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b Salibian, Aa,b* e Montalti, Db,c* Aspectos fisiológicos e bioquímicos da glândula uropigial das aves Resumo Resumo Esta revisão discute diferentes aspectos da glândula uropigial de aves. A glândula exibe uma notável diversidade morfológica em tamanho, forma e presença/ausência de tufos de penas. Foi demonstrado que mucinas ácidas, lipídios neutros, glicolipídeos e fosfolipídios são componentes normais da secreção. Vários aspectos morfológicos e fisiológicos da glândula foram estudados em Pombo Rochoso Columba livia Gmelin, 1879. A quantidade de secreção da glândula uropigial, seu conteúdo lipídico e perfil de ácidos graxos foram determinados. A mistura lipídica extraída continha ácidos graxos C14 a C20, principalmente insaturados; os ácidos graxos saturados foram principalmente 14:0, 16:0 e 18:0. Não foi encontrada correlação entre o tamanho da glândula e a natureza aquática/terrestre da espécie. A ablação da glândula não afetou a sobrevivência, peso corporal, taxa de alimentação e colesterol sérico, lipídios totais ou níveis de cálcio após 32-120 dias. O possível papel da glândula na proteção contra compostos lipofílicos foi discutido. A função da glândula ainda é objeto de controvérsia. Admite- se que a sua secreção confere propriedades hidrófugas à pelagem das penas e mantém a flexibilidade das penas. Outros papéis fisiológicos da secreção glandular podem estar associados à produção de feromônios, controle da higiene da plumagem, isolamento térmico e defesa contra predadores. Com relação à regulação endócrina da função uropigial, são escassas as informações que apresentam evidências de mecanismos regulados por esteroides. Palavras-chave: Columba livia, glândula de preen, glândula uropigial, fisiologia uropigial, química da secreção. Palavras-chave: Columba livia, glândula uropigial, fisiologia uropigial, química dauropigial. Esta revisão discute diferentes aspectos da glândula uropigial das aves. A glândula exibe uma diversidade morfológica de tamanho chamativa, forma e presença/ausência de um tufo de penas. A mostrou mucinas ácidas, nêutrons de glândulas, glicolipídios e fosfolipídios como componentes normais de suaídios e seus processos de lipídios. aspectos fisiológicos e diversos da glândula foram estudados Columba morfológica na pomba doméstica. Foi determinada a quantidade de conteúdo da glândula uropiígial, seu conteúdo lipídico e o perfil de todos os sebosos. A mistura lipídica contém a C20 gordos, principalmente não saturadas; os ácidos graxos saturados foram principalmente 14:0, 16:0 e 18:0. Não se encontra entre o tamanho da natureza e a natureza/terestre das espécies. A ablação da glândula não afetau a sobrevivência, peso corporal, alimentação e os níveis séricos de colesterol, lipídios ou cálcio depois de 32-120 dias. Discute-se o possível papel da glândula na proteção contra compostos lipofílicos. A função da glândula ainda é tema de controvérsia. Aceita-se que suas propriedades repelentes conferem às penas à água e as atualizações. Outras funções fisiológicas com um sistema glandular podem estar associadas, controle de higiene da plumagem, isolamento térmico e defesa contra predação. Com a regulação da regulação final da glândula, tem-se-se escassa informação, tendo em conta a relação de regulação da regulação do esteróide. a Comisión de Investigaciones Científicas de la Provincia de Buenos Aires, Departamento de Ciências Básicas, Universidade Nacional de Luján, Casilla de Correo 221, (B6700ZBA), Luján, Argentina Recebido em 3 de dezembro de 2007 – Aceito em 17 de janeiro de 2008 – Distribuído em 31 de maio de 2009 (Com 1 figura) (B1900) - La Plata, Argentina c Seção Ornitologia, Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata, (B1900FWA), La Plata, Argentina *e-mail: salibian@mail.unlu.edu.ar, dmontalti@arnet.com.ar Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009 437 Aspectos fisiológicos e bioquímicos da glândula uropigial aviária Machine Translated by Google Phalacrocorax olivaceus (Humboldt, 1805), e) Catharacta maccormicki (Saunders, 1893), f) Larus maculipennis Lichtenstein, 1823, g) Ara macao (Linnaeus, 1758), h) Tyto alba (Scopoli, 1769), i) Athene cunicularia (Molina, 1782), j) Guira guira (Gmelin, 1788), k) Columba livia Gmelin, 1879, l) Colaptes campestris (Vieillot, 1818), m) Furnarius rufus (Gmelin, 1788), n) Embernagra