
parte da série está disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=ULyI7Zgeut8.
2.3 Alguns aspectos legais da Inteligência Penitenciária 
Por ser uma atividade instituída na estrutura governamental, a Inteligência 
Penitenciária em nada difere de outras funções exercidas pelo poderpú-
blico no que diz respeito a leis e regramentos. As normas que compõem 
o ordenamento jurídico brasileiro seguem um modelo piramidal, que tem 
em seu topo a Constituição Federal da República de 1988.
Identificar, conhecer e acompanhar 
lideranças criminosas.
Compreender seus vínculos, as formas de atuação e os 
perfis das lideranças criminosas.
Produzir conhecimento para tomadores de decisão e 
em benefício da sociedade, possibilitando que atores 
da Segurança Pública se antecipem, neutralizando ou 
impedindo o cometimento de crimes. 
https://www.youtube.com/watch?v=ULyI7Zgeut8
https://www.youtube.com/watch?v=ULyI7Zgeut8
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Não encontramos na Constituição Brasileira nenhuma citação relacionada 
à Atividade de Inteligência. Entretanto, isso não diminui sua importância, 
nem a necessidade de um arcabouço normativo próprio, fundamentado 
em leis, decretos, portarias e doutrina.
Ao analista, integrante da Inteligência Penitenciária, cabe compreender 
a estrutura na qual se dá a atividade, para que a exerça com segurança 
jurídica e institucional.
Na Unidade 1, verificamos que a estrutura macro da Atividade de Inteli-
gência no Brasil se dá no âmbito do SISBIN (instituído pela lei nº 9.883, 
de 07 de dezembro de 1999), tendo como coordenação do órgão central 
a Agência Brasileira de Inteligência. Cerca de um ano após a criação do 
SISBIN, pelo decreto nº 3.695 (de 21 de dezembro de 2000), é criado o 
Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP). O SISP justifi-
cou-se pela necessidade de organizar e coordenar de forma integrada a 
Inteligência dos órgãos que integram a Segurança Pública. Atualmente, 
a responsabilidade de coordenar as ações e atuar como agência central 
está ao cargo da Diretoria de Inteligência (DINT), da Secretaria de Ope-
rações Integradas (SEOPI), e do Ministério da Justiça (conforme o artigo 
31, anexo I, do decreto n° 9.662, de 1º de janeiro de 2019).
Art. 31 - À Diretoria de Inteligência compete:
[...]
II - planejar, coordenar, integrar, orientar e supervisionar, como 
agência central do Subsistema de Inteligência de Segurança Públi-
ca, as atividades de inteligência de segurança pública em âmbito 
nacional;
[...] (BRASIL, 2019).
O Decreto 9.662/2019, que reestruturou quadros e funções do Ministério 
da Justiça, também criou na estrutura do DEPEN a Diretoria de Inteligência 
Penitenciária (DIPEN). 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 44
PODCAST
A criação da Diretoria de Inteligência Penitenciária se deu pela 
necessidade de haver um órgão ou sistema nacional capaz atuar 
no fomento e integração dos Serviços de Inteligência no âmbito 
prisional brasileiro. Um campo próprio de atuação para a Inte-
ligência. O Sistema Penitenciário ainda não havia sido alçado à 
condição componente da Segurança Pública. A DIPEN foi criada 
com a atribuição de atuar como agência central do Sistema Pe-
nitenciário nacional, sem que isso significasse o distanciamento 
da Inteligência de Segurança Pública, mas sim a sua inserção de 
forma organizada e integrada nas ações de combate ao crime 
organizado, antevendo ameaças, coletando dados e produzindo 
conhecimentos úteis a partir do ambiente prisional.
O artigo 36, do Anexo 1, do Decreto n° 9.662, de 1º de janeiro de 2019, 
define as competências da DIPEN, dentre as quais destacamos algumas:
 
À Diretoria de Inteligência Penitenciária compete:
[...]
III - planejar, coordenar, integrar, orientar e supervisionar, como 
agência central, a inteligência penitenciária em âmbito nacional;
IV - coordenar as atividades de atualização da Doutrina Nacional 
de Inteligência Penitenciária;
V - subsidiar a definição do plano nacional de inteligência peni-
tenciária e da atualização da Doutrina Nacional de Inteligência 
Penitenciária e sua forma de gestão, o uso dos recursos e as metas 
de trabalho;
VI - promover, com os órgãos componentes do Sistema Brasileiro 
de Inteligência, o intercâmbio de dados e conhecimentos, neces-
sários à tomada de decisões administrativas e operacionais por 
parte do Departamento Penitenciário Nacional; (BRASIL, 2019).
Sobrevindo a Emenda Constitucional n° 104, de 4 de dezembro de 2019, 
que inseriu o Sistema Penitenciário no rol do artigo 144 da Constituição 
Federal, a partir da criação da Polícia Penal, a Inteligência prisional teve 
de direito o reconhecimento de sua condição que já ocorria de fato, 
a atuação conjunta com as demais instituições de Segurança Pública.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 45
Na Unidade 3 deste módulo, considerando o fortalecer da Inteligência 
de Segurança Pública, será abordado o papel orientador e fundamental 
da Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária (DNIPEN): um docu-
mento que tem dado uniformidade ao que é desenvolvido pelas agências 
estaduais, distrital e federal e que traz fundamentos, princípios, valores 
e características da atividade no âmbito prisional. 
2.4 Perfil do Policial Penal de Inteligência
A Atividade de Inteligência nada tem a ver com secretismo, ou com aquilo 
que se faz às escondidas: essa atividade, como qualquer outra, deve se 
dar à luz da legalidade, e seu caráter sigiloso não concede àquele que a 
exerce a liberalidade de executar o que quiser.
Por ser uma atividade institucionalizada e sob o manto do poder estatal, 
o integrante de uma Agência de Inteligência Penitenciária (AIPEN) tem 
as mesmas responsabilidades que qualquer outro servidor público e atua 
sujeito a regras e punições administrativas, cíveis e penais.
Que características podem ser consideradas essenciais para que um 
policial do sistema prisional possa compor os quadros de uma Agência 
de Inteligência Penitenciaria?
Para compor o quadro de uma AIPEN, é condição primeira ter ingressado 
na administração pública por meio de concurso público. O segundo e 
mais importante passo é que a Agência tenha instituído um Processo 
de Recrutamento Administrativo (PRA), que possibilite selecionar a 
suas equipes, servidores com formação, características e peculiarida-
des que atendam às necessidades do que é requerido pela Atividade 
de Inteligência.
Frise-se que a Atividade de Inteligência requer especialização, e o vasto 
campo de atividades que há a sua frente impõe também que haja pro-
fissionais com as mais diferentes habilidades e capacidades. Entretanto, 
o Processo de Recrutamento Administrativo, de acordo com a ABIN, 
fundamenta-se por meio de requisitos básicos àqueles que ingressem 
na atividade. São eles: 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 46
Possuir valores éticos — valores como empatia e 
respeito às pessoas, tomar as melhores ações em respeito 
ao próximo.
Conduta ilibada — comportamento de quem anda de 
acordo com a lei.
Idoneidade moral — ter uma reputação honrada em sua 
trajetória de vida.
Lealdade — a pessoa digna de fé.
Discrição — qualidade de agir sem chamar a atenção.
Mobilidade — habilidade de mudar-se com a necessidade 
que se requer.
Disciplina — estar sujeito às regras.
Sociabilidade — capacidade de associar-se a 
grupos sociais.
Capacidade de adaptação — habilidade de moldar-se a 
novas situações.
Objetividade — agir com praticidade, sem divagações, 
de forma direta.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 47
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
2.5 Agência Central de Inteligência Penitenciária
Toda produção de Inteligência visa, ao final, subsidiar a autoridade máxima 
em seu poder de tomar decisões estratégicas. Cabeà Agência Central a 
responsabilidade de prestar essa assessoria após um preciso processo 
de análise dos dados e dos conhecimentos que convergem das agências 
regionais e locais. 
Também cumpre à Agência Central:
• fomentar o desenvolvimento da atividade.
• organizar, planejar e coordenar a elaboração de diretrizes no campo 
de atuação das agências regionais.
• promover o fluxo de troca de informações.
• em especial, monitorar eventos de interesse da Segurança Pública e 
de governos. 
Imparcialidade — capacidade de atuar com isenção.
Percepção da realidade — capacidade de usar os sentidos 
para perceber o real.
Honestidade — atributo da pessoa proba, honrada.
Planejamento — habilidade de perceber, avaliar e 
organizar ou construir uma diretriz.
Responsabilidade — agir com comprometimento e 
respeito aos regramentos.
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INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 48
Antes da Emenda Constitucional n° 104, de 4 de dezembro de 2019, 
como vimos, a atividade penitenciária não compunha diretamente o SISP. 
Dois eventos, entretanto, foram marcos importantes para a Inteligência 
Penitenciária brasileira em momento anterior à mudança constitucional: 
a publicação da primeira Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária 
(DNIPEN), em 2013; e a criação da Diretoria de Inteligência Penitenciária 
(DIPEN), em 2019. 
Assim, como primeiro elemento estruturador da Atividade de Inteligência 
Penitenciária, estabeleceu-se a DNIPEN como um documento doutrinário 
e metodológico próprio para nortear a linguagem, o processo de análise 
e a confecção dos documentos produzidos no âmbito das Agências de 
Inteligência. Nas palavras de Roberto Ramos Garcia Batista (2021):
“A Dnipen é uma das alternativas estatais para orientar os mecanismos 
de inteligência penitenciária, a junção da contribuição das institui-
ções públicas de segurança e jurisdicional podem trazer um auxílio 
relevante para melhorar todo o funcionamento do sistema prisional 
dificultando a ação do crime organizado.” (BATISTA, 2021, p. 49).
O segundo fato que se considera relevante para o fortalecimento e para o 
desenvolvimento da Atividade de Inteligência Penitenciária brasileira foi a 
criação da DIPEN, que, servindo como Agência Central, integra, fomenta 
e promove o avanço das atividades de Inteligência. Sob responsabilidade 
dessa Diretoria, o DEPEN executa duas importantes políticas estratégicas 
do Ministério da Justiça e Segurança Pública: o SISDEPEN e a RENIPEN, 
Rede Nacional de Inteligência Penitenciária, que congrega 26 agências 
estaduais, Distrito Federal e também a do Sistema Penitenciário Federal.
