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FACULDADE TAL NOME ALUNO TÍTULO São Paulo – 2023 FACULDADE TAL NOME TAL TÍTULO SUBTÍTULO Trabalho apresentado como pré-requisito de conclusão de curso de Curso TAL, como parte dos requisitos para obtenção de título de Licenciado em Pedagogia. Sobre a orientação da Profª Ms TAL São Paulo – 2023 1 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2º edição, São Paulo, Cortez, 2000, p. 118, 23 X 16 cm. 2 – CREDENCIAIS DO AUTOR O autor Edgar Morin nasceu em Paris no dia 08 de julho de 1921. Participou ativamente no movimento de resistência à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é antropólogo, sociólogo e filósofo, judeu de origem sefardita, graduou-se em Economia, História, Geografia e Direito. Pesquisador emérito do Centre National de La Recherche Scientifique. É autor de mais de 30 livros, entre eles: O método que constitui de 06 volumes (Ed. Sulina), A cabeça Bem-Feita (Ed. Bertrand Brasil), Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro (Ed. Cortez), Ciência com Consciência (Ed. Bertrand Brasil), O Paradigma Perdido: A Natureza Humana (Ed. Europa- America), As Estrelas: Mito e Sedução no Cinema (Ed. José Olympio) e O Cinema ou o Homem Imaginário (Ed. Relógio D’Água). O autor é considerado um dos maiores intelectuais vivos da contemporaneidade. 3 – RESUMO Edgar Morin em sua obra Os sete saberes necessários à educação do Futuro discorre sobre a questão da articulação dos saberes e crítica o ensino pulverizado. O autor propõe que se trabalhe nas instituições escolares com a complexidade, abandonando o reducionismo para que se possa incorporar no currículo a interdisciplinaridade. Em sua obra no primeiro capítulo intitulado As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão, a educação está sujeita ao erro e a ilusão, uma vez que o conhecimento é formado pelas traduções e reconstruções cerebrais de acordo com os estímulos ou sinais captados e codificados pelos nossos sentidos, que em muitos casos resultam nos erros da percepção. A esse erro acrescente o erro intelectual, este conhecimento que é ao mesmo tempo tradução/reconstrução inclui a interpretação da linguagem e do pensamento, por fim as emoções (desejos, medo e perturbações mentais) multiplicam os riscos do erro. Para lidar com o erro e a ilusão a melhor opção é a racionalidade. Conforme o autor “O dever principal da educação é preparar cada um para enfrentar com lucidez”, isto é, deve identificar a origem dos erros, ilusões evitando com isso a cegueira para que o conhecimento possa fluir. De acordo com Morin o imprinting cultural e sua normalização estabelecida por várias culturas tornam os condutores para que nos tornemos conformistas, impedindo uma ação contra os fatos inaceitáveis. O autor nos sugere que como indivíduo humano, nós busquemos a verdade através de ideias críticas, autocríticas e pela complexidade escapando do conformismo. Deve ser para a educação um princípio e uma necessidade permanente o conhecimento do conhecimento que faz parte do conhecedor. Nesse caso faz-se necessário que se formule e consolide um paradigma que permita o conhecimento complexo. No capítulo 2 intitulado “Os princípios do conhecimento pertinente” o autor discorre que estamos vivendo na era planetária e que necessitamos situar tudo no contexto e no complexo planetário, é intelectual e vital o conhecimento do mundo como mundo. É pertinente ao homem do novo milênio entender como ter acesso às informações do mundo e como articular e organizar os conhecimentos. Para chegar à resolução desde problema é necessário à reforma do pensamento, uma questão fundamental da educação, uma vez que se refere a nossa aptidão por organizar o conhecimento. No capítulo 3 “Ensinar a condição humana” o autor nos mostra a importância da educação nessa nova era planetária em que estamos contextualizados, o ensino deverá estar centrado na condição humana considerando a diversidade cultural em âmbito global, isto é, considerar o fator cósmico, físico, terrestre e humano para que seja possível notar a inter-relação (unidade humana) com o planeta Terra possibilitando ao homem diferenciar dos demais pela diversidade humana. Conforme Morin: “[...] Disso decorre que, para a educação do futuro, é necessário promover grande remenbramento dos conhecimentos oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo, [...]”