platensis (Gmelin ) , 1789), o) Carduelis magellanica (Vieillot, 1805), ep) Agelaioides badius (Vieillot, 1819). Figura 1. ilustrações da glândula uropigial de algumas aves Neotropicais e Antárticas, mostrando sua diversidade morfológica. A escala linear é igual a 1 cm. a) Nothura maculosa (Temminck, 1815), b) Pygoscelis adeliae (Hombron e Jacquinot, 1841), c) Oceanites oceanicus (Kuhl, 1820), d) 1. Introdução 2. Histologia da glândula A pele das aves é adaptada ao seu estilo de vida. É mais fino do que em mamíferos de igual tamanho. A pele das aves carece de glândulas sudoríparas e sebáceas, mas a epiderme em si é lipogênica, produzindo gorduras neutras e fosfolipídios (Lucas, 1980). Toda a pele atua como órgão secretor sebáceo, sendo a glândula preen e as glândulas da orelha como partes especializadas (Menon et al., 1981; Stettenheim, 2000). Descrições da glândula de diferentes taxa e classificações sistemáticas com base em sua morfologia e na natureza química dos lipídios secretores foram fornecidas por vários autores (Jacob e Zeman, 1972; Johnston, 1988; Sandilands et al., 2004a,b). Há uma notável diversidade morfológica da glândula uropigial quanto ao tamanho, forma e presença ou ausência do tufo de penas (Jacob e Ziswiler, 1982; Johnston, 1988; Montalti e Salibián, 2000). A Figura 1 mostra alguns tipos morfológicos da glândula em adultos de diferentes espécies de aves representantes da Região Neotropical e Antártica. enorme variação na morfologia desta glândula nas diferentes espécies de aves. Há pesquisas sobre a glândula uropigial desde meados do século XIII e, desde então, pesquisadores coletam informações sobre sua anatomia, histologia, química de secreção, função, etc. Lucas e Stettenheim (1972), Jacob e Ziswiler (1982), Menon e Menon (2000) e Johnston (1988), que dão uma visão e discutem diferentes aspectos da glândula. Nosso objetivo é apresentar e discutir brevemente os aspectos mais relevantes referentes à glândula e integrar nossos próprios resultados com os de outros autores. As informações disponíveis não fornecem prova inequívoca de qualquer possível relação entre as características morfológicas da glândula e sua importância na adaptação ambiental. Seria muito interessante determinar as pressões de seleção que podem explicar a A glândula uropigial nas aves é uma das glândulas tegumentares que existem nas aves. É um órgão bilobado se báceo, variável tanto em forma quanto em tamanho (Lucas e Stettenheim, 1972; Sawad, 2006), localizado dorsalmente entre a quarta vértebra caudal e o pigóstilo. A glândula está invariavelmentepresente em estágios embrionários, enquanto pode ser vestigial em adultos de certas ordens, famílias, gêneros e espécies. Está completamente ausente em Struthionidae, Rheidae, Casuaridae, Dromaidae e em algumas espécies de Columbidae e Psittacidae (Johnston, 1988). A histologia da glândula tem sido examinada em um número reduzido de espécies. Parece que a organização histológica corresponde a uma glândula sebácea (Wagner e Brood, 1975). O epitélio tubular é composto por quatro camadas bem definidas: a) uma camada germinativa onde ocorre a divisão celular e composta por um ou dois estratos de células planas ou cuboidais com citoplasma basofílico e núcleo escuro, b) uma camada intermediária composta por 1 -5 estratos de células poligonais com citoplasma basofílico, c) uma camada secretora formada por 1-10 camadas de volumosas células poligonais com grânulos secretores e, d) uma camada degenerativa caracterizada por células com núcleos picnóticos e grânulos querato-hialinos no citoplasma. Fragmentos celulares, placas córneas e secreção do sebo também podem ser encontrados (Montalti et al., 2001). 1.1. Descrição da glândula É uma glândula holócrina encerrada em uma cápsula de tecido conjuntivo composta por ácinos glandulares que depositam sua secreção de óleo em um tubo coletor comum terminando em um número variável de poros, geralmente dois. Cada lobo possui uma cavidade central que coleta a secreção dos túbulos dispostos radialmente ao redor da cavidade. A secreção da glândula é conduzida para a superfície através de ductos que, na maioria das espécies, se abrem no topo de uma papila (Jacob e Ziswiler, 1982). n h o Salibian, A. e Montalti, D. e m p d j k Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009438 eu c eu g uma b f Machine Translated by Google Tabela 1. Padrão de ligação de