 
Na estrutura da DIPEN, foram criadas cinco divisões regionais a fim de 
proporcionar uma maior proximidade com a realidade das agências es-
taduais e promover uma cultura colaborativa entre servidores, otimizar o 
fluxo de dados, integração e fortalecimento das diferentes AIPENs com 
o intercâmbio de conhecimentos.
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INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 49
Dada a relevante preocupação com o avanço das organizações crimino-
sas na América Latina e na busca de internacionalização da Atividade de 
Inteligência prisional, o DEPEN, por meio da DIPEN, passou a integrar os
programas EL PacCTO (Europe Latin America Programme of Assistance 
against Transnational Organized Crime) e REDCOPEN (Rede de Coope-
ração Penitenciária do Mercosul), entre outros; promovendo a integração 
entre agências de Inteligência Penitenciária do Brasil e com países da 
América Latina.
O EL PAcCTO é um programa de cooperação internacional, financiado 
pela União Europeia, que objetiva contribuir para a segurança e para a 
justiça na América Latina.
SAIBA MAIS
Conheça mais detalhes sobre o EL PAcCTO na página disponível 
em: https://www.elpaccto.eu/pt/sobre-o-el-paccto/o-que-e-o-
-el-paccto/.
Em relação à REDCOPEN, da qual o DEPEN é integrante desde maio 
de 2019, seu objetivo é facilitar o intercâmbio seguro de dados e de 
informações penitenciárias, para prevenir que presos deem ordens para 
crimes de dentro de estabelecimentos prisionais e para combater as 
organizações criminosas e a criminalidade transnacional.
 
O MERCOSUL é o 
Mercado Comum 
do Sul, organização 
intergovernamental 
criada por meio do 
Tratado de Assunção 
em 26 de março de 
1991 e que fomentou, 
inicialmente, a integração 
econômica de seus 
quatro países fundadores: 
Argentina, Brasil, 
Paraguai e Uruguai. 
Atualmente, para além 
dos aspectos econômicos, 
o MERCOSUL também 
busca intercâmbios 
que buscam enfrentar 
a criminalidade 
transnacional na região.
https://www.elpaccto.eu/pt/sobre-o-el-paccto/o-que-e-o-el-paccto/
https://www.elpaccto.eu/pt/sobre-o-el-paccto/o-que-e-o-el-paccto/
UNIDADE 3
Fundamentos 
doutrinários da Atividade 
de Inteligência Penitenciária
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 51
3. FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 
PENITENCIÁRIA
O que faz com que uma atividade seja organizada, eficiente e apresente 
resultados pertinentes? Um importante documento serve como farol 
para isso. Veremos a seguir.
3.1 Fundamentos históricos e a Doutrina Nacional de Inteligência 
Penitenciária no Brasil – a DNIPEN
Para que uma atividade seja minimamente organizada ou instituciona-
lizada, é necessário que ela seja regida e organizada por um conjunto 
de diretrizes. É assim que se justifica a importância e a necessidade 
de uma doutrina.
Doutrina é um conjunto coerente e basilar de ideias transmitidas 
e que fazem parte de um sistema, como o sistema filosófico, 
o religioso, o político etc.
Assim, diferente de um manual que explica e orienta quanto ao uso ou 
à forma de fazer alguma coisa ou, ainda, indica as noções básicas de um 
assunto, a doutrina é:
“o conjunto de conceitos, características, princípios, valores, classifi-
cações, normas, métodos, medidas e procedimentos, que orienta e 
disciplina a atividade de Inteligência [...].” (RIO DE JANEIRO, 2005 
apud ODAWARA, 2018).
Nesse contexto, a Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária 
(DNIPEN) nasce por meio da Portaria n° 125, de 06 de maio de 2013, 
do Ministério da Justiça, com a classificação no grau de sigilo “reserva-
da”. Em 2020, no dia 06 de março, por meio da Portaria n° 99/2020, 
do Ministério da Justiça e Segurança Pública, é instituída a segunda DNI-
PEN brasileira, resultado de um trabalho conjunto e que buscou a sua 
atualização e modernização.
O Professor ODAWARA (2018) menciona que a primeira doutrina de 
Inteligência de Segurança Pública do país, que serviu de norte para as 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 52
doutrinas que se seguiram, inclusive a DNIPEN, foi a Doutrina de Inteligência 
de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (DISPERJ), de 2005.
A professora Torres (2020) escreve que:
“A DNIPEN surge como resultado de três articulações do Depen, quais 
sejam: diálogo com os representantes dos Organismos de Inteligência 
Penitenciária; realização do I Encontro Nacional dos Chefes de Orga-
nismos de Inteligência Penitenciária, no ano de 2012; e as reuniões do 
Grupo de Trabalho para elaboração da Doutrina Nacional de Inteli-
gência Penitenciária, em março de 2013.” (TORRES, 2020, p. 32-33).
É, a partir desse período, conforme analisa Torres (2020), que a Inte-
ligência Penitenciária se desenvolve de maneira nacional, centralizada 
e com método próprio advindo da DNIPEN. Um dos fundamentos para 
esse êxito foi a educação: a promoção e o fomento de cursos de Inte-
ligência em todos os estados do Brasil. Dessa forma, observa-se como 
educar foi fundamental; e como o desenvolvimentode um método para 
trabalhar (consolidado em uma doutrina) foi ainda mais fundamental.
O professor Odawara (2018), citando o coronel do Exército Brasileiro 
Romeu Antonio Ferreira, escreve que uma doutrina deve ser uma trilha, 
e não um trilho. Odawara continua e completa que o Coronel Romeu 
Antonio Ferreira quer dizer que o conjunto da Doutrina deve ser flexível 
o suficiente para se adaptar a novos contextos e a novas realidades, 
isso seria inviável se o conjunto fosse hermético e rígido, tal como um 
trilho. Dessa forma, a trilha proporcionaria a dinâmica para o cami-
nho, a permitir contornar obstáculos e se amoldar às necessidades, 
sem, contudo, perder de vista as finalidades públicas que devem ser 
atingidas pelo serviço de Inteligência (ODAWARA, 2018).
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no QR Code ao lado para assistir a animação sobre doutrina, ou 
acesse o link: https://youtu.be/LxITs6FO4zY.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 53
Em 2013, observando um cenário que vinha se construindo no Brasil há 
mais de três décadas — de crescimento e de desenvolvimento das fac-
ções criminosas, cada vez mais organizadas e com conexões na América 
Latina, fortalecendo as ações de tráfico de drogas e armas —, um Grupo 
de Trabalho reuniu-se com o objetivo de construir uma doutrina a fim 
instrumentalizar a Atividade de Inteligência Penitenciária no Brasil.
Desse modo, pensando de maneira estratégica e gerindo os riscos, 
observou-se a necessidade de operacionalizar e de uniformizar os 
trabalhos das Inteligências Penais do Brasil. O primeiro passo foi a 
apresentação da Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária, 
por meio da qual buscou-se “um salto qualitativo e confiável no asses-
soramento das decisões governamentais” (BRASIL, 2013). A Doutrina 
Nacional tinha como objetivo subsidiar “o planejamento de políticas 
públicas em defesa da sociedade e, especialmente, na materialização da 
Inteligência Penitenciária como instrumento colaborativo no combate 
ao crime organizado.” (BRASIL, 2013).
A apresentação da portaria DNIPEN, de 6 de maio de 2013, fundamenta 
ainda que a Doutrina:
“[...] configura-se como um modelo orientador à implementação e 
funcionamento das Agências de Inteligência Penitenciária, a fim de 
estabelecer sua regulamentação e indicação da obrigatoriedade de 
obediência às diretrizes dela emanadas.” (BRASIL, 2013).
A Doutrina de 2013 reforça ainda a importância da integração: 
“sua característica principal é a integração das Agências de Inteligência [...]” 
(BRASIL, 2013). Integração confirmada com a promulgação do Decreto 
n° 9.662, de 1º de janeiro de 2019, que criou a Diretoria de Inteligência 
Penitenciária no âmbito do DEPEN, com a atribuição precípua de ser a 
Agência Central da Inteligência Penitenciária Nacional, fomentando o 
desenvolvimento e o aprimoramento da atividade.
E, nesse sentido, a fim de que a Inteligência Penitenciária seja organi-
zada racionalmente, há a necessidade de adotar um documento para 
padronizar, agregar, comunicar e organizar a atividade (BRASIL, 2016). 
Portanto, pode-se entender que uma doutrina é normativa, unifor-
mizadora e sistematizadora (BRASIL, 2016). Doutrina serve como um 
verdadeiro farol, tendo em vista o que nela está contido.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 54
Assim, a DNIPEN nasceu para servir como mais uma arma no en-
frentamento às organizações criminosas; maximizando, dessa forma, 
os resultados obtidos pelas Agências de Inteligência e melhor assesso-
rando o tomador de decisão.
Como vimos, o tomador de decisão é o gestor que tem a ne-
cessidade de conhecer o produto da atividade da Agência de 
Inteligência, ou seja, a necessidade de conhecer um Relatório 
de Inteligência (conhecimento). Com isso, o gestor (secretário, 
diretor etc.) estará melhor assessorado para decidir de forma 
mais assertiva acerca de um evento.
3.2 Doutrinas de Inteligência na América Latina
As Atividades de Inteligência dos países da América Latina acompanham, 
basicamente, a história recente da Guerra Fria, em que existiram as ten-
sões ideológicas e a marcada bipolaridade entre Estados Unidos e União 
Soviética, como vimos na Unidade 1.
Na América Latina, em diversos países, foram instaurados regimes mili-
tares que perduraram longo anos e, após, durante a redemocratização, 
os Organismos de Inteligência foram marginalizados. O professor Marcel 
Conteúdos da doutrina
métodos
princípios
normas
conceitos
valores
características
finalidades da atividade fundamentos
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 55
Carrijo de Oliveira escreve que o desinteresse político para uma valori-
zação da Atividade de Inteligência seria resultado de uma:
“estigmatização da inteligência na Argentina e no Brasil, vistos no 
momento da redemocratização como instrumentos da repressão 
política que vigorou durante o regime militar.” (OLIVEIRA, 2010, p. 19).