. De acordo com o autor todas as disciplinas conhecidas deverão ser direcionadas para a identidade e condição humana, ressaltando a noção do homo sapiens, o homem racional e construtor de ferramentas. Devemos sempre enxergar o homem como uma unidade complexa é ao mesmo tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico, por fim compomos uma parte da sociedade, da espécie que esta em interação para a que a sociedade possa exista. Conforme Morin: “Assim, uma das vocações essenciais da educação do futuro será o exame e o estudo da complexidade humana”. No capítulo 4 “Ensinar a identidade terrena” o autor aborda a necessidade de se conhecer a complexidade que envolve o mundo que está bombardeado pela tecnologia, isto é que tudo que acontece em uma região afetará a condição humana existentes em outras regiões do planeta, uma vez que o mundo está em constante interação. Cabe à educação do futuro, educar os indivíduos com a finalidade de desenvolver um pensamento policêntrico alimentados pelas culturas mundiais, tornando-os cidadãos conscientes das diversidades e da condição humana. Para o autor é muito importante ensinar a identidade terrena, visto que as crises econômicas e a herança de morte deixada pelo século passado ainda impera no século XXI (guerras, armas nucleares, morte ecológica, vírus e bactérias mais resistentes, aumento de uso de drogas, extermínios), a competição imposta pelo capitalismo, entre tantos fatores que levam ao individualismo, ao egoísmo e a falta de solidariedade podem agravar as coisas ruins que acontecem, portanto o maior desafio da educação é encontrar uma maneira coerente de ensinar ética e compreensão. Devemos ter no presente momento a cidadania terrestre como uma nova missão da educação, fundamentada na concepção de reforma do pensamento de Edgar Morin em a Terra como primeira e última pátria e a consciência cívica terrena: responsabilidade e solidariedade com os filhos da Terra, isto é, a simbosofia (sabedoria de viver junto), por fim a união na diversidade e a diversidade na união, o entendimento e o respeito planetários. No capítulo 5 intitulado “Enfrentar as Incertezas”, ele nos mostra que toda a evolução humana é realizada na transformação do contexto em que o indivíduo nasceu o ambiente é desorganizado e reorganizado. Não é possível a evolução que não seja desorganizadora e reorganizadora no processo de transformação. Nesse âmbito é necessário aprender a enfrentar a incerteza, vivemos em uma época de mudanças em que os valores são ambivalentes, onde tudo está interligado. Através da educação deve-se achar uma maneira de ensinar as incertezas: lógica, racional e psicológica. Elas serão ensinadas por meio do percurso histórico do ser humano, que é um complexo de ordem, desordem e organização. Nesta conjuntura de ilusão e erro devemos saber planejar e prever estratégias, prevendo o acaso, a eventualidade e possíveis mudanças, de maneira cuidadosa e ousada ao mesmo tempo. De acordo com o autor: “O conhecimento é, pois, uma aventura incerta que comporta em si mesma, permanentemente, o risco de ilusão e de erro”. Para se chegar a uma certeza passa-se pelo processo de realimentação (feedback) e pode ocorrer uma divergência entre o certo e o errado, conforme explica Morin: “Como os meios e os fins inter-retroageuns sobre os outros, é quase inevitável que os meios sórdidos a serviço de fins nobres pervertam estes e terminem por substituí-los”. Portanto o desafio maior é a formulação de estratégias que ajudem na constituição de pensamentos para trabalhar as incertezas, de acordo com o autor: “Tudo que comporta oportunidade comporta risco, o pensamento deve reconhecer as oportunidades de riscos como os riscos das oportunidades”. No capítulo 6 “Ensinar a compreensão”, nas palavras do autor: “A ética da compreensão pede que se compreenda a incompreensão”. Nos dias atuais dominados pelas tecnologias (internet, redes sociais e celulares de última geração), pela virtualidade, vivemos em uma época em que a incompreensão encontra-se em evidência em nosso contexto social há falta de solidariedade, de respeito ao próximo e ainda o egocentrismo, o etnocentrismo, o sociocentrismo e o espírito redutor vem contribuir para a mais aterradora incompreensão da humanidade. Para a compreendermos o próximo é necessário que nos coloquemos no lugar dele, mas precisamente a empatia (identificação e projeção) se faz necessária, Edgar Morin afirma: “O problema da compreensão tornou-se crucial para os humanos. E por esse motivo, deve ser uma das finalidades da educação do futuro”. Em um mundo globalizado a educação tem um papel importante para a inserção dos valores éticos e para que os indivíduos alcancem a compreensão. De acordo com Morin: “A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. Dada a importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades...”