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JMIL Concursos Desenvolvido por Joaquim Siqueira Neto CPF 406 936 928 71 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão e interpretação de texto .................................................................................................................................................. 01 Tipologia e gêneros textuais ............................................................................................................................. .......................................... 08 Figuras de linguagem..................................................................................................................................................................................... 09 Significação de palavras e expressões. Relações de sinonímia e de antonímia ...................................................................... 14 Ortografia............................................................................................................................................................................................................ 17 Acentuação gráfica. Uso da crase........................................................................................................................ ...................................... 22 Divisão silábica.................................................................................................................................................................................................. 29 Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos........................................................ 30 Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. Locuções verbais (perífrases verbais). Funções do que e do se .............................................................................................................................................................. 35 Formação de palavras. Elementos de comunicação .......................................................................................................................... 73 Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto por coordenação e subordinação) ..................................................................................................................... 76 Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................................. 86 Regência verbal e nominal ........................................................................................................................................................................... 94 Colocação pronominal................................................................................................................................................................................... 100 Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto............................................................................................................... 100 Elementos de coesão...................................................................................................................................................................................... 104 Função textual dos vocábulos..................................................................................................................................................................... 109 Variação linguística.......................................................................................................................................................................................... 110 ATUALIDADES Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: economia, sociedade, educação, tecnologia energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas.................................................................................................................................................................................... 01 MATEMÁTICA Números Inteiros, Racionais e Reais......................................................................................................................................................... 01 Sistema Legal de Medidas............................................................................................................................................................................ 13 Razões e Proporções ...................................................................................................................................................................................... 18 Divisão Proporcional....................................................................................................................................................................................... 21 Regras de Três Simples e Compostas.................................................................................................................... ................................... 23 Percentagens ..................................................................................................................................................................................................... 26 Equações e Inequações de 1º e de 2º graus......................................................................................................................................... 28 Juros Simples e Compostos: Capitalização e Descontos.................................................................................................................. 34 Raciocínio Lógico: Sequências (com números, com figuras e de palavras), Proposições, Conectivos, Argumentos Válidos, Equivalência e Implicação Lógica.............................................................................................................................................. 37 SUMÁRIO INFORMÁTICA Conceitos e fundamentos básicos. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus) ............................................................................................................................................................................................................. 01 Identificação e manipulação de arquivos. Backup de arquivos Conceitos básicos de Hardware (Placa-mãe memórias, processadores (CPU) e disco de armazenamento HDs, CDs e DVDs). Periféricos de computadores ..... 02 Ambientes operacionais: Utilização dos sistemas operacionais Windows XP Profissional e Windows 7 .................... 09 Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre ................................................................................................................................. 17 Utilização dos editores de texto (Microsoft Word e LibreOffice Writer); Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc). Utilização do Microsoft PowerPoint................................................................................ 21 Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web, Mecanismos de busca na Web, Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome................................................................................................................................................................ 38 Segurança na Internet, Vírus de computadores, Spyware, Malware, Phishing ....................................................................... 53 Transferência de arquivospela internet ................................................................................................................................................. 57 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Conhecimentos Específicos: Legislação: Estatuto dos Militares do Estado do Ceará (Lei Estadual nº13.729/2006, e suas alterações até a data de publicação do Edital)...................................................................................................................... 01 Código Disciplinar dos Militares do Estado do Ceará (Lei 13.407/2003 e suas alterações até a data de publicação do Edital) ..................................................................................................................................................................................... 