Essa ideia aplica-se, também, ao Chile, ao Uruguai, à Bolívia e aos outros 
países latino-americanos:
No Brasil, foi tardia a instituição do Sistema Brasileiro de 
Inteligência (SISBIN) e criação da Agência Brasileira de Inteligência 
(Abin): em 1999, por meio da Lei 9.883, de 07 de dezembro. 
Este é o principal marco da história da Inteligência recente do país, 
como vimos na primeira unidade. O SISBIN visa, em suma, integrar 
as ações de planejamento à execução das atividades de Inteligência 
do país.
Na Argentina, um importante marco legal foi a Lei n° 25.520, 
de 27 de novembro de 2001, que criou a Lei de Inteligência 
Nacional, na qual foram lançadas as bases jurídicas, orgânicas e 
funcionais da atividade no país. E, em 03 de março de 2015, criou-
se a Agência Federal de Inteligência, por meio da Lei n° 27.126, 
de 03 de março de 2015. 
No mesmo ano, em 2015, no dia 07 de julho, por meio do Decreto 
n° 1.311, de 06 de julho de 2015, é aprovada a Nova Doutrina de 
Inteligência Nacional Argentina, utilizada, inclusive, no Sistema 
Penitenciário desse país. 
Basicamente, a Nova Doutrina argentina visa “estabelecer um 
corpo doutrinário tendente a lançar as bases de um profundo 
processo de reforma e modernização do Sistema de Inteligência 
Nacional” (ARGENTINA, 2015, p. 01). A Nova Doutrina é ensinada 
nacionalmente por meio da Escola Nacional de Inteligência (Escuela 
Nacional de Inteligencia). 
No Paraguai, a Lei n° 5241, de 2014, criou o Sistema Nacional de 
Inteligência, que atua também no Sistema Penitenciário. O Decreto 
n° 2812/14 regulamentou a lei.
Na Bolívia, também encontramos a Dirección de Inteligencia del 
Estado Plurinacional. 
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 56
Embora, em alguns países, ainda não se tenham Doutrinas de Inteligência 
civis de Segurança Pública instituídas, é bastante comum encontrá-las 
nas atividades militares de todos os países. Mesmo assim, em que pese os 
países não terem as doutrinas, as bases com princípios, valores, convicções 
e filosofias são elementos que permeiam as atividades de Inteligência, 
e cuja regulamentação se dá por cada agência nacional.
Por fim, observa-se que os países do Mercosul estão unindo esforços 
no sentido de possibilitar cooperações internacionais, especialmente 
para conseguirem enfrentar o crime organizado, que é um inimigo co-
mum a todas as nações da região. Nesse sentido, Peter Gill escreve que 
“tem sido dada grande ênfase à necessidade de cooperação dos serviços 
de inteligência entre os diversos países da América Latina” (GILL, 2012, 
p. 112), especialmente após o desastredas Torres Gêmeas, ocorrido nos 
Estados Unidos da América, o “11 de setembro”. O professor continua e 
escreve sobre a importância da integração das Inteligências dos países 
latino-americanos: 
No Chile, por meio da Lei n° 19974, de 02 de outubro de 2004, 
foi criada a Agência Nacional de Inteligência (ANI) que deu 
continuidade às atividades da extinta DISPI (Dirección de Seguridad 
Pública e Informaciones). A ANI foi o primeiro serviço de Inteligência 
civil do Chile. Além de regulamentar toda a Atividade de Inteligência 
no país, também controla as bases doutrinárias do trabalho de 
Inteligência chilena.
Na Colômbia, em 2011, foi criada a Direção Nacional de Inteligência, 
em substituição ao antigo Departamento Administrativo 
de Segurança. 
No Uruguai, encontramos a Direção Nacional de Inteligência, dentro 
do Ministério do Interior, que compõe uma das especializações da 
polícia do país, conforme consta na Lei Orgânica Policial. 
No Peru, encontramos a Direção Nacional de Inteligência (DINI), 
criada em 04 de janeiro de 2006, por meio da Lei n° 28.664. 
Nessa mesma lei, instituiu-se o Sistema de Inteligência Nacional 
(SINA), a exemplo do SISBIN no Brasil. A DINI extinguiu o Conselho 
Nacional de Inteligência (CNI). 
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INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 57
“A integração regional entre Argentina, Brasil e Chile também reduziu 
a influência do velho “modelo de guerra” do discurso de segurança 
nacional, e os países do MERCOSUL, além de outros, agora estão cada 
vez mais envolvidos em trocas de inteligência em relação ao terrorismo, 
tráfico de armas e outras questões de fronteiras.” (GILL, 2012, p. 107).
3.3 Princípios e características que orientam a Atividade de Inteligência
Neste ponto da leitura, iremos analisar o que são princípios e o que são as 
características, dentro da Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária, 
a DNIPEN. É indispensável, para iniciarmos, relembrar o que é cada um:
• Princípios são aquelas ideias e definições que vêm antes, não podem 
ser deduzidas de nenhuma outra; ou seja, são necessariamente as ideias 
iniciais. Um princípio é, em si, a ideia primeira. Também, em uma defi-
nição mais ampla, princípio é aquilo que serve de base, de fundamento, 
e que contém as diretrizes de uma atividade; vale dizer: a essência e a 
razão do que é a Atividade de Inteligência Penitenciária, são seus pilares 
e alicerces e definem o seu caminho.
• Características são os aspectos individuais, particulares e, como a 
própria palavra nos traz, característicos da Atividade de Inteligência. 
São, portanto, os atributos e as qualidades específicas da atividade; 
ou seja, são as particularidades que fazem com que a Atividade de 
Inteligência seja, de fato, uma atividade de Inteligência.
Agora, vamos analisar alguns princípios da Atividade de Inteligência. 
Como referência, seguiremos a DNIPEN, de 2013, e a Doutrina Nacional 
de Inteligência de Segurança Pública (DNISP) de 2009.
A Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública de 2009 nos 
ensina, sobre os princípios, que:
Amplitude: consiste em alcançar os mais completos resultados 
possíveis nos trabalhos desenvolvidos.
Interação: implica estabelecer ou adensar relações sistêmicas de 
cooperação, visando otimizar esforços para a consecução dos objetivos.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 58
Fonte: Adaptado de Brasil (2009).
Por sua vez, a Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária de 2013 
nos traz os seguintes conceitos:
 Fonte: Adaptado de Brasil (2013).
Objetividade: visa cumprir as funções da Atividade de Inteligência 
Penitenciária de forma organizada, direta e completa, planejando e 
executando ações de acordo com objetivos previamente definidos.
Oportunidade: objetiva a produção de conhecimentos em prazo que 
permita seu aproveitamento.
Permanência: visa proporcionar um fluxo constante de dados 
e de conhecimentos.
Sigilo: proporciona à atividade de IPEN o espaço e os caminhos 
necessários para atuar no universo antagônico e obter os dados 
protegidos, com a imprescindível preservação (salvaguarda) do órgão 
e de seus integrantes, contra pressões e ameaças. Além disso, 
o sigilo é a condição básica para evitar a divulgação de 
conhecimentos, informações e dados que possam colocar em 
risco a segurança da sociedade e/ou do Estado, bem como afetar a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de pessoas 
e/ou Instituições.
Controle: impõe que, na atividade de IPEN, sejam evitados erros na 
condução das ações causados por vazamentos de documentos e/
ou do conhecimento, por desvios de conduta ou por procedimentos 
amadorísticos. Rígidas normas de controle deverão ser implantadas, 
a fim de que se permita detectar e minimizar ou corrigir os 
desvios observados.
Simplicidade: orienta sua atividade de forma clara e concisa, 
planejando e executando ações com o mínimo de custos e riscos.
Imparcialidade: norteia a atividade de modo a ser isenta de ideias 
preconcebidas e/ou tendenciosas, subjetivismos e distorções.
Compartimentação: restringe o acesso ao conhecimento sigiloso 
somente àqueles que tenham a real necessidade de o conhecer, 
independentemente da hierarquia, a fim de evitar riscos 
e comprometimentos.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 59
Por fim, é relevante lembrar que a Política Nacional de Inteligência de 
Segurança Pública (PNISP), (Decreto n° 10777, de 24 de agosto de 2021), 
é uma importante norma que direciona a Atividade de Inteligência de 
Segurança Pública nacionalmente (inclusive do Sistema Penitenciário) 
e traz, em seu item 2.1, que a Inteligência deve ser desenvolvida em 
obediência à Constituição Federal e às leis. Deve, inclusive, guiar-se pela 
estrita obediência ao ordenamento jurídico brasileiro, pautada pela fiel 
observância aos princípios, aos direitos e às garantias fundamentais ex-
pressos na Constituição Federal, em prol da Segurança Pública, do bem 
comum e da defesa dos interesses da sociedade e do Estado Democrá-
tico de Direito. De igual maneira, a Política Nacional de Inteligência (PNI) 
(Decreto 8793, de 29 de junho de 2016), conceituada como documento 
de mais alto nível de orientação da Atividade de Inteligência no país, 
reforça o mesmo conceito.
Vamos agora analisar algumas características contidas na DNIPEN:
Produção de conhecimento: característica da Atividade de 
Inteligência Penitenciária que a qualifica como uma Atividade de 
Inteligência, na medida em coleta e busca dados e, por meio de 
metodologia específica, transforma-os em conhecimento preciso, 
com a finalidade de assessorar os usuários no processo decisório.
Verdade com significado: característica da Atividade de Inteligência 
Penitenciária que a torna uma produtora de conhecimentos precisos, 
claros e imparciais, de tal modo que consiga expressar as intenções, 
óbvias ou subentendidas, das pessoas envolvidas, ou mesmo, 
as possíveis ou prováveis consequências dos fatos relatados (significa 
buscar e registar no relatório o que de fato aconteceu. Nem sempre é 
possível, claro; porém, quanto mais próximo à realidade, melhor, 
pois com mais qualidade estará assessorado o tomador de decisão).
Busca de dados: característica da Atividade de Inteligência 
Penitenciária que é a capacidade de obter dados não disponíveis 
e protegidos, em um universo antagônico, normalmente protegido 
(por exemplo, informação acerca dos planos delituosos de 
uma organização criminosa e que estejam sob a guarda de um 
determinado grupo).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 60
Fonte: Adaptado de Brasil (2013).