. Capítulo 7 “A Ética do gênero humano”, aborda a relação inerente entre indivíduo/sociedade/espécie e a impossibilidade de separar os elementos dessa trilogia no processo educacional que interagem simultaneamente, conforme o autor: “Indivíduo e sociedade existem mutuamente. A democracia favorece a relação rica e complexa indivíduo/sociedade, em que os indivíduos e a sociedade podem ajudar-se, desenvolver-se, regular-se e controlar-se mutuamente”. Nesse processo apenas a democracia garante o consenso, respeitando a diversidade e permitindo que se alimente do ideal de liberdade, igualdade e fraternidade. Ela é fundamental para ajudar na edificação da ética e dos valores, nas palavras de Morin: “[...] a democracia é um sistema complexo de organização e de civilização políticas que nutre e se nutre da autonomia de espírito dos indivíduos, da sua liberdade de opinião e de expressão, do civismo, que nutre do ideal liberdade/igualdade/fraternidade, [...]”. O conceito que caracteriza a relação indivíduo e sociedade é a antropo- ética que deverá ser à base da educação, onde tem como missão conscientizar os indivíduos sobre a cidadania em um âmbito planetário, em outras palavras a ética que conduz cada indivíduo reflete na espécie e no mundo e influenciam na evolução da sociedade e de cada pessoa. Os educadores necessitam mudar seu pensamento em prol da integração da educação (sem acabar com as disciplinas ou programas educacionais) e pela inclusão de uma ciência que tenha uma concepção sistêmica da terra, isto é, concepção de indivíduos planetários. A obra trata dos saberes necessários para uma boa ação pedagógica reflexiva e construtiva, abrangendo propostas significativas para o desempenho cotidiano dos professores. Eles devem considerar o contexto escolar e as vivências individuais, as sugestões e ideias trazidas pelos alunos para a sala de aula adequando as carências reais na visão de ambos. O autor aponta problemas centrais e essenciais que foram deixados de lado e que são fundamentais para se ensinar neste novo século, isto é a fragmentação das disciplinas que acabam formando especialistas, pessoas incapazes de enxergar o todo, focando apenas uma parte do problema. O autor em seu livro nos mostra que é primordial compreender as mudanças que vem ocorrendo no mundo, e que não ainda o educador transmitir informações para os educandos, é necessário capacitá-los para atuar como cidadãos e interceder de maneira responsável na sociedade. O livro traz ainda uma discussão sobre a tecnologia que envolveu o mundo, ela está ao nosso alcance e acabamos sendo engolidos na complexidade do universo e todas as informações obtidas sobre o planeta que sufocam o nosso poder de assimilar e aprender. O autor deixa claro que é importante potencializar o ensino das ciências e das tecnologias sem descartar o contato humano, fazendo desta maneira a união dos dois extremos. O autor argumenta sobre as reflexões e descrições dos eixos e aponta o caminho para todos que cogitam em realizar uma educação com o objetivo de construir conhecimento. Os eixos expostos em sua obra são: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; Os princípios do conhecimento pertinente; Ensinar a condição humana; Ensinar a identidade terrena; Enfrentar as incertezas; Ensinar a compreensão; A ética do gênero humano. Por fim, esses setes saberes têm como finalidade estimular os professores brasileiros e do mundo a se mobilizarem para uma educação sustentável para a humanidade, aprimorada e adequada à nova realidade, a de uma era planetária. Edgar Morin discorre em seu livro argumentos para que nós sejamos educadores de uma educação do futuro, onde sejamos capazes de enfrentar os paradoxos que o desenvolvimento tecno-econômico traz para o mundo, assumindo o compromisso de priorizar a ética da compreensão planetária. 4 – CRÍTICA DO RESENHISTA O autor discorre com clareza e simplicidade, um livro voltado a todos da área educacional que permite uma profunda reflexão para os que almejam um futuro mais humano, solidário e caracterizado pela construção do conhecimento. A obra de Edgar Morin deve ser apontada nos debates sobre a educação, sociedade e desenvolvimento do ser humano (cognitivo, afetivo e social), visto que esses aspectos são abordados em seu livro. Os indivíduos vivem em um mundo cercado pela tecnologia e são bombardeados praticamente todos os dias com informações, e que pela falta de preparo em muitos casos são incapazes de selecionar as informações que são essenciais para a ampliação de seus conhecimentos e que contribua para sua humanização. Nesse caso o livro aborda a importância da educação para trabalhar essa questão. A obra também ressalta sobre o erro e a importância de se trabalhar com a complexidade. O autor Edgar Morin em sua obra “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro” traz uma proposta não de solução, mas de reflexão para todos os educadores que estejam dispostos a repensar seus pensamentos sobre como educar nos dias atuais nossas crianças, em um mundo onde a diversidade faz parte do contexto social. O planeta, a sociedade, a espécie a educação preexistem pela participação do homem no contexto social em que