lectina na glândula uropigial de Rock Pigeon Columba livia (dados de Montalti et al., 2001). PNA: Arachis hypogaea, WGA: Triticum vulgaris, RCA-1: Ricinus communis, UEA-1: Ulex europaeus, SBA: Glycine maximus, DBA: Dolichus biflorus, ConA: Concanavalin ensiformis. Intensidade de ligação: (–) negativa, (+) fraca, (++) forte, (+++) muito forte. – – Os primeiros estudos mostraram que a secreção servia como repelente de água, o que impedia que as aves se molhassem. Germinativo +++ – Bandyopadhyay e Bhattacharyya (1996; 1999) e Shawkey et al. (2003) ofereceram evidências do papel da ++ – Uma possibilidade que não pode ser desconsiderada é que o grau de contato com a água possa estar associado a mudanças adaptativas na composição da secreção, envolvendo as vias biossintéticas lipídicas da glândula. Vale ressaltar que há mais de quatro décadas Bollinger e Varga (1961) mostraram o alto teor de ácidos graxos na plumagem da ema Dromaeus novaehollandiae Latham, 1790 apesar de não possuir a glândula, sugerindo que as aves aquáticas que tiveram suas glândulas removidas podem permanecer secas devido à capacidade de repelência à água dos lipídios das penas. PNA – – Lectina – – Muitos autores sustentam que a função desta glândula está intimamente ligada às propriedades hidrofóbicas da secreção, que teriam um papel essencial na proteção da superfície corporal das aves do meio ambiente, principalmente na impermeabilização da plumagem (Jacob, 1992). Secretária – – No entanto, mais tarde foi demonstrado que a presença da glândula não era essencial para o metabolismo do cálcio alterado pelo raquitismo, e que o limiar de sensibilidade para manifestação desta doença variava entre as diferentes espécies de aves (Rawles, 1960). Con A – Outros autores postularam que a mudança na viscosidade da cera pode estar relacionada à formação da plumagem mais brilhante necessária para a corte (Piersma et al., 1999). Posteriormente Reneerkens e Korsten (2004) não encontraram respaldo para sua ideia. Produto secretor – – – – A camada germinativa tem uma intensidade de ligação muito forte com algumas lectinas particulares, especificamente com ÿ-D- acetilglucosamina, ácido N-acetilneuramínico e ÿ-D-galactose. A camada degenerativa apresentou ligação muito intensa especificamente com ÿ-D- manose e ÿ-D-glicose. As camadas de células intermediárias e secretoras não mostraram afinidade significativa para nenhuma das lectinas testadas. Os produtos de secreção mostraram alta afinidade para algumas lectinas específicas encontradas nas camadas germinativas e degenerativas (Montalti et al., 2001). UEA–1 – – Os resultados de outros estudos sugerem que a glândula nas fêmeas pode estar envolvida na produção e secreção de lipídios com atividade de feromônio feminino (Kolattukudy e Rogers, 1987). O efeito anti-raquitismo da secreção da glândula com base em seu conteúdo de vitamina D foi estudado há várias décadas (Hou, 1928; 1929; 1930). DBA – – natureza terrestre da espécie (Montalti e Salibián, 2000). Degenerativo – – A elucidação do papel fisiológico e bioquímico da glândula tem sido objeto de inúmeros estudos. No entanto, os resultados têm sido controversos (Johnston, 1988). +++ – A estrutura microscópica da glândula de Columba livia foi estudada em nosso laboratório usando métodos histoquímicos e lectino-histoquímicos. Mucinas ácidas, lipídios neutros, glicolipídios e fosfolipídios foram componentes normais da secreção tubular. O uso de lectinas mostrou a distribuição de glicoconjugados durante a secreção normal em uma mistura de compostos lipídicos e carboidratos, cuja composição variou de acordo com o estágio de diferenciação celular e formação de secreção (Tabela 1). RCA-1 – +++ Sandilands et ai. (2004b) demonstraram recentemente que as características histológicas e dimensões da glândula e a quantidade de lipídios encontrados nas penas de Gallus gallus Linnaeus, 1758 foram significativamente afetadas pela idade da ave, em particular durante as primeiras semanas de desenvolvimento (até 30 semanas). . SBA – – No entanto, mostramos que não existe uma correlação clara entre o tamanho da glândula e o tamanho aquático/ Intermediário – – +++ – dispostos em um padrão de mosaico. Raramente são observadas células em degeneração. WGA – +++ As paredes da glândula são semelhantes nas espécies estudadas, com exceção dos Columbiformes. As células epiteliais do lobo em Pombo- da-rocha