Assim, essascaracterísticas são os aspectos distintivos e as particulari-
dades que identificam e qualificam a Inteligência Penitenciária como tal; 
portanto, são imprescindíveis para defini-la ou conceituá-la. 
Assessoria: característica da Atividade de Inteligência Penitenciária 
que a qualifica como um órgão de assessoramento, produzindo 
conhecimentos para o processo decisório e para auxiliar as polícias 
penais em suas atividades (é confeccionar, produzir um Relatório de 
Inteligência e assessorar, informar o tomador de decisão acerca de 
um evento de relevância à instituição).
Abrangência: característica da Atividade de Inteligência Penitenciária que, 
em razão dos métodos peculiares, permite o emprego da atividade em 
qualquer campo do conhecimento que seja de interesse da Atividade de 
Inteligência Penitenciária.
Ações especializadas: característica da Atividade de Inteligência 
Penitenciária que, em face de metodologia, técnicas e terminologia 
próprias e padronizadas, exige dos seus integrantes formação 
acadêmica permanente, complementada por treinamento e 
experiência (ações de capacitação).
Iniciativa: característica da Atividade de Inteligência Penitenciária 
que induz a uma produção de conhecimentos antecipados e a uma 
atitude proativa e não somente reativa. Voluntariamente, realizar os 
trabalhos dentro de uma Agência de Inteligência).
Dinâmica: característica da Atividade de Inteligência Penitenciária 
que possibilita adequar-se aos métodos, conceitos e processos e às 
técnicas e novas tecnologias.
Segurança: característica da Atividade de Inteligência Penitenciária 
que tem o intuito de garantir a sua existência, protegida de ameaças; 
visando, principalmente, a integridade dos servidores que trabalham 
na Agência de Inteligência.
Economia de meios: característica da Atividade de Inteligência 
Penitenciária que orienta para produção de conhecimentos objetivos, 
precisos e oportunos; possibilitando otimizar os meios e proporcionar 
a economia de recursos.
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3.4 Metodologia da Produção do Conhecimento: estados da mente e 
ciclo da produção do conhecimento
Sherman Kent, um importante doutrinador norte-americano da área de 
Inteligência, da década de 1940, em seu livro “Informações Estratégicas”, 
escreveu que Inteligência significa conhecimento. E “conhecimento é po-
der” (HOBBES, 2003), como já havia escrito o filósofo Thomas Hobbes, 
no século XVII em sua obra “Leviatã”.
Aqui no Brasil a Política Nacional de Inteligência (PNI) (Decreto n° 8793, 
de 29 de junho de 2016) traz diretrizes acerca da atuação das agências 
de Inteligência Penitenciária, especialmente no sentido de oportuna e 
metodologicamente informar o tomador de decisão, ou seja, a autoridade, 
acerca de situações que possam resultar em ameaças ou em riscos aos 
interesses da sociedade e do Estado. A PNI ainda informa que a Ativi-
dade de Inteligência deve permitir que o Estado, de forma antecipada, 
mobilize os esforços necessários para fazer frente às adversidades futuras 
e para identificar oportunidades à ação governamental (BRASIL, 2016).
Nesse sentido, para assessorarmos os nossos tomadores de decisão, 
precisamos apresentar a eles um documento de Inteligência, ou seja, 
um conhecimento. Para que isso ocorra com a maior eficiência pos-
sível, utilizamos a Doutrina, pois nela consta a Metodologia da Pro-
dução do Conhecimento (MPC), ou, ainda, o Ciclo da Produção do 
Conhecimento (CPC).
Como vimos, o dado é qualquer item ainda não processado por um ana-
lista de Inteligência, ou seja, pode ser um “salve” não analisado, um bilhete 
de interno caído no chão, uma gravação ou uma fotografia ainda bruta, 
ou seja, não analisada, não avaliada e não processada. Uma vez processado 
por um analista, o dado passa a integrar um Conhecimento (Relatório), 
e assim passa a ser chamado.
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir o vídeo sobre a Política Nacional 
de Inteligência no Brasil, ou acesse o link: https://youtu.be/CwKH-
daGgBGM.
https://youtu.be/CwKHdaGgBGM
https://youtu.be/CwKHdaGgBGM
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 62
A Metodologia de Produção de Conhecimento é o processo formal e 
regular, dividido em um sentido amplo, basicamente, em uma grande 
etapa da coleta dos dados e na fase do processamento deles, no qual o 
conhecimento produzido é disponibilizado aos usuários (tomadores de 
decisão). Assim, como ensina a DNIPEN:
“O resultado deste conjunto de ações sistemáticas é um conheci-
mento, materializado em documentos de inteligência, atendidas as 
peculiaridades de sua finalidade.” (BRASIL, 2013).
Dentro de uma perspectiva Doutrinária, metodologicamente, a MPC 
é composta por quatro fases: o planejamento, a reunião de dados, 
o processamento e a utilização. Ou seja, a confecção de um documento 
de Inteligência caminha por essas quatro fases. Vamos, de maneira es-
quemática, vê-las a seguir.
Fases da Metodologia da Produção do Conhecimento
Fase Definição O que se faz?
Planejamento Dentro de uma lógica e metodologia, são organizadas as etapas do trabalho.
É o momento de se estabelecer o objetivo ou as 
necessidades, os prazos, as prioridades e a cronologia, 
definindo os parâmetros e as técnicas a serem 
utilizados, partindo-se dos procedimentos mais 
simples para os mais complexos.
Reunião de 
Dados
Momento em que se obtém, por meio 
de ações de Inteligência, dentro de 
uma metodologia, os dados e/ou os 
conhecimentos necessários.
A Agência de Inteligência pode, nesse momento, 
realizar Operações de Inteligência para buscar dados 
(como veremos a seguir). Ou, ainda, coletar os dados 
para a confecção do Relatório. É, em suma, 
deixar todo o material preparado “em cima da mesa”, 
para iniciar os trabalhos de processamento.
Processamento
Momento em que o conhecimento 
é produzido. Trata-se do momento 
intelectual em que o analista percorre 
algumas etapas metodológicas a fim de 
potencializar o seu trabalho.
O analista avalia os dados recebidos. Após, os analisa. 
Feito isso, integra esses dados, momento em que 
monta um conjunto coerente com esse material. 
Por fim, os interpreta, momento em que esclarece o 
significado de todo o material (dados) e os prepara 
para a confecção final do Relatório.
Utilização
Momento em que o conhecimento 
produzido será formalizado em um 
documento de Inteligência, difundido 
para os usuários e arquivado.
Fase final da MPC. O Relatório (conhecimento) está 
feito e é apresentado ao tomador de decisão. Após, 
é devidamente arquivado e acondicionado.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 63
Assim, quando falamos em MPC, um importante conceito surge: os Es-
tados da Mente. E quando estamos falando deles [Estados da Mente], 
estamos falando da concordância do conteúdo do pensamento (sujeito) 
com o fato (objeto). Ou seja, o que estou vendo corresponde com o fato?
Tenho certeza de qual é a fruta que estou vendo na fotografia? 
Foto: © [Tim UR] / Shutterstock.
Portanto, quando falamos de concordância de um fato com a nossa 
mente, estamos falando sobre o conceito de verdade. A DNIPEN nos 
ensina que a:
“verdade significativa, imparcial, oportuna e bem apresentada é a 
aspiração que norteia o exercício da atividade de inteligência peni-
tenciária.” (DNIPEN, 2013).
Assim, todos nós devemos nos atentar contra a ilusão da verdade. 
O contrário de verdade, no sentido de exatidão, é erro. É equivocada-
mente apreciar o fato. Normalmente é “a ilusão da evidência que conduz 
ao erro” (BRASIL, 2016).
Dessa forma, em relação à verdade, a mente humana pode se encontrar 
em quatro diferentes estados, que veremosa seguir.
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Estados da mente humana em relação à verdade
Para exemplificar o estado de ignorância, podemos pensar no seguinte 
exercício. Observe a imagem abaixo: o que há do outro lado do muro? 
Para essa pergunta, minha mente está em estado de ignorância: tenho 
0% de percepção dos fatos que existem do outro lado.
Foto: © [Peter Jesche] / Shutterstock.
Estado Situação da mente
Percentual de
proximidade 
perante a verdade Exemplo
Certeza
Acatamento integral, pela mente, 
do fato de que ela vê por meio dos 
órgãos dos olhos.
100%
Como na foto acima: 
Tenho certeza de que estou vendo 
um cacho de uvas.
Opinião
A mente se define. por um objeto, 
considerando a possibilidade de um 
equívoco. Utiliza-se de indicadores de 
probabilidades (muito provavelmente, 
muito possivelmente).
Mais que 
50%
A mente humana vê um bilhete de 
um interno, tem “quase certeza” 
que a caligrafia é do “A”, 
porém considera a possibilidade, 
menos provável de ser de “B”.
Dúvida
A mente está equilibrada e percebe que, 
nesse caso, não é possível ter 100% 
de certeza quanto às imagens que vê, 
portanto, há razões para negar ou aceitar 
as imagens. Por meio de indicadores 
de probabilidade (possivelmente, 
provavelmente) informo que o que vejo 
pode ou não pode ser.
50%
Quando vejo uma lhama, 
não posso descartar a 
possibilidade de ser uma alpaca, 
pois não entendo sobre animais 
andinos. Idem sobre um camaleão 
e iguana: se vejo o animal, pode ser 
um ou outro, igualmente.
Ignorância
A mente encontra-se privada de 
qualquer imagem sobre uma 
realidade específica.
0%
A mente nada vê. É um caso, 
inclusive, que não é possível 
trabalhar: não é possível 
confeccionar um Relatório 
de Inteligência em estado de 
ignorância, sem nada saber.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 65
Outro importante conceito dentro da MPC é o de Trabalhos Intelectuais. 
A nossa mente, a fim de conhecer fatos ou situações, pode realizar três 
Trabalhos Intelectuais: ideias, juízos e raciocínios.
Definições dos Trabalhos Intelectuais
Vejamos agora um exemplo prático relacionado aos diferentes Trabalhos 
Intelectuais. Para iniciar, por favor imagine um carro.