07 Lei Complementar Estadual nº98/2011 e suas alterações até a data de publicação do Edital........................................ 17 Constituição Federal de 1988: Artigo 5º - Dos Direitos e Garantias Fundamentais e Artigo 144 - Da Segurança Pública ................................................................................................................................................................................................................. 19 ÍNDICE LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão e interpretação de texto .....................................................................................................................................................................01 Tipologia e gêneros textuais ..........................................................................................................................................................................................08 Figuras de linguagem ........................................................................................................................................................................................................09 Significação de palavras e expressões. Relações de sinonímia e de antonímia .......................................................................................14 Ortografia ...............................................................................................................................................................................................................................17 Acentuação gráfica. Uso da crase ................................................................................................................................................................................22 Divisão silábica .....................................................................................................................................................................................................................29 Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos .........................................................................30 Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. Locuções verbais (perífrases ver- bais). Funções do que e do se .......................................................................................................................................................................................35 Formação de palavras. Elementos de comunicação .............................................................................................................................................73 Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto por coordenação e subordinação) .......................................................................................................................................76 Concordância verbal e nominal ....................................................................................................................................................................................86 Regência verbal e nominal ..............................................................................................................................................................................................94 Colocação pronominal .................................................................................................................................................................................................... 100 Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto ............................................................................................................................... 100 Elementos de coesão ....................................................................................................................................................................................................... 104 Função textual dos vocábulos ..................................................................................................................................................................................... 109 Variação linguística ........................................................................................................................................................................................................... 110 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela- cionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- ficar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, po- derá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- rências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun- damentações), as argumentações (ou explicações), que levam ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, em uma prova, o candidato deve: • Identificar os elementos fundamentais de uma ar- gumentação, de um processo, de uma época (nes- te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). • Comparar as relações de semelhança ou de dife- renças entre as situações do texto. • Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade. • Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. • Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- lidades do texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; capacidade de raciocínio. Interpretar/Compreender Interpretar significa: Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Através do texto, infere-se que... É possível deduzir que... O autor permite concluir que... Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa Entendimento, atenção ao que realmente está escrito. O texto diz que... É sugerido pelo autor que... De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... O narrador afirma... Erros de interpretação • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido. • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con- clusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi- deração é o que o autor diz e nada mais. Coesão e Coerência Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono- me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam- bém de que os pronomes relativos têm, cada um, va- lor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na in- terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstân- cia, a saber: que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- te, mas depende das condições da frase. qual (neutro) idem ao anterior. quem (pessoa) cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. como (modo) onde (lugar) quando (tempo) quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) 1 L ÍN G U A P O R T U G U E S A Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deve- ria aparecer o demonstrativo O). Dicas para melhorar a interpretação de textos • Leia todo o texto, procurando ter uma visão ge- ral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. • Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- rompa a leitura. • Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. • Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). • Volte ao texto quantas vezes precisar. • Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. • Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- lhor compreensão. • Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão. • O autor defende ideias e você deve percebê-las. • Observe as relações interparágrafos. Um parágra- fo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- que muito bem essas relações. • Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante. • Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as demais questões! • Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. • Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- tem a outros vocábulos do texto. SITES Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/ 09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- -provas> Disponível em: <http://www.portuguesnarede. com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. html> Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursi- nho/questoes/questao-117-portugues.htm> 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – AOCP-2015) O verão em que aprendi a boiar Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca- pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que éramos IVAN MARTINS Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre- dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto especial. Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor- mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci- dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia insuspeitada. Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare- ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou inteiramente. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des- coberta temporã. Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes, num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra- va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con- segui boiar. Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor- ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se esqueceram de como tudo isso é bom. Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e isso, curiosamente, não é fácil. Essa experiência me sugeriu algumas considerações so- bre a vida em geral. Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo- rando novidades que nos transformam. Somos geneti- camente elaborados para lidar com o novo, mas não só. Também somos profundamente modificados por ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras. Suspeito que isso tenha importância também para os relacionamentos. 2 EXERCÍCIOS COMENTADOS L ÍN G U A P O R T U G U E S A http://portuguesemfoco.com/pf/ http://vestibular.uol.com.br/cursi- Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro, em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra- ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen- tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia do outro e de si mesmo, no mundo. Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci- sam ser aprendidas. Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem- po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculosque tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for- ma relaxada e consciente um grande amor. Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra- pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi- sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser. Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas águas do amor e do sexo. Nos custa boiar. A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me- lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo. O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se pode tentar boiar. http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/ noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To- dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo. b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona- mentos amorosos para que eles não se desfaçam. c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam vividos intensamente. d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode acontecer. Resposta: Letra A Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender). Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten- tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo = correta. Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela- cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver intensamente. Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos objetivo nos relacionamentos. Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no- vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo- rosas = incorreta – ser mais emoção. Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, não pensando em algo ruim. 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018) Observe a charge a seguir: A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking, destacando o fato de o cientista: a) ter alcançado o céu após sua morte; b) mostrar determinação no combate à doença; c) ser comparado a cientistas famosos; d) ser reconhecido como uma mente brilhante; e) localizar seus interesses nos estudos de Física. Resposta: Letra D Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto Em “b”: mostrar determinação no combate à doença; = incorreto 3 L ÍN G U A P O R T U G U E S A http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/ Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante; Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. = incorreto Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es- távamos esperando”. 3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) Lastro e o Sistema Bancário [...] Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita- do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei- ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re- serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas economias seguramente guardadas. Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- -ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e principalmente de valores em contas bancárias, já não tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria- do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa explicação permaneceu controversa e escondida por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do Bank of England de 2014. Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços a partir da conces- são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa números em uma tabela com meu nome e pede que eu devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di- nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei. Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es- cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela simples manipulação de bancos de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po- der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos. [...] Disponível em https://fagulha.org/artigos/ inventando-dinheiro/ Acessado em 20/03/2018 De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá- rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de a) tornar ilimitada a produção de dinheiro. b) proteger os bens dos clientes de bancos. c) impedir que os bancos fossem à falência. d) permitir o empréstimo de mais dinheiro e) preservar as economias das pessoas. Resposta: Letra D Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos cofres. Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = incorreta Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = incorreta Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência = incorreta Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = correta Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) A leitura do texto permite a compreensão de que a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos. b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário. c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes. d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”. e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados. Resposta: Letra A Em “a”, as dívidasdos clientes são o que sustenta os bancos = correta Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário = nem todo Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou- tros clientes Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre- -mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre- -mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear. Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi- vidados = desde que não paguem a dívida 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge abai- xo, publicada no momento da intervenção nas atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de 2018. 