Columba livia são circundadas por septos de tecido conjuntivo e não formam túbulos que terminam em uma cavidade central. Há uma pequena camada germinativa na periferia dos feixes celulares onde se encontram as células intermediárias e as volumosas células de secreção. Camada celular 3. Fisiologia da Glândula Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009 439 Glândula uropigial aviária Machine Translated by Google 440 Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009 Salibian, A. e Montalti, D. Com base no alto teor de lipídios da secreção da glândula, postulamos seu possível papel ecotoxicológico na regulação do acúmulo e/ou excreção de compostos lipofílicos. Essa hipótesefoi verificada medindo-se o acúmulo de lindano, um xenobiótico organoclorolipofílico, no fígado e glândulas de C. livia após a injeção de doses subletais do inseticida (Gutiérrez et al., 1998). Os resultados indicaram a) uma quantidade significativa do inseticida acumulado na glândula, b) que o conteúdo lipídico da glândula não foi alterado, c) que o perfil de composição de ácidos graxos dos lipídios da glândula não se alterou em relação aos controles e, d ) que o teor de lipídios no fígado aumentou 2 a 4 vezes em relação às aves controle. Esses resultados sugerem que a toxicidade de produtos lipofílicos pode ser regulada pela glândula uropigial, que teria o papel de capturar e depositar essas substâncias. Além disso, o peso do fígado das aves expostas ao lindano aumentou significativamente. Alternativamente, não se pode desconsiderar que parte dos metais detectados nas penas pode ter origem na deposição externa e, consequentemente, refletir níveis de contaminação ambiental local em um determinado habitat. Ao considerar o papel fisiológico da glândula uropigial, parece que a glândula não está necessariamente presente em todos os grupos de aves. Este fato, observado em várias espécies, juntamente com a falta de uma correspondência ecológica clara, sugere que, quando presente, a função da glândula pode ser diversa, mas não essencial. A este respeito, é interessante que a extirpação da glândula não teve consequências graves para a sobrevivência de gansinhos, galinhas e passeriformes (Jacob, 0 1976; Chen et al., 2003). A remoção cirúrgica da glândula urópica em Columba livia não afetou o comportamento, a sobrevivência, o ganho de peso corporal e as taxas de alimentação, durante um período de dois meses (Montalti et al., 1998; 2000; Moyer et al., 2003) . O índice somático do fígado LSI passou de 1,7 (controles) para 2,9 (aves injetadas com lindano); a diferença pode ser atribuída ao impacto do inseticida como consequência do aumento do fígado secundário à exposição ao inseticida devido a processos de proliferação compensatória (Williams e Iatropoulos, 2002). a secreção da glândula na higiene da plumagem controlando fungos e bactérias da pele e ectoparasitas (Moyer et al., 2003). Medimos vários parâmetros bioquímicos em relação à fisiologia da glândula (Montalti et al., 2006) comparando espécimes de controle com espécimes removidos da glândula. É interessante que outros autores tenham postulado que a glândula pode ter um papel na proteção de animais selvagens expostos a inseticidas organoclorados (Charnetski e Stevens, 1974; Johnston, 1976; 1978) e a metais pesados que podem ser de grande importância em espécies que habitam áreas altamente poluídas (Pilastro et al., 1993; Dauwe et al., 2002). Em relação a esse papel específico da glândula, vale destacar os resultados de um estudo recente (Janssens et al., 2001); aumentos significativos foram encontrados no teor de 13 metais pesados em penas de Parus major Linnaeus, 1758 capturados nas proximidades de uma planta industrial. Mais recentemente, Scheifler et al. (2005) relataram a presença de mercúrio em penas do pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus Miller, 1778) que vive em remotas ilhas subantárticas. Em conexão com os mecanismos de defesa química, Dumbacher (1999) e Dumbacher et al. (1992; 2000), relataram que a pele e a plumagem de três espécies de passeriformes do gênero Pitohui podem ser consideradas venenosas devido ao alto teor de um alcalóide neurotóxico esteróide encontrado até então apenas na pele de alguns anfíbios neotropicais. Esses autores atribuíram a esse alcalóide a função de defesa química contra predadores naturais como cobras, aves de rapina e possivelmente