Se falo para imaginar um carro, há a possibilidade de imaginarmos qual-
quer um: novo, antigo, esportivo etc. (foto à esquerda). Isso é conceber 
a ideia “carro”, sem qualificá-lo. Agora, vamos qualificar o carro (vamos 
formular um juízo): pensemos em um carro antigo, ou seja, há um juízo 
aqui que decorre de duas ideias: carro e antigo (foto à direita). E como 
poderíamos elaborar um raciocínio acerca disso? A escrita de um Relatório 
de Inteligência comunicando ao tomador de decisão que um determinado 
traficante possui um carro antigo, por exemplo.
Foto: © [gazanfer] / Shutterstock. Foto: © [Andre Nitsievsky] / Shutterstock.
Trabalho 
Intelectual Definição Exemplo
Conceber ideias Concepção, na mente, da imagem de determinado objeto. Não o qualifica.
O mero ato de ver algo e dar o nome: é ver uma 
caneta e defini-la como “caneta”.
Formular juízos Operação pela qual a mente estabelece uma relação entre ideias.
Conceber a ideia de uma caneta e a outra ideia 
de um papel. A partir disso, formular um juízo 
de um bilhete: feito de uma ideia de uma caneta 
mais um papel.
Elaborar 
raciocínios
Operação pela qual a mente, a partir de 
dois ou mais juízos já conhecidos, alcança 
outro que deriva logicamente.
Juntar dois juízos formulados (bilhete, gravação 
de áudio, fotografia etc.) e, por meio de lógica 
e metodologia, confeccionar um Relatório 
de Inteligência.
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3.5 Tipos de conhecimento
Como vimos, anteriormente, Conhecimento é a informação contida em 
um Relatório de Inteligência (também chamado de RELINT). Por isso, 
é correto dizer, por exemplo: “conforme conhecimento constante no 
Relatório de Inteligência”.
Bem, agora vamos analisar os tipos de conhecimento no sentido de 
espécies de relatórios que poderão ser confeccionados.
As doutrinas, inclusive a DNIPEN, preveem quatro tipos de Relatórios de 
Inteligência: Informe, Informação, Apreciação e Estimativa.
Eles se diferenciam entre si, considerando: o estado da mente frente à 
verdade, que, como vimos acima, pode ser de certeza, opinião, dúvida ou 
ignorância; os diferentes graus de complexidade do trabalho intelec-
tual necessário à produção do conhecimento: ideia, juízo ou raciocínio; 
e, por fim, o tempo da situação: passado, presente ou futuro.
Tipos de Relatório de Inteligência
Tipo 
Relatório
Trabalho 
Intelectual
Estado da 
Mente Tempo Comentário
Informe Juízo
Certeza 
Opinião 
Dúvida
Passado ou 
Presente
Nada mais que uma narração de um evento. 
É um bilhete, por exemplo, coletado que se 
transforma em um Relatório de Inteligência do tipo 
Informe, sem maiores trabalhos intelectuais.
Informação Raciocínio Certeza Passado ou Presente
É um Relatório de Inteligência do tipo Informação, 
que contém apenas certeza. Por ser raciocínio, 
exige um trabalho mental mais apurado e um 
conhecimento da metodologia. Ocorre quando 
se juntam dois dados: 1) receber um “salve” pelo 
WhatsApp; 2) telefonar para a Agência de Inteligência 
e confirmar a procedência. O resultado será uma 
Informação, não será uma mera narração do 
conteúdo do “salve”, visto que haverá uma eventual 
autenticação do material.
Apreciação Raciocínio Opinião
Passado ou 
Presente
(admite futuro 
próximo)
Junto com a Informação, é o tipo de Relatório mais 
comumente confeccionado. O analista elabora um 
raciocínio mais apurado e pode avançar para um 
futuro próximo. E por ser impossível ter certeza do 
futuro, trata-se apenas do estado da mente “opinião”.
Estimativa Raciocínio Opinião Evolução futura
Expressa estado de opinião sobre a evolução futura 
de um fato ou de uma situação. Documento complexo 
de alto nível de assessoria. Requer completo 
conhecimento da metodologia própria. Ocorre, 
por exemplo, quando se estima o cenário das facções 
criminosas no Mercosul daqui a cinco anos.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 67
Portanto, vimos aqui na Unidade 3 como a Doutrina Nacional de In-
teligência Penitenciária é importante na condução dos trabalhos das 
AIPEN e, especificamente, nos trazendo a Metodologia de Produção do 
Conhecimento, fazendo com que consigamos elaborar um Relatório de 
Inteligência (um conhecimento) bem apresentado, oportuno, objetivo 
e que possa bem assessorar o tomador de decisão, objetivo maior da 
Inteligência Penitenciária.
E, ainda, em última instância, portanto, que se consiga, por meio da 
Inteligência, bem analisar e gerir os riscos, construindo cenários e se 
antecipando a quaisquer eventos danosos contra o Sistema Peniten-
ciário (ROCHA, 2020).
UNIDADE 4
Aspectos teóricos de 
Contrainteligência e das 
Operações de Inteligência
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 69
4. ASPECTOS TEÓRICOS DE CONTRAINTELIGÊNCIA E DAS 
OPERAÇÕES DE INTELIGÊNCIA
A proteção da Atividade de Inteligência e os conceitos relacionados 
com as Operações de Inteligência serão os tópicos que estudaremos 
nesta unidade. 
4.1 Contrainteligência Penitenciária: características e fundamentos
É interessante iniciarmos pontuando que a Inteligência Penitenciária 
possui dois ramos: a Inteligência e a Contrainteligência (CI), com es-
pecificidades que os diferenciam; porém considera-se que ambos são 
intrinsecamente ligados, não possuindo limites precisos, uma vez quese interpenetram, se inter-relacionam e interdependem.
 
Fonte: Adaptado de ABIN.
A Contrainteligência é um ramo da Atividade de Inteligência e destina-
-se a produzir conhecimentos para neutralizar a Inteligência adversa e 
a proteção da atividade e da instituição a qual pertence.
Inteligência
Proteção
Contrainteligência
Produção
Inteligência e Contrainteligência
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 70
Vejamos a imagem abaixo, elaborada pela Agência Brasileira de Inteli-
gência (ABIN), referindo-se às funções realizadas pela Contrainteligência:
 
Fonte: Adaptado de Brasil, 2020.
Dessa forma, fica claro que a CI desempenha um papel de proteção, 
resguardo e cuidado com a Atividade de Inteligência. 
No caso específico da Contrainteligência Penitenciária, a doutrina 
abalizada explica que: 
“A contrainteligência é a atividade voltada para a salvaguarda de 
informações sensíveis e à neutralização da inteligência adversa. Tem 
por objeto a detecção, identificação, prevenção, obstrução e neutra-
lização das ameaças internas e externas ao Sistema Penitenciário.” 
(BRANDÃO; CEPIK, 2013, p. 311).
Joanisval Brito Gonçalves (2018), de forma muito esclarecedora e 
didática, expõe que: 
“A contrainteligência tem por objetivo, portanto, tornar tão difícil 
quanto possível as ações adversas, tomando medidas de segurança 
que impeçam o acesso a tudo que deseja manter sob sigilo e prote-
gendo pessoas e instalações.” (GONÇALVES, 2018, p. 91).
A Contrainteligência realiza a...
proteção dos conhecimentos produzidos pela atividade de inteligência
salvaguarda de dados e conhecimentos produzidos por entes nacionais, 
públicos ou privados
prevenção, identificação e neutralização de ações promovidas por grupos de pessoas ou 
organizações, vinculados ou não a governos, que ameacem o desenvolvimento nacional e a 
segurança do Estado e da sociedade
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 71
4.2 Ramos da Contrainteligência
A Contrainteligência atua por meio de dois segmentos (campos 
de atuação): 
• Segurança Orgânica (SEGOR) e 
• Segurança Ativa (SEGAT).
Luiz Otávio Odawara, com muita propriedade, esclarece que: 
“A SEGOR preocupa-se com a segurança dos recursos humanos, 
da documentação e do material, da informática, das áreas e insta-
lações e das comunicações, por meio de medidas passivas de segu-
rança. Foca-se na prevenção e na obstrução da Inteligência adversa.” 
(ODAWARA, 2018, p. 19).
A SEGOR, como podemos observar, possui um caráter mais defensivo, 
com intuito de prevenção e de obstrução dos ataques desferidos pelo 
oponente. É importante ressaltar que as diretrizes da segurança orgânica 
devem estar consubstanciadas em um documento chamado de Plano 
de Segurança Orgânica (PSO), com as orientações e os procedimentos 
a serem adotados.
Odawara, novamente, complementa dispondo que: 
“A SEGAT adota medidas ofensivas de segurança ativa, ou seja, con-
tramedidas que buscam antecipar as ações adversas de qualquer 
natureza. Seus seguimentos são a Contrapropaganda, a Contraes-
pionagem, a Contrassabotagem e o Contraterrorismo. Foca-se na 
detecção e na neutralização da Inteligência adversa.” (ODAWARA, 
2018, p. 19).
Com relação à SEGAT, podemos observar um viés mais ofensivo, priori-
zando a detecção e a neutralização da Inteligência do oponente.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 72
Para facilitar o entendimento podemos pensar no seguinte exemplo: 
A Segurança Orgânica estaria representada pelas muralhas, cercas e 
concertinas existentes nas unidades prisionais. Já a Segurança ativa se 
apresentaria como os policiais penais, que estão nas torres/guaritas de 
controle, diligenciado na detecção e, se necessário, na neutralização de 
ameaças.
Seguem abaixo, para reflexão, alguns erros comuns que podem ser 
cometidos pelos profissionais de Segurança Pública e pelos integrantes 
das Inteligências:
O esquecimento de documentos sigilosos em 
locais inapropriados.
A falta de cuidado com as chaves, as senhas de acesso e os 
documentos sobre as estações de trabalho.
Levar documentação sigilosa para residência 
(documentos físicos, DVD, CD, pen drive etc.).
Relaxamento pela rotina.
Excesso de confiança ou de vaidade.
Conversas sobre assuntos sigilosos em locais 
inapropriados ou ao telefone.