4 L ÍN G U A P O R T U G U E S A Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a seguinte informação: a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co- metidos no Rio; b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-feita; c) a linguagem do personagem mostra intimidade com o interlocutor; d) a presença do orelhão indica o atraso do local da charge; e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre- sença do Exército. Resposta: Letra D NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se- guinte informação: Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri- mes cometidos no Rio = inferência correta Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen- do bem-feita = inferência correta Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida- de com o interlocutor = inferência correta Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local da charge = incorreta Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam a presença do Exército = inferência correta 6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe a charge abaixo. No caso da charge, a crítica feita à internet é: a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; b) a falta de exercícios físicos nas crianças; c) o risco de contatos perigosos; d) o abandono dos estudos regulares; e) a falta de contato entre membros da família. Resposta: Letra A Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica excessiva; Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = incorreto Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto Em “e”: a falta de contato entre membros da família. = incorreto Através da fala do garoto chegamos à resposta: de- pendência tecnológica - expressa em sua fala. 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo denota, além da agressão física, diversos tipos de impo- sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência citado nesse segmento é: a) Presa por mensagem racista na internet; b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana; c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico; d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia; e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo. Resposta: Letra C Em “a”: Presa por mensagem racista na internet = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene- zuelana = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô- nico = não consta na Manchete acima 5 L ÍN G U A P O R T U G U E S A Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do traba- lho escravo = o desgaste causado pelas condições de trabalho 8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Oportunismo à Direita e à Esquerda Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme estabelecido na legislação. É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami- nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível. Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei- ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de po- der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado democrático de direito, defendido pelos diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc. A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionando, do qual depende a sobrevivência física da população. Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as auto- ridades desenvolvam planos de contingência. O Globo, 31/05/2018. “É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca- minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. b) garantir-se o direito de reunião e de greve. c) lastrear leis e regras na Constituição. d) punirem-se os responsáveis por excessos. e) concluírem-se as investigações sobre a greve. Resposta: Letra D Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do pensa- mento. = incorreto Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = incorreto Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. = incorreto Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a se- rem devidamente contidos e seus responsáveis, pu- nidos, conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa acontecer... = precisa acontecer a punição dos excessos. 9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CESPE-2018) Texto CG1A1AAA A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos polí- ticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, indepen- dentemente de idade, sexo, estrato social, crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da paz. Mas, o que significa “cultura da paz”? Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e os adultos da compreensão de princípios como liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualda- de e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e co- letiva, da violência que tem sido percebida na sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que advenham de dentro da(s) socieda- de(s), que não sejam impostas do exterior. Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado em sentido negativo, quando se traduz em um estado de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada a um vazio, a uma não existência palpável, di- fícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da não violência para resolver conflitos, a prática do diálo- go na relação entre pessoas, a postura democrática frenteà vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação planeja- da e o movimento constante da instalação de justiça. Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pensamen- to e a ação das pessoas para que se promova a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa de ser, então, a te- mática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a ideologia que o alimenta, precisa im- pregná-lo de palavras e conceitos que anunciem os valores humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e promo- vem. A violência já é bastante denunciada, e quanto mais fa- lamos dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio social. É hora de começarmos a convocar a presença da paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos. Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges- tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial- mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en- tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo- cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par- lamentos e centros de comunicação e associações. Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de- sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento sus- tentado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as instituições democráticas, promovendo a liberdade de ex- pressão, preservando a diversidade cultural e o ambiente. 6 L ÍN G U A P O R T U G U E S A É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — direitos humanos — democracia” que podemos vislum- brar a educação para a paz. Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educati- vas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações). De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebi- dos como a) obstáculos para a construção da cultura da paz. b) dispensáveis para a construção da cultura da paz. c) irrelevantes na construção da cultura da paz. d) etapas para a construção da cultura da paz. e) consequências da construção da cultura da paz. Resposta: Letra D Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. = incorreto Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da paz. = incorreto Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. = incorreto Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz. Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. = incorreto Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refe- re-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar er- radicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas para construção da paz. 10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) O humor da tira é conseguido através de uma quebra de expectativa, que é: a) o fato de um adulto colecionar figurinhas; b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos; c) a falta de muitas figurinhas no álbum; d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário. Resposta: Letra B Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = incorreto Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos; Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incorreto Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; = incorreto Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con- trário. = incorreto O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema incomum: assuntos sociais. 