alguns marsupiais arborícolas. No entanto, considerando que a concentração Esses efeitos antibióticos são modificados quando a glândula é extirpada, causando alterações significativas no número e na forma das bactérias que habitam a pele e as penas; esses efeitos podem ter significância ecológica e adaptativa. Não foram encontradas diferenças nos níveis séricos de colesterol, lipídios totais e cálcio após 32-120 dias. Assim, não foi observada alteração em dois parâmetros bioquímicos básicos associados ao metabolismo de lipídios e em um parâmetro crítico relacionado à homeostase mineral, quatro meses após a ablação da glândula. Esses resultados sugerem que a glândula uropigial pode não relacionar, pelo menos fisiologicamente, Mais recentemente, Haribal et al. (2005) apresentaram evidências sugerindo que a evolução nas variações qualitativas e quantitativas intraespecíficas na secreção da glândula preen pode ser atribuída a pressões seletivas causadas por ectossimbiontes que geralmente vivem em penas e provavelmente co-evoluíram com pássaros. Galván e Sanz (2006) forneceram evidências da possível relação entre o número de ácaros de penas e o tamanho da glândula uropigial em uma população reprodutora de chapim-real Parus major. Como esses aracnídeos se alimentam do óleo que as aves espalham de sua glândula, os autores supracitados levantaram a hipótese e mostraram que o número de ácaros se correlacionava positivamente com o tamanho da glândula uropigial de seus hospedeiros, sugerindo que o tamanho da glândula pode explicar a variância na carga de ácaros de penas entre coespecíficos. à homeostase dos lipídios ou à regulação do metabolismo do cálcio. É possível que os metais pesados encontrados nas penas possam se originar da deposição interna ou através da secreção da glândula uropigial durante a limpeza. As penas fornecem às aves o isolamento essencial necessário para controlar a temperatura corporal, a potência aerodinâmica necessária para o voo e as cores que podem ser úteis na comunicação e na camuflagem. As penas modificadas são importantes na natação, produção de som, audição, proteção, higiene, repelência à água, transporte de água, sensação tátil, etc. (Gill, 1994; Stettenheim, 2000). Tem sido sugerido que algumas dessas propriedades podem estar associadas à secreção cerosa uropigial que as aves aplicam nas penas. No entanto, nem todos os lipídios da idade da ameixa se originam na glândula uropigial; uma proporção vem das secreções sebáceas da epiderme. Machine Translated by Google 4. Tamanho da glândula e habitat 5. A Composição Química da Secreção da Glândula Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009 441 Glândula uropigial aviária deste alcalóide é três ordens de magnitude menor do que o registrado em anfíbios de tamanho comparável, Poulsen (1993) questionou essa função e sugeriu, em vez disso, que eles poderiam ter um papel significativo no controle e regulação de artrópodes ectoparasitas aviários. a composição química da secreção durante o período de reprodução (Jacob et al., 1979; Kolattukudy et al., Eles também sugeriram que os hormônios da tireoide provavelmente podemestar envolvidos na manutenção das funções metabólicas da glândula. Nesse contexto da discussão, aceita-se que as espécies que mergulham na água para capturar suas presas exigiriam glândulas maiores do que as espécies que apanham suas presas. Os estudos realizados por Asnani e Ramachandran (1993) em machos de Columba livia concluíram que os corticosteróides adrenais desempenham um papel primordial na manutenção da estrutura e função da glândula. Seus resultados apontaram a existência de uma relação adrenal-gonadal. (0,01%) (Johnston, 1988; Montalti e Salibián, 2000). Vários autores relataram diferenças nos pesos relativos das glândulas atribuindo-os a fatores como mudanças sazonais (Kennedy, 1971), habitat (Jacob e Ziswiler, 1982), peso corporal (Johnston, 1988), variações interindividuais e gênero ( Johnston, 1988). Em nossos estudos foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no tamanho relativo da glândula entre machos e fêmeas na maioria das espécies (ver Tabela 2). No entanto, ainda não foi encontrada uma explicação coerente para esses resultados. Uma alternativa que não deve ser descartada é a Alguns autores demonstraram diferenças sexuais em Se a função da glândula pudesse estar intimamente ligada às propriedades