Descuidos na utilização da internet 
(deixar e-mail aberto).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 73
Para finalizar, é interessante alertar que os maiores inimigos da CI são: 
a) a falta de conhecimento sobre as normas de segurança; 
e b) a inexistência de cultura de Inteligência e Contrainteligência. Assim, 
devemos fomentar a cultura de Inteligência entre todos os profissionais 
da Segurança Pública, independentemente de serem integrantes ou não 
dos órgãos de Inteligência das corporações.
4.3 Operações de Inteligência Penitenciária: características e 
fundamentos
As Operações de Inteligência são retratadas em diversos filmes e séries, 
são extremamente interessantes e despertam o interesse e as emoções 
dos indivíduos, basta uma simples análise empírica da grade de progra-
mação de televisão e das plataformas de streaming para tal constatação. 
Nesse tópico, vamos esclarecer alguns conceitos e vislumbrar de forma 
técnica alguns procedimentos e medidas adotados pelos agentes de 
Inteligência no âmbito das operações.
Inicialmente, é importante lembrarmos que as Operações de Inteligência 
se desenvolvem na fase da reunião de dados, ou seja, elas servem para 
buscar dados que estão protegidos ou que são de difícil obtenção e que 
são necessários para a produção de conhecimento.
Vejamos, agora, o conceito de Operações de Inteligência Penitenciária 
trazido pela Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária: 
“Operação de inteligência (OP INT) é o conjunto de ações de busca, 
podendo, eventualmente, envolver ações de coleta, executada quando 
os dados a serem obtidos estão protegidos por rígidas medidas 
de segurança e as dificuldades e/ou riscos são grandes para a 
AIPEN, exigindo um planejamento minucioso, um esforço concentrado 
e o emprego de técnicas, pessoal e material especializados.” (BRASIL, 
2013, grifo nosso).
Em diversas ocasiões, os dados que o analista de Inteligência necessita 
para produzir o Relatório de Inteligência não estão disponíveis em fontes 
abertas. A busca é perigosa e necessita utilização de técnicas específicas. 
Com relação ao crime organizado, em geral, as informações mais relevan-
tes, como ordens, estrutura e movimentação financeira são protegidas 
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e não estão disponíveis, necessitando de uma Operação de Inteligência 
para chegar até elas (BRANDÃO; CEPIK, 2013).
Retomando o conceito das operações, devemos ter claro que envolvem 
prioritariamente as ações de busca, podendo envolver ação de coleta. 
Além disso, visam desvendar dados de difícil obtenção e que normal-
mente estão protegidos. Para que a operação tenha êxito, é necessário 
utilizar pessoal treinado e especializado. 
Cabe agora fazermos breves apontamentos e diferenciarmos as ações 
de coleta das ações de busca. 
O termo “coleta” está relacionado com a obtenção de dados, principal-
mente em fontes abertas/disponíveis (internet, documentos, jornais, 
matérias); enquanto o termo “busca” é empregado para os procedimen-
tos de obtenção de dados negados e indisponíveis, ou seja, daqueles de 
difícil obtenção (GONÇALVES, 2018). 
4.3.1 Termos técnicos básicos envolvidos nas OperaçõesNo desenvolvimento das operações, é necessário que os envolvidos 
tenham ciência de alguns termos básicos: ambiente operacional, alvo e 
elemento de operações (ELO).
O ambiente operacional nada mais é do que o local em que a operação 
vai se desenvolver. Se formos realizar uma vigilância e o alvo estiver 
dentro de um shopping center, este será nosso ambiente operacional.
O alvo, por sua vez, é o foco principal da operação e nem sempre é 
uma pessoa, pois podemos ter como alvo um veículo, uma residência, 
um assunto, um objeto, entre outros. Não podemos ficar com a falsa 
impressão de que o alvo será sempre uma pessoa.
O terceiro termo importante para conhecermos é o Elemento de Ope-
rações, que se refere ao setor da Inteligência que será demandado para 
cumprir as ações de busca desenvolvidas nas Operações de Inteligência. 
Portanto, o ELO é um setor/divisão da Inteligência responsável pelo 
planejamento e pela execução das operações.
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QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre Termos bási-
cos envolvidos nas Operações de Inteligência, ou acesse o link: 
https://youtu.be/aweJtqRntgI.
4.3.2 Pessoal envolvidos nas Operações
Passemos agora a estudar sobre os atores envolvidos nas Operações de 
Inteligência e conhecer suas particularidades. 
Diversas pessoas participam das operações e necessitamos conhecer e 
distinguir suas funções e denominações. Os principais atores envolvidos 
são: agentes, colaboradores, informantes e controladores.
Agentes: são os policiais penais, pertencentes ao quadro da Inteligência 
que possuem treinamento e especialização para participar das operações. 
Esses agentes devem ingressar na Inteligência após passar por um pro-
cesso de seleção e recrutamento chamado de Processo de Recrutamento 
Administrativo (PRA).
Colaboradores: são pessoas externas ao órgão que em virtude de suas 
atribuições criam facilidades para a Inteligência e para o desenvolvimento 
da operação. Como exemplo, podemos citar a figura de um porteiro que 
franqueia o acesso do agente ao ambiente operacional de um condomínio. 
Nesse caso, o porteiro criou uma facilidade para o agente de Inteligência: 
o ingresso no condomínio.
Informantes: são pessoas não pertencentes à Inteligência que relatam 
situações das quais possuem conhecimento, ou seja, fornecem dados 
(“informações”) para que sejam processados pela Inteligência. Como 
exemplo, podemos citar um preso que relata aos agentes sobre planos 
escusos que ouviu na sua galeria. São extremamente importantes para 
qualquer órgão de Inteligência e no serviço penitenciário ganham ainda 
mais expressão.
https://youtu.be/aweJtqRntgI
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 76
Controladores: são os agentes responsáveis por controlar o conjunto de 
indivíduos não pertencentes à Inteligência e que estão envolvidos com 
ela de alguma forma. Essa estrutura de pessoas externas à Inteligência 
denominamos de Rede. O controlador, portanto, é o responsável por 
gerenciar a Rede.
4.4 Tipos de Operações de Inteligência e seus planejamentos
As Operações de Inteligência podem ser classificadas em dois tipos bá-
sicos: operações exploratórias e operações sistemáticas. Vejamos cada 
um deles:
Operações exploratórias: são de curta duração, pontuais, com intuito de 
cobrir eventos e levantar dados específicos. Se originam da necessidade 
imediata de um dado sobre determinado assunto. 
Celso Moreira Ferro Júnior (2011), aponta que as operações exploratórias 
visam atender uma necessidade de informações momentâneas e ime-
diatas, sobre fatos e situações não completamente conhecidas.
Digamos que uma pessoa, após visitar seu familiar preso, está se en-
contrando com um indivíduo e repassando informações criminosas. 
Diante desse fato, é possível que haja necessidade de conhecer essa 
terceira pessoa. A operação mais adequada para esse caso seria uma 
operação exploratória. 
Operações sistemáticas: conforme o termo sistemático já induz, es-
sas operações são realizadas de forma contínua e têm uma longa du-
ração. São acompanhamentos realizados de forma constante com 
foco na repercussão interna e externa de atividades relacionadas ao 
Sistema Penitenciário.
Também, são caracterizadas por um fluxo constante de dados sobre 
o assunto de interesse e acabam sendo proveitosas para acompanhar 
metodicamente as atividades do alvo. É possível obtermos dados e 
aprofundarmos conhecimentos em virtude desse processo contínuo de 
informações atualizadas (JUNIOR, 2011).
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 77
Como exemplo de operações sistemáticas, podemos citar o acom-
panhamento de organizações criminosas realizadas pela Inteligência 
Penitenciária. A operação Onix, desencadeada no ano de 2021, reali-
zada pelo DEPEN, em parceria com a Polícia Federal, foi possível após 
acompanhamento sistemático e exaustivo sobre a organização criminosa.
Importante ressaltarmos que toda a Operação de Inteligência deve ser 
planejada. O planejamento deve conter um estudo de situação e um 
plano de operação. Quanto mais delicada a operação, maior deve ser 
o seu planejamento. Mesmo que o agente seja escalado para realizar 
uma operação de pequeno vulto, é indispensável que haja ao menos 
um planejamento básico.
Considerando que estamos em um curso básico, não iremos aprofundar 
a metodologia do planejamento, porém é interessante citar que, dentro 
do plano de operação, temos cinco medidas que orientam a condução 
das operações: medidas de controle, medidas de coordenação, medidas 
de avaliação, medidas de orientação e medidas de segurança. 
4.5 Ações de busca
Recapitulando: as ações de busca são os procedimentos desenvolvidos 
pelo ELO nas Operações de Inteligência, visando obter os dados negados 
que são de difícil obtenção e que geralmente estão protegidos.
Interessante lembrar que cada Agência de Inteligência conta com agentes 
dos mais variados perfis e de habilidades diversas. Essas particularidades 
devem ser analisadas e exploradas para a melhor execução das ações de 
busca. Há pessoas que têm extrema facilidade de se comunicar, outras 
que têm excelente memória. Dessa forma, essas habilidades devem ser 
consideradas conforme a ação de busca a ser realizada.
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As ações de busca são as seguintes:
Desinformação.
Entrada.
Entrevista.
Infiltração penitenciária.
Varredura de sinais.
Interceptação postal.
Monitoramento ambiental.
Provocação.
Reconhecimento.
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 Fonte: Adaptado de Brasil (2013).
A seguir, apresentaremos cada uma dessas ações:
Desinformação: consiste na ação de busca que visa induzir alvos a erros 
de apreciação, orientando-os a realizar um comportamento determinado.
Exemplo: a Inteligência levantou que um preso de alta periculosidade vai 
ser transferido e que existe um plano de resgate para ele. Diante disso, 
pode ser veiculado na imprensa uma matéria jornalística noticiando que 
a transferência vai ser realizada em data não fidedigna.
Entrada: realizada em ambiente penitenciário para obter dados em locais 
de acesso restrito.
Entrevista: realizada para obter dados específicos por meio de uma 
conversação planejada e controlada pelo entrevistador. Cabe esclarecer 
que a entrevista não é uma conversa despretensiosa realizada com o 
alvo, pois o entrevistador deve dialogar com objetivosdefinidos e con-
trolando a conversa. Não é um interrogatório, e deve ser realizada sem 
que o alvo tenha a sensação de estar sendo inquirido. É uma ação de 
busca que requer treinamento diferenciado e destreza. Alguns agentes 
possuem uma facilidade inata para esse tipo de ação e devem ser iden-
tificados, treinados e aproveitados. Mais detalhes sobre entrevista serão 
apresentados no Módulo 2. 