está inserido. O ser humano é responsável pelas mudanças que acontecem na biosfera e sua interferência pode ser positiva ou negativa dependendo da concepção sobre ética e moral que adquiriu durante sua infância. A educação do futuro deve proporcionar condições para que os indivíduos desenvolvam o seu lado individual, o coletivo e o planetário, transformando-o em um ser humanitário e ético para que tenha condições de conviver com o seu próximo respeitando suas diferenças. De acordo com Edgar Morin o conceito que define essa conduta é a antropo-ética que é a somatória de práticas e vivências que tem como finalidade reintegrar a criança, o indivíduo e o ser humano a consciência do seu corpo, de sua mente e de sua sensibilidade. Os educadores e a escola enquanto mediadoras sociais podem promover ações pedagógicas que possibilitem o aluno a desenvolver o senso comum, um ponto importante da ética, por exemplo: a utilização de materiais e recursos didáticos, trabalhar com a multidisciplinaridade, oficinas,palestras, estudos em grupo, aprimoramento do repertório cultural através de visitas a museu, exposições e o aprofundamento do estudo sobre os valores éticos e morais da humanidade antiga até a contemporânea, possibilitar situações reais onde os estudantes possam ter a experiência prática e desenvolverem sua capacidade de escolher valores morais de maneira consciente e livre para agirem como cidadãos responsáveis, solidários, que não praticam a violência e respeitam seu próximo. Para concluir a humanidade precisa desenvolver os valores éticos, para que possa ter uma boa convivência com seu próximo respeitando suas diferenças. Nesse ponto a educação é muito importante, ela engloba todas as faixas etárias. Outra questão primordial diz respeito ao papel ativo dos elementos da aprendizagem, alunos e professores no processo da educação, que analisam e dão sentido aos conteúdos que convivem na escola, a partir dos seus valores já estruturados e de seus sentimentos. O tema traz uma abordagem central sobre a importância dos valores da ética, democracia, justiça e cidadania que necessitam ser integrados no dia a dia das salas de aula. Deixa claro que a função política e social da escola é muito mais do que determinar a metodologia eficiente para a construção do conhecimento acumulado durante o período histórico ou a preparação dos indivíduos para serem incorporados ao mercado de trabalho ou ainda serem aprovados no vestibular. Por ser um espaço sociocultural constituído pela diversidade de crença, símbolos, rituais, culturas e valores diversos possibilita as relações humanas. Os professores são agentes da cultura diversificada, e não de um modelo de aluno. Todos se distinguem em etnia, nacionalidade, gênero, idade, crença, classe. Nos leva a uma reflexão do papel do educador em relação ao convívio entre diferenças do professor/aluno e professor/professor. Ele necessita reconhecer essas diferenças, e simultaneamente estabelecer padrões de respeito, de ética e a garantia dos direitos. O autor Edgar Morin tem razão ao considerar o século XXI como a era planetária, da globalização e do paradigma da complexidade que demanda a construção de uma consciência tolerante, insegura, compreensiva, respeitosa, democrática, liberal e planetária. Assim a função da educação do futuro é o estudo e o exame da complexidade do ser humano, que conduzirá à reconstrução do conhecimento, e consequentemente da consciência da condição comum a todos os indivíduos e a necessária diversidade das pessoas, dos povos, das culturas, sobre nosso aprofundamento como cidadãos do Planeta. 6 – BIBLIOGRAFIA Morin, Edgar. Cabeça Bem-feita: Repensar a reforma, reforma do pensamento. 8º edição, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. Filosofia da Educação. Edgar Morin: Bibliografia de Edgar Morin. Disponível em:<http://filosofiadaeducacao.tumblr.com/post/6007220036/edgar- morin> acesso em: 01/05/2016. Ministério da Educação e Secretária da Educação Básica. Ética: Relações étnico-raciais e de gênero. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Etica/1_rel_etica.pdf> acesso em: 28/05/2016. Revista Nova Escola Entrevista com Ana Maria Carvalho da Rocha: Conhecer a cultura e as relações sociais da comunidade ajuda a entender seus alunos e a ensinar melhor. Disponível em: <revistaescola.abril.com.br/formacao/antropologia-util-escola- 423101.shtml> acesso em: 28/05/2016. Vitor, VH Lzda’s. Antropo-ética, uma simplificação.Publicado em: 25/03/2010. Disponível em: <https://vhzda.wordpress.com/2010/03/25/antropo-ética-uma- simplificacao/> acesso em 28/05/2016. http://revistaescola.abril.com.br/formacao/antropologia-util-escola-423101.shtml http://revistaescola.abril.com.br/formacao/antropologia-util-escola-423101.shtml
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