hidrofóbicas de sua secreção e fosse, consequentemente, essencial para a impermeabilização da plumagem, pode-se levantar a hipótese de que o tamanho ou grau de desenvolvimento desta glândula deveria ser maior nas aves aquáticas do que nas terrestres. espécies. Para verificar essa hipótese, medimos a massa da glândula em relação à massa corporal em 1.164 indivíduos adultos de 126 espécies e 49 famílias, concluindo que não havia correlação entre o grau de desenvolvimento dessa glândula e o contato dos animais com a água (Montalti e Salibián , 2000). A maior glândula foi encontrada em Cinclus mexicanus Swainson, 1827 (0,7% da massa corporal), enquanto a menor foi registrada em Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) probabilidade de a impermeabilização ser afetada pela estrutura das penas, como mostrado por Elowson (1984). fora da superfície quase sem tocar a água (ver Jacob e Ziswiler, 1982). Se assumirmos que o volume de secreção glandular constitui um parâmetro válido para determinar o grau de desenvolvimento glandular, nossos resultados indicam que o papel fisiológico da glândula não depende da massa glandular. No entanto, o peso relativo da glândula pareceu não ter relação clara com o grau de adaptação ao ambiente aquático da espécie em consideração. Por exemplo, apesar de ser uma espécie totalmente aquática, o tamanho relativo da glândula de Sternidae foi um dos maiores entre as espécies estudadas; achados semelhantes foram relatados por Johnston (1979). Se o peso médio das glândulas for comparado com o peso corporal das glândulas em aves aquáticas versus aves terrestres (Tabela 2), ambas apresentarão valores comparáveis apesar de seus habitats diferentes; por exemplo, Anas georgica Gmelin, 1789 (0,250%) versus Guira guira (Gmelin, 1788) (0,296%); Pygoscelis adeliae (Hombron e Jacquinot, 1841) (0,159%) versus Colaptes campestris (Vieillot, 1818) (0,174%). síntese de ácidos graxos, cuja taxa mostrou variação sazonal (Kolattukudy et al., 1985; Kolattukudy e Rogers, 1987; Urich, 1994; Stevens, 1996). Em contraste, Kolattukudy e Rogers (1987), Bohnet et al. (1991) e Hiremath et al. (1992) apresentaram evidências de que as alterações requeridas nas vias biossintéticas envolvidas na produção e secreção de feromônios femininos em machos e fêmeas de patos- reais (Anas platyrhynchos Linnaeus, 1758) podem ser induzidas pelo estradiol. É interessante notar que o estradiol induz a proliferação de peroxissomos cujas enzimas estão envolvidas nessas alterações bioquímicas. Da mesma forma, os níveis de estradiol atingem seu ponto mais alto durante o eclipse, o período pós-nupcial. Sabe-se também que a tiroxina aumenta os efeitos proliferativos dos hormônios esteróides. Confirmando este comportamento, a injeção simultânea de estradiol e tiroxina acentuou os efeitos acima mencionados quando administrados separadamente. A glândula mostrou uma capacidade muito alta para de novo Poucas informações estão disponíveis sobre a regulação endócrina da função uropigial e os mecanismos moleculares e bioquímicos envolvidos na síntese dos lipídios das glândulas. Bhattacharyya e Chowdhury (1978) mostraram que em pombos machos adultos castrados pré-púberes, a administração de testosterona promove a síntese de material secretor lipídico da glândula, bem como uma aceleração da taxa de secreção. Esses resultados sugerem a existência de um mecanismo regulado por andrógenos de liberação de lipídios na glândula. A glândula uropigial é especializada na síntese de lipídios. A composição química da secreção glandular tem sido extensivamente estudada. Em aves adultas, os ésteres naturais são compostos por uma mistura extraordinariamente diversificada de ácidos graxos e álcoois de cadeia longa. A secreção é uma mistura complexa e variável de substâncias formada principalmente por lip ids, ceras monoéster alifáticas, feitas de ácidos graxos (com vários graus de ramificação de metil), e álcoois cerosos monoidroxilados de cadeia longa. No entanto, alguns tipos de ceras diéster contendo ácidos graxos hidroxi e/ou dióis alcanos existem nas secreções da glândula em alguns grupos de aves (Jacob e Ziswiler, 1982; Downing, 1986; Jacob, 1992). Além de ácidos graxos ramificados e álcoois, havia também moléculas carregando até quatro ou cinco grupos metil em átomos de C internos dos lipídios da cadeia. A secreção também mostrou conter ácidos graxos saturados lineares