Infiltração penitenciária: ocorre quando se coloca um agente de Inteli-
gência junto ao alvo com objetivo de obter dados. Difere da infiltração 
policial que necessita de autorização judicial e serve para obtenção 
de provas em atividades de investigação. A infiltração penitenciária, 
em regra, não necessita de autorização judicial. 
Recrutamento operacional.
Vigilância.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 80
Vejamos um exemplo: coloca-se um agente de Inteligência, simulando 
ser um preso, na mesma viatura (em um compartimento separado e com 
total segurança) em que se está transportando outro preso que possui 
informações interessantes para a Inteligência. 
A infiltração penitenciária requer uma preparação especial e uma aptidão 
muito diferenciada do agente, por isso deve ser muito bem planejada.
Interceptação postal: utilizada para obtenção de dados e/ou identificação 
de correspondências com aspectos ilícitos envolvendo o Sistema Peni-
tenciário. Aqui, os agentes devem estar atentos a possíveis mensagens 
subliminares, mensagens cifradas, códigos, ordens de execução e demais 
temas que podem afetar o Sistema Penitenciário e a sociedade.
Com intuito de espantar qualquer interpretação sobre violação de direi-
tos constitucionais, notadamente do art. 5º, XII, CF/88, as Penitenciárias 
Federais possuem autorização judicial para analisar todas as correspon-
dências enviadas ou recebidas pelos presos.
Monitoramento ambiental: realizado para obter dados por meio de 
equipamento próprio, de áudio e de vídeo; operado nas instalações do 
Sistema Penitenciário, por integrantes da Inteligência.
Leandro Carrilho esclarece sobre o tema que:
“[...] com base na manifestação do poder judiciário, a instalação de 
equipamentos de escuta ambiental em estabelecimento prisional 
ficou dividida da seguinte forma: nas áreas comuns é permitido o 
monitoramento de som e imagem, não havendo necessidade de 
autorização judicial; nos espaços não considerados como área co-
mum (pátio de visita e parlatórios) esse tipo de monitoramento só 
será possível mediante prévia autorização judicial; nas celas de vi-
sita íntima, é proibida qualquer forma de violação da privacidade.” 
(CARRILHO, 2019, p. 15).
Provocação: utilizada, com alto nível de especialização, para estimular 
uma pessoa ou um alvo a modificar seus procedimentos e a executar 
algo desejado pela Inteligência, sem que desconfiem da ação a que 
foram submetidos.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 81
Reconhecimento: conhecido como RECON, é uma ação de busca rea-
lizada para obtenção de dados sobre o ambiente operacional. Pode ser 
utilizada também para identificação de alvos. Caracteriza-se por ser uma 
ação prévia e preparatória para outras ações de Inteligência.
Exemplo: uma complexa Operação de Inteligência vai se desenvolver em 
um bar que vende bebidas alcoólicas na periferia da cidade. O estabele-
cimento fica próximo a um enorme canteiro de obras da construção civil.
Reflita: é proveitoso desenvolver ações de busca nesse local sem antes 
realizar um reconhecimento? A resposta é não, pois não conhecemos as 
especificidades do local. Um bom RECON vai facilitar as demais ações 
de busca e trazer informações como: localização exata, características, 
perfil dos usuários e dos frequentadores, dentre outras. Com esses dados, 
podemos definir as vestimentas dos agentes, equipamentos, viaturas etc.
Um bom RECON facilita todo o desenvolvimento das demais ações 
de busca, subsidiando e preparando o planejamento das Operações de 
Inteligência.
Recrutamento Operacional: utilizado para convencer ou persuadir uma 
pessoa não pertencente à Inteligência a trabalhar em benefício desta.
As séries e os filmes exploram muito o recrutamento operacional, mos-
trando personagens dos quais a Inteligência possui informações sensíveis 
e muitas vezes desmoralizantes. Essas informações são utilizadas como 
dados para persuadir o indivíduo a realizar tarefas em benefício da Inteli-
gência, mesmo que a contragosto. Maiores detalhes sobre recrutamento 
serão apresentados no Módulo 2.
Vigilância: realizada para manter alvos sob observação com o intuito de 
levantar dados.
 
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Foto: © [Andrey_Popov] / Shutterstock.
A vigilância pode ser realizada de forma motorizada ou a pé e tem 
grande aptidão para: levantar atividades e contatos do alvo; observar 
atividades e rotinas; identificar meios de transporte e comunicação; 
e registrar vídeos e imagens.
Trata-se de uma ação de busca extremamente detalhada e com várias 
especificidades. Diante disso, é essencial que seja treinada e praticada. 
A realização de um curso presencial é uma excelente oportunidade de 
receber maiores orientações e exercitar essa ação de busca.
Varredura de sinais: utilizada para a detecção e localização de equipamen-
tos irregulares no Sistema Penitenciário com utilização de instrumentos 
adequados e operados por integrantes das Inteligências.
Exemplo: utilização do equipamento GI-2, popularmente conhecido 
como maleta, para detecção e localização de aparelhos celulares que 
estejam dentro de uma unidade prisional.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre a Varredura de Sinais, leia a notícia “Linhas 
Rastreadas”, acerca da utilização do equipamento GI-2, disponível 
em: https://www.conjur.com.br/2012-nov-19/ministerio-justica-
-oferece-sp-detector-celulares-presidios.
https://www.conjur.com.br/2012-nov-19/ministerio-justica-oferece-sp-detector-celulares-presidios
https://www.conjur.com.br/2012-nov-19/ministerio-justica-oferece-sp-detector-celulares-presidios
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4.6 Técnicas de Operações de Inteligência
As Técnicas Operacionais de Inteligência (TOI) não se confundem com 
as ações de busca. 
PODCAST
Essa diferenciação é necessária para entendermos com clareza 
as Operações de Inteligência. As TOI são as habilidades dos 
agentes que serão utilizadas dentro das ações de busca.
Esclarecemos com um exemplo: ao realizar a ação de busca de 
reconhecimento, o agente vai se utilizar da TOI “observação, 
memorização e descrição” (OMD), para decorar fidedignamente 
o ambiente operacional e depois descrevê-lo.
As TOIs devem ser treinadas pelos agentes, pois o domínio delas permite 
aumentar as potencialidades, possibilidades, capacidade e operaciona-
lidades. 
As Técnicas Operacionais de Inteligência são: 
Análise comportamental.
Análise da veracidade.
Comunicações sigilosas.
Disfarce.
Emprego de meios eletrônicos.
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 84
Fonte: Adaptado de Brasil (2013).
A seguir, apresentaremos cada uma dessas técnicas:
Análise comportamental: utilizada para analisar o comportamen-
to de indivíduos e/ou grupos e as relações entre eles dentro do 
ambiente penitenciário.
A movimentação dos presos no banho de sol é um dos momentos em 
que podemos utilizar a TOI da análise comportamental. A postura do 
preso e as pessoas que permanecem ao seu redor podem revelar dados 
importantes, como possíveis lideranças e aliados.
Análise de veracidade:empregada para verificar se, por meio de recursos 
tecnológicos ou metodologia própria, há convicção de que uma pessoa 
esteja falando a verdade sobre fatos e situações.
Comunicações sigilosas: utilizada para, sigilosamente, transmitir mensa-
gens ou enviar objetos durante as ações de busca, de acordo com planos 
previamente estabelecidos. Ocorre quando os agentes estabelecem que, 
durante a operação, um determinado sinal (determinada movimentação 
Estória-cobertura.
Fotointerpretação.
Leitura da fala.
Observação, memorização e descrição.
Processo de identificação de pessoas.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 85
do braço direito, por exemplo) significa que o alvo está no ambiente. 
A comunicação no ambiente operacional faz toda a diferença no de-
senvolvimento das operações e nem sempre as mensagens de texto ou 
de áudios são suficientes. Dessa forma, é interessante que os agentes 
estabeleçam algumas comunicações sigilosas.
Além das comunicações sigilosas, é essencial que os agentes tenham 
meios de comunicação eficientes e testados. Há aplicativos especiali-
zados para comunicação em tempo real e sem delay. Aplicativos como 
WhatsApp e Telegram muitas vezes não são suficientes para a manutenção 
de uma comunicação satisfatória.
Disfarce: é a técnica pela qual o agente modifica sua aparência para se 
adequar a uma “estória-cobertura” (estudada a seguir) ou dificultar o seu 
reconhecimento posterior.
O disfarce é uma TOI bem utilizada e visa proteger os agentes de Inte-
ligência. Necessita ser bem natural e estar de acordo com o ambiente 
operacional. Em alguns ambientes, óculos escuros e boné são excelentes 
para um disfarce; porém, em outros ambientes, esses mesmos acessó-
rios são extremamente chamativos e contraindicados. Portanto, tenha 
cuidado com a escolha dos seus acessórios de disfarce.
Emprego de meios eletrônicos: técnica que habilita para a correta uti-
lização de equipamentos de captação, gravação e reprodução de sons, 
imagens, sinais e dados.
Tenha muito zelo com os equipamentos utilizados nas operações, pois 
eles auxiliam de forma crucial os agentes. Além disso, certifique-se de 
que possui treinamento e destreza com o equipamento. Não superestime 
suas capacidades para operar equipamentos novos ou desconhecidos. 
Sempre faça testes e certifique-se de que sabe utilizá-los com desen-
voltura. O ideal é que tenhamos, ao menos, um treinamento básico para 
operar os equipamentos. 
Os equipamentos mais utilizados em operações são máquinas fotográ-
ficas, tablets, celulares, rádios HTs, gravadores, entre outros.
Estória-cobertura: utilizada para garantir a segurança e o sigilo dos agentes 
e também para facilitar a obtenção dos dados. Utiliza-se a dissimulação 
e o encobrimento das reais identidades dos envolvidos.
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MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 86
A maioria das Operações de Inteligência obriga o agente a criar uma 
“estória-cobertura”. Quando o agente está no ambiente operacional e 
interagindo com outras pessoas, torna-se bem provável surgir algumas 
perguntas como: você trabalha com o quê? Qual o seu nome? Você é 
policial? 