11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VU- NESP-2015) Leia a tira. (Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado) Com sua fala, a personagem revela que a) a violência era comum no passado. b) as pessoas lutam contra a violência. c) a violência está banalizada. d) o preço que pagou pela violência foi alto. Resposta: Letra C Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto Em “c”: a violência está banalizada. Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = incorreto Infelizmente, a personagem revela que a violên- cia está banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos. 12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTE- RIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge. É correto associar o humor da charge ao fato de que a) os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de com- pleto confinamento. 7 L ÍN G U A P O R T U G U E S A b) os dois personagens estão muito bem informados so- bre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos. c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com a aparência. d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles nos presídios. e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevan- tes para os personagens, dada a condição em que se encontram. Resposta: Letra E Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de completo confinamento. = incorreto Em “b”: os dois personagens estão muito bem infor- mados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos. = incorreto Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocu- pação com a aparência. = incorreto Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não sur- preende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se encontram. Pela condição em que as personagens se encontram, o aumento no preço dos cosméticos não os afeta. 13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas da Copa Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor- naleiros estão levando seus estoques para casa quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha- dos por mensagens de celular. Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa adequada é: a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei- ra como alvo de desejo dos assaltantes; c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que vendem as figurinhas da Copa; d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa nas bancas de jornais; e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin- cipal dos ladrões. Resposta: Letra B Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = incorreto Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à carteira como alvo de desejo dos assaltantes; Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa nas bancas de jornais; = incorreto Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no alvo principal dos ladrões. = incorreto O título do texto já nos dá a resposta: além do celular e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também passaram a ser alvo dos assaltantes. TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL Atodo o momento nos deparamos com vários tex- tos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocuto- res. Estes interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito. É de fundamental importância sabermos classificar os textos com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos tex- tuais e gêneros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre al- guém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descri- ção e Dissertação. As tipologias textuais se caracterizam pelos aspec- tos de ordem linguística Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição. São obser- vados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela- ções logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demarcados no tempo do universo narrado, como também de advérbios, como é o caso de an- tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conver- sa, resolveram... B) Textos descritivos – como o próprio nome indi- ca, descrevem características tanto físicas quanto 8 L ÍN G U A P O R T U G U E S A psicológicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarca- dos no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...” C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra- zões de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan- to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício. D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se de verbos expres- sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- cam-se pelo predomínio de operadores argumen- tativos, revelados por uma carga ideológica cons- tituída de argumentos e contra-argumentos que justificam a posição assumida acerca de um deter- minado assunto: A mulher do mundo contemporâ- neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os gê- neros estão em complementação, não em disputa. Gêneros Textuais São os textos materializados que encontramos em nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. A escolha de um determinado gênero discursivo de- pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locutores e os interlocutores, o meio disponível para vei- cular o texto, etc. Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exemplo, são comuns gêneros como notícias, reporta- gens, editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divul- gação científica são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. SITE Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda- cao/tipologia-textual.htm> 1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNI- CO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE – 2015) Ouro em Fios A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA. O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT: - Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a iluminação natural. - Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado. - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do ambiente. - Utilize o computador no modo espera. Fique ligado! Evite desperdícios. Energia elétrica. A natureza cobra o preço do desperdício. Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações) Há no texto elementos característicos das tipologias ex- positiva e injuntiva. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima apresenta tal característica. FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E CONSTRUÇÃO Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com. br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso abr, 2018. A figura de palavra consiste na substituição de uma 9 L ÍN G U A P O R T U G U E S A EXERCÍCIO COMENTADO http://www.brasilescola.com/reda- http://www.tjdft.jus.br/ http://www.terapiadapalavra.com/ palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbóli- co, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma simila- ridade. São construções que transformam o significado das palavras para tirar delas maior efeito ou para cons- truir uma mensagem nova. Tipos de Figuras de Linguagem Figuras de Som Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efei- to sonoro significativo. Três pratos de trigo para três tigres tristes. Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa) Quem com ferro fere com ferro será ferido. Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.” Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos fa- ziam blem, blem, blem. Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em pa- lavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande dor...” (Carlos Lyra) Figuras de Palavras ou de Pensamento Metáfora Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o em- prego da palavra fora de seu sentido normal. Observação: Toda metáfora é uma espécie de comparação implíci- ta, em que o elemento comparativo não aparece. Seus olhos são como luzes brilhantes. O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, qualidade do que é semelhante. Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta é a verdadeira metáfora. Outros exemplos: “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa) Neste caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhançaentre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.). Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum. Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na fra- se acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustia- damente inútil), há uma comparação subentendida: Mi- nha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum. A Amazônia é o pulmão do mundo. Em sua mente povoa só inveja. Metonímia (ou sinédoque) É a substituição de um nome por outro, em virtude de existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição pode acontecer dos seguintes modos: Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo). Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião). Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso Havana. (= Fumei um saboroso charuto). Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócra- tes tomou veneno). Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo). Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice). Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos jogadores). Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressada- mente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo). Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram chamadas, não apenas uma mulher). Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Al- guns astronautas foram à Lua). Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Catacrese Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contí- nuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um con- ceito, toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”. 10 L ÍN G U A P O R T U G U E S A Perífrase ou Antonomásia Trata-se de uma expressão que designa um ser atra- vés de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. A Cidade-Luz (=Paris) O rei das selvas (=o leão) Observação: Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos: O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati- cando o bem. O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem. O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Sinestesia Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o cruzamento de sensações distintas. Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil) No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) Antítese Consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos en- volvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos: “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) O corpo é grande e a alma é pequena. “Quando um muro separa, uma ponte une.” Não há gosto sem desgosto. Paradoxo ou oximoro É a associação de ideias, além de contrastantes, con- traditórias. Seria a antítese ao extremo. Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. Ouvimos as vozes do silêncio. Eufemismo É o emprego de uma expressão mais suave, mais no- bre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante. Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Se- nhor. (= morreu) O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) Faltar à verdade. (= mentir) Ironia É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser mui- to bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mínima. Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto. O governador foi sutil como um elefante. Hipérbole É a expressão intencionalmente exagerada com o in- tuito de realçar uma ideia. Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) O concurseiro quase morre de tanto estudar! Prosopopeia ou Personificação É a atribuição de ações ou qualidades de seres ani- mados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos: As pedras andam vagarosamente. O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia. A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. Chora, violão. Figuras de Construção ou de Sintaxe Apóstrofe Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coi- sa personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza- -se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: Moça, que fazes aí parada? “Pai Nosso, que estais no céu” Deus, ó Deus! Onde estás? Gradação (ou clímax) Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni- mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descen- dente (anticlímax). Observe este exemplo: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões... O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor”. (Olavo Bilac) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, co- lheu-se.” (Padre Antônio Vieira) 11 L ÍN G U A P O R T U G U E S A Elipse Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração e que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. A catedral da Sé. (a igreja catedral) Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio) Zeugma Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de português) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só modernos. (só havia móveis) Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) Silepse A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz com um termooculto, facilmente identificado. Há três ti- pos de silepse: de gênero, número e pessoa. Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e fe- minino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordân- cia se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso. Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho). B) Vossa Excelência está preocupado. O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes- soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vos- sa Excelência. Silepse de Número - Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador. O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei- tos das orações (que se encontram no singular, procissão e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural. Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos: O que não compreendo é como os brasileiros persista- mos em aceitar essa situação. Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. “Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar- dins públicos.” (Machado de Assis) Observe que os verbos persistamos, temos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas). Polissíndeto / Assíndeto Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre período composto. No período composto por coordena- ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração coordenada ligada por uma conjunção (conecti- vo) é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assindética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras de construção: A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re- petição enfática dos conectivos. Observe o exem- plo: O menino resmunga, e chora, e grita, e nin- guém faz nada. B) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela au- sência, pela omissão das conjunções coordenati- vas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. “Vim, vi, venci.” (Júlio César) Pleonasmo Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva. O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. Nesta oração, os termos “o problema da violência” e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo: Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleonástico. Observação: O pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonas- mo vicioso: Vi aquela cena com meus próprios olhos. Vamos subir para cima. Ele desceu pra baixo. 12 L ÍN G U A P O R T U G U E S A Anáfora É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em cau- sa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos po- dem muitas vezes ser substituídos por pronomes. Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia. “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca- ba.” (Padre Vieira) Anacoluto Consiste na mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. É a quebra da estrutura normal da frase para a introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação sintática com as demais. Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles. Morrer, todo haveremos de morrer. Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo? A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo, deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto tam- bém é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento. Observação: O anacoluto deve ser usado com finalidade expressi- va em casos muito especiais. Em geral, evite-o. Hipérbato / Inversão É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o sujeito venha depois do predicado: Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio) Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: Saraiva, 2002. SITES Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- coes/estil/estil8.php> Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- coes/estil/estil5.php> Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- coes/estil/estil2.php> 1. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO – 2009) Observe o trecho de “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo: “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acor- dava, [...]. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo.” Seu autor utiliza o seguinte recurso estilístico: a) eufemismo. b) gradação. c) comparação. d) antítese. e) personificação. Resposta: Letra E Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, [...]. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo = dar característi- cas humanas a seres inanimados é a figura de pen- samento da Personificação – também conhecida por Prosopopeia. 2. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO – 2009) O hino do América F.C., composto por Lamartine Babo, diz: “Hei de torcer, torcer, torcer... Hei de torcer até morrer, morrer, morrer... Pois a torcida americana é toda assim, a começar por mim.” O recurso linguístico que en- fatiza o compromisso entoado pelo hino é a) o uso das reticências. b) a repetição da estrutura sintática. c) o emprego do verbo auxiliar “haver”. d) a presença da palavra “torcida”. e) a autorreferência do pronome “mim”. Resposta: Letra C Em “a”, o uso das reticências = incorreta Em “b”, a repetição da estrutura sintática = incorreta Em “c”, o emprego do verbo auxiliar “haver”. Em “d”, a presença da palavra “torcida” = incorreta Em “e”, a autorreferência do pronome “mim” = incorreta O uso do verbo “haver” (hei de ... hei de ...) reforça o compromissodo torcedor com o time. 13 L ÍN G U A P O R T U G U E S A #FicaDica O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”. EXERCÍCIOS COMENTADOS http://www.soportugues.com.br/se- http://www.soportugues.com.br/se- http://www.soportugues.com.br/se- SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES. RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA SIGNIFICADO DAS PALAVRAS Semântica é o estudo da significação das palavras e das suas mudanças de significação através do tempo ou em determinada época. A maior importância está em dis- tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). Sinônimos São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa- beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. Duas palavras são totalmente sinônimas quando são substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan- do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, em deteminado enunciado (aguadar e esperar). Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela exis- tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemici- clo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diá- logo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. Antônimos São palavras que se opõem através de seu significa- do: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - cen- surar; mal - bem. Observação: A antonímia pode se originar de um prefixo de sen- tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e antico- munista; simétrico e assimétrico. Homônimos e Parônimos • Homônimos = palavras que possuem a mesma gra- fia ou a mesma pronúncia, mas significados dife- rentes. Podem ser A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- rentes na pronúncia: rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de- nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo). B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita: acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni- zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar- reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio) e passo (andar). C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia: caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo). • Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po- rém de formas relativamente próximas. São pala- vras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (re- ceptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocorrer), osso (substan- tivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimen- to (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e diferir (diver- gir), suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a movi- mento, trânsito), mandato (procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mer- gulhar, afundar). Hiperonímia e Hiponímia Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten- cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperônimo, mais abrangente. O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô- nimo, criando, assim, uma relação de dependência se- mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi- peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é um hiperônimo de carros. Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a repetição desnecessária de termos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. SITE Disponível em: <http://www.coladaweb.com/portu- gues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-paronimos> Polissemia Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de um contexto. Trata-se, realmente, de uma única pala- vra, mas que abarca um grande número de significados 14 L ÍN G U A P O R T U G U E S A http://www.coladaweb.com/portu- dentro de seu próprio campo semântico. Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando- -se em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia: O rapaz é um tremendo gato. O gato do vizinho é peralta. Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência O passarinho foi atingido no bico. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co- mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o formato quadriculado que têm. Polissemia e homonímia A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum. Quando a mesma palavra apresenta vários sig- nificados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, quando duas ou mais palavras com origens e sig- nificados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma homonímia. A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é polissemia porque os diferentes significados para a palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes signifi- cados estão interligados porque remetem para o mesmo conceito, o da escrita. Polissemia e ambiguidade Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma in- terpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma alimentação equilibrada fre- quentemente são felizes. Neste caso podem existir duas interpretações diferentes: As pessoas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpretação. Para fazer a interpretação correta é mui- to importante saber qual o contexto em que a frase é proferida. Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
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