esterificados por dióis saturados lineares. Machine Translated by Google Larus maculipennis * 0,137 ± 0,027 (0,105-0,180) [8] 0,290 ± 0,129 0,085 ± 0,025 (Kuhl, 1820) Guira Cukoo Chimango Caracara 0,144 ± 0,045 Gmelin, 1879 (0,143-0,346) [21] (Des Murs, 1847) Mockingbird de giz (0,054-0,226) [27] 0,174 ± 0,055 (0,103-0,318) [26] 0,231 ± 0,037 0,183 ± 0,05 Machos + Fêmeas Gaivota com capuz marrom Oceanites oceanicus Papa-moscas de cauda bifurcada 0,228 ± 0,076 (Vieillot, 1816) (Gmelin, 1788) Mimus Saturnino * Columba Lívia * 0,206 ± 0,045 * (0,054-0,186) [11] 0,171 ± 0,071 (0,105-0,318) [11] (0,176-0,368) [22] 0,237 ± 0,042 0,453 ± 0,049 (0,346-0,514) [8] 0,116 ± 0,056 0,210 ± 0,077 0,256 ± 0,048 0,296 ± 0,111 Plegadis chihi * Nothura maculosa * 0,250 ± 0,071 Colaptes campestris (0,143-0,346) [30] 0,030 ± 0,014 (0,009-0,080) [51] (Gmelin, 1789) (0,012-0,054) [19] Petrel de tempestade de Wilson 0,459 ± 0,088 (0,353-0,627) [9] 0,156 ± 0,060 0,241 ± 0,047 Calidris fuscicollis * (Temminck, 1815) 0,242 ± 0,018 0,312 ± 0,083 pomba orelhuda Embernagra platensis * Espécies 0,277 ± 0,065 0,230 ± 0,090 (0,147-0,240) [9] Pombo rochoso Anas Geórgia (0,149-0,415) [8] 0,310 ± 0,104 (0,126-0,473)[16] 0,026 ± 0,011 1987, Reneerkens et al., 2002). A este respeito, não conseguimos encontrar diferenças no pombo rochoso, provavelmente devido ao facto de termos realizado as nossas medições fora da época de reprodução. (0,146-0,308) [21] 0,036 ± 0,016 (0,014-0,080) [23] (0,089-0,270) [11] 0,214 ± 0,049 Pygoscelis adeliae Maçarico-branco (0,05-0,590) [21] 0,180 ± 0,038 (0,120-0,232) [11] 0,251 ± 0,037 (0,217-0,368) [4] 0,152 ± 0,049 (0,011-0,054) [29] Cintilação de campo (0,129-0,259) [6] 0,271 ± 0,065 (0,136-0,398) [32] 0,456 ± 0,071 (0,346-0,627) [17] * Zenaida auriculata (Vieillot, 1817) (0,176-0,319) [20] 0,026 ± 0,011 (0,009-0,049) [28] (0,053-0,128) [14] (Vieillot, 1818) Notura manchada (Vieillot, 1819) Grande Pampa-Finch Machos (0,011-0,039) [10] (0,111-0,316) [5] 0,145 ± 0,043 (0,064-0,192) [9] Milvago chimango * Guira guira 0,133 ± 0,038 0,026 ± 0,010 (Lichtenstein, 1823) Pintail-de-bico-amarelo (0,082-0,226) [16] 0,170 ± 0,047 (0,103-0,292) [15] (0,176-0,368) [12] (0,146-0,319) [41] (0,053-0,270) [25] Pinguim de Adélia Vieillot, 1808 Lichtenstein, 1823 (0,05-0,590) [36] 0,177 ± 0,036 (0,121-0,262) [25] Outra função da secreção das glândulas poderia ser a proteção contra fatores ambientais adversos (por exemplo, variações de temperatura). Pode ser o caso de secreções que são líquidas à temperatura ambiente, formando uma (0,111-0,368) [9] 0,142 ± 0,035 (0,064-0,192) [17] * 0,188 ± 0,030 0,026 ± 0,009 Gmelin, 1789 (0,129-0,415) [14] 0,287 ± 0,083 (0,126-0,473) [48] (0,183-0,448) [15] 0,176 ± 0,036 (0,126-0,262) [14] (0,214-0,275) [10] Íbis de cara branca Savana de Tyrannus Mulheres (Hombron e Jacquinot, 1841) 442 Salibian, A. e Montalti, D. Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009 Tabela 2. Peso da glândula uropigial (em g) em relação à massa corporal (massa da glândula x 100/massa corporal) em várias espécies de aves discriminadas por sexo. Nomes comuns estão incluídos. Os dados são dados como média ± DP, valores mínimo e máximo entre parênteses; número de amostras, entre parênteses. Os asteriscos indicam diferenças estatisticamente significativas (p < 0,01) entre homens e mulheres (teste U de Mann-Whitney) (parte dos dados foi retirado de Montalti e Salibián, 2000). Machine Translated by Google Tabela 3. Composição de ácidos graxos dos lipídios totais de toda a glândula uropigial de Pombo Rochoso Columba livia e sua secreção. Os dados são expressos em porcentagem; média ± DP Peso corporal médio das aves, 443 g (dados de Gutiérrez et al. 1998; Montalti et al., 2005). Braz. J. Biol., 69(2): 437-446, 2009 443 Glândula uropigial aviária A maioria de nossos experimentos foi realizada em animais adultos, portanto, os resultados aqui apresentados não seriam afetados pela idade das aves em estudo. Os ácidos graxos saturados de cadeia longa foram principalmente 14:0, 16:0 e 18:0 (Montalti et al., 2005). 