Diante desses questionamentos, se o agente não estiver previamente 
preparado e com sua estória-cobertura bem alinhada, é provável que 
tenha dificuldades para responder com fluidez. Esse embaraço poderá 
chamar a atenção do seu interlocutor e causar desconfiança.
Em linhas gerais, a “estória-cobertura” deve ser simples, de fácil assimi-
lação, convincente e compatível com o ambiente operacional.
Fotointerpretação: utilizada para identificar os significados das imagens 
obtidas.
A disseminação do uso de drones, com câmeras de alta resolução, acabam 
por gerar dezenas de fotografias em uma operação. Todo esse material 
será submetido à fotointerpretação.
Leitura da fala: mesmo à distância, um agente utilizando essa TOI pode 
identificar e compreender os elementos de uma conversação, possibili-
tando a compreensão do assunto.
O desenvolvimento das câmeras de vigilância com maior resolução e 
com grande alcance facilitaram o emprego desta TOI.
Observação, memorização e descrição: técnica de grande utilização, 
conhecida como OMD, na qual o agente observa, memoriza e, poste-
riormente, descreve com exatidão, pessoas, objetos, locais e fatos, a fim 
de os identificar ou de os reconhecer. 
Há indivíduos que têm grande facilidade na utilização desta TOI. Se o 
agente tem grande dificuldade, e for demandado em uma ação de busca 
que necessita utilização da OMD, pode se utilizar de recursos tecnoló-
gicos para auxiliá-lo.
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INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 87
Exemplo: o agente utiliza uma microcâmera ou realiza a captação de 
algumas imagens que o auxiliarão na descrição e na confecção de seu 
relatório. Devemos utilizar a tecnologia a nosso favor, aumentando nos-
sas capacidades, possibilidades e potencialidades, mas, sem esquecer 
que necessitamos treinar nossas habilidades para não ficarmos reféns 
dos equipamentos.
Processo de identificação de pessoas: destinado a identificar ou a reco-
nhecer pessoas. Esses processos estão sempre em evolução e constan-
temente são descobertas novas técnicas. Entre as mais usadas temos: 
fotografia, retrato falado, DNA, arcada dentária, câmeras de reconheci-
mento facial, íris etc.
Agora que você realizou o estudo sobre as Técnicas Operacionais de Inte-
ligência, relembre pontos importantes do módulo na retomada a seguir.
88
SÍNTESE DO MÓDULO
Neste primeiro módulo, discutimos os fundamentos teóricos e doutri-
nários da Atividade de Inteligência Penitenciária. Na Unidade 1, vimos 
que a história da Inteligência se confunde com a história da humanidade, 
desde a antiguidade até a contemporaneidade. Pontuamos que a infor-
mação constitui um dos pilares do Estado e apresentamos a relação de 
diferentes tipos de governos com a Inteligência. Também abordamos o 
desenvolvimento da Atividade de Inteligência no Brasil, desde a década 
de 1920 até a atualidade. Pontuamos que o país conta com instrumentos 
de governança e Inteligência: PNI, ENI, Planint. Discutimos a importân-
cia do incremento dos Serviços de Inteligência Penitenciária, por conta 
da presença e da atuação do crime organizado no sistema prisional. 
Pontuamos sistemas, subsistemas, políticas, planos e estratégias de 
Inteligência e Segurança Pública no Brasil. Por fim, apresentamos um 
panorama da Atividade de Inteligência na América Latina, com quatro 
diferentes modelos de Inteligência. 
Na Unidade 2, abordamos o surgimento da Inteligência no sistema 
prisional e sua relação com a Segurança Pública. Para tanto, iniciamos 
contextualizando historicamente o ambiente prisional. Abordamos como 
ele ainda se apresenta como um ambiente insalubre para seus atores, 
sobretudo pela questão da superlotação. Discutimos então o cresci-
mento da população carcerária, indicando que sua taxa de crescimento 
é seis vezes maior do que a taxa de crescimento da população brasileira. 
Pontuamos, em seguida, que tal crescimento não foi acompanhado de 
aumento equivalente de vagas, levando à superlotação. Também foi 
abordada a questão das organizações criminosas no sistema prisional. 
Pontuamos que o Brasil conta com uma série de facções, entre elas, 
o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital, que estão entre 
as dez principais organizações criminosas da América Latina. Afirmamos 
que os Serviços de Inteligência nascem como resposta à expansão de 
organizações criminosas e de sua atuação dentro das prisões. Desta-
camos que as Atividades de Inteligência Penitenciária devem seguir o 
ordenamento jurídico brasileiro. Retomamos que a Inteligência no Brasil 
se dá no âmbito da SISBIN, cujo órgão decoordenação central é a ABIN, 
e tratamos da criação do SISP e da DIPEN. 
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 89
Ainda na Unidade 2, apresentamos as características essenciais para 
que um policial do sistema prisional possa compor uma Agência de 
Inteligência Penitenciária. Por fim, elencamos as responsabilidades da 
Agência Central de Inteligência Penitenciária.
Na Unidade 3, discutimos os fundamentos doutrinários das Atividades de 
Inteligência Penitenciária. Pontuamos a existência de Doutrina Nacional 
de Inteligência Penitenciária, documento normativo, uniformizador e 
sistematizador que objetiva subsidiar o planejamento de políticas pú-
blicas e está em sua segunda versão, a de 2020. Apresentamos outras 
doutrinas de Inteligência latino-americanas e pontuamos as coopera-
ções internacionais, sobretudo entre países do Mercosul. Pontuamos 
princípios e características da Atividade de Inteligência, de acordo com 
as doutrinas vigentes. Por fim, discutimos a metodologia de produção de 
conhecimento, processo formal e regular que envolve as fases de plane-
jamento, reunião de dados, processamento e utilização. Um importante 
conceito no interior da metodologia é o de Estados da Mente. Nesse 
sentido, apresentamos os quatro estados em que pode se encontrar a 
mente humana: certeza, opinião, dúvida e ignorância. Também foram 
apresentados os três trabalhos intelectuais que podem ser realizados 
para conhecer fatos ou situações: ideias, juízos e raciocínios. Por fim, 
elencamos os quatro tipos de Relatório de Inteligência previstos pela 
Doutrina: informe, informação, apreciação e estimativa.
Na Unidade 4, discutimos aspectos teóricos da Contrainteligência e das 
Operações de Inteligência. Pontuamos que a Contrainteligência de-
sempenha um papel de proteção, resguardo e cuidado das Atividades 
de Inteligência, tanto na salvaguarda de informações sensíveis quanto 
na identificação e no enfrentamento de ameaças. Vimos que há dois 
ramos de atuação: a segurança orgânica (mais defensiva, constituída por 
medidas passivas) e a segurança ativa (mais ofensiva, constituída por 
contramedidas). Alertamos que os maiores inimigos da Contrainteligência 
são a falta de conhecimentos sobre normas de segurança e a inexistência 
de uma cultura de Inteligência e Contrainteligência. Caracterizamos as 
Operações de Inteligência como conjuntos de ações de busca de dados 
de difícil acesso (negados e/ou indisponíveis). Apresentamos três termos 
básicos envolvidos nas operações: ambiente operacional (local/contexto), 
alvo (foco) e elemento de operações (setor de Inteligência responsável). 
Em seguida, pontuamos os principais atores envolvidos nas operações: 
agentes, colaboradores, informantes e controladores. Também diferen-
ciamos dois tipos de Operação de Inteligência: as sistemáticas (contí-
CURSO DE INTRODUÇÃO À 
INTELIGÊNCIA PENITENCIÁRIA – CIIPEN
MÓDULO 1 | Fundamentos teóricos e doutrinários da Atividade de Inteligência Penitenciária 90
nuas, de longa duração) e as exploratórias (pontuais, cobrem eventos 
ou levantam dados específicos). Por fim, apresentamos ações de busca 
(desinformação, entrada, entrevista, infiltração penitenciária, varredura 
de sinais, interceptação postal, monitoramento ambiental, provocação, 
reconhecimento, recrutamento operacional e vigilância), assim como 
Técnicas Operacionais de Inteligência, que são habilidades dos agentes 
utilizadas dentro das ações de busca (análise comportamental, análise 
da veracidade, comunicações sigilosas, disfarce, emprego de meios ele-
trônicos, estória-cobertura, fotointerpretação, leitura da fala, observação, 
memorização e descrição e processo de identificação de pessoas). 
Você finalizou o Módulo 1! 
Esperamos que você tenha aproveitado para lapidar seus conhecimentos. 
No próximo módulo abordaremos uma visão prática dos elementos teóricos 
já vistos. Veremos como um analista de inteligência pode aplicar na prática 
a teoria e a Doutrina de Inteligência Penitenciária, por meio de exemplos, 
situações reais e modelos de conduta.
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	Apresentação
	Objetivos do módulo
	1.7 Atividade de Inteligência na América Latina
	1.6 Inteligência Penitenciária e Segurança Pública
	1.5 Instrumentos de Governança da Inteligência no Brasil
	1.4 Sistema Brasileiro de Inteligência
	1.3 Histórico da Atividade de Inteligência no Brasil
	1.2 Atividade de Inteligência e seus quatro paradigmas históricos
	1.1 Breve histórico da Atividade de Inteligência no mundo 
	2.5 Agência Central de Inteligência Penitenciária
	2.4 Perfil do Policial Penal de Inteligência
	2.3 Alguns aspectos legais da Inteligência Penitenciária 
	2.2 Surgimento da Inteligência Penitenciária
	2.1 O Ambiente prisional e seu histórico
	3.5 Tipos de conhecimento
	3.4 Metodologia da Produção do Conhecimento: estados da mente e ciclo da produção do conhecimento
	3.3 Princípios e características que orientam a Atividade de Inteligência
	3.2 Doutrinas de Inteligência na América Latina
	3.1 Fundamentos históricos e a Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária no Brasil – a DNIPEN
	4.6 Técnicas de Operações de Inteligência
	4.5 Ações de busca
	4.4 Tipos de Operações de Inteligência e seus planejamentos
	4.3 Operações de Inteligência Penitenciária: características e fundamentos
	4.2 Ramos da Contrainteligência
	4.1 Contrainteligência Penitenciária: características e fundamentos
	Síntese do módulo
	Referências

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