58,48 ± 0,01Total insaturado A composição química da secreção glandular tem sido sugerida como uma valiosa ferramenta taxonômica (Jacob e Grimmer, 1975; Jacob e Ziswiler, 1982; Hoerschelmann e Jacob, 1996). Nossos resultados sugerem que a tendência de desenvolvimento da glândula foi independente da linhagem da ave. 52,57 ± 3,30 Índice de insaturação As informações disponíveis em relação ao Secreção da Glândula 14,82 ± 1,1212,27 ± 0,22 A composição de ácidos graxos dos lipídios na glândula uropigial do pombo-rocha e sua secreção foram determinadas em nosso laboratório. As medições foram realizadas para estabelecer a quantidade de secreção, o teor de lipídios totais e a composição de ácidos graxos da secreção. A composição de ácidos graxos dos lipídios extraídos da secreção glandular consistiu em cadeias C14 a C20, a maioria insaturadas, com prevalência de ácido oleico e baixo teor de ácidos linoleico e araquidônico. Outro fator importante que afetou o perfil de ácidos graxos da glândula foi a idade das aves, que, por sua vez, pode estar relacionada à maturidade sexual e, portanto, ao seu estado hormonal no momento específico em que as medidas foram realizadas (Sandilands et al. ., 2004a). N = 6 41,15 ± 2,28 0,58 ± 0,01 Para evitar a “contaminação” do material ensaiado dos tecidos circundantes ricos em triglicerídeos (Jacob, 1975), foi analisada a secreção de cada glândula. A porcentagem de ácidos graxos saturados na secreção foi menor que a de insaturados em ambos os sexos; a razão saturada: insaturada foi de 0,58. No entanto, quando o perfil desses ácidos graxos foi determinado em toda a glândula, a proporção foi de 1,17 (Tabela 3; Gutiérrez et al., 1998). Esse achado deve ser interpretado como consequência da composição química diferente da cápsula conjuntiva, que foi analisada em conjunto com a secreção glandular. Ao analisar toda a glândula, as medidas incluem alguns compostos que não fazem parte da secreção (por exemplo, tecido conjuntivo) e não Monoinsaturado Ácido graxo Assim, a glândula está presente em aves filogeneticamente distantes (ex. Tinamidae-Hirundinidae) ou ausente em taxa filogeneticamente próximos (alguns Psittacidae-Columbidae). Sweeney et ai. (2004) mostraram que é improvável que a composição da cera de penas seja altamente informativa para reconstruir as relações filogenéticas. Levy e Strain (1982) também notaram que o uso da composição química da secreção com fins quimiotaxonômicos pode ser inadequado, considerando-se este um parâmetro com grande quantidade de variações circânicas associadas aos ciclos reprodutivos das aves, e condicionada por fatores ambientais, hormonais e fisiológicos. fatores. Saturado/insaturado a função desta glândula, que se sabe estar presente apenas nas aves, é, por enquanto, apenas parcial. No entanto, isso fornece os meios para estabelecer que a glândula uropigial é um órgão muito variável em relação à morfologia, composição química de sua secreção e a variedade de funções em que está envolvida. órgão funcionalmente plástico, envolvido na Poliinsaturado A composição química dos lipídios secretores da glândula pode variar de acordo com o estágio de desenvolvimento (Kolattukudy e Sawaya, 1974) ou de reprodução. película seca permanente quando exposta ao ar e, portanto, atuaria como fator de proteção preservando a estrutura das penas. N = 12 33,97 ± 0,82 84,04 ± 1,57 38,63 ± 5,44 23,81 ± 0,32 Glândula inteira 46,22 ± 1,09 não está envolvido na função de secreção da glândula (Gutiérrez et al., 1998). Desta forma foi possível determinar com precisão o teor de lipídios e sua composição de ácidos graxos, que, por sua vez, é o que as aves utilizam para alisar suas penas (Moyer et al., 2003). Kolattukudy et ai. (1991) notaram diferenças químicas em Anas platyrhynchos entre o momento imediatamente após a eclosão e mais tarde, quando as penas são substituídas por penas adultas. Os ésteres de cera de cadeia longa iniciais foramsubstituídos por ésteres de cadeia curta (Kolattukudy et al., 1987). Piersma et ai. (1999) e Reneerkens et al. (2005) mostraram que as misturas usuais de ceras monoéster preen es de Calidris canutus (Linnaeus 1758) no início da incubação são substituídas por misturas de ceras diéster menos voláteis, provavelmente mais difíceis de espalhar na plumagem; eles apresentam a hipótese de que as ceras diéster reduzem o cheiro das aves e, assim, reduzem o risco de predação. Este fato representaria uma importante vantagem seletiva para as aves (Reneerkens et al., 2006). 1,17 ± 0,18 Saturado Machine Translated by Google Referências HOU, HC., 1928. Estudos sobre a glandula uropygialis de aves. GILL, FB., 1994. Ornitologia. Nova York: WH Freeman. 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